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Salazarismo: O Nazifascismo à Portuguesa

António de Oliveira Salazar foi um dos ditadores que por mais tempo ficou no poder na
Europa. Inspirado em movimentos de extrema-direita, ele e sua cúpula impuseram um regime
rígido e sanguinário que durou 35 anos, fora o período em que a ditadura esteve sob o
comando de outros autocratas.

Em 1910 D. Manuel II foi deposto. A monarquia, sistema político de Portugal desde sua
fundação, havia enfim terminado. A república dava seus primeiros passos. No entanto, as
dificuldades causadas pela Grande Guerra abreviariam a sua vida. O envolvimento de Portugal
na Primeira Guerra Mundial a destruiu por dentro, causando enormes crises políticas e
econômicas que acarretariam um golpe militar em 1926. Óscar Carmona, o militar que
assumiu o poder, nomearia António Salazar como seu Ministro de Finanças e não tardou para
que este ascendesse pelos cargos públicos. Em 1933 foi escolhido Chefe do Conselho de
Ministros, o que significava, na prática, que ele era o Chefe de Governo (e do Estado)
português. Não tardou para que ele começasse a movimentar-se politicamente para
consolidar o seu poder. Neste ano promulgou uma nova Constituição que lhe outorgou
poderes absolutos, inaugurando o período conhecido como Estado Novo. O nome, não por
acaso, soa familiar, pois, em 1937, Getúlio Vargas implantaria a sua ditadura no Brasil, e
também a batizaria de Estado Novo.

A autocracia salazarista tinha como principais ideais o conservadorismo, o nacionalismo


colonialista, o anticomunismo e o corporativismo, isto é, a colocação do Estado enquanto
mediador das relações entre patrões e empregados, de modo a enfraquecer os sindicatos e
evitar conflitos entre classes. Deste modo, a Constituição e o regime legal foram moldados
com o objetivo de pôr tais valores em prática, por intermédio da censura e da proibição das
greves e manifestações populares contrárias à ditadura. O ultraconservadorismo de Salazar
chegou a um ponto absurdo quando foram proibidos beijos na boca em público, tudo apoiado
em uma moral cristã inacreditavelmente rígida e intransigente. O machismo também foi forte
característica das leis salazaristas: mulheres não podiam viajar sem permissão do marido, usar
biquínis, etc.

A implacável perseguição a opositores e a censura foram as principais razões por trás da


longínqua duração da ditadura. Torturas, prisões ilegais e execuções sumárias de adversários
do regime eram frequentes nesse período. A censura barrava toda e qualquer manifestação
contrária ao governo de Salazar, e aliada com a eficiente propaganda do Estado Novo,
garantiram uma sobrevida à autocracia.

A economia manteve-se estável nos primeiros anos do governo de Salazar. A neutralidade de


Portugal na Segunda Guerra Mundial a deixou em uma posição confortável para exportar suas
mercadorias para ambos os lados, mas, com o fim da guerra a economia pouco industrializada
e rural portuguesa começou a decair. Foram muitas as tentativas e planos para retirar o atraso
da economia de Portugal, sendo todos infrutíferos, e a situação só veio a se normalizar depois
do fim da ditadura.

O governo de Salazar foi inesperadamente calmo socialmente, tendo obtido sucesso em


controlar e sufocar qualquer tipo de conflito que pudesse causar um enfraquecimento do
regime, mas essa pirâmide de cartas caiu junto com Salazar e com o regime quando iniciaram-
se as guerras de independência das colônias portuguesas na África.
Apesar dos esforços da comunidade internacional, Salazar não cedeu e tentou manter a todo
custo seu império colonial. As guerras que se seguiram foram incrivelmente custosas e
danosas a Portugal, que perdeu inúmeros soldados e cometeu “sacrilégios” econômicos para
manter-se lutando. Essas guerras minaram a popularidade do regime. No entanto, a ditadura
do Estado Novo duraria mais do que o próprio António Salazar, que fora afastado do poder em
1968 e faleceria em 1970 em um acidente na sua casa. Marcello Caetano assumiu o seu lugar
no poder, e toda a população implorava por uma abertura democrática, nem que fosse lenta e
gradual, mas Caetano negou-se e foi derrubado no dia 25 de Abril de 1974 pela ala mais
esquerdista do exército no que ficou conhecido como Revolução dos Cravos.

António de Oliveira Salazar pegou um país em condições deploráveis política e


economicamente e morreu deixando-o em conjunturas similares às que encontrou quando
subiu ao poder. Suprimiu liberdades individuais, empreendeu guerras coloniais e perseguiu
opositores apenas para atrasar Portugal por 35 anos e ceifar dezenas de milhares de vidas
africanas, asiáticas e portuguesas em conflitos ilógicos. O legado sombrio do período
Salazarista perdura até hoje: muitas das dificuldades enfrentadas por Portugal hoje são
consequências desse período.

Referências Bibliográficas:
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/salazarismo.htm

https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/salazarismo.htm

https://www.todamateria.com.br/salazarismo-em-portugal/

https://www.dn.pt/edicao-do-dia/15-fev-2020/salazar-o-ditador-11821147.html

https://www.infopedia.pt/$economia-e-financas-no-regime-salazarista

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