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Colonização francesa na África

A colonização francesa na África se concretizou de fato nos fins do século XIX e no século XX, porém, em
1664 os franceses chegam no Senegal e exploram a região. Desde 1830 a França já exercia grande
influência na Argélia, e também na Tunísia desde 1881. Depois da Conferência de Berlim (1894-1895) os
franceses que criaram o seu Ministério das Colônias em 1894, dividiram os seus territórios em três
partes: África Ocidental Francesa, África Equatorial Francesa e Ilhas Francesas.

A África Ocidental Francesa, passou a ser chamada de Sudão Francês apenas em 1931, e a capital deste
território ficava em Saint Louis, no Senegal. Os países que compunham este território eram: Alto Volta
(Burkina Faso), Costa do Marfim, Mali, Níger e Senegal. A África Equatorial Francesa, foi uma possessão
francesa que ia desde das margens do Rio Congo até o Deserto do Saara, composta pelos seguintes
países: Congo, Gabão, Chade, Camarões e Ubangui-Char que se tornou a República Centro Africana em
1960 após sua independência. As ilhas Francesas contam com os territórios de Madagascar e Comores.

A política de colonização implantada pelos franceses foi desenvolvimentista, buscando construir


instituições burocráticas que passavam para os colonizados os valores dos colonizadores que deveriam
estes deveriam seguir. Era comum que as escolas dessas colônias estudassem não só a língua francesa,
bem como a sua história nacional e tinham que reverenciar seus símbolos nacionais. Cabe lembrar que o
continente é repleto de etnias, e estas compõem culturas, línguas e saberes específicos que foram
subjugados pelos europeus. Em todos os territórios franceses, a condição colonial submetia as
populações ao trabalho forçado, ao fornecimento de soldados para o exército, ao pagamento de
diversos impostos, entre outras práticas autoritárias e etnocêntricas. Até meados de 1930 eram comuns
feiras e exposições coloniais ou de cunho científico, que apresentavam famílias e produtos locais como
se fossem “zoológicos humanos”, mostrando de que forma tratavam os habitantes de suas colônias.

Colonização francesa na África

Por Ana Luíza Mello Santiago de Andrade

Graduada em História (Udesc, 2010)

Mestre em História (Udesc, 2013)

Doutora em História (USP, 2018)

Categorias: História da África


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A colonização francesa na África se concretizou de fato nos fins do século XIX e no século XX, porém, em
1664 os franceses chegam no Senegal e exploram a região. Desde 1830 a França já exercia grande
influência na Argélia, e também na Tunísia desde 1881. Depois da Conferência de Berlim (1894-1895) os
franceses que criaram o seu Ministério das Colônias em 1894, dividiram os seus territórios em três
partes: África Ocidental Francesa, África Equatorial Francesa e Ilhas Francesas.

A África Ocidental Francesa, passou a ser chamada de Sudão Francês apenas em 1931, e a capital deste
território ficava em Saint Louis, no Senegal. Os países que compunham este território eram: Alto Volta
(Burkina Faso), Costa do Marfim, Mali, Níger e Senegal. A África Equatorial Francesa, foi uma possessão
francesa que ia desde das margens do Rio Congo até o Deserto do Saara, composta pelos seguintes
países: Congo, Gabão, Chade, Camarões e Ubangui-Char que se tornou a República Centro Africana em
1960 após sua independência. As ilhas Francesas contam com os territórios de Madagascar e Comores.

A política de colonização implantada pelos franceses foi desenvolvimentista, buscando construir


instituições burocráticas que passavam para os colonizados os valores dos colonizadores que deveriam
estes deveriam seguir. Era comum que as escolas dessas colônias estudassem não só a língua francesa,
bem como a sua história nacional e tinham que reverenciar seus símbolos nacionais. Cabe lembrar que o
continente é repleto de etnias, e estas compõem culturas, línguas e saberes específicos que foram
subjugados pelos europeus. Em todos os territórios franceses, a condição colonial submetia as
populações ao trabalho forçado, ao fornecimento de soldados para o exército, ao pagamento de
diversos impostos, entre outras práticas autoritárias e etnocêntricas. Até meados de 1930 eram comuns
feiras e exposições coloniais ou de cunho científico, que apresentavam famílias e produtos locais como
se fossem “zoológicos humanos”, mostrando de que forma tratavam os habitantes de suas colônias.

