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M-8-PM

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

MANUAL POLICIAL-MILITAR

MANUAL DE CONTROLE DE MULTIDÕES

DA POLÍCIA MILITAR

2018
M-8-PM

MANUAL DE CONTROLE DE MULTIDÕES

DA POLÍCIA MILITAR

5ª edição
Publicada anexa ao Bol G PM 092, de 18 maio de 2018

2
ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
COMANDO GERAL

PORTARIA Nº PM1-007/02/18

1. O Comandante-Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, nos termos do artigo 19, inciso I,
do Regulamento Geral da Polícia Militar, aprovado pelo Decreto nº 7.290, de 15 de dezembro de 1975, e
dos artigos 22 e 41 das Instruções para as Publicações da Polícia Militar (I-1-PM - 3ª edição), aprova e
manda por em execução a 5ª edição do M-8-PM, doravante denominado Manual de Controle de
Multidões da Polícia Militar, e autoriza sua publicação em anexo ao Boletim Geral PM e sua divulgação
pela Intranet da Instituição.

2. Este Manual entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário,
em especial o M-8-PM - 4ª edição, publicado em anexo ao Bol G PM 203, de 26OUT11.

São Paulo, 09 de maio de 2018.

MARCELO VIEIRA SALLES


Cel PM Comandante-Geral

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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Quadro Demonstrativo das Ações do Controle de Multidões ..................................... 19
Figura 2: Descrição da Graduação de Intervenção para o Controle de Multidões ..................... 24
Figura 3: Policial Militar utilizando o sistema de som para proclamar ordens de advertência .... 29
Figura 4: VLA com o Sistema de Autoproteção com espuma acionado .................................... 29
Figura 5: Ilustração do VLA à retaguarda da tropa .................................................................... 30
Figura 6: VLA à retaguarda da tropa ......................................................................................... 30
Figura 7: VLA à retaguarda da tropa (vista lateral) .................................................................... 31
Figura 8: Ilustração do VLA à direita da tropa ........................................................................... 31
Figura 9: VLA à direita da tropa ................................................................................................ 32
Figura 10: Ilustração do VLA à esquerda da tropa .................................................................... 32
Figura 11: VLA à esquerda da tropa ......................................................................................... 33
Figura 12: Ilustração do VLA à frente da tropa .......................................................................... 33
Figura 13: VLA à frente da tropa ............................................................................................... 34
Figura 14: Ilustração do VLA em meio à tropa .......................................................................... 34
Figura 15: VLA em meio à tropa ............................................................................................... 35
Figura 16: Ilustração da projeção de jatos curtos d´água .......................................................... 35
Figura 17: VLA lançando água em jato curto ............................................................................ 36
Figura 18: Ilustração da projeção de jatos longos d’água ......................................................... 36
Figura 19: Lançamento jato longo ............................................................................................. 37
Figura 20: Ilustração da projeção de jatos contínuos d’água..................................................... 37
Figura 21: Lançamento de jato contínuo ................................................................................... 37
Figura 22: Ilustração da técnica de lançamento de jato horizontal sobre a massa ou jato de
advertência........................................................................................................... 38
Figura 23: Ilustração da técnica de lançamento de jato chuva .................................................. 39
Figura 24: Lançamento jato chuva ............................................................................................ 39
Figura 25: Ilustração da técnica de lançamento de jato barricado ............................................. 39
Figura 26: Lançamento jato barricado....................................................................................... 40
Figura 27: Ilustração da técnica de lançamento de jato direto................................................... 40
Figura 28: Lançamento jato direto............................................................................................. 41
Figura 29: Ilustração da técnica de deslocamento da multidão para a esquerda ...................... 41
Figura 30: Ilustração da técnica de deslocamento da multidão para a direita ........................... 42
Figura 31: Ilustração da técnica de divisão da multidão ........................................................... 42
Figura 32: Ilustração da técnica de recuo da multidão .............................................................. 43
Figura 33: Simbologia das funções no Pel PChq ...................................................................... 51
Figura 34: Pel PChq em coluna Por Três .................................................................................. 55
Figura 35: Representação gráfica do Pel PChq em coluna Por Três ........................................ 55
Figura 36: Pel PChq em coluna Por Dois .................................................................................. 56
Figura 37: Representação gráfica do Pel PChq em coluna Por Dois ........................................ 56
Figura 38: Representação gráfica do Pel PChq na formação em Linha .................................... 57
Figura 39: Pel PChq na formação em Linha ............................................................................. 57
Figura 40: Pel PChq na formação Escudos Cerrados ............................................................... 58
Figura 41: Representação gráfica do Pel PChq na formação em Cunha .................................. 58
Figura 42: Pel PChq na formação em Cunha ............................................................................ 59
Figura 43: Representação gráfica do Pel PChq na formação Escalão à Direita ........................ 59
Figura 44: Pel PChq na formação Escalão à Direita ................................................................. 60
4
Figura 45: Representação gráfica do Pel PChq na formação Escalão à Esquerda ................... 60
Figura 46: Pel PChq na formação Escalão à Esquerda ............................................................ 61
Figura 47: Pel PChq na formação Guarda Alta ......................................................................... 61
Figura 48: Pel PChq na formação Guarda Alta Emassada ....................................................... 62
Figura 49: Pel PChq na formação Escudos ao Alto (visão frontal) ............................................ 62
Figura 50: Pel PChq na formação Escudos ao Alto (visão lateral direita) .................................. 63
Figura 51: Pel PChq na formação Escudos ao Alto (visão lateral esquerda) ............................. 63
Figura 52: Pel PChq na formação Escudos Acima (visão lateral direita) ................................... 63
Figura 53: Pel PChq na formação Escudos Acima (visão frontal/lateral) ................................... 64
Figura 54: Pel PChq na formação Guarda Baixa ...................................................................... 64
Figura 55: Pel PChq na formação Guarda Baixa Emassada (visão frontal) .............................. 65
Figura 56: Pel PChq na formação Guarda Baixa Emassada (visão lateral esquerda) ............... 65
Figura 57: Comando por gesto de Advertência ......................................................................... 69
Figura 58: Comando por gesto de “Execução” posição 1 .......................................................... 69
Figura 59: Comando por gesto de “Execução” posição 2 .......................................................... 69
Figura 60: Comando por gesto de formação em Linha ............................................................. 70
Figura 61: Comando por gesto de formação em Escalão à Direita ........................................... 70
Figura 62: Comando por gesto de formação em Escalão à Esquerda ...................................... 71
Figura 63: Comando por gesto de formação em Cunha ............................................................ 71
Figura 64: Comando por gesto de formação Por Três .............................................................. 72
Figura 65: Comando por gesto de formação Por Dois .............................................................. 72
Figura 66: Comando por gesto de formação Guarda Baixa - posição 1 .................................... 73
Figura 67: Comando por gesto de formação Guarda Baixa - posição 2 .................................... 73
Figura 68: Comando por gesto de formação Guarda Baixa posição 3 ...................................... 73
Figura 69: Comando por gesto de formação Guarda Baixa Emassada posição 1..................... 74
Figura 70: Comando por gesto de formação Guarda Baixa Emassada posição 2..................... 74
Figura 71: Comando por gesto de formação Guarda Alta - posição 1 ....................................... 74
Figura 72: Comando por gesto de formação Guarda Alta - posição 2 ....................................... 75
Figura 73: Comando por gesto de formação Guarda Alta - posição 3 ....................................... 75
Figura 74: Comando por gesto de formação Guarda Alta Emassada posição 1 ....................... 75
Figura 75: Comando por gesto de formação Guarda Alta Emassada posição 2 ....................... 75
Figura 76: Comando por gesto de formação Escudos ao Alto - posição 1 ................................ 76
Figura 77: Comando por gesto de formação Escudos ao Alto - posição 2 ................................ 76
Figura 78: Comando por gesto de formação Escudos Acima - posição 1 ................................. 77
Figura 79: Comando por gesto de formação Escudos Acima - posição 2 ................................. 77
Figura 80: Comando por gesto de formação Escudos Acima - posição 3 ................................. 77
Figura 81: Comando por gesto de formação Escudos Acima - posição 4 ................................. 78
Figura 82: Comando por gesto de Carga de Cassetete - posição 1 .......................................... 78
Figura 83: Comando por gesto de Carga de Cassetete - posição 2 .......................................... 78
Figura 84: Comando por gesto de Carga de Cassetete ............................................................ 79
Figura 85: Comando por gesto de Carga de Cassetete posição 4 ............................................ 79
Figura 86: Pel PChq Por Dois preparado para o embarque ...................................................... 81
Figura 87: Pel PChq Por Dois frente à retaguarda preparado para o embarque ....................... 81
Figura 88: Pel PChq em deslocamento Por Dois para o embarque .......................................... 82
Figura 89: Pel PChq embarcando ............................................................................................. 82
Figura 90: Posicionamento do cassetete para facilitar o embarque .......................................... 82
5
Figura 91: Pel PChq preparado para o desembarque ............................................................... 83
Figura 92: Posicionamento dos seguranças antes do desembarque do Pel PChq .................... 83
Figura 93: Pel PChq desembarcando ....................................................................................... 84
Figura 94: Pel PChq desembarcando ....................................................................................... 84
Figura 95: Pel PChq desembarcado Por Dois ao lado da vtr pesada ........................................ 84
Figura 96: Pel PChq em formação Por Dois pronto para o embarque....................................... 85
Figura 97: Pel PChq em formação Por Dois (com a frente à retaguarda) pronto para o
embarque ...................................................................................................................... 86
Figura 98: Pel PChq em procedimento de embarque................................................................ 86
Figura 99: Pel PChq em procedimento de embarque................................................................ 87
Figura 100: Pel PChq na rampa de acesso ao interior do veículo ............................................. 87
Figura 101: Pel PChq iniciando procedimento de desembarque ............................................... 88
Figura 102: Pel PChq desembarcando ..................................................................................... 88
Figura 103: Pel PChq desembarcando ..................................................................................... 89
Figura 104: Pel PChq desembarcado ....................................................................................... 89
Figura 105: Representação gráfica da Cia PChq na formação Apoio Lateral ............................ 90
Figura 106: Cia PChq na formação Apoio Lateral ..................................................................... 91
Figura 107: Representação gráfica da Cia PChq na formação Apoio Complementar ............... 91
Figura 108: Cia PChq na formação Apoio Complementar ......................................................... 92
Figura 109: Representação gráfica da Cia PChq na formação Apoio Cerrado ......................... 92
Figura 110: Cia PChq na formação Apoio Cerrado ................................................................... 92
Figura 111: Representação gráfica da Cia PChq na formação Apoio Central ........................... 93
Figura 112: Cia PChq na formação em Apoio Central............................................................... 93
Figura 113: Representação gráfica da Cia PChq em formação Apoio Lateral,
Frente Lateral ....................................................................................................... 94
Figura 114: Cia PChq em formação Apoio Lateral, Frente Lateral ............................................ 94
Figura 115: Comando por gesto de formação Apoio Lateral posição 1 ..................................... 96
Figura 116: Comando por gesto de formação Apoio Lateral posição 2 ..................................... 96
Figura 117: Comando por gesto na formação Apoio Complementar posição 1 ......................... 97
Figura 118: Comando por gesto na formação Apoio Complementar posiçao 2 ......................... 97
Figura 119: Comando por gesto de formação Apoio Cerrado ................................................... 97
Figura 120: Comando por gesto de formação apoio central ...................................................... 98
Figura 121: Comando por gesto de formação Apoio Lateral, frente lateral - posição 1 ............. 98
Figura 122: Comando por gesto de formação Apoio Lateral, frente lateral - posição 2 ............. 99
Figura 123: Comando por gesto de formação Apoio Lateral, Frente Lateral - posição 3 ........... 99
Figura 124: Comando por gesto de formação Apoio Lateral, Frente Lateral - posição 4 ........... 99
Figura 125: Simbologia das funções para o Chq Mtz. ............................................................. 100
Figura 126: Eq Ptr Chq (visão lateral) ..................................................................................... 101
Figura 127: Eq Ptr Chq (visão frontal/lateral) .......................................................................... 102
Figura 128: Ilustração da formação Coluna por Um (Embarcados) ......................................... 104
Figura 129: Formação Coluna por Um (Embarcados) ............................................................. 104
Figura 130: Ilustração da formação em Coluna por Dois (Embarcados) ................................. 105
Figura 131: Formação Coluna por Dois (Embarcados) ........................................................... 105
Figura 132: Formação em Coluna Por Dois (Desembarcados) ............................................... 105
Figura 133: Ilustração da formação em Coluna Por Dois (Desembarcados) ........................... 106
Figura 134: Formação em Linha (Desembarcados) ................................................................ 106
6
Figura 135: Ilustração da formação em Linha (Desembarcados) ............................................ 106
Figura 136: Formação em Cunha (Desembarcados) .............................................................. 107
Figura 137: Ilustração da formação em Cunha (Desembarcados) .......................................... 107
Figura 138: Formação Escalão à Direta (Desembarcados) ..................................................... 107
Figura 139: Ilustração da formação Escalão à Direta (Desembarcados) ................................. 108
Figura 140: Formação Escalão à Esquerda (Desembarcados) ............................................... 108
Figura 141: Ilustração da formação Escalão à Esquerda (Desembarcados) ........................... 108
Figura 142: Ilustração da formação em Losango .................................................................... 109
Figura 143: Grupo em formação Por Um .............................................................................. 114
Figura 144: Representação gráfica do grupo montado em formação Por Um ......................... 114
Figura 145: Pelotão em formação Por Um .............................................................................. 114
Figura 146: Representação gráfica do pelotão em formação Por Um ..................................... 115
Figura 147: Grupo em formação Por Dois............................................................................... 116
Figura 148: Representação gráfica do grupo montado em formação Por Dois ....................... 116
Figura 149: Pelotão em formação Por Dois ............................................................................ 116
Figura 150: Representação gráfica do pelotão em formação Por Dois ................................... 117
Figura 151: Grupo montado em formação Por Três ................................................................ 117
Figura 152: Representação gráfica do Grupo em formação Por Três ..................................... 118
Figura 153: Pelotão em formação Por Três ............................................................................ 118
Figura 154: Representação gráfica do pelotão em formação Por Três ................................... 119
Figura 155: Grupo na formação Em Batalha ........................................................................... 119
Figura 156: Representação gráfica do grupo montado na formação Em Batalha.................... 120
Figura 157: Pelotão na formação Em Batalha ......................................................................... 120
Figura 158: Representação gráfica do pelotão na formação Em Batalha ................................ 120
Figura 159: Pelotão em formação em Coluna de Grupos em Batalha ..................................... 121
Figura 160: Representação gráfica do pelotão em formação em Coluna de Grupos em
Batalha ........................................................................................................................ 121
Figura 161: Grupo em formação de Linha de Uma Fileira ....................................................... 122
Figura 162: Representação gráfica do grupo montado em formação de Linha de
Uma Fileira ......................................................................................................... 122
Figura 163: Pelotão em formação de Linha de Uma Fileira..................................................... 122
Figura 164: Representação gráfica do pelotão em formação de Linha De Uma Fileira ........... 122
Figura 165: Comando por gesto de formação Por Um ............................................................ 123
Figura 166: Comando por gesto de formação Por Dois .......................................................... 123
Figura 167: Comando por gesto de formação Por Três .......................................................... 123
Figura 168: Comando por gesto de formação em linha de Uma Fileira ................................... 124
Figura 169: Comando por gesto de formação em linha de Duas Fileiras ................................ 124
Figura 170: Comando por gesto de Atenção.......................................................................... 124
Figura 171: Comando por gesto de Reunir ............................................................................. 125
Figura 172: Comando por gesto para montar ou “A Cavalo”. .................................................. 125
Figura 173: Comando por gesto de apear ou “A Pé” ............................................................... 126
Figura 174: Comando por gesto de alto .................................................................................. 126
Figura 175: Comando por gesto de avançar ou “Em Frente” .................................................. 127
Figura 176: Comando por gesto de “Em Batalha” ................................................................... 127
Figura 177: Comando por gesto para Aumentar a velocidade da Tropa Montada................... 128
Figura 178: Comando por gesto para Diminuir a velocidade da Tropa Montada ..................... 128
7
Figura 179: Ilustração do movimento de desembainhar espada ............................................. 133
Figura 180: Ilustração do movimento de perfilar espada ......................................................... 133
Figura 181: Ilustração do movimento de embainhar espada ................................................... 134
Figura 182: Ilustração do movimento em guarda .................................................................... 134
Figura 183: Movimento de golpe à direita ............................................................................... 135
Figura 184: Movimento de golpe à esquerda .......................................................................... 135
Figura 185: Movimento de Ponta à Direita .............................................................................. 136
Figura 186: Movimento de Ponta à Esquerda ......................................................................... 136
Figura 187: Movimento de Ponta em Terra à Direita ............................................................... 137
Figura 188: Movimento de Ponta em Terra à Esquerda .......................................................... 137
Figura 189: Movimento de Ponta em Frente à Direita ............................................................. 137
Figura 190: Movimento de Ponta em Frente em Terra à Direita .............................................. 138
Figura 191: Movimento de Ponta em Frente em Terra à Esquerda ......................................... 138
Figura 192: Movimento de ponta em Frente à Esquerda ........................................................ 138
Figura 193: Ilustração do movimento de Molinete Horizontal .................................................. 139
Figura 194: Ilustração do movimento de Molinete Vertical ...................................................... 140
Figura 195: Início do Abaixar Viseira ...................................................................................... 141
Figura 196: Término do Abaixar Viseira .................................................................................. 141
Figura 197: Ilustração da Célula de Apoio em deslocamento a pé .......................................... 143
Figura 198: Composição da Célula de Apoio .......................................................................... 144
Figura 199: Equipamentos para cães ..................................................................................... 149
Figura 200: Focinheira de contenção ...................................................................................... 149
Figura 201: Cão com focinheira de contenção ........................................................................ 150
Figura 202: Focinheira de combate......................................................................................... 150
Figura 203: Ilustração de policial militar e cão equipados ....................................................... 150
Figura 204: Formação Pel em coluna Por Dois com cães ....................................................... 154
Figura 205: Representação gráfica do Pel em formação Coluna Por Dois com Cães ............. 155
Figura 206: Representação gráfica do Pel em formação em Linha com Cães ........................ 155
Figura 207: Formação Pel em Linha com Cães ...................................................................... 156
Figura 208: Representação gráfica do Pel em Cunha com Cães ............................................ 156
Figura 209: Formação Pel em Cunha com Cães .................................................................... 156
Figura 210: Representação gráfica do Pel em Escalão à Esquerda com Cães ....................... 157
Figura 211: Formação Pel em Escalão à Esquerda com Cães ............................................... 157
Figura 212: Representação gráfica do Pel em Escalão à Direita com Cães ............................ 157
Figura 213: Formação Pel em Escalão à Direita com Cães .................................................... 158
Figura 214: Simbologia para representação do Pel de Canil e do Pel PChq ........................... 158
Figura 215: Representação gráfica do Pel em Apoio Central .................................................. 159
Figura 216: Representação gráfica do Pel em Apoio Complementar. ..................................... 159
Figura 217: Representação gráfica do Pel em Apoio Cerrado ................................................ 160
Figura 218: Representação gráfica do Pel em Apoio Lateral .................................................. 161
Figura 219:Posição básica do emprego do homem/cão em ações de controle de
multidões. ........................................................................................................... 161
Figura 220: Ilustração do Pel com cães ao comando de Carga .............................................. 162
Figura 221: Ilustração do Pel de Canil em Apoio Central ........................................................ 163
Figura 222: Ilustração do Pel de Canil em Apoio Lateral ......................................................... 164
Figura 223: Ilustração do Pel de Canil em Apoio Cerrado ....................................................... 164
8
Figura 224: Ilustração do uso de cães em estabelecimentos prisionais .................................. 165
Figura 225: Ilustração do posicionamento de cão atrás da equipe .......................................... 165
Figura 226: Ilustração do 3º homem com cão em estabelecimentos prisionais ....................... 166
Figura 227: Entrada com cão em estabelecimentos prisionais ................................................ 166
Figura 228: Posição do Policial com o cão em emprego em policiamento em eventos ........... 168
Figura 229: Pelotão com cães em policiamento em eventos (estádio de futebol) ................... 169
Figura 230: Posição da patrulha com o cão em policiamento em eventos
(estádio de futebol) ............................................................................................. 169
Figura 231: Ilustração do policiamento em estádio de futebol ................................................. 169
Figura 232: Pel PChq na formação Meia-Lua ......................................................................... 175
Figura 233: Pel PChq na formação em “L” (à direita) .............................................................. 175
Figura 234: Pel PChq na formação em “L” (à esquerda) ......................................................... 176
Figura 235: Pel PChq na formação Diagonal (direita) ............................................................. 176
Figura 236: Pel PChq na formação Diagonal (esquerda) ........................................................ 176
Figura 237: Vtr pesada tipo Micro-ônibus................................................................................ 177
Figura 238: Vtr pesada tipo ônibus ......................................................................................... 178
Figura 239: Veículo blindado de transporte de tropa “Guardião” (vista lateral) ........................ 179
Figura 240: Veículo blindado de transporte de tropa “Guardião” (vista frontal) ....................... 179
Figura 241: Veículo blindado de transporte de tropa “Guardião” (vista traseira)...................... 179
Figura 242: Veículo blindado de transporte de tropa “Guardião” com a rampa de acesso
aberta (vista traseira) ......................................................................................... 180
Figura 243: Veículo blindado de transporte de tropa “Guardião” com o mastro do sistema de
observação estendido ........................................................................................ 180
Figura 244: Veículo blindado de transporte de tropa “Centurion” (vista frontal) ....................... 180
Figura 245: Veículo blindado de transporte de tropa “Centurion” (vista traseira) ..................... 181
Figura 246: Veículo Lançador de Água ................................................................................... 184

9
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABREVIATURA/SIGLA SIGNIFICADO POR EXTENSO


Aux Cmt Pel Auxiliar do Comandante de Pelotão
Cap PM Capitão
Cb PM Cabo
Chq Mtz Choque Motorizado
Cia PChq Companhia de Polícia de Choque
Cmt Comandante
Cmt Eq Comandante de Equipe
Cmt Grp Mtz Comandante de Grupo Motorizado
EPC Equipamento de Proteção Coletiva
EPI Equipamento de Proteção Individual
Eq Ptr Mtz Equipe de Patrulhamento Motorizado
Grp Grupo
Grp Chq Mtz Grupo de Choque Motorizado
Grp Ptr Mtz Grupo de Patrulhamento Motorizado
GRR Grupo de Resposta Rápida
Grp Hipo Grupo Hipo
Mot Motorista
Pel PChq Pelotão de Polícia de Choque
Pel Hipo Pelotão Hipo
PMESP Polícia Militar do Estado de São Paulo
Sd PM Soldado
Sgt PM Sargento
Subten PM Subtenente
SUV Sport Utility Vehicle
Ten PM Tenente
VLA Veículo Lançador de Água
VTR Viatura

10
SUMÁRIO

CAPÍTULO I - DA FINALIDADE ................................................................................................13


CAPÍTULO II - DOS CONCEITOS DE CONTROLE DE MULTIDÕES ......................................13
Seção I - Do Coletivo Social .................................................................................................13
Seção II - Dos Conceitos de Gestão de Multidões ...............................................................17
Seção III - Das Fases das Operações de Controle de Multidões ..........................................20
CAPÍTULO III - DOS PRINCÍPIOS E DAS TÁTICAS DE CONTROLE DE MULTIDÕES ..........21
Seção I - Dos Princípios de Controle de Multidões ...............................................................21
Seção II - Do Uso de Força ..................................................................................................22
Seção III - Das Alternativas Táticas para o Controle de Multidões .......................................24
Subseção I - Das Generalidades .....................................................................................24
Subseção II - Das Alternativas Táticas ............................................................................26
Seção IV - Da Atuação em Locais Fechados .......................................................................48
CAPÍTULO IV - DO CONTROLE DE MULTIDÕES PELA TROPA A PÉ ...................................51
Seção I - Do Pelotão de Choque ..........................................................................................51
Subseção I - Das Disposições Gerais ..............................................................................51
Subseção II - Das Formações Adotadas pelo Pelotão de Choque ...................................53
Subseção III - Do Comando do Pelotão de Polícia Choque .............................................66
Subseção IV - Dos Deslocamentos a Pé em Formações Adotadas pelo Pel PChq ........79
Subseção V - Do Embarque e Desembarque de Viaturas Pesadas .................................80
Seção II - Da Companhia de Polícia de Choque nas Ações Controle de Multidões ..............90
CAPÍTULO V - DAS OPERAÇÕES DE CONTROLE DE MULTIDÕES COM O APOIO DE
VIATURAS LEVES ............................................................................................... 100
Seção I - Das Generalidades do Dispositivo de Choque Motorizado (Chq Mtz) ................. 100
Seção II - Da Simbologia das Funções no Choque Motorizado .......................................... 100
Seção III - Das Equipes, Dos Grupos e do Pelotão de Polícia de Choque Motorizado ....... 101
Subseção I - Da Equipe de Patrulhamento Motorizado (Eq Ptr Mtz) .............................. 101
Subseção II - Do Grupo de Patrulhamento Motorizado (Grp Ptr Mtz)............................. 102
Subseção III - Do Pelotão de Patrulhamento Motorizado (Pel Ptr Mtz) .......................... 103
Seção IV - Da Companhia de Polícia de Choque Motorizado (Cia PChq Mtz).................... 109
Seção V - Dos Equipamentos ............................................................................................ 110
CAPÍTULO VI - DO CONTROLE DE MULTIDÕES PELA TROPA HIPO ................................ 111
Seção I - Das Disposições Gerais ...................................................................................... 111
Seção II - Das Formações .................................................................................................. 113

11
Seção III - Dos Comandos ................................................................................................. 123
Seção IV - Dos Procedimentos .......................................................................................... 129
Seção V - Das Táticas de Emprego ................................................................................... 144
CAPÍTULO VII - DO CONTROLE DE MULTIDÕES COM O APOIO DE CÃES ...................... 146
Seção I - Das Disposições Gerais ...................................................................................... 146
Seção II - Das Formações .................................................................................................. 154
Seção III - Do Comando ..................................................................................................... 162
Seção IV - Do Emprego ..................................................................................................... 164
CAPÍTULO VIII - DA ATUAÇÃO EM ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS E DE INTERNAÇÃO
DE MENORES ................................................................................................... 171
Seção I - Das Táticas, Técnicas e Procedimentos.............................................................. 171
Seção II - Das Formações de Entrada em Estabelecimentos Prisionais............................. 174
CAPÍTULO IX - DOS VEÍCULOS ESPECIAIS PARA AS AÇÕES DE CONTROLE DE
MULTIDÕES ...................................................................................................... 177
Seção I - Dos Veículos Pesados de Transporte de Tropa .................................................. 177
Seção II - Dos Veículos Blindados de Transporte de Tropa ............................................... 178
Seção III - Dos Veículos Lançadores de Água (VLA) ......................................................... 181
CAPÍTULO X - DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... 184

12
MANUAL DE CONTROLE DE MULTIDÕES DA POLÍCIA MILITAR

CAPÍTULO I -

DA FINALIDADE

1. Regular as questões de doutrina, de instrução e de emprego das Unidades ou


frações que tenham por missão o Controle de Multidões no âmbito da Polícia Militar do
Estado de São Paulo (PMESP).

2. O presente Manual deve ser lido e interpretado de forma sistêmica, sob risco de se
ter entendimento equivocado, o qual ensejaria decisões e ações capazes de não
atingirem os objetivos institucionais de preservação e manutenção da ordem pública.

