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2018

Manual de
Biossegurança
IPSEMG
HGIP e CEM
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incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados
sem permissão escrita do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas
Gerais, detentor dos direitos de autoria e edição.

Este manual será atualizado a cada 02 anos regularmente,


ou sempre que for necessário.

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Equipe responsável pela elaboração dos conteúdos
Alessandra Goulart - MGS, a serviço do DESST
Alexander Lúcio de Sá Araújo - MGS, a serviço do DESST
Luciana da Cruz - DESST
Luiz Emilio Nehmy - MGS, a serviço do DESST
Maria Vitoria Costa - CCIH
Rosilene Caldeira do Espírito Santo - CME

Revisão Técnica
Dra Andréia Lúcia Villaça Veiga – DESST
Cinara Magalhães Marchetti Silva – DEHOT/UGA
Fernanda Carvalho Amaral Nieves – DEHOT/UGA
Giselle Costa Pinto de Almeida – DESST
Mirelle Queiroz Gonçalves – DESST
Morgana Caroline Cayres Gomes – DESST
Dra. Renata Lanna – CCIH

Uma Publicação do IPSEMG


Belo Horizonte
novembro de 2018

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LISTA DE SIGLAS

AIDS Acquired Immune Deficiency Syndrome (Síndrome da Imunodeficiência


Adquirida)
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
BIT Boletim Informativo de Tecnovigilância
CAT Comunicação de Acidente de Trabalho
CCIH Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
CDC Center for Disease Control
CEM Centro de Especialidades Médicas
CID Classificação Internacional de Doenças
CME Centro de Material e Esterilização
CNEN Comissão Nacional de Energia Nuclear
CRIE Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais
CTI Centro de Tratamento Intensivo
DEHOT Departamento de Hotelaria
DESST Departamento de Saúde e Segurança do Trabalho
DNA Deoxyribonucleic Acid (Ácido Desoxirribonucleico)
dT Dupla Adulto
dTpa Dupla Adulto Acelular
EASS Evento Adverso à Saúde do Servidor
EPC Equipamento de Proteção Coletiva
EPI Equipamento de Proteção Individual
FA Febre Amarela
FIOCRUZ Fundação Oswaldo Cruz
FISPQ Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos
GA Gases Ácidos
GEODONT Gerência Odontológica
HB Hepatite B
HCV Vírus da Hepatite C
HIV Human Immunodeficiency Virus (Vírus da Imunodeficiência Humana)
HGIP Hospital Governador Israel Pinheiro
IGHAHB Imunoglobulina Humana Anti-Hepatite B

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INSS Instituto Nacional do Seguro Social
IPSEMG Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais
MGS Minas Gerais Administração e Serviços SA
MTE Ministério do Trabalho e Emprego
NEASS Notificação de Evento Adverso à Saúde do Servidor
NR Norma Regulamentadora
OMS Organização Mundial de Saúde
PCMSO Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional
PGRSS Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde
PFF Peças Faciais Filtrantes
PRS Procedimento Sistêmico
PVC Policloreto de Vinila
RDC Resolução da Diretoria Colegiada
RNA Ribonucleic Acid (Ácido ribonucleico)
RSS Resíduos de Serviços de Saúde
SCSS Superintendência Central da Saúde do Servidor
SINAN Sistema de Informação de Agravos de Notificação
SMU Serviço Médico de Urgência
TV Tríplice Viral
UGA Unidade de Gestão Ambiental
UI Unidade Internacional
UPA Unidade de Pronto Atendimento
VO Vapores Orgânicos