Os vários movimentos intelectuais nas colônias no início do Século XX passaram a questionar a sua
condição colonial e lutar pela independência. O processo de Descolonização das colônias francesas só
vai se efetivar após a Segunda Guerra Mundial, tendo em vista que muitas colônias enviaram soldados
para combater no front francês em várias batalhas. Em 1954 a Argélia começa uma guerra pela sua
independência que durará até 1962, quando os franceses assinam o acordo de Évian reconhecendo a
República Popular da Argélia. Nesse entre guerras contra Argélia, em 1956 o Marrocos torna-se
independente, já que a França não teria mais condições de lutar contra outra colônia. Em 1959 a
confederação do Mali, composto pelas colônias Alto Volta (Burkina Faso), Daomé (Benin), Senegal e
Mali, pede ao governo De Gaule pela sua independência, que a concede em 1960.
Outras colônias francesas também têm suas independências reconhecidas no mesmo ano, como: Costa
do Marfim, Mauritânia, Níger, Togo, Chade, Camarões, Gabão, República do Congo, Madagascar,
Ubangui-Char tornou-se a República Centro Africana após a independência. O ano de 1960 foi
reconhecido como “o ano Africano”, pois foi um momento de conquista dos vários anos de submissão
aos franceses por meio de oposições pacíficas. Comores foi a última colônia francesa no continente
africano, e teve sua independência em 1975.

Estes jovens Estados tiveram que redefinir suas relações com a França, pois necessitavam de relações de
comércio e estruturas burocráticas para se estabelecerem, muito desses países tiveram que se
posicionar politicamente devido a Guerra Fria, e num segundo momento pela globalização. Muitos
países ainda lutam para construir democracias sólidas, para vencer conflitos étnicos e raciais e superar
as limitações impostas pela França ao longo do período de colonização.

Referência:

MACEDO, José Rivair. História da África. São Paulo: Contexto, 2013.

Independência do Congo

A independência do Congo ocorreu na década de 1960, passando por um golpe de Estado que perdurou
por 32 anos.

Patrice Lumumba X Joseph Désiré Mobutu. Independência X Golpe de Estado no


Congo.

Patrice Lumumba X Joseph Désiré Mobutu. Independência X Golpe de Estado no Congo.

A descolonização africana acentuou-se a partir da década de 1950. Muitos países que ainda se
encontravam como colônias dos europeus iniciaram um processo de independência. O Congo, por
exemplo, era uma colônia da Bélgica.
Na década de 1940, sob a liderança de Patrice Lumumba, teve início um movimento para a libertação
colonial do Congo. Em 1960, várias entidades nacionais se uniram à Organização das Nações Unidas
(ONU) e pressionaram a Bélgica para declarar a liberdade do Congo, fato ocorrido no mesmo ano.

Após a independência do Congo, fundou-se a República Democrática do Congo e Patrice Lumumba foi
eleito primeiro-ministro congolense. A história do Congo independente iniciou-se com várias
divergências políticas: logo no primeiro mês em que Lumumba havia tomado posse, iniciou-se uma
rebelião contra o seu governo.

O primeiro-ministro Lumumba não acreditava que somente a independência política livraria o Congo da
dependência colonial, mas declarou que a libertação da África aconteceria a partir do momento que o
Congo deixasse de ser dependente economicamente da Europa.

Depois da declaração do primeiro-ministro do Congo, todos os investidores ocidentais presentes no país


ficaram sob alerta. As várias corporações inglesas e belgas que investiram na exploração do cobre,
cobalto, diamante, ouro, entre outros minérios, estavam temendo uma nacionalização das empresas, ou
seja, temiam influências comunistas, desde a aproximação do governo do Congo com a União Soviética.