CAPÍTULO II -

DOS CONCEITOS DE CONTROLE DE MULTIDÕES

Seção I -

Do Coletivo Social

1. Grupamentos humanos:
1.1. Classificação dos grupamentos humanos quanto aos propósitos:
1.1.1. aglomeração: é o agrupamento temporário e aleatório de pessoas. Os membros
de uma aglomeração pensam e agem como elementos isolados e não organizados. A
aglomeração poderá resultar da reunião acidental e transitória de pessoas, tal como
acontece na área comercial da grande cidade em seu horário de trabalho ou nas
estações ferroviárias em determinados momentos;
1.1.2. multidão: é o agrupamento de pessoas psicologicamente unificadas por
interesse comum. A formação da multidão caracteriza-se pelo aparecimento do
pronome "nós" entre os seus membros. Assim, quando um membro de uma
aglomeração afirma: "nós estamos aqui por cultura", "nós estamos aqui para prestar
solidariedade" ou "nós estamos aqui para protestar", constitui-se a multidão. Vale
salientar que uma multidão pode surgir a partir de uma aglomeração.
1.2. Classificação dos grupamentos humanos quanto ao comportamento:
1.2.1. pacífico: caracterizado pela inexistência de atos de violência ou grave ameaça;

13
1.2.2. violento: caracterizado pelo incremento de atos de violência contra pessoas,
patrimônio ou meio ambiente.
1.3. Classificação dos grupamentos humanos quanto ao preparo e à condução:
1.3.1. organizado: caracterizado pela condução organizada do comportamento dos
integrantes do agrupamento humano, realizada por liderança certa e determinada e
conhecida do público ou por liderança existente, porém, anônima;
1.3.2. desorganizado: caracterizado pela condução desorganizada do comportamento
dos integrantes do agrupamento sem clareza ou definição de ideias e pela indefinição
de liderança, sendo os atos praticados ao acaso.
1.4. Classificação dos grupamentos humanos quanto à liderança:
1.4.1. previamente constituída pelo grupo e conhecida publicamente;
1.4.2. previamente constituída pelo grupo, porém, acobertada para prática de atos
ilegais e/ou com a intenção de se eximir de responsabilidades penais e civis;
1.4.3. “situacional”, sendo caracterizada por aquele tipo que surge de forma inopinada
durante o ato;
1.4.4. inexistente, quando não há qualquer tipo de liderança.
1.5. Classificação dos grupamentos humanos quanto ao respeito ao
ordenamento jurídico:
1.5.1. ordenado: caracterizado pelo respeito à ordem pública, às leis e às
determinações das autoridades públicas constituídas;
1.5.2. desordenado: caracterizado pela quebra da ordem pública, desrespeito às leis e
às determinações das autoridades públicas constituídas; a aglomeração ou multidão,
quando em desordem, recebem a denominação de turba e seus integrantes de
turbadores.

2. Formas de expressões das multidões:


2.1. Manifestação: é a demonstração, por pessoas reunidas, de sentimento hostil ou
simpático a determinada autoridade ou a alguma condição, movimento econômico,
cultural ou social. As manifestações se classificam em:
2.1.1. manifestação regular: caracterizada pelo respeito à legislação vigente e às
determinações das autoridades públicas constituídas;

14
2.1.2. manifestação irregular: caracterizada pelo desrespeito à legislação vigente e às
determinações das autoridades públicas constituídas;
2.2. Tumulto: é um cenário de quebra da ordem, podendo advir de atos organizados
em apoio a uma vontade comum de realizar certo empreendimento ou de forma
inopinada ou desorganizada.

3. Fatores que influenciam as transformações do coletivo social:


3.1. Subversão: é o conjunto de ações, de âmbito local, de cunho tático e de caráter
predominantemente psicológico que buscam de maneira lenta, progressiva, insidiosa e,
pelo menos inicialmente, clandestina e sem violência, a conquista física e espiritual da
população sobre a qual são desencadeadas, por meio da destruição das bases
fundamentais da comunidade que integra, pela decadência e perda da consciência
moral, por falta de fé em seus dirigentes e de desprezo às instituições vigentes,
levando-as a aspirar uma forma de comunidade totalmente diferente, pela qual se
dispõe ao sacrifício;
3.2. Distúrbios civis: são as inquietações ou tensões que tomam a forma de
manifestações violentas; situações que surgem dentro do país decorrentes de atos de
violência ou desordens prejudiciais à manutenção da lei e da ordem;
3.3. Incidentes ou calamidade pública: são aqueles resultantes de fenômenos
naturais em grau excessivo e incontrolável, como inundações, incêndios, terremotos,
tufões, disseminação de substâncias letais, que podem ser de natureza química,
radioativa ou bacteriológica;
3.4. Perturbação da ordem pública: em sentido amplo, são os tipos de ações que
comprometem, prejudicam ou perturbam a organização social, pondo em risco as
atividades e os bens privados e públicos.
3.5. Revolução: é uma profunda transformação social no poder ou nas estruturas
organizacionais públicas ou privadas, de modo progressivo ou repentino, e que pode
variar em termos de métodos empregados, duração e motivação ideológica. Pode ter
características pacíficas ou violentas e seus resultados propiciam alterações na cultura,
economia e no ideário sócio-político; as revoluções podem ou não mobilizar massa de
pessoas e incidem, sobretudo, nas três principais vertentes da sociedade: política,
social e econômica.

15
4. Causas de tumultos:
4.1. Sociais ou Culturais: são aquelas resultantes de conflitos raciais, religiosos ou de
exaltação provocada por uma comemoração, por um acontecimento esportivo ou por
outra atividade sociocultural;
4.2. Econômicas: são aquelas advindas, por exemplo, de desnível entre classes
sociais, desequilíbrio econômico entre regiões, divergências entre empregados e
empregadores ou que resultem de condições sociais de extrema privação ou pobreza,
as quais poderão induzir o povo à violência para obter utilidades necessárias à
satisfação das suas necessidades essenciais;
4.3. Políticas: são aquelas originadas de disputas político-partidárias, divergências
ideológicas estimuladas ou não por países estrangeiros ou da tentativa de se atingir o
poder político por meios não legais;
4.4. Calamidades públicas: são aquelas resultantes de catástrofes, as quais impõem
às pessoas uma série de problemas, tais como falta de alimento, vestuário ou abrigo,
bem como temor de sua repetição; podem gerar como consequência ações de
desordem e pilhagem, levadas a efeito por infratores da lei;
4.5. Omissão ou falência da autoridade constituída: são aquelas surgidas em
decorrência da constatação de falhas ou omissão dos gestores públicos no exercício
das suas atribuições.

5. Fatores psicológicos que influenciam o comportamento dos indivíduos:


5.1. Número: relativo à quantidade de pessoas que fazem parte de um determinado
agrupamento. Quanto maior essa quantidade, maior a sensação de poder e de
segurança que cada indivíduo sentirá;
5.2. Sugestão: é o surgimento de ideias a partir de algum integrante do grupo, em que
se sugere a tomada de uma determinada postura, que para muitos nem será discutida
se certa ou errada, restando apenas a sua aceitação de forma passiva; as ideias se
propagam de maneira despercebida, ganhando maior relevância quando partem de
alguma liderança;
5.3. Contágio: é a difusão de ideias e condutas, as quais se transmitem de indivíduo a
indivíduo nas multidões, havendo uma tendência em atrair novos manifestantes;

16
5.4. Imitação: é o comportamento humano relacionado ao desejo irresistível de
observar e copiar condutas;
5.5. Anonimato: é o sentimento de não ser identificado devido ao fato de estar
acobertado pela massa; ciente disso, o indivíduo poderá perder os freios morais e,
consequentemente, sentir-se-á irresponsável por seus atos, quaisquer que sejam;
5.6. Sensação de impunidade: é o sentimento de que não haverá punição ou, se esta
ocorrer, será branda e não causará grandes prejuízos; propicia ao indivíduo
encorajamento para agir contrariamente às leis ou às determinações das autoridades
públicas constituídas, buscando muitas vezes seu reconhecimento perante a opinião
pública e a seus pares;
5.7. Novidade: é o aguçamento da vontade de experimentar circunstâncias novas e
desconhecidas, fazendo com que o indivíduo reaja em desconformidade com suas
normas de ação habituais; não encontrando estímulos específicos, que de ordinário
controlavam seus atos, deixará de aplicar sua experiência anterior, que costumava
guiá-lo na solução dos problemas cotidianos; seu subconsciente aceita a quebra de
rotina normal e acolhe, com satisfação, as novas circunstâncias;
5.8. Expansão das emoções reprimidas: é o extravasamento de preconceitos e
desejos insatisfeitos, normalmente contidos, concorrendo como perigoso incentivo à
prática de desordens, pela oportunidade que têm os indivíduos de realizarem, afinal, o
que sempre almejaram, mas nunca haviam ousado fazê-lo.

Seção II -

Dos Conceitos de Gestão de Multidões

1. Gestão de Multidões: conjunto de processos destinados à administração e controle


de multidões.

2. Administração de Multidões: consiste nas ações voltadas ao recebimento e


análise de informações, bem como de deliberações tomadas acerca das ações
preventivas voltadas à atuação em multidões, subdividindo-se em:
2.1. planejamento: conjunto de processos e procedimentos prévios destinados à
organização de ações estratégicas, táticas e operacionais, voltadas à prevenção da

17
quebra da ordem e de ações a serem empregadas após a restauração da ordem
pública;
2.2. execução operacional: conjunto de procedimentos adotados no local da operação
destinados à prevenção da quebra da ordem através da ação de presença policial,
acompanhamento e contenção.

3. Controle de Multidões: conjunto de procedimentos destinados à restauração da


ordem pública, quebrada pela ação da turba, subdividindo-se em:
3.1. Intervenção Indireta: realizada através da ação de presença, contenção,
acompanhamento ou negociação;
3.1.1. ação de presença: é o ato de dispor efetivo policial-militar no local da operação,
com intuito de, por meio da sua presença, transmitir sensação de segurança, colher
informações do que está ocorrendo, repassar orientações por parte da Polícia Militar
aos envolvidos, tentar identificar possíveis interlocutores em meio aos frequentadores,
além de dissuadir comportamentos e atitudes inadequados.
3.1.2. conter: é o ato de manter a multidão em uma área delimitada, por vezes já pré-
estabelecida ou determinada em reunião anterior ao evento, por meio do efetivo policial
ou de estruturas físicas (grades, viaturas etc.);
3.1.3. acompanhar: é a ação policial-militar que consiste em seguir uma passeata,
visando minimizar os efeitos da quebra da ordem;
3.1.4. negociar: é o ato de estabelecer vínculo de mediação com os manifestantes ou
com a liderança, na tentativa de convencer, influenciar para que deixem de tomar
alguma atitude que prejudique a ordem pública ou que desrespeite uma determinação
legal.
3.2. Intervenção Direta: realizada por meio das táticas de repelir ou de dispersar;
3.2.1. repelir: é a ação utilizada para recuar a massa para uma direção determinada
até um limite pré-definido; Não tem o objetivo de retirar a massa do local, de forma
definitiva, mas de afastá-la temporariamente para restabelecer a ordem pública; trata-
se de um tipo de ação pontual, cirúrgica, em que pode ser possível, também, dentro da
necessidade e viabilidade, realizar a detenção de pessoa ou pequeno grupo que esteja
prestes a cometer algum ilícito ou que já esteja ocorrendo;

18
3.2.2. dispersar: é a ação utilizada para deslocar uma massa, dividindo-a,
desagregando-a, enfraquecendo-a e, com isso, impedindo-a de se reagrupar,
dissolvendo-a; o objetivo é a retirada da massa, de forma definitiva, do local.

Nota 1:
Dissuadir: é o ato de desestimular e induzir os líderes e/ou os integrantes da multidão
a não praticarem atos que possam vir a quebrar a ordem pública ou desrespeitar
determinação legal; a dissuasão ocorre no momento em que está nítido, por parte das
autoridades, que os manifestantes se comportam contrariamente ao que já havia sido
estabelecido ou acordado, ou estão demonstrando predisposição em iniciar uma
baderna ou ato criminoso.

Nota 2:
A Dissuasão caracteriza-se pelo momento de transição entre a intervenção indireta e a
intervenção Direta, podendo, de acordo com a situação fática, evoluir para
procedimentos mais incisivos que visem repelir ou dispersar a turba ou manter os
procedimentos indiretos de controle de multidões.

Figura 1: Quadro Demonstrativo das Ações do Controle de Multidões

19
Seção III -

Das Fases das Operações de Controle de Multidões

1. Situação da tropa: a tropa destinada ao Controle de Multidões deve estar


adequadamente orientada de como proceder em situações que possam exigir sua
atuação; de forma operacional, as situações possíveis estão assim determinadas:
1.1. S-1 - Situação normal: não há qualquer alteração nas atividades da Unidade;
1.2. S-2 - Sobreaviso:
1.2.1. não são suprimidos os serviços normais e nem há recolhimento de tropa;
1.2.2. determinação de revistas extraordinárias, a critério do Comandante (Cmt), sem
interferência das atividades normais;
1.2.3. folgas são obrigatoriamente gozadas nas residências ou, então, deve-se ficar em
condições de acionamento, caso a situação exija;
1.2.4. a Guarda do Quartel poderá ser reforçada;
1.2.5. após as revistas, segue mapa-força ao escalão superior;
1.2.6. o expediente é liberado após contato com o escalão superior.
1.3. S-3 - Prontidão:
1.3.1. ficam suprimidas as folgas, sem prejuízo ao serviço normal;
1.3.2. após as revistas, segue mapa-força ao escalão superior;
1.3.3. todas as ordens e toques gerais constituirão atribuições exclusivas do Cmt; as
ordens devem ser escritas e a segurança do aquartelamento pode ser reforçada;
1.3.4. a fração de tropa empenhada em serviço externo, com efetivo superior a 20
(vinte) policiais militares, deverá ser comandada por Oficial;
1.3.5. mediante ordem do escalão superior, poderá haver liberação parcial do efetivo;
1.3.6. fica estabelecido contato com o escalão superior a cada 4 (quatro) horas e as
estações de rádio devem permanecer em escuta permanente;
1.3.7. após recebimento da ordem de S-3, todo o efetivo deve ser avisado para
comparecer ao aquartelamento.
1.4. S-4 - Prontidão rigorosa:
1.4.1. são suprimidos todos os serviços prescindíveis;
1.4.2. todas as folgas são suprimidas, sem exceção; os serviços imprescindíveis
poderão ser substituídos, devendo, porém, os substitutos, permanecer de prontidão;
1.4.3. a guarda do aquartelamento deve, obrigatoriamente, ser reforçada;
20
1.4.4. a tropa deve permanecer armada e equipada;
1.4.5. os meios de comunicação ficam inteiramente à disposição do serviço.
1.5. S-5 - Ordem de marcha:
1.5.1. vigoram os itens previstos em S-4;
1.5.2. deve-se providenciar a distribuição dos equipamentos;
1.5.3. a ordem de marcha estabelecerá os detalhes da missão a cumprir.

2. Determinação da situação:
2.1. as situações previstas no item anterior são determinadas conforme os seguintes
critérios:
2.1.1. S-1: quando a situação é normal, nada ocorrendo que implique em outras
medidas além das usuais;
2.1.2. S-2: quando há a possibilidade de perturbação da ordem pública pelos mais
diversos fatores;
2.1.3. S-3: na iminência de fatos anormais e graves que exijam o emprego
extraordinário da tropa ou de reservas maiores que as normais;
2.1.4. S-4: na ocorrência de fatos anormais e graves que exijam o emprego imediato da
tropa com capacidade de resolver a situação;
2.1.5. S-5: quando há necessidade de deslocamento da tropa para fora da sede da
Unidade.

CAPÍTULO III -

DOS PRINCÍPIOS E DAS TÁTICAS DE CONTROLE DE MULTIDÕES

Seção I -

Dos Princípios de Controle de Multidões

1. O Controle de Multidões visa assegurar o cumprimento das leis e determinações das


autoridades constituídas.

2. O Controle de Multidões visa assegurar o restabelecimento da ordem, atentando


para a proporcionalidade das ações.

21
3. Para o Controle de Multidões devem ser observados rigorosamente os critérios da
disciplina tática, técnica e operacional, com destaque às distâncias de segurança e de
operação, à atuação mediante ordem, ao adequado uso da força, a não ação isolada e
ao fiel cumprimento das alternativas táticas.

4. As ações de Controle de Multidões devem ser precedidas de identificação e análise


dos riscos e avaliação das características do teatro de operação.

5. Os policiais militares participantes de operações de Controle de Multidões devem


possuir alta resiliência e capacidade de adaptação à missão.

6. Nas operações de Controle de Multidões, os policiais militares devem atuar com


isenção de ânimos.

7. O sucesso das operações de Controle de Multidões depende de treinamento


constante.

8. Toda a atuação deve ser precedida de conhecimento e análise da multidão.

9. As operações de Controle de Multidões devem ocorrer com comunicação eficiente e


integrada.

Seção II -

Do Uso de Força

1. Uso da Força: entende-se como “Uso da Força” o conjunto de técnicas e


procedimentos que representem a atuação dos agentes fiscalizadores da lei, na
garantia dos direitos humanos e da ordem pública.

2. A PMESP, seguidora dos princípios e filosofia do Policiamento Comunitário e dos


Direitos Humanos, com base em normas e orientações internacionais, para o melhor
desempenho na prevenção e na atuação no restabelecimento da ordem pública, atuará
conforme a Graduação de Intervenção para o Controle de Multidões que tem por
22
finalidade estabelecer uma postura de emprego mais clara, racional e moderada frente
a uma crise.

3. A Graduação de Intervenção para o Controle de Multidões auxiliará o Cmt da


Operação na tomada de decisões, uma vez que pela apreciação da situação no teatro
de operações, decidirá qual medida a ser tomada e recurso a ser empregado.

4. A Graduação de Intervenção para o Controle de Multidões divide-se em algumas


ações, que vão do simples contato com os manifestantes, por meio da ação de
presença policial até ações mais enérgicas com efetivo emprego da força.

5. É Graduação de Intervenção para o Controle de Multidões1:


5.1. Ação de Presença;
5.2. Conter;
5.3. Acompanhar;
5.4. Negociar;
5.5. Dissuadir;
5.6. Repelir;
5.7. Dispersar.

6. Paralelamente à Graduação de Intervenção para o Controle de Multidões, é possível


que haja necessidade de Deter pessoas que estejam, a qualquer momento da
operação, cometendo crimes ou contravenções penais.

7. Da mesma forma, a qualquer momento da operação, caso haja ações que


comprometam seriamente a integridade física ou a vida de policiais ou de terceiros
presentes no local, é possível o Emprego de Arma de fogo, como último recurso
capaz de cessar a injusta agressão.

1
Conceitos já apresentados no Capítulo II.

23
8. A partir da Dissuasão é possível o emprego das Alternativas Táticas para o Controle
de Multidões, cabendo análise da solução mais adequada ao alcance dos objetivos
operacionais.

Figura 2: Descrição da Graduação de Intervenção para o Controle de Multidões

9. A partir da Dissuasão ocorre o emprego de tropa especializada no Controle de


Multidões, com todos os meios e materiais disponíveis pertinentes e característicos à
Tropa de Choque.

10. Quando da efetiva atuação por parte da tropa em ação de Controle de Multidões, o
policiamento territorial deverá permanecer em condições para pronta ocupação da área
física do conflito e imediações, bem como proceder no auxílio à detenção de indivíduos
que cometeram ilícitos penais.

11. O emprego da tropa de policiamento territorial em Controle de Multidões será


proporcional a sua capacidade de resposta frente à situação de emprego, devendo
acionar a Tropa de Choque caso identifique a necessidade de apoio especializado.

Seção III -

Das Alternativas Táticas para o Controle de Multidões

Subseção I -

Das Generalidades

1. As Alternativas Táticas para o Controle de Multidões são um conjunto de


24
procedimentos que objetivam o emprego adequado e proporcional de técnicas e
equipamentos para o restabelecimento da ordem quebrada pela ação da turba.

2. Tais alternativas têm o seu momento de emprego a partir da dissuasão, pois a


simples demonstração de força já é uma ação geradora de impacto psicológico nos
turbadores, auxiliando na mudança de possíveis intenções negativas.

3. Para o emprego das Alternativas Táticas, devem ser observados e adotados os


Requisitos e os Subsídios da Ação, que são procedimentos essenciais e primordiais
para o bom andamento da missão, para um suporte aos procedimentos de
responsabilização e para a aplicação da lei, sendo:
3.1. Requisitos da Ação:
3.1.1. capacidade operacional: é a condição adequada e suficiente de recursos
humanos e materiais bem como conhecimento técnico para o cumprimento da missão;
3.1.2. observação de vias de fuga: o conhecimento prévio do teatro de operações é um
requisito de suma importância para permitir o deslocamento e a aproximação da tropa
por vias de acesso adequadas de modo a assegurar vias de fuga aos integrantes da
turba, que serão dispersados; quanto mais caminhos de fuga forem dados à multidão,
mais rapidamente ela desocupará o local; a multidão não deve ser direcionada contra
obstáculos físicos ou outra tropa, pois ocorrerá um confinamento com consequências
violentas e indesejáveis; se não há conhecimento prévio do local, uma boa maneira de
realizar tal levantamento é por meio da tropa territorial que lá atua, a qual poderá
transmitir detalhes preciosos que ajudarão na formulação da tática a ser adotada.
3.2. Subsídios da Ação:
3.2.1. coleta de provas: é o trabalho da Inteligência ou de qualquer policial militar,
voltado para a obtenção de provas capazes de demonstrar o ânimo da multidão e suas
condutas contrárias à leis, subsidiando, assim, a ação policial e, posterior,
responsabilização de autores de condutas contrárias à lei; fotos, filmagens, objetos
materiais apreendidos são exemplos de meios que proporcionarão resguardo e
respaldo a uma possível ação por parte da tropa, servindo também como fator inibidor,
desde que feita de forma ostensiva aos turbadores, pois quebra o anonimato,

25
causando, assim, forte impacto psicológico pela temeridade de posterior identificação;
Atualmente, a principal fonte de provas é a filmagem da operação;
3.2.2. detenção de infratores da lei: é a detenção de pessoas que estejam
cometendo crimes ou contravenções penais durante o ato, tais como dano ao
patrimônio e agressões; trata-se de um subsídio importante à legitimidade da atuação
policial-militar, além de concorrer diretamente para a responsabilização de infratores da
lei; tais ações devem ser realizadas, preferencialmente, por efetivo que não seja do
Pelotão em ação de Choque.

4. São Alternativas Táticas para o Controle de Multidões:


4.1. Demonstração de força;
4.2. Ordem de dispersão;
4.3. Emprego do Veículo Lançador de Água - VLA;
4.4. Emprego de granadas policiais, espargidores, munições de impacto controlado e
munições marcadoras;
4.5. Carga de cassetete;
4.6. Carga de cavalaria;
4.7. Emprego de arma de fogo com munição real.

Subseção II -

Das Alternativas Táticas

1. Demonstração de Força:
1.1. é o conjunto de ações voltadas a causar impacto psicológico nos turbadores e é
feita por intermédio da disposição da tropa, em formação disciplinada e com bom
contato visual; A finalidade da demonstração de força é provocar efeito psicológico, a
fim de desencorajar os turbadores de seu intento, pois as formações adotadas
demonstram organização, disciplina, preparo profissional e confiança na capacidade de
ação;
1.2. recomenda-se o desembarque fora das vistas da multidão, mas em distância que
permita rápida atuação da tropa, sem comprometimento da segurança das viaturas e
dos policiais militares;

26
1.3. o fardamento, bem como os equipamentos portados pela tropa, são acessórios
preponderantes para uma eficiente demonstração de força; Em operações com apoio
de veículo especial para ações de controle de multidões, esse poderá ser mais um
elemento na demonstração de força policial frente à situação de iminente conflito;
1.4. caso se tenha conhecimento da existência de armas de fogo e de que há
predisposição por parte dos turbadores em agir violentamente contra a ação policial,
recomenda-se suspensão de demonstração de força, substituindo-a pela alternativa
tática mais adequada à situação fática.

2. Ordem de Dispersão:
2.1. é a determinação, direcionada aos participantes do tumulto, para que se retirem do
local, e que precede a intervenção direta para o restabelecimento da ordem pública;
2.2. sempre que possível, o comandante da tropa deve, por intermédio de
amplificadores de som, de alto-falantes das viaturas ou de megafones, estimular os
manifestantes a abandonarem pacificamente o local; essa proclamação deve ser feita
de modo claro, em termos positivos e incisivos; os manifestantes não devem ser
repreendidos, desafiados ou ameaçados, mas devem sentir firmeza da decisão de agir
da tropa, caso não seja atendida a ordem de dispersão;
2.3. é importante atentar para que haja direcionamento do grupo para locais
adequados, segundo a observação do comandante da tropa em relação a qual via de
fuga utilizar;
2.4. caso os turbadores continuem a desobedecer as ordens, deverão ser tomadas
outras medidas visando-se repelir ou dispersar a multidão;
2.5. a ordem de dispersão não se confunde com o processo de
verbalização/negociação presente na atuação individual do policial militar, uma vez
que, em atuações frente a reuniões ilegais e violentas, as instâncias preventivas de
atuação policial já foram superadas;
2.6. este procedimento não deverá ser executado quando:
2.6.1. houver risco iminente à vida ou integridade física dos policiais militares ou de
outras pessoas que inviabilize a adoção desta alternativa tática;

27
2.6.2. a advertência for, evidentemente, inadequada ou inútil, dadas as circunstâncias
dos fatos, por exemplo: turbadores, aparentemente sob efeito de drogas, atirando
objetos, ininterruptamente, contra várias pessoas ou contra a tropa.

3. Emprego de Veículo Lançador de Água - VLA:


3.1. o Veículo Lançador de Água (VLA), conforme descrito em capítulo específico é
uma ferramenta a ser empregada no Controle de Multidões;
3.2. além do impacto psicológico obtido com a viatura quando da sua utilização,
espera-se também que o uso da água disperse os turbadores em decorrência de
alguns efeitos, tais como: roupas molhadas que geram desconforto e frio (dependendo
da época do ano), receio de prejuízo por danos em equipamentos eletrônicos que não
possam ser molhados (telefones celulares, tablets etc.), receio de danos em
documentos de identificação pessoal, bolsas, mochilas etc., bem como o desconforto
provocado pelo agente químico lacrimogêneo misturado à água;
3.3. a Ordem de Dispersão, alternativa tática citada em item anterior, poderá ser
proclamada com o uso do sistema de alto falante do VLA, já como uma medida da
sistemática de emprego dos dispositivos do veículo, anteriormente ao lançamento de
jatos d’água;
3.4. anteriormente ao efetivo emprego do VLA na ação, é importante lembrar que:
3.4.1. o VLA possui diversos dispositivos e componentes a serem empregados numa
ação de controle de multidões, os quais, preferencialmente e, dentro de uma
circunstância ideal de emprego, possuem uma ordem de utilização, cujo objetivo é a
demonstração de força e o emprego do dispositivo menos impactante ao mais
impactante psicológica e fisiologicamente; tais dispositivos visam um emprego
escalonado, em que todos se completam ou complementam;
3.4.1.1. sistema de auto falante: equipamento de amplificação de voz para a
proclamação de advertências aos turbadores; operado pelo Cmt da equipe, tem por
objetivo ser utilizado como um dispositivo a mais na “ordem de dispersão”,
anteriormente a uma possível ação mais enérgica e impactante por parte da tropa, em
defesa a agressões que estejam na iminência de ocorrer ou já ocorrendo;

28
Figura 3: Policial Militar utilizando o sistema de som para proclamar ordens de advertência

3.4.1.2. sistema de autoproteção: dispositivo que propicia a liberação de água ou


água com líquido gerador de espuma pelo teto do VLA, molhando toda a viatura, de tal
forma que proteja contra a ação de artefatos explosivos ou incendiários lançados
contra o veículo, além de gerar impacto psicológico nas pessoas; tal ação não deve
perdurar por muito tempo, mas sim o suficiente para molhar todo o entorno do veículo
e, para tanto, o Operador deve atentar para o consumo adequado da água.

Figura 4: VLA com o Sistema de Autoproteção com espuma acionado

3.5. Emprego tático do VLA em conjunto com o Pel PChq:


3.5.1. VLA à retaguarda da tropa: disposição que auxilia na demonstração de força e
utilizada nas situações em que se prioriza o emprego de granadas policiais e/ou
munições de impacto controlado como alternativas táticas mais adequadas em razão
do cenário apresentado;

29
Figura 5: Ilustração do VLA à retaguarda da tropa

Figura 6: VLA à retaguarda da tropa

30
Figura 7: VLA à retaguarda da tropa (vista lateral)

3.5.2. VLA à direita da tropa: disposição que auxilia na demonstração de força,


aumenta o espectro de atuação e possibilita a cobertura dos flancos pelo efetivo a pé e
pelo VLA;

Figura 8: Ilustração do VLA à direita da tropa

31
Figura 9: VLA à direita da tropa

3.5.3. VLA à esquerda da tropa: disposição que auxilia na demonstração de força,


aumenta o espectro de atuação e possibilita a cobertura dos flancos pelo efetivo a pé e
pelo VLA;

Figura 10: Ilustração do VLA à esquerda da tropa

32
Figura 11: VLA à esquerda da tropa

3.5.4. VLA à frente da tropa: disposição utilizada em situações de extremo risco, haja
vista a proteção oferecida pela blindagem do veículo, bem como nos casos em que
ocorra deficiência por parte do efetivo a pé;

Figura 12: Ilustração do VLA à frente da tropa

33
Figura 13: VLA à frente da tropa

3.5.5. VLA em meio à tropa: disposição utilizada para extinguir fogo de barricada ou
para a retirada de materiais que obstruem a passagem da tropa;

Figura 14: Ilustração do VLA em meio à tropa

34
Figura 15: VLA em meio à tropa

3.6. Tipos de Jatos d’água:


3.6.1. jato curto (pulso curto): utilizado para efetuar advertências à multidão, devendo
ser projetado acima da massa, e de preferência, em uma angulação acima dos 10
graus; pode ser empregado também contra edificações onde haja pessoas
arremessando artefatos contra a tropa, servindo assim de proteção para os policiais
militares do pelotão; Devem ser tomadas as cautelas necessárias para evitar danos ao
patrimônio quando da adoção dessa estratégia;

Figura 16: Ilustração da projeção de jatos curtos d´água

35
Figura 17: VLA lançando água em jato curto

3.6.2. jato longo (pulso longo): caracterizado pela grande quantidade de água
expelida, serve para dissolver e neutralizar turbadores, devendo ser projetado acima da
massa e, de preferência, em uma angulação acima dos 10 graus; Possui um longo
alcance e permite manter distância importante entre os turbadores e a tropa; o jato
longo, quando efetuado no centro da turba, dispersa a multidão em várias direções;
Quando efetuado à frente da turba, tem como finalidade empurrar a massa no sentido
oposto ao seu avanço;

Figura 18: Ilustração da projeção de jatos longos d’água

36
Figura 19: Lançamento jato longo

3.6.3. jato contínuo: utilizado contra tumultos com grande número de turbadores;
requer adequada quantidade de água para dispersar de forma imediata os turbadores.

