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1o Edição revisada
MANUAL DE CAPACITAÇÃO
EM ATENDIMENTO BÁSICO A EMERGÊNCIAS
1ª edição revisada
Florianópolis 2020
@ 2020. TODOS OS DIREITOS DE REPRODUÇÃO SÃO RESERVADOS AO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA. SOMENTE SERÁ PERMITIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL DESTA
PUBLICAÇÃO, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Todos os dias nos deparamos com situações que podem colocar em risco nossa integridade física, nosso con-
forto e nossos bens. Muitas vezes, por desconhecimento de determinados riscos, acabamos provocando ou
contribuindo com acidentes que podem ser evitados com a adoção de simples medidas de prevenção.
Vivemos iludidos de que “os acidentes só acontecem com os outros”, até que somos atingidos por algum
evento natural adverso, acidente ou incidente que expõe toda a nossa fragilidade e nos acorda para o mun-
do real, demonstrando que devemos estar sempre preparados.
Visando contribuir ainda mais com a comunidade catarinense, buscando a preparação das pessoas e a formação
da cultura de prevenção e de disseminação de conhecimentos, o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina
(CBMSC) disponibiliza à comunidade o Manual do Curso Básico de Atendimento a Emergências (CBAE).
O CBAE tem por finalidade oferecer uma capacitação básica à comunidade, para que todos possam reco-
nhecer os riscos e atuar de maneira segura e eficiente em situações de emergências. Inserida na capacita-
ção básica, estão noções de prevenção de incêndios e acidentes domésticos, reconhecimento e gestão de
riscos e de primeiros socorros.
O curso foi desenhado para que você possa absorver conhecimentos elementares que, em muitas situa-
ções, poderão auxiliá-lo(a) a proteger patrimônios e, até mesmo, salvar vidas e este material de leitura é
parte importante deste processo.
Ao final de sua formação, esperamos que você seja um(a) Agente Comunitário(a) de Proteção Civil e Briga-
dista Voluntário plenamente consciente de sua função.
Desejamos a todos uma excelente leitura!
Tenente-Coronel Jorge Artur Cameu Júnior
Organizador
COMO UTILIZAR ESTE MANUAL
Este manual contém alguns recursos para que você possa facilitar o processo de aprendizagem e aprofundar seu conhecimento.
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Bom estudo!
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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Figura 1 - Primeiros integrantes e viaturas do CBMSC Para a instalação da nova Corporação, foram
adquiridos pelo Governo do Estado duas bom-
bas a vapor, duas manuais (sendo uma cisterna),
seis seções de escadas de assalto, uma de gan-
cho para assalto em sacadas, dois aparelhos hi-
drantes de incêndio e ferramentas de sapa, en-
tre outros materiais.
A Seção de Bombeiros atendeu o seu primeiro
chamado no dia 2 de outubro de 1926, seis dias
após o início dos trabalhos.
Fonte: CBMSC
PRIMEIRO ATENDIMENTO
A Seção de Bombeiros atendeu o seu primeiro chamado no dia 2 de EMANCIPAÇÃO DO CBMSC
Em 13 de junho de 2003, a Emenda Constitucional nº 033 concedeu
1926 outubro quando extinguiu, com emprego da bomba manual, um 2003 ao CBMSC o status de Organização independente, formando, junto
princípio de incêndio que se originara no excesso de fuligem da chami-
com a Polícia Militar, o grupo de Militares Estaduais de Santa Catarina.
né da casa do Sr. Achilles Santos, na Rua Tenente Silveira, no 6.
FORÇA TAREFA
DESCENTRALIZAÇÃO Motivado pela Tragédia do Morro do Baú (2008), no Vale do Itajaí,
A primeira descentralização da Corporação ocorreu em 13 de o CBMSC cria a Força Tarefa (FT), grupo composto por integran-
1958 agosto de 1958, com a instalação de uma Organização Bombeiro 2011 tes da corporação capacitações e treinamentos para responder
Militar no município de Blumenau. com eficácia e eficiência a eventos adversos como esse.
Nos últimos anos, adequando-se às tecnolo- reconhecimento. E mesmo diante do inimigo invi-
gias modernas, aplicativos diversos foram criados sível, enquanto todos eram orientados à reclusão,
pela instituição facilitando ainda mais o trabalho o CBMSC manteve seu trabalho: nas ruas, em aten-
da corporação, aproximando-a da comunidade dimento à comunidade e adaptando-se ainda mais
e obtendo-se resultados ainda mais satisfatórios às novas tecnologias, destacando-se o Ambiente
para a preservação de vidas. Destacam-se aqui Virtual de Aprendizagem (AVA) para educação a
aplicativos como o Praia segura CBMSC, CBMSC distância, o qual passou a fazer parte inclusive dos
Firecast comunidade, CBMSC SOSurdo. cursos de formação da instituição.
Figura 2 - Aplicativos do CBMSC: Praia segura CBMSC, Figura 3 - Banner do AVA CBMSC
Firecast comunidade e SOSurdo (respectivamente)
Fonte: CBMSC
SOBRE O CBAE
Você já parou para pensar o que lhe trouxe Glossário
até aqui? O que motivou sua inscrição para Os termos urgência e emergência são
o CBAE? Que conhecimentos acredita que vistos de maneira distintas, de acordo
irá adquirir ao longo de sua formação? com a área na qual são conceituados
(saúde, defesa civil, entre outras). Por
Para que você possa responder de maneira urgência, o CBMSC entende a situa-
firme e segura tais questionamentos, vamos ini- ção que exige providências inadiá-
ciar nossos estudos conceituando o Curso Básico veis. Diz-se da situação de uma vítima
de Atendimento a Emergências (CBAE), um curso que exige cuidados imediatos, po-
planejado para atender a comunidade, com idade dendo não estar em situação de ris-
Fonte: CBMSC igual ou superior a 16 anos, que desejam obter trei- co iminente de morte. Por emergên-
namento e conhecimento básico sobre prevenção, cia também no CBMSC entede-se a
Como você deve saber, a história do CBMSC é noções de primeiros socorros, combate a princípios situação crítica; acontecimento peri-
sedimentada sobre o tradicional serviço de Com- de incêndios e como agir em diversas situações de goso ou fortuito; incidente.
bate a Incêndio (função de origem da maioria das urgência e emergência.
Corporações no mundo), no entanto, desde sua
criação, o Corpo de Bombeiros Militar de Santa
Bons estudos!
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Não é novidade que as sociedades estão em Para compreender o que é a percepção de ris-
constante contato com eventos adversos. co vamos primeiramente entender dois conceitos Glossário
Sabemos que algumas vezes esses eventos po- importantes: risco e desastre. Ameaça é a estimativa da ocorrência e
dem causar riscos à saúde e ao meio ambiente. Denominamos risco a relação existente entre a magnitude de um evento adverso, ex-
Em nosso estado, por exemplo, os desastres de probabilidade de que uma ameaça de evento ad- pressa em termos de probabilidade es-
grandes proporções provocados pela quantidade verso ou acidente determinado se concretize, com tatística de concretização do evento (ou
de chuvas, vendavais, granizos, tornados ou va- o grau de vulnerabilidade do sistema receptor a acidente) e da provável magnitude de
zamento de produtos químicos próximos a áreas seus efeitos. Os riscos podem ainda ser entendi- sua manifestação.
habitadas, são cada vez mais recorrentes, nos le- dos como os resultados inesperados que apresen-
vando a refletir sobre a importância de estarmos tam consequências negativas em determinadas Vulnerabilidade é a condição intrín-
preparados para agir nesses casos. atividades ou decisões tomadas. seca ao corpo ou sistema receptor
Por muito tempo os governos focaram na res- Consideramos desastre o resultado dos even- que, em interação com a magnitude
posta aos desastres, atuando em recuperação dos tos adversos, naturais ou provocados pelo homem, do evento ou acidente, caracteriza os
danos e prejuízos causados por esses eventos. Con- sobre um ecossistema vulnerável, causando danos efeitos adversos, medidos em termos
forme os prejuízos econômicos, sociais e ambien- humanos, materiais e/ou ambientais e consequen- de intensidade dos danos prováveis.
tais, assim como a vulnerabilidade das pessoas e tes prejuízos econômicos e sociais (DEFESA CIVIL,
comunidades aumentavam, percebeu-se a impor- 2007). Os desastres podem ser divididos em duas Evento adverso é uma ocorrência
tância de atentar-se antecipadamente aos riscos grandes categorias: os naturais e os tecnológicos. desfavorável, prejudicial ou impró-
que eventos desastrosos pudessem apresentar. As- Na primeira estão os grupos de desastres geoló- pria, que acarreta danos e prejuízos,
sim, os órgãos de proteção civil junto aos gover- gicos, hidrológicos, meteorológicos, climatológicos constituindo-se no fenômeno causa-
nos passaram a investir em medidas para manejar o e biológicos. Para estes grupos podemos citar res- dor de um desastre.
risco e reduzir as perdas causadas pelos desastres, pectivamente os seguintes exemplos: movimentos
gerenciando os riscos encontrados. de massa, inundações, queda de granizo, incêndio
Para a Defesa Civil, a boa gestão de risco de- florestal e epidemias de doenças infecciosas virais.
pende diretamente do modo como o risco é per- Na segunda estão os desastres relacionados às
cepcionado. A percepção de risco de desastres substâncias radioativas, produtos perigosos, incên-
passou a ser então incluída nas atividades de for- dios urbanos, obras civis e transporte de passagei-
mação e capacitação em gestão de risco de de- ros e cargas não perigosas.
sastre, pela proteção e defesa civil.
RISCOS rua, ao olhar para os dois lados, cabe ao indivíduo Perigo são as circunstâncias poten-
perceber algumas características da cena como a cialmente capazes de acarretar algum
Você sabe o que é percepção de risco? distância dos veículos da faixa de pedestre, a ve- tipo de perda, dano ou prejuízo am-
locidade com a qual aproximam-se dela e a quem biental, material ou humano.
Por percepção de risco podemos então en- é o direito de passagem de acordo com o semáfo-
tender como o ato de tomar contato com um ro. Além disso, percebendo que seu risco é maior
perigo por meio dos sentidos (visão, paladar, au- ao atravessar a rua, cabe ao indivíduo fazê-lo de Saiba mais
dição, tato e olfato) e interpretar essa informa- modo ágil, mas sempre com segurança. Para compreender um pouco melhor o
ção para então decidir como agir em casos de conceito de percepção de risco, assista
ameaças, ou seja, é a capacidade de identificar Você sabe o que é gestão de risco de desastres? aos vídeos no canal da Defesa Civil SC
perigos e reconhecer riscos. no Youtube.
Um indivíduo seleciona, interpreta, organiza A gestão de risco abrange a avaliação, análi-
e analisa sensações sensoriais relacionando-as se, implementação de estratégias, ações especí-
com sua história de vida. Embora as percepções ficas para controlar, reduzir e transferir os riscos.
sejam individuais e muitas vezes subjetivas, es- É amplamente praticada por organizações para
tão relacionadas com a construção do conhe- minimizar o risco nas decisões de investimento e
cimento, podendo ser partilhadas gerando um para enfrentar os riscos operacionais, tais como os
conhecimento coletivo. de interrupção dos negócios, a falha de produção,
A percepção de risco depende do conhecimen- danos ambientais, impactos sociais e danos decor-
to comum sobre os riscos de desastres, fatores que rentes de incêndios e riscos naturais.
levam à ocorrência de um desastre e ações que po- Gestão de risco envolve as atividades que
dem ser tomadas individual e coletivamente para abordam e buscam corrigir ou reduzir um ris-
reduzir a exposição e vulnerabilidade aos perigos. co que já exista (exemplo reforçar a estrutura
Vejamos um exemplo de percepção de risco: construtiva de um hospital que se encontra em
Ao atravessar a rua o risco de sofrer um atro- uma área de risco); ou atividades de gestão que
pelamento é maior à pessoa do que se ela esti- abordem ou busquem evitar o crescimento ou o
ver caminhando pela calçada. Diante da ameaça desenvolvimento de novos riscos de desastres
?
na produção do risco? explicam as
• manejo de desastres (que corresponde à res-
? ?
vulnerabilidades?
posta, reabilitação e reconstrução).
Quais os processos
e atores a serem Quem são os atores
Cabe compreender que o processo de ges- envolvidos? locais, organizados ou
individuais, que devem
tão “dimensiona os riscos objetivos, considera
Quais as participar do processo
os riscos subjetivos e diferencia os diversos fato- de gestão?
possibilidades de
res que, interrelacionados, os produzem. O pro- riscos futuros?
cesso de gestão depende, ainda, de decisões
políticas intersetoriais, nos diferentes níveis de
abrangência.” (CEPED UFSC, 2012).
O processo de gestão de riscos de desastres,
quando implementado de forma dinâmica e orgâ- Focar na redução de riscos é promover e va-
nica, com a participação das comunidades locais, lorizar ações que auxiliem na minimização dos
garantirá a redução dos riscos de desastres. riscos no contexto local e global, da promoção
de qualidade de vida.
A que se refere a redução de riscos de desastre? Passamos agora para a discussão das medidas
de prevenção de riscos.
ções especializadas ou integradas na estrutura Figura 1 - Ciclo das Ações de Defesa Civil
convencional dos serviços de emergência. Contu- Prevenção: é considerada uma das fases mais
do, a defesa ou proteção civil deverá começar no importantes na administração de desastre. É a
hora certa para se tomar medidas de avaliação e
nível mais baixo (municipal) e só deverá passar redução dos riscos. Muito importante, nesse
para o próximo nível organizacional quando os re- processo, a mudança de comportamento e
cultura da população.
cursos do nível antecedente estiverem esgotados.
Mitigação: é a diminuição ou a limitação dos
impactos adversos das ameaças e dos desastres
Alerta! afins para a população. Como nem sempre é
possível evitar que desastres aconteçam,
Previsão de
chuvas e fortes
ventos...
Fonte: CBMSC
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA 22
Lição I - Noções de percepção e gestão de riscos e a importância da prevenção
torres de linhas telefônicas e de energia elétri- ciadas à elevação em cursos de água que acon-
ca, áreas abertas como campos de futebol, qua- tece de modo gradativo e com uma capacidade
dras de tênis e estacionamentos, alto de morros relativa de escoamento. Estes fenômenos normal-
ou no topo de prédios, cercas de arame, varais mente são sazonais, associados às marés meteo-
metálicos, linhas aéreas e trilhos; rológicas e, de certo modo, previsíveis (BRASIL,
• não permanecer próximo a tomadas, canos, 2012; CEPED 2013).
janelas e portas metálicas; Daremos destaque a seguir aos três conceitos
• não tocar em equipamentos elétricos que es- dos desastres hidrológicos devidamente previstos
tejam energizados. no COBRADE, os quais são melhor detalhados no
Anuário Brasileiro de Desastres Naturais (2014):
ATENÇÃO! Durante tempestades de raios, não faça uso de • Inundações: Submersão de áreas fora dos li-
aparelhos de telefone ligados à rede elétrica. E lembre- mites normais de um curso de água em zonas
-se: mesmo em condições de tempo normal, não faça uso que normalmente não se encontram submer-
de telefone celular quando ele estiver carregando, ligado sas. O transbordamento ocorre de modo gra-
na rede elétrica, pois esta ação também pode lhe propor- dual, geralmente ocasionado por chuvas pro-
cionar um choque elétrico. longadas em áreas de planície.
• Enxurradas: Escoamento superficial de
DESASTRES HIDROLÓGICOS alta velocidade e energia, provocado por chu-
vas intensas e concentradas, normalmente em
De acordo com a Classificação Brasileira de pequenas bacias de relevo acidentado. Ca-
Desastres (COBRADE), os desastres hidrológicos racterizadas pela elevação súbita das vazões
dividem-se em inundações, enxurradas e alaga- de determinada drenagem e transbordamen-
mentos. Sua definição foi estimulada, também, to brusco da calha fluvial. Apresentam grande
pelas mais diversas interpretações destes termos, poder destrutivo.
pelos mais diversos pesquisadores da área. Neste • Alagamentos: Extrapolação da capacidade
sentido, a Instrução Normativa No 01, de 24 de de escoamento de sistemas de drenagem ur-
agosto de 2012, do Ministério daIntegração Na- bana e consequente acúmulo de água em ruas,
cional, a qual define o COBRADE, nada fala sobre calçadas ou outras infraestruturas urbanas, em
as populares enchentes. As enchentes eram asso- decorrência de precipitações intensas.
Figura 2 - Inundação destes ambientes aquáticos de lazer. Por mais que não
chova no local exato onde você se encontra, chuvas locali-
zadas em pontos mais elevados da cachoeira poderão lhe
INUNDAÇÃO
trazer surpresas desagradáveis.
ALAGAMENTO
SITUAÇÃO
NORMAL
ros e a Defesa Civil pelos telefones de emer- Você sabia que suas atitudes e de seus
gência 193 e 199, sobre áreas inundadas e familiares e amigos podem colaborar para evitar
pessoas ilhadas. alagamentos? Vamos ver um pouco sobre isso?
