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História
A independência nos países da África e da Ásia
Antes da Segunda Guerra Mundial, movimentos nacionalistas enfrentaram o
colonialismo europeu na Ásia e África. Europeus exploraram colônias por recursos, mas
encontraram resistência. Na Guerra Fria, EUA e URSS buscaram influência, apoiando a
autodeterminação das colônias. Até 1965, muitos movimentos na Ásia e África
alcançaram independência, por meios pacíficos ou lutas armadas.
A via pacífica
Guerra ao comunismo
Após o desenlace da Segunda Guerra Mundial e o emergir do cenário da Guerra Fria, os
regimes governantes na América Latina se encontraram sob uma crescente pressão por
parte dos Estados Unidos, instando-os a uma intensificação vigorosa na sua luta
anticomunista. No ano de 1948, irrompeu a cena geopolítica a Organização dos Estados
Americanos (OEA), cuja sede se erigiu em Washington, D.C., solidificando um alicerce
ideológico norte-americano que se estendeu pela totalidade dos países continentais. A
intrínseca doutrina dessa nascente entidade delineava sem ambiguidade o propósito de
salvaguardar a integridade do hemisfério face à insidiosa ameaça da subversão
comunista.
Porém, por trás da aparência democrática, desenrolava-se uma trama geopolítica
complexa. A influência predominante dos Estados Unidos, de forma implícita, dava o
seu aval a uma série de regimes autocráticos que ganharam força na América Central.
Lideranças como Rafael Trujillo na República Dominicana, Anastasio Somoza García
na Nicarágua e Fulgêncio Batista em Cuba, em vez de serem marginalizadas, foram, de
fato, apoiadas de maneira dedicada no âmbito das influências americanas.
O ano de 1954, como uma encruzilhada histórica, testemunhou uma trama complexa —
a execução de um golpe de estado meticulosamente planejado, respaldado pelo selo
invisível de aprovação dos Estados Unidos. O clímax desse enredo foi a dramática
remoção do presidente guatemalteco Jacobo Arbenz, que ousou adotar medidas
nacionalistas em prol do desenvolvimento do país. Esse padrão se repetiu em outras
esferas geopolíticas, ressoando nas narrativas sócio-políticas do Brasil e do Chile.
À medida que os acontecimentos de 1961 se desenrolaram, uma nova nota de apreensão
perpassou as estratégias geopolíticas dos Estados Unidos. O estrondo da Revolução
Cubana ecoou nos corredores de Washington, acarretando temores acentuados de uma
difusão ideológica varrendo o cenário latino-americano. Uma paranoia paralisante
tomou conta dos formuladores de políticas, alimentando um desejo fervoroso de
neutralizar a influência crescente dos enclaves esquerdistas presentes nos meandros dos
movimentos trabalhistas. A resposta estratégica a essa emergência se materializou na
forma da Aliança para o Progresso, um programa ambicioso destinado a promover uma
série abrangente de reformas, incluindo a transformação radical das paisagens agrícolas.
Concomitantemente, os círculos militares dos Estados Unidos entraram em ação,
treinando as forças armadas latino-americanas para conduzir operações de contra
insurgência, numa tentativa preventiva de suprimir os movimentos guerrilheiros
incipientes, inspirados pelo ritmo revolucionário cubano, que começavam a surgir na
paisagem continental.
Ditaduras militares
Na latino-americana, a luta contra o comunismo desencadeou uma onda tumultuada de
golpes militares, muitas vezes apoiados secretamente ou indiretamente pelos Estados
Unidos. Vejamos o Brasil, por exemplo, onde as Forças Armadas, impulsionadas pelo
apoio civil, orquestraram a deposição do Presidente João Goulart na fatídica em Março
de 1964. Seguiu-se um efeito dominó, enredando outras nações nas suas garras: Bolívia
(1964), Argentina (1966), Peru (1968), Panamá (1968), Uruguai (1973), Chile (1973) e
mais além. Os regimes militares que varreram a América Latina exibiram uma
ferocidade autoritária, particularmente na sua repressão impiedosa aos movimentos de
esquerda. Na Argentina, uma história assustadora de horror se desenrolou quando o
aparato militar ergueu impressionantes 340 campos de concentração, cujos muros
testemunharam a tortura e a morte de quase 20 mil pessoas. Outros nove mil argentinos
foram detidos e ainda estão listados como desaparecidos até hoje. Uma crueldade
gritante emergiu quando cerca de 500 crianças, nascidas de mães presas e assassinadas
pelo regime militar, foram raptadas e enviadas para outras famílias, muitas delas ligadas
à própria maquinaria militar que orquestrou tais horrores. Aventurando-se no Chile,
palco de um quadro profundamente sombrio, onde a derrubada militar do presidente
socialista Salvador Allende, em setembro de 1973, manifestou uma torrente de presos
políticos. A magnitude desta população cativa foi tal que, logo nos primeiros dias, foi
relegada aos confins de um estádio de futebol. O capítulo seguinte desta tragédia
testemunhou inúmeras pessoas executadas, enterradas em sepulturas coletivas, cuja
existência foi apagada pelas maquinações da administração do general Augusto
Pinochet. No meio da disputa geopolítica, os governos militares embarcaram em
estratégias económicas, esforçando-se por rejuvenescer as suas respectivas nações.
Surgiu uma história de duas políticas: uma enraizada no estímulo impulsionado pelas
exportações e na abertura do mercado externo, a outra caracterizada por ajustamentos
económicos destinados a combater os défices públicos e a inflação. O Brasil
experimentou seu “milagre econômico” sob o presidente Médici durante esta época. No
entanto, o desenrolar da crise petrolífera no início da década de 1970 e uma mudança no
apoio dos EUA (com a administração de Jimmy Carter a apoiar estes regimes com
menos fervor do que os seus antecessores) precipitaram uma recessão económica
devastadora em toda a América Latina. Esta terrível constelação produziu uma
confluência de dívidas externas aumentadas, inflação crescente, restrições salariais,
queda do poder de compra de sectores da população, um aumento da pobreza e um
abismo cada vez maior de disparidades sociais. Os tremores sísmicos da recessão
abalaram os alicerces das ditaduras latino-americanas, acelerando o declínio dos
regimes militares à medida que a década de 1980 se aproximava. Gradualmente, a
democracia recuperou a sua posição na região, orquestrando um regresso faseado entre
1979 e 1990. treze países retornaram ao regime democrático, entre eles, Bolívia (1982),
Argentina (1983), Uruguai (1984), Brasil (1985), Guatemala (1985) e Chile (1990).