Figura 20: Ilustração da projeção de jatos contínuos d’água

Figura 21: Lançamento de jato contínuo

37
3.7. Técnicas de Lançamento d´água:
3.7.1. as técnicas de lançamento de água consistem na forma como o operador
direciona e controla a pressão da água quando da projeção contra os turbadores;
3.7.2. jato horizontal sobre a massa ou jato de advertência: trata-se de um jato
curto e horizontal que serve como advertência aos causadores de tumulto, não sendo
projetado diretamente nas pessoas, mas sobre elas; objetiva a dissuasão ainda no
início da quebra da ordem, evitando o aumento da violência, além de fazer com que as
pessoas que não estejam diretamente ligadas ao movimento se retirem do local;
recomenda-se usar água pura nesta primeira intervenção;

Figura 22: Ilustração da técnica de lançamento de jato horizontal sobre a massa ou jato de
advertência

3.7.3. jato chuva: trata-se do lançamento de água por meio de jato longo ou contínuo,
lançado por cima da multidão, fazendo com que a água caia de forma similar à chuva;
tem a finalidade de molhar a multidão (mais intensamente que o jato horizontal, o qual
serve apenas como advertência) no intuito de separar os turbadores daquelas pessoas
que estão com comportamento pacífico ou de qualquer outro indivíduo que esteja no
local, como transeuntes e profissionais da mídia; a princípio deve-se usar,
primeiramente, água pura e, caso o tumulto aumente, água misturada com agente
químico lacrimogêneo; durante o jato chuva, o campo visual do operador do VLA e do
Pel PChq fica diminuído, não sendo este um momento recomendável para atuação da
tropa;

38
Figura 23: Ilustração da técnica de lançamento de jato chuva

Figura 24: Lançamento jato chuva

3.7.4. jato barricado: trata-se de um jato curto ou longo, lançado diretamente no chão,
à frente dos turbadores, com a intenção de molhá-los e conter o avanço da massa em
direção à tropa; forma-se uma pseudo-barricada entre eles e os policiais militares;
pode-se usar água pura ou misturada com agente químico lacrimogêneo;

Figura 25: Ilustração da técnica de lançamento de jato barricado

39
Figura 26: Lançamento jato barricado

3.7.5. jato direto: trata-se de um jato curto ou longo, porém, não contínuo, lançado
diretamente contra o tronco e pernas de pessoas agressivas; em casos excepcionais,
serve para neutralizar diretamente um indivíduo que está prestes a lançar coquetel
molotov ou qualquer outro objeto que venha a expor a vida ou a integridade física das
pessoas; nesse caso, pode ser usada água pura ou misturada com agente químico
lacrimogêneo;

Figura 27: Ilustração da técnica de lançamento de jato direto

40
Figura 28: Lançamento jato direto

3.8. Técnicas de direcionamento de massa durante a dispersão com a utilização dos


jatos de água:
3.8.1. quando se utiliza o VLA para dispersão de pessoas em um tumulto, é possível
definir a forma e a direção de como essa massa será conduzida/dispersa pelo terreno,
dependendo de onde se efetua o lançamento do jato d’água, conforme abaixo:
3.8.1.1. deslocamento da multidão para a esquerda: o jato d’água deve ser lançado
ao lado direito da multidão e, gradualmente, desloca a massa para a esquerda; as
técnicas de lançamento d’água mais indicadas para esta ação são o jato horizontal e o
barricado;

Figura 29: Ilustração da técnica de deslocamento da multidão para a esquerda

41
3.8.1.2. descolamento da multidão para a direita: o jato d’água deve ser lançado ao
lado esquerdo da multidão e, gradualmente, desloca a massa para a direita; as
técnicas de lançamento d’água mais indicadas para esta ação são o jato horizontal e o
barricado;

Figura 30: Ilustração da técnica de deslocamento da multidão para a direita

3.8.1.3. divisão da multidão: o jato d’água deve ser lançado onde se deseja efetuar a
divisão da turba, preferencialmente ao centro; o tipo de jato mais indicado é o contínuo,
lançado de forma horizontal ou barricado; visa diminuir a força da multidão;

Figura 31: Ilustração da técnica de divisão da multidão

42
3.8.1.4. recuo da multidão: O jato d’água deve ser lançado à frente da multidão, com
movimentos de direita para a esquerda e vice-versa (varredura), a fim de fazer recuar a
massa ou desocupar determinado local. O tipo de jato mais indicado é o contínuo,
lançado de forma barricado.

Figura 32: Ilustração da técnica de recuo da multidão

3.9. Observação: o VLA é utilizado em conjunto com os Pelotões de Choque; quando


houver apenas um VLA atuando na operação, caso haja a necessidade de
reabastecimento de água, os Pelotões de Choque atuarão frente à desordem,
utilizando-se das demais alternativas táticas disponíveis até o retorno do veículo.

4. Emprego de Granadas Policiais, Espargidores, Munições de Impacto


Controlado e Munições Marcadoras:
4.1. o uso de equipamentos ou artefatos de emprego não letal/menor potencial ofensivo
em tumultos se tem revelado extremamente eficaz no Controle de Multidões; a
utilização correta dos meios faz com que se evite o contato físico entre os causadores
de tumulto e a tropa, servindo como mecanismo de dissuasão e quebrando a
resistência daqueles que estiverem com os ânimos mais acentuados e agressivos; por
vezes, o simples efeito psicológico gerado pelo uso de tais equipamentos pode ser o
suficiente para que o objetivo de repelir/dispersar seja atingido, servindo como fator
desestimulante a pessoas que possivelmente tentariam se juntar aos turbadores ou
iniciar outros focos de quebra da ordem;
43
4.2. Emprego de Granadas Policiais: as granadas policiais são divididas basicamente
em dois tipos de funcionamento: fumígenas e explosivas; a utilização de granadas irá
variar conforme a distância em que a tropa estiver dos turbadores, bem como
condições climáticas (vento, garoa, chuva intensa, etc.), área em torno do tumulto
(escolas, hospitais, estações de trens, metros e ônibus, locais com aglomeração de
pessoas que não estão envolvidas na manifestação), tipo e condição do terreno
(terreno com aclive ou declive, asfalto, terra, com pedriscos ou brita, etc.), devendo
sempre ser observado, antes do uso, as vias de fuga;
4.2.1. granadas fumígenas com agentes químicos lacrimogêneos: a projeção, por
petrecho próprio ou lançamento manual, de granadas fumígenas com agentes
químicos lacrimogêneos faz com que, por inúmeras vezes, os tumultos sejam
controlados a uma distância segura, evitando-se que possíveis turbadores lancem
objetos contra a tropa;
4.2.1.1. o grau de intensidade e da concentração de agentes químicos torna seu efeito
variável: baixas concentrações farão com que os turbadores se ponham em fuga,
enquanto altas concentrações causam temporariamente cegueira e outros transtornos,
como o pânico e desorientação; o efeito fisiológico dos gases quando em contato com
o organismo é caracterizado por uma reação imediata e temporária;
4.2.1.2. o emprego de granadas fumígenas com agentes químicos lacrimogêneos
oferecem baixo risco de lesão no oponente, tendo em vista que tais materiais não
explodem (deflagram), não necessitando de distância de segurança para seu emprego,
uma vez que apenas sofrem uma reação química onde liberam gás no ambiente;
4.2.1.3. alguns cuidados devem ser observados para uma melhor utilização de
granadas fumígenas com agentes químicos lacrimogêneos, como o direcionamento do
vento (favorável a tropa) e, quando possível, empregar a tropa com máscaras de
proteção contra gases; em dias úmidos e chuvosos a dispersão do gás torna-se mais
lenta do que em dias com condições climáticas normais;
4.2.1.4. os agentes químicos devem ser empregados sempre que possível em locais
abertos e arejados; é contraindicado o emprego desse tipo de granada em locais
fechados, devido a não dissipação do gás, bem como a falta de vias de fuga; o
mecanismo de funcionamento desse tipo de granada é caracterizado por uma reação
química ocorrida em seu interior, gerando uma centelha que provoca o aumento de

44
temperatura, ou seja, em contato com materiais de fácil combustão pode vir a
ocasionar focos de incêndio;
4.2.2. granadas explosivas: recomenda-se a utilização de granadas explosivas que
não possuam, em seu interior, carga de agente químico lacrimogêneo ou corpos para
projeção (material próprio para projeção multidirecional), isso porque o agente químico
contamina o ambiente devido à composição do produto, que nas granadas explosivas,
encontra-se no estado sólido, na forma de pó, enquanto que as granadas com corpos
para serem projetados apresentam grande risco de provocar lesões devido à explosão
ocorrer por vezes próximo às pessoas;
4.2.2.1. para o correto emprego de uma granada explosiva, ou seja, para que se
minimize o risco de gerar lesões, deve-se observar a distância de segurança
recomendada pelo fabricante do artefato;
4.2.2.2. a utilização de granadas explosivas faz com que os turbadores sejam
dispersos para o local desejado e direcionado pela tropa, devido ao efeito psicológico
gerado pela explosão (deslocamento de ar, flash e estrondo);
4.2.2.3. as granadas explosivas projetadas por artefato próprio podem ser empregadas
contra obstáculos ou barricadas e ainda direcionadas para edificações altas ou locais
de aclives acentuados, onde a tropa esteja em posição desfavorável em relação aos
turbadores, devendo sempre atentar para a distância de segurança recomendada pelo
fabricante.
4.2.3. as granadas fumígenas com agentes químicos lacrimogêneos bem como as
granadas explosivas podem ser também empregadas concomitantemente com o VLA.
4.3. Emprego de Espargidores: os espargidores são petrechos que projetam no
ambiente o agente químico na forma de spray, gel ou espuma, podendo ser utilizado
contra agressor resistente ou grupo de causadores de tumulto, com o intuito de repelir,
dispersar ou conter, quando a uma distância já próxima da tropa, onde não seja viável
empregar algum tipo de granada policial; o seu emprego tem por finalidade gerar a
incapacitação imediata e temporária de pessoas infratoras de lei;
4.3.1. para uma ideal utilização, devem-se observar as prescrições técnicas
recomendadas pelo fabricante do produto, principalmente quanto à distância de
emprego, o local do espargimento e o tempo de acionamento;

45
4.3.2. é recomendado, dentro das possibilidades logísticas, que todo policial militar
integrante do Pel PChq porte tal material;
4.3.3. preferencialmente deve ser empregado em ambientes abertos ou arejados,
sempre atentando para o direcionamento do vento;
4.3.4. o emprego correto e discreto de tal equipamento, sempre que possível, faz-se
necessário principalmente devido ao efeito “midiático” que o uso do espargidor causa,
devendo ser utilizado de forma rápida e consciente.
4.4. Emprego de Munições de Impacto Controlado: munições de impacto controlado
são munições disparadas contra indivíduo agressivo ou que esteja na iminência de
cometer uma agressão e tem como objetivo defender a tropa ou terceiros, não devendo
ser empregada para realizar a dispersão da multidão;
4.4.1. as munições empregadas deverão projetar apenas um corpo por disparo, projétil
singular, evitando-se assim que projéteis múltiplos, oriundos de um único disparo,
atinjam, eventualmente, pessoas que estejam próximas ao agressor, mas que não
estejam envolvidas na ação delituosa; evita-se também que tais projéteis atinjam
pontos não desejados no corpo do agressor, onde poderiam causar alguma lesão mais
grave, como por exemplo, a região da face;
4.4.2. o policial militar que estiver desempenhando a função de atirador deverá, sempre
que possível, executar o disparo mediante ordem, porém, diante de algumas
circunstâncias em que não haja tempo hábil para o tal determinação, poderá este
realizar o disparo (como por exemplo, em situações em que o Pel P Chq estiver na
iminência de ser agredido por arremesso de coquetéis molotov, disparos de rojões ou
fogos de artifício, arremesso de artefatos explosivos caseiros ou materiais diversos que
possam vir a causar algum tipo de lesão nos integrantes do pelotão);
4.4.3. o policial militar atirador deverá sempre observar os critérios técnicos de
emprego das munições conforme determina o fabricante do produto, principalmente
quanto ao local onde será realizado o disparo no agressor, bem como a distância de
segurança;
4.4.4. em situações extremas, quando houver risco iminente à integridade física do
policial militar, o disparo de munição de impacto controlado poderá ser efetuado a uma
distância mais curta do que o preconizado pelas normas técnicas de emprego
estipuladas pelo fabricante, antecedendo caso possível, o uso de munição letal.

46
4.5. Emprego de Munições Marcadoras: a utilização de arma que contenha em sua
munição projétil com tinta marcadora, inerte e não reativa fisiologicamente, tem a
finalidade de, após o evento, possibilitar a identificação de infrator da lei e sua
condução à autoridade de polícia judiciária;
4.5.1. o policial militar atirador que estiver operando o armamento capaz de disparar a
munição marcadora, deverá, sempre, observar os critérios técnicos de emprego das
munições, conforme determina o fabricante do produto, principalmente quanto ao local
onde será realizado o disparo no infrator da lei, bem como a distância de segurança.

5. Carga de Cassetete: movimentação caracterizada pelo avanço da tropa em direção


à massa, em passo acelerado, com cassetetes em punho, normalmente na formação
“Em Linha”, visando repelir/dispersar a turba;
5.1. o avanço sobre a multidão deve ser realizado por meio das formações ofensivas; a
carga deve ser rápida e segura; a velocidade com que a multidão se dispersa é
importante, pois dará menos tempo para turbadores se reorganizarem;
5.2. quando decidir-se pelo emprego de carga de cassetete, a situação deverá ser bem
analisada, pois é o momento em que o policial militar ficará mais próximo do agressor,
ou seja, mais vulnerável; Deve se atentar também para que nenhum policial militar se
desgarre do pelotão, evitando agressões e até sua captura;
5.3. sempre que possível, para um maior afastamento ou dispersão dos turbadores e
maior segurança da tropa, poderão ser utilizadas, momentos antes do início da carga
de cassetete, granadas explosivas, granadas fumígenas lacrimogêneas (apenas com a
tropa utilizando máscaras contra gases) ou jatos d’água (VLA), visando principalmente
quebrar a resistência dos indivíduos.

6. Carga de Cavalaria: conforme descrito no Capítulo VI, Seção I, subitem 1.2.3.

7. Uso de Arma de Fogo: o emprego de arma de fogo em situações de tumulto é uma


medida extrema, quando tal se afigure absolutamente necessária, adequada,
proporcional e exista comprovadamente perigo para a vida ou integridade física do
policial militar ou de terceiros, seguindo os critérios de legítima defesa;

47
7.1. utilizada como recurso contra turbadores armados, principalmente com arma de
fogo, deverá ser bem analisado, observando principalmente se o policial militar que for
empregar a arma de fogo tem “campo de tiro limpo”, ou seja, visualiza o agressor
claramente e observa se não há algum alvo indesejado entre o agressor e a tropa;
7.2. em situações de emprego de tropa no controle de multidões, o policial militar
deverá evitar ao máximo empunhar arma de fogo desnecessariamente, pois os
participantes sabem da hesitação e do cuidado que precede ao emprego de disparos
contra a massa humana, podendo inclusive vir o policial militar a ser alvo de ofensas e
agressões verbais;
7.3. cabe ressaltar que, se o Pel PChq estiver em formação, utilizando aparatos de
proteção balística (escudos, coletes, capacetes e até a viatura blindada), o risco de
algum policial militar ser atingido por disparo de arma de fogo será reduzido, porém,
não nulo, e, quando da atuação em locais de alto risco, a atenção para esse tipo de
agressão deve ser ainda maior;
7.4. como já citado anteriormente, ao se deparar com situações de agressões com
utilização de arma de fogo, deverá sempre que possível permanecer a tropa
embarcada ou protegida por veículos blindados de transporte de tropa.

Seção IV -

Da Atuação em Locais Fechados

1. A atuação de Controle de Multidões em locais fechados é extremamente complicada,


pois não há vias de fuga adequadas à dispersão das pessoas, além disso, o terreno de
atuação pode ser irregular, com diversos materiais e estruturas que dificultam a adoção
das formações de choque; nesse conceito estão abarcados os estádios, ginásios,
arenas, estações de trem e metrô, prédios etc.

2. Destaca-se que o Cmt da operação deverá traçar uma estratégia de atuação de


forma a dissuadir a perturbação da ordem, levando-se em consideração:
2.1. necessidade de dispor de visão privilegiada da situação;
2.2. dispersão da massa para as rotas de fuga e saídas de emergência;
2.3. facilidade de coleta de provas por meio da produção de imagens da central de
monitoramento (se houver);
48
2.4. priorizar atuação a partir da parte superior, para que os policiais militares estejam
em situação favorável para a ação.

3. Especificamente, nos locais de eventos há sempre uma grande quantidade de


pessoas que, sob intenso estímulo propiciado pela atividade de lazer, deixam de se
comportar como indivíduos e agem segundo os preceitos orientados pela multidão; vale
destacar que, dentro dessa multidão, poderão existir grupos organizados e
ideologicamente antagônicos que reagem violentamente às provocações mútuas.

4. Outro aspecto que deve ser considerado na ação da tropa é a cobertura ininterrupta
dos meios de comunicação em geral.

5. Uma atuação imprópria do efetivo policial pode ser um fator agravante nos casos de
quebra da ordem no interior de locais fechados, por isso, o Cmt da tropa somente deve
agir seguindo rigorosamente os critérios de ação descritos a seguir:
5.1. necessidade: toda e qualquer ação do policiamento somente deve ser implantada
quando for indispensável;
5.2. validade do risco: toda e qualquer ação deverá observar e avaliar se os riscos
advindos são compensadores pelos resultados;
5.3. aceitabilidade: toda ação deve ser aceitável sob o ponto de vista legal, moral e
ético.

6. A princípio, não se utilizam granadas no interior de locais fechados em ações de


Controle de Multidões;
6.1. isso ocorre devido à setorização do local, ao terreno irregular, precariedade das
vias de fuga, além da falta de distância mínima de segurança entre a tropa e o público;
6.2. os efeitos do emprego de granadas, seja por sua explosão, seja pela liberação de
agente químico, provocará uma fuga em massa e, fatalmente, o confinamento do
público em locais inapropriados, além de uma superlotação das poucas vias de fuga
existentes, podendo resultar em lesões corporais e até mesmo morte.

49
7. A utilização de granadas no interior de locais fechados será justificada diante da
existência da excludente de ilicitude legítima defesa; é considerado um dos últimos
recursos, utilizado para evitar um mal maior.

8. O emprego de granadas contendo agentes químicos na área imediata aos locais


fechados (área externa) poderá gerar um efeito negativo na desocupação do seu
interior;
8.1. isso ocorre, pois o público que procurava a saída, ao sofrer a ação fisiológica dos
gases, retornará para o seu interior, provocando tumultos e desordens;
8.2. vale destacar também que a ação impulsiva dos ventos sobre os gases poderá
levar os agentes químicos para dentro do local de evento gerando, assim, os mesmos
efeitos.

9. O emprego de munições de elastômero requer uma avaliação criteriosa, levando-se


em consideração que sua utilização é pontual e específica contra um agressor em
potencial e não contra a massa com o objetivo de repeli-la ou de dispersá-la; há que se
considerar o local de emprego, pois a irregularidade do terreno e a falta de distância de
segurança podem comprometer o resultado da ação.

10. As Alternativas Táticas para o Controle de Multidões em locais fechados serão as


seguintes:
10.1. demonstração de força;
10.2. ordem de dispersão;
10.3. carga de cassetete;
10.4. emprego de granadas policiais e munições de impacto controlado (vide
itens 8 e 9, desta Seção);
10.5. Emprego de arma de fogo com munição real, conforme orientações contidas
no item 7 da Subseção II da Seção III deste Capítulo.

11. Cabe lembrar que deverão ser observados os mesmos requisitos e subsídios da
ação quando da implementação das alternativas táticas.

50
CAPÍTULO IV -

DO CONTROLE DE MULTIDÕES PELA TROPA A PÉ

Seção I -

Do Pelotão de Choque

Subseção I -

Das Disposições Gerais

1. Composição básica:
1.1. o Pelotão de Polícia de Choque (Pel PChq) é organizado de forma que cada
policial militar possua uma função definida, além disso, cada integrante possui um
número de ordem que visa facilitar a adoção de formações e o controle do Pel PChq;
1.2. o efetivo do Pel PChq poderá ser de até 26 (vinte e seis) policiais militares,
podendo variar de acordo com a disponibilidade de pessoal e material, situação na qual
se deve ter em mente a missão a ser realizada, para que o efetivo seja dividido em
funções; deve-se dar atenção especial aos escudeiros, evitando-se, na medida do
possível, fixar número inferior a 12 (doze).

2. Simbologia utilizada na representação gráfica do Pel PChq: para fins didáticos


serão utilizados os seguintes símbolos para representação gráfica das funções em um
Pel PChq:

Figura 33: Simbologia das funções no Pel PChq

2.1. a presente simbologia é utilizada na representação gráfica do Pel PChq: às letras


“A”, “E”, “M”, “L”, “S” e “HEx” devem ser acrescentados os números que forem
atribuídos ao efetivo, por exemplo, E10 é utilizado para o escudeiro dez;
51
2.2. na representação gráfica devemos sintetizar ao máximo as informações de modo
que um simples olhar à figura transmita todas as informações necessárias ao
intérprete, por isso, não se deve acrescentar legendas na representação gráfica.

3. Funções do efetivo do Pel PChq:


3.1. Cmt Pel PChq: tem a função de comandar efetivamente o Pel PChq nas ações de
Controle de Multidões, sendo o responsável quanto ao seu emprego operacional, nos
casos em que atue como apoio ou isoladamente;
3.2. Auxiliar Cmt de Pel (Aux Cmt Pel): é o auxiliar direto do Cmt Pel PChq, recaindo
sobre Subten PM ou Sgt PM mais antigo do Pel PChq; deve estar pronto para substituí-
lo em caso de necessidade; coordenará a atividade dos Sgt PM Cmt Grupo,
retransmitindo-lhes as ordens do Cmt Pel PChq;
3.3. Cmt de Grupo (Cmt Grp): é o responsável pela correção e orientação da fração
sob seu comando durante as formações de choque, evitando que ocorra isolamento do
homem durante a ação e atentando para a agilidade dos movimentos;
3.4. Escudeiros (E): responsáveis, primordialmente, pela proteção do Pel PChq, com
uso do equipamento de proteção coletiva - EPC (escudo) contra ações desencadeadas
pelos oponentes; no Pel PChq ideal serão empregados 12 (doze) escudeiros, função
exercida por Cb PM e Sd PM;
3.5. Lançadores (L): encarregados de lançar manualmente ou com o auxílio de
instrumentos apropriados, por determinação de quem estiver no comando, as granadas
e projéteis detonantes, bem como fazer o uso de espargidores que estão em poder do
Pel PChq; no Pel PChq ideal serão empregados 03 (três) lançadores;
3.6. Atiradores (A): responsáveis pelos disparos de munições de impacto controlado
(MIC), mediante determinação de quem estiver no comando; no Pel PChq ideal serão
empregados 03 (três) atiradores;
3.7. Homem Extintor (HEx): responsável pela condução do equipamento de extinção de
incêndios para proteção do Pel PChq; no Pel PChq ideal será empregado 01 (um) HEx;
3.8. Motorista (Mot): é o encarregado da condução, segurança e manutenção de
primeiro escalão da viatura (Vtr) empregada em controle de multidões; dependendo da
situação não estará na formação, mas embarcado na viatura; no Pel PChq ideal será
empregado 01 (um) Mot;

52
3.9. Segurança (Seg): é o encarregado da segurança real do Pel PChq; no Pel PChq
ideal será empregado 01 (um) Seg.

4. Equipamento utilizado pelo efetivo do Pel PChq:


4.1. todos os componentes do Pel PChq deverão utilizar colete balístico, perneira,
capacete antitumulto (ou balístico, dependo da missão) e conduzirem cassetete;
4.2. o Oficial, e os Subten PM e Sgt PM estarão armados de pistola;
4.3. os escudeiros empunharão escudo antitumulto (preferencialmente balístico);
4.4. os lançadores e atiradores carregarão uma bolsa de lona e/ou mochila, com os
equipamentos de emprego não letais apropriados e conduzirão, ainda, o armamento
necessário ao disparo ou lançamento do material;
4.5. o segurança portará um fuzil ou submetralhadora ou outra arma para proteção
coletiva, com munição real;
4.6. o homem extintor conduzirá o equipamento de extinção de incêndios;
4.7. os Cb PM e Sd PM poderão portar arma de fogo mediante avaliação do Oficial de
maior patente da Tropa de Choque, conforme a dimensão da ameaça contra a tropa e
informações colhidas pelo serviço de inteligência no teatro de operações;
4.8. cumpre lembrar que as normas internacionais de Controle de Multidões indicam
que o porte e uso de arma de fogo em ocorrências que envolvam número elevado de
pessoas, em que a individualização de condutas e o campo para efetuar disparos
fiquem prejudicados, devem ser evitados e controlados ao máximo, de modo que
possíveis excessos que venham a ser cometidos pelos agentes responsáveis pela
aplicação da lei possam ser identificados e apurados adequadamente;
4.9. além dos materiais citados acima, a Tropa de Choque utilizará luva antichama,
capuz antichama (balaclava) e colete tático, podendo também ser adicionados
equipamentos como megafone, binóculo, máscaras de proteção contra gases,
exoesqueleto, alicate corta-frio, alavanca pé de cabra, bolsa suplementar de munições
e granadas, filmadoras etc.

Subseção II -

Das Formações Adotadas pelo Pelotão de Choque

1. As formações serão adotadas de acordo com as necessidades operacionais e


53
levando-se em consideração o terreno, as características da multidão bem como seu
tamanho e o direcionamento pretendido; Didaticamente, as formações são divididas
em:
1.1. básicas:
1.1.1. em coluna por três;
1.1.2. em coluna por dois.
1.2. ofensivas:
1.2.1. em linha;
1.2.2. em cunha;
1.2.3. em escalão à direita;
1.2.4. em escalão à esquerda.
1.3. defensivas:
1.3.1. dinâmicas: guarda alta, guarda alta emassada, escudos ao alto e escudos acima;
1.3.2. estáticas: guarda baixa e guarda baixa emassada.
1.4. de ataque: carga de cassetetes;
1.5. de invasão a estabelecimentos prisionais:
1.5.1. formação “meia lua”;
1.5.2. formação em “L”;
1.5.3. formação “Diagonal”; e
1.5.4. outras formações adequadas a estabelecimentos específicos.

2. Formações básicas:
2.1. em coluna por três: trata-se de uma formação normalmente utilizada para
deslocamentos, enumeração, conferência de efetivo, transmissão de informações
sobre a missão ou para formaturas militares; nessa formação, o Pel PChq estará
dividido em três grupos, sendo o 1º Grp (central), o 2º Grp (direita) e o 3º Grp
(esquerda); os cassetetes deverão estar desembainhados e o escudo permanecerá na
lateral do corpo ou conforme convencionado;

54
Figura 34: Pel PChq em coluna Por Três

Figura 35: Representação gráfica do Pel PChq em coluna Por Três

2.2. em coluna por dois: formação utilizada para deslocamentos do Pel PChq, sendo
muito útil para locais estreitos, como nos corredores de presídios; no teatro de
operações facilita a realização das demais formações;
2.2.1. essa formação é realizada da seguinte forma: estando o Pel PChq na formação
por três, ao comando, o 1º Grp se divide, deslocando-se os números pares para a
direita e os ímpares para a esquerda, infiltrando-se nos 2º e 3º Grp, respectivamente,
seguindo a ordem numérica do Pel PChq;
2.2.2. nessa posição os cassetetes estarão desembainhados e os escudos estarão à
frente do policial militar, o qual manterá o pé direito à retaguarda do pé esquerdo,
proporcionando melhor equilíbrio (base).
55
Figura 36: Pel PChq em coluna Por Dois

Figura 37: Representação gráfica do Pel PChq em coluna Por Dois

3. Formações ofensivas:
3.1. em linha: é a formação mais utilizada operacionalmente, tendo as seguintes
finalidades: contenção, recuo ou bloqueio da massa, direcionamento da massa para
local previamente estabelecido e desocupação de espaços;
3.1.1. ao comando correspondente, os policiais do 2º Grp do Pel PChq ficam dispostos
um ao lado do outro, à direita do “homem base” (E1); o mesmo procedimento será
adotado pelos homens do 3º Grp, à esquerda do E1;

56
3.1.2. os policiais militares integrantes do 1º Grp se infiltrarão no lado esquerdo, se
forem ímpares e no lado direito, se forem pares; se o Pel PChq estiver por dois, basta
que os homens se coloquem uns ao lado dos outros, respeitando a posição em que
estão nas colunas;
3.1.3. quando a linha estiver formada, deverá adotar um intervalo de,
aproximadamente, 50 (cinquenta) centímetros entre os escudos; neste primeiro
momento as viseiras estarão levantadas.

