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CHEFE DO ESTADO-MAIOR
CORONEL BM ERLON DIAS DO NASCIMENTO BOTELHO
ELABORAÇÃO
MAJ BM HEITOR AGUIAR MENDONÇA
CAP BM FABRÍCIO EDUARDO DALFIOR
1° TEN BM FABRÍCIO GOMES CAMBRAIA
1° TEN BM ELTON FERREIRA DE ASSUMPÇÃO
2° TEN VETERANO BENEDITO EDUARDO LIMA
2° SGT BM EMERSON DAVID BARROSO LINS
3° SGT BM THAYNÁ MAFRA DE ALMEIDA
3° SGT BM SANDRO NOBRE RABELO
REVISÃO DE TEXTO
1º TEN BM FLÁVIO ANDERSON DE BRITO
DIAGRAMAÇÃO
CAP BM ELISEU WASHINGTON G. MARQUES
3º SGT BM FLÁVIA SILVA CAMILO
CAPA
3º SGT BM DENNIS HENRIQUES PEÇANHA
Todos os direitos reservados ao CBMMG.
É permitida a reprodução por fotocópia para fins de pesquisa.
93 p. il.
CDD 797
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 11
2 FINALIDADE E OBJETIVOS ...................................................................... 12
3 CONCEITOS E PROCEDIMENTOS ........................................................... 13
3.1 Caracterização da atividade ..................................................................... 13
4 EPIDEMIOLOGIA DO AFOGAMENTO ....................................................... 16
5 PREVENÇÃO A AFOGAMENTOS ............................................................. 20
6 QUALIFICAÇÃO E SAÚDE OCUPACIONAL DO GUARDA-VIDAS.......... 25
6.1 Aptidões físicas ......................................................................................... 25
6.2 Treinamento técnico.................................................................................. 28
6.3 Aspectos psicológicos e sociais.............................................................. 28
6.4 Alimentação, hidratação e composição corporal ................................... 29
7 TIPOS DE SALVAMENTOS ....................................................................... 30
7.1 Classificações do salvamento aquático .................................................. 30
7.1.1 Quanto ao contato com a vítima .............................................................. 30
7.1.2 Quanto ao tipo de socorro empregado .................................................... 31
7.1.3 Quanto aos locais de atuação do salvamento aquático ........................ 32
8 EQUIPAMENTOS EMPREGADOS NO SALVAMENTO AQUÁTICO ........ 34
8.1 Nadadeiras ................................................................................................. 34
8.2 Máscara semifacial .................................................................................... 35
8.3 Respirador (SNORKEL) ............................................................................. 36
8.4 Flutuador .................................................................................................... 37
8.5 Protetor solar ............................................................................................. 42
8.6 Apito ........................................................................................................... 42
9 TÉCNICAS DE SALVAMENTO AQUÁTICO .............................................. 43
9.1 Processo de afogamento .......................................................................... 43
9.2 Fases do salvamento aquático ................................................................. 44
9.2.1 Tipos de entrada na água ......................................................................... 44
9.2.1.1 Entrada de ponta ......................................................................................... 45
9.2.1.2 Entrada em pé ............................................................................................. 45
9.2.1.3 Entrada japonesa......................................................................................... 45
9.2.1.4 Entrada pranchada ...................................................................................... 46
9.2.2 Nado de Aproximação ............................................................................... 47
9.2.3 Manobra de aproximação: canivete ......................................................... 48
9.2.4 Abordagem da vítima ................................................................................ 49
9.2.4.1 Vítima na superfície ..................................................................................... 49
9.2.4.2 Vítima submersa ou inconsciente ................................................................ 49
9.2.5 Nado de reboque ....................................................................................... 51
9.2.6 Técnicas de desvencilhamento ................................................................. 52
9.2.6.1 Agarramento pela frente, nos cabelos ou pescoço ...................................... 53
9.3 Técnicas de salvamento sem o uso de equipamentos .......................... 53
9.3.1 Apenas um socorrista: reboque peito cruzado....................................... 53
9.3.2 Mais de um socorrista: Reboque pelas axilas ........................................ 54
9.4 Técnicas de salvamento com uso de equipamentos ............................. 54
9.4.1 Reboque com flutuador ............................................................................ 55
9.4.2 Isca-viva ..................................................................................................... 56
9.5 Retirada da vítima ...................................................................................... 57
9.5.1 Retirada de vítimas de piscinas ............................................................... 57
