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(1910), entra numa nova fase. Os republicanos haviam criticado duramente os governos
monárquicos por terem abandonado as colónias. O aspecto mais relevante da sua ação
circunscreveu-se à criação de escolas. No plano económico, desde muito tempo era legal
1916 na região de Luanda.
O desenvolvimento económico só se inicia de forma sistemática, em finais da década de
1930, quando se incrementa a produção de café, sisal, cana do açúcar, milho e outros
produtos. Trata-se de produtos destinados à exportação.
A exportação da cana do açúcar, em 1914, pouco ultrapassava as 6 milhões de toneladas.
Em 1940 atingia já 4 mil milhões de toneladas exportadas.[carece de fontes] As fazendas e a
indústria concentraram-se à volta das cidades de Luena e de Benguela.
A exportação de sisal desenvolve-se durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Em
1920, foram exportadas pouco mais que 62 toneladas , mas em 1941 atingia-se já as
3.888. Dois anos depois, 12 731 toneladas. Em 1973 situavam-se nas 53 499. Estas
plantações situavam-se no planalto do Huambo, do Cubal para Leste, nas margens da
linha férrea do Dilolo, Bocoió, Balumbo, Luimbale, Lepi, Sambo, mas também no Cuinha
do norte e Malange.
Entre 1939 e 1943, as operações do exército português contra os nómadas Mucubais no
sul de Angola, acusados de rebelião e roubo de gado, resultaram em centenas de mortes.
Segundo os portugueses, os mucubais eram cerca de 5.000 e ocupavam uma área de dois
terços do tamanho de Portugal. Durante a campanha, 3.529 foram presos, sendo 20%
mulheres e crianças, e encarcerados em campos de concentração. Muitos morreram em
cativeiro de desnutrição, violência e trabalho forçado. Cerca de 600 foram enviados
para São Tomé e Príncipe. Centenas também foram enviadas para um acampamento
em Damba, onde 26% morreram.[11]
Abre-se um novo ciclo económico em Angola, que se prolonga até 1972, quando a
exploração petrolífera em Cabinda começar a dar os seus resultados. A subida da cotação
do café no mercado mundial, a partir de 1950, contribuiu decisivamente para o aumento
vertiginoso desta produção. Em 1900, as exportações pouco ultrapassaram as 5.800
milhões de toneladas. Em 1930 atingiam as 14 851. Em 1943 subiam para 18 838. A partir
daqui o crescimento foi vertiginoso. Em 1968 forma exportadas 182 954 e quatro anos
depois, 218 681 toneladas.
Para além destes produtos, desenvolve-se a exploração dos minérios de ferro. Em 1957
funda-se a Companhia Mineira do Lobito, que explorava as minas de Jamba, Cassinga e
Txamutete. Exploração que cedeu depois à Brasileira Krupp.
O desenvolvimento destas explorações, foi acompanhado por vagas de imigrantes
incentivados e apoiados muitas vezes pelo próprio Estado. Entre 1941 e 1950, saíram de
Portugal cerca de 110 mil imigrantes com destino às colónias, a maioria fixou-se em
Angola. O fluxo imigratório prosseguiu nos anos 1950 e 60.
Na década de 1950, a questão da descolonização das colónias africanas emerge no plano
internacional e torna-se uma questão incontornável. Em 1956 é publicado o primeiro
manifesto do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).
1961-1974
Ver artigo principal: Guerra Colonial
Ford Taunus em Luanda, em 1972.
A Independência do Congo Belga, em 1960, teve uma grande influência no despoletar dos
acontecimentos que marcaram o início da actuação dos movimentos independentistas em
Angola. Este acontecimento acelerou o ressurgimento de grupos políticos angolanos. [12] No
princípio dos anos 1960, três movimentos de libertação (UPA/FNLA, MPLA e UNITA)
desencadearam uma luta armada contra o colonialismo português.[13]
O governo de Portugal (uma ditadura desde 1926), recusou-se a dialogar e prosseguiu na
defesa até ao limite do último grande império colonial europeu. Para África foram
mobilizados centenas de milhares de soldados. Enquanto durou o conflito armado,
Portugal procurou consolidar a sua presença em Angola, promovendo a realização de
importantes obras públicas. A produção industrial e agrícola conheceram neste território
um desenvolvimento impressionante. A exploração do petróleo de Cabinda iniciou-se em
1968, representando em 1973 cerca de 30% das receitas das exportações desta colónia.
Entre 1960 e 1973 a taxa de crescimento do PIB (produto Interno Bruto) de Angola foi de
7% ao ano.
Ver também
Datas principais da história de Angola
Lista de governadores de Angola
Império Português
Referências
1. ↑ http://www.sciencemag.org/cgi/data/1172257/DC1/1
2. ↑ http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15340834
3. ↑ http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19383166
4. ↑ http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21109585
5. ↑ http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21453002
6. ↑ http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19425093
7. ↑ «Cópia arquivada». Consultado em 26 de junho de 2013. Arquivado do original em 7 de
fevereiro de 2012
8. ↑ João Medina & Isabel Castro Henriques (orgs.), A rota dos escravos: Angola e a rede do
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9. ↑ Douglas Wheeler & René Pélissier, Angola, Londres: Pall Mall, 1971.
10. ↑ Sungo, Marino Leopoldo Manuel. O reino do Mbalundu: identidade e soberania política no
contexto do estado nacional angolano atual. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal
de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação
em Antropologia Social, Florianópolis, 2015.
11. ↑ Coca de Campos , Rafael (2022). «Kakombola: O genocídio dos Mucubais na Angola
Colonial, 1930 – 1943». Atena Editora. ISBN 978-65-5983-766-
3. doi:10.22533/at.ed.663221201
12. ↑ Velez, Rui (2010). Salazar e Tchombé. o apoio de Portugal ao Catanga (1961-1967),
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa.
13. ↑ Christine Messiant (2006). L'Angola colonial, histoire et société: Les prémisses du
mouvement nationaliste. Basileia: Schlettwein
14. ↑ A situação em que Angola se encontrava naquela altura é descrita em Victoria
Brittain, Morte da Dignidade: A guera em Angola, Lisboa: Dom Quixote, 1996.
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