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ACADEMIA DE BOMBEIROS MILITAR

CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS


BACHARELADO EM CIÊNCIAS MILITARES

REDUÇÃO DO TEMPO RESPOSTA: A UTILIZAÇÃO DA


MOTOCICLETA NO SERVIÇO EMERGENCIAL DO CORPO DE
BOMBEIROS MILITAR DO ESPÍRITO SANTO.

MÁRCIO DA COSTA CAVACHINI

Belo Horizonte
2013
Márcio Da Costa Cavachini

REDUÇÃO DO TEMPO RESPOSTA: A UTILIZAÇÃO DA MOTOCICLETA NO


SERVIÇO EMERGENCIAL DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESPÍRITO
SANTO

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


Academia de Bombeiros Militar do Corpo de Bombeiros
Militar de Minas Gerais como requisito parcial à obtenção
do grau de Bacharel em Ciências Militares.

Orientador: Paulo Eduardo Santiago Mesquita, Cap BM

Belo Horizonte
2013
RESUMO

O Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo (CBMES) é responsável pela


coordenação e execução das ações de defesa civil, prevenção e combate a
incêndios e explosões, busca e salvamento, e elaboração de normas relativas à
segurança das pessoas e de seus bens contra incêndio e pânico em todo o estado.
Na Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV), essas ações são realizadas
pelo Primeiro Batalhão de Bombeiros, em três Companhias dispostas na região. A
redução do tempo resposta com utilização de motos faz parte do planejamento
estratégico da instituição, uma vez que a deficiência das estradas, o aumento da
quantidade de veículos e a falta de mobilidade urbana dificultam os deslocamentos
emergenciais. O objetivo deste trabalho foi analisar o emprego de motocicletas no
serviço emergencial do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo como forma de
melhorar o tempo de deslocamento na primeira resposta aos sinistros na Região
Metropolitana da Grande Vitória, atendida pelo Primeiro Batalhão de Bombeiros
Militar. Os métodos propostos tiveram como objetivo identificar como o emprego da
motocicleta na redução do tempo resposta influencia na sobrevida das vítimas e no
combate aos incêndios, através de informações sobre como este serviço é realizado
em outros Corpos de Bombeiros da Federação. O trabalho verificou que,
atualmente, o tempo resposta realizado pelo CBMES na RMGV não está dentro dos
padrões internacionais, o que aponta a motocicleta como uma boa opção para
redução do tempo de deslocamento, tendo em vista que foi identificada uma redução
de 60% no tempo de deslocamento com a utilização da motocicleta pelos Corpos de
Bombeiros estudados.

Palavras-chave: Tempo resposta. Atendimento emergencial. Trânsito. Motocicleta.


Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo.
ABSTRACT

The Military Fire Department of Espírito Santo (CBMES) is responsible for the
coordination and execution of civil defense actions, prevention and fighting of fires
and explosions, search and rescue, and development of standards related to the
safety of people and their properties against fire and panic throughout the state. In
the metropolitan area of Grande Vitória (RMGV), these actions are performed by the
First Battalion of Firefighters, in three companies disposed in the region. The
reduction in response time with the use of motorcycles is part of the institution's
strategic planning, since the deficiency of roads, the increase in the number of
vehicles and the lack of urban mobility hamper the emergency displacements. The
aim of this study was to analyze the use of motorcycles in the emergency service of
the Military Fire Department of Espírito Santo in order to improve the displacement
time in the first response to accidents in the metropolitan area of Grande Vitória,
attended by the First Battalion of Firefighters. The proposed methods aimed to
identify how the use of motorcycle in reducing response time influence the survival of
victims and firefighting through information about how this service is conducted in
other Fire Departments in Federation. The work verified that currently the response
time performed by the CBMES in RMGV is not up to international standards, what
points to the motorcycle as a good option to reduce displacement time, considering
that it was identified a 60% reduction in travel time using motorcycle by fire
departments studied.

Keywords: Response time. Emergency care. Traffic. Motorcycle. Military Fire


Department of Espírito Santo.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 – Modelo de incêndio natural x Curva padrão .......................................... 25


FIGURA 2 – Curva temperatura-tempo de um incêndio real ..................................... 25
FIGURA 3 – Fases da evolução de um incêndio ....................................................... 26
FIGURA 4 – Lentidão no trânsito da Terceira ponte em Vitória devido a um carro com
defeito mecânico. ...................................................................................................... 31
FIGURA 5 – Arco metropolitano ................................................................................ 33
FIGURA 6 – Michaux-Perreaux, motocicleta a vapor ................................................ 38
FIGURA 7 – FN M86, modelo utilizado em desfile de apresentação na cidade de São
Paulo em abril de 1936 ............................................................................................. 40
FIGURA 8 – Minimoto Welbike da Segunda Grande Guerra ..................................... 41
FIGURA 9 – Honda Tipo A, 50 cm3 de 1948 ............................................................. 42
FIGURA 10 – Moto Operacional Bombeiros - MOB do CBPMESP ........................... 61
FIGURA 11 – Moto de Combate a incêndio do CBMERJ .......................................... 63
FIGURA 12 – Demonstrativo de Instalação de Unidades Operacionais .................... 67

GRÁFICO 1 – Acidentes de trânsito com vítimas segundo a faixa horária ............... 34


GRÁFICO 2 – Percentual dos atendimentos do CBMES .......................................... 35
GRÁFICO 3 – Maiores atendimento no ES ............................................................... 35

QUADRO 1 - Acionamento das Guarnições .............................................................. 16


QUADRO 2 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Quantidade de
militares e motos em serviço ..................................................................................... 56
QUADRO 3 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Início do
serviço emergencial com moto. ................................................................................. 57
QUADRO 4 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Principal
natureza de atendimento ........................................................................................... 58
QUADRO 5 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Horário de
atendimento............................................................................................................... 59
QUADRO 6 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Motos
utilizadas ................................................................................................................... 60
QUADRO 7 – Preço médio das motocicletas ............................................................ 62
QUADRO 8 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Uso de motos
específicas ................................................................................................................ 62
QUADRO 9 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Acidentes com
os motociclistas militares. .......................................................................................... 63
QUADRO 10 – Recursos disponíveis no 1º BBM ...................................................... 68
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Informações gerais do trânsito – Espírito Santo - 2012 ........................ 32


TABELA 2 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Redução do
tempo de deslocamento ............................................................................................ 60
TABELA 3 – Viaturas operacionais por companhia do 1º BBM e os tempos de
deslocamentos realizados no primeiro semestre de 2013. ....................................... 68
TABELA 4 – Suposição do tempo de deslocamento a ser realizado com a
implantação da moto no serviço emergencial do CBMES ......................................... 71
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABS Anti-lock Braking System


ABSL Auto-Bomba Salvamento Leve
ABTS Auto-Bomba Tanque Salvamento
APH Atendimento Pré-hospitalar
BBM Batalhão de Bombeiros Militar
BM Bombeiro Militar
CBMDF Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal
CBMERJ Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro
CBMES Corpo de bombeiros Militar de Minas Gerais
CBMMG Corpo de Bombeiros Militar Minas Gerais
CBPMESP Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo
CBU Comandante dos Bombeiros da Unidade
CEOpeM Curso de Especialização em Operações com Motocicletas
CET Companhia de Engenharia de Tráfego
CINDS Centro Integrado de Informações de Defesa Social
CIODES Centro Integrado Operacional de Defesa Social
CNM Confederação Nacional de Municípios
CNT Confederação Nacional do Transporte
CTB Código de Trânsito Brasileiro
DENATRAN Departamento Nacional de Trânsito
DETRANES Departamento de Trânsito do Espírito Santo
DF Distrito Federal
DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte
EPI Equipamento de Proteção Individual
EUA Estados Unidos da América
FN Fabrique Nationale d’Armes de Guerre
GAEPH Grupamento de Atendimento de Emergência Pré-hospitalar
IIHS Insurance Institute for Highway Safety
INEM Instituto Nacional de Emergências Médicas
ITO Instrução Técnico Operacional
ISO International Organization for Standardization
LGE Líquido Gerador de Espuma
MEM Medical Emergency Motorcycle
MG Minas Gerais
MIEMS Maryland Institut of Emergency Medical Services
MOB Moto Operacional Bombeiro
MTB Manual Técnico de Bombeiro
OCDE Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
OVACE Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho
PCR Parada Cardiorrespiratória
PF Polícia Federal
PHTLS Prehospital Trauma Life Suport
POP Procedimento Operacional Padrão
PRF Polícia Rodoviária Federal
RENAEST Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito
RH Recursos Humanos
RJ Rio de Janeiro
RMBH Região Metropolitana de Belo Horizonte
RMGV Região Metropolitana da Grande Vitória
SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
SCI Sistema de Comando de Incidente
SP São Paulo
SUS Sistema Único de Saúde
TKU Tonelada por Quilometro Útil
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 11
2 TEMPO RESPOSTA PARA ATENDIMENTO EMERGENCIAL ...................... 15
2.1 Atendimento Emergencial ..................................................................................... 15
2.1.1 O acionamento ............................................................................................... 16
2.1.2 O “a postos” da equipe ................................................................................... 17
2.1.3 O deslocamento .............................................................................................. 17
2.1.4 O atendimento no local ................................................................................... 18
2.1.5 A conclusão do atendimento ........................................................................... 19
2.2 Tempo Resposta .................................................................................................... 20
2.3 A Relação Entre o Tempo e a Necessidade de Resposta. ................................ 23
2.3.1 Sobrevida........................................................................................................ 23
2.3.2 Curva de incêndio ........................................................................................... 24
3 O TRÂNSITO NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO....................................... 28
3.1 O Trânsito do Brasil no Cenário Internacional .................................................... 28
3.2 Malha Rodoviária do Brasil ................................................................................... 29
3.2.2 Quantidade crescente de veículos no país ..................................................... 30
3.3 Velocidade Média dos Veículos nos Grandes Centros Urbanos do País. ....... 31
3.4 Situação do Trânsito no Espírito Santo ............................................................... 32
3.4.1 Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV) ........................................... 33
3.4.2 Tipos de ocorrências que mais ocorrem ......................................................... 35
4 USO DA MOTOCICLETA: DIMINUIÇÃO DO TEMPO RESPOSTA ............... 37
4.1 A Motocicleta e a Sociedade ................................................................................ 37
4.2 Uso da Moto nos Órgãos de Serviço Emergencial ............................................ 43
4.2.1 Uso internacional ............................................................................................ 43
4.2.2 Uso no Brasil .................................................................................................. 44
4.3 Vantagens e Desvantagens do Uso da Motocicleta ........................................... 46
4.3.1 Vantagens ....................................................................................................... 46
4.3.2 Desvantagens ................................................................................................. 47
4.4 Atendimento Emergencial com Motocicleta ........................................................ 48
5 METODOLOGIA ............................................................................................. 49
5.1 Quanto à Pesquisa ................................................................................................ 49
5.2 Cálculo do Tempo de Deslocamento Realizado pelo 1º BBM do CBMES....... 50
5.3 Simulação da Redução do Tempo de Deslocamento com Uso da Motocicleta
no 1º BBM do CBMES........................................................................................... 51
5.4 Cálculo do Tempo Resposta do 3º BBM do CBMMG ........................................ 51
5.5 Do Questionário ..................................................................................................... 52
5.6 Delimitações ........................................................................................................... 54
6 RESULTADOS OBTIDOS .............................................................................. 56
6.1 Análise das Respostas dos Questionários Enviados aos Corpos de Bombeiros
dos Estados de MG, SP, RJ e DF ......................................................................... 56
6.2 Moto Resgate no CBMMG .................................................................................... 64
6.3 O Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo ................................................ 66
6.3.1 Métodos utilizados para redução do tempo resposta ...................................... 70
6.3.2 Simulação na redução do tempo de deslocamento do 1º BBM do CBMES ... 70
7 CONSIDERAÇÕES E SUGESTÕES .............................................................. 72
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 74
APÊNDICE A .................................................................................................. 85
APÊNDICE B .................................................................................................. 87
11

1 INTRODUÇÃO

A necessidade de uma resposta rápida, eficaz e segura por parte dos serviços de
atendimento emergencial, vão ao encontro de necessidades prementes no
atendimento às situações de urgência e emergência (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2009).

Uma resposta rápida refere-se ao menor tempo decorrido desde o acionamento do


Corpo de Bombeiros ao momento em que a primeira guarnição chega ao local da
ocorrência (ROCHA, 2009).

Ao Corpo de Bombeiros Militar do Espirito Santo (CBMES) compete: “Coordenar e


executar ações de Defesa Civil, prevenção e combate a incêndios e explosões em
local de sinistro, busca e salvamento, elaboração de normas relativas à segurança
das pessoas e de seus bens contra incêndio e pânico” (ESPÍRITO SANTO, 1989).

O crescimento acelerado e desordenado das cidades exige dos Corpos de


Bombeiros modificarem suas formas de atendimento, tendo como exemplo a
realização do serviço emergencial com motos (GRIGULO, 2008, p.13).

A frota de veículos do Espírito Santo no ano de 2005 era de 804.757 veículos, no


ano de 2010 este valor passou para 1.2571.194 veículos, o que configura um
aumento de aproximadamente 56% em cinco anos (DETRANES, 2013a).

O aumento da frota de veículos, aliado as estreitas vias, ocasiona lentidão no


trânsito, fazendo com que o serviço de atendimento emergencial não atenda de
acordo com tempo resposta definido em normas reconhecidas mundialmente
(EMERGÊNCIA, 2012).
12

O principal uso da motocicleta nos Corpos de Bombeiros é no atendimento pré-


hospitalar1. No CBMERJ2 há mais de 450 atendimentos mensais, preferencialmente
para ações de APH. No SAMU Brasília são realizados cerca de 700 atendimentos
por mês, principalmente clínicos (EMERGÊNCIA, 2012).