9.5.2 Retirada de vítimas de balneários ............................................................ 58
9.6 Meios de improviso e de fortuna .............................................................. 58
9.7 Técnicas de comunicação ........................................................................ 59
9.7.1 Comunicação Sonora ................................................................................ 59
9.7.2 Comunicação Gestual ............................................................................... 60
10 CLASSIFICAÇÃO DO AFOGAMENTO ...................................................... 62
11 TRATAMENTO............................................................................................ 65
11.1 Afogamento grau resgate ......................................................................... 66
11.2 Afogamento Grau 1 ................................................................................... 67
11.3 Afogamento Grau 3 ................................................................................... 69
11.4 Afogamento Grau 4 ................................................................................... 70
11.5 Afogamento Grau 5 .................................................................................... 71
11.6 Afogamento Grau 6 .................................................................................... 71
12 ATENDIMENTO A VÍTIMAS DE AFOGAMENTO COM SUSPEITA DE
TRAUMA ASSOCIADO.................................................................................73
13 CONDUÇÃO PARA ATENDIMENTO HOSPITALAR .................................. 74
14 ATUAÇÃO DO GUARDA-VIDAS EM ÁGUAS POLUÍDAS E OUTROS
RISCOS ASSOCIADOS ...............................................................................76
14.1 Riscos ......................................................................................................... 77
14.1.1 Riscos Biológicos...................................................................................... 77
14.1.2 Riscos Químicos (toxinas e metais pesados) ......................................... 78
14.1.3 Riscos físicos............................................................................................. 78
14.2 Materiais/Equipamentos específicos para contato com águas
poluídas........................................................................................................79
14.2.1 Para águas rasas ........................................................................................ 79
14.2.2 Para águas profundas poluídas que necessitem de mergulho
autônomo.. .................................................................................................. 80
14.3 Ações e condutas ...................................................................................... 80
15 OPERAÇÕES COM EMBARCAÇÕES ....................................................... 84
15.1 Ações de Salvamento ................................................................................ 86
16 OPERAÇÕES COM AERONAVE ............................................................... 88
16.1 Lançamento de Guarda-Vidas (desova aquática) ................................... 88
16.2 Emprego de cesto tipo Puçá..................................................................... 89
17 EMPREGO DE AERONAVES REMOTAMENTE PILOTADAS (RPA) ....... 90
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 91
1 INTRODUÇÃO 11
1 INTRODUÇÃO
Tendo em vista a expressiva utilização de tais locais por parte da população mineira,
é necessário que o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) normatize
e doutrine sua tropa com vistas à devida execução de ações de prevenção e
salvamento em casos de afogamentos, como também oriente condutas de
autoproteção para a população em geral.
Este Manual de Bombeiros, de forma clara e direta, se posiciona como norteador das
condutas e ações a serem empregadas nas atividades de Salvamento Aquático em
todo o território mineiro, com demonstrações visuais simplificadas dos procedimentos
técnicos devidos ou de possível emprego nas mais variadas situações, trazendo
também orientações gerais de prevenção a afogamentos para a população em geral.
MANUAL DE SALVAMENTO AQUÁTICO 12
2 FINALIDADE E OBJETIVOS
Este Manual de Bombeiros (MABOM) tem por finalidade instruir e padronizar as ações
práticas desenvolvidas pelos militares do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
(CBMMG) em ocorrências de prevenção e atendimento envolvendo o Salvamento
Aquático, considerando as ações ordinárias da corporação em resposta operacional,
bem como operações de guarda-vidas e prevenção em balneários, planejadas
previamente.
3 CONCEITOS E PROCEDIMENTOS
a) Lagos: porção variável de água doce represada, circundada por uma porção
de terra, cuja depressão de terra se dá por ocorrência natural ou por ação
antrópica, permanentemente inundada, sendo a água confinada e acumulada
naturalmente por recursos de nascentes naturais, cursos d’água e captação de
chuvas, variando em tamanho e profundidade. Geralmente, é formada e
consolidada a longo prazo (MINAS GERAIS, 2008).
g) Córregos: assim como os rios, são cursos de águas naturais, porém, com
extensão e profundidade menores, que geralmente desaguam em cursos
maiores e mais volumosos.
4 EPIDEMIOLOGIA DO AFOGAMENTO
O afogamento não deve ser confundido com o ato de engolir água, quando esta passa
exclusivamente pelos tratos do sistema digestivo, ou seja, por vias naturais.