Antes de qualquer coisa, proteja sua vida, a de seus fami- O lixo acumulado, móveis velhos e outros en-
liares e amigos. Se precisar retirar algo de sua casa, peça tulhos são os principais responsáveis por impedir
ajuda à Defesa Civil ou ao Corpo de Bombeiros o escoamento da água nos sistemas públicos de
esgoto, trancando a passagem da água nos buei-
Sabendo que muitas vezes uma inundação ou ros ou riachos. Por isso, é importante descartar
um alagamento é inevitável, como devemos nos corretamente qualquer tipo de lixo ou materiais
preparar para enfrentá-los? Antes de tudo evitan- que não são mais úteis em casa. Também é im-
do construir próximo a córregos, bem como nunca portante manter telhados e canaletas limpas para
acima e abaixo de barrancos que possam deslizar, evitar entupimentos.
derrubando ou soterrando sua casa. Durante um alagamento, a água acumulada en-
Quando as condições forem propícias para contra-se misturada com os resíduos do sistema de
ocorrência de inundações, é importante tomar as esgoto, lixo e até mesmo animais mortos. Por isso é
seguintes providências: necessário tomar algumas medidas, tais como:
• rever um local seguro para se alojar caso ne-
cessário;
• desconectar aparelhos da corrente elétrica
para evitar curtos-circuitos nas tomadas. Lem-
brar sempre que água e energia elétrica podem
ser uma combinação perigosa;
• fechar o registro da entrada d’água, portas e
janelas;
• retirar todo o lixo e levar para áreas não sujei-
tas a inundações e alagamentos.
ÁGUA HIPOCLORITO
SANITÁRIA DE SÓDIO 30 MINUTOS
(2 GOTAS) (1 GOTA)
OU
1 LITRO DE ÁGUA
• Recipientes para armazenamento de água, nessa solução e comece a limpeza de pisos, pa-
embalagens de alimentos e utensílios do- redes e bancadas. Saiba mais
mésticos: a água que for utilizada para este Para saber mais informações sobre
fim, deve ser filtrada e passar por um posterior Lembre-se também de realizar as seguintes ações: a forma correta de tratamento da
tratamento com hipoclorito. Deve-se misturar 2 - enterre animais mortos e limpe os escombros água, bem como informar-se das re-
colheres das de sopa de hipoclorito de sódio e lama deixados pela inundação, alagamentos e comendações para a manutenção
(2,5%) ou água sanitária (2,0 a 2,5%) com 1 li- enxurradas; de caixas-d’água e reservatórios de
tro de água e jogar no recipiente a ser limpo. - retire todo o lixo da casa e do quintal e o água para consumo humano, acesse
É importante que a solução cubra o recipiente coloque em local devido para o recolhimento a Cartilha para promoção e proteção
para que entre em contato com toda a superfí- pelo serviço de limpeza pública do município; da saúde, produzida pelo Ministério
cie interna e deixar o recipiente coberto por 15 - observe se sua casa não corre risco de desabar; da Saúde, no ano de 2018.
minutos. Ao final, o objeto deve ser enxaguado - tome cuidado com aranhas, cobras e ratos, ao
com a água para consumo humano. movimentar objetos, móveis e utensílios, pois
eles procuram refúgio em lugares secos.
Lembre-se:
ÁGUA HIPOCLORITO 1 LITRO DE ÁGUA A seguir passamos ao item sobre deslizamen-
SANITÁRIA DE SÓDIO
15 MINUTOS tos, também chamado de movimento de massa.
OU
MOVIMENTO DE MASSA
Os principais danos causados pelo deslizamento • não jogar lixo e entulho em vias públicas ou
são as mortes e prejuízos materiais. Ao verificar os barreiras, pois ele aumenta o peso e o perigo
riscos de deslizamento de um morro ou encosta de- de deslizamento, descartando-os em latas ou
ve-se imediatamente avisar os vizinhos sobre o peri- cestos apropriados;
go e convencer as pessoas que moram nas áreas de • as barreiras e encostas devem ser protegi-
risco a saírem de casa durante as chuvas. das com vegetação rasteira que tenham raízes
compridas, que sustentam mais a terra, e nunca
Você saberia perceber os sinais que indicam a por árvores grandes ou com raízes superficiais
possibilidade de ocorrência de um deslizamento? como mamoeiro, jamboeiro, coqueiro, bananei-
ra, jaqueira e de fruta-pão, pois acumulam água
Inicialmente é importante observar o apareci- no solo e provocam quedas de barreiras;
mento de fendas, depressões no terreno, rachadu- • não dificultar o caminho das águas da chuva
ras nas paredes das casas, inclinação de tronco de com lixo, por exemplo;
árvores, postes e o surgimento de minas d’água. • consertar vazamentos o mais rápido possível
Avise imediatamente à Defesa Civil quando des- e não deixar a água escorrendo pelo chão. O
confiar de riscos de deslizamento. ideal é construir canaletas;
• solicitar à Defesa Civil, em caso de morros
Dentre os cuidados que podemos citar para e encostas, a colocação de lonas plásticas
evitar um deslizamento, quais são os principais? nas barreiras.
• manter a vegetação nativa das encostas;
• não amontoar entulhos e lixo em lugares incli- O que fazer quando ocorrer um deslizamento?
nados porque entopem a saída de água e deses- Se você observar um princípio de deslizamen-
tabilizam os terrenos provocando deslizamentos; to, avise, imediatamente, à Defesa Civil do seu Mu-
• proteger as barreiras em morros por drena- nicípio, Corpo de Bombeiros Militar e o máximo
gem de calhas e canaletas para escoamento da de pessoas que residem na área do deslizamen-
água da chuva; to. Afaste-se e colabore para que curiosos mante-
• não fazer cortes nos terrenos de encostas. nham-se afastados do local do deslizamento, pois
Assim, evitará o agravamento da declividade; poderá haver novos deslizamentos.
Em caso de deslizamento, como posso aju- Os incêndios florestais podem ter origem com
dar o CBMSC? causas naturais, tais como: raios, reações fermen-
• só entre na cena de um deslizamento se soli- tativas exotérmicas, concentração de raios solares
citado, pois, vários equipamentos e pessoas es- por pedaços de vidros em forma de lente, entre
pecializadas em salvamento precisarão do local outras. No entanto, como destacamos anterior-
desimpedido; mente também é possível (e bastante comum) que
• não se arrisque sem necessidade, deixe os incêndios se originem pela ação do homem,
que pessoas especializadas em salvamentos das quais destacamos:
atuem no local; • imprudência e descuido de caçadores, matei-
• não permita que crianças e parentes entrem ros ou pescadores, através da propagação de pe-
no local do deslizamento; quenas fogueiras, feitas em acampamentos;
• não conteste as orientações do Corpo de • fagulhas provenientes de locomotivas ou de
Bombeiros Militar. outras máquinas automotoras, consumidoras
de carvão ou lenha;
INCÊNDIO FLORESTAL • perda de controle de queimadas, realizadas
para “limpeza” de campos;
É a propagação do fogo em áreas florestais, • incendiários e/ou piromaníacos (pessoas ma-
normalmente, ocorrendo com maior incidência níacas por fogo).
nos períodos de estiagem. Está relacionado com
a redução da umidade do ambiente. Um incêndio floresta pode causar danos am-
bientais, humanos e materiais, tais como:
Você já parou para pensar que muitos casos de • redução da biodiversidade;
incêndio florestal não são de causas naturais? • alterações drásticas dos biótipos, reduzindo
Vamos estudar a seguir as principais causas as possibilidades de desenvolvimento equili-
de incêndio florestal e verificar, mais uma vez, brado da fauna silvestre;
como o comportamento humano pode ser • facilitação dos processos erosivos, redução
responsável por desastres dessa natureza. da proteção dos olhos d’água e nascentes;
• destruição das árvores em fase de cresci- • utilização de medidas de vigilância fixa, por
mento ou em fase de utilização comercial, redu- meio de torres de observação, ou móvel, por
zindo a produção de madeira, celulose, essên- meio de patrulhamento terrestre ou aéreo;
cias florestais e outros insumos; • aviso imediato, em caso de incêndio flores-
• redução da fertilidade do solo, como con- tal, ao Corpo de Bombeiros, Defesa Civil ou
sequência da destruição da matéria orgânica Polícia Militar.
reciclável, obrigando a um maior consumo de
fertilizantes; Ao encontrar um foco de incêndio florestal é
• redução da resistência das árvores ao ataque importante avisar imediatamente ao Corpo
de pragas, obrigando a um maior consumo de de Bombeiros, Defesa Civil ou Polícia Militar
fungicidas; e seguir as instruções passadas pelo serviço
• perdas humanas e traumatismos provocados de emergência. É importante que você
pelo fogo ou por contusões; nunca tente combater um incêndio sozinho.
• desabrigados e desalojados; Muitos combatentes já perderam suas vidas
• redução das oportunidades de trabalho rela- em incêndios florestais pelo mundo.
cionado ao manejo florestal.
GRANIZO
Dentre as medidas que podem evitar um in-
cêndio florestal, podemos citar: É a forma de precipitação que consiste na
• construção de aceiros, que devem ser manti- queda de gelo de forma esférica ou irregular,
dos limpos e sem materiais combustíveis; de diâmetro variado, comumente chamados
• plantação de cortinas de segurança com ve- pedras de granizo.
getação menos inflamável; O granizo pode trazer inúmeros prejuízos à agri-
• construção de barragens de água que atuem cultura, além de destruir telhados, especialmente
como obstáculos à propagação do fogo e como os construídos com telhas de amianto. As pedras
reserva de água para o combate ao incêndio; de granizo trazem ainda danos às redes elétricas,
• construção de estradas vicinais, no interior amassamento e quebra de vidros em veículos.
de florestas, facilitando a fiscalização e favore-
cendo os meios de controlar os incêndios;
RECAPITULANDO
Nesta lição você teve a oportunidade de conhe-
cer os conceitos que envolvem as ações de Prote-
ção e Defesa Civil, as características dos principais
desastres que ocorrem em Santa Catarina e quais
as ações mais pertinentes a serem tomadas antes,
durante e depois da ocorrência destes eventos.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao longo da leitura desta Lição, você irá en- necessitam de intervenção urgente para evitar um
contrar aspectos importantes para a percepção e agravamento da situação. Em algumas situações,
gestão dos riscos existentes nas ocorrências mais não é possível a recuperação total dos danos, no
atendidas pelo Corpo de Bombeiros Militar de entanto, nestes casos, os órgãos de resposta são
Santa Catarina ou em situações em que você será capazes de oferecer cuidados que minimizem os
a pessoa mais capacitada no local da ocorrência, seus efeitos.
até a chegada do serviço de emergência.
Para dar início aos estudos, precisamos, primei- De acordo com a Portaria número 354, de 2014 do Minis-
ramente conhecer dois importantes conceitos. tério da Saúde, podemos dizer que:
- Emergência é a constatação médica de condições de
Você deve estar bastante familiarizado com as agravo à saúde que impliquem sofrimento intenso ou
palavras acidente e emergência, mas saberia risco iminente de morte, exigindo, portanto, tratamento
diferenciá-las agora? Sem a leitura deste material? médico imediato.
- Urgência é a ocorrência imprevista de agravo à saúde
Vamos iniciar por aí, trazendo estes conceitos e com ou sem risco potencial à vida, cujo portador necessi-
na sequência da lição falaremos dos serviços pú- ta de assistência médica imediata.
blicos de emergências.
Por acidente entendemos um evento inespera- Dentre os órgãos prestadores de serviço de
do (ou sequência de eventos fortuitos e não plane- atendimento à emergência, podemos destacar o
jados), que dá origem a uma consequência especí- Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina,
fica e indesejada, podendo causar danos pessoais, Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC), Defesa
materiais (danos ao patrimônio), danos financeiros Civil e Serviço de Atendimento Móvel de Urgên-
e/ou ambientais. São exemplos de acidentes: coli- cia (SAMU).
sões e quedas indesejadas, lesões por objetos cor-
tantes, queimaduras, afogamentos, intoxicações,
choque elétrico, entre outros.
Uma emergência é uma situação que represen-
ta um risco imediato para a saúde, vida, proprieda-
de ou meio ambiente. A maioria das emergências
Diante de uma situação de emergência, a cha- A partir daqui, vamos conhecer detalhadamen-
mada de auxílio deve ser feita de imediato. Tam- te as atribuições de cada um dos serviços.
bém é importante saber qual é a gravidade de
sua emergência para saber qual o serviço deve CORPO DE BOMBEIROS MILITAR
ser acionado.
Órgão permanente do Estado de Santa Catari-
na, força auxiliar e reserva do exército, organizado
Os telefones de emergência dos principais órgãos são: com base na hierarquia e disciplina, destinado a:
• serviços de prevenção de sinistros ou ca-
190 PMSC - Polícia Militar de Santa Catarina
tástrofes, de combate a incêndio e de busca e
192 SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência salvamento de pessoas e bens e destinado ao
atendimento pré-hospitalar;
193 CBMSC - Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina
• estabelecimento de normas relativas à segu-
199 Defesa Civil de Santa Catarina
rança das pessoas e de seus bens contra incên- • guarda e fiscalização das florestas e dos ma-
dio, catástrofe ou produtos perigosos; nanciais;
• análise prévia de projetos de segurança contra • guarda e fiscalização do trânsito urbano;
incêndio em edificações, contra sinistros em áreas • polícia judiciária militar, nos termos de lei federal;
de risco e de armazenagem, manipulação e trans- • proteção do meio ambiente;
porte de produtos perigosos. Responsável por • garantia do exercício do poder de polícia
acompanhar e fiscalizar sua execução, e impor san- dos órgãos e entidades públicas, especialmen-
ções administrativas estabelecidas em Lei; te da área fazendária, sanitária, de proteção
• realizar perícias de incêndio e de áreas sinis- ambiental, de uso e ocupação do solo e de pa-
tradas no limite de sua competência; trimônio cultural.
• colaboração com os órgãos da defesa civil e
polícia militar, nos termos de lei federal; SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA
• estabelecimento da prevenção balneária por
guarda-vidas; Serviço de saúde parte do serviço de resposta a
• prevenção de acidentes e incêndios na orla emergências, capaz de atender, dentro da região de
marítima e fluvial. abrangência, todo enfermo, ferido ou parturiente em
situação de urgência ou emergência, e transportá-los
Vale lembrar que o Corpo de Bombeiros Militar com segurança e acompanhamento de profissionais
pode ser acionado pelo telefone 193, gratuitamente. da saúde até o nível hospitalar do sistema.
O serviço prestado pelo SAMU atende a três ob-
POLÍCIA MILITAR jetivos: atendimento para casos clínicos, regulação
do sistema de vagas de urgência e emergência em
Órgão permanente do Estado de Santa Cata- hospitais secundários e terciários por uma central
rina, força auxiliar e reserva do exército respon- 24h e educação em urgência e emergência.
sável pela:
• preservação da ordem e da segurança pública;
• radiopatrulhamento terrestre, aéreo, lacus-
tre e fluvial;
• patrulhamento rodoviário;
• acione o serviço de emergências (190, 191, Lembre-se que quanto mais rápido o atendi-
192, 193, 198 ou 199); mento, menores as chances de risco para vítimas Atenção
• dimensione os riscos presentes na cena (pre- do acidente. Além dos órgãos de atendimento de Lembre-se dos telefones dos serviços
sença de energia elétrica, sinalização das vias); emergência, as rodovias administradas por conces- de emergência:
• evite inalar fumaça (aproxime-se com vento sionárias possuem um número de telefone para 190 - Polícia Militar
pelas costas) ou entrar em contato com com- emergência gratuito. Normalmente esse número 191 - Polícia Rodoviária Federal
bustíveis e produtos perigosos; se encontra visível em placas e algumas rodovias 192 - SAMU
• não manipule a vítima se não tiver capacita- dispõem até mesmo de aparelhos telefônicos de 193 - CBMSC
ção ou não se sentir seguro para implementar emergência nos acostamentos. Nestes casos, você 198 - Polícia Rodoviária Estadual
os atendimentos necessários; pode retirar o fone do gancho e aguardar o atendi- 199 - Defesa Civil
• identifique-se e ofereça ajuda (verifique se en- mento.
tre as pessoas presentes há algum médico, bom-
beiro, policial ou qualquer profissional acostuma- PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO
do a lidar com situações de emergência);
• se não houver ninguém capacitado no local Acidentes de trabalho são os acidentes sofridos
para dar suporte à vítima, preste os primeiros so- pelo trabalhador, que ocorrem no local e no horário
corros, veja se você ou alguém sofreu ferimentos; de seu expediente. Mas eles também podem ocor-
• avalie a gravidade geral do acidente, confor- rer em seu percurso de sua casa até o seu trabalho;
te os ocupantes do veículo; através de doença obtida pela forma de exercer o
• lembre-se de sempre solicitar apoio do servi- seu serviço ou pelas condições do mesmo.