Devido à necessidade de redução do tempo para se iniciar o atendimento a uma


ocorrência e, observado que a utilização de veículos de fácil mobilidade poderá
contribuir para isso; este estudo pretende avaliar a influência do uso da motocicleta
para diminuir o tempo resposta no serviço emergencial do Corpo de Bombeiros
Militar do Espírito Santo.

O presente estudo tem por objetivo analisar o emprego de motocicletas no serviço


emergencial do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo como forma de
melhorar o tempo de deslocamento da primeira resposta aos sinistros na Região
Metropolitana da Grande Vitória (RMGV) atendida pelo primeiro Batalhão de
Bombeiros Militar.

De forma mais específica, pretende-se:


a) Avaliar como é feito o serviço emergencial com utilização de motos nos Corpos
de Bombeiros Militares dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais
e Distrito Federal, para obter informações que subsidiem a criação desse serviço
no Espirito Santo;
b) Identificar a influência do emprego de motocicleta na redução do tempo resposta;
c) Verificar os efeitos da redução do tempo de deslocamento da resposta primária
na sobrevida de vítimas e no combate a incêndios.

As motos são empregadas nas ocorrências onde o tempo não pode ser
desperdiçado, a vantagem está no rápido atendimento e pronta resposta à

1
Atendimento Pré-hospitalar (APH) é o atendimento prestado em situações de urgência e
emergência, em eventos ocorridos fora do hospital, nos primeiros minutos após o agravo à saúde
(CRM, 2003).
2
Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ).
13

sociedade nos horários onde os veículos maiores tem dificuldade no deslocamento.


(EMERGÊNCIA, 2012).

O presente trabalho traz uma oportunidade de inserir, aos serviços prestados pelo
Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo à sociedade capixaba, uma nova
modalidade, já exercida em outros Corpos de Bombeiros do Brasil, que por sua
natureza diminuirá o tempo resposta nas ocorrências de bombeiros.

Elaborou-se como hipótese preliminar a implantação do serviço emergencial com


utilização de motos nas diversas ocorrências atendidas pelo Corpo de Bombeiros do
Estado do Espírito Santo.

Acredita-se que a implantação da motocicleta como uma viatura operacional, servirá


como uma boa ferramenta para obtenção da redução do tempo resposta,
convertendo em resultados significativos aos atendimentos realizados pelo CBMES
à sociedade capixaba.

Para compreensão do tema deste estudo, optou-se pela divisão em capítulos, a fim
de levar à interpretação do desenvolvimento. O segundo capítulo trata do
atendimento emergencial e sua relação com o tempo resposta realizado pelas
guarnições de bombeiros.

No terceiro capítulo abordou-se a situação atual do trânsito, partindo de uma


abordagem internacional convergindo para o que ocorre atualmente no Espirito
Santo, mais precisamente na RMGV. Aborda-se ainda, a situação da malha
rodoviária e os tipos de ocorrências mais comuns.

O quarto capítulo traz um breve histórico da motocicleta desde sua criação, no


século XIX, passando por sua evolução e uso nas grandes guerras mundiais,
chegando às primeiras motos utilizadas no Brasil. Finaliza-se o capítulo com uma
abordagem do uso da moto pelos serviços emergenciais no mundo e no Brasil.

No quinto capítulo, será demonstrada a metodologia do estudo, apresentando os


métodos propostos.
14

No sexto capítulo, são trabalhadas as informações adquiridas nos grupamentos de


motos dos Corpos de Bombeiros dos estados de SP, DF, RJ e MG, bem como
realizada uma simulação do tempo resposta com a implantação da motocicleta,
tendo como base o tempo resposta realizado pelo CBMES no ano de 2013.

No sétimo capítulo são apontadas as considerações finais e sugestões julgadas


cabíveis sobre o assunto estudado.
15

2 TEMPO RESPOSTA PARA ATENDIMENTO EMERGENCIAL

Este Capítulo aborda as formas de atendimentos emergenciais realizados pelos


Corpos de Bombeiros, partindo do acionamento, passando pela definição da equipe,
a postos, deslocamento e o atendimento no local.

Será tratada a definição do tempo resposta e como é fundamental o menor tempo de


atendimento através da análise da sobrevida e da curva de incêndio.

2.1 Atendimento Emergencial

O atendimento emergencial é todo serviço realizado pelos Bombeiros que


compreenda a urgência e emergência, sendo os atendimentos mais comuns:
incêndio urbano, envolvimento de pessoas em situações de riscos, salvamento
aquático, salvamento em altura e vitimas de traumas ou clínicas (CBMMG, 2010).

De acordo com Manual Técnico de Bombeiro (MTB) nº 13 do CBPMESP, o


atendimento emergencial:

Decorre de um evento repentino e inesperado, ou na iminência de


acontecer que requer ação imediata. O atendimento é emergencial quando
a consequência da ocorrência é o agravamento da situação ou dos danos.
O atendimento é emergencial apenas quando a ação do bombeiro no local
produza efeitos que eliminem ou reduzam o agravamento da situação ou
dos danos (SÃO PAULO, 2006a, p.6).

A partir das definições do CBMMG e do CBPMESP, podemos afirmar que o


atendimento emergencial é todo deslocamento realizado pelas guarnições de
bombeiros a fim de realizar um atendimento especializado, em que o menor tempo
decorrido do acidente ao atendimento definirá o desfecho da ocorrência.
16

2.1.1 O acionamento

O acionamento das guarnições no CBMMG é realizado através de sinais sonoros e


visuais. Há previsão de três equipes por unidade de bombeiros, equipe do Socorro
(viatura de combate a incêndio), equipe do salvamento e a equipe do resgate, além
da viatura do Comandante dos Bombeiros da Unidade (CBU) (MINAS GERAIS,
2002).

Segundo Batista (2009, p.38), existe no CBMMG as seguintes guarnições


operacionais: “[...] Auto-Bomba, Auto-Tanque, Auto-Jamanta, Auto-Comando de
Área, Auto-Resgate, Auto-Ambulância, Auto-Salvamento, Auto-Escada Mecânica,
Auto-Lança Elevatória, Auto-Socorro a Materiais Perigosos, Auto-Transporte de
Material e Moto- Resgate”.

QUADRO 1 - Acionamento das Guarnições

OCORRÊNCIA COR NR TOQUES INTENSIDADE


1º SOCORRO AZUL 01 LONGO
2º SOCORRO AMARELA 01 LONGO
1º SALVAMENTO VERDE 02 LONGOS
2º SALVAMENTO LARANJA 02 LONGOS
UR BRANCA 03 LONGOS
APOIO TODAS 04 CURTO

Fonte: CBMMG, 2002.

No caso do CBMES o atendimento emergencial é realizado através de três equipes:


uma unidade de resgate, uma Auto-Bomba Tanque Salvamento (ABTS) e o Auto-
Bomba Salvamento Leve (ABSL). O acionamento é realizado através de um sistema
de som colocado na unidade que descreve a chamada e a equipe empenhada.
17

2.1.2 O “a postos” da equipe

O “a postos” das equipes referem-se à preparação, de cada equipe especifica, para


o deslocamento no atendimento realizado pelos bombeiros. Segundo a Instrução
técnica operacional (ITO) nº1 do CBMMG, o “a postos” “É a disposição regular e
uniforme das GU em suas respectivas viaturas, para o deslocamento a atendimentos
operacionais” (MINAS GERAIS, 2002, p.2).

De acordo com protocolo operacional padrão do SAMU do município de franca em


São Paulo, o a postos dependerá da prioridade do atendimento, sendo o tempo de
60 segundos para deslocamentos em prioridade intermediária e de 30 segundos
para prioridade máxima.

No CBMMG o tempo padrão para iniciar o deslocamento não pode superar os 60


segundos desde o acionamento da equipe (MINAS GERAIS, 2002).

O “a postos” refere-se à disposição dos militares em sua equipe operacional, para


que possa iniciar o deslocamento. O tempo de preparação varia de instituição para
instituição, sendo comum o tempo não superior a 60 segundos.

2.1.3 O deslocamento

“Considera-se em deslocamento a viatura que tem pôr objetivo chegar ao local da


emergência, conforme os códigos de deslocamento” (SÃO PAULO, 2006b, p. 14).

Os deslocamentos nos atendimentos emergenciais são realizados de acordo com a


prioridade de cada ocorrência, sendo classificados por códigos. Com prioridade
mínima o deslocamento é realizado em código 1, em prioridade intermediária o
deslocamento é em código 2 e em prioridade máxima o deslocamento é realizado
em código 3 (SAMU, 2012).
18

O deslocamento em código 1, são os deslocamentos realizados sem prioridade de


chegada, obedecendo o previsto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e seguindo
a fluidez do trânsito, como exemplo o retorno de ocorrências e o abastecimento.
(SÃO PAULO, 2006b).

Os deslocamentos em código 2, são realizados com farol e sinalizadores óticos


ligados, ainda não são considerados deslocamentos emergenciais, porém devem
ser feitos nos deslocamentos sem prioridade nos períodos noturnos (MINAS
GERAIS, 2008).

Segundo a ITO nº 20 do CBMMG (2008), o deslocamento em código 3 é realizado


com sirene, sinalizadores óticos e faróis ligados. O código três é utilizado quando em
deslocamentos pra os locais de emergências.

No CBPMESP, os deslocamentos emergenciais com motos poderão ser realizados


pelos corredores, devendo o motociclista, tomar os devidos cuidados para não
transgredir as normas de trânsito (SÃO PAULO, 2006b).

As ocorrências de bombeiros variam por tipo e complexidade, devendo o condutor


de viatura emergencial utilizar o código de deslocamento apropriado à necessidade
da ocorrência, lembrando sempre que possível respeitar às normas de trânsito
vigentes.

2.1.4 O atendimento no local

Quando as guarnições de bombeiros chegam aos locais de ocorrências, as formas


de atuação possuem padronizações de acordo com cada Corpo de Bombeiro. No
CBMMG elas são conhecidas como Instrução Técnica Operacional (ITO), no
CBMES são os Procedimentos Operacionais Padrão (POP).
19

As ações emergenciais dos bombeiros são desenvolvidas de acordo com cada


ocorrência especifica3: APH, Salvamento e/ou Combate a incêndio.

O APH é o serviço realizado “[...] por profissional qualificado e habilitado que visa
acessar uma vítima que se encontre em condições de risco ou não, estabilizá-la e
transportá-la adequadamente, no menor tempo possível, ao hospital adequado”.
(SÃO PAULO, 2006a, p.5).

Nas ações de salvamento a atuação é bem ampla, o trabalho é realizado para


remoção de pessoas, animais e/ou bens em locais de difícil acesso, este serviço
requer grande especialização por envolver vários ambientes de atuações e diversos
equipamentos (ARAÚJO, 2012, p.28).

Ainda segundo Araújo, as ações de salvamento e APH são interligadas e, em muitos


casos, prestados ao mesmo tempo, ou seja, o salvamento é a remoção cuidadosa
de vítimas dos locais de sinistros.

Outra forma de atendimento emergencial do Corpo de Bombeiros é no combate a


incêndios. No local da ocorrência, através de conhecimentos profissionais e
habilidades, os bombeiros realizam o combate às chamas através de equipamentos
próprios ou existentes na estrutura ou proximidades (SÃO PAULO, 2006c).

2.1.5 A conclusão do atendimento

Por mais que haja uma equipe especifica para cada atividade exercida pelos Corpos
de Bombeiros, há uma grande relação entre elas. Os militares do salvamento
também realizam atividade de APH e de combate a incêndio, assim como os
militares do combate a incêndio realizam ações de salvamento e primeiros socorros.

3
Vide 2.1.1
20

Observamos que as ações das equipes de salvamento e combate a incêndio são


encerradas na própria cena, enquanto que às equipes de APH tem a missão de
entregar a vítima estabilizada ao hospital, o que torna imprescindível a existência de
um veículo especializado para o transporte.

Tal veículo deve dispor de mobilidade e agilidade para que a sobrevida do


acidentado seja prolongada. É notório que os veículos de transporte de acidentados
ou enfermos, as ambulâncias, são demasiadamente grandes para as vielas
comumente encontradas, e lentas nos deslocamentos devido ao trânsito das
grandes metrópoles.

É visível a necessidade de uma equipe precursora para o primeiro atendimento e


que esta mesma equipe esteja em condições de aumentar a fluidez do trânsito, caso
seja necessário, atuando como batedores para diminuir o tempo de chagada ao
atendimento médico especializado.

2.2 Tempo Resposta

“Uma frase muito conhecida no meio dos profissionais de segurança diz: “uma gota
de água apaga um palito de fósforo, um copo de água é necessário para apagar um
incêndio de um minuto, um balde após dois minutos e depois… ninguém sabe””
(VIEIRA, 2011. p.194).

Rocha (2009, p.51), diz que:

O tempo-resposta é medido pela velocidade com que o trem de socorro, ou


pelo menos, parte dele, a partir do acionamento feito pelo solicitante, chega
ao local do evento, estabeleça o equipamento e comece a operar no
combate ao desastre. Este hiato de tempo é fundamental para o salvamento
e preservação de muitas vidas.

“Tempo de resposta é o tempo decorrido do momento em que o solicitante entra em


contato com o CBMMG, usualmente via fone 193, até o momento em que a viatura
de APH chega ao local da ocorrência” (MINAS GERAIS, 2012, p.10).
21

Segundo o Instituto de Pesquisas Rodoviárias do Departamento Nacional de


Infraestrutura de Transporte (DNIT), “Denomina-se tempo de resposta do sistema o
intervalo de tempo entre o recebimento da informação do evento acidental, [...] e a
chegada da equipe de atendimento (resgate) no local” (DNIT, 2005, p. 71).

O tempo resposta pode ser divido em etapas e trabalhado separadamente. Segundo


Costa et al. (2011): o tempo resposta compreende a chamada, triagem, registro,
rádio, empenho, acionamento, saída da viatura, deslocamento e chegada ao local.

Ainda segundo Costa, as etapas do atendimento possuem tempo determinado,


variando poucos segundos de uma ocorrência para outra, com exceção do tempo de
deslocamento, que possui grande variação devido ao trânsito, tipo de viatura, horário
do dia e tipo de ocorrência.