Afogamento é a aspiração, com a entrada de água pelas vias aéreas superiores
(SZPILMAN, 2019).
Ressalta-se ainda, que no Brasil, cada óbito causado por afogamento traz um custo
médio de R$ 210.000,00. Esse gasto se refere a todo o processo de intervenção em
vítimas de afogamento, abrangendo o início das ações de prevenção, as ações de
salvamento e o tratamento das vítimas fatais ou não (SZPILMAN, 2019).
Entretanto, muitos casos que têm causa inicial de afogamento não são contabilizados
como tal. Seja um caso simples, com a liberação imediata da vítima no local ou após
rápida análise clínica, sem que o todo tenha sido verificado, ou mesmo em casos mais
graves em que o óbito por afogamento se torna uma ocorrência de recuperação de
cadáver ou desaparecimento. Essa carência de dados fidedignos relativos aos
4 EPDEMIOLOGIA DO AFOGAMENTO 17
Figura 1 - Infográfico
Dessa maneira, é possível traçar os fatores de risco e até mesmo o padrão de vítimas
comuns ao afogamento como sendo o sexo masculino, idade inferior a 14 anos, que
faz uso de álcool, de baixa renda familiar e baixo nível educacional, em ambiente rural,
com maior exposição ao meio aquático, e que adota comportamento de risco em
balneários sem supervisão adequada (SPILZMAN, et. al., 2012).
Ante a isso, todos esses dados epidemiológicos são subsídios suficientes para se
pensar e entender o afogamento como problema de saúde pública. Assim, é possível
estabelecer planos e diretrizes para a redução dos riscos e aumento da prevenção
que, diretamente, irá reduzir os números de afogamentos, bem como possibilitar a
redução de gastos, sejam eles públicos ou privados, relacionados ao tratamento das
vítimas.
5 PREVENÇÃO A AFOGAMENTOS
Estima-se que mais de 85% dos casos de afogamento podem ser prevenidos pela
supervisão, ensino de natação, tecnologia, regulamentação e educação pública.
Sendo assim, ações preventivas são a maneira mais eficaz de se evitar a ocorrência
de afogamentos em seus diferentes graus. Os reflexos de tais ações podem ser
observados não só na redução da mortalidade como também na morbidade (lesões
decorrentes da doença) por afogamento (SZPILMAN, 2019).
Embora não haja ambientes de água salgada no estado de Minas Gerais, os dados
apresentados pela USLA podem ser avaliados de maneira análoga. Exemplo disso,
durante um dia de empenho de guarda-vidas em balneários, vários afogamentos
podem ser evitados sem haver sequer a necessidade de realização de algum tipo de
salvamento.
A prevenção a afogamentos deve começar muito antes do livre contato com a água.
Isso pode ser feito, por exemplo, por meio da oferta de aulas de natação para crianças,
desde os primeiros anos de vida, e através de campanhas educativas junto à
população, sejam em escolas, eventos diversos ou mesmo veiculando informações
por meio da imprensa falada, escrita e televisionada, dentre outras. O assunto deve
5 PREVENÇÃO A AFOGAMENTOS 21
A fim de empregar com maior eficiência as ações preventivas, é muito importante que
sejam avaliadas as peculiaridades de cada região, bem como os fatores que
influenciam no índice de afogamentos. Conhecer o ambiente aquático da área de
atuação e os locais mais comuns aos afogamentos, os períodos mais críticos e o perfil
das vítimas, são informações fundamentais para se traçar estratégias de ação e
prevenção.
Devido a extensão do estado de Minas Gerais, bem como ao grande número de rios,
balneários, cachoeiras e outros ambientes aquáticos, fica inviável a presença
constante de guarda-vidas em cada um desses locais. Sendo assim, atuar
preventivamente se torna ainda mais importante. As unidades responsáveis pelas
MANUAL DE SALVAMENTO AQUÁTICO 22
Por fim, embora seja fundamental orientar a população de acordo com o perfil do
ambiente aquático da região, também se faz necessário explanar sobre os riscos de
afogamento em outras localidades. Dados apresentados pela SOBRASA, em 2016,
evidenciam que 3% dos afogamentos registrados possuem como vítima os turistas,
sendo que 10% desse número é composto por indivíduos mineiros. Ou seja, o fato de
Minas Gerais não possuir praias, não afasta a responsabilidade do alerta sobre os
cuidados durante uma viagem de férias no litoral do país. Dentre as orientações
preventivas a todo público usuário de piscinas e balneários, podemos citar:
Em rios e balneários:
j) não entre na água para salvar; acione rapidamente o guarda-vidas ou ligue 193;
lance material flutuante e aguarde a presença de um profissional.