ço de emergências. Os acidentes de trabalho são muito comuns no
Brasil, às vezes trazem ao trabalhador consequên-
Ao chamar o socorro por telefone, informe o tipo de aci- cias leves, mas há ainda muitos casos de danos fa-
dente (carro, moto, caminhão, ônibus); gravidade apa- tais ou mesmo irreparáveis.
rente; nome da rua e número próximo; quantidade de
vítimas; pessoas presas nas ferragens; vazamento de Manter a calma em situações de risco é muito importan-
combustível ou produtos químicos. Não execute primei- te para o sucesso do atendimento às vítimas podendo até
ros socorros se você não for treinado, isso pode agravar mesmo evitar o agravo da situação. Por isso no cenário de
a situação das vítimas.
uma ocorrência, tente ao máximo manter sua calma, das ví- • siga todas as regras de segurança na realiza-
timas e das pessoas ao redor, com gentileza. ção de atividades perigosas;
• participe sempre das ações que a empresa
Mantenha sempre atualizado no seu celular to- lhe proporcionar (cursos, palestras etc.);
dos os números de emergência disponíveis dos • não acredite que experiência é suficiente,
locais por onde você trafega. Na hora da emer- deixando de realizar sua atividade com segu-
gência a memória pode falhar. rança, esta pode ser uma atitude extremamente
arriscada. Cuidado com a autoconfiança e dis-
A maior parte desses acidentes poderiam ter tração, já que estas são as maiores responsáveis
sido evitados com medidas simples, por isso, pelos acidentes;
atente-se sempre para as seguintes medidas • não se alimente no local de trabalho. A ali-
preventivas: mentação deve ser feita em refeitórios ou lo-
• utilize sempre os vestuários e equipamentos cais separados;
de segurança, como por exemplo: capacetes • lave e guarde seu uniforme ou roupa de tra-
para a proteção da cabeça, luvas para a pro- balho, pois eles podem contaminar as demais
teção das mãos, mangas longas, aventais para peças de seu vestuário;
a proteção dos membros superiores, botas e • se trabalhar muitas horas sentado, mantenha
botinas para a proteção dos pés, óculos para a uma postura adequada. Faça pequenas para-
proteção dos olhos, máscaras para a proteção das a cada 2 horas;
do sistema respiratório e cintos de segurança • informe-se sobre os riscos que sua atividade
como proteção contra quedas; proporciona, quais cuidados devem ser toma-
• descanse suficientemente para que a falta de dos e quais formas de proteção devem ser utili-
sono não tire sua atenção durante o trabalho; zadas para reduzir esses riscos.
• faça com que seu local de trabalho seja con-
fortável, não deixe objetos fora dos seus luga- Lembre-se que a segurança depende de
res ou mal arrumados. Se tudo estiver no seu gestos e ações praticados por todos.
lugar, não será preciso recorrer a improvisos, e
isso irá reduzir os acidentes;
como: ferrugem, pregos expostos e superfícies derá os procedimentos a serem tomados diante
instáveis ou quebradas. de uma pessoa com obstrução de vias aéreas por
Em casos de construções é importante fazer corpo estranho (OVACE).
dispositivos de proteção na laje.
Intoxicação
Sufocamento
Os problemas de intoxicação são bastante co-
A obstrução de vias aéreas é a uma das cau- muns entre as crianças, por isso mantenha todos
sas de morte em crianças de idade abaixo de um os produtos tóxicos fora do alcance delas, como
ano. Por isso, não deixe sacos plásticos, objetos por exemplo: medicamentos e vitaminas, produtos
pequenos, como peças de brinquedos, parafusos, de limpeza, inseticidas etc. Mantenha esses produ-
porcas, moedas, tampinhas etc., perto de crianças tos em locais altos e armários trancados.
pequenas. Pequenas partículas podem ser aspira- As crianças são atraídas pela semelhança com
das, provocando sufocação ou serem ingeridas, balas e doces, por isso, tome cuidado para não
causando problemas. deixar medicamentos ao alcance e nunca coloque
Lembre-se todos os brinquedos devem ter produtos de limpeza em garrafas de alimentos
a certificação do Instituto Nacional de Metrolo- evitando que alguém consuma o produto equi-
gia (INMETRO). Antes de permitir seu uso por vocadamente. Guardar os produtos de limpeza
crianças, verifique a indicação de idade. e outros produtos tóxicos em suas embalagens
Atente para o momento de alimentação da originais pode facilitar o reconhecimento do pro-
criança, após as mamadas, coloque o bebê para duto, em casos de intoxicações.
arrotar antes de deitá-lo, pois, do contrário, o
bebê poderá regurgitar ou vomitar e o líquido ir Prevenção a incêndios domésticos
para o pulmão. Corte os alimentos em tamanhos
pequenos na hora de alimentar a criança e fique O fogo e a energia elétrica existem em todos os
atento para perceber se ela engoliu tudo. Remova lares e são de muita utilidade para as tarefas diárias.
do berço todos os brinquedos, travesseiros e obje- Porém, ao mesmo tempo que são úteis, são tam-
tos macios quando o bebê estiver dormindo, para bém perigosos e podem causar incêndios.
reduzir o risco de asfixia. Na lição IV você apren-
• nunca jogue um cigarro aceso em qualquer Desde o ano de 2002 a Agência Nacional de Vigilância
tipo de lixeira. Sanitária (ANVISA) limita a fabricação, distribuição e co-
Em relação a materiais combustíveis: mércio de álcool no Brasil e intensificou estas ações com
• os tecidos sintéticos são muito usados hoje em a confecção de uma nova resolução em 2013. Tudo isso
dia para confecção de tapetes, carpetes, corti- voltado para a prevenção de acidentes envolvendo quei-
nas, colchas, forração de estofados e roupas. Eles maduras. Essas restrições foram flexibilizadas em 2020
são altamente inflamáveis, se não puder evitá-los, por conta do combate ao novo coronavírus. Contudo, vale
tome todo cuidado para que não entre em conta- lembrar que esta é uma ação provisória em virtude da
to com o fogo. Basta uma simples fagulha para o pandemia e que deve ser retomada tão logo voltemos à
fogo se alastrar em poucos segundos; normalidade, haja vista os riscos de incêndio causados
• não use avental de plástico ou blusão de ny- pelo uso indevido do álcool.
lon quando estiver cozinhando;
• não deixe vasilhames ou talheres de plástico Anualmente, milhares de crianças são hospita-
em cima do fogão; lizadas em decorrência de queimaduras com ál-
• nunca deixe uma panela com óleo esquen- cool. Os acidentes geralmente acontecem quando
tando no fogo enquanto vai fazer outras coisas; adultos manuseiam o produto próximo a elas ou
• verifique sempre se não há vazamentos de quando as crianças, inadvertidamente, brincam
gás de cozinha, pois este produto é altamente com o produto. O uso do álcool para acender chur-
inflamável; rasqueiras ou lareiras também representa grande
• nunca derreta cera no fogo; risco. Muitas vezes o produto não apresenta trava
• guarde todo material inflamável e de limpeza de segurança, podendo ser aberto facilmente pe-
em lugar seguro, arejado e afastado do fogo; las crianças, que podem ingerir o seu conteúdo ou
• nunca armazene gasolina em casa, pois este causar um incêndio ao aproximá-lo do fogo. Não
material é altamente inflamável; deixe fósforos, isqueiros e outras fontes de ignição
• evite acumular objetos fora de uso (jornais, ao alcance das crianças. Caso opte por manter pro-
pneus, roupas velhas, caixas de papelão vazias dutos inflamáveis em casa, lembre-se sempre de
etc.), pois podem facilitar a propagaçãode um manuseá-los com especial atenção e de guardá-los
princípio de incêndio. em armários trancados.
São muitos os acidentes que ocorrem na água, MORTES POR AFOGAMENTO NO BRASIL
tendo como causa a falta de prevenção e cuida-
Ano base 2017
*
do. Ainda que sejam mais associados à região A cada 92 minutos
litorânea, em Santa Catarina, todos os municí- 1 pessoa O grupo com
morre afogada maior risco de
pios estão propensos aos afogamentos. Na maio- mortes são os
ria das vezes esse tipo de acidente ocorre com adolescentes
adolescentes, adultos alcoolizados e pescadores
inexperientes (figura 1). Homens morrem
6,7 vezes mais do
A ocorrência de elevados números de afoga- que mulheres
mentos envolvendo adolescentes se explica, pri- 70% dos óbitos
meiramente, pela maior frequência dos mesmos ocorrem em rios
e represas
em locais de banho, sendo os rios e lagoas os prin- O Norte do Brasil
cipais e, em segundo lugar, pela tendência natural é a região com maior
número de mortes
dos jovens à competição e ao exibicionismo frente 44% das mortes
aos demais, o que acaba lhes criando coragem e ocorrem no verão
autoconfiança incompatíveis, muitas vezes, com a 52% das mortes
sua capacidade física e técnica no meio aquático. de crianças entre
1 e 9 anos ocorrem
Como podemos ver na figura 1, muitas vezes em piscinas, geralmente
os acidentes por afogamento ocorrem dentro de em casa
casa, por isso, além dos cuidados com as crianças
Mais de 90% das mortes
em locais de banho, como piscinas, praias e la- ocorrem por ignorar os riscos
gos, é importante ter atenção a alguns aspectos
dentro da própria casa.
Restrinja o acesso de áreas de serviço, portas de tação logo após as refeições. Acompanhe outras
banheiros ou quintais com piscinas. Mantenha dicas voltadas à prevenção de afogamentos nos Saiba mais
fechados vasos sanitários, caixas d´ água, mais diversos ambientes aquáticos de lazer: Para saber mais sobre dados de
poços, cisternas, máquinas de lavar e qualquer 1. Certifique-se da presença de Guarda-vidas afogamento no Brasil acesse o
recipiente com água. Após o uso, mantenha no local. site da Sociedade Brasileira de
totalmente vazios tanques, bacias e banheiras. 2. Nunca entre ou nunca deixe um companhei- Salvamento Aquático - SOBRASA:
Em áreas residenciais com piscina, mantenha ro seu entrar na água se estiver alcoolizado. www.sobrasa.org
a supervisão sobre as crianças em 100% 3. Não entre em competições com seus com-
do tempo à distância de um braço. panheiros e não tente fazer o que eles fazem.
Faça uso de colete salva-vidas devidamente Conheça e respeite os seus limites na água. Saiba mais
certificado pelo INMETRO ao em vez de boias 4. Se não souber nadar, nunca entre em locais No portal de notícias do CBMSC,
de braço. Se avistar alguém em apuros, ajude que não tenha a segurança de manter-se em você pode ler a matéria sobre pre-
a quem necessita sem entrar na água, ligando pé. Se souber nadar, não abuse. venção de afogamento nos diver-
193 e lançando um material flutuante à vítima; 5. Não se banhe logo após as refeições (com o sos ambientes aquáticos de lazer.
Instale ralos anti-sucção na piscina e estômago cheio). Nela você vai encontrar mais in-
meios de interrupção da bomba. 6. Nunca se banhe sozinho, principalmente se formações sobre o assunto e dicas
tiver histórico de mal súbito, como por exem- de prevenção.
O alcoolizado também frequenta com intensida- plo, a epilepsia. https://tinyurl.com/y7gyfvag
de as estatísticas de afogamentos, em virtude da 7. Nunca perca a criança de vista e nem do seu
redução de sua capacidade física, do raciocínio e alcance, mesmo que em piscinas ou tanques
da capacidade de avaliação dos riscos. As pescarias domésticos.
também podem provocar muitos afogamentos, os 8. Nunca mergulhe ou salte em locais que des-
quais ocorrem por quedas das barrancas às mar- conheça. Pode ser que exista sob a água uma
gens dos rios, pela virada de uma embarcação, pela laje, uma pedra, entulhos etc., que poderá lhe
tentativa de mergulho para desenroscar uma rede causar um trauma grave ou perda da consciên-
ou um anzol, pela não utilização de colete salva-vi- cia, e se afogar.
das quando embarcado e outras causas diversas. 9. Nas pescarias, ou quando embarcado, pro-
Outros fatores associados aos afogamentos são cure sempre utilizar colete salva-vidas, mes-
as câimbras, os mal-súbitos dentro d’água e a na- mo que saiba nadar bem.
10. Não tente nadar ou mergulhar para desen- caso jogue uma corda ou um objeto flutuante
roscar ou estender redes ou linhas de pesca, para a vítima ou tente alcançá-la com uma vara Saiba mais
pois você poderá enroscar-se nas linhas. ou um galho. Muitas pessoas já perderam suas Para mais dicas sobre as bandeiras de
11. Na praia, se você perceber que está sen- vidas na tentativa de salvarem outras. sinalização de risco nas praias acesse
do arrastado por uma corrente de retorno, 14. Ao chegar na praia, observe o sistema o canal oficial do CBMSC no YouTube.
nade na diagonal, em direção à areia, ou pa- preventivo de sinalizaçao utilizado pelo CB-
ralelo à praia, pois, ao lado da corrente de MSC, com destaque para a bandeira hasteada
retorno, provavelmente, você encontrará um no posto e para as bandeiras colocadas pelos
banco de areia. Caso não consiga nadar e sair Guarda-vidas na faixa de areia, próximo ao mar.
da corrente, flutue e assene por ajuda. Elas indicam, respectivamente, a condição geral
da praia para o banho e a condição de pontos
Caso você seja apanhado pela correnteza do repuxo, específicos da praia, de acordo com a figura a
não tente lutar contra ela e nade em paralelo à seguir:
praia. Se não conseguir chame por socorro.
Figura 2 - Bandeiras na praia
12. Não se banhe em rios com corredeiras e, Sinalização no Posto guarda-vidas Sinalização na praia
nos rios sem corredeiras, banhe-se sempre
acompanhado(a) de alguém que possa lhe
ajudar e somente até a linha dos joelhos ou BAIXO RISCO LOCAL PERIGOSO
MÉDIO RISCO ALTO RISCO
DE AFOGAMENTO DE AFOGAMENTO DE AFOGAMENTO Indica corrente
fazendo o uso de colete salva-vidas. A profun- de retorno
RECAPITULANDO
Nesta lição você conheceu os órgãos públicos
relacionados ao serviço de atendimento a emer-
gências em Santa Catarina.
Aprendeu também sobre ações preventivas di-
versas a serem tomadas com o propósito de evitar
as ocorrências mais comuns atendidas pelo CB-
MSC, como por exemplo, ocorrências que envol-
vem o trânsito, ambientes de trabalho, ambientes
residenciais e ambientes aquáticos de lazer.
Apresentamos ainda as principais ações que
você pode executar para conter e/ou amenizar es-
tes casos até a chegada de profissionais na cena.
b) emergência:
Imagine um incêndio ocorrendo em uma edifi- • possibilitar o abandono seguro dos ocupan-
cação, podemos prever que um grande pânico irá tes da edificação; Saiba mais
se instalar na edificação. As pessoas perderão a no- • proteger a edificação, evitando a propaga- Para saber mais sobre as instruções
ção de tempo e também de distância. Um verda- ção do incêndio através da compartimentação normativas do CBMSC e procedimen-
deiro caos se instalando. Parece apavorante, não é (escadas com paredes e portas corta-fogo, por tos de vistorias acesse a biblioteca de
mesmo? Mas podemos tornar o momento de uma exemplo) e dos sistemas preventivos voltados INs no portal da DSCI e os tópicos es-
ocorrência desse tipo mais organizado e eficiente. para a extinção do incêndio, tais como os extin- peciais em Segurança Contra Incêndio
Ou ainda podemos evitar que isso ocorra, com me- tores, o sistema hidráulico preventivo e os chu- e Pânico no site biblioteca do CBMSC.
didas de prevenção, como vimos na lição anterior e veiros automáticos.
com o conhecimento sobre as normas de seguran-
ça contra incêndio e sistemas preventivos. Como podemos ver, a partir das Instruções nor-
O CBMSC gerencia os principais riscos encon- mativas, o CBMSC orienta e fiscaliza a instalação
trados nas edificações por meio de Instruções Nor- dos sistemas preventivos contra incêndio e pânico,
mativas (INs), que visam atender às necessidades a fim de garantir a detecção e controle de princí-
de adequação e atualização de prescrições nor- pios de incêndios e ainda permitir que as pessoas
mativas para a atividade de Segurança Contra In- deixem a edificação em chamas de modo seguro.
cêndio (SCI). Cabe ao Corpo de Bombeiros Militar, Na lição anterior vimos algumas atitudes preven-
como missão constitucional, além de editar normas tivas para evitar que um incêndio inicie, mas sabe-
de segurança contra incêndio e pânico, fiscalizar mos que mesmo assim uma ocorrência desse tipo
sua execução nas edificações por meio da análise pode acontecer. Nesses casos, conhecer o funcio-
prévia de projetos de segurança contra incêndios namento dos sistemas preventivos pode salvar a
e vistorias para conferência de seu cumprimento. sua vida e de outras pessoas. Então vamos conhe-
As INs produzidas pela Diretoria de Segurança cer um pouco mais sobre esses sistemas?