Logo em seguida, no ano de 1961, Lumumba foi sequestrado e assassinado num golpe de Estado
financiado e apoiado pelos Estados Unidos. O golpe de Estado no Congo somente foi possível em razão
do apoio dado aos Estados Unidos pelo antigo oficial da Força Pública Colonial, Joseph Désiré Mobutu.

O apoio dado aos Estados Unidos renderia a Mobutu o governo do Congo, tornando-se ditador de 1965
a 1997. Ele ficou 32 anos no poder e transformou o Congo em seu quintal particular. Mobutu foi sempre
financiado pelos Estados Unidos e França em troca do seu anticomunismo e pela liberação da
exploração capitalista ocidental nas minas de minérios do Congo.

O ditador, nos seus mais de 30 anos no poder, instalou um dos governos mais cruéis e corruptos do
Congo. Considerado um dos homens mais ricos do mundo, Mobutu só foi derrubado do poder em 1997.

Por Leandro Carvalho

Mestre em História
Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

CARVALHO, Leandro. "Independência do Congo"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/historiag/independencia-congo.htm. Acesso em 17 de setembro de
2023.

A independência do Congo Belga

O Congo ainda sofre com problemas gerados por sua trágica herança colonial.

O Congo ainda sofre com problemas gerados por sua trágica herança colonial.

No século XIX, a ação imperialista belga se estabeleceu na região do Congo, na parte central do
continente africano. Em 1885, o domínio belga nessa região foi confirmado na chamada Conferência de
Berlim, quando o rei Leopoldo II transformou o extenso território em sua propriedade pessoal. No ano
de 1908, o território congolês voltou a ser controlado pelo governo, recebendo o nome de Congo Belga.
Até a década de 1940, o território colonizado experimentou uma fase de relativa prosperidade
econômica.

Chegando à década de 1950, observamos que a população congolesa passou a aderir o discurso
nacionalista de lideranças locais que exigiam o fim da dominação belga no território. Em 1955, uma
visita oficial do rei Balduino I reforçou o sentimento autonomista ao não atender as várias demandas
sociais, políticas e econômicas da população nativa. Nesse instante, uma associação chamada Abako
entrou em evidência e logo se transformou em um partido político defensor da independência
definitiva.

Em 1957, o fracasso das eleições municipais alimentou ainda mais o sentimento autonomista. No ano
seguinte, o Congresso Pan-Africano fortaleceu as lideranças nacionalistas, entre os quais se destacava o
congolês Patrice Lumumba. No ano de 1959, a radicalização das manifestações acabou forçando o reino
belga a reconhecer a independência congolesa. No ano seguinte, foi inaugurado o Estado Livre do
Congo, tendo como presidente Joseph Kasavubu e Lumumba no cargo de primeiro-ministro.
A conquista dos congoleses foi logo ameaçada pelo movimento de independência ocorrido na província
de Katanga, onde soldados e mercenários belgas instituíram um violento conflito a serviço da empresa
Union Minière. Sem contar com o apoio da Organização das Nações Unidas, Lumumba foi deposto do
cargo e preso. A partir de então, várias facções dissidentes se formaram com o objetivo de assumir o
governo do país.

Mediante as tensões geradas pela violenta guerra civil – agravada pelo assassinato de Lumumba – a
ONU interferiu no país e repassou, em 1964, o governo congolês para Moisés Tshombe, um antigo
apoiador de Katanga. A ação acabou não surtindo efeito esperado, já que, no ano seguinte, um golpe
político impôs uma ditadura pessoal liderada por Mobutu Joseph Désiré. Esse regime ditatorial perdurou
até 1997, quando Mobutu foi retirado do poder por uma guerrilha liderada por Laurent-Désiré Kabila.

A partir de então, o país, que era chamado de República do Zaire, passou a ser nomeado como
República Democrática do Congo. Até hoje, o Congo enfrenta sérios desafios não somente relacionados
ao fortalecimento de suas instituições políticas. Uma antiga crise econômica, as disputas étnicas e as
facções políticas rivais completam a formação desse quadro de difícil resolução.

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