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A partir de 1960, com a nova política colonial portuguesa, as mudanças políticas e a crise do

regime de Salazar levaram a várias reformas políticas e econômicas nas colônias, como no caso
de Moçambique. A nova forma do colonialismo português introduziu formas que impediam o
desenvolvimento da população negra, seja ela pertencente à burguesia, agricultura ou comércio.

Nessa década, diversas manifestações contra o domínio colonial foram feitas no país através da
literatura, arte e greves de trabalhadores. Essas manifestações tomaram proporções maiores e
mais radicais com o desenvolvimento dos movimentos nacionalistas armados: FRELIMO, Frente
de Libertação de Moçambique.

Fundada no exílio, o FRELIMO iniciou a luta armada pela libertação nacional de Moçambique a
partir de 1964. Sua estratégia era a criação das “zonas libertadas”, áreas do território
moçambicano fora do controle da administração portuguesa. Assim, os revolucionários criavam
seu próprio sistema de administração, como se fosse um Estado dentro de outro.

O combate propriamente dito foi lançado oficialmente em 25 de Setembro de 1964, com o ataque
ao posto administrativo de Chai, em Cabo Delgado. O conflito contra as forças coloniais se
expandiu para outras províncias como Niassa e Tete e durou cerca de 10 anos. Assim que as
forças revolucionárias assumiam um território, elas estabeleciam as zonas libertadas, para
garantir bases seguras, abastecimento em víveres e vias de comunicação.

A guerra findou-se com a assinatura dos “Acordos de Lusaka”, em Setembro de 1974. Nesse
período foi estabelecido um governo provisório composto por representantes da FRELIMO e do
governo português, até que no dia 25 de Junho de 1975, foi proclamada oficialmente a
independência nacional de Moçambique.

Após a independência e com a saída “brusca” do aparato português, o país começou a passar por
sérias dificuldades para preencher os lugares deixados pelos portugueses. Nessa época,
Moçambique tinha uma população com uma porcentagem de 90% de analfabetos, além disso,
empresas e bancos portugueses procederam ao repatriamento do ativo e dos saldos existentes,
criando assim um rombo na economia de Moçambique.
Com ideologias comunistas e anticoloniais espalhando-se por toda a África, muitos movimentos
políticos clandestinos foram estabelecidos em favor da independência de Moçambique. Estes
movimentos afirmavam que as políticas e planos de desenvolvimento elaborados pelas
autoridades do governo eram voltadas apenas para o benefício da população portuguesa que
vivia em Moçambique, sendo que pouca atenção era dada à integração das tribos moçambicanas
e ao desenvolvimento das comunidades nativas. De acordo com as declarações oficiais
da guerrilha, isso afetava a maioria da população indígena, que sofria tanto com a discriminação
patrocinada pelo Estado quanto pela enorme pressão social. Muitos sentiam que tinham recebido
muito pouca oportunidade ou recursos para melhorar as suas competências e melhorar a sua
situação económica e social a um grau comparável à dos europeus moçambicanos.
Estatisticamente, os brancos portugueses de Moçambique eram de facto muito mais ricos e
qualificados do que a maioria negra nativa. Como resposta ao movimento guerrilheiro, o governo
português iniciou mudanças graduais, com novas políticas sócio-económicas e igualitárias para
todos os cidadãos a partir da década de 1960 e, principalmente, da década de 1970.

A Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) sob comando de Eduardo Mondlane deu


início a uma campanha de guerrilha, contra o governo português, em setembro de 1964.
Juntamente com os outros dois conflitos já iniciados em outras colónias portuguesas de África
Ocidental Portuguesa (Angola) e da Guiné Portuguesa, este entrave político tornou-se parte da
chamada Guerra Colonial Portuguesa (1961-1974). Sob a ótica militar, o exército
português manteve o controle dos centros populacionais, enquanto as forças de guerrilha
procuraram espalhar a sua influência em áreas rurais, especialmente aquelas localizadas ao norte
e oeste do país.

Após dez anos de guerra e com o retorno de Portugal à democracia através de um golpe militar


de esquerda em Lisboa, que substituiu o regime do Estado Novo em Portugal por uma junta
militar (a Revolução dos Cravos, de abril de 1974), e na sequência dos Acordos de Lusaka, a
FRELIMO assumiu o controle do território moçambicano. Moçambique tornou-se independente
de Portugal em 25 de junho de 1975. Após a independência, a maioria dos 250 mil portugueses
que viviam em Moçambique deixaram o país, alguns expulsos pelo governo, outros fugindo com
medo.

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