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SUMÁRIO
LISTA DE SIGLAS ........................................................................................................ 3
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................... 8
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 9
1.1. Biossegurança em estabelecimentos de saúde .................................................. 9
1.2. Hospitais clássicos e convencionais.................................................................... 9
2. OBJETIVO ............................................................................................................ 10
3. CAMPO DE APLICAÇÃO ..................................................................................... 10
4. RISCO QUÍMICO .................................................................................................. 11
4.1. Boas práticas na utilização de produtos químicos ............................................. 11
4.2. Derramamento de produtos químicos ............................................................... 12
4.2.1. Derramamento de substâncias inflamáveis ............................................. 12
4.2.2. Derramamento de ácidos e compostos químicos corrosivos ................... 12
4.2.3. Procedimentos para a limpeza ................................................................ 12
5. RISCOS BIOLÓGICOS ......................................................................................... 13
6. Medidas de Proteção ............................................................................................ 14
6.1. Precaução Padrão ............................................................................................. 14
6.2. Precaução de contato ........................................................................................ 15
6.3. Precaução aérea ............................................................................................... 16
6.4. Precaução de gotículas ..................................................................................... 17
6.5. Regras básicas para o trabalho de assistência à saúde ................................... 18
6.6. Higienização do ambiente ................................................................................. 19
6.6.1. Classificação das áreas ........................................................................... 19
6.6.2. Superfícies hospitalares e tipos de higienização ..................................... 20
6.6.3. Cuidados especiais durante a realização da higienização de superfícies
hospitalares .......................................................................................................... 21
6.6.4. Germicidas padronizados para desinfecção de superfícies fixas ............ 22
6.7. Preparo dos materiais para uso no atendimento ao paciente ........................... 23
6.7.1. Classificação dos materiais utilizados na assistência à saúde ................ 24
6.7.2. Germicidas padronizados no IPSEMG para preparo de materiais .......... 25
6.7.2.1. Glutaraldeído..................................................................................... 25
6.7.2.2. Álcoois............................................................................................... 26
6.7.2.3. Hipoclorito de sódio ........................................................................... 26
6.7.2.4. Ácido peracético................................................................................ 26
6.7.2.5. Peróxido de hidrogênio ..................................................................... 27
6.7.3. Processos utilizados no preparo de materiais ......................................... 27
6.7.3.1. Limpeza com uso de detergentes ..................................................... 27
6.7.3.2. Lavadora ultrassônica ....................................................................... 28
6.7.3.3. Desinfecção ...................................................................................... 28
6.7.3.4. Esterilização ...................................................................................... 28
6.7.3.5. Lavadora termodesinfectadora.......................................................... 29
6.7.3.6. Gabinete de secagem ....................................................................... 29
6.7.4. Potencial de contaminação ...................................................................... 29
6.8. Boas práticas no ambiente de trabalho ............................................................. 30
6.9. Higienização das mãos ..................................................................................... 31
6.9.1. Higienização simples das mãos............................................................... 32
6.9.2. Fricção antisséptica das mãos com álcool líquido e álcool líquido-spray a
70% 34
6.10. Vacinação ..................................................................................................... 35
6.11. Equipamentos de Proteção Individual - EPI ................................................. 37
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6.11.1. Luvas .................................................................................................... 37
6.11.1.1. Luvas de procedimento .................................................................... 38
6.11.1.2. Luvas estéreis .................................................................................. 39
6.11.1.3. Luvas de grafatex (proteção térmica) ............................................... 39
6.11.1.4. Luvas nitrílicas.................................................................................. 39
6.11.1.5. Luvas de látex nitrílico ...................................................................... 40
6.11.2. Óculos .................................................................................................. 40
6.11.2.1. Óculos de proteção .......................................................................... 40
6.11.2.2. Óculos plumbífero ............................................................................ 40
6.11.3. Máscara cirúrgica ................................................................................. 41
6.11.4. Protetor respiratório (respiradores) ...................................................... 41
6.11.4.1. PFF 2 - VO ....................................................................................... 41
6.11.4.2. PFF 2 (S) / N-95 ............................................................................... 41
6.11.4.3. PFF 2 - GA ....................................................................................... 41
6.11.4.4. Instruções de uso do protetor respiratório ........................................ 42
6.11.5. Avental ................................................................................................. 42
6.11.5.1. Avental de PVC ................................................................................ 42
6.11.5.2. Avental Plumbífero, Protetor de Tireoide e de Gônadas .................. 43
6.11.6. Calçados Impermeáveis ....................................................................... 43
6.12. Derramamento de Material Biológico ........................................................... 43
7. EVENTO ADVERSO A SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHo ....................... 44
7.1. Evento Adverso à Saúde do Servidor com material biológico (PRS DESST 004/
PRS CCIH 004) ........................................................................................................ 44
7.1.1. Competências .......................................................................................... 44
7.1.1.1. Profissional exposto ao EASS........................................................... 44
7.1.1.2. Chefia imediata ou pessoa por ele designado .................................. 45
7.1.1.3. Laboratório ........................................................................................ 46
7.1.1.4. Médico Plantonista do Setor ............................................................. 46
7.1.1.5. SMU .................................................................................................. 46
7.1.1.6. DESST .............................................................................................. 47
7.1.2. Cuidados especiais.................................................................................. 49
7.2. Fluxograma de evento adverso a saúde do servidor com material biológico .... 50
7.3. Profilaxia pós-exposição .................................................................................... 51
8.PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO ............................................................... 54
8.1. Regras gerais de prevenção de incêndio .......................................................... 54
8.2. Conceito de fogo ............................................................................................... 55
8.3. Combate a incêndio........................................................................................... 55
8.4. Classificação de Incêndio .................................................................................. 55
8.4.1. Incêndios Classe A .................................................................................. 56
8.4.2. Incêndios Classe B .................................................................................. 56
8.4.3. Incêndios Classe C .................................................................................. 56
8.4.4. Incêndios Classe K .................................................................................. 56
8.5. Orientações Básicas.......................................................................................... 56
8. GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS)........... 57
9.1. Plano de Gerenciamento de Resíduos do Serviço de Saúde – PGRSS ........... 57
9.1.1. Classificação dos Resíduos ..................................................................... 58
9.1.2. Fases do Gerenciamento ........................................................................ 59
9.1.2.1. Manejo .............................................................................................. 59
9.1.3. Cuidados especiais no Gerenciamento do RSS ...................................... 63
9.1.4. Resíduos com Risco Biológico ................................................................ 65