Em cachoeiras:
Alguns dos benefícios da prática de exercícios físicos foram sistematizados por Porto
(2002), dos quais podemos destacar os benefícios no ambiente profissional, entre eles
o aumento da produtividade, melhoria na capacidade para o emprego de esforços,
maior eficiência muscular, dentre outros.
Um estudo realizado por Silva (2001), evidenciou algumas das capacidades físicas
essenciais à atuação do guarda-vidas, tais como: força de membros inferiores,
velocidade, resistência muscular localizada, resistência anaeróbica, resistência
aeróbica, coordenação, equilíbrio e flexibilidade.
Por fim, no que tange a preparação física do guarda-vidas, vários estudos apontam
os impactos do aumento da idade sobre o condicionamento físico desses
profissionais, levando-os à diminuição da capacidade laborativa. Redução de
aspectos como: força, potência e resistência anaeróbica são os mais evidenciados.
lado, em situações de risco, o guarda-vidas precisa adotar uma postura firme, a fim
de coibir determinadas condutas.
7 TIPOS DE SALVAMENTOS
técnica para se evitar o risco de choque da vítima com a embarcação (casco, leme ou
hélice), deve-se atentar para que o deslocamento de massa de água não venha a
piorar a situação.
Salvamento conjugado: é aquele caracterizado pela ação dos mais variados meios
e/ou materiais de salvamento aquático, visando facilitar o serviço do guarda-vidas em
sua atividade, como exemplo: atuação simultânea de embarcações, aeronaves e
viaturas (Unidades de Resgate).
8.1 Nadadeiras
Para a conservação do material, as nadadeiras devem ser lavadas com água doce e
sabão neutro, não devendo secar com as palas apoiadas no solo ou ser seguradas
ou penduradas pelos calcanhares. É importante que a identificação seja feita sem
alterações ou danos às características do material. Nadadeiras com palas maiores e
mais rígidas fornecem maior propulsão, porém, oferecem maior resistência causando
maior desgaste físico ao profissional.
Figura 6 - Snorkel
8.4 Flutuador
b) corpo: parte central do equipamento que, por ser leve e flexível, permite o
“abraçamento” da vítima. É constituído de espuma expandida microporosa de
PVC ou de polietileno.
Após a inspeção, é importante deixar o material preparado para uso, de maneira que
o socorrista consiga efetuar o salvamento assim que houver o acionamento.
8.6 Apito
Figura 15 - Apito
O processo de afogamento envolve três fases distintas que podem ser interrompidas
por meio da intervenção em sua ocorrência.
Todo bombeiro militar, por meio de treinamento e adaptação, deve estar apto a realizar
um salvamento aquático. O conhecimento e preparo adquiridos precisam abranger
qualquer ambiente aquático (piscinas, lagoas, rios e cachoeiras), a qualquer tempo e
com o emprego dos equipamentos disponíveis. O procedimento do salvamento
aquático propriamente dito é descrito nas fases a seguir.
a) entrada na água;
b) nado de aproximação;
c) manobra de aproximação (canivete);
d) abordagem da vítima (na superfície ou submersa);
e) nado de reboque;
f) técnicas de desvencilhamento.
Muitos lugares não apresentam boa visibilidade, não sendo recomendado efetuar
saltos, pois podem conter pedras, bancos de areia, galhadas etc.
A entrada de ponta é o mesmo salto realizado comumente por atletas nas piscinas.
Apresenta a grande vantagem do ganho de deslocamento do socorrista, chegando
mais rapidamente à vítima. Entretanto, a entrada de ponta só pode ocorrer em
piscinas, e desde que apresentem profundidade adequada. A desvantagem desta
entrada é a perda momentânea do contato visual com a vítima.
9.2.1.2 Entrada em pé
Outro tipo de entrada pode ser realizado em balneários que possuam acesso por plano
rampante, onde o guarda-vidas realiza o monitoramento visual fora da água, sendo
9 TÉCNICAS DE SALVAMENTO AQUÁTICO 47
possível que ele se desloque até a margem com seu equipamento, e com a água já
na altura das pernas, se equipe e proceda com o nado de aproximação.