Figura 38: Representação gráfica do Pel PChq na formação em Linha

Figura 39: Pel PChq na formação em Linha

3.2. escudos cerrados: em casos de agressão iminente, estando o Pel PChq em


Linha, poderá ser determinada a formação de Escudos Cerrados, para a qual, após
comando específico, os escudos serão juntados, eliminando-se a distância de 50
(cinquenta) centímetros entre eles para aumentar o nível de proteção do Pel PChq,
bem como abaixando-se as viseiras;

57
Figura 40: Pel PChq na formação Escudos Cerrados

3.3. em cunha: Formação empregada para penetrar e separar a multidão, tendo por
objetivo enfraquecê-la;
3.3.1. a disposição dos integrantes do Pel PChq será a mesma do Pel em Linha quanto
à numeração, diferenciando-se apenas quanto ao posicionamento dos policiais
militares uns em relação aos outros: os E1 e E2 permanecem lado a lado, com os
Escudos Cerrados;
3.3.2. a partir deles, cada escudeiro da esquerda se afastará um passo à retaguarda e
à lateral esquerda do policial militar à frente; o mesmo ocorre com os escudeiros do
lado direito, em que cada policial militar se afastará um passo à retaguarda e à lateral
direita do policial militar da frente. Todos os escudeiros deverão estar voltados para
frente;

Figura 41: Representação gráfica do Pel PChq na formação em Cunha

58
Figura 42: Pel PChq na formação em Cunha

3.4. em escalão à direita: Essa formação tem por objetivo direcionar a multidão para
uma via de fuga localizada à direita; a posição numérica dos policiais militares
permanece a mesma da formação em Linha, sendo que estes se posicionam à
retaguarda e à direita uns dos outros (distância de um passo), com a frente voltada
para o mesmo objetivo;

Figura 43: Representação gráfica do Pel PChq na formação Escalão à Direita

59
Figura 44: Pel PChq na formação Escalão à Direita

3.5. em escalão à esquerda: essa formação tem por objetivo direcionar a multidão
para uma via de fuga localizada à esquerda; A posição numérica dos policiais militares
permanece a mesma da formação em Linha, sendo que os policiais militares se
posicionam à retaguarda e à esquerda uns dos outros (distância de um passo), com a
frente voltada para o mesmo objetivo.

Figura 45: Representação gráfica do Pel PChq na formação Escalão à Esquerda

60
Figura 46: Pel PChq na formação Escalão à Esquerda

4. Formações Defensivas:
4.1. Formações Defensivas Dinâmicas: são formações utilizadas para a proteção do
efetivo e caracterizadas pela possibilidade de deslocamento do Pel PChq, conforme as
necessidades do teatro de operações;
4.1.1. guarda alta: formação em que os escudeiros protegem o Pel PChq de
arremessos em trajetória parabólica e deve ser utilizada diante de ataque de objetos;
visa dar maior proteção à tropa; os escudeiros dispõem-se ombro a ombro com os
escudos oferecendo proteção na parte superior do corpo; o escudeiro apoia a parte
inferior do escudo com o cassetete e os policiais militares da retaguarda apoiam na
parte superior para garantir maior firmeza;

Figura 47: Pel PChq na formação Guarda Alta

4.1.2. guarda alta emassada: nessa formação, mantêm-se as posições do corpo e do


escudo tomadas na formação de Guarda Alta e os três escudeiros de cada
extremidade recuarão, formando uma proteção nas diagonais, similar a uma meia lua;
61
os escudeiros protegem o Pel PChq de arremessos em trajetória parabólica em um
ângulo de 180º e deve ser utilizada diante de ataque de objetos, pois visa dar maior
proteção à tropa;

Figura 48: Pel PChq na formação Guarda Alta Emassada

4.1.3. escudos ao alto: essa formação visa dar proteção a todos os integrantes do Pel
PChq contra arremessos que venham de cima, para tanto, todos os policiais militares
deverão estar sob os escudos, infiltrando-se de forma organizada e efetiva quando
recebido o comando para a formação, a qual, geralmente, partirá da formação por dois;

Figura 49: Pel PChq na formação Escudos ao Alto (visão frontal)

62
Figura 50: Pel PChq na formação Escudos ao Alto (visão lateral direita)

Figura 51: Pel PChq na formação Escudos ao Alto (visão lateral esquerda)

4.1.4. escudos acima: essa formação tem por objetivo a proteção aérea e frontal do
Pel PChq, diferindo-se da formação anterior apenas em relação à vanguarda do Pel
PChq, a qual estará protegida pelos E1 e E2;

Figura 52: Pel PChq na formação Escudos Acima (visão lateral direita)

63
Figura 53: Pel PChq na formação Escudos Acima (visão frontal/lateral)

4.2. Formações Defensivas Estáticas:


4.2.1. guarda baixa: essa formação objetiva garantir proteção ao Pel PChq, sobretudo
contra agressões rasteiras e de baixa altura; os escudeiros dispõem-se ombro a ombro,
levando-se o joelho direito ao solo, com os escudos oferecendo proteção a todo o
corpo; aqui, o escudo tocará o solo e o cassetete empunhado pelo escudeiro apoiará a
parte superior do escudo, ficando seu pé esquerdo encostado no escudo para dar
maior firmeza; tal formação defensiva caracteriza-se pela celeridade na execução,
garantindo rápida proteção ao efetivo, no entanto, oferece uma proteção mitigada e
vulnerável; poderá ser utilizada, por exemplo, quando o Pel PChq sofrer ataque por
disparo de arma de fogo e não identificar, de pronto, o atirador;

Figura 54: Pel PChq na formação Guarda Baixa

4.2.2. guarda baixa emassada: essa formação tem a finalidade de garantir ampla e
efetiva proteção ao Pel PChq; trata-se de uma formação em que, partindo da guarda
64
baixa, metade dos escudeiros permanecerão ajoelhados (do E1 ao E6) e os demais se
posicionarão acima desses (do E7 ao E12), posicionando as pernas no espaço entre os
escudeiros de baixo para conseguir melhor apoio; demanda esforço e empenho de
todos os integrantes do Pel PChq, dada à dificuldade e desconforto; apesar de oferecer
eficiente proteção, reduz a mobilidade do Pel PChq, tornando-o alvo para turbadores,
portanto, o Pel PChq não poderá permanecer por muito tempo nessa formação; ela
pode ser adotada, por exemplo, para a prestação de socorro a algum policial militar que
venha se ferir durante a ação.

Figura 55: Pel PChq na formação Guarda Baixa Emassada (visão frontal)

Figura 56: Pel PChq na formação Guarda Baixa Emassada (visão lateral esquerda)

5. Grupos de Resposta Rápida (GRR):


5.1. configuração utilizada para atender aos objetivos operacionais nos casos em que o
teatro de operações inviabiliza a movimentação do Pel PChq nas conformidades
anteriores;
65
5.2. tais grupos poderão ser adotados em situações como estabelecimentos prisionais
em que a configuração não permita um profícuo trabalho, nas ações de desinterdição
de vias ou de reintegração de posse dada à conformidade do terreno;
5.3. tem o condão de propiciar maior agilidade nas ocorrências que assim requererem,
além de permitir a atuação simultânea em mais de uma frente de ação;
5.4. os GRR têm por finalidade tomar pontos, efetuar varreduras, escoltar presos e até
atuar em focos de quebra da ordem, mantendo constante comunicação com o Pel
PChq;
5.5. essa divisão em grupos tem caráter temporário e, assim que cumprida a tarefa
determinada, o Pel PChq retorna à sua formação original;
5.6. é indispensável adequado treinamento para a execução desse tipo de formação
bem como especial atenção quanto à segurança da tropa.

6. Observações:
6.1. é importante que a tropa esteja informada sobre a missão, particularidades da
multidão, do ambiente de atuação e objetivos a serem alcançados; dessa forma, têm-
se melhores resultados e aumenta-se o grau de segurança dos policiais militares;
6.2. as formações defensivas deverão ser adotadas somente nas situações
necessárias e pelo tempo adequado à imediata proteção;
6.3. sempre que estiver efetivamente em atuação operacional e havendo o risco de ser
atingido por objetivos lançados pelos turbadores, a viseira deverá estar abaixada;
6.4. no caso de ataque por arma de fogo, a formação mais eficiente é a “Guarda
Baixa”, tendo em vista a rapidez para sua estruturação, a diminuição da silhueta e a
proteção propiciada pelos escudos.

Subseção III -

Do Comando do Pelotão de Polícia Choque

1. Os comandos para as formações podem ser dados de duas formas: por voz ou por
gestos.
1.1. comandos por voz:
1.1.1. os comandos por voz possuem, em geral, três tempos: advertência, comando
propriamente dito e execução;
66
1.1.2. o comando propriamente dito divide-se em: posição, frente e formação;
1.1.3. ressalte-se que, embora a sequência durante o comando seja de posição, frente
e formação, durante a execução a tropa, inicialmente, muda a frente e depois se
desloca ao local adotando a formação comandada; isso ocorre para que, desde o
primeiro momento, o efetivo já conte com a proteção dos escudos;
1.1.4. exemplos de comando (nível Pel PChq):
1.1.4.1. Advertência: Pelotão;
1.1.4.1.1. Comando propriamente dito:
1.1.4.1.1.1. Posição: 10 metros à frente;
1.1.4.1.1.2. Frente: frente à esquerda;
1.1.4.1.1.3. Formação: em linha;
1.1.4.1.2. Execução: Marche, marche!
1.1.4.2. Advertência: Pelotão;
1.1.4.2.1. Comando propriamente dito:
1.1.4.2.1.1. Posição: 05 metros em frente;
1.1.4.2.1.2. Execução: Marche!
1.1.4.2.1.3. Obs.: Neste caso não se deseja mudar a formação.
1.1.4.3. Advertência: Pelotão;
1.1.4.3.1. comando propriamente dito:
1.1.4.3.1.1. Posição: 05 metros à direita;
1.1.4.3.1.2. Frente: frente à direita;
1.1.4.3.1.3. Formação: em cunha;
1.1.4.3.2. Execução: Marche, marche!
1.1.4.4. Advertência: Pelotão;
1.1.4.4.1. comando propriamente dito:
1.1.4.4.1.1. Posição: 10 metros à frente;
1.1.4.4.1.2. Frente: frente à direita;
1.1.4.4.1.3. Formação: guarda baixa emassada;
1.1.4.4.2. Execução: Marche, marche!
1.1.5. nas formações ofensivas e defensivas a voz de execução é: “Marche!” ou
“Marche, marche!” conforme, a velocidade de deslocamento necessária;

67
1.1.6. a cadência normal para a tropa deslocar-se e reunir-se, na qual se utiliza o
comando “Marche!”, é de 140 passos por minuto; já a cadência para adotar quaisquer
formações de Controle de Multidões, é a de passo acelerado, na qual se utiliza o
comando “Marche, marche!”, é de 180 passos por minuto;
1.1.7. para a execução da carga de cassetetes, o comando é: Pelotão, preparar para a
carga (os policiais militares assumem a posição isósceles - pés paralelos - e abaixa as
viseiras dos capacetes); para a carga posição (os policiais militares levantam os
cassetetes com a ponta para cima, com o braço estendido e bradam juntos a palavra
“CHOQUE!”, retornando a perna direita à retaguarda); e a voz de execução “carga”,
podendo ou não ser delimitada anteriormente; caso não seja determinado o limite, o
Cmt de Pel segura o E1 para que ele pare, sendo acompanhado pelos demais; a
velocidade que o Pel PChq se desloca deve ser coerente de tal forma que o pelotão
mantenha a coesão.

1.2. Comandos por gestos:


1.2.1. são empregados isolado ou juntamente com os comandos por voz e são muito
úteis quando a tropa estiver utilizando máscaras contra gases, quando o Cmt Pel
estiver distante ou quando o excesso de ruído torne os comandos por voz
impraticáveis; após cada gesto de execução, o E1 se coloca a dois passos à
retaguarda do Cmt e os demais executam a formação determinada; ou se o Cmt Pel
estiver com a segurança de um escudo, os demais integrantes completam a formação
a partir do escudeiro; o comando por gestos provoca, também, um efeito psicológico na
massa, uma vez que demonstra organização e adestramento da tropa;
1.2.2. normalmente tais comandos são dados em três tempos, a saber:
1.2.2.1. advertência: realizado com a extensão do braço direito para cima e com a
mão espalmada, indicando a posição do pelotão;

68
Figura 57: Comando por gesto de Advertência

1.2.2.2. comando propriamente dito: gesto que informa a formação desejada, o que
veremos a seguir; e
1.2.2.3. execução: consiste no movimento de punho cerrado de cima para baixo, uma
ou mais vezes, sendo “Marche!” um movimento de cima para baixo; e “Marche-
marche!” dois movimentos de cima para baixo; a opção por “Marche!” ou “Marche-
marche!” dependerá do objetivo operacional;

Figura 58: Comando por gesto de Figura 59: Comando por gesto de
“Execução” posição 1 “Execução” posição 2

69
1.2.2.3.1. para o comando por gestos, o Cmt da tropa se coloca à frente desta, com a
frente voltada para o objetivo, ou seja, de costas para o efetivo;
1.2.2.3.2. tanto a posição, quanto a frente do pelotão na nova formação serão dadas
pelo simples posicionamento do comandante de pelotão no terreno;
1.2.2.3.3. a seguir, seguem os procedimentos a serem adotados pelo Cmt Pel para
indicar a formação à tropa;
1.2.3. formação em linha: levantam-se ambos os braços para o lado, na horizontal,
com braços e mãos estendidos e as palmas das mãos voltadas para baixo;

Figura 60: Comando por gesto de formação em Linha

1.2.4. formação em escalão à direita: estende-se o braço direito para o lado e para
baixo e o braço esquerdo para o lado e para cima, de maneira que forme um ângulo de
45˚ com a horizontal; as palmas de ambas as mãos devem estar voltadas para baixo;

Figura 61: Comando por gesto de formação em Escalão à Direita


70
1.2.5. formação em escalão à esquerda: estende-se o braço esquerdo para o lado e
para baixo, e o braço direito para o lado e para cima, formando um angulo de 45˚ com
a horizontal; as palmas de ambas as mãos devem estar voltadas para baixo;

Figura 62: Comando por gesto de formação em Escalão à Esquerda

1.2.6. formação em cunha: estendem-se os braços na vertical e com as mãos


espalmadas, juntam-se as pontas dos dedos sobre a cabeça; palmas das mãos ficam
voltadas para dentro;

Figura 63: Comando por gesto de formação em Cunha

71
1.2.7. formação por três: estende-se o braço direito para cima e completa-se o gesto
estendendo os dedos indicador, médio e anular, ficando os dedos polegar e mínimo
encostados na palma da mão;

Figura 64: Comando por gesto de formação Por Três

1.2.8. formação por dois: estende-se o braço direito para cima e completa-se o gesto
estendendo-se os dedos indicador e médio, ficando os dedos polegar, anular e mínimo
encostados na palma da mão;

Figura 65: Comando por gesto de formação Por Dois

1.2.9. guarda baixa: estende-se o braço direito para baixo, movimentando-o da


esquerda para a direita e vice-versa; a palma da mão fica voltada para dentro, com os
dedos estendidos para baixo;

72
Figura 66: Comando por gesto de formação Guarda Baixa - posição 1

Figura 67: Comando por gesto de formação Guarda Baixa - posição 2

73

Figura 68: Comando por gesto de formação Guarda Baixa posição 3


1.2.10. guarda baixa emassada: antes de tudo, faz-se o que está acima descrito. Em
seguida, antes de realizar o movimento próprio para execução, coloca-se o braço
direito ao lado do corpo e, com vivacidade, flexiona-se o antebraço para cima e para
baixo por três vezes;

Figura 70: Comando por gesto de Figura 69: Comando por gesto de
formação Guarda Baixa formação Guarda Baixa Emassada
Emassada posição 1 posição 2

1.2.11. guarda alta: estende-se o braço direito à frente, movimentando-o da esquerda


para a direita e vice-versa; a palma da mão permanece voltada para fora, com os
dedos unidos e estendidos para cima;

Figura 71: Comando por gesto de formação Guarda Alta - posição 1


74
Figura 72: Comando por gesto de formação Guarda Alta - posição 2

Figura 73: Comando por gesto de formação Guarda Alta - posição 3

1.2.12. guarda alta emassada: antes de tudo, executam-se os movimentos acima


descritos e, antes de se realizar o movimento próprio para execução, coloca-se o braço
direito ao lado do corpo e, com vivacidade, flexiona-se o antebraço para cima e para
baixo por três vezes;

75

Figura 75: Comando por gesto de Figura 74: Comando por gesto de
formação Guarda Alta Emassada formação Guarda Alta Emassada
posição 1 posição 2
1.2.13. escudos ao alto: com o Pel PChq em coluna Por Dois ou Por Três, o Cmt
realiza dois movimentos, com a mão espalmada acima de sua cabeça, de frente para
trás, e com a palma da mão voltada para o seu corpo;

Figura 77: Comando por gesto de formação Escudos ao Alto - posição 1

Figura 76: Comando por gesto de formação Escudos ao Alto - posição 2

1.2.14. escudos acima: com o Pel em coluna Por Dois ou Por Três, o Cmt, com a mão
espalmada, faz dois movimentos com os braços na frente de seu corpo, de cima para
baixo e posteriormente, ainda com a mão espalmada, faz dois movimentos acima de
sua cabeça, da frente para trás; todos os movimentos com as palmas das mãos
voltadas para o corpo;

76
Figura 78: Comando por gesto de formação Escudos Acima - posição 1

Figura 79: Comando por gesto de formação Escudos Acima - posição 2

Figura 80: Comando por gesto de formação Escudos Acima - posição 3

77
Figura 81: Comando por gesto de formação Escudos Acima - posição 4

1.2.15. carga de cassetete: com a mão espalmada e o braço estendido o comandante


faz um movimento circular acima de sua cabeça (preparar para a carga, para a carga
posição) e após, com o braço estendido e a mão espalmada e voltada para o solo, num
movimento de cima para baixo a frente de seu corpo, abaixa seu braço vigorosamente,
dando início a carga de cassetetes.

Figura 82: Comando por gesto de Carga de Cassetete - posição 1

Figura 83: Comando por gesto de Carga de Cassetete - posição 2


78
Figura 84: Comando por gesto de Carga de Cassetete

Figura 85: Comando por gesto de Carga de Cassetete posição 4

Subseção IV -

Dos Deslocamentos a Pé em Formações Adotadas pelo Pel PChq

1. Os deslocamentos do Pel PChq podem ser feitos nas formações ofensivas e


defensivas dinâmicas. Para tanto há dois tipos:
1.1. deslocamento marcando cadência: caracteriza-se pela movimentação
simultânea e coordenada do Pelotão; para sua realização, será determinado
“PELOTÃO, EM FRENTE, MARCANDO CADÊNCIA!”; nesse momento, os escudeiros
adotam a posição isósceles e, ao comando de “MARCHE!”, o pelotão rompe o passo

79
com a perna esquerda, marchando e batendo com o cassetete nos escudos, na
marcação da perna esquerda;
1.1.1. ao comando de “ALTO!”, o qual ocorrerá quando o pé esquerdo assentar no
terreno, serão dados mais dois passos, deixando os pés paralelos; posteriormente
recua-se a perna direita e brada-se “CHOQUE!”;
1.1.2. o deslocamento cadenciado também poderá ser comandado e delimitado em
passos, sendo feita a contagem somente quando o pé esquerdo assentar ao solo,
desta forma, no último passo os pés ficarão paralelos, recuando-se, posteriormente, a
perna direita para trás, bradando “CHOQUE!”;
1.1.3. o deslocamento cadenciado é utilizado como forma de demonstração de força,
devendo, portanto, ser adotado em distância segura em relação aos manifestantes, de
forma que a tropa não seja atingida por objetos que possam ser lançados contra ela;
1.1.4. na formação em Linha, será tomado um intervalo de aproximadamente 50
(cinquenta) centímetros entre os escudos, de forma que seja possível o escudeiro bater
no escudo com o cassetete;
1.2. deslocamento sem cadência: para deslocamentos sem cadência será dado o
seguinte comando: “Pelotão! Sem cadência, Marche!”. Também poderá ser
determinada a quantidade de passos para o deslocamento: “Pelotão, 10 passos em
frente, sem cadência, Marche!”.

Subseção V -

Do Embarque e Desembarque de Viaturas Pesadas

1. O embarque e o desembarque de vtr pesadas fazem parte da tática de Controle de


Multidões, servindo de demonstração de força. Recomenda-se que o desembarque
seja feito longe das vistas dos manifestantes, todavia nem sempre isso é possível,
decorrendo daí a necessidade de treinamento para que não ocorram incidentes que
desgastariam a imagem da tropa. As técnicas de embarque e desembarque de viaturas
pesadas dependem da configuração da(s) porta(s). Há veículos com porta na lateral
dianteira e na parte traseira e outros com porta somente na parte traseira, o que
interfere nos procedimentos adotados para o embarque e desembarque do Pel PChq.

80
2. Viaturas pesadas com porta na lateral dianteira e na parte traseira:
2.1. o embarque e o desembarque poderão ser realizados por duas portas
simultaneamente ou por apenas uma delas.
2.2. procedimentos de embarque:
2.2.1. deverá ser convencionado pelo Cmt Pel PChq se a tropa vai fazer frente à
retaguarda;
2.2.2. se fizer frente à retaguarda, o Pel PChq entra e sai pelo mesmo lugar;
2.2.3. se não fizer frente à retaguarda, o Pel PChq entra por uma e sai por outra porta;

Figura 86: Pel PChq Por Dois preparado para o embarque

Figura 87: Pel PChq Por Dois frente à retaguarda preparado para o embarque

81
Figura 88: Pel PChq em deslocamento Por Dois para o embarque

Figura 89: Pel PChq embarcando

Figura 90: Posicionamento do cassetete para facilitar o embarque

82
2.3. procedimentos de desembarque:
2.3.1. o Pel PChq só desembarca mediante ordem, no entanto, o Aux Cmt Pel e o
Segurança devem estar atentos para desembarcar sempre que a viatura estacionar;
2.3.2. ao comando de “Preparar para Desembarcar!” os integrantes do Pel PChq se
equipam e se levantam;
2.3.3. ao comando de “Desembarcar!” os policiais militares se dirigem para a parte
externa do veículo, posicionando-se à direita dele e por dois (tomando como referência
a frente do veículo) ou na formação, frente e posição determinadas pelo Cmt Pel PChq.

Figura 91: Pel PChq preparado para o desembarque

Figura 92: Posicionamento dos seguranças antes do desembarque do Pel PChq

83
Figura 93: Pel PChq desembarcando

Figura 94: Pel PChq desembarcando

Figura 95: Pel PChq desembarcado Por Dois ao lado da vtr pesada

84
2.4. tanto o embarque quanto o desembarque devem ser fiscalizados pelo Cmt Pel e
pelo Aux Cmt Pel;
2.5. é importante lembrar que o embarque e o desembarque de viaturas são momentos
críticos, devendo o Cmt Pel, quando a tropa não estiver treinada, optar pelo
desembarque longe do teatro de operações e de forma lenta, para evitar acidentes.

3. Viaturas pesadas com porta somente na parte traseira:


3.1. o embarque e o desembarque são realizados por uma única saída localizada na
traseira da viatura;
3.2. procedimentos de embarque: estando o pelotão Por Três, ao comando de
“Preparar para Embarcar!”, deverá formar por dois, passar o cassetete para a mão que
empunha o escudo e em seguida, ao comando de “Embarcar!”, deverá fazer frente à
retaguarda, deslocando-se ordenadamente em passo acelerado para o embarque;

Figura 96: Pel PChq em formação Por Dois pronto para o embarque

85
Figura 97: Pel PChq em formação Por Dois (com a frente à retaguarda) pronto para o embarque

Figura 98: Pel PChq em procedimento de embarque

86
Figura 99: Pel PChq em procedimento de embarque

Figura 100: Pel PChq na rampa de acesso ao interior do veículo

3.3. procedimentos de desembarque: estando o Pel PChq embarcado, ao comando


de “Preparar para Desembarcar!”, os policiais militares deverão se equipar e, em
seguida, ao comando de “Desembarcar!”, irão se colocar em formação por dois, do
lado direito da viatura (tomando como referência a frente do veículo) ou na formação,
frente e posição determinadas pelo Cmt do Pel;
87
Figura 101: Pel PChq iniciando procedimento de desembarque

Figura 102: Pel PChq desembarcando

88
Figura 103: Pel PChq desembarcando

Figura 104: Pel PChq desembarcado

3.4. durante o embarque e desembarque, o Aux Cmt Pel e o Segurança, bem como o
L13 e o A16, deverão fazer a segurança e auxiliar os demais integrantes do pelotão
antes de embarcarem.

89
Seção II -

Da Companhia de Polícia de Choque nas Ações Controle de Multidões

1. Composição:
1.1. a Companhia de Polícia de Choque (Cia PChq) nas ações de Controle de
Multidões é formada por, no mínimo, 02 (dois) pelotões e, no máximo, 06 (seis) e adota
formações a partir de um pelotão base, que será complementado pelos demais na
forma de apoios;
1.2. deve-se evitar ao máximo a divisão de um Pel PChq, para facilitar o controle e o
comando;
1.3. basicamente, tendo um Pel PChq em apoio este sempre se colocará à direita do
pelotão base; havendo dois Pel PChq de apoio, o primeiro colocar-se-á à direita e o
segundo à esquerda do pelotão base.

2. Formações de apoio:
2.1. Apoio Lateral: visa dar proteção às extremidades do Pel PChq apoiado; o Pel
PChq de apoio divide-se, sendo que os integrantes do 2º grupo e os números pares
do 1º grupo formam em coluna por um, na extremidade direita do pelotão base; o 3º
grupo e os números ímpares do 1º grupo adotam o mesmo procedimento, ao lado
esquerdo;
2.1.1. o procedimento acima é adotado independente da formação do pelotão base; se
mais de um pelotão for apoiar estes não devem se dividir, formando, cada um, uma
coluna nas extremidades.

Figura 105: Representação gráfica da Cia PChq na formação Apoio Lateral

90
Figura 106: Cia PChq na formação Apoio Lateral

2.2. Apoio Complementar: visa completar a formação, aumentando o tamanho e área


de atuação; o Pel PChq de apoio irá tomar a mesma formação do pelotão base em
continuidade a ele;
2.2.1. se houver apenas um Pel PChq em apoio complementar e o Pelotão base estiver
em cunha, aquele se dividirá; havendo dois pelotões em apoio, cada um deles se
direciona para um lado.

Figura 107: Representação gráfica da Cia PChq na formação Apoio Complementar

91
Figura 108: Cia PChq na formação Apoio Complementar

2.3. Apoio Cerrado: visa reforçar a formação do pelotão base; o Pel PChq de apoio
adota a mesma formação do pelotão base, porém, atrás e nos intervalos deste;

Figura 109: Representação gráfica da Cia PChq na formação Apoio Cerrado

Figura 110: Cia PChq na formação Apoio Cerrado


92
2.4. Apoio Central: visa manter a reserva do Cmt Cia PChq em condições de pronto
emprego, como apoio ou em ações isoladas; o Pel PChq de apoio permanece Por
Três, à retaguarda do pelotão base;

Figura 111: Representação gráfica da Cia PChq na formação Apoio Central

Figura 112: Cia PChq na formação em Apoio Central


93
2.5. Apoio Lateral, Frente Lateral: visa dar proteção às extremidades dos pelotões,
principalmente nas atuações em áreas edificadas, nas quais existe risco de arremessos
ou de disparos pelas laterais da tropa; o Pel PChq de apoio divide-se, sendo que os
integrantes do 2º grupo e os números pares do 1º grupo formam uma coluna por um na
extremidade direita do pelotão base e o 3º grupo e os números ímpares do 1º grupo
adotam o mesmo procedimento ao lado esquerdo, com a frente do escudo voltada para
as laterais do pelotão base;
2.5.1. o procedimento acima é adotado independente da formação do pelotão base; se
mais de um pelotão for apoiar, estes não devem se dividir, formando cada um uma
coluna nas extremidades.