Contra Incêndio (DSCI) do CBMSC visam estabe-
lecer um padrão mínimo de segurança contra in-
cêndio nas edificações, com os objetivos de:
• prevenir a ocorrência de incêndio por
meio do gerenciamento dos riscos presen-
tes nas edificações;
Extintores são sistemas preventivos que têm Os extintores devem estar localizados nas
como finalidade combater princípios de incêndios, áreas úteis da edificação, devidamente sinalizados
isto é, combater o fogo em sua fase inicial. De ma- e identificados, permitindo acesso fácil e rápido
neira geral, os extintores classificam-se em extin- para ações em princípios de incêndios. A distri-
tores portáteis e extintores transportáveis (estacio- buição desses equipamentos pela edificação deve
nários ou carretas). ocorrer de forma que sejam visíveis e acessíveis
São equipamentos de fácil utilização, inclusive quando forem necessários. Quanto à quantidade,
por pessoas leigas. o número de extintores em uma edificação é de-
terminado principalmente pelo risco de incêndio. Por vezes, este equipamento é alvo de ações
Conforme o risco de incêndio, é prevista uma dis- indevidas. Este fato, além de resultar em prejuízos Glossário
tância máxima a ser percorrida até a unidade ex- financeiros para a propriedade, pode impedir Agente extintor é substância capaz de
tintora mais próxima. que um princípio de incêndio seja combatido, eliminar um ou mais elementos es-
Esse equipamento possui capacidade reduzida tornando-se um incêndio descontrolado senciais do fogo.
e validade pré-definida. No Brasil, não existe uma e de grandes proporções, colocando em
regulamentação acerca da validade dos extinto- risco a vida dos ocupantes da edificação.
res, sendo que a única obrigatoriedade criada em
torno destes equipamentos é a de que os mes- SISTEMA HIDRÁULICO PREVENTIVO
mos sejam submetidos a teste hidrostático (tes-
te no cilindro) a cada cinco anos. Em razão desta O Sistema Hidráulico Preventivo (SHP), também
regulamentação, em Santa Catarina, o Corpo de conhecido como sistema de hidrantes e mangoti-
Bombeiros Militar recomenda a manutenção dos nhos, é constituído por uma rede de tubulações
extintores à validade do teste hidrostático, desde que tem a finalidade de conduzir água de uma Re-
que os mesmos mantenham suas características serva Técnica de Incêndio (RTI), por meio da gra-
externas intactas (mangueiras, esguichos, condi- vidade ou pela interposição de bombas, permitin-
ções de casco), inviolabilidade do lacre e nível de do o combate do princípio de incêndio através da
pressurização. abertura de hidrante para o emprego de manguei-
Na maior parte das vezes, o agente extintor ras e esguichos e/ou o emprego do mangotinho.
presente no equipamento está projetado para
utilização naquela área da edificação, levando-se
em conta o tipo de material combustível existente.
Atualmente encontramos os seguintes agentes ex-
tintores para o combate a incêndios: água, espu-
ma, pó químico seco e gás carbônico.
Fonte: CBMSC
Para algumas edificações é previsto o mangotinho no lu- de combate a incêndio devidamente acondicio-
gar dos hidrantes de paredes, pois é muito mais fácil de nada, esguicho e chave de mangueira disponí-
ser manuseado por pessoas leigas. veis no local adequado.
O SHP poderá ser operado por pessoas lei- SISTEMA DE CHUVEIROS AUTOMÁTICOS
gas ou com algum conhecimento de técnicas
de extinção no caso de sinistros. Normalmente É um sistema automatizado que expele água
encontram-se posicionados nas áreas comuns no ambiente quando da ocorrência de um princí-
das edificações, permitindo acesso fácil dos pio de incêndio. São compostos por canalizações
usuários. Mais à frente abordaremos o comba- que possuem em suas extremidades aparelhos de-
te a princípios de incêndios e você verá como e nominados sprinklers. Cada chuveiro possui uma
quando utilizar esse equipamento. cápsula com um líquido que se expande e se rom-
É importante que você tenha em mente e co- pe quando aquecida e como os chuveiros estão
bre dos administradores das edificações as seguin- diretamente conectados a uma tubulação, a água
tes orientações: é liberada automaticamente.
• mantenha facilitado o acesso para o hidrante
de recalque, de tal modo que o Corpo de Bom- Figura 4 - Partes do chuveiro automático
beiros Militar possa acessá-lo com facilidade,
em caso de necessidade;
• mantenha sempre aberta a válvula de re-
tenção que permite a alimentação do SHP
com a RTI, que fica abaixo da própria caixa
d’água do estabelecimento;
• não faça uso da RTI para fins diversos, como
por exemplo: lavação de corredores, garagens
ou quaisquer áreas;
• mantenha os hidrantes de parede de cada
andar preparados para uso exclusivo daquilo
que lhe é destinado, ou seja, com a mangueira Fonte: CBMSC
Fonte: CBMSC
tê-las abertas a todo momento?”, você já pode incêndio. Possuem dispositivos automáticos que
ter se perguntado. A resposta é: porque, além se acendem com o corte da energia da edificação.
de servir de rota de fuga para as pessoas, estas
portas servem também para isolar um possível Figura 9 - Luminária de emergência e fonte de energia
incêndio em um único local impedindo-o de se
alastrar e para impedir que a fumaça também se
alastre para outros pontos.
Quando for necessário utilizar as escadas e saí-
das de emergência, utilize sempre os corrimões,
apoiando-se neles PELO LADO DIREITO e feche
as portas por onde passar. Isso ajudará na orga-
nização da descida e facilitará o trabalho de quem
precisa subir para combater o fogo.
Combustão
NOÇÕES DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS
É uma reação química de oxidação, autossusten-
O fogo sempre motivou a curiosidade do ser tável, com liberação de luz, calor, fumaça e gases.
humano e foi seu aliado aquecendo, cozendo Para que ocorra a combustão é necessária a intera-
alimentos e protegendo as pessoas até os dias ção de quatro elementos: calor, combustível, com-
atuais. Mas é importante lembrar que o fogo pode burente e reação em cadeia. Para efeito didático,
provocar grandes perigos quando fora de contro- adota-se o tetraedro do fogo para explicar a com-
le. Sabemos como ele pode ceifar vidas, destruir bustão, atribuindo-se a cada face um dos elementos
matas e florestas e causar dor. Ao fogo descontro- essenciais ao fogo.
lado chamamos de incêndio.
Antes de saber como agir em caso de incên- Figura 11 - Tetraedro do fogo
dio, para que possamos ter um efetivo controle do
fogo e realizarmos uma correta extinção, precisa-
mos ter o entendimento da sua natureza química e
física, incluindo informações sobre fontes de calor,
composição e características dos combustíveis, as-
sim como as condições necessárias para que haja Calor
combustão, nome dado ao fenômeno fogo.
Reação em
CONCEITOS BÁSICOS Cadeia
Classes de incêndios
Fonte: CBMSC
Os incêndios são classificados de acordo com
os materiais neles envolvidos, bem como a situa- • Incêndio Classe “B”: incêndio envolvendo
ção em que se encontram. O objetivo principal líquidos inflamáveis, graxas e gases combustí-
desta classificação é proporcionar uma adequa- veis. Caracteriza-se por não deixar resíduos e
da escolha do agente extintor mais eficiente para queimar apenas na superfície exposta e não em
cada tipo específico de incêndio. Os incêndios são profundidade. O método de extinção mais usa-
divididos em quatro classes distintas: do é o abafamento.
• Incêndio Classe “A”: incêndio envolvendo Figura 14 - Materiais combustíveis
combustíveis sólidos comuns. É caracterizado
pelas cinzas e brasas que deixam resíduos e por
queimar em razão do seu volume, isto é, a quei-
ma se dá na superfície. O método de extinção
mais usado é o resfriamento.
Fonte: CBMSC
Fonte: CBMSC
AGENTES EXTINTORES
• Gases tóxicos da combustão: são as subs- • Retirada do material: é o modo mais sim-
tâncias gasosas que surgem durante o incêndio ples de se extinguir um incêndio. Baseia-se
e permanecem no ar mesmo após os produtos simplesmente na retirada do material combus-
da combustão serem resfriados (retornando às tível ainda não atingido, da área de propaga-
temperaturas normais). Os gases variam de acor- ção do fogo, interrompendo a alimentação da
do com: natureza do combustível; taxa de aqueci- combustão, como por exemplo: corte do re-
mento; temperatura dos gases; concentração de gistro de gás, retirada do combustível que não
oxigênio. Dentre os gases encontrados em um queimou ou aceiro.
incêndio, podemos citar como principais o monó- • Resfriamento: é o método mais utilizado
xido de carbono, cloreto de hidrogênio e cianeto atualmente pelo bombeiro no combate ao fogo.
de hidrogênio. Todos eles podem comprometer Consiste em diminuir a temperatura do material
o sistema respiratório e levar à morte. combustível que está queimando, diminuindo,
consequentemente, a liberação de gases ou va-
Agora que você já conheceu os principais con- pores inflamáveis. O agente extintor mais uti-
ceitos relacionados aos incêndios, vamos enten- lizado é a água, em razão de possuir grande
der como todos eles se relacionam para realizar- capacidade de absorver calor e ser facilmente
mos a sua extinção quando necessário. encontrada na natureza.
• Abafamento: consiste em diminuir ou im-
MÉTODOS DE EXTINÇÃO DE FOGO pedir o contato do oxigênio com o material
combustível. Ou seja, não havendo comburen-
Os métodos de extinção baseiam-se na elimi- te para reagir com o combustível, não haverá
nação de um ou mais elementos essenciais que fogo. Como exemplos de materiais que podem
provocam o fogo, como vimos na seção anterior ser utilizados neste método de extinção, pode-
sobre combustão. Sabendo que para que ocorra mos citar: espuma e gás carbônico.
a combustão é necessária a interação de calor, • Quebra da reação em cadeia: consiste na que-
combustível, comburente e reação em cadeia, bra da sustentabilidade do fogo, que é gerado
sua extinção pode ser realizada pela aplicação pela presença simultânea e proporcional de três
dos seguintes métodos: componentes (calor, comburente e combustível).
Estes elementos quando interagem promovem a
ser utilizados para combate de princípios de Figura 17 - Passos para utilização de extintor
incêndios, são eles: os extintores e o SHP, certo? Saiba mais
Use o extintor na
Então vamos ao modo correto de utilizá-los. Para saber mais sobre a utilização de
posição vertical.
extintores, assista ao vídeo a seguir:
USO DE EXTINTORES DE INCÊNDIO Puxe a trava de segurança https://youtu.be/D8YYQ5K0bC4
para romper o lacre
A utilização de extintores não requer treina-
mento aprofundado e pode ser feita por qualquer
pessoa que tenha conhecimento básico de pre-
venção de incêndio, bastando uma ligeira leitura Segure a mangueira e
no rótulo do equipamento. aperte o gatilho até o fim
Fonte: CBMSC
Fonte: CBMSC
É importante que fique claro que elevadores e • não pare na escada ou volte sem necessidade;
escadas rolantes não devem ser utilizados, com ex- • se estiver de calçado de salto retire-os, pode Glossário
ceção dos elevadores de emergência, os quais são mais rápido se locomover; Ponto de encontro é local onde a
projetados para esse fim. O caminho indicado na • Se possível, auxilie idosos, crianças, pes- população, evacuada do imóvel, de-
rota de fuga deve ser seguido à risca. soas com mobilidade reduzida ou desorien- verá ser concentrada aguardando até
tadas a encontrar a saída da edificação. a definição da ocorrência, deve ser
Uma medida importante a ser lembrada amplo, afastado de qualquer local de
durante a rota de fuga é a proteção das risco e não pode ser afetado pela si-
vias áreas para evitar intoxicação pela tuação de emergência e suas conse-
fumaça. Lembre-se de cobri-las! quências.
Não deve coincidir com o ponto de
Podemos ver na figura 20 um modelo de triagem de feridos (se houver), nem
planta de emergência, note que no pavimento com o local onde os bombeiros e
de descarga a planta de emergência deve tam- equipes de resgate instalarão os seus
bém indicar um ponto de encontro. equipamentos de intervenção. Sua
indicação deverá também ser repre-
Em caso de necessidade de abandono de edi- sentada nas plantas de risco.
ficação, siga as seguintes orientações:
• mantenha a calma;
• caminhe para a saída apressadamente, mas
sem correr ou empurrar;
• mantenha o foco, não faça brincadeiras, mes-
mo em simulados;
• não se afaste dos orientadores, se houver;
• ao sair do local feche portas e janelas para im-
pedir entrada de ar atmosférico, evitando assim a
propagação do incêndio;
• desça sempre pelo lado direito da escada, não
utilize elevadores, esteiras ou escadas rolante;
Figura 20 - Planta de emergência Lembre-se: uma vez iniciado o abandono do local, você
Planta de emergência pavimento 1 não deve retornar à edificação para buscar nada. Ajude
a manter o grupo em fila indiana, sem se afastarem uns
dos outros.
• deslocar-se de forma ordeira, em fila indiana por andar. Pessoa responsável por avisar, orien-
para o ponto de encontro e lá permanecer até a tar e indicar a rota de fuga. Também será res-
ordem de reentrada no imóvel. ponsável por realizar a conferência da completa
evacuação deste andar, bem como fechar jane-
Os exercícios simulados devem ser realizados las e portas (não trancar).
com a periodicidade de no mínimo um ano ou • Coordenadores de fluxo de saída: pelo me-
conforme a necessidade de cada ocupação. Po- nos 2 pessoas responsáveis por coordenar e or-
dem ser realizados com a participação parcial ou ganizar o fluxo de saída da edificação, bem como
total da população do imóvel, com ou sem aviso indicar a localização do ponto de encontro.
prévio. Todos os exercícios simulados devem ser • Coordenador de trânsito: responsável por
informados à Unidade do CBMSC mais próxima, cuidar do trânsito para que as pessoas que es-
com antecedência mínima de 72h, devendo cons- tão saindo da edificação cheguem ao ponto de
tar neste aviso: data, hora, local do evento e núme- encontro de forma mais ágil e em segurança, a
ro aproximado de participantes. fim de evitar outros acidentes.
Para a realização do abandono de local com • Coordenador de ponto de encontro: pelo
efetividade, destacam-se os seguintes papéis a menos 2 pessoas. Responsáveis por recepcio-
serem executados pelos brigadistas voluntários nar, coordenar e organizar as pessoas evacua-
da edificação: das da edificação, a fim de que permaneçam
• Acionador do alarme no local do incên- em segurança.
dio: primeira pessoa a identificar o princípio
do incêndio. Em algumas ocasiões você encontrará vítimas
• Acionador do alarme geral: pessoa respon- necessitando de atendimento, seja em ocorrências
sável por acionar o alarme geral (normalmente de incêndio ou em outras emergências como vi-
pessoal da recepção). mos na segunda lição. Nesse caso, vamos apre-
• Telefonista: pessoa responsável por acionar sentar para você algumas noções de primeiros so-
o serviço de emergência do Corpo de Bombei- corros de modo que você possa prestar o primeiro
ros Militar através do telefone 193 (pode ser a atendimento à vítima. Siga conosco!
mesma pessoa que acionou o alarme geral).
• Indicadores/orientadores: pelo menos um
RECAPITULANDO
Nesta lição você teve a oportunidade de enten-
der elementos diversos relacionados às ciências do
fogo. Vimos como ele pode iniciar, se sustentar e
ser combatido. Você também aprendeu sobre as
classes de incêndio e sobre as principais técnicas
e agentes extintores para combatê-lo. Conheceu
também os sistemas de segurança contra incêndio,
as orientações de como utilizá-los e de como pro-
ceder diante da necessidade do abandono de uma
edificação de maneira segura.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
no chão, com os dedos apontando para frente. Os sição prona). A segunda, quando a pessoa apre-
membros superiores apresentam-se estendidos ao senta-se deitada de costas para a superfície com a
lado do corpo, alinhados com os ombros e com a face voltada para cima, chamamos de posição de
palma de cada mão voltada para frente (TORTO- decúbito dorsal (posição supina). Podemos ainda
RA; DERRICKSON, 2017). encontrar a vítima em posição de decúbito lateral,
ou seja, deitada lateralmente. Dizemos que está
Figura 1 - Representação daposição anatômica de referência em decúbito lateral direito ou decúbito lateral es-
querdo, conforme o lado que apresenta-se volta-
do para a superfície.