A abordagem é o contato direto ou indireto que o socorrista terá com a vítima, seja
por meio de equipamentos (descrito nas Fases do Salvamento) ou, em último caso,
corpo a corpo. Essa abordagem deve ser extremamente cautelosa, para que a vítima
não agarre o socorrista, impedindo-o de realizar as ações de salvamento. A seguir,
serão apresentados os procedimentos para abordagem de vítimas, tanto na superfície
do meio líquido, quanto àquelas já submersas.
O nado de reboque é aquele utilizado pelo guarda-vidas para conduzir o afogado até
a margem. No reboque, que pode ser realizado com ou sem o emprego de nadadeiras,
o socorrista deve permanecer atento à vítima e à proximidade da margem, sempre
intercalando o olhar entre ambos.
As imagens mostram como a cabeça da vítima fica fora da água durante o nado de
reboque, passando uma sensação de segurança e permitindo que ela consiga respirar
melhor.
Neste tipo de salvamento, o braço do guarda-vidas abraça a vítima por cima do ombro
e posiciona sua mão debaixo da axila oposta. Dessa forma, o dorso da vítima entrará
MANUAL DE SALVAMENTO AQUÁTICO 54
O reboque com a utilização de flutuador é mais fácil e mais seguro que o reboque sem
uso de equipamentos. O guarda-vidas, tendo inspecionado e preparado seu material
anteriormente, ao avistar um possível afogamento, inicia o seu deslocamento,
conforme imagens da Figura 27. Após liberar a corda do equipamento, o socorrista
solta o flutuador ao seu lado e faz a entrada na água. À medida que o socorrista realiza
o nado de aproximação, o flutuador é conduzido em condições para uso no resgate.
9.4.2 Isca-viva
O cabo de resgate que cria o sistema de isca viva ficará com o primeiro guarda-vidas,
que estará nas margens ou sobre uma superfície estável. No momento em que a
vítima passar em frente ao segundo guarda-vidas, ele executará uma entrada
pranchada e, com o nado ofensivo, vai ao encontro dela. O cabo não deve ser
tensionado até que o segundo guarda-vidas faça contato direto com a vítima e sinalize
o resgate. Posteriormente, o primeiro guarda-vidas tracionará o cabo de resgate,
9 TÉCNICAS DE SALVAMENTO AQUÁTICO 57
Após realizar o reboque, chegando à borda, o socorrista irá passar as mãos por baixo
das axilas da vítima, segurando-a rente à piscina e colocando suas mãos em cima
das mãos da vítima. Ainda segurando os braços da vítima na borda, o socorrista se
retira da água e, em seguida, cruza o seu braço e segura nos punhos da vítima.
Posteriormente, retira a vítima da água, fazendo-a girar 180º e ficar sentada de costas
para o socorrista. Na sequência, com os dois braços por baixo das axilas e uma das
mãos apoiando o queixo da vítima, fará o deslocamento para trás, afastando a vítima
da piscina. O socorrista então apoiará as costas da vítima e, protegendo a sua cabeça,
a deitará lentamente. Em seguida, colocará a vítima na posição lateral de segurança.
Nessa posição, a vítima deve estar deitada na lateral e de frente para a piscina, pois
visualizar o meio líquido e perceber que está fora dele, contribuirá para que ela se
sinta mais segura e se acalme. Além disso, a posição lateralizada para o lado direito
MANUAL DE SALVAMENTO AQUÁTICO 58
Nos meios de fortuna, uma vez que se busca diminuir os riscos para o socorrista, não
há contato direto entre ele e a vítima. Dessa maneira, utilizando-se de alguma
ferramenta, procura-se estabelecer o contato indireto com a vítima. Nesse momento,
deve-se guiar pelo princípio fundamental dos meios de improviso, garantindo-se
9 TÉCNICAS DE SALVAMENTO AQUÁTICO 59
Deste modo, com foco em estabelecer alertas aos banhistas e suprimir riscos durante
a atuação dos guarda-vidas, o apito deverá ser empregado da seguinte maneira:
10 CLASSIFICAÇÃO DO AFOGAMENTO
O local de afogamento se diferencia entre água salgada (praias litorâneas), água doce
(rios, córregos, lagoas, quedas d’água) e outros tipos de líquidos/ambientes.
Considerando a realidade do estado, e sua já mencionada disponibilidade hídrica, o
afogamento em água doce é o que representa os dados mais significativos do
incidente.