O tempo resposta é uma importante variável que deve ser observada dentro de dois
conceitos muito utilizados no atendimento as vítimas: a “hora de ouro” e os “minutos
de platina”.

De acordo com o médico Dr. Adams Cowley / MIEMS (Maryland Institut of


Emergency Medical Services) (input PHTLS 2004) a hora de ouro refere-se ao
período de 60 minutos decorridos desde o agravamento da saúde, em que seria
necessário iniciar o tratamento definitivo.

Os minutos de platina segundo Verde (2010, p.6):

São os primeiros dez minutos a partir do momento em que aconteceu o


acidente, extremamente críticos em termos de imediato socorro, em razão
das sequelas permanentes ou até mesmo do óbito da vítima, resultantes de
lesões aos sistemas nervoso, respiratório e circulatório, que podem ser
afetados pela falta de uma respiração adequada.

A hora de ouro e os minutos de platina traduzem a necessidade dos órgãos de


serviço emergencial em realizar o atendimento no tempo pertinente à urgência da
vítima, influenciando diretamente nos resultados obtidos na ocorrência.
22

Os serviços de APH espalhados pelo mundo organizam-se com base no tempo


gasto em seus atendimentos, com intuito de prestar o atendimento da maneira mais
vantajosa. O tempo resposta é um dos principais indicadores de eficiência de um
serviço emergencial, este critério é mais do que uma questão de dados, refere-se a
um indicador estratégico. (MIR, 2013).

Para Silva (2010), o tempo decorrido para início do atendimento é uma das
principais características para sucesso do atendimento, vindo a influenciar
diretamente na sobrevida das vítimas.

O tempo mais importante é o tempo entre o início do agravo à saúde até o início do
atendimento do serviço de emergência a vítima. Este espaço de tempo define se a
assistência foi prestada em tempo suficiente (MIR, 2013).

Silva (2010) e Mir (2013) consideram o tempo-resposta como um dos pontos mais
importantes relacionados a um atendimento emergencial. Chegar à vítima com
conhecimentos e equipamentos para o atendimento, no menor tempo possível, será
o diferencial na sobrevida das vítimas.

“Chegar ao local é uma coisa, chegar à vítima é outra” (EID, 2013, p. 03).

Eid explora uma situação muitas vezes presenciada pelos bombeiros em seus
atendimentos, chegar à vítima é diferente de chegar ao local, deslocar-se a pé em
passagens estreitas carregando equipamento de APH, salvamento ou combate a
incêndio ocasionará o consumo de um tempo valioso no atendimento.

O corpo de Bombeiros, órgão muito solicitado em situações emergências, trabalha


sempre contra o tempo e o quanto antes chegar ao local da ocorrência e iniciar o
atendimento, trará melhores resultados à sociedade, tanto no trato às vítimas quanto
no controle da emoção dos expectadores.
23

2.3 A Relação Entre o Tempo e a Necessidade de Resposta.

As ocorrências emergenciais atendidas pelos Corpos de Bombeiros carregam


consigo a relação do tempo com a necessidade de resposta. Uma resposta rápida
poderá definir o sucesso ou não de uma ocorrência.

2.3.1 Sobrevida

Segundo o dicionário do Aurélio, sobrevida é o estado que sobrevive a outro. Vida


futura, prolongamento da existência além da morte, sobrevivência.

O tempo é fator decisivo no atendimento emergencial, a cada minuto que o socorro


demora, a situação pode se tornar irreversível. Paradas cardíacas e hemorragias
são exemplos de situações que rapidamente levam à vítima a morte (MIR, 2004).

As ocorrências pré-hospitalares demandam um menor tempo resposta e costumam


serem mais críticas e responsáveis pelo maior número sequelas. A redução da
morbimortalidade em situações envolvendo traumas e causas clínicas são
decorrentes do atendimento em menor tempo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

A partir de 4 minutos do início da PCR4, as chances de recuperação diminuem


drasticamente, a cada minuto sem atendimento a vítima perde cerca de 10% de
chance de sobreviver à parada, porém se o atendimento for realizado corretamente
a perda é reduzida a 3% por minuto (RIO DE JANEIRO, 2008, p.3).

Segundo Chapleau (2008, p. 82) “A parada cardíaca súbita geralmente é resultante


de um ritmo cardíaco anormal denominado fibrilação ventricular (FV) [...]. A
desfibrilação é o único tratamento efetivo para a fibrilação ventricular.”.

4
Parada cardiorrespiratória – PCR.
24

O fator determinante para a sobrevivência da vítima em uma ocorrência de parada


cardíaca é o tempo decorrido entre a perda de consciência e o uso do desfibrilador,
o coração tende a fibrilar na maioria dos casos de parada cardíaca (BRASÍLIA,
2007).

Ainda segundo o CBMDF, o uso do DEA é primordial nas vítimas de fibrilação


ventricular, sendo que a eficiência é inversamente proporcional ao tempo, ou seja,
diminui significativamente com o passar do tempo. Se a desfibrilação ocorrer entre 4
a 5 minutos do início da fibrilação a vítima pode vir a sobreviver sem sequelas.

Quando tratamos do controle de hemorragias, nos referimos à contenção do


extravasamento de sangue do corpo humano, que sem controle, pode levar à morte
da vítima em poucos minutos (RIO DE JANEIRO, 2008).

Uma hemorragia grave interfere no transporte de oxigênio e nutrientes para as


células, o que pode levar às células cerebrais à morte em menos de 4 minutos. A
hemorragia grave é um ponto primordial a ser verificado em vítimas, pois nada
adianta tratar uma PCR se houver hemorragias. (RIO DE JANEIRO, op. cit.).

2.3.2 Curva de incêndio

A curva de incêndio é uma simulação feita através de modelos matemáticos que


descrevem o aquecimento do ambiente em função do tempo, os modelos são
variados e possuem suas aplicações e limitações. A curva de incêndio padrão é
muito utilizada, haja vista que a curva de incêndio real contempla apenas os
incêndios comuns. (COSTA; SILVA, 2006).

A curva de incêndio real não é de fácil determinação, as características da


construção e a carga incêndio são alguns dos fatores que podem influenciar no
desenvolvimento do incêndio (COSTA; SILVA, 2008).
25

De acordo com Costa e Silva (2008), para simplificar os estudos, a curva real é
substituída por uma curva padrão, a mais difundida é a da ISO-834, porém esta não
apresenta muitas informações sobre o incêndio.

FIGURA 1 – Modelo de incêndio natural x Curva padrão

Fonte: (COSTA; SILVA, 2008, p.3).

O incêndio pode ser dividido nas seguintes etapas: “pré-flashover”, “Flashover” e


temperatura máxima. Os tempos de ocorrência diferem tanto quanto forem
diferentes os cenários do incêndio (COSTA; SILVA, 2006).

FIGURA 2 – Curva temperatura-tempo de um incêndio real

Fonte: COSTA; SILVA, 2006.

A partir da curva de incêndio real, percebemos uma divisão em três partes distintas.
A primeira parte refere-se ao início do incêndio, a temperatura está baixa e há um
desenvolvimento lento, podendo levar de 5 a 20 minutos, dependendo de diversos
fatores, como a carga incêndio, compartimentação e ventilação. (SEITO et al., 2008).
26

Na segunda parte, temos um aumento súbito da temperatura em uma pequena


variação de tempo, decorrente da ignição simultânea dos materiais combustíveis do
ambiente, ocorrendo um incêndio generalizado, o que caracteriza o fenômeno
“flashover”. (SÃO PAULO, 2006d).

A terceira parte caracteriza-se pela diminuição gradual da temperatura devido à falta


de combustível a queimar no ambiente, as chamas são reduzidas e começam a se
reduzir a brasas. (BRASÍLIA, 2009).

FIGURA 3 – Fases da evolução de um incêndio

Fonte: SEITO et al, 2008.

“O tempo é de extrema importância quando um sinistro ocorre e, em particular no


caso de um incêndio” (VIEIRA, 2011, p.194).

Segundo SEITO et al. (2008), o incêndio deve ser combatido em sua primeira fase,
ou seja, antes que ocorra o “flashover”, se isso ocorrer, a extinção do incêndio tem
grande probabilidade de sucesso.

De acordo com o manual de emprego operacional do CBMMG (2002, p. 06),


“‘Rapidez’ tanto no deslocamento para o atendimento ao sinistro, quanto nas ações
27

no local de trabalho; [...], são aspectos que garantem o atingimento do objetivo


tático”.

Para que se tenha uma boa resposta ao combate a incêndio, a primeira equipe de
bombeiros deve chegar ao local do incêndio em cerca de 4 min, e ter uma plena
resposta com 8 minutos (NFPA 1710, 2010).

Após cerca de 10 min do início do incêndio, o fogo se alastra para outros cômodos
da edificação, a partir deste ponto o controle do incêndio é dificultado pelo aumento
de temperatura dos materiais em queima, depois de 16 minutos a porcentagem de
destruição da propriedade tende a 100% (NFPA 1710, op. cit.).

Ainda segundo a NPFA, o mais importante para limitar a propagação do fogo é a


chegada rápida de um número suficiente de pessoal equipado, no menor tempo
possível do ponto de origem incêndio.

São vários os fatores que influenciam no atendimento emergencial, porém, o tempo


de deslocamento é a variável de maior importância, pois ela que determinará se o
atendimento foi realizado em tempo hábil.

Segundo Costa et al. (2011), o deslocamento é a principal variável no tempo


resposta, influenciando na sobrevida das vítimas e no combate antecipado as
chamas no caso dos incêndios, evitando em muitos casos que as situações de
emergência se tornem em desastre.
28

3 O TRÂNSITO NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Nesta parte do trabalho será feita uma abordagem do trânsito, partindo de uma visão
do Brasil em relação ao mundo e chegando mais precisamente a região
metropolitana da Grande Vitória, sob o enfoque dos acidentes de trânsito.

3.1 O Trânsito do Brasil no Cenário Internacional

Mundialmente, todos os anos, os acidentes de transporte terrestre são responsáveis


por mais de um milhão de mortes e por cerca de 20 a 50 milhões de pessoas
feridas, sendo 10 milhões por lesões incapacitantes (SANTOS et al., 2012).

Nos EUA foram registrados em 2008, 37.261 mil mortes no trânsito, de uma
população de aproximadamente 304 milhões, no mesmo ano na União Europeia,
foram registrados 38.876 mil mortes no trânsito de uma população de 498 milhões
de pessoas (CNM, 2009).

Segundo a CNM (2009), o Brasil apresentou em 2008, 57.116 mil mortes por
acidentes de trânsito de uma população de 189,6 milhões de pessoas.
Proporcionalmente o Brasil matou 2,5 vezes mais que os EUA e 3,7 vezes mais que
a União Europeia.

Percebe-se através de CNM, que as mortes no trânsito não estão associadas


somente ao crescimento da população e do número de veículos, mas principalmente
devido a uma alta vulnerabilidade ao risco.

Os números revelam que o Brasil vive uma verdadeira epidemia de lesões e mortes
no trânsito (SUS, 2011). No cenário internacional, o Brasil detém o terceiro lugar no
ranking dos países onde mais morrem pessoas envolvidas em acidentes de trânsito,
perdendo apenas para a China e Índia, segundo a Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) (GADAMER, 2002).
29

Observa-se a partir das afirmações de SANTOS, GADAMER e CNM, que o Brasil


possui um dos piores resultados quanto ao número de mortos em acidentes de
trânsito, perdendo para países com populações bem superiores, o que nos torna um
país que enfrenta de forma ineficaz os acontecimentos no trânsito.

De forma geral, nós vivemos em um caos no trânsito, os deslocamentos se tornam


mais demorados e perigosos. O Brasil continua seguindo o caminho contrário dos
países componentes da União Europeia e EUA no quesito trânsito seguro. (CNM,
2011).

3.2 Malha Rodoviária do Brasil

O transporte de cargas através das rodovias é responsável por mais de 60% da


quantidade de Tonelada por Quilometro Útil (TKU) transportada no Brasil (Lobo;
Hijjar, 2011).

O fato da maior quantidade de cargas serem transportadas pelas rodovias faz com
que as estradas brasileiras, sejam elas de responsabilidade federal ou estadual, não
possuam boa qualidade para deslocamentos dos veículos, tendo em vista o
desgaste provocado pelo peso transportado, muitas vezes de maneira irregular.

De acordo com a 16ª pesquisa CNT de rodovias, 72,2 % das rodovias no Brasil,
estão classificadas entre péssimo a regular, quando avaliadas a partir da média das
características de pavimento, sinalização e geometria da via.

A quantidade de veículos pesados aliado ao péssimo estado de conservação das


rodovias interfere significativamente no quantitativo de acidentes de trânsito.

Segundo o DNIT (2013), somente nas rodovias federais sob a sua jurisdição, entre
os anos de 2007 a 2011, morreram cerca de 40 mil pessoas envolvidas em
acidentes de trânsito, desse total mais de seis mil foram envolvendo motocicletas.
30

3.2.2 Quantidade crescente de veículos no país

Muitos são os elementos que contribuem para que o país apresente, a cada dia,
uma quantidade maior de veículos em sua frota. O fácil acesso ao financiamento
para aquisição de veículos e a falta de transporte coletivo de qualidade, são os
maiores responsáveis pela deterioração da mobilidade urbana, que são
demonstrados nos centros urbanos através da lentidão no trânsito (SILVEIRA, 2010).

Ainda segundo Silveira, a lentidão de veículos em uma via urbana é a principal


demonstração da falta de mobilidade, gerando demoras e preocupações nos
serviços de atendimentos à população.

No Brasil, a frota de veículos registrados no ano 2000 foi de 29.722.950 veículos,


este quantitativo refere-se a um valor bruto onde se incluem reboques, quadriciclos,
triciclos, tratores e outros. A frota registrada no mês de fevereiro de 2013 contabiliza
um total de 76.937.578 veículos, o que representa um aumento de aproximadamente
158% (DENATRAN, 2013).

