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Portugal: do

autoritarismo à
democracia;
Introdução:
Portugal passou por um período de autoritarismo que começou em 1926, quando um golpe militar
instaurou o regime ditatorial conhecido como Estado Novo, liderado por António de Oliveira Salazar.
Durante este período, o país viveu sob um governo centralizado, com forte controle político e repressão
da oposição.

No entanto, a partir da década de 1950, surgiram movimentos sociais e políticos que se opunham ao
regime, lutando pela democracia e pela liberdade de expressão. Em 1974, um golpe militar pacífico,
conhecido como a Revolução dos Cravos, derrubou o regime autoritário e restabeleceu a democracia
em Portugal.

A partir daí, o país passou por um processo de consolidação democrática, com a elaboração de uma
nova Constituição e a realização de eleições livres e democráticas. Desde então, Portugal tem sido
governado por um sistema democrático multipartidário, com liberdade de imprensa e de expressão,
garantias de direitos humanos e um Estado de direito.

Após a democratização, Portugal também passou por profundas transformações sociais e econômicas,
incluindo a entrada na União Europeia em 1986, o que contribuiu para o desenvolvimento do país e para
a sua integração no contexto internacional.
01
Na Política;
Na política:

Estado novo: Ditadura:

O Estado Novo foi o regime político


autoritário que governou Portugal
de
1933 a 1974. O regime foi liderado O Estado Novo foi uma ditadura
por António de Oliveira Salazar e, que reprimiu a oposição e a
depois, por liberdade de
Marcelo Caetano. expressão. As forças de segurança
do Estado usavam frequentemente
a tortura e a
violência para suprimir os
oponentes políticos.
Na política:
Constituíção de Censura e
Nacionalismo:
1933: propaganda:

A Constituição de 1933 O Estado Novo promovia O Estado Novo controlava


estabeleceu o Estado Novo um forte nacionalismo e a imprensa e censurava a
como um uma ideologia de mídia que
regime autoritário. A portugalidade que era considerada prejudicial
Constituição garantia os destacava a história e ao regime. O regime
poderes de Salazar e cultura portuguesa. O também usava
estabelecia um regime também propaganda para
sistema de eleições reprimia a oposição aos controlar a opinião pública
controlado pelo regime. ideais nacionalistas, e justificar suas políticas.
especialmente aqueles
que defendiam a
autonomia das colônias
portuguesas na África.
Na política:
Política externa: Guerra colonial:

Política externa: Durante o Estado O Estado Novo lutou uma guerra


Novo, Portugal manteve uma política colonial contra as colônias
externa de portuguesas na África. A guerra
neutralidade, não se alinhando nem começou em 1961 e durou até 1974,
com a União Soviética nem com o quando o regime
Ocidente. foi derrubado. A guerra colonial dividiu
Portugal também estabeleceu acordos a opinião pública portuguesa e
com as ex-colônias, como a Índia e o aumentou o
Brasil, e sentimento anti-regime.
manteve relações próximas com outros
países de língua portuguesa, como
Angola e
Moçambique.
02
Na económia;
Na economia:
Política Crescimento Investimentos
económica: económico: estrangeiros:
Durante o Estado Novo, a A política económica do Para impulsionar a
economia portuguesa foi Estado Novo resultou num economia, o Estado Novo
gerenciada por período atraiu
um sistema de de crescimento económico investimentos estrangeiros,
planeamento centralizado. durante os anos 60 e início principalmente de
O objetivo era modernizar dos anos 70. O país adotou empresas americanas.
e industrializar o políticas de industrialização Esses
país, reduzindo a e modernização, o que investimentos ajudaram a
dependência da agricultura levou a um aumento do PIB modernizar a indústria e a
e das exportações e a uma aumentar a produtividade.
tradicionais, como o melhoria nas condições de
vinho e o azeite. Para isso, vida de algumas camadas
o governo promoveu da população.
investimentos em
infraestruturas,
educação e saúde.
Nacionalizações: Desigualdades Crise económica:
sociais:
No entanto, o Estado Novo Apesar do crescimento
também nacionalizou várias económico, as desigualdades A crise do petróleo na década
indústrias e sociais de 70 afetou a economia
empresas, como a energia persistiram durante o Estado portuguesa,
elétrica e as Novo. A distribuição de renda que dependia muito da
telecomunicações. Isso levou era muito desigual e a importação de petróleo. A
a uma maior maioria da população vivia inflação e o desemprego
intervenção estatal na em condições precárias. aumentaram e o regime não
economia e a uma conseguiu lidar com a
diminuição da iniciativa situação.
privada.
Incapacidade de
democratização do
regime e
persistência/impass
e da Guerra
Colonial:
Democratização: Opsisão: Guerra colonial:
O Estado Novo envolveu-
Durante as décadas de A oposição ao Estado Novo se numa guerra colonial
1950 e 1960, houve cresceu durante os anos em suas colónias
crescente pressão por 60 e 70, com destaque africanas de Angola,
reformas políticas e pela para o Partido Comunista Guiné-Bissau e
democratização do Português, que liderou Moçambique. A guerra
regime. No entanto, várias greves e protestos. colonial durou de 1961 até
Salazar resistiu a essas 1974 e dividiu a opinião
demandas e manteve o pública portuguesa.
regime autoritário. Muitos portugueses se
opuseram à guerra
e ao regime autoritário
que a defendia.
Impasse da guerra: Queda do regime:

A guerra colonial acabou por se


Em 1974, um grupo de oficiais
tornar um impasse militar, com
militares liderou um golpe de
Portugal incapaz de derrotar os
estado que derrubou o regime do
movimentos de libertação nas
Estado Novo. A Revolução dos
colónias africanas. Além
Cravos, como ficou
disso, a guerra colonial era cada vez
conhecida, pôs fim à guerra colonial
mais detestado em Portugal e uma
e estabeleceu a democracia em
fonte de
Portugal.
crescente insatisfação com o
regime.
Transição para a democracia - período pré-
constitucional:
Revolução dos Movimento das Comissão coordenadora
cravos: forças armadas; do MFA:
O Movimento das Forças A Comissão Coordenadora
Em 25 de abril de 1974, Armadas, formado do MFA foi criada para
um grupo de militares por militares descontentes liderar a transição para a
liderou um golpe com o regime do Estado democracia e
de Estado em Portugal, Novo, liderou a Revolução supervisionar as eleições
conhecido como a dos livres.
Revolução dos Cravos, que Cravos e se tornou uma
pôs fim ao regime força política importante
autoritário do Estado durante a transição para a
Novo. democracia.
Nacionalizações: Conselho da
Eleições:
revolução:
As primeiras eleições livres Durante o período pré- O Conselho da Revolução
em Portugal desde 1926 constitucional, foram foi criado como um órgão
foram realizadas em 25 de realizadas várias consultivo
abril de 1975. As eleições nacionalizações de para o presidente da
foram vencidas pela setores-chave da República durante a
coligação de esquerda economia portuguesa, transição para a
conhecida como;Aliança incluindo a banca e as democracia.
Democrática. indústrias estratégicas.
Conclusão:
Em conclusão, a transição de Portugal do autoritarismo à democracia foi um processo complexo e
desafiador, mas que resultou em uma sociedade mais livre e justa, com um sistema político
representativo e uma economia aberta e dinâmica. Desde a Revolução dos Cravos em 1974,
Portugal tem feito grandes progressos em termos de consolidação da democracia e
desenvolvimento econômico, tornando-se um país cada vez mais integrado na comunidade
internacional.

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