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9.1.4.1. Tratamento Interno – antes de deixar a Unidade Geradora .............. 65
9.1.4.2. Tratamento Externo .......................................................................... 65
9.1.5. Resíduos Químicos ................................................................................. 66
9.1.5.1. Inativação dos Produtos Químicos .................................................... 66
9.1.5.2. Descarte de Resíduos Químicos ....................................................... 67
9.1.5.3. Recipientes Coletores ....................................................................... 68
9.1.6. Resíduos que não apresentam Risco Inerente ........................................ 68
9.1.7. Considerações Finais .............................................................................. 69
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................... 70

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APRESENTAÇÃO

Enquanto instrumento de atualização e aperfeiçoamento, este Manual tem como


principal desafio difundir, no âmbito das unidades de atendimento à saúde do Instituto
de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (IPSEMG), informações
técnico-científicas de biossegurança e permitir o treinamento dos respectivos
profissionais da saúde, estabelecendo equipes integradas, sem exclusividade no
domínio de determinadas tarefas meio, mas capazes de conhecerem e executarem
rotinas padronizadas com a sequência de processos de biossegurança, de cujo
desempenho dependerá a eficácia na redução de riscos à saúde a todos os que direta
ou indiretamente são agentes de sua atenção. Assim, todos terão o benefício do
trabalho em um ambiente saudável e responsável.
“O conhecimento sobre Biossegurança deveria estar associado aos interesses
daqueles que lidam com os serviços de saúde. Os trabalhadores da área voltam para
suas casas todos os dias, passeiam, viajam e têm uma vida como qualquer outra
pessoa. Durante a jornada de trabalho estão expostos a um risco invisível e, por
vezes, desconhecido, que podem carregar para outros ambientes” (ANVISA, 2005).
O presente manual descreve normas e procedimentos de Biossegurança que deverão
ser adotados e aplicados no Hospital Governador Israel Pinheiro (HGIP), Centro de
Especialidades Médicas (CEM) e Gerência Odontológica (GEODONT). Deve estar
disponibilizado em meio digital pela intranet, na área de Saúde e Segurança do
Trabalho, sendo de leitura obrigatória para todos os profissionais com exposição ao
risco biológico.

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Biossegurança em estabelecimentos de saúde

Biossegurança é definida como “o conjunto de saberes direcionado para ações de


prevenção, minimização ou eliminação dos riscos inerentes às atividades de
pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, as
quais possam comprometer a saúde do homem, dos animais, das plantas e do meio
ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos” (FIOCRUZ, 2005).
A biossegurança é um processo contínuo que envolve a conscientização e a adoção
de novas atitudes, além da busca constante por respostas eficazes aos desafios que
surgem nos estabelecimentos de saúde.
Para que a cultura da biossegurança seja disseminada e valorizada no ambiente
laboral, é importante que todos entendam as responsabilidades e deveres pertinentes
aos agentes envolvidos: gestores, administradores, servidores e beneficiários. A partir
desta compreensão haverá sensibilidade e receptividade às necessárias mudanças
de atitudes, comportamentos, definição de investimentos e reorganização
administrativa para alcance dos objetivos estabelecidos.