Fonte: CBMSC Decúbito lateral direito - lado direito do corpo voltado para baixo
Os planos anatômicos são planos hipotéticos que O corpo humano é dividido em cinco regiões
dividem o corpo em partes com o objetivo de facili- principais e cada um desses segmentos consiste
tar a descrição, localização das estruturas e direção em diferentes elementos:
dos movimentos, durante o atendimento à vítima. • Cabeça: consiste no crânio (parte que envol-
• Plano mediano: divide o corpo humano em ve e protege o encéfalo) e na face (parte frontal
duas partes: direita e esquerda. da cabeça que inclui olhos, nariz, boca, boche-
• Plano transversal: divide o corpo humano chas, fonte e queixo - mento).
também em duas partes, uma superior e ou- • Pescoço: parte que sustenta a cabeça e faz
tra inferior. ligação com o tronco.
• Plano frontal: divide o corpo humano em outras • Tronco: composto pelo tórax, abdômen e
duas partes, a parte anterior e a parte posterior. pelve.
• Membros superiores: cada um dos membros
Figura 3 - Referências convencionais está ligados ao tronco pela articulação do om-
PLANO FRONTAL PLANO MEDIANO bro, seguindo de axila, braço, cúbito (cotovelo),
SUPERIOR
antebraço, carpo (punho), mão e dedos.
• Membros inferiores: cada um deles ligados
PROXIMAL ao tronco pela articulação do quadril, apresen-
ANTERIOR POSTERIOR tando também nádega, coxa, joelho, perna, tor-
nozelo, pé e dedos.
PLANO
TRANSVERSAL
DISTAL
DIREITA ESQUERDA
INFERIOR
Fonte: CBMSC
QSD QSE
Umbigo
QID QIE
Fonte: CBMSC
Apêndice
Intestino delgado
Intestino delgado
Intestino grosso
Regiões e quadrantes abdominopélvicos Intestino grosso
Ovário direito (na mulher)
Ovário esquedo (na mulher)
Considerando que o abdômen tem poucos Fonte: TORTORA & DERRICKSON (2017)
pontos de referência, podemos dividi-lo topografi-
camente em quadrantes para facilitar a localização A importância de se conhecer a anatomia do
dos órgãos existentes em seu interior. Para essa abdômen está relacionada com a capacidade em
divisão traçamos uma linha horizontal e outra verti- reconhecer lesões causadas por trauma ou pro-
cal, ambas passando pelo umbigo, dividindo assim blemas clínicos que possam ameaçar a vida, como
Fonte: CBMSC
Fonte: TORTORA & DERRICKSON, 2017
• Sistema esquelético: é formado pelo con- • Sistema muscular: composto pelo tecido
junto de ossos, articulações e cartilagens as- muscular esquelético que é fixado aos ossos.
sociadas. Tem como função a sustentação do Protege e dá suporte para o corpo e órgãos in-
corpo, suporte e fixação da musculatura, au- ternos, permitindo os movimentos do corpo
xilia na movimentação corporal. Também é como o de caminhar, ajuda a manter a postura
responsável pelo armazenamento de células e também a produzir calor para o corpo.
responsáveis pela produção de células san-
guíneas e armazenamento de minerais e lipí- Figura 10 - Sistema muscular
dios (gorduras).
Fonte: TORTORA & DERRICKSON, 2017 Fonte: TORTORA & DERRICKSON, 2017
• Sistema tegumentar: composto pela pele e • Sistema nervoso: formado pelo encéfalo,
estruturas associadas: pelos, unhas, glândulas medula espinhal, nervos. Sua principal função é
sudoríparas e sebáceas. Responsável por prote- regular as atividades corporais por meio de im-
ger o corpo do meio ambiente e pela proteção pulsos nervosos, detectando mudanças no
do corpo contra as doenças causadas por micro- meio ambiente, interpretando e enviando res-
-organismos (sistema imunológico). Auxilia na re- posta, seja por meio de contrações musculares
gulação de temperatura corporal, elimina resí- ou secreções glandulares.
duos e ajuda a produzir vitamina D, também é
responsável pela detecção de sensações como: Figura 12 - Sistema nervoso
tato, pressão, dor, frio e calor.
• Sistema circulatório: formado pelo san- • Sistema endócrino: compõe-se pelas glându-
gue, coração e vasos sanguíneos. O coração las e tecidos responsáveis pela produção de subs-
é responsável por bombear o sangue por tâncias químicas chamadas de hormônios. Ajuda
meio dos vasos sanguíneos até os órgãos e na regularização de algumas funções e atividades
tecidos. Participa do processo de eliminação do corpo por meio de hormônios transportados
do dióxido de carbono do organismo. Regula pelo sangue até os diversos órgãos.
a acidez, temperatura e conteúdo hídrico dos
fluidos corporais. Os componentes do san- Figura 14 - Sistema endócrino
gue também auxiliam na defesa do organis-
mo contra doenças e reparos necessários aos
vasos sanguíneos danificados.
• Sistema linfático: formado pelo líquido lin- • Sistema respiratório: composto pelos pul-
fático (linfa) e vasos linfáticos, baço, timo, lin- mões e vias respiratórias como faringe, laringe,
fonodos, e tonsilas (células que executam as traqueia, brônquios e bronquíolos, estes dois úl-
respostas imunes). Tem como funções retornar timos nos pulmões. Promove a transferência de
proteínas e líquido para o sangue e transpor- ar inalado para o sangue e o dióxido de carbono
tar lipídeos do trato intestinal para o sangue. do sangue para o ar exalado. Também ajuda a
Contém locais de maturação e proliferação de regular a acidez dos líquidos corporais e tem-
células B e T responsáveis pela proteção contra peratura corporal. É responsável pela produção
micróbios patogênicos. dos sons da fala, quando o ar flui para fora dos
pulmões e passa pelas pregas vocais.
Figura 15 - Sistema linfático
Figura 16 - Sistema respiratório
• Sistema digestório: compõe-se pelos ór- • Sistema urinário: composto pelos rins, urete-
gãos do trato gastrintestinal, incluindo a boca, res, bexiga urinária e uretra. Suas funções incluem
faringe, esôfago, estômago, intestinos delgado a produção, armazenamento e eliminação de
e grosso, reto e ânus. Inclui também alguns ór- urina, eliminando resíduos. Ajuda na regulagem
gãos digestórios acessórios que auxiliam nos do volume e composição química do sangue, no
processos digestivos, como glândulas salivares, equilíbrio acidobásico dos líquidos corporais, ma-
fígado, vesícula biliar e pâncreas. Sua função nutenção do equilíbrio mineral do corpo e da re-
principal é decompor (física e quimicamente) os gulação da produção de eritrócitos (hemácias ou
alimentos absorvendo nutrientes e eliminando células vermelhas do sangue).
resíduos sólidos.
Figura 18 - Sistema urinário
Figura 17 - Sistema digestório
• Sistemas genitais ou sistemas reproduto- Agora que você já conheceu um pouco sobre
res: são compostos por gônadas, testículos nos o funcionamento do corpo humano poderemos
homens e ovários nas mulheres, e órgãos asso- orientá-lo em como realizar um primeiro atendi-
ciados: tubas uterinas, útero e vagina nas mulhe- mento a quem necessitar.
res e epidídimo, ducto deferente e pênis nos ho-
mens. As gônadas são responsáveis pela Você saberia como iniciar o atendimento de
produção dos gametas (espermatozóides e ovó- primeiros socorros? Qual a primeira ação que deve
citos) que se unem para formação do novo orga- ser realizada ao se deparar com uma situação
nismo. Liberam hormônios que regulam a repro- de emergência? Acompanhe a próxima seção!
dução e outros processos corporais. Os órgãos
associados transportam e armazenam os game-
tas e as glândulas mamárias produzem o leite.
• Manter a calma: a tranquilidade facilita o ra- Como vimos a avaliação da vítima envolve a ve-
ciocínio e a avaliação da situação da vítima e rificação dos sinais vitais. A seguir ampliamos os
dos cuidados necessários. estudos sobre o assunto.
• Avaliar a cena: quem vai socorrer uma víti-
ma de acidente deve certificar-se de que o local SINAIS VITAIS E SINAIS DIAGNÓSTICOS
onde ocorreu esteja seguro, antes de aproximar-
-se dele. A vítima só deverá ser abordada se a Toda lesão (trauma) ou doença (emergência
cena do acidente estiver segura e as pessoas médica) tem formas peculiares de se manifestar e
que prestam o socorro não correrem o risco de isso pode ajudá-lo no diagnóstico da vítima. Estes
também sofrerem algum tipo de acidente. indícios são divididos em dois grupos: os sinais e
• Garantir a própria segurança: a primeira os sintomas. Alguns são bastante óbvios, mas ou-
responsabilidade da pessoa que irá atender tros indícios importantes podem passar desperce-
uma ocorrência é garantir a sua própria segu- bidos a menos que você examine a vítima cuida-
rança e a segunda é garantir a segurança das dosamente da cabeça aos pés.
pessoas ao redor, não permitindo que outras Podemos entender os sinais vitais como indi-
pessoas se tornem vítimas. cadores das funções e você poderá descobri-los
• Solicitar ajuda imediatamente: caso o aces- fazendo o uso dos sentidos – visão, tato, audição
so à vítima não seja possível (por exemplo, se e olfato – durante a avaliação da vítima. Sinais
houver risco para quem estiver realizando o comuns de lesão incluem: sangramento, inchaço
atendimento), você deve acionar o Corpo de (edema), aumento de sensibilidade ou deforma-
Bombeiros Militar de sua cidade pelo telefone ção; já os sinais mais comuns de doenças são
193, relatando as condições da vítima e do local pele pálida ou avermelhada, suor, temperatura
do acidente. elevada e pulso rápido.
• Abordar a vítima: se a cena estiver segura, Os sintomas são sensações que a vítima expe-
realizar a avaliação da pessoa que sofreu aciden- rimenta e é capaz de descrever. Quando a vítima
te ou intercorrência clínica, procurando detectar estiver consciente, pergunte se sente dor e o local
as condições em que a vítima se encontra para exato. Examine a região indicada procurando des-
decisão quanto aos cuidados necessários. cobrir possíveis lesões por trauma, mas lembre-se
de que a dor intensa numa região pode mascarar infância que vai dos 29 dias após o nascimento até
outra enfermidade mais séria, embora menos do- 1 ano de idade.
lorosa. Além da dor, os outros sinais que podem Cabe ressaltar que apesar de muitos órgãos e
ajudá-lo no diagnóstico incluem náuseas, vertigem, documentos apresentarem divisões diferenciadas,
calor, frio, fraqueza e sensação de mal-estar. em termos de primeiros socorros devemos consi-
Podemos então dizer que: derar as seguintes referências:
Lactente - até 1 ano.
Criança - a partir de 1 ano até 8 anos.
SINAL é tudo aquilo que a pessoa que for prestar um
atendimento pode observar ou sentir em outra enquan- Você pode estar se perguntando por que rea-
to a examina. Exemplos: pulso, palidez, sudorese etc. lizamos essa classificação? Devemos ter em men-
te durante o atendimento que dependendo da
SINTOMA é tudo aquilo que a pessoa que for prestar ocorrência, lactentes e crianças deverão ter um
um atendimento a outra não consegue identificar so- atendimento diferenciado. No geral, adolescen-
zinha. Aquilo que a pessoa a ser socorrida necessita tes e adultos são tratados com as mesmas técni-
contar sobre si. Exemplos: dor abdominal, tontura etc. cas ou procedimentos.
A seguir, veremos as definições dos sinais vi-
tais e dos sinais diagnósticos mais comuns. Sua
É importante observar que os sinais diagnós- observação adequada será imprescindível em um
ticos diferem com a idade, por isso, antes de primeiro atendimento.
prosseguir, devemos ter em mente a definição da
idade para considerar os sinais vitais e o tipo de ESTADO DE CONSCIÊNCIA
atendimento para crianças e lactentes.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) Normalmente, uma pessoa está alerta, orien-
considera criança, para os efeitos de Lei, a pessoa tada e responde aos estímulos verbais e físicos.
até doze anos de idade incompletos e adolescente Qualquer alteração deste estado pode ser indica-
a pessoa entre doze e dezoito anos de idade. Já tivo de doença ou trauma. O estado de consciên-
a Organização Mundial da Saúde (OMS) refere-se cia é provavelmente o sinal isolado mais seguro na
a lactente como a criança no período de primeira avaliação do sistema nervoso de uma pessoa.
Figura 20 - Localização dos pontos de verificação de pulso seja, ao envio de sangue para as mais diversas e
extremas partes do corpo. A PA diastólica está rela-
cionada à pequena circulação, ou seja, ao envio de
sangue do coração para o pulmão, onde ocorre o
processo de troca gasosa denominado hematose.
Artéria carótida Temos, então, que a pressão arterial é diretamente
Artéria braquial influenciada pela força do batimento cardíaco.
TEMPERATURA
Fonte: CBMSC
Lembre-se que as pupilas devem ser observadas contra a ço (coluna cervical). A incapacidade de movimentar
luz, de uma fonte lateral ou à luz ambiente, preferencial- somente os membros inferiores, pode indicar um Glossário
mente em ambiente escurecido. lesão medular abaixo do pescoço. A paralisia de um O infarto agudo do miocárdio ocor-
lado do corpo, incluindo a face, pode ocorrer como re quando as artérias coronarianas
ASPECTOS GERAIS DA PELE (COLORAÇÃO) resultado de uma hemorragia ou coágulo intraen- se obstruem, o oxigênio não chega
cefálico (AVC). ao músculo. Uma parte do músculo
A cor da pele depende, primariamente, da pre- deixa de nutrir-se e morre. Isto é cha-
sença de sangue circulante nos vasos sanguíneos O Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina refor- mado de infarto do miocárdio. O co-
subcutâneos e pode apresentar-se branca (pálida), ça que toda pessoa inconsciente deve ser tratada como ração mantém sua condição de bom-
vermelha (ruborizada) ou azulada (cianótica). Nas se tivesse sofrido um trauma com lesão de coluna verte- ba, mesmo assim há morte de parte
pessoas negras, a cianose poderá ser notada nos bral. Logo, você deve tomar os devidos cuidados ou evi- do músculo. Se uma grande exten-
lábios, ao redor das fossas nasais e nas unhas. Uma tar mexer na vítima. são do músculo é perdida, o coração
pele pálida, branca, indica circulação insuficiente torna-se incapaz de bombear sangue
e é vista nas vítimas de choque hipovolêmico ou REAÇÃO À DOR suficiente, produzindo consequente-
com infarto agudo do miocárdio (IAM). A cianose mente um estado de choque, poden-
pode ser observada na insuficiência cardíaca, na A perda do movimento voluntário das extremi- do levar a pessoa à morte.
obstrução de vias aéreas e também em alguns ca- dades, após uma lesão, geralmente é acompanha-
sos de envenenamento. Poderá haver uma cor le- da pela perda da sensibilidade. Entretanto, oca-
vemente rosada no envenenamento por monóxido sionalmente, o movimento é mantido, e a vítima
de carbono (CO) e vermelha na insolação. se queixa apenas da perda da sensibilidade ou
dormência nas extremidades. É extremamente im-
CAPACIDADE DE MOVIMENTAÇÃO portante que este fato seja reconhecido como um
sinal de provável lesão da medula espinhal, de for-
A incapacidade de uma pessoa consciente se ma que a manipulação do acidentado não agrave
mover é conhecida como paralisia e pode ser o o trauma inicial.
resultado de uma doença ou traumatismo. A inca-
pacidade de mover os membros superiores e infe- Agora que você já aprendeu a reconhecer os
riores, após um acidente, pode ser o indicativo de principais sinais vitais e sinais diagnósticos,
uma lesão da medula espinhal, na altura do pesco- vamos avançar para os casos mais frequentes
sua correta atuação no socorro de uma emer- de oxigenação adequada dos tecidos.
gência, observe: São sinais indicativos de emergências médicas Glossário
• Vítima que respira: o peito e o abdômen se respiratórias: As manobras manuais são aquelas em
elevam e abaixam bilateralmente conforme a víti- • esforço respiratório; que a pessoa que realizar o socorro
ma inspira ou expira o ar. Durante o atendimento • respiração ruidosa/sons atípicos; atua apenas com o uso de suas mãos e
é possível sentir e ouvir o ar saindo pela boca e • frequência respiratória aumentada ou dimi- correto posicionamento da vítima. Nas
pelo nariz da vítima de forma harmônica. nuída; manobras manuais não há a utilização
• Vítima que não respira: não é possível escu- • pulso alterado; de equipamentos.
tar, nem sentir o ar sair pela boca e nariz. Duran- • cianose;
te o atendimento é possível perceber a ausência • angústia, sensação de falta de ar;
dos movimentos respiratórios. • tosse;
• Vítima com respiração anormal/irregular: • alteração da frequência e amplitude dos mo-
o peito e o abdômen da vítima se elevam e se vimentos respiratórios.
abaixam de forma irregular. Durante o atendi-
mento é possível perceber a presença de sons Diante de uma vítima você deve estar apto a
atípicos. realizar as técnicas de abertura das vias aéreas,
pois essa pessoa pode não estar conseguindo res-
EMERGÊNCIAS MÉDICAS RESPIRATÓRIAS pirar por algum motivo.