Figura 113: Representação gráfica da Cia PChq em formação Apoio Lateral, Frente Lateral

Figura 114: Cia PChq em formação Apoio Lateral, Frente Lateral

94
3. Comandos de Cia PChq nas ações de Controle de Multidões:
3.1. os comandos para as formações podem ser dados por meio da voz ou por gestos
e ambos podem ser utilizados de forma isolada ou conjunta;
3.2. todo comando deve ser:
3.2.1. de fácil entendimento (inteligível); e
3.2.2. de fácil execução (executável).
3.3. o Cmt deve se preparar para as determinações, preestabelecendo comandos e os
treinando com sua tropa, para facilitar o entendimento e a execução das formações, em
especial, as de Cia;
3.4. o Comando de Cia pode ser feito de diversas formas, dentre as quais:
3.4.1. extensivamente: detalhando-se ao máximo o que deve ser realizado por cada Pel
PChq (por evitar erros e confusões, é o mais indicado para tropas que possuem pouco
tempo para treinar); e
3.4.2. sinteticamente: quando o detalhamento de ordens é reduzido (muito útil,
extremamente operacional, porém, requer um treinamento rotineiro para não haver
erros e confusões);
3.5. o comando também pode ser:
3.5.1. total: quando se detalha o que todos os pelotões irão executar, para,
posteriormente, em uma única vez, determinar a voz de execução; e
3.5.2. fracionado: detalha-se, individualmente, o que cada Pel PChq irá realizar,
determinando sua execução;
3.6. sempre que possível deve-se utilizar o comando total;
3.7. durante o comando de companhia devem ser observados alguns princípios:
3.7.1. o Cmt deve dispor a tropa no terreno levando-se em consideração a continuidade
do comando;
3.7.2. o Cmt deve evitar confusões e movimentações desnecessárias;
3.7.3. cada Pel deve ser visto de forma isolada, mesmo quando estiver trabalhando em
grupos de Pelotões;
3.7.4. o treinamento e comando de companhia não devem viciar ou prejudicar o
treinamento dos Pelotões isoladamente;
3.7.5. sempre que o Pel PChq formar Por Três, este deverá adotar sua formação
numérica original, independentemente da formação numérica dos demais pelotões;

95
3.7.6. quando o Pel de apoio formar apoio lateral à direita ou esquerda, deverá ser
retomada a formação numérica original.
3.8. Comando por voz:
3.8.1. os comandos seguem os mesmos princípios do Pel PChq, conforme já visto
anteriormente;
3.8.2. exemplos de comando nível de Cia PChq:
3.8.2.1. Advertência: Atenção Companhia, 1° Pelotão;
3.8.2.1.1. Comando propriamente dito:
3.8.2.1.1.1. posição: 10 metros à frente;
3.8.2.1.1.2. frente: frente à esquerda;
3.8.2.1.1.3. formação: em linha.
3.8.2.1.2. Execução: Marche; ou Marche, marche;
3.8.2.2. Advertência: 2º Pelotão;
3.8.2.2.1. Comando propriamente dito:
3.8.2.2.1.1. formação: em apoio lateral;
3.8.2.2.2 Execução: Marche; ou Marche, marche.
3.9. Comando por gestos:
3.9.1. os comandos seguem os mesmos princípios do Pel PChq, conforme já vistos
anteriormente.
3.9.2. Comando propriamente dito para:
3.9.2.1. Apoio Lateral: colocar os braços na lateral, paralelamente ao solo, e os
antebraços na vertical, perpendiculares ao solo;

Figura 116: Comando por gesto de Figura 115: Comando por gesto de
formação Apoio Lateral formação Apoio Lateral 96
posição 1 posição 2
3.9.2.2. Apoio Complementar: flexionar e estender os braços na lateral e horizontal;

Figura 117: Comando por gesto na Figura 118: Comando por gesto na
formação Apoio Complementar formação Apoio Complementar
posição 1 posição 2

3.9.2.3. Apoio Cerrado: bater a palma de uma mão com o punho cerrado da outra
mão, acima da cabeça;

Figura 119: Comando por gesto de formação Apoio Cerrado

3.9.2.4. Apoio Central: bater as pontas dos dedos da mão direita na palma da mão
esquerda, sobre a cabeça;

97
Figura 120: Comando por gesto de formação apoio central

3.9.2.5. Apoio Lateral, Frente Lateral: colocar os braços na lateral, paralelamente ao


solo, e os antebraços na vertical, perpendiculares ao solo, posteriormente com os
braços semiflexionados na meia altura lateral do corpo;

Figura 121: Comando por gesto de formação Apoio Lateral, frente lateral - posição 1

98
Figura 122: Comando por gesto de formação Apoio Lateral, frente lateral - posição 2

Figura 123: Comando por gesto de formação Apoio Lateral, Frente Lateral - posição 3

Figura 124: Comando por gesto de formação Apoio Lateral, Frente Lateral - posição 4

3.9.3. quanto à posição e frente do pelotão, ressaltamos que será determinada pelo
simples posicionamento do Cmt de Cia P Chq no terreno.
99
CAPÍTULO V -

DAS OPERAÇÕES DE CONTROLE DE MULTIDÕES COM O APOIO DE VIATURAS


LEVES

Seção I -

Das Generalidades do Dispositivo de Choque Motorizado (Chq Mtz)

1. Finalidade: intervir com rapidez para repelir ou dispersar multidões em desordem,


de forma eficiente e segura, por meio de mobilidade e agilidade inerentes ao Chq Mtz
em que os policias militares se encontrem embarcados em viaturas leves.

2. O efetivo de Chq Mtz poderá ser reunido a qualquer momento e em local seguro que
viabilize a equipagem e orientação sobre a missão.

3. A viatura deve ser do tipo Sport Utility Vehicle - SUV, adaptada ao serviço de
patrulhamento motorizado.

Seção II -

Da Simbologia das Funções no Choque Motorizado

Para fins didáticos, serão empregados os seguintes símbolos para identificação e


padronização das funções previstas para o Chq Mtz:

Figura 125: Simbologia das funções para o Chq Mtz.

100
Seção III -

Das Equipes, Dos Grupos e do Pelotão de Polícia de Choque Motorizado

Subseção I -

Da Equipe de Patrulhamento Motorizado (Eq Ptr Mtz)

1. A Eq Ptr Mtz é formada por, no mínimo, 04 (quatro) policiais militares que nas ações
de choque serão assim divididos:
1.1. 01 (um) Cmt Eq, recaindo sobre Subten PM ou Sgt PM, o qual acumulará a função
de lançador;
1.2. 01 (um) Motorista;
1.3. 01 (um) Escudeiro;
1.4. 01 (um) Atirador.

2. Quando a equipe for formada por 05 (cinco) policiais militares a célula possuirá 02
(dois) Escudeiros.

3. Na célula mínima de patrulhamento, o Sgt Cmt Eq acumulará a função de Lançador,


o 3º Homem será o Atirador e o 4º Homem será o Escudeiro.

4. A atuação em Eq Ptr Mtz é utilizada para controlar multidões em focos


descentralizados de tumulto, nas áreas mediatas ao ponto principal, ou, ainda, para
deter infratores da lei, quando a situação permitir.

Figura 126: Eq Ptr Chq (visão lateral)

101
Figura 127: Eq Ptr Chq (visão frontal/lateral)

Subseção II -

Do Grupo de Patrulhamento Motorizado (Grp Ptr Mtz)

1. O Grp Ptr Mtz é formado por 02 (duas) a 04 (quatro) Eq Ptr Mtz, com efetivo de 04
(quatro) policiais militares cada.

2. O Grp Ptr Mtz com 02 (duas) equipes, efetivo de 08 (oito) policiais militares, tem a
seguinte formação:
2.1. 01 (um) Cmt Grp Mtz, sendo Subten PM ou Sgt PM, o qual acumulará a função de
Lançador;
2.2. 04 (quatro) Escudeiros;
2.3. 01 (um) Atirador;
2.4. 02 (dois) Motoristas.

3. A formação de Grp Ptr Mtz com 03 (três) equipes, efetivo de 12 (doze) policiais
militares, é:
3.1. 01 (um) Cmt Grp Mtz, sendo Subten PM ou Sgt PM, o qual acumulará a função de
Lançador;
3.2. 02 (dois) Sgt PM Atiradores;
3.3. 06 (seis) Escudeiros;
3.4. 03 (três) Motoristas.

4. A formação de Grp Ptr Mtz com 04 (quatro) equipes, efetivo de 16 (dezesseis)


policiais militares, é:
102
4.1. 01 (um) Cmt Grp Mtz, sendo Subten PM ou Sgt PM;
4.2. 01 (um) Sgt PM Lançador;
4.3. 02 (dois) Sgt PM Atiradores;
4.4. 08 (oito) Escudeiros;
4.5. 04 (quatro) Motoristas.

5. Formações de Grp de Chq Mtz:


5.1. em Coluna Embarcados: formação utilizada para deslocamento rápido, com
viatura, ou mesmo para patrulhamento de choque, agindo preventivamente;
5.2. em Coluna Desembarcados: formação utilizada para deslocamento a pé;
5.3. em Linha; formação utilizada para contenção, bloqueio ou direcionamento da
massa;
5.4. em Cunha: além de penetrar a multidão e dividi-la em duas, visa repeli-la ou
dispersá-la; é utilizada, também, para procurar e deter infratores da lei em meio à
multidão, sempre que possível;
5.5. em Escalão (à direita ou à esquerda): visa direcionar a massa para vias de fuga
localizadas à esquerda ou direita.

Subseção III -

Do Pelotão de Patrulhamento Motorizado (Pel Ptr Mtz)

1. Composto por 06 (seis) vtr, incluída a do Cmt Pel, tendo o efetivo de 04 (quatro)
policiais militares cada, totalizando 24 (vinte e quatro) integrantes.

2. No Pel PChq Mtz, as funções estão assim divididas:


2.1. 01 (um) Cmt Pel PChq Mtz, desempenhada por Oficial Subalterno;
2.2. 01 (um) Aux Cmt Pel PChq Mtz, o qual acumulará a função de Segurança do Pel
PChq Mtz, portando arma longa com munição real;
2.3. 02 (dois) Cmt Grp, os quais acumularão a função de Lançadores, sendo
responsáveis por orientar os escudeiros e auxiliar na coordenação das formações;
2.4. 02 (dois) Sgt Atiradores;
2.5. 12 (doze) Escudeiros;
2.6. 06 (seis) Motoristas.
103
3. Quando o Pel PChq Mtz for composto por 05 (cinco) vtr, totalizando 20 (vinte)
policiais militares, será assim disposto:
3.1. 01 (um) Cmt Pel PChq Mtz, desempenhada por Oficial Subalterno;
3.2. 01 (um) Aux Cmt Pel PChq Mtz, o qual acumulará a função de Segurança do Pel
PChq Mtz, portando arma longa com munição real;
3.3. 01 (um) Cmt Grp, o qual acumulará a função de Lançador, sendo responsável por
orientar os escudeiros e auxiliar na coordenação das formações;
3.4. 02 (dois) Sgt Atiradores;
3.5. 10 (dez) Escudeiros;
3.6. 05 (cinco) Motoristas.

4. Das formações do Pel PChq Mtz:


4.1. em Coluna por Um (Embarcados ou Desembarcados):

Figura 128: Ilustração da formação Coluna por Um (Embarcados)

Figura 129: Formação Coluna por Um (Embarcados)

104
Figura 130: Ilustração da formação em Coluna por Dois (Embarcados)

Figura 131: Formação Coluna por Dois (Embarcados)

Figura 132: Formação em Coluna Por Dois (Desembarcados)


105
Figura 133: Ilustração da formação em Coluna Por Dois (Desembarcados)

4.2. em Linha:

Figura 134: Formação em Linha (Desembarcados)

Figura 135: Ilustração da formação em Linha (Desembarcados)

106
4.3. em Cunha:

Figura 136: Formação em Cunha (Desembarcados)

Figura 137: Ilustração da formação em Cunha (Desembarcados)

4.4. em Escalão à Direita ou à Esquerda:

Figura 138: Formação Escalão à Direta (Desembarcados)


107
Figura 139: Ilustração da formação Escalão à Direta (Desembarcados)

Figura 140: Formação Escalão à Esquerda (Desembarcados)

Figura 141: Ilustração da formação Escalão à Esquerda (Desembarcados)

108
4.5. em Losango: formação de natureza ofensiva e defensiva que permite atuação em
todas as direções;

Figura 142: Ilustração da formação em Losango

4.6. as formações de Guarda seguirão os mesmos procedimentos utilizados pelo Pel


PChq a pé.

Seção IV -

Da Companhia de Polícia de Choque Motorizado (Cia PChq Mtz)

1. Efetivo com mais de 01 (um) Pel PChq Mtz.

2. O deslocamento poderá ocorrer em comboio, estando os Pel PChq Mtz devidamente


agrupados.

3. O deslocamento poderá ocorrer em coluna de Pel PChq Mtz por um (uma vtr atrás
da outra) ou em coluna por dois, devendo, em ambos os casos, atentar para a
segurança do comboio.

4. As formações da Cia Chq Mtz são:


4.1. Em Coluna;
4.2. Em Linha;
4.3. Em Cunha;
4.4. Em Cunha com Apoio Lateral;

109
4.5. Em Cunha com Apoio Cerrado;
4.6. Escalão à Direita;
4.7. Escalão à Esquerda.

5. Nas formações acima deve ser observado o seguinte:


5.1. quando houver apenas 02 (dois) pelotões, o 1º Pel permanece à direita;
5.2. quando houver 03 (três) pelotões, o 1º Pel permanece ao centro (como base), o 2º
Pel posiciona-se à direita e o 3º Pel à esquerda.

Seção V -

Dos Equipamentos

1. Indispensáveis para uma adequada atuação de controle de multidões, os


equipamentos devem estar em condições de uso (tanto com relação à quantidade,
quanto à qualidade) e ser operados por policial militar devidamente capacitado.

2. Diversos são os EPI, EPC, armamentos, equipamentos de emprego não letais


utilizados pela PMESP para o controle de multidões e, nas atuações com dispositivo de
Chq Mtz, minimamente, deverá ser observado o que segue abaixo:
2.1. Vtr do Cmt de Pel PChq Mtz:
2.1.1. 04 (quatro) capacetes antitumulto ou com proteção balística;
2.1.2. 04 (quatro) máscaras contra gases;
2.1.3. 04 (quatro) cassetetes;
2.1.4. 01 (um) bornal para granadas;
2.1.5. 02 (dois) escudos de proteção balística;
2.1.6. 01 (um) artefato de lançamento de granadas;
2.2. Vtr de Aux Cmt Pel PChq Mtz e dos Cmt Grp Mtz:
2.2.1. 04 (quatro) capacetes antitumulto ou com proteção balística;
2.2.2. 04 (quatro) máscaras contra gases;
2.2.3. 04 (quatro) cassetetes;
2.2.4. 01 (um) bornal para granadas;
2.2.5. 02 (dois) escudos de proteção balística.

110
CAPÍTULO VI -

DO CONTROLE DE MULTIDÕES PELA TROPA HIPO

Seção I -

Das Disposições Gerais

1. Técnica:
1.1. finalidade: apresentar os parâmetros técnico-profissionais de emprego da Polícia
Montada em ações que envolvam grande concentração de público na atividade de
controle de multidão;
1.2. das ações de controle: a aplicação de uma tropa hipo no teatro de operações
pode ocorrer de forma Preventiva ou Repressiva;
1.2.1. as Ações Preventivas dividem-se em práticas de patrulhamentos e
encaminhamentos de multidões;
1.2.2. as Ações Repressivas são deslocamentos de tropa hipo com o intuito de repelir
ou dispersar uma multidão;
1.2.2.1. repelir: no que tange à tropa hipo, teoricamente a ação de “repelir” pode ser
realizada nas andaduras passo, trote, galope, ou por meio de uma carga;
1.2.2.2. dispersar: com o efetivo hipo é realizada ao galope, ou por meio de uma carga.
1.2.3. carga: é uma técnica que se constitui em um deslocamento de tropa hipo, na
andadura ao galope, além da espada desembainhada; trata-se da forma mais
contundente de emprego da Cavalaria, sendo utilizada nas Ações de Repelir ou
Dispersar.
1.3. principais características de emprego: A Polícia Montada apresenta algumas
características de emprego que possibilitam uma maior eficiência na sua atuação em
grandes concentrações de público, sendo elas: ostensividade, efeito psicológico, poder
repressivo, eficaz prevenção, mobilidade, flexibilidade, economia de efetivo e extenso
campo de visão;
1.3.1. ostensividade: a tropa hipo apresenta grande capacidade de ser vista, o que
aumenta a sensação da presença policial vindo a inibir a atuação de infratores da lei;
1.3.2. efeito psicológico: a atuação do solípede, animal de grande porte, com todos
os equipamentos, inerentes à atividade de Controle de Multidão, enseja níveis de
inibição e desestímulo ao confronto direto;
1.3.3. poder repressivo: pela dimensão do emprego da tropa hipo, obtém-se uma
111
grande capacidade de repressão dos tumultos; Sua presença desencoraja a quebra da
ordem, evitando, com isso, o confronto direto;
1.3.4. eficaz prevenção: pela presença ostensiva, obtém-se a redução de ocorrências
criminais na área onde se situa o policiamento montado;
1.3.5. mobilidade: por suas características, o solípede pode se locomover nos mais
variados terrenos; ao passo pode percorrer, com rapidez, uma grande área de
policiamento e, em havendo necessidade, poderá utilizar das andaduras trote ou
galope, caso o terreno as permita ou as circunstâncias exijam;
1.3.6. flexibilidade: a tropa hipo pode ser empregada em ações preventivas e em
ações repressivas; por não depender de vias de acesso padrão para se deslocar, pode
ser utilizada em terrenos variados, principalmente naqueles onde é difícil o
deslocamento de viaturas e do homem a pé, além disso, pode se dirigir a qualquer
ponto, não ficando retida em congestionamentos ou no meio de grandes multidões;
1.3.7. economia de efetivo: devido à ostensividade, ao efeito psicológico e à
mobilidade, a Polícia Montada reduz a necessidade de efetivo nos eventos de grande
público, por seu extenso campo de visão e consequente poder de fiscalização bem
como pela possibilidade de ser visto por muitas pessoas ao mesmo tempo, além disso,
há a facilidade em chegar ao local necessário, com grande rapidez e desembaraço;
poderá cumprir, sozinha, a tarefa que, de outra forma, exigiria um número maior de
policiais a pé;
1.3.8. extenso campo de visão: quando montado, o policial militar aumenta o campo
de visão, haja vista o plano superior em que se encontra.
1.4. composição:
1.4.1. as frações de tropa hipo para emprego em eventos com grande concentração de
público são: Esquadrão, Pelotão, Grupo, Esquadra e Patrulha;
1.4.1.1. o Esquadrão é o seguimento da tropa montada comandado por um Cap PM e
composto por, no mínimo, dois Pelotões;
1.4.1.2. o Pel Hipo é a unidade básica operacional da tropa hipo em ações de choque,
sendo constituído, a princípio, por dois Grupos, apresentando a seguinte composição:
01 (um) Ten PM, Cmt Pel; 02 (dois) Sgt PM, Cmts de Grupo; 04 (quatro) Cb PM, Cmts
de Esquadra e 20 (vinte) Cb/Sd PM, componentes das Esquadras; O Pelotão de tropa
montada possui também uma Viatura de apoio composta por 1 (um) Cb/Sd PM,

112
motorista e 2 (dois) Cb/Sd PMs, auxiliares, que, durante uma ação de Choque, podem
trabalhar como uma Célula de Apoio ao pelotão;
1.4.1.3. o Grp Hipo é constituído de duas Esquadras, sendo composto por: 01 (um) Sgt
PM, Cmt de Grupo; 02 (dois) Cb PM, Cmts de Esquadra; 10 (dez) Sd PM,
componentes da Esquadra;
1.4.1.4. a Esquadra é composta por 06 (seis) militares sob comando de um Cb PM,
sendo a fração mínima de tropa hipo a ser utilizada em ações de Controle de
Multidões;
1.4.1.5. a patrulha constitui a menor fração de tropa, sendo que em eventos com
grande concentração de público será formada, no mínimo, por 04 (quatro) policiais
montados, devendo ser comandada, preferencialmente, por um graduado;
1.4.2. a célula de Controle de Multidões que integra o pelotão montado é formada pela
equipe da Viatura do Cmt Pel, atuando a pé, no apoio ao pelotão, dependendo das
condições do terreno e local de atuação.

Seção II
-

Das Formações

1. As formações poderão ser executadas pelas frações de tropa, atendidas as


necessidades mínimas de efetivo para cada uma delas.

2. Formações em coluna:
2.1. Por Um:
2.1.1. grupo: a formação “Coluna por Um” é utilizada em deslocamentos por vias de
tráfego intenso e em estradas, em demonstrações de força e para vencer obstáculos
ou transpor áreas de difícil acesso;

113
Figura 143: Grupo em formação
Por Um

Figura 144: Representação gráfica do grupo montado em formação


Por Um

2.1.2. pelotão: a formação “Coluna por Um” é utilizada, principalmente, em


deslocamentos por vias de trafego intenso e em terrenos acidentados;

Figura 145: Pelotão em formação Por Um


114
Figura 146: Representação gráfica do pelotão em formação Por Um

2.2. Por Dois:


2.2.1. grupo: a formação coluna por dois é utilizada, principalmente, em
deslocamentos por vias de tráfego intenso, cuja largura não comporte uma formação
de frente mais ampla ou em situação que exija uma ação pontual e específica, voltada
a determinado foco;

115
Figura 147: Grupo em formação Por Dois

Figura 148: Representação gráfica do grupo montado em formação Por Dois

2.2.2. pelotão: a Formação “Coluna por Dois” é utilizada, principalmente, em


deslocamentos por vias de tráfego intenso;

Figura 149: Pelotão em formação Por Dois


116
Figura 150: Representação gráfica do pelotão em formação Por Dois

2.3. Por Três:


2.3.1. grupo: a formação “Coluna Por Três” é utilizada em deslocamentos e nas ações
de Controle de Multidões em vias estreitas que não comportem a formação de frente
mais ampla;

Figura 151: Grupo montado em formação Por Três

117
Figura 152: Representação gráfica do Grupo em formação Por Três

2.3.2. pelotão: a formação do Pelotão “Por Três” é utilizada em deslocamentos e nas


ações de Controle de Multidões, em vias estreitas que não comportem a formação de
frente mais ampla; a formação Por Três possui alto poder de penetração, constituindo-
se na formação base para o desenvolvimento das outras formações;

Figura 153: Pelotão em formação Por Três

118
Figura 154: Representação gráfica do pelotão em formação Por Três

3. Formações Clássicas:
3.1. Em Batalha:
3.1.1. grupo: a formação do grupo “Em Batalha” é a mais completa e utilizada em
ações de Controle de Multidões em relação a um grupo reduzido de manifestantes, em
que não se exija o emprego de escalão superior; o comando para esta formação "Em
Batalha" é obtido a partir da formação de "Coluna Por Três", seguido do comando de
"Grupo em Batalha, Marche!"; nessa formação, o grupo "em linha de duas fileiras"
assim se dispõe: a 2ª Esquadra se coloca à esquerda da 1ª Esquadra;

Figura 155: Grupo na formação Em Batalha


119
Figura 156: Representação gráfica do grupo montado na formação Em Batalha

3.1.2. pelotão: a formação do Pelotão “Em Batalha” é utilizada em situações que


requeiram frente mais ampla, de acordo com o terreno e manobra que se queira
executar, procedendo a varredura de determinada área e/ou dirigindo a massa para
vias de fuga; nessa formação, os Grupos em batalha se colocam na mesma linha,
mantendo-se o 1º Grp à direita e o 2º Grp à esquerda, sendo que o Cmt Pel se
posiciona no centro do 1º Grp e o Sgt Auxiliar se posiciona no centro do 2º Grp; nessa
ação, tem-se o Pel em linha de duas fileiras;

Figura 157: Pelotão na formação Em Batalha

Figura 158: Representação gráfica do pelotão na formação Em Batalha

3.1.3. pelotão em Coluna de Grupos em Batalha: a formação “Coluna de Grupos Em


Batalha” é mais compacta e sua utilização se dá em Ações de Controle de Multidões e
em locais que possibilitem o emprego dos recursos de tropa montada em formação
com frente mais ampla; tal formação possui alto poder de penetração e de dispersão da

120
massa, dirigindo-a para as vias de fuga; ao comando de "Pelotão! Coluna de Grupos
em Batalha" "Marche!", o 1º Grupo entra na formação Em Batalha e permanece na
frente do 2º Grupo, também na formação de Coluna de Grupo Em Batalha;

Figura 159: Pelotão em formação em Coluna de Grupos em Batalha

Figura 160: Representação gráfica do pelotão em formação em Coluna de Grupos em Batalha

4. Formações em Linha:
4.1. Linha de uma fileira:
4.1.1. grupo: a Formação de “Grupo em Linha de Uma Fileira” é empregada visando à
condução da massa para determinada via de fuga; o comando para essa formação é
obtido a partir da formação em Coluna Por Três ou formação Em Batalha, consoante a
voz de comando "Grupo em Linha de Uma Fileira” "Marche!"; Estando o grupo em
batalha, os cavaleiros 1, 2 e 3 da 2ª fileira das duas Esquadras se colocam à esquerda
destas;

121
Figura 161: Grupo em formação de Linha de Uma Fileira

Figura 162: Representação gráfica do grupo montado em formação de Linha de Uma Fileira

4.1.2. pelotão: na formação do pelotão em linha de uma fileira, essa frente ampla é
utilizada visando à condução da massa para determinadas vias de fuga,
concomitantemente com a cobertura de outros recursos da tropa de choque, evitando-
se o envolvimento da tropa montada pela retaguarda;

Figura 163: Pelotão em formação de Linha de Uma Fileira

Figura 164: Representação gráfica do pelotão em formação de Linha De Uma Fileira

122
Seção III -

Dos Comandos

1. Os comandos para a tropa montada podem ser dados por voz ou por gestos,
devendo ser feitos de forma clara, a fim de que as frações obtenham o melhor
entendimento possível da ordem emitida pelo Cmt, na seguinte conformidade:
1.1. gestos: os comandos por gesto normalmente são empregados quando a tropa
tenha uma profundidade muito grande; a massa, estando próxima à tropa, não permita
comandos por voz; e em ambientes com muito barulho, que prejudicam a transmissão
das ordens ou manobras por voz;
1.1.1. formação Por Um, Por Dois e Por Três: nas formações Por Um, Por Dois e Por
Três, o Cmt deve estender o braço direito na vertical e com os dedos indicar a
formação desejada. Com a espada desembainhada não se utiliza tal comando por
gesto;

Figura 165: Comando Figura 166: Comando Figura 167: Comando


por gesto de formação por gesto de formação por gesto de formação
Por Um Por Dois Por Três

1.1.2. formação em Linha de Uma ou Duas Fileiras: nas formações em linha de uma
fileira ou duas fileiras, estende-se o braço direito na horizontal e com os dedos indica-
se a formação desejada; com a espada desembainhada não se utiliza tal comando por
gesto;

123
Figura 168: Comando por gesto de formação em linha de Uma Fileira

Figura 169: Comando por gesto de formação em linha de Duas Fileira

1.1.3. comando de Atenção: para o comando de “Atenção!”, o Cmt deve estender o


braço direito na vertical com a mão aberta e voltada para frente;

Figura 170: Comando por gesto de Atenção


124
1.1.4. comando de Reunir: para o comando de “Reunir”, o Cmt deve, da posição de
“Atenção”, descrever com o braço direito vários círculos acima da cabeça;

Figura 171: Comando por gesto de Reunir

1.1.5. comando para Montar ou “A Cavalo”: para o comando de “A Cavalo”, o Cmt


deve estender o braço direito horizontalmente para o lado, com a palma da mão para
cima, e levá-lo diversas vezes até a vertical;

Figura 172: Comando por gesto para montar ou “A Cavalo”.

1.1.6. comando para Apear ou “A Pé”: para o comando de “A Pé”, o Cmt deve
estender o braço direito horizontalmente para o lado, com a palma da mão para baixo,
e baixá-lo com as pontas dos dedos apontando para o solo;

125
Figura 173: Comando por gesto de apear ou “A Pé”

1.1.7. comando de Alto: para o comando de “Alto”, com a tropa em deslocamento, o


Cmt se utiliza do mesmo gesto da “atenção”;

Figura 174: Comando por gesto de alto

1.1.8. comando de Avançar ou “Em Frente”: para o comando de “Em Frente”, o Cmt
deve estender o braço direito verticalmente, com a palma da mão para frente, e abaixá-
lo na direção desejada até o plano horizontal;

126
Figura 175: Comando por gesto de avançar ou “Em Frente”

1.1.9. comando “Em Batalha”: para o comando de “Em Batalha”, o Cmt deve
estender o braço direito verticalmente, com a palma da mão para frente, e oscilá-lo à
direita e à esquerda até a tropa tomar a formação;

Figura 176: Comando por gesto de “Em Batalha”

1.1.10. comando para aumentar a velocidade da Tropa Montada: para aumentar a


velocidade ou comando de passar para uma andadura superior, o Cmt, partindo da
posição de “Atenção”, deve baixar e levantar verticalmente várias vezes o braço direito,
com o punho cerrado, sem que desça abaixo da linha dos ombros;

127
Figura 177: Comando por gesto para Aumentar a velocidade da Tropa Montada

1.1.11. comando para diminuir a velocidade da Tropa Montada: para diminuir a


velocidade ou comando de passar para uma andadura inferior, o Cmt deve estender o
braço direito para o lado e, com a palma da mão voltada para baixo, balançá-lo para
cima e para baixo, várias vezes.