Nos últimos 13 anos, a frota de automóveis aumentou aproximadamente 115%,


enquanto que o aumento de motocicletas foi de aproximadamente 395%, segundo
estes dados do DENATRAN (2013).

Podemos observar uma tendência na aquisição de motocicletas pela sociedade que,


prejudicada pela falta de mobilidade urbana, recorre a veículos mais ágeis para os
deslocamentos urbanos.

Os registros do RENAEST5 comprovam o aumento diário do número de motocicletas


no trânsito, logo a motocicleta tem se tornado mais comum e acessível devido às
vantagens que pode apresentar frente ao aumento do número de carros e a
degradação da mobilidade urbana.

5
Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito - RENAEST
31

3.3 Velocidade Média dos Veículos nos Grandes Centros Urbanos do País.

Muitos são os fatores causadores da baixa velocidade média nos grandes centros
urbanos do país, como os carros quebrados, obras nas vias, veículos pesados em
circulação, acidentes com fechamento de pistas e os horários de pico que estão se
dilatando e se encontrando no decorrer do dia. (RESENDE; SOUZA, 2009).

FIGURA 4 – Lentidão no trânsito da Terceira ponte em Vitória devido a um carro com


defeito mecânico.

Fonte: GAZETAONLINE, 2012.

Em Belo Horizonte, o trânsito é muito intenso, mais de 2,6 mil ônibus e um total de
536 mil veículos cortam diariamente as ruas do centro, fazendo com que a
velocidade média do trânsito fique em torno de 16 km/h (AYER; PARREIRAS, 2013).

Estudo realizado pela Companhia de Engenharia de tráfego (CET) de São Paulo


mostrou que no horário de pico mais intenso do dia a velocidade média realizada
pelos veículos é de 15 km/h (GLOBO, 2013).

Os motoristas no Rio de Janeiro também enfrentam problemas com o trânsito, a


velocidade média caiu para 20 km/h e a previsão para os próximos anos é de mais
redução. (FUNBIKE, 2013).
32

3.4 Situação do Trânsito no Espírito Santo

No Espírito Santo não foi diferente do que ocorreu em outros estados do Brasil.
Acompanhando a tendência nacional, a frota veicular teve um aumento significativo
de acordo com os relatórios anuais de estatísticas do DETRANES.

Os investimentos em petróleo, gás, setor portuário e logístico, ampliação de


shopping centers e empresas mineradoras no arco metropolitano da RMGV,
contribuíram para o aumento na circulação na região metropolitana (ABE; STELZER,
2008).

No período (2005-2010), a frota de automóveis aumentou aproximadamente 50%,


enquanto que o aumento de motocicletas foi de aproximadamente 65%, estes dados
do DENATRAN (2013) confirmam a mesma tendência nacional por aquisição de
motocicletas.

A tabela abaixo exemplifica informações gerais e indicadores do trânsito no estado


do Espírito Santo no período de 2005 a 2010.

TABELA 1 – Informações gerais do trânsito – Espírito Santo - 2012


Ano 2005 2006 2007 2008 2009 2010
População (habitantes) 3.408.365 3.464.280 3.519.742 3.519.742 3.487.199 3.512.672
Infrações 153.405 218.128 213.117 213.117 525.100 606.014
Acidentes 32.528 35.129 38.189 38.189 43.485 46.319
Vítimas 13.940 16.467 17.566 17.566 19.751 20.488
Média de acidentes com
27,66 30,73 34,63 34,63 39,42 41,42
vítimas por dia
Média de vítimas por dia 38,19 45,12 48,13 48,13 54,11 56,13
Fonte: DETRANES, 2011.

Através da tabela podemos observar que a população quase não variou no período
analisado, a quantidade de veículos aumentou muito e o número de infrações
praticamente quadruplicou.
33

O aumento do número de veículos circulando e a maior exposição dos condutores


ao risco, verificado através do elevado número de infrações, são os fatores que mais
provocam os acidentes de trânsito.

3.4.1 Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV)

As características dos deslocamentos, as barreiras naturais e o não


acompanhamento da infraestrutura das cidades frente à velocidade de reprodução
da frota de veículos, tem tornado o trânsito pior na RMGV (ABE; STELZER, 2008).

O arco metropolitano apresentado na figura abaixo, nos mostra o raio de 60 km de


abrangência da RMGV, partindo-se da capital vitória.

FIGURA 5 – Arco metropolitano

Fonte: ABE; STELZER, 2008.

Ainda segundo Abe e Stlezer (2008, p.5), “Os eixos utilizados para deslocamentos
internos são os mesmo utilizados para acesso e o atravessamento da cidade, e se
constituem também nos corredores de atividades principais”.

Além da lentidão, o trânsito provoca um grande impacto na vida das pessoas na


RMGV. No ano de 2005, a frota de veículos na RMGV era de aproximadamente 400
mil veículos ante aos 804 mil que existiam em todo o estado, neste mesmo ano,
34

mais de quatro mil pessoas foram vítimas em acidentes de trânsito. (DETRANES,


2013a).

GRÁFICO 1 – Acidentes de trânsito com vítimas segundo a faixa horária

Fonte: DETRANES, 2009.

Quatro anos depois, em 2009, havia cerca de 610 mil veículos na Região
Metropolitana da Grande Vitória, próximo da metade do número total de veículos do
estado, neste ano houve 6.909 vítimas do trânsito.

Na RMGV, no ano de 2005, foi registrado pico no registro do número de acidentes


entre as 17 e 19 horas. Ao verificar os anos de 2006 a 2009, observou-se um
aumento do número de ocorrências de aproximadamente 70%, havendo
manutenção no horário de maior incidência, entre as 17 e 19h (DETRANES, 2013b).

Os horários de trânsito mais lento na RMGV foram registrados das seis às nove da
manhã, de onze à uma hora da tarde e das cinco às sete da noite. Nos outros
horários o trânsito costuma fluir normalmente (TRIBUNA, 2013).

Através dos dados do DETRANES e da reportagem do jornal A tribuna, percebemos


que é entre 17 e 19h que mais ocorrem acidentes com vítima e este é o lapso
temporal de maior incidência de veículos nas vias, ocasionando engarrafamentos.
Portanto, este horário é onde temos uma maior atuação dos bombeiros nos
acidentes de trânsito, bem na hora de maior lentidão.
35

3.4.2 Tipos de ocorrências que mais ocorrem

Nos anos de 2011 e 2012 a área de maior atendimento realizado pelo CBMES foi no
atendimento pré-hospitalar, representando no ano de 2011, 51,7% e no ano 2012,
52,6% do percentual de atendimentos realizados pela corporação (CIODES, 2012).

GRÁFICO 2 – Percentual dos atendimentos do CBMES

Fonte: CIODES, 2012.

Ao verificar os resultados do relatório estatístico - CIODES/CBMES 2012 verifica-se


que a maior parte dos atendimentos realizados pelo CBMES refere-se à
colisão/choque de motocicleta. No ano de 2012, foram atendidas 3.663 ocorrências
desta natureza, representando um aumento de 23,4% em relação a 2011.

GRÁFICO 3 – Maiores atendimento no ES


36

O Brasil apresenta grande carência no controle do trânsito, fato demonstrado pelo


alto índice de mortes que ocorrem a cada ano. No estado do Espirito Santo não é
diferente, o grande número de veículos rodando diariamente aliado a alta exposição
ao risco por parte dos condutores levam ao desastre.

Os acidentes quando analisados separadamente não causam tanto impacto a


sociedade, porém quando vistos como um somatório de todos os casos, ficamos
diante de um desastre, que causa caos não somente a fluidez do trânsito, mas
também ao sistema de saúde (OLIVEIRA, 2010).
37

4 USO DA MOTOCICLETA: DIMINUIÇÃO DO TEMPO RESPOSTA

O presente capítulo se subdivide em três fases que se relacionam com a evolução


da motocicleta na história. Na primeira parte buscou-se apresentar o uso da
motocicleta pela sociedade de acordo com sua evolução no decorrer dos anos.

Na segunda parte faz-se uma abordagem do uso da motocicleta pelos serviços


emergenciais no mundo e principalmente no Brasil, por último faz-se uma
abordagem aos ricos e vantagens do uso de motocicletas.

4.1 A Motocicleta e a Sociedade

Desde a criação da roda pelos sumérios (por volta de 3000 AC.) surgiu uma nova
fase de desenvolvimento, que passando por carroças, carruagens, triciclos
motorizados e outras invenções resultariam nos veículos automotores. (ABRAM,
2013).

As motocicletas foram criadas em várias partes do mundo em períodos muito


próximos, porém alguns fatos marcaram a história deste veículo, como a criação da
primeira moto a vapor e a primeira com motor a combustão.

“As primeiras motocicletas foram construídas entre 1868 e 1869, utilizando grandes
e pesados motores a vapor. A motocicleta francesa Michaux-Perreaux, é o primeiro
registro de motocicleta” (FLASHBACKERS, 2009, p. 01).
38

FIGURA 6 – Michaux-Perreaux, motocicleta a vapor

Fonte: HOTPOT, 2010.

Na Alemanha as motos evoluíram a partir da bicicleta de “segurança” que oferecia


muitas vantagens em estabilidade, frenagem e facilidade de montagem. O alemão
Gottlied Daimler aplicou um motor à combustão nesta bicicleta, denominando de
“roda de montar” ou “carro de montar” (MERCEDES BENZ, 2013).

Nos Estados Unidos da América (EUA), a primeira motocicleta foi a Orient-Aster


(1898) fabricada três anos antes da Indian (1901) e aproximadamente quatro anos
antes da famosa Harley-Davidson (1903) (FLASHBACKERS, 2009).

Nos primeiros anos do século XX as motos fabricadas eram primitivas, sendo


basicamente estruturas de bicicletas reforçadas com um motor aparafusado. Muitas
foram às dificuldades encontradas pelos defensores deste meio de transporte, desde
a carência de bons projetos até a concorrência com o automóvel, que apresentava
melhor comodidade (SILVEIRA, 2010)

Segundo Araújo (1981), apud Júnior (2007, p. 19): “[...] a novidade dos transportes
da época era o automóvel e a linha de produção em massa tornou o mesmo
acessível à população em geral, deixando, assim, as motocicletas em um segundo
plano de veículo alternativo [...]”.
39

Outro impedimento ao desenvolvimento da motocicleta foi a depressão econômica


em 1929, dezenas de marcas de motocicletas desapareceram. Nos EUA, somente a
Harley-Davidson e a Indian conseguiram se manter devido a contratos com os
departamentos de polícia e forças armadas. (FLASHBACKERS, 2009).

O uso da motocicleta para fins militares foi registrado pouco antes da Primeira
Guerra Mundial, quando os exércitos já se preparavam para possíveis guerras. Na
Primeira Grande Guerra, foram utilizadas motos para diversos serviços. Só o
exercito alemão operava com 4.000 motos no início da Primeira Guerra Mundial.
(BASTOS, 2013).

No decorrer da Primeira Guerra Mundial, a motocicleta era vista pelo militares como
evolução e substituição aos cavalos, pois não necessitava de tantos cuidados. O
consumo reduzido de combustível, a linha de produção fácil e a utilização de
matérias primas comuns, tornaram o veículo diferenciado dos existentes e
apropriado em diversas situações (SILVEIRA, 2010).

Após a Primeira Guerra Mundial, a firma Belga Fabrique Nationale d’Armes de


Guerre (FN) da cidade de Herstal, desenvolveu a partir de um modelo civil a
motocicleta M86, que foi muito utilizada pelo Exército Belga e por países da América
do Sul. A moto era totalmente blindada e apresentava uma metralhadora, porém com
excessivo peso em sua blindagem. (BASTOS, 2013)
40

FIGURA 7 – FN M86, modelo utilizado em desfile de apresentação na cidade de São


Paulo em abril de 1936

Fonte: BASTOS, 2013.

A motocicleta FN M86 foi a primeira moto a ser utilizada por militares no Brasil. Em
1936, as motos foram utilizadas pela Força Especial de São Paulo, para reprimir
manifestações nas ruas, porém, tiveram vida curta, pois a polícia especial foi extinta
poucos anos depois. (MIOTTO, 2012).

“Com o advento da Segunda Guerra Mundial, a utilização de motocicletas voltou-se


para métodos e estratégias empregados com eficiência e novidades, que causaram
surpresa em algumas forças militares” (SILVEIRA, 2010, p. 20).

“A Segunda Grande Guerra tem início com as motocicletas em um número muito


mais expressivo na frente de batalha. Somente o Exército Norte-Americano possuía
90.000 motos Harley-Davidson no conflito” (JUNIOR, 2007).

Segundo Bastos (2013) e Junior (2007), percebe-se claramente um aumento


impressionante do uso de motocicleta entre a Primeira e Segunda Guerra Mundial
devido às vantagens que apresentava frente a outros veículos.

Durante a Segunda Guerra Mundial, no dia “D”, foi utilizado o que havia de mais
moderno sobre motocicleta, as “minimotos”. Esses veículos apresentavam uma
avançada tecnologia, um motor pequeno, silencioso e com potência suficiente para
41

os deslocamentos. As “minimotos” eram lançadas aos militares através de pára-


quedas (JUNIOR, 2007).

FIGURA 8 – Minimoto Welbike da Segunda Grande Guerra

Fonte: BIRCH, 2006.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a população necessitava de um veiculo


resistente e econômico que superasse a distância em locais onde o sistema viário
não era apropriado aos carros, assim a motocicleta apareceu como uma solução
para aquela realidade (FLASHBACKERS, 2009).

Na Europa, Japão e EUA, indústrias bem diversas concentraram suas atenções na


fabricação de bicicletas motorizadas, motonetas e motocicletas. É nesta época que
se dá o início da grande diversificação dos modelos de motos (FLASHBACKERS,
op. cit.).

A empresa de motos, Honda Motor Company, iniciou seu império em 1948, após a
venda de bicicletas com motores, o que incentivou a produção de um motor próprio,
dando assim origem ao império Honda (PUPO, 2013).