O afogamento secundário, por sua vez, exige que anteriormente ao incidente haja
uma patologia causadora, seja esta clínica ou traumática, que impeça o indivíduo de
se manter na superfície ou manter a sua capacidade de flutuabilidade (SZPILMAN,
2019).
Grau Sinais
11 TRATAMENTO
Quadro 2 – Tratamento
- Susto;
Resgate - Sem tosse, sem espuma, - Avaliação, orientação seguida de liberação
sem dificuldade respiratória
- Repouso;
- Tosse; - Aquecimento;
1
- Sem espuma - Confortar e tranquilizar o paciente;
- Liberação após a recuperação
Figura 36 - Administração de O2
Figura 39 - Administração de O2
Vítima com muita espuma na boca e nariz e não apresenta pulso radial:
Figura 40 - Administração de O2
Caso o socorrista tenha o primeiro contato com a vítima quando esta já estiver fora da
água, o atendimento deve ser iniciado pela verificação do pulso, permitindo que casos
de PCR sejam identificados de maneira mais célere.
De acordo com o MABOM APH - Volume I, nos casos em que se identificar sinais de
trauma associado e, em observância aos procedimentos definidos, as seguintes ações
deverão ser realizadas pelos socorristas (MINAS GERAIS, 2018).
Uma adequada previsão e preparo que permitam levar o equipamento médico à vítima
ao invés de conduzi-la ao hospital podem garantir um tempo determinante para quem
sofre um afogamento. Nos casos em que o afogado aspira pequenas quantidades de
água, poderá se recuperar de maneira gradativa e natural quando retirado do meio
líquido. São diversos os cuidados médicos exigidos para cada caso, incluindo
acompanhamento até o hospital, tratamento e prognóstico.
Caso a vítima esteja consciente ainda dentro da água, será resgatada e conduzida
para a área seca para que sejam iniciados os procedimentos de primeiros socorros.
Entretanto, caso a vítima esteja inconsciente, são exigidos cuidados complementares.
Faz-se necessário verificar a profundidade da água, a fim de avaliar possíveis traumas
na cabeça e na coluna; checar a respiração e, caso esteja ausente, iniciar ciclos de
até 10 ventilações; verificar ainda outros motivos para a perda da consciência, dentre
eles: ataque cardíaco, mal súbito ou outro mal. Na área seca, o socorrista poderá
inferir de forma adequada o grau de afogamento e fornecer o SBV (suporte básico de
vida).
Diante disso, é necessário um estudo por parte do CBMMG para conceituar os riscos
da atividade, bem como uma gestão adequada das operações em ambientes dessa
natureza.
Inicialmente, é primordial definir quais são aquelas águas impróprias para banho. As
águas destinadas à balneabilidade (recreação de contato primário) terão suas
condições avaliadas nas categorias própria e imprópria. As águas consideradas
próprias poderão ser subdivididas nas seguintes categorias: excelente, muito boa e
satisfatória, variando de acordo com critérios estabelecidos pela RESOLUÇÃO nº 274,
de 29 de novembro de 2000, do Conselho Nacional do Meio Ambiente. (BRASIL,
2000).
14 ATUAÇÃO DO GUARDA-VIDAS EM ÁGUAS POLUÍDAS E OUTROS RISCOS ASSOSSIADOS 77
14.1 Riscos
Ainda se inserem no rol dos riscos, aqueles relacionados com o despejo de resíduos
químicos, agrotóxicos e metais pesados em rios e represas, nem sempre de fácil
identificação, por se desenvolverem de forma lenta, além de contaminarem peixes e
outros animais. Os metais pesados podem causar doenças relacionadas ao sistema
nervoso e sensorial. Contatos frequentes e ingestão de águas contendo metais
pesados podem fazer com que esses elementos se acumulem no organismo da
pessoa, aumentando a possibilidade de doenças.
Roupa seca para mergulho com capacete de mergulho com fonia subaquática,
garantindo-se o completo isolamento do mergulhador em relação ao meio externo
poluído, inclusive de suas vias aéreas superiores, conforme detalhamento em
Instrução Técnica Operacional específica.
Desse modo, para o bom andamento da operação, cabe ao militar mais antigo e
devidamente credenciado para a condução da embarcação, coordenar o seu correto
emprego e garantir a segurança dos demais membros da guarnição e da vítima.
Figura 48 - Barco
com o antebraço direito, e a região pélvica com a mão esquerda, mantendo essa
posição até a entrada na água.
REFERÊNCIAS