Figura 178: Comando por gesto para Diminuir a velocidade da Tropa Montada

2. Voz: após o comando de advertência de “Pelotão!" ou “Grupo!”, o Cmt determinará a


formação desejada “Por 1”, “Por 2”, “Por 3”, “Em Linha de Uma Fileira”, “Coluna de
Grupos em Batalha”, “Em Batalha”, concluindo com a voz da execução “Marche!”; a voz
de execução é prolongada para que, depois de ouvida pelo cavaleiro, haja tempo
suficiente de, por meio das ajudas, gradativamente e sem surpreender a montada, ser
transmitida ao cavalo a ação pretendida.

3. Uso do rádio: os comandos podem ser ministrados via rede-de-rádio, sendo que a
ordem chegará de maneira uniforme a todos os Cmt de Esquadra; nas ações de
Choque poderá ser utilizada a comunicação via rádio incorporada ao capacete dos
policiais.
128
Seção IV -

Dos Procedimentos

1. Procedimentos gerais:
1.1. o deslocamento da tropa hipo deverá ser precedido de uma análise de itinerário,
buscando minimizar o impacto negativo no fluxo de veículos, devendo o Cmt de Pel
determinar a formação mais adequada para o deslocamento da tropa;
1.2. o ponto de desembarque da tropa deverá ser determinado por destacamento
precursor, que escolherá um local seguro e distante do ponto de confronto, para
permanência dos caminhões. Caso não encontre segurança no local, os caminhões
podem ser recolhidos à Base; nunca poderão ser utilizados os caminhões para realizar
contenção ou separação de multidões;
1.3. a segurança dos caminhões deve ser executada pelos motoristas e por policiais
militares especificamente escalados para essa missão, devendo estar devidamente
armados e equipados; deve ser dada preferência de estacionamento dos caminhões
em áreas de acesso controlado ou sob vigilância militar ou policial militar;
1.4. a formação para a ação de choque deverá, como regra, ser feita antes do contato
visual ou físico com a massa, principalmente para evitar dispersão da tropa e
consequente situação de vulnerabilidade, salvo se houver necessidade de, em
determinado momento, mudar a formação;
1.5. a segurança da tropa montada deve ser objeto fundamental no planejamento do
emprego, pois são imprescindíveis tanto os aspectos táticos quanto a preservação da
integridade física de homens e cavalos, bem como a dos equipamentos;
1.6. a tropa hipo, estando “A Cavalo”, desloca-se de acordo com as peculiaridades do
terreno e das vias públicas, em Coluna Por Três, Coluna Por Dois ou Coluna Por Um,
objetivando minimizar os reflexos negativos ao fluxo de veículos e reduzindo a
possibilidade de acidentes;
1.7. a tropa montada, estando embarcada em caminhões, deve receber o apoio e a
proteção de equipes em viaturas leves, as quais exercerão a segurança por meio da
vigilância à frente, à retaguarda e nos flancos do comboio;
1.8. a tropa montada, estando “a cavalo” em seu deslocamento, pode ser escoltada por
viaturas com seus equipamentos luminosos acionados, visando manter a segurança e
proteção.

129
2. Peculiaridades:
2.1. distância de emprego desembarcado: quando a atividade ocorrer num raio de 06
(seis) Km da Unidade, a tropa poderá se deslocar desembarcada;
2.2. o emprego da tropa deverá ser realizado num período máximo de 06 (seis) horas,
contando o tempo de deslocamento; qualquer necessidade de emprego da tropa hipo
por tempo superior deverá ser autorizada pelo Comando de Policiamento de Choque,
após análise da Seção Veterinária, levando em consideração a geografia do terreno, o
clima e as condições de realização da atividade;
2.3. as distâncias entre as frações serão sempre reduzidas, observando-se o princípio
das formações emassadas, afastando qualquer ação isolada;
2.4. os deslocamentos táticos da tropa montada, nas ações de choque, poderão ser
realizados ao passo, ao trote e ao galope, com espada desembainhada e perfilada.
Podendo, mediante avaliação do Cmt, haver deslocamentos com espada embainhada;
2.5. durante a ação repressiva, com a espada desembainhada, esta deverá estar na
posição perfilada, com exceção da carga, para a qual, durante sua execução, a espada
deverá estar na posição de golpe em frente à direita;
2.6. a demonstração de força pela tropa montada, em ações de choque, executada
com espada, por meio de molinetes e golpes, poderá evitar o uso da força
propriamente dito;
2.7. deve haver um suporte de segurança e socorro a fim de atender o policial militar ou
o solípede, em casos de acidente;
2.8. a missão de deter infratores da lei é atribuída aos policiais militares da tropa a pé
que estiverem no teatro de operações.

3. Critério para ação repressiva: é importante que a massa tenha vias de fuga
disponíveis por onde será deslocada pela ação do dispositivo de Choque; o Cmt de
tropa deve atentar para que as vias de fuga estejam sempre desimpedidas.

4. Emprego de pequenas frações:


4.1. nos eventos culturais e esportivos a tropa montada pode ser fracionada em
patrulhas com 04 (quatro) componentes;

130
4.2. caso se depare com situação de conflito, não sendo possível a chegada de apoio a
tempo, a patrulha deverá realizar a intervenção observando os seguintes princípios:
4.2.1. dar ciência, por rádio, da situação ao Cmt do policiamento montado;
4.2.2. realizar ações de repressão, atentando para as vias de fuga, em andadura viva,
trote ou galope;
4.2.3. manter sempre a formação emassada;
4.2.4. não permanecer no centro da concentração de pessoas.

5. Atuação integrada:
5.1. a tropa montada deverá sempre atuar de forma integrada com as demais unidades
de Choque ou Territorial;
5.2. na atuação integrada, a tropa hipo deve ser utilizada como mais uma alternativa
tática, com uma formação compatível à da tropa a pé que estiver a sua frente, tanto no
deslocamento quanto na ação, de forma a garantir:
5.2.1. a segurança da retaguarda da tropa durante uma ação;
5.2.2. a detenção de infratores da lei, sempre que possível;
5.2.3. o apoio para resgate e socorro em caso de acidente com policial montado
durante a ação;
5.2.4. estar pronta para as ações de “repelir” ou de “dispersar” uma multidão, conforme
a necessidade do Teatro de Operações.

6. Tropa destacada:
6.1. a tropa destacada obedecerá ao disposto neste manual, atentando que:
6.1.1. os Destacamentos Montados, bem como os Oficiais responsáveis, deverão
receber treinamento específico para atuar em ações com grande concentração de
público, seguindo o cronograma de treinamento do Regimento de Polícia Montada “9
de Julho”;
6.1.2. em ações de grande repercussão poderá ser designado um Oficial do Regimento
de Polícia Montada “9 de Julho” para acompanhar a execução e fornecer o
aconselhamento técnico ao comandante local, que deverá cumprir as diretrizes
impostas neste manual.

131
7. Equipamentos:
7.1. sela: a sela utilizada para o policiamento montado será a do modelo “inglês” (sela
de adestramento), com abas prolongadas, suportes laterais nas abas, cepilho ajustável
e nivelado com a patilha, com assento com boa profundidade e acolchoado;
7.2. cabeçada: a cabeçada utilizará o freio e bridão, ou embocadura do tipo “pelham”;
7.3. material de proteção do solípede:
7.3.1. protetor de chanfro com viseira, caneleiras, boleteiras e peitoral adaptados para
proteção contra impacto de objetos;
7.3.2. ferraduras de borracha ou bota de proteção.
7.4. material de proteção dos policiais militares:
7.4.1. capacete antitumulto com viseira articulável e exoesqueleto;
7.4.2. colete balístico;
7.4.3. capa de chuva.
7.4. rádio comunicador;
7.5. extintor de incêndio: os pelotões montados em ações de Controle de Multidões
deverão ter um policial encarregado de transportar o extintor de incêndio, utilizado para
a proteção dos policiais militares e dos cavalos;
7.4. espada: a espada é uma arma branca, individual, destinada ao combate corpo a
corpo, tanto para a defesa quanto para o ataque; seu porte é constante, sendo
empregada em qualquer tipo de serviço, estando o cavaleiro a cavalo; sua finalidade
precípua é propiciar defesa para o cavaleiro, especialmente quando alguém tenta
retirar a cabeçada do cavalo ou segurar suas rédeas, o que incapacitaria o cavaleiro de
ter o domínio sobre o cavalo, além disso, a espada exerce uma excelente ação
psicológica sobre uma multidão ou sobre desordeiros.

8. Movimentos com a Espada:


8.1. Desembainhar Espada: ao comando de “Escola, Desembainhar!”, o cavaleiro
enfia o punho da mão direita no fiador, segura o punho da espada com todos os dedos
e retira um terço da lamina da bainha; à voz de execução “Espadas!”, por um
movimento de elevação do braço na diagonal, retira totalmente a espada, colocando-a,
então, na posição de perfilar;

132
Figura 179: Ilustração do movimento de desembainhar espada

8.2. Perfilar Espada: o cavaleiro coloca o copo da espada na altura do lado direito do
quadril, lâmina apoiada no cavado do ombro, do mesmo lado, copo voltado para frente,
corpo perfilado; a mão direita apoia o copo da espada na parte superior da coxa direita.
Essa posição corresponde à posição de ombro arma; a voz de comando é: “Escola,
Perfilar Espada!”;

Figura 180: Ilustração do movimento de perfilar espada

8.3. Embainhar Espada: ao comando de “Escola, Embainhar!", o cavaleiro eleva o


punho direito em frente ao ombro do mesmo lado, baixa a lâmina à esquerda do
pescoço do cavalo, inclina a cabeça ligeiramente à esquerda, fixando os olhos no bocal
da bainha e nela introduz aproximadamente dois terços da lâmina; ao comando de
“Espada!”, introduz o restante da lâmina; a seguir, retira o punho do fiador e volta a
olhar para frente;

133
Figura 181: Ilustração do movimento de embainhar espada

8.4. Em Guarda: estando o cavaleiro na posição de perfilar armas, a mão direita,


cerrando os dedos sobre o punho da espada, dedo polegar ao longo do mesmo punho,
leva a espada atravessando-a na frente do corpo, dedos para baixo, gume voltado para
a diagonal direita, ponta da espada para a diagonal esquerda, lâmina acima da cabeça
do cavalo e no prolongamento do antebraço; partindo dessa posição, o cavaleiro
executa os golpes, as pontas e os molinetes; a voz de comando é: “Escola, Em
Guarda, Armas!”;

Figura 182: Ilustração do movimento em guarda

8.5. a posição “Descansar Espada” é a mesma de Perfilar Espada e o comando é:


“Descansar, Espada!”;
8.6. Golpes:
8.6.1. para desferir golpes à direita (esquerda), o cavaleiro volta o rosto para a direção
do golpe, leva a espada ao lado direito (esquerdo), acima do ombro, o gume voltado

134
para fora, desfere o golpe distendendo totalmente o braço e dando à espada o maior
impulso e velocidade possíveis; dado o golpe, a espada volta à posição em guarda,
passando sobre a cabeça ou reiniciando outro golpe;

Figura 183: Movimento de golpe à direita

Figura 184: Movimento de golpe à esquerda

8.6.2. para a execução dos golpes, os comandos são executados da seguinte forma:
8.6.2.1. voz de Advertência: “Escola, Golpe Frente à Direita” (Esquerda), ou, “Golpe à
Direita” (Esquerda);
8.6.2.2. voz de Execução: ”Armas!”.
8.7. pontas:
8.7.1. para efetuar a ponta em frente, à direita (esquerda), o cavaleiro indica a ponta da
espada à direção desejada, numa linha diagonal ao eixo longitudinal do cavalo, e
impele-a para frente, sem mudar a posição da mão, partindo da posição em guarda;
8.7.2. ao impelir a espada, alonga o braço em todo o comprimento, avançando o ombro
direito e inclinando o tronco para frente, apoiando-se sobre os estribos, firmando as
135
pernas e liberando o assento, sem baixar a cabeça;
8.7.3. desferida a ponta, retira vivamente o braço, sentando fundo e voltando a posição
em guarda ou partindo para outra ponta;
8.7.4. para efetuar a ponta à direita (esquerda), partindo da posição em guarda, o
cavaleiro procede conforme movimento descrito no item anterior, apenas mudando a
direção da ponta para a direita ou à esquerda, numa linha perpendicular ao eixo
longitudinal do cavalo, em vez de apontá-la para frente;
8.7.5. para efetuar a ponta em terra, à direita ou à esquerda, o cavaleiro, partindo da
posição em guarda, aponta a espada na direção desejada, ou seja, perpendicular ao
eixo longitudinal do cavalo, em direção ao solo; gira o corpo para o lado em que vai
desferir a ponta e executa-a, de cima para baixo, com energia, inclinando o tronco o
necessário para atingir o objetivo, liberando o assento, mas mantendo as pernas firmes
no lugar;
8.7.6. desferida a ponta, retoma a posição inicial ou passa para outra ponta ou golpe;
8.7.7. além das pontas em terra à direita (esquerda), existem, ainda, as pontas em
terra, frente à direita (esquerda), cuja direção é uma diagonal ao eixo longitudinal do
cavalo, apontada ao solo;

Figura 185: Movimento de Ponta à Direita

Figura 186: Movimento de Ponta à Esquerda


136
Figura 187: Movimento de Ponta em Terra à Direita

Figura 188: Movimento de Ponta em Terra à Esquerda

Figura 189: Movimento de Ponta em Frente à Direita

137
Figura 190: Movimento de Ponta em Frente em Terra à Direita

Figura 191: Movimento de Ponta em Frente em Terra à Esquerda

Figura 192: Movimento de ponta em Frente à Esquerda

8.7.8. para os movimentos de ponta, a voz de comando é a seguinte:


8.7.8.1. voz de Advertência: “Pelotão, ponta em frente à direita (esquerda)”, ou,
“Pelotão, ponta à direita (esquerda)”, ou ainda, “Pelotão, ponta em terra frente à direita”
(esquerda);
138
8.7.8.2. voz de Execução: “Armas!”.
8.8. molinetes: os molinetes são exercícios que têm por principal objetivo habituar os
homens a empregar a espada, com a máxima destreza e habilidade, além de
proporcionar-lhes resistência e força no punho;
8.8.1. os molinetes, tanto os horizontais quanto os verticais, são executados com o
cavaleiro estando na posição em guarda. Primeiramente, o Cmt enuncia o molinete a
efetuar, momento em que o cavaleiro toma a posição preparatória; à voz de “Começar!”
inicia o movimento, só terminando ao comando de “Em Guarda!”;
8.8.2. ao Comando de “Escola, Molinete Horizontal!”, o cavaleiro estende o braço
direito para frente, mão na altura do rosto, unhas ligeiramente para a direita e para
baixo, lâmina da espada um pouco atravessada para a esquerda, ponta acima da altura
da cabeça (posição preparatória); à voz de “Começar!”, primeiramente, o cavaleiro faz
a espada descrever, acima da cabeça, um círculo horizontal da esquerda para a direita,
levando, por uma tensão do pulso, a lâmina da espada, com o gume da esquerda, para
a retaguarda e completando o círculo para frente; terminando este movimento, as
unhas estarão voltadas para cima, a lâmina para a direita com o gume para esse lado;
em seguida, desfaz-se o movimento, descrevendo um círculo no sentido contrário (da
direita para a esquerda), terminando na posição preparatória, unhas voltadas para
baixo; o cavaleiro continua a fazer o movimento da esquerda para a direita e da direita
para a esquerda até a voz de “Em Guarda!”;

Figura 193: Ilustração do movimento de Molinete Horizontal

8.8.3. ao comando de “Escola, Molinete Vertical!”, o cavaleiro toma a posição


preparatória, estendendo o braço direito, em todo o seu comprimento, para frente, a
mão um pouco acima dos olhos, unhas ligeiramente para baixo e a lâmina no
prolongamento do braço;
139
8.8.4. à voz de “Começar!”, o cavaleiro baixa a ponta da espada e descreve com ela
uma circunferência de baixo para cima, ao lado esquerdo do cavalo, passando a lâmina
atrás do cotovelo esquerdo, sem dobrar os braços e nem abrir os dedos; a arma, com a
ponta para a direita, toma posição análoga à preparatória;
8.8.5. a seguir, baixa a ponta da espada, para descrever com ela uma circunferência,
agora pelo lado direito do cavalo; continua, assim, a executar o movimento, ora à
esquerda, ora à direita, até a voz de “Em Guarda!”.

Figura 194: Ilustração do movimento de Molinete Vertical

8.9. carga com espada: ao comando de “Pelotão (Grupo, Esquadrão), Preparar para a
Carga!”, o cavaleiro levanta a espada, estendendo o braço em todo seu comprimento,
apontando para frente; ao comando “Carga!”, o cavaleiro inclina o corpo para frente,
calça os estribos a fundo e alarga a andadura ao máximo na direção indicada; se
estiver na segunda fileira, conserva a mão direita empunhando a espada na altura do
ombro direito; ao comando “Reunir”, os cavaleiros se dirigem ao ponto indicado para a
reunião, com as espadas perfiladas.

9. Comando de abaixar viseira: ao comando “Pelotão (Grupo, Esquadrão), Abaixar


Viseira!”, o cavaleiro, com sua mão direita, abaixa imediatamente a viseira de seu
capacete antitumulto (lembrando que esse comando deve ser executado antes de
desembainhar a espada).

140
Figura 195: Início do Abaixar Viseira

Figura 196: Término do Abaixar Viseira

10. Especialização do homem:


10.1. o Policial Militar integrante de um Pel Hipo, atuando em eventos com grande
concentração de público, deverá ser um especialista em polícia montada, tendo sido
aprovado em curso com esta finalidade, bem como deverá cumprir a rotina de
treinamentos prevista neste Manual, estando, desta forma, em condições de lidar com
as situações críticas que possam se apresentar;
10.2. o comandante de Pel Hipo deve verificar o estado de controle emocional de sua
tropa, retirando do Pel o policial que apresente qualquer desequilíbrio frente à situação
crítica;
10.3. os policiais militares, ao atuarem na ação de controle de multidão ou em
espetáculos culturais e esportivos, devem atuar de forma imparcial, sempre
obedecendo aos comandantes de fração de tropa e nunca com personalismo ou com
sentimento de desforra às provocações recebidas.
141
11. Seleção e adestramento do cavalo:
11.1. o solípede empregado em eventos com grande concentração de público deverá
ser selecionado no plantel dentre os animais mais experientes, tendo as seguintes
características: franqueza, calma, retidão, porte avantajado, bons aprumos, boa caixa
torácica e ser naturalmente impulsionado;
11.2. o adestramento do solípede para atuar nesses eventos deve passar por três
fases: adestramento básico, dessensibilização e simulação de ambiente hostil:
11.2.1. adestramento básico: comporta a obediência às ajudas, o apoio constante, as
flexões laterais de nuca e pescoço, a iniciação ao trabalho em duas pistas e o trabalho
de campo nas três andaduras; o adestramento básico do cavalo de policiamento prevê
ainda o condicionamento ao uso da espada, equipamentos de proteção antitumulto,
uso de capa de chuva e o embarque e desembarque em caminhão de transporte de
tropa;
11.2.2. dessensibilização: consiste em exercícios que reduzem a sensibilidade do
animal a estímulos externos, como sons, luminosidade, diferentes pisos e impacto de
objetos arremessados; o solípede aprende pela sua capacidade de memorização e
associação devendo o cavaleiro, ao confrontar o animal com estímulos que possam
acionar o instinto natural de fuga, condicionar, por meio do desengajamento dos
membros posteriores, que num primeiro momento o animal fique parado e numa
segunda etapa avance; todo progresso do animal deve ser recompensado pelo agrado,
voz ou torrão de açúcar;
11.2.3. simulação de ambiente hostil: é a etapa final da preparação dos animais para
atuarem em grandes concentrações de público; considerando que os animais já
tenham sido aprovados por comissão, destinada para este fim, nas duas primeiras
etapas do trabalho os solípedes serão confrontados por intermédio de simulação com
multidões e quebra da ordem, devendo ser utilizados policiais como figurantes e
partindo sempre da situação simples para a situação mais complexa; nesta fase,
também devem ser montados obstáculos que, comumente, são utilizados nos
confrontos em ações de controle de multidão, como por exemplo: barreira de papel ou
pneus com fogo, colchões, móveis, varais com roupas, plástico e quaisquer outros
adereços que possam simular as condições que se encontra o teatro de operações no
qual poderá acontecer um confronto (também deverá ocorrer a utilização de granadas
para ambientar os animais com os seus efeitos).

142
12. Preparação diária nas atividades de policiamento montado:
12.1. a missão principal do Regimento de Polícia Montada “9 de Julho” é o Controle de
Multidões, devendo realizar supletivamente o policiamento ostensivo montado. A
própria atividade de policiamento ostensivo montado colabora para a preparação diária
da tropa hipo;
12.2. na saída do policiamento devem ser realizadas pequenas simulações de
adversidades com utilização de objetos que possam ser encontrados nas ruas.

13. Preparação semanal em instrução de Controle de Multidões: uma vez por


semana haverá instrução de Controle de Multidão com um pelotão hipo.

14. Treinamento da Célula de Apoio:


14.1. a Célula de Apoio, formada pela Equipe de Viatura do Oficial, deverá treinar a
utilização de equipamentos de emprego não letal e participar da instrução de seu
pelotão hipo no desenvolvimento de suas atividades; será composta de 01 (um)
Escudeiro, 01 (um) Atirador (Ten PM ou Sgt PM), 01 (um) Lançador e 01 (um)
Motorista;

Figura 197: Ilustração da Célula de Apoio em deslocamento a pé

143
Figura 198: Composição da Célula de Apoio

14.2. treinamento com equipamento de emprego não letal: para o adequado uso de
Equipamento de Emprego Não Letal todo o policial que atua nos eventos de grande
concentração de público deverá ser habilitado para seu uso, bem como realizar
treinamentos juntamente com seu pelotão hipo.

Seção V -

Das Táticas de Emprego

1. Emprego em Controle de Multidões:


1.1. análise da situação: o Cmt da operação de policiamento montado em Controle de
Multidões deverá realizar um prévio planejamento da operação, com apoio de seu
Oficial P/2 e do Cmt do policiamento local, estabelecendo um Posto de Comando no
qual será centralizada toda informação necessária para a execução da missão; o
planejamento deve atentar para os quesitos técnicos de emprego previstos neste
manual e às seguintes informações quanto ao público:
1.1.1. quantidade provável de pessoas a serem controladas;
1.1.2. objetivo de seus integrantes, ou seja, se pretendem se deslocar para um ponto a
ser defendido; se desejam interromper uma rua central ou se deslocar em passeata
proibida; ou, ainda, se pretendem o saque a casas comerciais ou depredações
diversas;
1.1.3. identificação de líderes conhecidos;
1.1.4. qual a motivação da manifestação: ecológica, política, ideológica etc.;
1.1.5. se estão munidos de armas ou de outros objetos, como fios de aço ou nylon,
pregos retorcidos e aglutinados etc.;
144
1.1.6. grau de animosidade ou agressividade da massa.
1.2. demonstração de força: com o intuito de atender o critério de evitar o confronto e
analisando a viabilidade e oportunidade, o comandante da tropa hipo poderá realizar
deslocamentos táticos objetivando o reconhecimento do local, a adaptação do animal
ao terreno e criando o impacto psicológico da demonstração de força para dissuadir os
manifestantes;
1.3. mobilização de esquadras: em determinados momentos, quando houver pequenos
grupos de pessoas dispersas em terreno que não permita o deslocamento em linha, do
grupo ou pelotão, poderá o Cmt da tropa hipo determinar a divisão do pelotão em
esquadra que atuará no controle desses grupos visando o restabelecimento da ordem;
1.4. mobilização de grupo: havendo possibilidade de deslocamento da tropa hipo em
Grupo, face às condições do terreno ou ocorrência de pequenas multidões, em que o
número de pessoas e as características ensejam tal mobilização tática, o Cmt da tropa
hipo poderá determinar o seu emprego, com formação sob o comando de Sgt PM.
Nessa situação, o comandante da tropa hipo poderá oferecer suporte, compondo a
Célula de Apoio;
1.5. mobilização de pelotão: o pelotão hipo atuará no Controle de Multidões, onde o
número de pessoas e as características deste público ensejam tal mobilização tática.
As formações do pelotão hipo serão determinadas pelo tenente, que montado
comandará a ação, apoiado pela Célula de Apoio, sob o comando de um Sgt PM;
1.6. mobilização de esquadrão: o Esquadrão atuará caso as características do
terreno permitam e dependendo do número de manifestantes e das características da
multidão. No comando do Esquadrão estará um Cap PM, sendo sua composição
mínima dois pelotões, comandados por 02 (dois) Ten PM e apoiados por 03 (três) vtr,
compondo as Células de Apoio, sob o comando de Sgt PM;
1.7. mobilização de Regimento: em situações de grande gravidade, poderá o
Comandante do Regimento de Policia Montada “9 de Julho” determinar a mobilização
do Regimento, com a atuação mínima dos dois Esquadrões Operacionais, devidamente
comandados pelo Coordenador Operacional da Unidade;
1.8. emprego integrado com outras Unidades de Choque: em algumas ações de
Controle de Multidão atuarão as unidades de Choque conjuntamente, visando-se
utilizar todo o potencial disponível para o controle de multidão, com o mínimo de
confronto; na atuação integrada, a tropa hipo deve ser utilizada com uma formação

145
compatível com a da tropa a pé que estiver a sua frente, tanto no deslocamento quanto
na ação; o comando da tropa hipo será realizado sempre por Oficial do RPMon;
1.9. emprego integrado com outras Unidades Territoriais: na atuação com as
Unidades Territoriais, a tropa hipo deve ser utilizada como apoio. Em caso de quebra
da ordem e havendo a necessidade do emprego da tropa hipo, esta deverá obedecer
os critérios de uso da força;
1.10. uso gradativo da força: a tropa hipo, em ações de controle de multidão, deve
ser utilizada em complemento à tropa que estiver apoiando, buscando atender ao
critério de moderação dos meios;
1.11. uso de equipamento de emprego não letal: a Célula de Apoio poderá utilizar-se
de equipamentos de emprego não letal durante a dissuasão da multidão, visando,
especificamente, a proteção da tropa hipo contra injustas agressões;
1.12. emprego em contenção: a tropa hipo, em atividade de Controle de Multidões,
não pode ser utilizada para realizar contenção de pessoas, pois tal atuação reduz o
impacto ostensivo e psicológico de sua atuação, podendo gerar conflitos e lesões.

CAPÍTULO VII -

DO CONTROLE DE MULTIDÕES COM O APOIO DE CÃES

Seção I -

Das Disposições Gerais

1. Finalidade: integrar e disciplinar a atuação de cães nas ações de controle de


multidão dado seu natural poder de intimidação.
1.1. assim como os cavalos, os cães atuam psicologicamente nas pessoas,
despertando o temor;
1.2. a tropa com cães pode atuar isoladamente em situações de Controle de Multidões,
dependendo da situação e desde que disponha de proteção individual suficiente e
necessária para esse tipo de emprego, e em apoio a um Pel PChq ou Cia PChq
convencionais;
1.3. ao Pel de Canil em ação de choque, respeitadas as particularidades inerentes ao
emprego do cão em ações de controle de multidões, estabelecimentos prisionais,
eventos e praças desportivas que serão descritas neste capítulo, aplicam-se os
mesmos conceitos e doutrina previstos à ação da tropa de choque.