Vamos abordar em nosso material as manobras
Apresentados os sinais respiratórios, você irá manuais de abertura de vias aéreas, das quais des-
conhecer a abordagem a ser realizada em casos tacamos: manobra de extensão de cabeça; mano-
de Emergências Médicas Respiratórias (EMR). As bra de empurre mandibular (técnicas normalmente
emergências médicas respiratórias são aquelas utilizadas para proporcionar a passagem do ar para
que se referem às anomalias do sistema respira- uma vítima inconsciente com suspeita de trauma
tório cuja manifestação principal é a dispneia, ou na coluna vertebral); e por último a desobstrução
seja, dificuldade de respirar, a qual caracteriza-se de vias aéreas por corpo estranho.
por respirações superficiais, rápidas e curtas. A
dispneia traz uma sensação de angústia e falta de
ar, podendo causar cianose provocada pela falta
MANOBRAS MANUAIS DE ABERTURA DE VIAS AÉREAS 2. colocar uma das mãos na testa, para estender
a cabeça para trás, e a ponta dos dedos indica-
As técnicas básicas de abertura de vias aéreas dor e médio da outra mão por baixo da man-
irão promover a desobstrução causada pela lín- díbula, apoiados na parte óssea, para levantá-la.
gua, ou pelo relaxamento muscular.
Figura 24 - Técnica de extensão de cabeça
Figura 23 - Exemplo de obstrução de vias aéreas
Fonte: CBMSC
Fonte: CBMSC
Iniciaremos nosso estudo apresentando duas Manobra de Empurre Mandibular
técnicas de desobstrução de vias aéreas: a mano-
bra de extensão de cabeça e a manobra de em- A manobra de empurre mandibular, também
purre mandibular. denominada manobra modificada, é a única indi-
cada no caso de suspeita de lesão cervical, uma
Manobra de Extensão de Cabeça vez que nestes casos, qualquer movimentação in-
correta poderá causar um trauma à vítima. Essa
A manobra de extensão de cabeça, também manobra não movimenta a região cervical, dessa
conhecida como elevação mandibular é uma ma- forma garantindo que não ocorram complicações.
nobra bastante eficaz. Para realizá-la, você deve: Para realizar a manobra de empurre mandibu-
1. colocar a vítima em decúbito dorsal e posi- lar, você deve:
cionar-se ao seu lado, na altura dos ombros;
1. colocar a vítima em decúbito dorsal horizon- Além das vias aéreas ficarem obstruídas em
tal e posicionar-se atrás de sua cabeça; função de casos clínicos ou traumas, ainda existe
2. com uma mão de cada lado da cabeça do uma grande possibilidade de uma ocorrência res-
mesmo, colocar as pontas dos dedos indicador piratória ter seu início em função de a vítima ter
e médio sob o ângulo da mandíbula; aspirado um corpo estranho. Antes de abordar-
3. com os dedos posicionados, impulsionar a mos este importante tema e como você deve agir
mandíbula para cima, mantendo a cabeça esta- nestes casos, lembre-se:
bilizada com a palma das mãos.
Ao realizar qualquer procedimento de abertura de vias Em caso clínico = manobra de extensão de cabeça
Em caso de trauma = manobra de empurre mandibular
aéreas, você deve estar atento/ciente a:
1. assumir lesões associadas de cervical em todos os ca-
sos de trauma;
2. evitar a hiperextensão do pescoço ou qualquer movi- Manobra de desobstrução de vias aéreas por
mento da cabeça e pescoço com a finalidade de prevenir corpo estranho
maior dano à coluna vertebral.
Você conhece a expressão OVACE? Talvez
Figura 25 - Manobre de empurre mandibular não saiba exatamente o que ela significa, mas
provavelmente já tenha presenciado uma pessoa
com uma obstrução de vias aéreas por corpo
estranho durante um almoço, por exemplo.
por corpos estranhos, por danos aos tecidos ou Figura 26 - Posição típica de pessoa engasgada
por patologias (enfermidades).
As causas mais frequentes para essas ocorrên-
cias são a aspiração de pequenos objetos (moe-
das, tampas de caneta, partes de brinquedos,
balas, chicletes) ou até mesmo alguns alimentos.
Nestes casos, dizemos que uma pessoa está com
obstrução das vias aéreas por corpo estranho,.
Acompanhe e descubra como agir corretamente.
O reconhecimento precoce da obstrução de
vias aéreas é indispensável para o sucesso no
atendimento. Por isso esteja sempre atento, pois Fonte: CBMSC
a obstrução de vias aéreas pode levar a uma pa-
rada respiratória, a qual pode evoluir para uma Para auxiliar na desobstrução das vias aéreas
parada cardiopulmonar. em adultos o modo mais eficiente é realizando
Como já sinalizamos, a obstrução das vias aé- a manobra de compressão subdiafragmática,
reas por corpo estranho (OVACE) geralmente ocor- exemplificada na figura a seguir, que consiste
re nas seguintes situações: ingestão de alimentos em compressões abaixo do diafragma, gerando
e sucção de objetos pequenos (mais comumente uma pressão que pode fazer a pessoa expelir o
com crianças). Já nos lactentes é comum ocorrer que a engasgou.
no momento da amamentação.
Existem dois modos de obstrução, a leve,
quando ainda há passagem de ar pelas vias aé-
reas, ou seja, a pessoa consegue respirar, embo-
ra com muita dificuldade, e a obstrução grave, na
qual a obstrução é total e a pessoa não consegue
respirar. Na figura você pode ver a posição típica
de pessoa que está engasgada, tentando se livrar
do objeto que está obstruindo suas vias aéreas.
Figura 27 - Manobra de desobstrução Figura 28 - Posição das mãos para realização da manobra
de desobstrução Atenção
A partir daqui quando nos referir-
mos a Serviço de Emergência Mé-
dica (SEM) estaremos falando dos
serviços prestados pelo Corpo de
Bombeiros Militar de Santa Catari-
na (CBMSC) e pelo Serviço de Aten-
dimento Móvel de Urgência (SAMU),
Fonte: CBMSC a depender da situação em questão,
como apontado nas lições anteriores.
Antes de realizar uma manobra você deve estar atento e ve- Lembre-se: você pode acionar o
rificar se a vítima respira, ainda que com dificuldade. Caso CBMSC pelo telefone 193 ou o SAMU
ela esteja respirando, você não deve aplicar manobra algu- pelo telefone 192.
ma, deve-se apenas estimular a vítima a tossir.
Em caso de bebês de colo engasgados, você Esse processo deve ser repetido até que ocor-
deve procurar identificar a causa do engasgamen- ra a desobstrução. Continue monitorando as rea- Saiba mais
to e tentar retirar o objeto estranho da boca. Caso ções do bebê, até que ele consiga expelir o corpo Para esclarecer algumas dúvidas so-
não obtenha sucesso, você deve adotar a posição estranho ou perca a consciência. Se isso ocorrer bre as técnicas de OVACE em lacten-
indicada na figura 29 dando 5 tapas nas costas (en- inicie os procedimentos de RCP para bebê e peça tes assista ao vídeo no link: https://
tre as escápulas) do bebê com a cabeça levemente para alguém chamar o SEM. youtu.be/rrg-3x6krA0
inclinada para baixo, seguido de 5 compressões
no centro do tórax (linha intermamilar). Utilize ape-
nas 2 dedos para comprimir.
Fonte: CBMSC
Como vimos, se a desobstrução não for realizada O sistema de condução cardíaco é composto
a tempo, a vítima pode ficar inconsciente e entrar por estruturas que garantem a geração e transmis-
em parada cardiorrespiratória. Nesses casos é são dos impulsos elétricos no coração.
importante que você saiba como fazer a ressuscitação
cardiopulmonar, tema de nossa próxima seção. Figura 30 - Sistema de condução cardíaco
para o batimento cardíaco se inicia em uma peque- e sintomas de uma parada cardíaca. Acompanhe:
na região do miocárdio, chamada de nódulo sinu- • Não responsivo (inconsciente) – a vítima não Atenção
sal ou sinoatrial. A onda elétrica sai desse local em está alerta, não atende ao estímulo verbal (cha- Como vimos anteriormente, a aferi-
intervalos de aproximadamente 0,8 segundos para me a vítima) ou não atende ao estímulo doloro- ção dos batimentos cardíacos (pulso)
uma pessoa adulta, em repouso. Espalha-se para so (aperte o lóbulo da orelha da vítima); é um procedimento de difícil realiza-
as câmaras superiores do coração (átrios) e, em se- • Ausência de movimentos respiratórios – con- ção para pessoas não experientes, por
guida, faz uma pequena pausa, antes de continuar forme apresentado no tópico anterior sobre isso, ao encontrar a vítima sem sinais
o caminho e estimular as câmaras mais baixas (ven- Emergências Respiratórias; de movimentos respiratórios devemos
trículos). Esta pausa ocorre em um segundo ponto, • Ausência de batimentos cardíacos. assumir que está em parada cardíaca.
denominado nódulo átrio-ventricular (AV). O impul- Ligue imediatamente para o SEM e ini-
so enviado para as câmaras ventriculares passa por MANOBRA DE RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR cie os procedimentos indicados.
um septo que as separam. Em seguida, pelos ra-
mos direito e esquerdo chegam aos dois ventrícu- A manobra de ressuscitação cardiopulmonar é
los. A rede de Purkinje ajuda na propagação rápida uma manobra de reanimação para vítimas de para-
do estímulo para todas as partes dos ventrículos. da cardiorrespiratória que deve ser ensinada a to-
O sistema de condução estimula o batimento do dos os cidadãos, mas especialmente a você, aluno
coração e coordena o tempo de enchimento das do CBAE, que está buscando uma formação inicial
câmaras superiores até que fiquem prontas para a em atendimento a emergências.
contração. Após a contração dos átrios ocorre uma Como vimos, uma pessoa em parada cardiopul-
pausa, permitindo o enchimento total dos ventrícu- monar normalmente encontra-se inconsciente.
los para a posterior contração destes. Não é possível perceber os movimentos da respi-
Nosso objetivo aqui não é dar a você um co- ração, não possui pulsação ou apresenta pulsação
nhecimento muito extenso sobre o sistema de extremamente fraca. Ao encontrar uma pessoa em
condução do coração, mas essas informações po- parada cardiorrespiratória, você deve imediata-
dem ser importantes para a atuação inicial em um mente acionar o serviço de emergência (telefones
caso de emergêcia envolvendo parada cardíaca. 193 ou 192) e iniciar os procedimentos de ressus-
Antes de iniciarmos nossos efetivos estudos so- citação cardiopulmonar (RCP), colocando a vítima
bre a realização da Ressuscitação Cardiopulmonar em decúbito dorsal, mantendo-a com as costas
(RCP), é importante que você saiba quais os sinais em contato com uma superfície rígida e plana.
Destacamos que você deverá proceder da se- Figura 31 - Posicionamento para realização da manobra de
guinte forma: ressuscitação
• acionar o serviço de emergência ou pedir
Posicionamento das mãos
que alguém o faça;
• posicionar-se ao lado da vítima (lateral ao
ombro);
• verificar a presença de respiração;
Primeira etapa Segunda etapa Terceira etapa
• localizar o ponto para iniciar as compressões
torácicas (linha intermamilar);
• posicionar adequadamente as mãos e o cor- Posicionamento para a realização da manobra de ressuscitação
po (braços unidos e distendidos), iniciando as
compressões;
Movimento para cima
• realizar compressões rápidas (100 a 120 com- Movimento
pressões/min); Fulcro
para baixo (articulação
entre 5 e 6 cm do quadril)
• comprimir o tórax a uma profundidade de de aprofunda-
pelo menos 2 polegadas (5 cm); mento nas com-
pressões
• permitir o retorno total do tórax após cada
compressão;
90˚
• revezar o procedimento no máximo a cada
2 minutos (caso haja outra pessoa capacitada
para o atendimento).
Fonte: CBMSC
choque hipovolêmico, que pode ser grave, caso Figura 33 - Tipos de hemorragias
não receba assistência médica imediata para repo-
sição de volume perdido.
As hemorragias internas, apesar de não haver
extravasamento de sangue visível, podem ser mui-
to mais graves do que as hemorragias externas, o
que reforça a necessidade de condução rápida da
vítima para atendimento hospitalar. Nesses casos,
além de queixar-se de dor no local, um dos prin-
cipais sinais apresentados pela vítima será a apre-
CAPILAR VENOSA ARTERIAL
sentação de hematomas e enrigecimento no local Saída de sangue em Saída contínua Saída intermitente
pequena quantidade de sangue de sangue
da hemorragia interna.
Existem técnicas relativamente simples que po- ria dos casos de sangramentos não ativos, é perfei-
dem ser utilizadas no controle das hemorragias, tamente efetiva, pois a própria contenção com esta Glossário
são elas: a pressão manual direta, o curativo com- pressão tem a função de estancar o sangue. Sangramento não ativo é aquele que
pressivo e o torniquete. já está em parte coagulado, ou prove-
Uso do Curativo Compressivo niente de uma hemorragia venosa,
TÉCNICAS DE CONTROLE DE HEMORRAGIA de fácil contenção.
Caso você constate que a vítima possui um san-
Optamos neste material por apresentar algu- gramento muito ativo no qual apenas a compres-
mas considerações sobre o uso de duas técnicas são direta não esteja sendo efetiva para o estanca-
de controle de hemorragias. mento, devemos aplicar no local do ferimento um
curativo compressivo, que fará o mesmo processo
Duas técnicas? Você deve estar se da compressão direta aplicando pressão sobre o
perguntando por que duas, se citamos ferimento, assim dará a possibilidade de quem
três técnicas anteriormente? estava efetuando a pressão direta auxiliar em ou-
tras questões neste atendimento ou, se for o caso,
A resposta é bastante simples: o uso do tornique- atender outras vítimas. Há alguns equipamentos
te não será abordado neste material por ser consi- utilizados no atendimento dos primeiros socorros
derada uma técnica avançada, devendo ser realizada que objetivam efetivar o curativo compressivo,
após a orientação de um socorrista treinado. como, por exemplo, as ataduras, bandagens trian-
gulares e bandagens israelenses, conforme você
Uso da pressão direta verá no tópico sobre equipamentos e materiais
para os primeiros socorros.
A primeira tentativa de controlar a hemorragia
deve ser sempre a pressão direta, esta deve ser Lembre-se de garantir sua segurança
aplicada apenas em ferimentos que não possuem primeiro, sempre utilize luvas ao fazer as
evidências de fratura exposta. Também não deve compressões para evitar o contato direto
ser aplicada em situações muito graves, como por com o sangue de pessoas atendidas.
exemplo mutilações. A pressão direta é feita para
impedir que o sangue saia pelo ferimento e na maio-
gravidade deste tipo de situação, considera-se deve acionar imediatamente o serviço de emer-
que a causa do choque é a hemorragia até que gência e proceder da seguinte forma: Glossário
se prove o contrário. • deitar a pessoa em decúbito dorsal; Denominamos edema ao acúmulo
Um outro tipo de choque muito comum, mas • elevar as pernas; de líquido no tecido subcutâneo de-
que não está associado a traumas, é o choque • controlar as hemorragias externas; vido a passagem de fluidos de dentro
anafilático. Este é ocasionado por reação alérgica • procurar imobilizar fraturas, se possível; dos vasos para a a pele, ocasionando
severa. Comumente está associado à ingestão de • manter a pessoa aquecida (usar roupas, co- inchaço na região que ocorre poden-
alimentos ou picada de insetos. bertor, manta térmica); do ser: mãos, braços, tornozelos, per-
Um choque se não tratado imediatamente vai • aguardar a chegada de pessoal habilitado. nas e pés etc. Dependendo da região
agravando-se e gera uma diminuição da Pressão do corpo o edema leva um nome es-
Arterial (PA), posteriormente uma falha na circu- Não se deve dar nada para comer nem para beber à pessoa pecífico: edema cerebral, edema pul-
lação, falha no coração, parada cardíaca, parada que esteja em estado de choque, mesmo que ela solicite. monar etc. Cada tipo de edema cau-
cardiorrespiratória e a morte da vítima. sa danos específicos ao órgão em que
ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIAS DE CHOQUE se localiza, quando nos pulmões por
ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIAS DE CHOQUE ANAFILÁTICO exemplo, reduz a passagem do ar
HEMORRÁGICO causando insuficiência respiratória.