A Honda Motors do Brasil obtém 79,6% do mercado de vendas de motos (registrado


em 2012) sendo uma das maiores empresas de comércio de motocicletas do mundo
e tudo começou com a Honda Tipo A em 1947 (HONDA, 2013; PUPO, 2013).
42

FIGURA 9 – Honda Tipo A, 50 cm3 de 1948

Fonte: SAMAHÀ, 2009.

Segundo Flashbackers (2009), foi na década de 50 que a Lambretta do Brasil S.A.


inaugura a primeira fábrica de veículos no Brasil, antecipando-se até mesmo a
indústria automobilística. A implantação da indústria seguiu uma tendência mundial
da motoneta. A empresa passou por altos e baixos, porém não conseguiu superar a
concorrência das empresas japonesas.

Nos anos 60 houve grande investimento de empresas estrangeiras no mercado de


motos brasileiro, porém a motocicleta não teve boa participação na frota nacional de
veículos até o final do século XX (ZERBINI et al., 2009).

Em 1975, o número de motos fabricadas foi de 5.220 unidades, já em 2005 foram


registradas 1.213.517 motos. O grande aumento de motos foi observado a partir dos
anos 90 (ZERBINI et al., op. cit.).

As motocicletas têm sido utilizadas em diversos tipos de serviços no meio civil,


desde entregas de pequenas cargas como: documentos, cartas, lanches e até de
cargas um pouco maiores como água e gás. Em alguns lugares realizam até o
serviço de moto táxi que hoje possui regulamentação através do DENATRAN.

O trânsito tem se tornado cada vez mais lento e a sociedade cada vez mais exigente
com prazos, por isso há uma tendência em buscar alternativas contra os atrasos
43

cotidianos, muitos veem a moto como uma alternativa para o trânsito cada vez mais
caótico (ZERBINI et al., 2009).

Atualmente, motocicleta conseguiu conquistar seu espaço na sociedade moderna,


por mais que tentem ir contra, não há mais volta, a motocicleta se apresenta como
um meio de transporte barato e eficaz ante ao crescimento demográfico e o aumento
do número de veículos maiores. Certamente, podemos prever para o futuro motos
melhores, mais econômicas, mais resistentes e em maior quantidade nas estradas
brasileiras.

4.2 Uso da Moto nos Órgãos de Serviço Emergencial

4.2.1 Uso internacional

A motocicleta é muito utilizada pelos sistemas de serviço emergencial em todo o


mundo, mesmo em lugares onde o trânsito é disciplinado há a utilização deste
serviço, como é o caso de Tóquio no Japão. A utilização de motocicletas pelos
bombeiros japoneses se dá com motos de estilo on/off road (JUNIOR, 2007).

Na Inglaterra, o serviço de APH é realizado pelo Medical Emergency Motorcycle


(MEM), e estão situados em locais de áreas edificadas, onde pode ser difícil para
uma ambulância ou carro passar. As motos são capazes de chegar aos pacientes
rapidamente e começar o tratamento enquanto a ambulância está a caminho.
Atualmente existe este serviço no centro de Londres, Hackney e Tower Hamlets
(NHS, 2013).

Em Portugal, o Instituto Nacional de Emergências Médicas (INEM), realiza o serviço


com motos através dos Motociclos de Emergência Médica (MEM) com apenas um
técnico de emergência. O MEM “[...] tem como missão a sua deslocação rápida ao
local da ocorrência, com vista à avaliação e estabilização clínica inicial das vítimas
de acidente ou de doença súbita [...]” (INEM, 2013, p. 01).
44

O uso da motocicleta pelos bombeiros nos Estado Unidos é mais restrito do que em
outros países. Devido às boas condições viárias, grande quantidade de postos de
bombeiros e adensamentos urbanos estudados, as motos são potentes e pesadas,
sendo destinadas a congestionamentos de rodovias e vias de grande largura.
(SILVEIRA, 2013).

Em Israel, o serviço voluntário com motos (ambucycles) inovou na forma de atender,


quando distribuíram as motocicletas em Israel de forma que pudessem acessar
qualquer ponto da cidade com até 90 segundos, enquanto que a primeira reposta
com ambulância pode vir a levar até 10 minutos, o que fez da moto um importante
elo na cadeia de sobrevivência em uma emergência (ISRAELRESCUE, 2013).

4.2.2 Uso no Brasil

No país, o serviço de atendimento emergencial com motos já é realizado por boa


parte dos Corpos de Bombeiros, mesmo que em quantidades pequenas de motos
em alguns estados. O Distrito federal é a unidade federativa com maior quantidade
de motos atuantes no serviço operacional. (EMERGÊNCIA, 2012).

No Amazonas, o Corpo de Bombeiros faz o uso de motocicletas para o atendimento


pré-hospitalar, além disso, as motocicletas possuem extintores laterais, dando
também a possibilidade de atendimento a princípios de incêndio (GRIGULO, 2008).

No Acre, o Corpo de Bombeiros utiliza as motocicletas em ocorrências de traumas,


princípios de incêndios e prevenção em geral. Quando o serviço não é muito
requisitado, as guarnições de motos deslocam-se para o Parque da maternidade em
Boa Vista, para atendimento ao público, como: pressão arterial, nível de oxigenação
e eventuais socorros (JUNIOR, 2007).

Em Minas Gerais, a motocicleta é utilizada há muito tempo no serviço administrativo,


porém, o uso na área operacional se deu com a publicação da Instrução Técnica
45

Operacional (ITO) nº 20 em 2008. As motos atendem principalmente ocorrências de


atendimento pré-hospitalar (SILVEIRA, 2010).

No Ceará, o Corpo de Bombeiros utiliza motocicletas desde 2001, porém, o uso é


mais simples. As motos não possuem nada de diferente das motos originais,
contando apenas com bolsas laterais para materiais de atendimento pré-hospitalar
(JUNIOR, 2007).

No Distrito Federal, os bombeiros iniciaram o atendimento com moto em 2009, neste


ano o comandante do CBMDF justificou a criação do serviço a partir da diminuição
do tempo resposta em virtude do elevado trânsito nos horários de pico (SPAGNOLO,
2011).

Na Paraíba, o uso da motocicleta iniciou em 1999, limitada ao serviço de vistorias.


Só em 2007 foi criado o Atendimento Moto Resgate, desde então o serviço de moto
resgate é desenvolvido pelos bombeiros paraibanos nas cidades de Paraíba, João
Pessoa e em Campina Grande (SILVEIRA, 2010).

Em São Paulo, o serviço de Moto Operacional Bombeiro (MOB) teve início em 1999,
como projeto piloto, vindo a ser implementado em 2000 devido ao sucesso nos
atendimentos às ocorrências de bombeiros. Atualmente todos os batalhões de
bombeiros da capital possuem grupamentos de motos, que atendem todos os tipos
de ocorrências (JUNIOR, 2007).

Segundo Emergência (2012), o uso de motocicletas pelos bombeiros já é realizado


em vários estados brasileiros, além dos estados citados acima, temos: Alagoas,
Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte,
Rondônia, Santa Catarina, Seará. (EMERGÊNCIA, 2012).

Além dos Corpos de Bombeiros, o SAMU também utiliza motos em seu atendimento
emergencial. O uso da moto foi iniciado em dezembro de 2008 (MS, 2013). A
utilização da motocicleta do SAMU (Motolância) é para atendimento rápido às
ocorrências clínicas e traumáticas (MINISTÉRO DA SAÚDE, 2009).
46

4.3 Vantagens e Desvantagens do Uso da Motocicleta

4.3.1 Vantagens

O grande aumento do número de motos no trânsito se deu pelas vantagens que a


motocicleta apresenta frente aos carros. A facilidade nas mudanças de direção,
estacionamento e economia de tempo e combustível, tem atraído mais pessoas a
utilizar este tipo de veículo (SANTOS, 2009).

Ainda segundo Santos, a motocicleta também apresenta outras vantagens como:


menor poluição, menor ruído, aumenta a mobilidade para aqueles de menor poder
aquisitivo e ocupam um menor espaço aumentando a fluidez do trânsito.

Segundo Oliveira (2011, p. 38) as vantagens da motocicleta operacional:

[...] estão na sua manobrabilidade e versatilidade em ultrapassagem e


passagem em vias em trânsitos urbano caótico e engarrafado,
deslocamentos em corredores, transposição de canteiros centrais,
descerem escadas, condução em trilhas de matas, dentre outras.
Consequentemente agilidade e rapidez na chegada no local da ocorrência
para o atendimento as vítimas reduzindo o tempo resposta. O fato da
redução do tempo no local das ocorrências , traz a possibilidade de obter
dados para repassar a Central de Operação de Bombeiros (COBOM)
posteriormente acionar os recursos de apoio no caso de necessidade .

Segundo Martins (2001), apud Júnior (2007, p. 27):

O serviço de atendimento de emergência, na maioria dos Corpos de


Bombeiros do mundo, optou por utilizar motocicletas, pois principalmente
nos grandes centros, a maior problemática é o trânsito, devido a
grande quantidade de veículos e de pedestres, aliado a o fato de em
diversos logradouros não ser possível o tráfego de veículos quatro
rodas.

Desde a sua criação, a moto evoluiu muito e apresenta-se hoje em dia como uma
boa opção a quem deseja um veículo pequeno, econômico e ágil, capaz de superar
o trânsito e economizar o tempo. Muitos são os serviços e empresas que lançam
mão deste recurso para melhorar o atendimento à sociedade.
47

4.3.2 Desvantagens

Ao mesmo tempo em que a motocicleta apresenta vantagens ante os veículos


maiores, ela possui grande vulnerabilidade aos riscos apresentados pelo trânsito
brasileiro.

O índice de acidentes com motos que geraram mortes tem crescido de forma
alarmante. Em nove anos o número de óbitos mais que triplicou na região sudeste,
gerando um crescimento de 214% (SUS, 2011).

Segundo o CNM (2009, p.19):

Os acidentes envolvendo motos estão aumentando a cada ano, pulando de


9% do total de acidentes em 2000 para 22% dos acidentes em 2007. Esse
dado reflete um grande aumento da frota de motos nas ruas do país,
somado à irresponsabilidade dos motociclistas no trânsito e às brandas leis
que vigoram no Brasil.

“A “criação” das profissões de “motoboy” e, mais recentemente, de “moto-taxistas”


aliada à falta de fiscalização [...], está sedo capaz de ocasionar maior número de
acidentes e, consequentemente, de feridos e de mortos.” (JORGE, 2012, p. 32).

Através de SUS, CNM e Jorge, podemos inferir que a maior desvantagem da


motocicleta é a vulnerabilidade ao acidente, sendo que o risco de se acidentar não
muda, ele é inerente ao ambiente em que o motociclista frequenta.

Outra forma de reduzir a vulnerabilidade do motociclista é a realização de


treinamentos distintos para os profissionais que atuam sobre duas rodas, além do
aumento das operações de fiscalização que, unidas à campanhas de educação no
trânsito, tendem a diminuir os nefastos números do trânsito

De acordo com um estudo realizado pelo Insurance Institute for Highway Safety
(IIHS) pelo menos 37% dos acidentes fatais poderiam ter sido evitados se as
motocicletas possuíssem o sistema ABS e nos casos de acidentes sem morte,
seriam 23% menores (CESVI, 2013).
48

Mesmo trazendo muitas vantagens a motocicleta apresenta pontos negativos que


muitas vezes afastam a possibilidade de novos motociclistas e de novos serviços. O
maior problema do uso da moto é a vulnerabilidade que o motociclista apresenta na
condução desta, que pode ser evitado com a utilização correta de EPI’s, sistemas de
segurança do próprio veículo e orientações sobre condução.

4.4 Atendimento Emergencial com Motocicleta

As motos são empregadas nas ocorrências onde o tempo não pode ser
desperdiçado, a vantagem está no rápido atendimento e pronta resposta à
sociedade nos horários onde os veículos maiores tem dificuldade no deslocamento.
(EMERGÊNCIA, 2012).

As motos podem ser empenhadas em ocorrências de resgate, combate a incêndios,


salvamento e produtos perigosos, porém em alguns estados as motos são utilizadas
apenas no APH, como é o caso CBMDF. (MINAS GERAIS, 2008; SPAGNOLO,
2011).

O atendimento emergencial com motos é realizado por dois militares, sendo um


profissional por moto, que se deslocam aos locais de emergências simultaneamente
com o deslocamento da viatura principal que solucionará definitivamente a
ocorrência (SÃO PAULO, 2005).

Os motociclistas possuem limitações no atendimento de emergências de bombeiros,


logo, o atendimento realizado por eles é com ênfase à preservação da vida. Ao
chegarem ao local da ocorrência, iniciarão o atendimento conforme preconizam os
manuais previstos (MINAS GERAIS, 2008).
Com a chegada da viatura principal, esta assumirá a ocorrência, cabendo aos
militares da moto passar-lhes as novidades, recolher seus equipamentos e retornar
ao quartel, finalizando o atendimento da moto (SÃO PAULO, 2005).
49

5 METODOLOGIA

5.1 Quanto à Pesquisa

Foi utilizada uma pesquisa aplicada com o objetivo de gerar conhecimento para
fornecer subsídios para a redução do tempo resposta, tema de interesse do CBMES.

A “Pesquisa aplicada consiste na utilização do conhecimento da pesquisa básica e


da tecnologia para se obter aplicações práticas como produtos ou processos”
(JUNG, 2003, p. 114).

Para pesquisa bibliográfica foi utilizada uma ampla consulta a artigos, documentos,
literaturas, jornais e revistas à disposição nos diversos servidores da internet. Os
documentos de língua estrangeira foram trabalhados a partir de sua tradução literal.

Procurou-se na revisão da literatura buscar informações sobre o uso atual da


motocicleta por órgãos responsáveis pela segurança pública, avaliando o
desempenho da prestação desses serviços, bem como a realização de uma
comparação entre os Corpos de Bombeiros dos estados de Minas Gerais, Distrito
Federal, São Paulo e Rio de Janeiro.