146
2. Do emprego no Controle de Multidões e em estabelecimentos prisionais:
2.1. composição de um Pel PChq com cães:
2.1.1. um Pel com cães padrão para emprego em ações de Controle de Multidões,
revista e rebeliões em estabelecimentos prisionais, deve ser composto por 01 (um)
Oficial Cmt Pel, 03 (três) Sgt PM, sendo 01 (um) Auxiliar do Cmt Pel e 02 (dois) Cmt de
grupo, de 03 (três) a 12 (doze) Cb PM e Sd PM, 01 (um) motorista, de 03 (três) a 12
(doze) cães, 01 (um) segurança e 01 (um) Homem-extintor;
2.1.2. considerando o emprego e o número de cães, consequentemente, o número de
Cb PM e Sd PM será diferente, em se tratando de situações de Controle de Multidões
com o Canil;
2.1.3. ao atuar em apoio ao Pel PChq, o pelotão de Canil padrão poderá ter de 03 (três)
a 11 (onze) Cb PM e Sd PM e de 03 (três) a 11 (onze) cães;
2.1.4. considerando o emprego em situações de Controle de Multidões com o Canil
atuando isoladamente, o pelotão de Canil poderá ter de 07 (sete) a 11 (onze) Cb PM e
Sd PM e de 07 (sete) a 11 (onze) cães;
2.1.5. a considerar o emprego em revista e rebeliões em estabelecimentos prisionais o
número poderá ser de 06 (seis) a 12 (doze) Cb PM e Sd PM e de 06 (seis) a 12 (doze)
cães, dependendo do tipo de operação (revista ou rebelião), bem como do tamanho e
do número de internos do estabelecimento prisional;
2.1.6. o Pel PChq com cães é organizado de forma que cada homem possua uma
função definida dentro do Pel, a fim de ter flexibilidade tal que lhe permita adaptar-se às
mais diversas situações;
2.1.7. no Pel PChq com cães, exceção feita ao Cmt e aos Sgt PM, cada homem possui
um número de ordem que facilita a adoção das formações e o controle do Pel;
2.2. funções:
2.2.1. Cmt Pel (1º ou 2º Ten PM): tem a função de comandar efetivamente o Pel de
canil nas atuações de controle de multidões, sendo o responsável pelas ações durante
o emprego operacional;
2.2.2. Sgt Auxiliar do Cmt Pel: é o auxiliar direto do Comandante de pelotão no
comando e controle dos homens, durante a ação de controle de multidões;
2.2.3. Sgt Cmt de Grupo: é o responsável pela correção e orientação da fração sob
seu comando, evitando que ocorra o isolamento do homem durante a ação; caberá

147
também aos Sgt PM comandantes de grupo o uso de munição de impacto controlado e
de granadas;
2.2.4. condutores: são os responsáveis pela condução e emprego efetivo do cão na
ação de controle de multidões, conforme determinação do comandante do pelotão;
2.2.5. motorista: é o encarregado da condução, segurança e da manutenção de
primeiro escalão da viatura empregada no transporte do pelotão de canil;
2.2.6. segurança: é o encarregado da segurança do pelotão embarcado, em
deslocamento ou não, e durante o emprego propriamente dito.
2.3. numeração:
2.3.1. o número de ordem adotado para os homens do Pel de canil visa a facilitar a
execução das formações e o controle das frações de tropa;
2.3.2. a utilização de um condutor-base (nº 01) facilita os deslocamentos e o
posicionamento dos demais membros do pelotão e sua coordenação por parte do Cmt
e dos Sgt que o auxiliam.

3. Equipamento e fardamento:
3.1. fardamento:
3.1.1. o fardamento a ser utilizado pelo efetivo com cães será o mesmo utilizado pela
tropa de controle de multidões, haja vista estar atuando em apoio.
3.2. equipamento da tropa:
3.2.1. material bélico e Equipamentos de Proteção Individual (EPI): o Pel PChq com
cães deverá ser dotado de material bélico e de EPI que lhe permitam o bom
desempenho das variadas missões que lhe forem atribuídas. Estes materiais são assim
distribuídos:
3.2.1.1. Cmt de Pel: capacete antitumulto, colete balístico, caneleira ou perneira
antitumulto, cassetete de borracha, armamento de porte individual;
3.2.1.2. Aux Cmt Pel: capacete antitumulto, colete balístico, caneleira ou perneira
antitumulto, cassetete de borracha, armamento de porte individual;
3.2.1.3. Cmt de Grupo: capacete antitumulto, colete balístico, caneleira ou perneira
antitumulto, cassetete de borracha, armamento de porte individual, bolsas próprias para
acondicionamento, transporte e emprego de munições de impacto controlado e/ou
granadas, bem como o armamento necessário a sua utilização, como, por exemplo,
espingarda cal. 12, armamento para lançamento de granadas etc.;

148
3.2.1.4. condutores: capacete antitumulto, colete balístico e caneleira ou perneira
antitumulto;
3.2.1.5. motorista: capacete antitumulto, colete balístico, caneleira ou perneira
antitumulto, cassetete de borracha, armamento de porte individual e espingarda cal 12;
3.2.1.6. segurança: capacete antitumulto, colete balístico, caneleira ou perneira
antitumulto, cassetete de borracha, armamento de porte individual, submetralhadora;
3.3. equipamento para os cães: o equipamento necessário à condução e emprego do
cão em ações de controle de multidões consiste em colar de elos, colar tático, guia de
1,5 metros, colete de identificação para o cão e focinheira de contenção e/ou de
combate, dependendo da ação ou formação em que a tropa de canil será empregada.

Figura 199: Equipamentos para cães

Figura 200: Focinheira de contenção


.

149
Figura 201: Cão com focinheira de contenção

Figura 202: Focinheira de combate

Figura 203: Ilustração de policial militar e cão equipados

150
4. Do Transporte da Tropa:
4.1. preferencialmente, a tropa deverá ser transportada em veículo único, devidamente
adaptado a oferecer conforto aos cães e aos policiais militares;
4.2. embarque e desembarque:
4.2.1. o embarque e desembarque de vtr com cães deve ser realizado segundo
procedimentos que associem rapidez e segurança;
4.2.2. o procedimento de embarque e desembarque nas vtr dependerá do tipo de
veículo utilizado para o transporte da tropa e poderá estar sujeito a algumas
adaptações, frente à necessidade, porém, via de regra, para o embarque, o Pel entra
em forma em coluna por dois, em seguida desloca-se para junto da vtr onde fará frente
para a retaguarda e procederá ao embarque; os Cmt de grupo, o segurança e os
condutores 01 e 02 deverão permanecer à frente, próximos da porta para que no
desembarque sejam os primeiros a saírem, servindo de base aos demais.
4.3. embarque:
4.3.1. ao comando de “Preparar para embarcar!” (também sinalizado pelo levantar de
um braço), as duas colunas farão frente para a retaguarda e aguardarão ordem para
embarque;
4.3.2. os animais serão preparados com o travamento de seus colares e à testa do Pel
permanecerão os policiais militares que realizarão o apoio ao embarque, no caso da vtr
ser do tipo caminhão;
4.3.3 esses dois policiais militares serão os responsáveis pelo içamento do cão e pela
distribuição dos animais no interior da viatura; logo ao comando de preparar para o
embarque, os dois policiais militares, agora da testa do pelotão, embarcarão seus cães
e os prenderão um na extremidade do banco à direita e o outro na extremidade do
banco à esquerda;
4.3.4. fixados os dois primeiros cães, um dos militares ficará embaixo para passar os
cães (apoio de solo) e o outro ficará em cima da viatura (apoio de viatura), ancorado
para efeito de segurança, responsabilizando-se por içar os cães;
4.3.5. uma rampa de embarque poderá ser adaptada ao caminhão, de modo a facilitar
e possibilitar o embarque simultâneo do homem e do cão; nesse caso, esta deverá ser
colocada na posição pelos dois Cmt de grupo;

151
4.3.6. ao comando de “Embarcar!“ (também sinalizado pelos dois braços levantados
verticalmente), brada-se “CHOQUE!” e rompe-se marcha; cada homem deverá
embarcar primeiramente o seu animal, com o auxílio dos policiais militares de apoio de
solo e de viatura, e em seguida embarcar, alternando-se as colunas, para se facilitar a
distribuição homogênea nos bancos e para que se evitem brigas entre os animais;
4.3.7. o homem deverá tomar posição que permita que o seu cão sente-se entre suas
pernas, de frente para ele, possibilitando uma total vigilância lateral (considerando o
transporte por meio de caminhão ou micro-ônibus não adaptado); após o fechamento
da tampa, quando estiver pronto, o policial militar levantará o braço, sinalizando desta
forma, ao comandante da fração, a situação;
4.3.8. apoio de solo: ao receber a guia, empunhará o suporte do mosquetão para
conduzir o cão, passando a alça da guia para o Apoio de viatura; isso feito, comandará
“Sobe!” ao cão, fazendo com que este procure apoio com os anteriores na tampa da
viatura; quando o Apoio de viatura começar a içar o animal, deve-se ajudar o cão,
sustentando-o pelos posteriores e/ou abdômen e realizando o seu embarque;
4.3.9. apoio de viatura: é o militar responsável pelo içamento do cão; ao receber a alça
da guia, deverá tracioná-la, buscando com a outra mão empunhar o suporte do
mosquetão. Uma vez embarcado o cão, passa-o ao seu condutor;
4.3.10. o policial militar responsável pelo Apoio de viatura só autorizará o embarque do
próximo cão quando o anterior já estiver sob controle e devidamente posicionado no
interior da viatura, com seu respectivo condutor; após o embarque de todos os cães,
auxiliará o embarque do Apoio de solo;
4.3.11. caso haja a rampa de embarque, adaptada ao caminhão, esta deverá ser
posicionada no local devido pelos comandantes de grupo e as figuras dos apoios de
solo e de viatura não serão necessárias, uma vez que o embarque se dará de forma
ininterrupta, alternada entre as colunas e simultânea entre cão e seu condutor;
4.3.12. após todos os cães terem embarcado e os condutores terem dado o pronto
(levantando o braço direito e dizendo “Pronto!”), a rampa será recolhida e a tampa da
viatura fechada;
4.3.13. embarcarão por último os Cmt de Grupo e o segurança que irão junto com a
tropa na parte de trás da viatura (considerando o transporte em caminhão), próximo à
tampa, para facilitar o desembarque; O Cmt Pel embarcará na cabine do caminhão;

152
4.4. desembarque:
4.4.1. ao comando de “Preparar para desembarcar!” os condutores permanecerão com
seus cães sentados; desembarcarão nesse momento os comandantes de grupo e o
segurança; os primeiros farão a abertura da tampa traseira ou, se for o caso, também a
colocação da rampa de embarque/desembarque; o segundo fará a segurança da tropa;
4.4.2. os policiais militares incumbidos dos apoios de solo e de viatura posicionar-se-
ão, para auxiliarem também o desembarque;
4.4.3. ao comando de “Desembarcar!” inicia-se o desembarque do binômio
homem/cão, de forma alternada, sendo que, primeiramente, desembarca o homem e,
em seguida, o cão, que é passado pelos apoios de solo e viatura;
4.4.4. todos entram em forma ao lado direito da viatura, em coluna por dois, ou em
outro local e formação designados pelo comandante de pelotão;
4.5. viatura tipo ônibus ou micro-ônibus: ao comando de preparar para embarcar, o
procedimento é idêntico ao comando de embarcar: avançará inicialmente a coluna da
direita, ocupando os bancos da direita e atentando para que o condutor 01 fique
próximo da porta para o desembarque;
4.5.1. a coluna da esquerda ocupará os bancos da esquerda, também observando os
mesmos procedimentos já citados com relação ao posicionamento dos condutores e
dos cães (nesse caso o condutor 02 deverá ficar mais próximo da porta);
4.5.2. o ideal para a tropa de canil é o transporte em veículo próprio e devidamente
adaptado, de modo a proporcionar conforto físico e térmico ao cão e,
consequentemente, um maior rendimento do semovente, quanto ao emprego e
operacionalidade;
4.5.3. preferencialmente, os cães devem ser transportados em veículo adaptado que
disponha de gaiolas individuais ou caixas de transporte, acondicionadas em uma parte
da viatura, equipada pelo menos com climatizador, de modo a proporcionar conforto
térmico e ventilação aos animais e a prevenir a ocorrência de transtornos como
náuseas, vômitos ou hipertermia.
4.5.4. independentemente do tipo de viatura, os procedimentos de embarque e
desembarque poderão sofrer adaptações, mas deverão respeitar os requisitos básicos
mencionados acima.

153
Seção II -

Das Formações

1. Formações básicas do Pel PChq com cães:


1.1. de acordo com a necessidade e levando-se em consideração o terreno, o formato
da massa, seu tamanho e a direção que se deve dar a ela, o Pel de canil deve assumir
as seguintes formações:
1.1.1. Coluna por Dois: é a posição básica de onde normalmente partem as demais
formações; também é utilizada para deslocamentos, embarque, desembarque e para
enumeração do Pel e conferência do efetivo; o Pel PChq com cães obedecerá uma
distância e intervalos entre os homens de aproximadamente 02 (dois) metros; o
intervalo de 02 (dois) metros entre os homens também será obedecido nas demais
formações do Pel P Chq com cães, quando executadas em demonstração de força.
Quando o Pel P Chq for preparado para ação repressiva (carga), esse intervalo será
elevado para 03 (três) metros; nas mudanças de uma formação para outra, em que
houver a necessidade do recuo do pelotão, o policial o fará com a atenção voltada para
a zona de perigo, ocupando o seu lugar na formação designada;
1.1.1.1. para que cada homem saiba exatamente sua posição dentro do Pel PChq com
cães, deve-se, na formação em coluna por dois, comandar “Pelotão Enumerar!”, sendo
que, partindo da posição de descansar, o homem adota a posição de sentido, levanta o
braço direito com o punho cerrado, mantendo a empunhadura da guia e pronuncia em
voz alta a sua função e número (exemplo: “Condutor 01!”, “Motorista 12!”, “Segurança
13!”).

Figura 204: Formação Pel em coluna Por Dois com cães

154
Figura 205: Representação gráfica do Pel em formação Coluna Por Dois com Cães

1.1.2. Em Linha: partindo da formação em coluna por dois, mediante o comando, os


dois grupos abrem-se rapidamente, tomando a formação indicada; o Cmt Pel
posiciona-se atrás e à direita do homem base (nº 01), tendo assim uma maior visão e
ação de Comando; o Sgt PM Auxiliar permanecerá um passo atrás e à direita do Cmt
Pel; o Sgt PM Cmt do 1º Grupo se posicionará entre os números 05 e 07, à esquerda e
o Sgt PM Cmt do 2º Grupo entre os números 04 e 06, à direita;

Figura 206: Representação gráfica do Pel em formação em Linha com Cães

155
Figura 207: Formação Pel em Linha com Cães

1.1.3. Em Cunha: partindo da formação em coluna por dois, o homem-base (condutor


01) dará um passo à frente com o cão, ao mesmo tempo em que os dois grupos
formam a cunha;

Figura 208: Representação gráfica do Pel em Cunha com Cães

Figura 209: Formação Pel em Cunha com Cães

156
1.1.4. Escalão à Esquerda: o homem-base permanece, enquanto o grupo da direita
avança à frente, formando uma diagonal com o grupo da esquerda;

Figura 210: Representação gráfica do Pel em Escalão à Esquerda com Cães

Figura 211: Formação Pel em Escalão à Esquerda com Cães

1.1.5. Escalão à Direita: essa formação visa direcionar a massa para a direita; o
homem-base permanece parado, enquanto o grupo da esquerda avança à frente,
formando uma diagonal com o grupo da direita;

Figura 212: Representação gráfica do Pel em Escalão à Direita com Cães

157
Figura 213: Formação Pel em Escalão à Direita com Cães

2. Formações de apoio:
2.1. como já explanado, o Pel PChq com cães atua basicamente em apoio ao Pel PChq
quando do seu emprego em ações de controle multidões; a seguir serão apresentadas
as possíveis formações de apoio a serem adotadas em tais situações, de acordo com a
necessidade, levando-se em consideração o efetivo disponível, o terreno, o formato da
massa, seu tamanho e a direção que se deve dar a ela; é importante ressaltar que o
cão tem por função precípua servir de ferramenta policial de auxílio nas mais diversas
atividades de polícia. Especificamente no emprego em ações de Controle de Multidões,
o cão nos serve de ferramenta para repelir, dispersar, dissuadir, apreender, imobilizar,
intimidar, conter, realizar a segurança etc, dessa forma, dependendo da necessidade,
do terreno ou da situação específica, o Cmt da operação poderá fazer uso dessa
ferramenta em apoio, desde que tenha um mínimo de três cães, o que permitirá maior
mobilidade e agilidade da tropa, a qual o Canil estará apoiando. Nos próximos
diagramas considerar-se-á a seguinte simbologia:

Figura 214: Simbologia para representação do Pel de Canil e do Pel PChq

2.1.1. Apoio Central: realizado à retaguarda do pelotão principal, em coluna por dois,
tem a finalidade de facilitar o deslocamento e permitir a rápida mudança para outras
formações, além de representar reserva do Comandante de Cia, em condições de
pronto emprego como apoio;

158
Figura 215: Representação gráfica do Pel em Apoio Central

2.1.2. Apoio Complementar: é realizado na mesma formação do Pel principal; o Pel


de apoio divide-se em dois, entrando cada grupo ao lado do último homem de cada
grupo do pelotão principal; tem como finalidade complementar a formação,
aumentando o seu tamanho;

Figura 216: Representação gráfica do Pel em Apoio Complementar.

2.1.3. Apoio Cerrado: também realizado na mesma formação do pelotão principal,


ocupando, o pelotão de apoio, os intervalos do pelotão principal; tem como finalidade
reforçar a robustez do pelotão principal, impedindo a penetração de indivíduos
turbadores pela frente do pelotão;
2.1.3.1. em razão do estado de excitação dos animais, os cães devem,
preferencialmente, utilizar focinheira de contenção quando da adoção desta formação,
ou mesmo focinheira de combate, dependendo da intenção de emprego dos cães;

159
2.1.3.2. no Apoio Cerrado é possível variar o número de cães em apoio ao Pel PChq.
Será possível ainda atuar com 03 (três) cães, sendo que o cão de número três, embora
representado na figura, ficaria na reserva diante de uma eventual necessidade, quer
seja para substituir outro cão, quer seja para reforçar o Pel, podendo permanecer
próximo, em alguma viatura;
2.1.3.3. é importante mencionar que o número de cães não é rígido, podendo,
conforme a necessidade e determinação do Cmt da operação, variar de 03 (três) a 11
(onze) animais;
2.1.3.4. nessa formação de apoio os cães podem ser empregados como ferramenta de
intimidação, para repelir/dispersar, dissuasão, além de imobilização e detenção de
eventual agressor que se aproxime da formação para realizar ataque que coloque em
risco a segurança e a integridade física da tropa, para tanto, esse emprego poderá ser
realizado com ou sem focinheira, dependendo da situação e determinação do Cmt.

Figura 217: Representação gráfica do Pel em Apoio Cerrado

2.1.4. Apoio Lateral: independente da formação do pelotão a ser apoiado, o pelotão de


apoio subdivide-se em dois, entrando cada grupo atrás do último homem do pelotão
principal; tem como finalidade impedir a penetração de indivíduos pela lateral do
pelotão principal.

160
Figura 218: Representação gráfica do Pel em Apoio Lateral

3. Posição básica de emprego do homem/cão em ações de controle de multidões:


3.1. a guia nas operações de controle de multidões deverá ser utilizada na posição
número três, com a mão direita por dentro da alça da guia, segurando o suporte da alça
da guia em pronação e a mão esquerda segurando em supinação o suporte do
mosquetão, exceto durante a carga;
3.2. o cão permanece na posição de “stay” ou então sentado ao lado esquerdo do
condutor;
3.3. o condutor deverá estar posicionado com o corpo ereto, levemente flexionado à
frente, com afastamento lateral dos pés, sendo um dos pés à frente (esquerdo) e o
outro à retaguarda, de modo que se tenha boa base e que lhe propicie equilíbrio
durante a ação;
3.4. nas mudanças de posição e de formação, para dar maior operabilidade ao condutor,
o cão, nos deslocamentos, deverá ser conduzido através da alça do colar tático.

Figura 219:Posição básica do emprego do homem/cão em ações de controle de multidões.


161
Seção III -

Do Comando

1. Comando:
1.1. os comandos na operação de controle de multidões devem ser dados com clareza
e objetividade, principalmente em razão da dificuldade que é fazer-se entender, em
meio a uma operação, onde, além de todos os obstáculos já conhecidos, tem-se ainda
o alto grau de excitação dos cães, que latem a todo o momento, requerendo a atenção
redobrada de seus adestradores;
1.2. os comandos para as formações e apoios poderão ser dados por voz e gesto e
obedecem aos mesmos preceitos de execução dos empregados para o pelotão de
polícia de choque convencional.

2. Carga do Pel PChq com cães:


2.1. ao comando de “Preparar para Carga!”, partindo da posição básica para
atuação em controle de multidões, os homens adotam a posição com os pés paralelos
lateralmente, mão direita introduzida pela alça da guia, segurando o suporte da alça em
pronação e a mão esquerda com punho cerrado, em supinação, segurando a alça do
colar tático; com a mão direita, abaixam a viseira do capacete e deslocam-se, de modo
que os condutores de números pares dão um passo lateral à direita e os ímpares um
passo lateral à esquerda, apoiando o joelho esquerdo na altura do pescoço do cão;
todos passam a ficar com intervalos de 03 (três) metros aproximadamente; após o
deslocamento, o homem toma uma posição confortável, colocando o seu pé esquerdo
à retaguarda, tendo o cão a sua esquerda, em posição de alerta, e brada “CHOQUE!”;
2.2. ao comando de “Carga!”, libera a mão esquerda e segura a guia firmemente com
a mão direita, impulsionando o cão à frente, em direção aos turbadores/oponentes, e
comandando “RAF”, ao mesmo tempo em que rompe o passo com o pé esquerdo;

Figura 220: Ilustração do Pel com cães ao comando de Carga

162
2.3. o pelotão deslocar-se-á em carga, mantendo a formação e o alinhamento com
base no condutor 01, sendo que a velocidade e a distância serão determinadas pelo
Cmt Pel através do homem-base; ao término da carga, o Pel adotará a formação
determinada pelo Cmt Pel;
2.4. para efetuar a carga com cães, partindo das formações de apoio, o Pel de Canil
deverá primeiro se deslocar de modo a assumir a frente do dispositivo para, então,
adotar o procedimento descrito acima para a carga, assim sendo, dependendo da
formação de apoio, o Pel de Canil juntamente com o Pel PChq executarão manobra
específica para que tal deslocamento seja feito com o máximo de velocidade e
segurança para a tropa;
2.4.1. estando o Pel de Canil em Apoio Central ao Pel PChq, conforme determinação
do Cmt do dispositivo, os escudeiros 01 e 02 farão ambos frente para o interior, ou
seja, os escudos ficarão voltados para o interior, formando um corredor de proteção por
onde passará em coluna por dois, o Pel de Canil; após os condutores passarem à
frente do Pel PChq, os condutores devem assumir suas posições, formando uma linha
à frente do Pel PChq, conforme seus respectivos números de ordem; assim que o
último cão passar pelos escudeiros 01 e 02 o Pel PChq retomará sua formação inicial;

Figura 221: Ilustração do Pel de Canil em Apoio Central

2.4.2. estando o Pel de Canil em Apoio Lateral ao Pel PChq, para que o Pel assuma a
frente do Pel PChq para efetuar a carga, conforme determinação do Cmt do dispositivo,
basta que os grupos, que estão dispostos nas laterais do Pel PChq, desloquem-se
pelas laterais, assumindo a frente do dispositivo, mantendo a formação conforme a
posição de cada condutor, determinada pelo seu respectivo número de ordem; o
mesmo pode ser aplicado estando o Pel de Canil em Apoio Complementar;
163
Figura 222: Ilustração do Pel de Canil em Apoio Lateral

2.4.3. estando o Pel de Canil em Apoio Cerrado ao Pel PChq, para que o Pel assuma a
frente do Pel PChq para efetuar a carga, conforme determinação do Cmt do dispositivo,
os escudeiros em dupla, conforme padronização prévia, adotarão posição de modo a
ficarem de costas uns para os outros, com os escudos voltados lateralmente, criando
uma espécie de corredor de proteção, tornando essa manobra mais segura aos
escudeiros; tão logo os cães passem pelos escudeiros, estes retomam as suas
posições e formação inicial.

Figura 223: Ilustração do Pel de Canil em Apoio Cerrado

Seção IV -

Do Emprego

1. Revistas e Rebeliões em Estabelecimentos Prisionais:


1.1. o Pel PChq com cães pode ainda atuar em rebeliões e revistas em
estabelecimentos prisionais;

164
1.2. nesses casos, obedecerá a planos e ordens específicos, sendo certo que o
emprego será sempre realizado no sentido de oferecer segurança à tropa, através do
seu efeito psicológico de intimidação, tal como na permanência na vigilância dos
presos ou então auxílio no transporte destes, das celas aos pátios;
1.3. o Pel PChq com cães pode ainda atuar em rebeliões como ferramenta tática a ser
utilizada pela equipe, atentando para os critérios de uso da força, quando da contenção
e imobilização de agressor que atente contra a segurança da tropa, podendo inclusive
fazer uso do cão para esse fim, dependendo da situação, com focinheira de combate;
1.4. o cão pode também ser empregado na extração de preso do interior da cela,
através do uso de guia longa, resguardando a integridade física dos policiais e
evitando-se o uso desnecessário de arma de fogo etc.

Figura 224: Ilustração do uso de cães em estabelecimentos prisionais

Figura 225: Ilustração do posicionamento de cão atrás da equipe

165
Figura 226: Ilustração do 3º homem com cão em estabelecimentos prisionais

Figura 227: Entrada com cão em estabelecimentos prisionais

2. Do emprego de Pel com cães nas operações de policiamento em eventos:


2.1. composição do Pel:
2.1.1. um Pel com cães padrão, para emprego nas operações de policiamento em
eventos, deve ser composto por 17 (dezessete) policiais militares, sendo 01 (um)
Oficial Cmt Pel, 01 (um) Sgt Auxiliar do Cmt Pel, 02 (dois) Cb/Sd auxiliares/segurança
do Cmt Pel e do Sgt Auxiliar, 12 (doze) Cb/Sd condutores de cães, 01 (um) motorista e
12 (doze) cães;

166
2.2. funções:
2.2.1. Cmt Pel (1º ou 2º Ten PM): tem a função de comandar efetivamente o Pel de
canil nas ações, sendo o responsável quanto ao seu emprego operacional;
2.2.2. Sgt PM Auxiliar Cmt Pel: é o auxiliar direto do Cmt Pel no comando e controle
dos homens, durante a ação;
2.2.3. condutores: são os responsáveis pela condução e emprego efetivo do cão,
conforme determinação do comandante de pelotão;
2.2.4. motorista: é o encarregado da condução, segurança e manutenção de primeiro
escalão da viatura empregada no transporte do pelotão de canil;
2.2.5. auxiliar/segurança: é o encarregado da segurança do Pel embarcado, em
deslocamento ou não e durante o emprego propriamente dito, uma vez que a tropa
atua desarmada. Acompanha o Cmt Pel e o Sgt Auxiliar do Cmt Pel, auxiliando-os;
2.3. equipamento e fardamento:
2.3.1. fardamento: o fardamento a ser utilizado pela tropa seguirá o mesmo do
utilizado pela tropa que atuará em apoio;
2.3.2. equipamento da tropa:
2.3.2.1. material bélico e Equipamentos de Proteção individual: o pelotão com cães
deverá ser dotado de material bélico e de equipamentos de proteção individual que
lhes permitam o bom desempenho das variadas missões que lhes forem atribuídas.
Esses materiais são assim distribuídos:
2.3.2.1.1. Cmt Pel: capacete de eventos (branco), cassetete de borracha, armamento
de porte individual;
2.3.2.1.2. Aux Cmt Pel: capacete de eventos (branco), cassetete de borracha,
armamento de porte individual;
2.3.2.1.3. condutores: capacete de eventos (branco);
2.3.2.1.4. motorista: capacete de eventos (branco), cassetete de borracha, armamento
de porte individual e espingarda cal. 12;
2.3.2.1.5. auxiliar/segurança: capacete de eventos (branco), cassetete de borracha,
armamento de porte individual.
2.3.3. equipamento para os cães: o equipamento necessário à condução e ao
emprego do cão em operações de policiamento em eventos consiste em colar de elos,
colar tático, guia de 1,5 metros, colete de identificação para o cão e focinheira de
contenção, a ser utilizada, por exemplo, caso haja necessidade de passar por entre o
público nos deslocamentos necessários;

167
2.4. do transporte da tropa: quanto ao transporte da tropa para emprego em
operações de policiamento em eventos, aplica-se o mesmo já descrito, quando do
emprego em ações de controle de multidão e estabelecimentos prisionais, mencionado
no item 4 (quatro) e respectivos subitens, da Seção I deste Capítulo;
2.5. do emprego propriamente dito:
2.5.1. o emprego do pelotão com cães em operações de policiamento em eventos
ocorre no apoio à segurança interna, nas varreduras de setores (quando solicitado) e
na verificação de materiais de torcidas, através de cães de faro. Na segurança interna
em estádios de futebol, geralmente os cães são utilizados no isolamento da área de
competição (campo), visando prevenir invasões por parte dos torcedores;
2.5.2. considerando a segurança interna nos estádios de futebol, o efetivo deverá ser
empregado no entorno do campo, podendo ser distribuído ao longo do perímetro,
uniformemente, em distâncias equivalentes, de modo a ocupar todo o terreno, em
posições fixas, ou em patrulhas de dois policiais e dois cães, com liberdade de
locomoção nos setores previamente determinados, segundo a divisão em quadrantes,
do perímetro do campo;

Figura 228: Posição do Policial com o cão em emprego em policiamento em eventos


(estádio de futebol)

168
Figura 229: Pelotão com cães em policiamento em eventos (estádio de futebol)

Figura 230: Posição da patrulha com o cão em policiamento em eventos (estádio de futebol)

Figura 231: Ilustração do policiamento em estádio de futebol

169
2.6. do procedimento de emprego de Pel de Canil em ações de controle de
multidões nas operações de policiamento em eventos:
2.6.1. nas operações de policiamento em eventos, o Pel de Canil tem sua atuação
normalmente vinculada ao interior do estádio, mais especificamente no gramado com o
objetivo de se evitarem invasões; quando da ocorrência de invasões, caso tenha que
se atuar de modo a reprimir e fazer retroceder os eventuais causadores do tumulto, a
ação do Pel basicamente seguirá as mesmas diretrizes e formações quando do seu
emprego em controle de multidões, junto com o Pel PChq, excetuando-se o uso de
granadas e de impacto controlado, as quais não são portadas nem empregadas pelo
Pel de Canil, nesse tipo de missão;
2.6.2. caso o Pel venha a ser deslocado para apoiar o Pel PChq na área externa ao
estádio, seu emprego e atuação seguirão os mesmos procedimentos descritos nos
itens anteriores, referente ao emprego do Pel de Canil em ação de controle de
multidões;
2.6.3. o cão deverá ser empregado com guia de 1,5 metros, atrelada através do
mosquetão ao colar de elos, preferencialmente travado; deverá também estar usando
colar tático, para melhor maleabilidade, quando da necessidade do seu emprego;
poderá ser usado o colar destravado, quando for necessário ter maior controle do cão;
2.6.4. os policiais deverão se manter voltados para a torcida com o cão na posição de
“Sit” ou “Stay”, caso o efetivo tenha sido distribuído ao longo do perímetro; porém, se o
efetivo tiver sido distribuído ao longo do perímetro em patrulhas de dois policiais e dois
cães, poderá ser adotado o posicionamento em que um policial permanece com a
atenção voltada aos torcedores e o outro com atenção ao interior, atento à segurança
da equipe e das pessoas que transitam no interior do campo, como por exemplo, o
pessoal da imprensa;
2.6.5. não se deve permitir que o cão se deite;
2.6.6. nunca se deve soltar o cão, mesmo que ocorra uma invasão;
2.6.7. não se deve segurar o cão pelo mosquetão da guia;
2.6.8. em caso de tentativa de invasão do campo, as patrulhas devem se deslocar de
modo a apoiar a patrulha mais próxima do local da tentativa de invasão, reforçando sua
segurança, no intuito de contê-la, sem, no entanto, descuidar da segurança das demais
áreas do campo que possam se tornar pontos de invasão. Se não for possível conter o
público ou se a tentativa de invasão ocorrer por pontos diversos, deverão se reunir no

170
centro do gramado, ou outro local designado previamente, para que, em conjunto com
o restante da tropa, faça-se a varredura e a desocupação do gramado. Para a retirada
dos invasores do interior do campo, o pelotão de canil poderá fazer uso das mesmas
formações empregadas nas ações de controle de multidões;
2.6.9. a presença do cão no campo tem forte aspecto psicológico de intimidação sobre
a massa, dada a ostensividade e postura, visando prevenir invasões; no entanto, se
ocorrer a invasão, o cão jamais será empregado solto;
2.6.10. policial militar com cão não atuará isolado, nem utilizará cassetete;
2.6.11. não se deve permitir a passagem de pessoas entre os cães, inclusive policiais
ou profissionais ligados à organização do evento.