1.2. Hospitais clássicos e convencionais

Os hospitais clássicos e convencionais, cuja função característica essencial e básica


de estabelecimento de saúde está relacionada diretamente com o diagnóstico,
tratamento e reabilitação, devem ter uma estrutura física desenhada com base nas
Normas do Ministério da Saúde. Os projetos dos hospitais modernos devem incluir o
tipo e o modelo de hospital desejado, população a ser atendida, as atividades a serem
exercidas, capacidade, finalidade etc. As áreas devem estar bem definidas e os fluxos
de pacientes (internos ou externos), visitantes e acompanhantes devem ser
controlados totalmente pelo sistema de vigilância e recepção. Este sistema deverá
contar com administração e secretárias eficientes, processos informatizados e
atualizados, além do treinamento em contenção emocional. As atividades e o controle
devem ser monitorados e aperfeiçoados continuamente, para melhoria da recepção
ao paciente que chega desorientado e necessitado de informação, condução,
contenção e boa acolhida.
MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 9
A assepsia das instalações gerais abertas ao público, e as específicas e restritas,
deve ser rigorosa segundo determinação da Vigilância Sanitária. Todos os setores
clínicos devem ser separados e o controle de resíduo de descarte deve ser rigoroso.
A preparação de componentes que fazem parte de manipulação de nutrientes
utilizados para administração parenteral deve seguir as normas de assepsia e
controle de qualidade da água e das drogas.
Deve obedecer também a normas de controle de esterilidade com utilização de
métodos e equipamentos adequados, manipulados de forma correta. Na entrada e na
saída do hospital deve haver pias largas para assepsia, com sinalização, visível e
acessível.
O profissional deve ter consciência da necessidade de mudança de roupa na saída do
trabalho e da assepsia das mãos. Os cabelos devem estar amarrados e, ao ingressar
em seu domicílio, o profissional deve deixar a vestimenta e acessórios em local
separado para limpeza antes de serem guardados com os outros utensílios.

2. OBJETIVO

O objetivo deste Manual é descrever os procedimentos de biossegurança,


minimizando os riscos decorrentes das atividades de assistência que possam causar
problemas a saúde, acidentes e/ou danos aos servidores, beneficiários,
acompanhantes, estagiários, prestadores de serviços, demais profissionais e
parceiros do HGIP, CEM e GEODONT, proporcionando um ambiente saudável e
seguro.
O Manual de Biossegurança será um elemento de consulta sobre os assuntos
relacionados à Saúde e Segurança no Trabalho e os procedimentos aplicados à
Segurança Biológica e à Segurança Química descritos neste manual estão em
conformidade com as legislações vigentes no país.

3. CAMPO DE APLICAÇÃO

Este manual aplica-se a todos os setores e a todos os servidores que exercem


atividades com exposição ao risco biológico, beneficiários, acompanhantes,
estagiários, prestadores de serviços, demais profissionais e parceiros do HGIP, CEM
e GEODONT.
MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 10
Todas as chefias são responsáveis pela segurança de suas equipes nas áreas de
trabalho e devem se empenhar para o cumprimento das normas de segurança
estabelecidas neste Manual e aquelas que vierem a ser implantadas posteriormente.

4. RISCO QUÍMICO

Os riscos químicos são de grande relevância em estabelecimentos de saúde, uma


vez que os profissionais podem estar expostos a uma grande diversidade de produtos
químicos, sem que tenham, muitas vezes, conhecimento dos seus efeitos sobre o
organismo.
Diversos produtos químicos, quando em contato com o homem, podem apresentar
uma ação localizada ou sistêmica, através da absorção por inalação, ingestão,
contato com a pele e/ou mucosa ou por outra via.
Além do risco de lesões e intoxicação, os produtos químicos podem apresentar
reações de incompatibilidade com outras substâncias devido às suas propriedades,
ou mesmo quando acidentalmente entram em contato com outro reagente. Essas
reações podem ser violentas e provocar danos irreversíveis, tanto para quem os
manipula quanto para outras pessoas.
Assim, antes de manusear um produto químico é necessário conhecer suas
propriedades e o grau de risco a que se está exposto. Todo produto químico possui
uma Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico (FISPQ), que deverá
conter, no mínimo, as características do produto (usos, propriedades físicas e
químicas, formas de estocagem); os riscos (toxicologia, incêndio e/ou explosão); as
medidas de proteção (EPC – Equipamento de Proteção Coletiva e EPI – Equipamento
de Proteção Individual) e as informações para o descarte seguro.