Conforme Silva (2001, p. 37) a revisão da literatura:

[...] resultará do processo de levantamento e análise do que já foi publicado


sobre o tema e o problema de pesquisa escolhidos. Permitirá um
mapeamento de quem já escreveu e o que já foi escrito sobre o tema e/ou
problema da pesquisa.

Foi realizada uma pesquisa qualitativa com a finalidade de demonstrar a efetividade


do uso da motocicleta nos Corpos de Bombeiros. Para JUNG (2013, p. 40). “Os
modelos qualitativos são aqueles formulados a partir de descrições intuitivas do
pesquisador ou indivíduo pesquisado”.
50

Procurou-se também, através de um universo de dados, fazer comparações acerca


do aumento da frota com a lentidão no trânsito, inferindo tendências sobre a
mobilidade urbana.

“O método comparativo consiste no confronto entre elementos, levando em


consideração seus atributos. Promove o exame dos dados a fim de obter diferenças
ou semelhanças que possam ser constatadas, e as devidas relações” (BONAT,
2009, p. 29).

Como base lógica à investigação, foi utilizado o método dedutivo, ou seja, uma
construção lógica do conhecimento, no qual foram realizadas conclusões a partir de
uma sequência de informações anteriormente verificadas (SILVA, 2001).

O estudo sobre a implementação do serviço emergencial com motos no Espírito


Santo se deu a partir do interesse do CBMES, através do plano estratégico
2011/2014, em minimizar o tempo resposta com estudo sobre a viabilidade de
implantar o serviço emergencial piloto com utilização de motos.

5.2 Cálculo do Tempo de Deslocamento Realizado pelo 1º BBM do CBMES

Para a estimativa do tempo de deslocamento realizado pelas viaturas operacionais


do CBMES na área do Primeiro Batalhão de Bombeiros, foram coletados 2983
registros de ocorrências atendidas no primeiro semestre de 2013, do total de
ocorrências, foram desconsideradas 1485 ocorrências (ocorrências que presentaram
erro na confecção ou que estavam fora do horário delimitado) e aproveitados
50,25% dos registros.

Para tornar o estudo possível de comparações, foi realizada a delimitação dos


dados, a fim de seguir o objetivo da pesquisa e acompanhar as características da
situação investigada. (PESCE; IGNÁCIO, 2009).
51

O tempo de deslocamento para fins de cálculo refere-se ao tempo decorrido desde a


saída da viatura da OBM, ao momento em que chega a cena da ocorrência (COSTA
et al., 2010).

Utilizando-se do armazém de dados do CIODES, que informa a hora de início da


operação e a hora de chegada ao local, foi realizado o cálculo da diferença de tempo
entre estes dois momentos, nos reportando o tempo de deslocamento.

O objetivo deste trabalho é verificar a influência da motocicleta na redução do tempo


resposta, logo foram considerados somente os tempos dos deslocamentos no
período das 07 às 19h, horário este que representa o período mais comum de
atuação das equipes de moto nos Corpos de Bombeiros estudados.

5.3 Simulação da Redução do Tempo de Deslocamento com Uso da Motocicleta no


1º BBM do CBMES

Partindo da tabela 3, que expressa o tempo de deslocamento realizado pelas


viaturas operacionais do 1º BBM do CBMES no período das 07 às 19h no primeiro
semestre de 2013, e considerando que a moto nos Corpo de Bombeiros estudados,
reduziram aproximadamente 60% no tempo de deslocamento, foi criada a tabela 4.

A tabela 4 expressa uma suposição do tempo de deslocamento que seria realizado


com a utilização da motocicleta pelo CBMES. Para isso, foi realizado o cálculo
reduzindo o tempo de deslocamento, aferido na tabela 3, em 60%.

5.4 Cálculo do Tempo Resposta do 3º BBM do CBMMG

Para Minas Gerais (2012), o tempo resposta é o tempo decorrido entre a solicitação
do serviço emergencial ao momento em que a viatura chega ao local da ocorrência.
52

Diante da definição, foi calculado o tempo resposta médio nas ocorrências


emergências, realizado pelas viaturas operacionais do 3º BBM, no primeiro
semestres de 2013, no período compreendido entre 07h30min às 19h30min, período
do dia em que atua o moto resgate na Unidade.

Para cálculo do tempo resposta, foram utilizados os dados do armazém do CINDS,


que informam os campos de horário da comunicação do fato e horário no local. Foi
realizada a subtração dos tempos e a média dos tempos aferidos, resultando no
tempo resposta médio do 3º BBM no 1º semestre de 2013.

Foram desconsiderados os empenho da AMO e as ocorrências de: captura de


animais, corte e poda de árvores, enxame de insetos, resgate de cadáver, pessoa
desaparecida, resgate de animais em risco, salvamento de pessoa ilhada e
transporte inter-hospitalar.

Foi solicitado junto ao CINDS o tempo resposta realizado pela moto resgate no
primeiro semestre de 2013, porém informaram que o sistema não retorna a busca
com informações sobre a moto, nem faz o calculo do tempo resposta deste recurso.

Para estimativa da redução do tempo resposta com uso da motocicleta, foram


utilizados os últimos registros do tempo resposta realizado pela moto resgate aferido
nos anos de 2009 e 2010, a partir do trabalho de Oliveira (2011).

5.5 Do Questionário

Quanto aos objetivos deste trabalho, foi realizada uma pesquisa exploratória,
através de um questionário aplicado aos comandantes dos grupamentos de motos
dos Corpos de Bombeiros Militares de SP, DF, RJ e MG.

A pesquisa exploratória, de acordo com Reis (2008), acontece no estudo de áreas


geralmente pouco estudadas, ou seja, há pouco conhecimento formalizado sobre o
53

assunto e o pesquisador necessita de aprimorar e supor ideias sobre o tema em


estudo.

Os questionários enviados a outras corporações tiveram o objetivo de complementar


a pouca literatura existente sobre o uso de motos, buscando informações de como é
realizado o serviço, a fim de realizar comparações identificando pontos comuns e
suas peculiaridades, para que no final sejam realizadas sugestões de emprego para
o CBMES.

Procurou-se através do questionário (apêndice A), a participação dos Corpos de


Bombeiros estipulados nos objetivos deste trabalho, utilizando o conhecimento
adquirido nos anos de serviços com motos a fim de gerar informações para este
trabalho.

As perguntas foram criadas de forma que abrangessem o máximo de informações


sobre o uso de motos no serviço operacional. A primeira pergunta foi destinada a
verificar a estrutura do serviço com motos nos Corpos de Bombeiros.

A segunda pergunta ateve-se a abstrair informações sobre o atendimento


emergencial com motos. A terceira pergunta teve o intuito de identificar a influencia
da moto na redução do tempo resposta.

A quarta pergunta tratou dos modelos e tipos de motocicletas que possuem as


corporações e a quinta pergunta teve o objetivo de trazer informações sobre os
riscos da atividade com motos, a partir do ponto de vista de cada Comandante de
Grupamento de motos.

A entrevista pessoal (apêndice B) com o responsável pelo grupo de motos do 3º


BBM do CBMMG foi realizada com o objetivo de obter informações “in loco”, do
desempenho do motorresgate na área de atuação do batalhão, e de informações
que fogem ao questionário.
54

O CBPMESP não respondeu ao questionário diretamente, logo foi realizado contato


com um Comandante de Batalhão do bombeiro de São Paulo, onde este
encaminhou um trabalho onde respondia as questões apresentadas no questionário.

O questionário foi realizado com uma distribuição em cinco grupos, onde são
abordadas informações sobre: a estrutura do serviço com moto, o atendimento
emergencial, tempo resposta, tipos de motos utilizadas e os riscos dessa atividade.

5.6 Delimitações

A Região Metropolitana da Grande Vitória foi escolhida ante outras regiões do


Espírito Santo, por apresentar quase metade da população total do estado em
apenas 5% do território, o que faz a densidade demográfica na RMGV ser nove
vezes maior do que a média do estado. (ESPÍRITO SANTO, 2013a).

O Primeiro Batalhão de Bombeiros Militar (BBM), situado na capital do estado do


Espírito Santo, foi escolhido para verificação do tempo resposta e implantação do
serviço emergencial com motos devido a sua disposição estratégica na RMGV.

O 1º BBM abrange sete municípios dos oito que compõem a RMGV, com exceção
do município de Guarapari que é atendido pela 1ª Cia independente (ESPÍRITO
SANTO, 2005; ESPÍRITO SANTO, 2008).

A escolha dos Corpos de Bombeiros Militares dos estados de São Paulo, Rio de
Janeiro, Distrito Federal e Minas Gerais, se deu pelo fato de já possuírem o
atendimento com motos implementado e continuado.

O tempo resposta do 1º BBM do CBMES não foi calculado devido a influencia da


demanda reprimida, ou seja, a quantidade de ocorrências que deixam de ser
atendidas ou o seu atendimento é atrasado, em virtude da indisponibilidade de
recurso (ESPÍRITO SANTO, 2008).
55

A demanda reprimida faz com que, o deslocamento para atendimento da ocorrência


não seja realizado logo após o processamento da informação pelo CIODES,
havendo uma dilatação no tempo resposta, não sendo possível fazer comparações
sobre a redução do tempo resposta.

Não foi realizado neste estudo, uma pesquisa que avalia-se o investimento
financeiro realizado por cada corporação na implantação do serviço com motos,
tendo em vista que o objetivo deste trabalho é dar subsídio para implantação do
serviço com foco na redução do tempo resposta.

Não foi realizada uma comparação entre o efetivo total das corporações com o
efetivo empregado no serviço, pois o serviço emergencial com motos é encarado de
maneira diferente em cada Corpo de Bombeiro. No CBMERJ as motos atuam em
todos os tipos de ocorrências, enquanto que no CBMDF apenas no APH (MINAS
GERAIS, 2008; SPAGNOLO, 2011).
56

6 RESULTADOS OBTIDOS

Neste capítulo serão apresentadas as informações adquiridas através do


questionário enviado aos comandantes dos grupamentos de motos de MG, RJ, SP e
DF. Também serão abordadas informações do CBMES quanto às ocorrências e
estratégias adotadas para redução do tempo resposta.

6.1 Análise das Respostas dos Questionários Enviados aos Corpos de Bombeiros
dos Estados de MG, SP, RJ e DF

Através dos questionários foram elaborados quadros e tabelas que descrevem como
está sendo realizado o serviço, com a vantagem da redução do tempo de
deslocamento e a desvantagem dos acidentes.

QUADRO 2 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Quantidade de


militares e motos em serviço

Corpo de
Bombeiro
CBMMG CBMERJ CBPMESP CBMDF
Fato
Observado
Quantidade de
motos que
1
possuem no 30 40 22 30
atendimento
emergencial
Quantidade de
militares
2
destinados a 11 28 22 20
atividade com
moto
1
De acordo com o boletim logístico nº 04 de 2013.
2
Número de militares empenhados no dia 13 out. 2013 com base na carta de situação.

Observa-se através do quadro 2 que o número de militares empenhados é bem


parecido entres os Corpo de Bombeiros do RJ, SP e DF. No CBMERJ, dos 28
militares citados, 20 atuam no APH e combate a incêndio e 8 fazem parte do pelotão
de escolta.
57

No CBMMG o número de militares empenhados é variável, dependendo do


quantitativo de militares disponíveis diariamente. Prova disso são os dados do
COBOM, através da carta de situação do dia 13 de outubro, onde não há miliares
empenhados no 3º BBM, único BBM que realiza o serviço com motos na RMBH.

Segundo Junior (2007, p. 16):

Hoje, na Capital de São Paulo, o Corpo de Bombeiros possui, em cada


Grupamento de Bombeiros, de duas a três equipes de motociclistas que
atendem a todos os tipos de chamados, visando cumprir a meta de
implantação do programa, que é a de levar ao solicitante a presença do
Corpo de Bombeiros no local da ocorrência, no menor tempo possível. A
motocicleta possibilita essa agilidade e cumpre o objetivo de maneira
eficiente, apesar da limitação física imposta pela baixa capacidade de carga
do veículo em questão.

Ainda segundo Junior, na capital de São Paulo o CBPMESP possui 11 equipes de


motociclistas, porém este número é variável em função da existência ou não de
efetivo.

O serviço com motos é realizado por dois militares em cada posto de atuação, para
o 1º BBM do CBMES seria interessante que houvesse três duplas diárias de
militares para executarem o serviço com motos, uma em cada companhia, haja vista
que o CBMES não possui postos avançados.

QUADRO 3 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Início do


serviço emergencial com moto.
Corpo de
Bombeiro
CBMMG CBMERJ CBPMESP CBMDF
Fato
Observado
Há quanto
tempo realiza o
6 anos 16 anos 13 anos 4 anos
atendimento
com motos

Dos Corpos de Bombeiros estudados, o que apresentou serviço mais recente foi o
do CBMDF, seguido pelo CBMMG. O CBMERJ foi o que apresentou maior tempo de
funcionamento, iniciaram em 1997 com o APH e desde junho de 2013 iniciaram o
serviço de combate a incêndio. O CBPMESP iniciou no ano 2000 através de um
projeto piloto, onde foi verificada a eficiência do uso da moto.
58

O CBMERJ e o CBPMESP são os que possuem o serviço há mais tempo. Neste


período realizaram diversas correções e adaptações no serviço com motos, que vão
desde modelos utilizados e adaptações nas motos a estudos sobre distribuição de
locais para atuação.

Para a criação do serviço no CBMES, seria interessante se basear nos serviços com
motos prestados pelo CBMERJ e CBPMESP, haja vista que já serviram como
referência para criação deste serviço em outros Corpos de Bombeiros, além de
possuírem o serviço com maior tempo de funcionamento e continuidade.

Assim como foi feito pelo CBPMESP, é aconselhável para o CBMES a implantação
do serviço emergencial com motos através de um projeto piloto, que segundo
Demarco (1990), apud Montagner (2012, p.66): “é aquele em que você deixa de lado
o enorme livro de padrões e tenta algumas técnicas que não foram provadas ainda.
[...], você pode esperar um pouco de ineficiência no começo. [...]. Do outro da
balança está o aperfeiçoamento [...]”.