Podemos definir o choque anafilático como
Os principais sinais do choque hemorrágico são: uma reação alérgica severa a medicamentos (prin-
respiração superficial e rápida; pulso rápido e fili- cipalmente à penicilina), picada de insetos, comi-
forme (fraco); pele fria, pálida e úmida; sede; queda das, e substâncias tóxicas inaladas ou por contato.
da pressão arterial (Pressão Arterial Sistólica menor O choque anafilático poderá ocorrer em segun-
que 90 mmHg). É preciso um rápido atendimento dos, logo após o contato com a substância a qual
para os casos de choque hemorrágico, uma vez que a vítima é alérgica. Este choque também é chama-
uma pessoa que se encontra em estado de choque do de choque alérgico. Os principais sintomas do
pode rapidamente morrer se o quadro em que se choque anafilático são:
encontra não for revertido. • prurido (coceira) na pele;
Ao encontrar uma pessoa em estado de cho- • sensação de queimação na pele;
que, se você não dispuser de recursos adicionais, • edema generalizado;
• dificuldade para respirar;
Figura 35 - Vista anterior do esqueleto axial (azul) e Podemos conceituar fratura como a ruptura total
apendicular ou parcial de um osso, em outras palavras, é a que-
bra de um osso. Existem dois tipos de fratura:
• Fratura fechada (simples): em que a pele não
foi perfurada pelas extremidades ósseas que
estão quebradas.
• Fratura aberta (exposta): quando o osso se
quebra atravessando a pele ou existe uma fe-
rida associada que se estende desde o osso
fraturado até a pele (ou seja, o osso normal-
mente é visível).
• sensibilidade no local da fratura (a vítima sen- • expor o local do ferimento (cortar ou rasgar
te bastante dor); as roupas para poder visualizar o ferimento) e Glossário
• crepitação (barulho em função do atrito dos controlar sangramentos se houver; Entorse é a situação na qual o osso
ossos fraturados quando a vítima se move ou • jamais tentar reposicionar pedaços de ossos sai de sua posição normal, perdendo
tenta se mover); que não estão no seu devido lugar; parcialmente o contato da sua extre-
• fragmentos expostos (partes visíveis dos ossos); • procurar manter o local do ferimento o mais midade com outro osso e, na sequên-
• inchaço e coloração diferente no local da imóvel possível. Se necessário, é possível usar cia, retorna a sua posição natural.
fratura e normalmente associado à impotência material rígido (tala de madeira ou similar, des- Luxação é caracterizada por este mes-
funcional do membro (não obedece os movi- de que esteja em condições mínimas de higiene) mo processo, distinguindo-se de en-
mentos desejados pela vítima). em conjunto com algum material para fixação torse por não retornar a sua posição
(pedaço de roupa, atadura, pano), para fazer inicial sem que, para isso, haja inter-
Diante da dificuldade de distinção entre entor- uma amarração no local que limite movimentos venção médica.
se, luxação e fratura, você pode usar um proces- do membro ou local fraturado; Os entorses e as luxações podem
so mnemônico que irá ajudá-lo na sua tomada de • imobilizar uma articulação antes e uma de- apresentar os mesmos sinais e sinto-
decisão para o acionamento do serviço de emer- pois do local lesionado. mas que a fratura.
gências médicas, qual seja, DEDI (Dor - Edema
- Deformidade - Impotência funcional). Havendo Nos casos de fraturas que envolvam hemorragia, exponha o
um destes sinais ou sintomas, acione o Serviço de local do ferimento e controle o sangramento imediatamente
Emergências Médicas. conforme você aprendeu no tópico sobre controle de hemor-
Quanto menos movimentar o local da fratura, ragias. E lembre-se, jamais tente reposicionar pedaços de os-
menos dor a vítima sente, por isso é importante sos que não estão no seu devido lugar mantendo o local do
tentar imobilizar a fratura. Para isso você deve se- ferimento o mais imóvel possível.
guir algumas orientações no atendimento de víti-
mas com fraturas: Embora algumas lesões visivelmente sejam im-
• acionar o serviço de emergência o mais rápi- pactantes, quando você for realizar socorro a uma
do possível; vítima deve se lembrar de que nem sempre uma
• deixar a vítima tranquila, informando tudo lesão em extremidade representará risco de mor-
que está sendo feito; te. Porém em alguns casos uma fratura pode gerar
complicações e consequências graves para a víti-
ma, por isso o acionamento do SEM é importante sudoríparas e estruturas relacionadas. Sua principal
para evitar as seguintes situações: função é proteger o corpo do meio ambiente e pela
• necrose (morte do osso) pela interrupção ou proteção do organismo contra doenças causadas
dificuldade da passagem do sangue nos vasos por microrganismos (sistema imunológico).
sanguíneos da região; A pele (membrana cutânea) que recobre a su-
• infecções, principalmente nos casos de fratu- perfície do corpo tem sua estrutura composta de
ras expostas; duas partes principais: epiderme e derme. A epi-
• cicatrização incorreta do tecido ósseo. derme é a camada mais externa e tem contato
com o meio ambiente, ela é formada pelos epité-
É importante destacar que as fraturas na coluna e no lios estratificados queratinizados e é vascularizada.
crânio são emergências bem específicas e que necessi- Sua textura varia conforme a área do corpo (mãos,
tam atendimento especializado o mais rápido possível sola dos pés, lábios etc.). A derme é a camada que
por apresentarem sérios riscos à vida da vítima. Por isso, vem logo após a epiderme, formada por tecidos
nesses casos chame imediatamente o serviço de emer- conjuntivos e apresenta-se mais elástica e firme
gência 193 ou 192. que a primeira por possuir colágeno e elastina. Na
derme localizam-se vasos sanguíneos e linfáticos,
RECONHECIMENTO E TRATAMENTO DE nervos, terminações nervosas, folículos pilosos,
QUEIMADURA glândulas sudoríparas e sebáceas.
Logo após a derme podemos encontrar uma
Se você parar para pensar um pouco, com cer- terceira estrutura chamada de hipoderme, que é
teza já se queimou alguma vez. Algumas queima- um tecido subcutâneo formado por células adipo-
duras podem ser superficiais e em poucos dias a sas, fibras de colágeno e vasos sanguíneos.
pele já está recuperada, mas em casos mais seve- Quando uma pessoa sofre uma queimadura,
ros, o tratamento especializado é imprescindível. pode apresentar danos em outras partes do corpo,
Antes de entrar no assunto sobre queimaduras, por exemplo, em seu tecido adiposo, nos músculos,
vamos relembrar alguns aspectos da pele para en- ossos e até mesmo nos órgãos internos. Com base
tender melhor como classificá-las. na definição destas áreas atingidas, a queimadura
Como vimos anteriormente, a pele faz parte do será classificada em um determinado grau. Vamos
sistema tegumentar, assim como: cabelo, glândulas
entender então o que é queimadura e como realizar (epiderme). Resulta em dor local e vermelhidão
os primeiros socorros. na área atingida.
• A queimadura de 2º grau envolve a epi-
Figura 36 - Esquema mostrando as camadas da pele derme e porções variadas da derme. Além de
atingidas por uma queimadura provocar fortes dores, resulta na formação de
bolhas no local.
Epiderme • A queimadura de 3º grau tende a com-
1o grau Derme prometer toda a espessura da pele. Em vir-
Gordura tude da destruição das terminações nervosas
2o grau
no local, ali não se sente dor. Resulta em uma
3o grau Músculo
pele seca, dura, esbranquiçada com aparên-
Osso
cia semelhante a couro (independentemente
4o grau da raça ou cor da pele do indivíduo), ladeada
por área de vermelhidão.
• A queimadura de 4º grau tende a compro-
Fonte: CBMSC meter não somente as camadas da pele, mas
também o tecido adiposo, músculos, ossos ou
Queimaduras são lesões provocadas nos teci- órgãos internos, caracterizando-se pela carbo-
dos de revestimento do organismo. Elas podem nização do tecido.
ter causa térmica (calor ou frio), química, elétrica
e ainda ter origem em forte incidência de luz e Muitas vezes os acidentes com queimadura en-
de material radioativo. São classificadas de acor- volvem água e/ou óleo quente. Mas podem tam-
do com a profundidade que atingem o organis- bém ocorrer pelo uso de álcool e outros produtos
mo e/ou de acordo com a superfície corporal total inflamáveis, ou contato direto com a chama. Para
queimada (SCTQ). Quanto à profundidade, a quei- o tratamento durante os primeiros socorros em ca-
madura pode ser classificada em 4 graus. Quanto dos de queimaduras menores você deve:
maior o grau, maior a gravidade da queimadura. • acionar o SEM;
• A queimadura de 1º grau é mais superficial. • expor e resfriar a área queimada imediata-
Atinge somente a camada mais externa da pele mente. O melhor é submergir a área queima-
da em água corrente (15o C) por cerca de 3 a • providencie cuidados especiais para queima-
5 minutos; duras nos olhos, cobrindo-os com curativo es- Atenção
• cobrir o ferimento com um curativo úmido, téril úmido; Equipamento de Proteção Individual
frouxo e estéril; • tome cuidado para não juntar dedos queima- (EPI) é todo dispositivo ou produto,
• retirar anéis, braceletes, cintos de couro, sa- dos separando-os com curativos estéreis; de uso individual, destinado à prote-
patos etc.; • ofereça suporte emocional à vítima; ção de riscos suscetíveis de ameaçar
• oferecer suporte emocional à vítima. • previna o choque monitorando os sinais vitais a segurança e saúde no trabalho. As
da vítima até a chegada do socorro. pessoas que irão prestar os primei-
Em casos de queimaduras maiores tome as se- ros socorros deverão utilizar os equi-
guintes atitudes: Especificamente, com relação às queimadu- pamentos destinados à proteção da
• acione imediatamente o SEM; ras provocadas por agentes químicos, a gravi- sua integridade física, durante a rea-
• inicialmente detenha o processo da lesão (se dade da lesão é determinada por quatro fato- lização de todas as atividades onde
for fogo na roupa, use a técnica do PARE, DEITE res: natureza da substância, concentração da possam existir riscos potenciais para
e ROLE); substância, duração do contato e mecanismo de si. Os EPIs básicos para os primei-
• avalie a vítima e mantenha suas vias aéreas ação da substância. Na sequência, os procedi- ros socorros são: luvas descartáveis,
permeáveis, observando a frequência e quali- mentos a serem tomados: máscaras ou protetores faciais e ócu-
dade da respiração; • acione o SEM; los de proteção.
• exponha a área queimada e aplique um cura- • lembre que a prioridade no atendimento é a
tivo estéril e não aderente cobertos por um te- segurança de pessoal e da cena através do uso
cido limpo; de Equipamentos de proteção individual (EPIs)
• não obstrua a boca e o nariz; apropriados;
• não umidifique o curativo pelo risco de insta- • limpe e remova as substâncias químicas da
lação de um quadro de hipotermia; pele da vítima e das roupas (removendo-as se
• não aplique qualquer tipo de creme, pomada necessário) antes de iniciar a lavação;
ou antibióticos tópicos convencionais; • lave o local queimado com água limpa cor-
• utilize curativos específicos para queimadu- rente por no mínimo 15 minutos;
ras (caso disponha); • cubra com curativo estéril toda a área de lesão;
• se a lesão ocorrer nos olhos faça uma des-
contaminação ocular com irrigação contínua (se de pessoa para pessoa. Na maioria dos casos, as
possível) ou após este primeiro cuidado, ume- reações em crianças são mais graves do que em
deça o curativo a cada 5 minutos. adultos. A substância venenosa pode ser introduzi-
da no corpo através da via digestiva (por ingestão)
Nunca devemos colocar nada em cima da queimadu- ou da via respiratória (por inalação), através da pele
ra. Isso dificulta a limpeza do ferimento e a cicatrização. (por absorção) ou através da circulação sanguínea
Em queimaduras com superfície corporal total queimada dos tecidos corporais (por injeção). A picada por
maiores de 10%, devemos utilizar um curativo seco a fim animal peçonhento e a ingestão indevida de medi-
de evitar a hipotermia da vítima. camentos representam, respectivamente, as duas
maiores causas de intoxicação em Santa Catarina.
Agora que você já sabe como agir nos casos de Os principais sinais e sintomas apresentados por
queimaduras, passaremos à apresentação da temá- ingestão de produtos tóxicos são:
tica intoxicações. Acompanhe o próximo tópico. • queimaduras ou manchas ao redor da boca;
• odor inusitado no ambiente, no corpo ou nas
vestes da vítima;
RECONHECIMENTO E TRATAMENTO DE • respiração anormal, pulso alterado na fre-
INTOXICAÇÕES quência e ritmo;
• sudorese e alteração do diâmetro das pupilas;
Você já parou para pensar que são muitas as • formação excessiva de saliva ou espuma
causas das intoxicações? Veneno de animais na boca;
peçonhentos, ingestão de produtos tóxicos… • alteração do diâmetro das pupilas (miose
Queremos que você esteja preparado para ou midríase);
atuar em qualquer situação dessas. Vamos • dor abdominal severa, náuseas, vômito e
estudar um pouquinho este tema? diarreia;
• alteração do estado de consciência, incluin-
As intoxicações são causadas pela absorção de do convulsões e até inconsciência.
substâncias, as quais podem produzir danos ao
organismo ou até risco de morte. A reação a um
mesmo tipo de substância venenosa pode variar
Diante deste tipo de ocorrência você deve pro- serpentes (cobras), escorpiões, aranhas, alguns ti-
ceder do seguinte modo: pos de águas-vivas, de lagartas e de abelhas. Por Atenção
• acione o serviço de emergências médicas; sua vez, os animais venenosos são aqueles que O Centro de Informações Toxico-
• mantenha as vias aéreas permeáveis; possuem toxinas dentro ou sobre todo o seu cor- lógicas tem um plantão 24h para
• identifique o produto ingerido; po, como um mecanismo de defesa, por exemplo, dúvidas em casos de emergência
• peça orientação ao Centro de Informações To- algumas espécies de lagartos, sapos e aranhas. De pelo telefone 0800 643 5252.
xicológicas (CIA Tox/Sc); modo geral, os principais sinais e sintomas relacio-
• não provocar vômito; mas se a vítima apre- nados às ocorrências com estes animais são os se-
sentar vômitos você deve posicioná-la laterali- guintes:
zada para evitar a aspiração; • marca dos dentes/peçonha na pele;
• lave a boca com água corrente; • dor local e inflamação;
• não ofereça líquidos e alimentos; • pulso acelerado e respiração dificultosa;
• afrouxe as roupas da vítima para permitir que • debilidade física;
esta respire melhor; • problemas de visão;
• evite aglomeração de pessoas ao redor da • náuseas e vômito;
vítima; • hemorragias.
• mantenha a vítima calma e em repouso;
• monitore sinais vitais e nível de consciência Em Santa Catarina, os acidentes com animais
da vítima até a chegada do socorro. peçonhentos mais comuns envolvem os seguin-
tes animais: aranhas, serpentes, lagartas, escor-
Outra possibilidade de intoxicações pode en- piões e abelhas. Vejamos agora algumas diferen-
volver animais peçonhentos. ças no atendimento de emergências envolvendo
esses animais.
Você sabe a diferença entre animais
peçonhentos e animais venenosos? OCORRÊNCIAS COM ARANHAS
Os primeiros possuem alguma parte de seu Em ocorrências com aranhas é comum a víti-
corpo modificada para inocular uma toxina. Dentre ma ficar com vermelhidão, inchaço, sudorese e
eles podemos citar como exemplo, alguns tipos de taquicardia. Destacamos o cuidado especial com
aranhas marrom e aranhas armadeiras. Por serem a vítima tome bastante água e o transporte deve
animais de pequeno porte se escondem em peque- ser feito com rapidez para a unidade que possua
nas frestas, calçados, roupas e móveis, e podem o soro antiloxoscélico. Se o soro não for aplicado
causar acidentes apenas por serem pressionados. até 36 horas após a picada da aranha, sua eficácia
Os primeiros socorros em casos de acidentes com será comprometida.
aranhas deve ser focado no acionamento imedia-
to do serviço de emergências médicas, na oferta OCORRÊNCIAS COM SERPENTES
de posição confortável à vítima, aquecimento da
mesma e monitoramento dos sinais vitais. A vítima Em Santa Catarina os gêneros das serpentes
deverá ser transportada semi-sentada. mais comuns e perigosas são os que incluem a
A Aranha-armadeira (Phoneutria sp.) pode jararaca, a cascavel e a coral. Os acidentes mais
provocar várias picadas na mesma vítima. Seu ve- frequentes são com espécies do gênero Bo-
neno causa intensa dor local, vermelhidão, incha- throps (jararaca, jararacuçu, urutu, caiçaca, co-
ço, sudorese, taquicardia, priapismo e morte. tiara). Nas ocorrências com serpentes, faremos
A Aranha-marrom (Loxosceles sp.) é conside- destaque, separadamente as mais comuns no
rada uma das aranhas mais perigosas do país e é território catarinense, pois cada uma delas po-
bastante comum na região Sul. É um animal muito derá causar determinados sinais e sintomas e a
pequeno entre 3 e 5 cm e sem hábitos agressivos. forma de atendimento a uma vítima nesses casos
Esta aranha causa um número menor de aciden- irá variar um pouco.
tes porém com alta taxa de letalidade. A vítima
se queixará de dor no local, semelhante a uma
queimadura, que evoluirá com o passar das ho-
ras, para vermelhidão, inchaço e aumento da dor.