CAPÍTULO VIII -

DA ATUAÇÃO EM ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS E DE INTERNAÇÃO DE


MENORES

Seção I -

Das Táticas, Técnicas e Procedimentos

1. A atuação da Tropa de Choque em estabelecimentos prisionais e de internação de


menores infratores ocorrerá em casos de revistas ou de intervenções em rebeliões.

2. Para tanto, é necessário atenção e procedimentos diferenciados, em que, partindo


do princípio de que a tropa estará atuando em local adverso e desconhecido, deverá
ter cuidado redobrado, devendo apenas fazer tal intervenção após uma adequada e
prévia análise do local.

3. A atuação em estabelecimentos prisionais exige um número maior de atiradores e de


escudeiros no Pel PChq. Devem ser realizadas as adequações necessárias quanto às
funções para que o objetivo operacional seja atingindo, como por exemplo, os Sgt ou
“homem-extintor” assumirem o material sobressalente (bornais, materiais de
arrombamento etc.), conforme determinação do Cmt Pel PChq.

4. Quando da invasão em estabelecimento rebelado, a entrada deve ser feita, a


princípio e sempre que possível, por vários pontos da unidade, de forma simultânea, a
fim de causar um maior impacto psicológico e desorientação aos presos em

171
decorrência do efeito surpresa, por exemplo, portas (principal e secundária), pelo teto
com uso de escadas, desembarque com auxílio de aeronave, entre outros.

5. Antes de definir a forma de atuação, deverão ser coletadas e analisadas as


seguintes informações:
5.1. número de presos;
5.2. estrutura do local (quantidade de raios, celas e suas disposições, quantidade de
pavimentos etc.);
5.3. formas de acesso (porta principal, secundária ou outras);
5.4. se há reféns e quais informações disponíveis sobre a situação (funcionários,
presos, familiares, outros);
5.5. qual a motivação da quebra da ordem (rebeliões) ou qual a motivação da
solicitação da revista.

6. No caso em que a Tropa de Choque acessar o estabelecimento pelos corredores, o


Pel que primeiro adentrar ao local deverá adotar a formação em linha com escudos
cerrados, visando à proteção efetiva dos policiais; durante a progressão nos corredores
e no raio da unidade, os demais pelotões de apoio deverão, preferencialmente, adotar
a formação em coluna por dois, pois facilita o deslocamento e permite a adoção de
outra formação em um menor espaço de tempo.

7. Em situações que exijam o emprego efetivo da força para o restabelecimento da


ordem devem ser utilizadas, preferencialmente, granadas explosivas sem agente
lacrimogêneo para que o ambiente não seja contaminado, o que gerará desconforto
não só aos presos, mas também aos policiais militares, todavia, quanto ao emprego de
agentes químicos nas áreas adjacentes, muralhas e telhado, caso seja necessário,
poderá ser avaliada a utilização comedida do material.

8. O emprego de espargidores com agente lacrimogêneo no interior de


estabelecimentos prisionais requer cautela e atenção quanto ao seu uso, pois,
conforme citado acima, o ambiente estará contaminado e isso poderá trazer sérios
transtornos à ação; o espargidor pode ser utilizado para retirar presos que apresentam
resistência em acatar a ordem policial de sair das celas ou diante de um tumulto na

172
área de contenção. É importante atentar para a utilização do espargidor com agente
lacrimogêneo na área de contenção, pois essa prática pode gerar tumultos, uma vez
que os efeitos atingirão não somente os presos responsáveis pelas condutas
inadequadas, como todos que ali se encontram.

9. O emprego de munições de impacto controlado deverá ser criteriosamente


analisado, sobretudo em relação à distância de segurança por se tratar de um local
com espaço limitado. Porém, conforme a ameaça apresentada (presos armados com
arma de fogo, facas, barras de ferro, lâminas, ou outro qualquer material que possa ser
empregado contra a tropa), deverá haver o emprego conforme a necessidade, para
garantir a proteção aos policiais militares.

10. Numa intervenção em uma rebelião, durante a fase de negociação, pré-invasão do


local, devem ser observados os protocolos de Gerenciamento de Crises adotados pela
PMESP, alertando para as providências que visem impedir a entrada de armas, coletes
ou outras pessoas, bem como a facilitação para a fuga de presos.

11. Nas situações em que o preso oferecer resistência ativa na cela os policiais
militares poderão adotar diversos procedimentos voltados ao cumprimento da missão,
tais como:
11.1. uso do cão em guia longa (com o objetivo de direcionar o preso até o fundo da
cela, facilitando sua imobilização);
11.2. equipe de intervenção (01 escudeiro, 01 atirador e 03 policiais militares), com o
objetivo de aplicar imobilização tática nos pontos sensíveis do preso, facilitando sua
remoção da cela;
11.3. disparo de munição de impacto controlado e utilização de granadas explosivas
(nos casos em que o preso estiver portando arma branca ou objetos que ofereçam
risco de produzir lesões contundentes ou pérfuro contundentes aos policiais militares);
11.4. em situações extremas, no caso de preso portar arma de fogo, poderá ser
utilizada arma de fogo por parte da tropa, como instrumento de defesa e resposta
condizente à ameaça sofrida.

173
12. Em caso de barricadas com chamas, em qualquer local do estabelecimento
prisional, será necessário o apoio de uma equipe de combate a incêndios do Corpo de
Bombeiros. Para executar tal serviço é imprescindível que estes profissionais estejam
abrigados atrás dos escudos balísticos, uma vez que não possuem equipamento de
proteção individual que propicie tal segurança.

13. Como medida de segurança, devido a pouca visibilidade e desconhecimento do


local, não se deve, a princípio, invadir os estabelecimentos prisionais no período
noturno.

14. Sempre que possível, deverá ser realizada a coleta de provas e dados, devendo
toda a ação ser filmada ou fotografada, desde a fase de planejamento e estudo do
local, até a efetiva invasão e retomada da ordem.

15. Para a atuação em estabelecimentos prisionais femininos deve ser providenciado


efetivo de policiais militares femininas para a realização de revista nas presas.

16. O Pel PChq responsável pela invasão do estabelecimento prisional deve portar
equipamentos de arrombamento como: marreta, corta a frio, pés de cabra, moto
abrasivos, serra de corte a disco, cunhas hidráulicas etc.

Seção II -

Das Formações de Entrada em Estabelecimentos Prisionais

1. Meia-Lua: essa formação é utilizada para a entrada em raios com celas nos dois
lados, ou outras situações que assim exigir (inclusive em terreno aberto);
1.1. os escudos estarão encostados uns nos outros; A posição numérica de cada
homem será a mesma da formação em Linha, no entanto, com base no E1, cada um
dos demais terá uma frente diferente, inclinando-se para a direita os que estiverem do
lado direito do E1, e para a esquerda, os que estiverem do lado esquerdo do E1;
1.2. tal inclinação deve ser gradativa, tendo como resultado um aspecto de semicírculo
à formação do Pel PChq;

174
Figura 232: Pel PChq na formação Meia-Lua

2. Formação em “L”: utilizada nos presídios onde há pátio com celas em apenas um
dos lados;
2.1. se as celas estiverem do lado direito, os escudos estarão encostados uns nos
outros, permanecendo os E1 e E2 com a frente diagonal (em relação às celas), os E3,
E6 e E7 com a frente perpendicular (em relação às celas), e os E4, E5, E8, E9, E10,
E11, e E12 com a frente voltada para as celas;
2.2. se as celas estiverem do lado esquerdo, os escudos estarão encostados uns nos
outros, ficando os E1 e E2 com a frente diagonal (em relação às celas), os E4, E5 e E8
com a frente perpendicular (em relação às celas) e os E3, E6, E7, E9, E10, E11, e E12
com a frente voltada para as celas;

Figura 233: Pel PChq na formação em “L” (à direita)

175
Figura 234: Pel PChq na formação em “L” (à esquerda)

3. Formação em Diagonal: é utilizada nos presídios onde há pátio com celas em


apenas um dos lados; assemelha-se às formações de Escalão à Direita e Escalão à
Esquerda, porém, os escudos estarão em posição diagonal, em relação às celas,
unidos, formando uma linha reta, em um só bloco, para aumentar a proteção balística;

Figura 235: Pel PChq na formação Diagonal (direita)

Figura 236: Pel PChq na formação Diagonal (esquerda)


176
4. Conforme descrito no item no item 5, da Subseção II, da Seção I, do Capítulo III, nas
ações em estabelecimentos prisionais é possível a utilização de Grupos de Resposta
Rápida (GRR) para que os objetivos operacionais sejam alcançados de forma mais
eficiente.

CAPÍTULO IX -

DOS VEÍCULOS ESPECIAIS PARA AS AÇÕES DE CONTROLE DE MULTIDÕES

Seção I -

Dos Veículos Pesados de Transporte de Tropa

1. São veículos com capacidade de transporte de efetivo policial-militar,


correspondente a 01 (um) Pel PChq, também denominados viaturas “pesadas”.

2. Devem ser conduzidos por motoristas devidamente habilitados na categoria


correspondente e conforme as normas da Instituição.

3. Dada suas características deverão ser conduzidos com cautela e com estrito
respeito às normas de trânsito.

4. Podem ser micro-ônibus ou ônibus especialmente adaptados para as missões de


controle de multidões, dotados de grade protetora e pintura específica.

Figura 237: Vtr pesada tipo Micro-ônibus

177
Figura 238: Vtr pesada tipo ônibus

Seção II -

Dos Veículos Blindados de Transporte de Tropa

1. Veículos blindados com capacidade de transporte de efetivo policial-militar,


correspondente a 01 (um) Pel PChq, também denominados viaturas “pesadas”.

2. Especialmente construídos para as missões de controle de multidão ou para ações


policial-militares de alto risco, considerando a possibilidade de agressão a tiros contra a
tropa.

3. Devem ser conduzidos por motorista de viaturas pesadas com específica habilitação
para esse tipo de veículo especial.

4. Por suas características deverão ser conduzidos com cautela e com estrito respeito
às normas de trânsito, observando que suas dimensões podem ultrapassar os limites
da via nos centros urbanos.

5. Possui diversos sistemas tecnológicos, os quais devem ser corretamente


manipulados para o alcance dos objetivos operacionais e preservação dos
equipamentos.

6. Devem ser tomadas cautelas especiais para evitar acidentes durante o embarque e
desembarque do veículo.

7. Dado o forte impacto psicológico causado na multidão, deve ser mantido longe das
vistas das pessoas quando não estiver em efetiva operação.
178
Figura 239: Veículo blindado de transporte de tropa “Guardião” (vista lateral)

Figura 240: Veículo blindado de transporte de tropa “Guardião” (vista frontal)

Figura 241: Veículo blindado de transporte de tropa “Guardião” (vista traseira)


179
Figura 242: Veículo blindado de transporte de tropa “Guardião” com a rampa de acesso aberta
(vista traseira)

Figura 243: Veículo blindado de transporte de tropa “Guardião” com o mastro do sistema de
observação estendido

Figura 244: Veículo blindado de transporte de tropa “Centurion” (vista frontal)

180
Figura 245: Veículo blindado de transporte de tropa “Centurion” (vista traseira)

Seção III -

Dos Veículos Lançadores de Água (VLA)

1. O Veículo Lançador de Água (VLA) é um veículo automotor, tipo caminhão, com a


cabine blindada, utilizado no controle de multidões. É dotado de reservatório de água
localizado na carroceria, além de bomba específica para retirada e lançamento da
água, dispositivo de lançamento na parte superior do veículo e outro na parte frontal
(altura do para-choque). Os dispositivos de lançamento são multidirecionais e
controlados a partir da cabine do veículo.

2. O VLA possui também um dispositivo de “limpa trilhos” na parte frontal, o que


possibilita o emprego na dissolução ou remoção de barricadas. Para a autoproteção,
conta ainda com um dispositivo de extinção de incêndio, capaz de molhar todo o
veículo em frações de segundos, utilizando apenas água ou, água com líquido gerador
de espuma, protegendo contra os efeitos de possíveis artefatos incendiários
improvisados que possam ser arremessados.

3. O VLA é uma das alternativas táticas para controle de tumultos, oferecendo as


opções de lançamento de água pura, água com substâncias marcadoras (corantes) e
água com agente químico lacrimogêneo.

4. O VLA é um veículo de uso exclusivo do CPChq e sempre atuará em conjunto com


Pelotão(ões) de Choque (podendo a tropa estar desembarcada ou não), e ainda,
simultaneamente, podem ser utilizados equipamentos de emprego não letal (granadas
policiais, agentes químicos e munições de impacto controlado).
181
5. O VLA será composto por uma equipe de 03 (três) policiais militares (Comandante,
Motorista e Operador), os quais apenas poderão integrar a guarnição e operar os
equipamentos após habilitação específica (curso ou estágio de emprego do VLA) e,
preferencialmente, possuir o Curso de Especialização Policial em Controle de
Distúrbios Civis.
5.1. do Comandante:
5.1.1. policial militar na graduação mínima de 3º Sgt PM, o qual será responsável pela
fiscalização das condições do veículo e dos integrantes da equipe;
5.1.2. além de comandar a equipe, deverá dispor de conhecimento técnico para
orientar e operar todos os dispositivos e sistemas do VLA;
5.1.3. será o responsável pela comunicação (uso do rádio) com os policiais militares
envolvidos na operação, dando fiel cumprimento às ordens de emprego do VLA;
5.1.4. será o responsável pelo uso do amplificador de voz (alto-falante) para emitir
avisos às pessoas, quando for necessário;
5.1.5. quando do abastecimento do veículo será o responsável pela segurança da
equipe.
5.2. do Motorista:
5.2.1. policial militar devidamente habilitado para a condução de viaturas “pesadas”;
5.2.2. será o responsável pelas seguintes missões:
5.2.2.1. conduzir o VLA de forma segura;
5.2.2.2. realizar a manutenção de primeiro escalão e checagem de todos os
dispositivos do veículo;
5.2.2.3. realizar o reabastecimento do tanque d’água e dos reservatórios auxiliares
(tanque de líquido gerador de espuma, de agente químico e agente corante).
5.3. do Operador do Sistema de Lançamento de Água:
5.3.1. policial militar devidamente habilitado para a função;
5.3.2. será o responsável pelas seguintes missões:
5.3.2.1. operar o painel de sistema de funcionamento da bomba e de lançamento de
água (superior principal e frontal secundário);
5.3.2.2. operar o dispositivo de “limpa trilho”;
5.3.2.3. operar o sistema de autoproteção;
5.3.2.3. auxiliar no reabastecimento e na manutenção de primeiro escalão do veículo.
5.3.3. quando em operação, fará o emprego dos dispositivos mediante determinação
do Cmt da Equipe;
182
5.3.4. deverá, a todo o momento, manter a Equipe informada das condições de pressão
da bomba e nível do tanque de água.

6. Todos os integrantes da equipe do VLA deverão estar aptos a operarem todos os


dispositivos existentes no veículo.

7. Todos os integrantes da equipe deverão estar com suas armas de porte.

8. Deverá ser providenciado armamento portátil de proteção coletiva, bem como


armamento de emprego não letal com munição de impacto controlado.

9. O VLA não se deslocará para o atendimento de ocorrência, tampouco será


empregado sem estar acompanhado por, no mínimo, 01 (um) Pel PChq.

10. Os lançamentos d’água serão realizados mediante ordem do Cmt Pel PChq, do
Cmt de Cia PChq ou outro oficial do CPChq ou OPM subordinadas, devendo ser
observados os critérios técnicos de segurança quanto à distância de emprego em
relação aos turbadores, bem como os tipos de lançamentos e locais de projeção.

11. Quando o nível de água do VLA atingir a reserva deverá ser providenciado o
imediato reabastecimento em algum hidrante (ou outro meio) próximo do local da
ocorrência, porém longe das vistas de possíveis turbadores. Não deverá ser
empregado o conteúdo de água do compartimento reserva, o qual serve apenas para a
autoproteção do veículo ou de policiais militares.

12. Quando do reabastecimento do VLA deverão ser adotados os procedimentos de


segurança necessários, a fim de garantir proteção à integridade dos policiais militares e
a adequada operação. Os procedimentos de reabastecimento do VLA seguirão a
conformidade técnica prevista no manual de emprego do veículo.

183
Figura 246: Veículo Lançador de Água

CAPÍTULO X -

DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS

1. Considera-se Tropa de Choque todo efetivo policial militar pertencente ao Comando


de Policiamento de Choque e Unidades subordinadas.

2. As Unidades de Policiamento de Área com seu efetivo especializado, tropa de Ações


Especiais de Polícia, Força Tática e ROCAM, também realizam ações de Controle de
Multidões.

3. A Administração de Multidões terá seus parâmetros e procedimentos


regulamentados em normas específicas para tal fim.

4. Este Manual não esgota o assunto, devendo ser observado e analisado o contido em
Diretrizes, Procedimentos Operacionais Padrão, Boletins Gerais, bem como outras
normas que versam sobre o tema e, consequentemente, complementam as
informações aqui apresentadas.

184
ÍNDICE REMISSIVO
C
Características do emprego da Tropa Hipo
Economia de efetivo ..............................................................................................................................112
Efeito psicológico ...................................................................................................................................111
Eficaz prevenção ...................................................................................................................................112
Extenso campo de visão ........................................................................................................................112
Flexibilidade ...........................................................................................................................................112
Mobilidade..............................................................................................................................................112
Ostensividade ........................................................................................................................................111
Poder repressivo ....................................................................................................................................111
Comando da Companhia
Por gestos ................................................................................................................................................96
Por voz .....................................................................................................................................................96
Comando da Companhia Pol Chq - Formações de Apoio
Apoio central ............................................................................................................................................93
Apoio cerrado...........................................................................................................................................92
Apoio complementar ................................................................................................................................91
Apoio lateral .............................................................................................................................................90
Apoio lateral, frente lateral .......................................................................................................................94
Comando da Tropa Hipo por gestos
Alto .........................................................................................................................................................126
Apear .....................................................................................................................................................125
Atenção ..................................................................................................................................................124
Aumentar a velocidade ..........................................................................................................................127
Avançar ..................................................................................................................................................126
Diminuir a velocidade ............................................................................................................................128
Em batalha .............................................................................................................................................127
Formação por 1, por 2 e por 3 ...............................................................................................................123
Formação por linha de uma ou duas fileiras .........................................................................................123
Montar ....................................................................................................................................................125
Reunir ....................................................................................................................................................125
Comando do Pelotão de Choque
Por gestos ................................................................................................................................................68
Por voz .....................................................................................................................................................66
Advertência ..............................................................................................................................................68
Carga de cassetete ..................................................................................................................................78
Comando propriamente dito ....................................................................................................................67
Cunha ......................................................................................................................................................71
Escalão à direita ......................................................................................................................................70
Escalão à esquerda .................................................................................................................................71
Escudo acima ..........................................................................................................................................63
Escudo ao alto .........................................................................................................................................62
Execução .................................................................................................................................................67
Formação em linha ..................................................................................................................................70
Guarda alta ..............................................................................................................................................74
Guarda alta emassada ............................................................................................................................75
Guarda baixa ...........................................................................................................................................72
Guarda baixa emassada ..........................................................................................................................74
Conceitos
Administração de multidões .....................................................................................................................17
Aglomeração ............................................................................................................................................13
Anonimato ................................................................................................................................................17
Calamidades públicas ..............................................................................................................................16
Causas de tumultos - econômicas...........................................................................................................16
Causas de tumultos - políticas.................................................................................................................16
Causas de tumultos - sociais e/ou culturais ............................................................................................16
Comportamento pacífico ..........................................................................................................................13
Comportamento violento ..........................................................................................................................14
185
Contágio...................................................................................................................................................16
Controle de multidões ..............................................................................................................................18
Dispersar..................................................................................................................................................19
Distúrbios Civis ........................................................................................................................................15
Expansão das emoções reprimidas ........................................................................................................17
Imitação ...................................................................................................................................................17
Incidentes ou calamidade pública ...........................................................................................................15
Manifestação............................................................................................................................................14
Multidão ...................................................................................................................................................13
Novidade ..................................................................................................................................................17
Número ....................................................................................................................................................16
Omissão ou falência da autoridade constituída .......................................................................................16
Perturbação da Ordem Pública ...............................................................................................................15
Repelir ......................................................................................................................................................18
Revolução ................................................................................................................................................15
Sensação de impunidade ........................................................................................................................17
Subversão ................................................................................................................................................15
Sugestão ..................................................................................................................................................16
Tumulto ....................................................................................................................................................15
D
Deslocamento a pé ..................................................................................................................................79
E
Embarque e desembarque de viaturas pesadas .....................................................................................80
Emprego em controle de multidões .......................................................................................................144
Emprego em controle de multidões com cães em estabelecimentos prisionais ...................................164
Emprego em controle de multidões com cães em eventos ...................................................................166
F
Formações da Companhia de Choque
Apoio central ............................................................................................................................................93
Apoio cerrado...........................................................................................................................................92
Apoio complementar ................................................................................................................................91
Apoio lateral .............................................................................................................................................90
Apoio lateral, frente lateral .......................................................................................................................94
Formações da Tropa Hipo
Batalha ...................................................................................................................................................119
Coluna de grupos de batalha.................................................................................................................120
Linha de uma fileira ...............................................................................................................................121
Por dois ..................................................................................................................................................115
Por três ..................................................................................................................................................117
Por um ...................................................................................................................................................113
Formações do Pelotão de Choque com cães
Apoio central ..........................................................................................................................................158
Apoio cerrado.........................................................................................................................................159
Apoio complementar ..............................................................................................................................159
Apoio lateral ...........................................................................................................................................160
Carga .....................................................................................................................................................162
Coluna por dois ......................................................................................................................................154
Cunha ....................................................................................................................................................156
Escalão à direita ....................................................................................................................................157
Escalão à esquerda ...............................................................................................................................157
Linha ......................................................................................................................................................155
Formações do Pelotão de Choque
Coluna por dois ........................................................................................................................................55
Coluna por três ........................................................................................................................................54
Cunha ......................................................................................................................................................58
Diagonal .................................................................................................................................................176
Em L.......................................................................................................................................................175
186
Escalão à direita ......................................................................................................................................59
Escalão à esquerda .................................................................................................................................60
Escudos acima.........................................................................................................................................63
Escudos ao alto .......................................................................................................................................62
Escudos cerrados ....................................................................................................................................57
Guarda alta ..............................................................................................................................................61
Guarda alta emassada ............................................................................................................................61
Guarda baixa ...........................................................................................................................................64
Guarda baixa emassada ..........................................................................................................................64
Linha ........................................................................................................................................................56
Meia lua .................................................................................................................................................174
Formações do Pelotão de Choque motorizado
Coluna por um embarcados ..................................................................................................................104
Cunha ....................................................................................................................................................107
Escalão à direita ....................................................................................................................................107
Escalão à esquerda ...............................................................................................................................107
Linha ......................................................................................................................................................106
Losango .................................................................................................................................................109
Funções do efetivo do Pelotão de Choque
Atiradores .................................................................................................................................................52
Auxiliar do Comandante de Pelotão ........................................................................................................52
Comandante de grupo .............................................................................................................................52
Comandante de Pelotão ..........................................................................................................................52
Escudeiros ...............................................................................................................................................52
Homem extintor........................................................................................................................................52
Lançadores ..............................................................................................................................................52
Motorista ..................................................................................................................................................52
Segurança................................................................................................................................................53
G
Gestão de multidões ................................................................................................................................17
Grupos de Resposta Rápida ...................................................................................................................65
M
Movimentos com a espada
Carga .....................................................................................................................................................140
Desembainhar espada ...........................................................................................................................132
Em guarda .............................................................................................................................................134
Embainhar espada .................................................................................................................................133
Golpes ....................................................................................................................................................134
Molinetes ................................................................................................................................................139
Perfilar espada .......................................................................................................................................133
Pontas ....................................................................................................................................................135
S
Situação da tropa
Normal .....................................................................................................................................................20
Ordem de marcha ....................................................................................................................................21
Prontidão..................................................................................................................................................20
Prontidão rigorosa ...................................................................................................................................20
Sobreaviso ...............................................................................................................................................20
T
Tática de Controle de Multidões
Alternativas táticas ...................................................................................................................................24
Atuação em locais fechados ....................................................................................................................48
Emprego de granadas, espargidores, munições de impacto controlado e marcadoras .........................43
Emprego de Veículo Lançador de Água - VLA........................................................................................28
Estabelecimentos prisionais e de internação de menores ....................................................................171
Uso de arma de fogo ...............................................................................................................................47
187
Tropa Hipo
Emprego em controle de multidões .......................................................................................................144
Peculiaridades .......................................................................................................................................130
V
Veículos especiais
Veículos blindados de transporte de tropa ............................................................................................178
Veículos Lançadores de Água ...............................................................................................................181
Veículos pesados de transporte de tropa ..............................................................................................177

188
OPM RESPONSÁVEL

Comando de Policiamento de Choque

Rua Jorge Miranda, 789, Luz

CEP - 01106-000 - São Paulo/SP

Fone: (11) 3311-9128 – (11) 3311-8568

Correio eletrônico: cpchq@policiamilitar.sp.gov.br

189

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