QUADRO 4 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Principal


natureza de atendimento
Corpo de
Bombeiro
CBMMG CBMERJ CBPMESP CBMDF
Fato
Observado
Principal
natureza das
APH APH APH APH
ocorrências
atendidas

A principal natureza do atendimento realizado pelas motos, nos quatro Corpos de


Bombeiros, foi no APH. Talvez por este fato, somente o CBMERJ já tenha iniciado o
atendimento com uma moto específica para combate a incêndio.

As motos que não carregam sistema próprio de combate a incêndio, limitam a


atuação do bombeiro motociclista. Ao chegarem a um local incendiado, os militares
dão o combate às chamas através dos meios existentes no local, até a chegada da
viatura principal (SÃO PAULO, 2005).
59

O serviço emergencial com motos do CBMDF é realizado somente pelo Grupamento


de Atendimento de Emergência Pré-hospitalar (GAEPH), atuam em cinco prioridades
e são distribuídas entre quarteis e locais estratégicos.

As motos do GAEPH atuam praticamente em todo tipo de atendimento pré-


hospitalar, seja atuando diretamente ou simplesmente averiguando a situação,
podendo inclusive estabelecer o Sistema de Comando de Incidente (SCI).

As motos do CBPMESP atuam em todos os tipos de ocorrência, porém a maioria


dos atendimentos é na área do resgate, representando mais de 90% do total de
ocorrências atendidas. No ano de 2006 foram atendidas 5.544 ocorrências na
capital. (JUNIOR, 2007).

QUADRO 5 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Horário de


atendimento.
Corpo de
Bombeiro
CBMMG CBMERJ CBPMESP CBMDF
Fato
Observado
Escala de 12/60h
Escala de 12/36h Escala de 12/36 Escala de 12/36h
Horário de Compreendido de
(06-18h/ 07-19h/ Compreendido de compreendido de
atendimento 07h30 às 19h30*
08-20h) 06h30 às 18h30 07 às 19h
e 12/36h.
*Escala realizada no 3º BBM do CBMMG

As motos são escaladas sempre ao dia havendo pequenas diferenças nos horários
de início e término. As escalas são de 12 horas de trabalho por 36h de descanso,
com exceção do CBMMG.

No CBMERJ, o serviço com motos é ativado de acordo com a demanda de cada


posto de bombeiro, o efetivo é empregado de acordo com planejamentos
estratégicos realizados pela 3ª Seção do Estado-Maior Geral.
60

TABELA 2 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Redução do


tempo de deslocamento
Corpo de Bombeiro
Fato observado
CBMMG CBMERJ CBPMESP CBMDF

Entre 55 a
70%,
Redução no 60%* 62,5 % 60 %
tempo resposta dependendo
do trânsito.

* Redução do tempo resposta realizado nos anos 2009 e 2010 nas ocorrências de APH
(MANHÃES, 2011).

Uma das perguntas do questionário abordava a redução do tempo resposta, porém


as respostas vieram sobre a redução do tempo de deslocamento.

A redução do tempo de deslocamento foi o ponto mais significativo verificado neste


trabalho, houve um ganho semelhante de aproximadamente 60% nos Corpos de
Bombeiros estudados.

As viaturas com quatro rodas podem levar 2,5 vezes mais tempo para chegar ao
local da emergência. Pode-se observar que o tempo reposta é uma variável de difícil
aferição e os Corpos de Bombeiros não possuem este controle tão exato.

Através das informações sobre o tempo de deslocamento, cedidas pelo CBMERJ,


pode-se verificar que o maior ganho do uso de motos se dá quando maior é o
impedimento do deslocamento no trânsito, os 70% de redução se deram nos
horários de pico, enquanto que os 55% se deram com trânsito com maior fluidez.

QUADRO 6 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Motos


utilizadas
Corpo de
Bombeiro
CBMMG CBMERJ CBPMESP CBMDF
Fato
Observado
Modelos de Honda NX4 –
NX4 – Falcon Yamaha Xt 660
motocicletas XT 660 Falcon
Xtz 250 Lander Xtz 250 Lander
utilizadas Yamaha XT – 660
61

FIGURA 10 – Moto Operacional Bombeiros - MOB do CBPMESP

Fonte: GRIGULO, 2008.

O modelo de motocicleta atualmente mais utilizado é a Yamaha XT 660. Segundo


Junior (2007), foram realizados testes pelo CBPMESP onde se comparou a antiga
Honda NX4 Falcon com a Yamaha XT660.

Observou-se que a XT 660 apresentou vantagem significativa no quesito segurança,


apresenta desempenho superior, melhor aceleração, maior capacidade de carga,
maior poder de frenagem com a mesma agilidade, chegou-se a conclusão que a XT
660 se mostrou como uma boa opção para adaptação objetivando o serviço de
bombeiros.

O CBMERJ além dos serviços de APH e combate a incêndio que são realizados com
Yamaha XT660, realizam o serviço de escolta, que é realizado com a Yamaha
Midnight 950cc. No curso de especialização em operações com motocicletas os
alunos realizam os treinamentos com a Honda Falcon 400cc.

Segundo estudos de Silveira (2010), as motos para uso nas ocorrências


emergenciais nos Corpos de Bombeiros devem ter mais de 300 cilindradas e
possuírem capacidade de se deslocar em todos os tipos de terreno, ou seja, devem
ser de uso misto, on/off road.
62

Abaixo segue o quadro com os preços médios realizados no mercado de motos dos
modelos utilizados pelos Corpos de Bombeiros estudados.

QUADRO 7 – Preço médio das motocicletas

Motocicleta XT 660 Nx400i Falcon XTZ 250 Lander

Preço R$ 27.306,00 R$ 18.173,00 R$ 12.553,00


Fonte: FIPE, 2013.

Segundo Junior (2007) a XT 660 representa a melhor opção de moto para uso nas
atividades de bombeiros, porém por muitos anos a Nx400 foi utilizada atendendo as
exigências que o serviço necessitava. De fato a melhor moto para o serviço é a XT
660, mesmo sendo 50% mais onerosa para aquisição do que a NX400i.

QUADRO 8 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Uso de motos


específicas
Corpo de
Bombeiro
CBMMG CBMERJ CBPMESP CBMDF
Fato
Observado
Possui
motocicletas Não Sim Não Não
específicas

O único Corpo de Bombeiros estudado a apresentar uma moto de combate a


incêndio foi o CBMERJ, a moto é uma Yamaha XT 660, que transporta dois cilindros
laterais contendo água junto com o LGE. A geração da espuma é feita de maneira
mecânica através do ar comprimido que faz um turbilhão na pistola/esguicho.

A vantagem do uso de uma moto própria de combate a incêndio se faz pelo fato das
viaturas de combate a incêndio serem as que mais demoram a chegar ao local do
incidente.

As viaturas de combate a incêndio, via de regra, são caminhões que passaram por
adaptações para se tornarem um veiculo emergencial, e não dispõem de agilidade
por apresentarem peso e dimensões consideráveis para deslocamentos no trânsito
(SILVEIRA, 2010).
63

FIGURA 11 – Moto de Combate a incêndio do CBMERJ

Fonte: DBM/MOT, 2013.

QUADRO 9 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Acidentes com


os motociclistas militares.
Corpo de
Bombeiro
CBMMG CBMERJ CBPMESP CBMDF
Fato
Observado
Índice de Em 4 anos de 6 acidentes 22 acidentes Nível reduzido e
acidentes nos funcionamento, registrados até sofridos por 18 com baixa
deslocamentos 4 acidentes 2013. bombeiros. gravidade

Segundo Manhães (2011), em quatro anos de funcionamento do moto resgate do


CBMMG na RMBH, ocorreram 4 acidentes envolvendo os motociclistas do
bombeiros.

Vale ressaltar que os acidentes no CBMMG foram graves, em um dos acidentes o


militar ficou com uma lesão permanente, e atualmente realiza somente atividades
administrativas. Nos outros acidentes houve recuperação, sendo necessário até 6
meses para reabilitação total dos militares.

No CBMERJ, antes de novembro de 2011, foram registrados 6 (seis) casos de


acidentes envolvendo os motociclistas do DBM/MOT6. Em novembro de 2011, foi
formada a primeira turma do Curso de Especialização em Operações com

6
Destacamento Bombeiro Militar Motociclista
64

Motocicletas (CEOpeM), após esta data não houve nenhum registro de ocorrência
de acidentes, em consequência do continuado treinamento realizado.

No CBPMESP, foi realizada uma pesquisa com os 18 bombeiros que atuavam nos
grupos de motos na capital de São Paulo, foram registrados vinte e dois acidentes
entre os motociclistas, sendo que somente um teve afastamento superior a um mês.
O maior percentual de lesões registrado foi nos joelhos e mãos (JUNIOR, 2007).

No CBMDF, os números de acidentes são extremamente reduzidos e de baixa


gravidade, devido ao treinamento adotado e a doutrina empregada. Os
procedimentos são adotados em observância a toda legislação de trânsito vigente, e
também pela padronização estabelecida entre os diversos cursos para motociclistas
que são ministrados por corporações coirmãs tais como: PRF, PF, PM, BM e etc.

O uso da motocicleta pelos Corpos de Bombeiro do país não foram nem estão sendo
muito bem aceita, em atributo a vulnerabilidade que apresenta aos riscos de
acidentes de trânsito (SILVEIRA, 2010).

Podemos observar que a quantidade de acidentes com motos são reduzidos, tendo
em vista se tratar de deslocamentos emergenciais, que são realizados com
celeridade, porém a gravidade dos acidentes nos atenta para o uso de EPI e do
constante treinamento do motociclista, pois praticamente todo acidente com moto
gera lesão.

6.2 Moto Resgate no CBMMG

O CBMMG iniciou o atendimento emergencial com motos no ano de 2008 e possuía


motos nos três batalhões da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
Inicialmente eram destinadas ao atendimento de cinco prioridades como a parada
cardiorrespiratória, OVACE, afogamento e vítimas presas em Ferragens.
65

Como a demanda pelo atendimento dos bombeiros na RMBH é muito alta, a moto
passou a realizar todos os tipos de atendimentos, sobrecarregando o sistema do
moto resgate nos três Batalhões.

No ano da implantação houve o primeiro curso de condução de emergência para


moto resgate, a fim de capacitar o condutor a conduzir a motocicleta de forma
responsável, priorizando a segurança no trânsito.

Nos anos que se passaram o moto resgate na RMBH apresentou muitas


dificuldades. Nos três Batalhões, ocorreram acidentes que feriram militares e
estragaram as motos, o que fragilizou o sistema do moto resgate. No 1º e no 2º
Batalhão, após acidentes, as motos ficaram quebradas, não houve manutenção e o
sistema parou de funcionar.

Batista (2009) traz que os bombeiros confirmam a necessidade do uso de


motocicletas, porém é necessário adequar o modo de funcionamento à realidade
dos Batalhões. Um ano depois da implantação do serviço com motos, somente duas
das seis motos que iniciaram o serviço estavam disponíveis devido à falta de
manutenção.

Somente no 3º BBM o uso da motocicleta foi mantido, de acordo com a entrevista


aplicada ao militar responsável pelo grupamento de motos do 3º BBM, o serviço de
moto resgate recebe uma grande influência dos militares que estão à frente, pela
iniciativa em adquirir EPI’s e dar manutenção nas motos.

O grupo de moto resgate do terceiro batalhão atende de 4 a 8 ocorrências por dia.


As ocorrências são atendidas de acordo com o protocolo de atendimento, dando a
primeira resposta nas ocorrências com vítimas presas às ferragens, quedas de
motociclistas, atropelamentos e tentativas de suicídio, além de todas as ocorrências
típicas de bombeiros.

O moto resgate do 3º BBM realiza também a atividade de batedor, que favorece o


deslocamento das unidades maiores no trânsito.
66

A escala operacional do 3º BBM foi refeita e atualmente é de 12 horas de serviço por


60 horas de folga, foi uma adaptação em cima da escala 24 por 48, sendo que o
militar motociclista trabalha apenas no período diurno.

Quando comparamos o tempo resposta geral do 3º BBM, que foi de 34min31s no


primeiro semestre de 2013 de acordo com o CINDS, com os últimos registros do
tempo resposta realizado pela moto resgate, que foi de 14min30s, percebemos que
a moto realiza um deslocamento significativamente mais rápido do que as outras
viaturas operacionais (OLIVEIRA, 2011).

No CBMMG o uso da motocicleta é realizado no 3º BBM (sede), 5º BBM (Uberlândia


– sede), 6º BBM (Governador Valadares – sede), 7º BBM (Montes claros – sede e
Pel. Pirapora), 8º BBM (Uberaba – sede) e 9º BBM (Varginha – sede).

6.3 O Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo

O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Espírito Santo foi criado através da Lei
nº 1316, de 30 de janeiro de 1921. Desde sua criação possuiu vários nomes, até que
em 1997, ano da separação com a Polícia Militar através da Emenda Constitucional
nº 12, adquiriu o nome de Corpo de Bombeiro Militar (CBMES, 2005).

De acordo com a constituição estadual do Espirito Santo, ao CBMES:

"Compete ao Corpo de Bombeiros Militar, a coordenação e execução de


ações de defesa civil, prevenção e combate a incêndios, perícias de
incêndios e explosões em local de sinistros, busca e salvamento,
elaboração de normas relativas à segurança das pessoas e de seus bens
contra incêndios e pânico e outras previstas em lei." (ESPIRITO SANTO,
1997).
67

FIGURA 12 – Demonstrativo de Instalação de Unidades Operacionais

Fonte: ESPÍRITO SANTO, 2008.

O CBMES possui quatro Batalhões e três Companhias Independentes. Segundo o


departamento de RH, o CBMES possui um efetivo previsto para 1800 homens,
sendo que apresenta atualmente 1300, esta diferença se deu com a provação
recente de um novo quadro organizacional.