Durante o primeiro atendimento em ocorrências
com aranhas, você deve considerar qualquer caso
como crítico ou instável, transportando a vítima
com rapidez, pois os sintomas aparecem cerca
de 10 horas após a picada. Deve-se indicar que
Ponta da cauda
é fina e lisa. Bothrops (jararaca, jararacuçu, urutu, caiçaca,
cotiara)
Existem diversas espécies de cobras corais falsas que tentam imitar estes rial da vítima será afetada.
padrões de cores.
Apresentam escamas lisas com padrões em
forma de anéis pretos, brancos e vermelhos
por todo o corpo. Crotalus (Cascavel)
ataques de cascavel não sentirão muita dor no lize o procedimento comum a todos os casos, que é acio-
local da picada, no entanto, poderão estar deso- nar o serviço de emergência.
rientadas de acordo com o tempo passado após
o ataque. O local da picada apresentará verme- OCORRÊNCIAS COM LAGARTAS
lhidão e um pouco de inchaço e, posteriormente,
poderão surgir problemas renais. Para a realização Outro grupo de animal peçonhento é o grupo
dos primeiros socorros acione 193 e realize a lim- de insetos da ordem dos Lepidópteros. Dentre
peza do local da picada com água e sabão para eles, estão presentes as lagartas. As lagartas de
evitar infecções. mariposa são as que causam acidentes. O contato
com os seus pelos ou espinhos causa queimadu-
Micrurus (Cobra coral verdadeira) ra e dor, não havendo lesões mais graves, exceto
quando o acidente ocorre com a Lonomia, a qual
As vítimas de cobra coral verdadeira apresen- pode causar um quadro hemorrágico e grave.
tam sinais de problemas neurológicos, indo de A lagarta Lonomia também é chamada de tatu-
pálpebras caídas, visão turva, sonolência, evoluin- rana, marandová, lagarta-de-fogo, oruga ou ruga.
do para paralisia local, parada respiratória e mor- Mede entre 4 e 5 centímetros, possui o corpo mar-
te por asfixia. O primeiro atendimento deve ser rom-castanho com espinhos ramificados em forma
realizado com urgência, focado no transporte da de pinheirinho e de cor verde. O veneno presente
vítima em direção à unidade que possua o soro an- nas cerdas dos espinhos destes animais pode cau-
tielapídico, produzido para acidentes com cobras sar irritação na pele, inchaço, vermelhidão.
corais. A ferida será discreta e deve ser limpa com Os primeiros socorros devem ser direcionados
água corrente e sabão neutro. ao alívio dos sintomas, lavando o local cuidadosa
mente com soro para retirada de possíveis espinhos
Pode ser bastante difícil identificar a serpente no mo- no local. Não é recomendado nenhum tipo de pres-
mento do atendimento, lembre-se de informar ao servi- são por uso de ataduras. A lagarta deve ser trans-
ço avançado para que, posteriormente, possa realizar a portada juntamente com a vítima até a unidade
aplicação do soro antiofídico. Mas não se preocupe! Caso médica em um copo ou saco plástico, se possível.
não consiga identificar ou não tenha certeza, apenas rea- Caso a vítima informe que o acidente ocorreu há
pouco mais de um dia, você deve realizar o trans-
porte com cuidado evitando traumas e batidas pois Ações como corte do local, chupar a ferida ou aplicação de
a possibilidade de hemorragias é alta, de acordo álcool não devem ser realizadas para nenhum destes ca-
com o tamanho da lesão e da vítima. sos (nem para serpentes, nem para escorpiões).
Em Santa Catarina, os escorpiões de destaque Outro grupo de insetos que pode ser causa-
em acidentes são escorpião-preto (ou escorpião- dor de acidentes é da ordem dos Hymenopteros,
-marrom) e o escorpião-amarelo, normalmente en- dentre eles, as abelhas. Dependendo do grau de
contrados em ambientes úmidos. São animais pe- alergia da pessoa, a picada de uma única abe-
quenos, medindo até 7 cm, e ficam em frestas de lha pode ser o suficiente para causar um aciden-
madeiras, cantos de portas, armários, interior de te grave, levando a vítima ao choque anafilático.
calçados e até mesmo sob o assoalho. É comum em caso de acidentes com picadas de
Dor no local, inchaço, e hipersensibilidade em abelhas que vítimas alérgicas apresentem os se-
todo o corpo são alguns dos sinais e sintomas cau- guintes sinais e sintomas: inchaço e vermelhidão
sados pela picada do escorpião. A ação do veneno no local, sudorese, dificuldade de respirar, coceira
é mais rápida quanto menor for a vítima, evoluindo no local e pelo corpo, cefaleia, batimento cardía-
sinais e sintomas para vômito, febre, sudorese, ar- co acelerado. Sua pronta atuação será importan-
ritmia, parada respiratória, parada cardíaca e óbito. te e você deverá considerar que dependendo da
O atendimento deve focar no transporte da ví- quantidade de ferroadas que a vítima levar, além
tima em posição deitada, mantendo a sua tempe- de seu possível grau de alergia, o veneno causa-
ratura corporal, transportando-a com urgência. O rá diferentes reações. Se a vítima já possuir um
local da ferida pode ser limpo com água corrente histórico de ter sido ferroada em outras ocasiões,
e sabão neutro ou soro fisiológico e o animal deve antes não alérgica, agora poderá desenvolver um
ser levado, se possível, em uma pequena caixa ou certo grau de alergia.
copo plástico. Não use produtos químicos sobre a ferroada.
Retirar o ferrão o mais rápido possível ajudará na
contenção da quantidade de veneno a ser inje-
tado, pois em média o ferrão leva cerca de 10 É importante ressaltar que a vítima não deve-
minutos para injetar todo o veneno. Para retirá-lo rá ser movimentada, a menos que exista um “ris-
você deve raspar o ferrão e não apertá-lo, sendo co iminente” (perigo imediato) para ela, ou ainda,
assim não é recomendado o uso de pinças para a para outros, caso não seja feita a sua remoção,
remoção do ferrão. como por exemplo:
Ao longo dos tópicos anteriores, buscamos • se houver incêndio ou ameaça de fogo, pos-
apresentar os sinais, sintomas e procedimentos das síveis explosões, perigos elétricos etc.;
principais emergências. Você deve ter notado que • se a vítima impede o acesso a outras vítimas
na maioria dos casos não temos conhecimento ou (muito comum em acidentes automobilísticos);
meios suficientes para reverter a situação da vítima • se há risco de desabamento ou desmoro-
sozinhos, por isso é importante sempre como uma namento;
das primeiras medidas do atendimento ligar para • se há risco de atropelamento, com o transito
os serviços de emergências médicas 193 (Corpo descontrolado;
de Bombeiros Militar) ou 192 (SAMU). Normalmen- • se há presença de gases tóxicos.
te esses órgão irão dar continuidade ao primeiro
atendimento e transportar a vítima até o hospital Se não houver risco à vida, não mexa na ví-
para continuidade do tratamento. Porém, depen- tima, nem permita que pessoas não habilitadas
dendo do caso, o atendente do SEM pode sugerir a movimente, ligue imediatamente para o Corpo
que você mesmo faça o transporte da vítima, para de Bombeiros (193) e permaneça monitorando a
isso veja algumas informações importantes no pró- situação. Mas se houver qualquer risco à vida da
ximo tópico. vítima, conforme citado anteriormente, sua ma-
nipulação deverá ser ordenada e efetuada com
NOÇÕES DE MANIPULAÇÃO E TRANSPORTE calma, de modo a não lhe causar maiores lesões
DE VÍTIMAS SEM SUSPEITA DE TRAUMAS ou ainda agravar as condições originais. Antes da
manipulação ou movimentação da vítima é im-
Manipulação e transporte é qualquer procedi- portante instruir todos os que estão ajudando no
mento organizado para manipular, reposicionar ou atendimento ou espectadores para que saibam
transportar uma vítima doente ou ferida, de um exatamente o que fazer para evitar contratempos
ponto para outro. e pioras na situação da vítima.
Você deve sempre atentar para possíveis traumas na colu- sível na ausência destes materiais é o arrastamento pela
na, se for o caso não movimente a vítima e em casos de roupa da vítima. Saiba mais
fraturas é necessário imobilizá-las antes do transporte. Só Para saber mais sobre o procedimen-
faça isso se o atendente do serviço de emergência orientá- Figura 38 - Arrastamento por cobertor ou roupa to de transporte de vítimas por arrasta-
-lo a fazer. mento de cobertor ou roupa assista ao
vídeo: https://youtu.be/YzNHYlSRH6o
Para a movimentação e transporte o ideal é a
utilização de macas rígidas, o que provavelmente
não estará disponível na maioria das situações. Se
você for utilizar a maca, lembre-se de que a maca
deve ir até a vítima e nunca o contrário. Para saber mais sobre o procedimen-
Apresentamos a seguir, algumas técnicas de to de transporte de vítimas do tipo
manipulação e transporte de vítimas sem suspei- Fonte: CBMSC bombeiro assista ao vídeo: https://
ta de lesão na coluna vertebral. Lembrando que youtu.be/ru5uunQEoBE
essas técnicas devem ser utilizadas somente nos • Transporte de bombeiro: Esta técnica deve
casos que não possua uma maca disponível, em ser utilizada quando temos apenas uma pessoa
situação de risco iminente ou quando a situação para transportar a vítima. No entanto, possui a
necessitar de transporte rápido da vítima. desvantagem de não oferecer suporte para a
• Arrastamento com cobertor ou roupa: cabeça e pescoço. Muito usado em ambientes
Esta técnica deve ser utilizada quando temos com fumaça (incêndios).
apenas uma pessoa para transportar a vítima,
e em locais em que a superfície permita o ar- Mas Atenção! Este transporte deve ser aplicado em casos
rastamento. O cobertor deve ser arrumado de que não envolvam fraturas e lesões graves. É um meio de
forma a proteger e suportar a cabeça e o pes- transporte eficaz e muito útil, se puder ser realizado por
coço da vítima. uma pessoa ágil e fisicamente capaz, pois a altura e peso
do atendente e da vítima influenciam o procedimento.
Atenção: o cobertor pode ser substituído por lençol, lona,
ou qualquer outro material que tenha tamanho e resis-
tência suficiente para o arrastamento. Outra variação pos-
Fonte: CBMSC
Para saber mais sobre o procedi-
• Transporte pelas extremidades: Esta técni- mento de transporte de vítimas tipo
ca deve ser utilizada quando temos duas pes- cadeirinha assista ao vídeo: https://
soas para transportar a vítima. Uma pessoa en- youtu.be/M7yEJRayiUw
volve a vítima com os braços ao redor no tronco,
passando-os por baixo das axilas da mesma, e
o outra pessoa se posiciona na frente da vítima Fonte: CBMSC
de costas, segurando as pernas.
• Levantamentamento com três pessoas:
Figura 40 - Transporte pelas extremidades Utilizado somente nos casos que não possua
uma maca disponível, em situação de risco imi-
nente, para um transporte rápido. Esta técnica
deve ser utilizada quando temos três pessoas
para transportar a vítima sem lesão de coluna,
através do posicionamento de 3 pessoas em fila
no lado da mesmo.
Fonte: CBMSC
Figura 42 - Levantamento com três pessoas para emissão de ruídos, uso de eletricidade, en-
tre outras (BRASIL, 2005). Saiba mais
Podemos entender biossegurança como o con- Para saber mais sobre o procedimen-
junto de ações para prevenir, controlar e mitigar to de transporte de vítimas por levan-
os riscos nas atividades que possam interferir ou tamento com três pessoas assista ao ví-
comprometer a qualidade de vida, a saúde huma- deo: https://youtu.be/mharoiOZNUw
na e o meio ambiente. Medidas de biosseguran-
ça específicas devem ser adotadas no trabalho e
aliadas a um amplo plano de educação baseado
nas normas nacionais e internacionais quanto ao
transporte, conservação e manipulação de micro-
Fonte: CBMSC -organismos patogênicos e agentes químicos. Para saber mais como fazer a assep-
Recentemente a preocupação com estas me- cia correta das mãos assista ao vídeo
Agora que você já sabe como agir quando se de- didas ganhou destaque em virtude da pandemia https://youtu.be/2bUdIhowG8o
parar com as principais emergências é importante relacionada à doença infecciosa Covid-19 (Coro-
conhecer as principais medidas de segurança contra navírus Disease-2019), que se instalou no mundo
agentes patogênicos que podem estar presentes todo em 2020 (BROOKS et al, 2020).
durante o atendimento à emergência e conhecer os Como você pode notar, o cenário de uma emer-
principais equipamentos de segurança. gência é um ambiente extremamente hostil, no qual
convivem no mesmo espaço equipamentos, rea-
NOÇÕES DE BIOSSEGURANÇA gentes, soluções, micro-organismos, pessoas etc.
Essa combinação de agentes de riscos necessita de
A Biossegurança constitui uma área de conhe- uma organização para que não ocorram acidentes,
cimento relativamente nova, regulada em vários agravando ainda mais a situação já caótica.
países por um conjunto de leis, procedimentos Como podemos ver, logo no início deste ma-
ou diretrizes específicas. No Brasil, a legislação nual, muitas das atividades humanas envolvem
de Biossegurança, criada em 1995 e revisada em risco, especialmente os trabalhos relacionados ao
2005, constitui leis para laboratórios, controle atendimento de emergências, assim, certos cuida-
dos devem ser tomados para preveni-los e evitá- só de quem irá atender a situação de emergência,
-los, assegurando assim sua execução apropriada. mas também proteger a vítima durante o atendi-
Por isso são necessários processos de qualidade mento, evitando a contaminação por agentes infec-
que, devidamente aplicados, podem contribuir ciosos. Por isso é importante que você atente para
muito para essa organização e disciplina e, conse- as seguintes ações:
quentemente, para a sua própria segurança e a de • evite o contato direto com fezes, urina, san-
vítimas durante o atendimento. gue ou fluidos corporais da vítima;
A proteção da saúde é, antes de tudo, uma • use sempre Equipamento de Proteção Indivi-
obrigação moral que leva a estabelecer requisi- dual (EPI), ou seja luvas descartáveis, máscara e
tos legais, informação, responsabilidade e edu- óculos de proteção;
cação. A segurança é um direito e uma obriga- • antes e após cada atendimento, lave bem as
ção individual. mãos com água e sabão;
Lembre-se de que uma das principais precau- • vacine-se contra doenças infectocontagiosas,
ções durante o atendimento é o uso de equipa- como por exemplo, hepatite B e o tétano.
mentos e materiais de proteção individual. Na
próxima seção você irá conhecer as principais pre- Medidas simples podem evitar que você ou mesmo a víti-
cauções para o atendimento a emergências, os ma contraia doenças e infecções transmitidas pelo sangue
equipamentos de segurança individual e alguns e fluidos corporais contaminados, como por exemplo: hepa-
materiais básicos que, se estiverem a disposição, tites (B e C) e o vírus da imunodeficiência adquirida (AIDS).
podem ser úteis para o atendimento e para a ma-
nutenção da segurança de todos. Como você pode ver durante todo o manual,
em situações de emergências é normal a adre-
MEDIDAS DE PROTEÇÃO PESSOAL nalina subir e nos fazer querer agir o mais rápido
(PRECAUÇÕES UNIVERSAIS) possível, mas é importante mantermos a calma e
lembrarmos dos princípios básicos de segurança.
Quando você for atender uma emergência, é im- Assim como os EPIs, outros materiais podem ser
portante ter em mente que a segurança individual muito úteis na realização do atendimento. Na úl-
vem sempre em primeiro lugar. As precauções uni- tima seção deste manual vamos ver como montar
versais são essenciais para garantir a proteção não uma bolsa de primeiros socorros para ter sempre
por perto, seja em casa, no carro ou no seu local Figura 43 - Bolsa de primeiros socorros
de trabalha, acompanhe.
RECAPITULANDO
Nesta última lição abordamos pontos diversos
sobre noções de primeiros socorros. Durante a lei-
tura você pôde aprender conceitos básicos sobre
anatomia relacionados aos primeiros socorrose
como avaliar uma vítima. Aprendeu procedimentos
voltados para a desobstrução das vias aéreas de
uma vítima por corpos estranhos e como proceder
diante de alguém com parada cardiorrespiratória.
Aprendeu o que deve fazer frente aos casos
de hemorragia (interna e externa), estado de cho-
que, suspeitas de fraturas, queimaduras, intoxica-
ções e ainda sobre o transporte de vítimas sem
suspeita de trauma de coluna.
Por fim, com o propósito de encerrar (por ora)
seus estudos voltando-se para a sua própria pro-
teção, apresentamos as temáticas afetas à bios-
segurança, medidas de proteção pessoal e equi-
pamentos básicos que podem ser utilizados para
a prestação dos primeiros atendimentos a uma
possível vítima.
decúbito ventral:
decúbito lateral:
Sucesso!
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