O Primeiro Batalhão de Bombeiros possui sede em vitória, com área de atuação de


3192,56 Km2. Possui três companhias, 1ª Cia em Vitória, 2ª Cia em Vila Velha e a 3ª
Cia em Serra. O Batalhão possui sob sua responsabilidade oito municípios
(Cariacica, Viana, Fundão, Stª Leopoldina, Stª Mª Jetibá, Serra, Vila Velha e Vitória),
contabilizando uma população aproximada de 1,6 milhões (CBMES, 2013).

No Primeiro Batalhão a menor Unidade Operacional é a Companhia, esta possui


serviço padronizado, apresentando as viaturas de acordo com a tabela a seguir.
68

QUADRO 10 – Recursos disponíveis no 1º BBM


Viaturas Significado Cia
ABSL Auto Bomba Salvamento Leve 1ª, 2ª e 3ª
ABTS Auto Bomba Tanque Salvamento 1ª, 2ª e 3ª
AR Auto Resgate 1ª, 2ª e 3ª
AM Auto Mergulho 1ª
CHEFE DE OPERAÇÕES - Batalhão

O registro das ocorrências atendidas pelo CBMES é realizado pelo Centro Integrado
Operacional de Defesa Social (CIODES) que “[...] é um moderno sistema
informatizado que unificou os telefones emergenciais utilizados pelas Polícias Civil,
Militar e o Corpo de Bombeiros, passando a atender as chamadas de emergência
através de um único número -190” (ESPÍRITO SANTO, 2013b).

O CBMES não monitora o tempo de deslocamento realizado pela instituição, nem


por suas Unidades Operacionais. O tempo registrado neste trabalho foi através de
uma metodologia própria7 para uso na comparação com o tempo realizado em
outros estados.

TABELA 3 – Viaturas operacionais por companhia do 1º BBM e os tempos de


deslocamentos realizados no primeiro semestre de 2013.
CIA Viaturas Tempo de deslocamento
ABSL 06 19min38s
1ª CIA ABTS 01 39min17s
AR 01 (Resgate) 16min12s
ABSL 07 26min07s
2ª CIA ABTS 02 51min48s
AR 02 (Resgate) 16min33s
ABSL 08 23min41s
3ª CIA ABTS 03 25min47s
AR 03 (Resgate) 16min57s
Fonte: (CIODES, 2013)

7
Vide item 5.3
69

No APH, o tempo médio de deslocamento das três unidades de resgate realizado


pelo CBMES, com as viaturas AR 01, AR 02 e AR 03 foi de 16min32s.

O tempo médio de deslocamento realizado pelas viaturas ABSL 06, 07, 08 foi de
24min21s.

As viaturas ABTS realizaram um tempo médio de deslocamento de 35min05s.

O tempo médio gasto com deslocamentos na área do Primeiro Batalhão no primeiro


semestre de 2013 foi de 23min31s8.

As três AR’s foram as viaturas que melhor se deslocaram para o atendimento de


ocorrências, mesmo assim apresentaram um tempo médio de deslocamento
superior ao que é preconizado nos atendimento clínicos e traumáticos.

De acordo com Mir (2013), o tempo resposta é um dos principais indicadores de


eficiência de um serviço emergencial, este critério é mais do que uma questão de
dados, refere-se a um indicador estratégico.

O tempo resposta realizado pelo 1º BBM do CBMES, aferido no primeiro semestre


de 2013, foi considerado alto quando comparado aos padrões internacionais,
tornando-se um problema a ser resolvido pela instituição.

As formas são variadas para solução do problema de tempo resposta, pode ser
reduzido através da implantação de novas unidades, de meios mais eficazes de
tramitação de informações, para o acionamento das viaturas a partir da ligação ao
número 193 ou com a utilização de veículos que possam se deslocar em um menor
tempo, como o que já é feito em outros estados com uso da motocicleta.

8
Tempo calculado a partir da média de todos os registros selecionados para estudo.
70

6.3.1 Métodos utilizados para redução do tempo resposta

No ano de 2008, uma comissão de oficiais realizou um estudo sobre a


reestruturação do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Espírito Santo em
decorrência da aplicação do Plano de Expansão. Neste trabalho é apresentado um
projeto de redução do tempo resposta com a implantação de novas Unidades
Operacionais.

O CBMES apresenta atualmente, catorze9 pontos de atendimento no serviço


emergencial e a partir de pesquisas, constatou-se a necessidade de implantação de
mais 15 unidades para atender a maioria do estado em um tempo resposta inferior
ao crítico, que é de 30min (ESPÍRITO SANTO, 2008).

Através de uma metodologia própria definiram a prioridade entre os municípios para


implantação de novas Unidades, tendo os municípios de Vila Velha e Serra,
municípios da Grande Vitória, com a maior prioridade para instalação de unidade
(ESPÍRITO SANTO, op. cit.).

6.3.2 Simulação na redução do tempo de deslocamento do 1º BBM do CBMES

O tempo de deslocamento é uma variável de extrema importância para o Corpo de


Bombeiros, onde pode ser definido se o serviço foi prestado com eficiência ou não,
porém este tempo médio é uma variável de difícil aferição, pois apresenta muita
diversificação, principalmente em decorrência das formas de deslocamento10 e das
características ambientais.

9
As unidades nos municípios de Guaçuí, Anchieta e Cariacica estão em construção.
10
Vide 2.1.3
71

TABELA 4 – Suposição do tempo de deslocamento a ser realizado com a


implantação da moto no serviço emergencial do CBMES
Tempo de Tempo de deslocamento provável
CIA Viaturas
deslocamento atual com a implantação da motocicleta
ABSL 06 19min38s 07min51s
1ª CIA ABTS 01 39min17s 15min43s
AR 01 (Resgate) 16min12s 06min29s
ABSL 07 26min07s 10min27s
2ª CIA ABTS 02 51min48s 20min43s
AR 02 (Resgate) 16min33s 06min37s
ABSL 08 23min41s 09min28s
3ª CIA ABTS 03 25min47s 10min19s
AR 03 (Resgate) 16min57s 06min47s

A tabela acima deixa claro o quanto a motocicleta representa em ganho no tempo de


deslocamento. A maior redução quando tratamos em quantidade de minutos foi com
relação a ABTS 02, em torno de 31min, e a menor foi de 9min43s com relação a AR
01.

O tempo “economizado” com o uso da motocicleta colocaria o bombeiro mais cedo


na cena do acidente, podendo agir de forma preventiva e até evitando que desastres
se concretizem.

Mesmo apresentando limitações de equipamentos e pessoal, uma dupla de


motociclistas bem treinada nas ações de APH, salvamento e combate a incêndios,
pode muito, quando colocados com antecedência no ambiente sinistrado até a
chegada do apoio final.
72

7 CONSIDERAÇÕES E SUGESTÕES

Através deste trabalho foi possível confirmar, levando-se em conta as vantagens e


desvantagens, a viabilidade da implantação do serviço emergencial com motos no
Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo, como forma de melhorar o tempo de
deslocamento da primeira resposta aos sinistros na Região Metropolitana da Grande
Vitória.

A análise de como o serviço é realizado nos outros Corpos de Bombeiros, permitiu


uma melhor visão da importância do uso das motos e como pode ser adaptado para
melhores resultados.

Para análise da viabilidade do emprego de motocicletas no serviço emergencial do


Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo, foram considerados os seguintes
aspectos avaliados nos Corpos de Bombeiros Militares dos Estados de SP, RJ, MG e
DF: quantidade de militares empenhados; tempo de funcionamento, natureza e
horário de atendimento; redução do tempo resposta; tipos de motos e acidentes
envolvendo os motociclistas militares.

A quantidade de militares escalados depende da disponibilidade de efetivo para


execução do serviço. O tempo de funcionamento do atendimento com motos
influenciou diretamente nas adaptações e no de balizamento das formas e natureza
de atuação dos motociclistas.

A verificação dos acidentes envolvendo motociclistas, nos mostra porque o


atendimento com motos ainda não é muito aceito pelos Corpos de Bombeiros do
país, porém existem formas de minimizar a vulnerabilidade e os efeitos destes
acidentes.

Foi identificada uma redução de aproximadamente 60% nos tempos de


deslocamentos, quando se utiliza a motocicleta como mais um veículo operacional,
levando o bombeiro a intervir mais cedo em situações que necessitam de um
73

atendimento urgente, influenciando na sobrevida das vítimas, nos salvamentos e no


combate antecipado as chamas.

A metodologia utilizada atendeu em parte os objetivos deste trabalho, a pesquisa


bibliográfica trouxe informações necessárias para a compreensão do trabalho,
inclusive na verificação dos efeitos do atendimento antecipado na sobrevida de
vítimas e no combate a incêndios, porém o questionário gerou alguns hiatos.

O uso do questionário trouxe limitações na análise de informações do estudo, foram


encontradas dificuldades na obtenção dos dados com o questionário, algumas
informações solicitadas chegaram superficiais e outras foram abordadas de forma
diferente por cada Corpo de Bombeiro, dificultando as comparações, além disso, o
CBPMESP não respondeu o questionário.

Para os próximos estudos sobre o uso de motos, é importante incorporar à


metodologia, um estudo que acompanhe “in loco” o deslocamento e o serviço
prestado pelos bombeiros motociclistas, de forma a apresentar fielmente as
vantagens e necessidades desse sistema de atendimento.

Sugere-se a aferição do tempo de deslocamento realizado pelas viaturas


operacionais em ocorrências que possuam a maior prioridade no tempo de
atendimento, ou seja, nos deslocamentos em código 3, para que se possa trabalhar
fielmente a influência da motocicleta no tempo de deslocamento.

Recomenda-se também o estudo de motos com características específicas para


certos tipos de ocorrências, como a moto de combate a incêndio, que atualmente é
utilizada pelo CBMERJ.

Sugere-se ainda que seja realizado um estudo que verifique em qual tipo de
ocorrência deve ser empenhada a motocicleta, de forma que seu uso seja efetivo na
redução de deslocamento.
74

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85

APÊNDICE A
Questionário Enviado aos Corpos de Bombeiros dos Estados de SP, RJ, MG e DF.

TEMA: “REDUÇÃO DO TEMPO RESPOSTA: A UTILIZAÇÃO DA MOTOCICLETA


NO SERVIÇO EMERGENCIAL DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO
ESPÍRITO SANTO”.

ALUNO: Márcio da Costa Cavachini, CAD BM CFO 3A.

Resumo: Com o aumento da demanda por serviços públicos, devido ao acelerado


crescimento das cidades, o Corpo de Bombeiro torna-se cada vez mais requisitado
em sua modalidade de atendimento, sendo necessário criar um maior numero de
unidades, ou suprir esta demanda inicial com um meio de transporte capaz de iniciar
o atendimento em um menor tempo. É neste cenário que o estudo sobre a moto
operacional ganha espaço.

Objetivo: O presente estudo tem por objetivo analisar o emprego de motocicletas no


serviço emergencial do Corpo de Bombeiros do Espírito Santo como forma de
melhorar o tempo de deslocamento da primeira resposta a sinistros na região da
Grande Vitória.

1) Quanto a estrutura do serviço emergencial com utilização de motocicleta:


a) Quantas motos a instituição possui para o serviço emergencial?
b) Quantos quarteis utilizam a motocicleta no serviço emergencial?
c) Quantos militares são empregados na utilização da motocicleta?
d) Há quanto tempo o serviço emergencial com motocicletas é utilizado na
corporação?

2) Quanto ao atendimento do serviço emergencial com utilização de motocicleta:


a) Quais ocorrências podem ser atendidas pela equipe de moto?
b) Qual o horário de atendimento com motocicleta?
c) Qual foi o numero de ocorrências atendidas pelas motos no último ano?
86

3) Quanto ao tempo resposta realizado no serviço emergencial:


a) Qual o tempo resposta médio da corporação na capital?
b) Nos locais onde existe o serviço com motocicleta o tempo resposta é inferior ao
tempo médio?
c) Qual o tempo médio de resposta com utilização da motocicleta?

4) Quanto a motocicleta utilizada:


a) Quais os modelos de motocicletas utilizadas?
b) Possui motocicletas especificas para cada tipo de ocorrência?
c) Quais equipamentos a motocicleta transporta?

5) Quanto aos riscos da atividade com moto:


a) Qual o número de acidentes envolvendo os motociclistas durante os
deslocamentos?
b) Quais os EPIs utilizados atualmente?
c) Existem orientações especificas quanto ao deslocamento e sinalização de cenário
para as equipes de moto?
87

APÊNDICE B
Entrevista Realizada com o Responsável pelo Grupo de Motos do 3ºBBM do
CBMMG.

TEMA: “REDUÇÃO DO TEMPO RESPOSTA: A UTILIZAÇÃO DA MOTOCICLETA


NO SERVIÇO EMERGENCIAL DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO
ESPÍRITO SANTO”.

ALUNO: Márcio da Costa Cavachini, CAD BM CFO 3A.

Resumo: Com o aumento da demanda por serviços públicos, devido ao acelerado


crescimento das cidades, o Corpo de Bombeiro torna-se cada vez mais requisitado
em sua modalidade de atendimento, sendo necessário criar um maior numero de
unidades, ou suprir esta demanda inicial com um meio de transporte capaz de iniciar
o atendimento em um menor tempo. É neste cenário que o estudo sobre a moto
operacional ganha espaço.

Objetivo: O presente estudo tem por objetivo analisar o emprego de motocicletas no


serviço emergencial do Corpo de Bombeiros do Espírito Santo como forma de
melhorar o tempo de deslocamento da primeira resposta a sinistros na região da
Grande Vitória.

1) Quais as prioridades de ocorrências para atendimento do moto resgate?

2) Qual a demanda diária de atendimento com motos?

3) Porque não houve continuidade no uso de moto nos outros batalhões

4) O que foi feito para continuar com a moto no 3º BBM?

5) Lugares que funcionam a moto no CBMMG?

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