4.1. Boas práticas na utilização de produtos químicos

 Conhecer os riscos associados aos produtos químicos a serem utilizados,


observar e providenciar os cuidados apropriados antes de começar a trabalhar.
 Conhecer as propriedades tóxicas das substâncias químicas antes de utilizá-
las.
 Usar somente produtos químicos com propósitos específicos.
 Observar as normas de segurança.
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 Manter produtos inflamáveis em recipientes adequados e longe de fontes
geradoras de calor.
 Considerar o risco de reações entre substâncias químicas e usar equipamentos
de segurança adequados.
 Não levar as mãos à boca ou aos olhos, quando estiver manuseando produtos
químicos.
 Familiarizar-se com os sintomas da exposição aos produtos químicos com os
quais trabalha.
 Assegurar que as substâncias químicas não sejam manipuladas por pessoas
não autorizadas.
 Manter uma boa ventilação e iluminação.
 Fechar hermeticamente as embalagens de produtos químicos após a
utilização.

4.2. Derramamento de produtos químicos

Consultar as orientações contidas na FISPQ do produto derramado sobre os


equipamentos e materiais a serem utilizados na limpeza do local contaminado.

4.2.1. Derramamento de substâncias inflamáveis

 Evitar inalar o vapor do produto derramado.


 Remover fontes de ignição e desligar os equipamentos.
 Absorver imediatamente o líquido derramado com substâncias absorventes.
 Recolher e descartar tudo em recipiente destinado a material inflamável.

4.2.2. Derramamento de ácidos e compostos químicos corrosivos

 Absorver imediatamente o líquido derramado com substâncias absorventes.


 Recolher e descartar tudo em recipiente apropriado.

4.2.3. Procedimentos para a limpeza

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Qualquer derramamento de produto químico deve ser limpo imediatamente, usando-
se para isso os EPIs e outros materiais necessários.
Em caso de dúvida quanto à toxicidade ou cuidados especiais em relação ao produto
derramado, não efetuar qualquer operação de remoção sem orientação adequada
sem consultar a FISPQ do produto.
As FISPQs dos produtos químicos utilizados na Instituição se encontram disponíveis
na intranet (área saúde e segurança) e em pastas nos setores do Hospital.

5. RISCOS BIOLÓGICOS

A Norma Regulamentadora (NR) n°32, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE),


conceitua o Risco Biológico como a probabilidade da exposição ocupacional a
agentes biológicos tais como os microrganismos, geneticamente modificados ou não,
as culturas de células, os parasitas, as toxinas e os príons. Os microrganismos são
classificados em:
 Protozoários
 Fungos
 Vírus
 Bactérias
O contato com microrganismos não significa obrigatoriamente o desenvolvimento de
doenças, muito pelo contrário, o homem, os animais e as plantas não apenas
convivem com os germes, mas dependem direta ou indiretamente deles. Todas as
áreas da Terra, que reúnem condições de vida, são habitadas por microrganismos e
nós sempre convivemos com eles; inclusive em nosso corpo, onde eles auxiliam na
proteção de nossa pele e mucosas contra a invasão de outros germes mais nocivos.
O homem (hospedeiro) e os germes (parasitas) convivem em pleno equilíbrio. A
doença infecciosa é uma manifestação clínica de um desequilíbrio no sistema
parasito-hospedeiro-ambiente, causado pelo aumento da patogenicidade do parasita
em relação aos mecanismos de defesa anti-infecciosa do hospedeiro, ou seja,
quebra-se a relação harmoniosa entre as defesas do nosso organismo e os germes,
propiciando a invasão deles nos órgãos do corpo.
A capacidade de defesa anti-infecciosa é multifatorial, pois é influenciada pela nossa
idade (bebês e idosos têm menor defesa), estado nutricional, doenças e cirurgias,
estresse, uso de corticoides, quimioterapia, radioterapia, doenças imunossupressoras
MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 13
(AIDS-Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, leucemia), fatores climáticos e
condições de higiene e habitação.

6. MEDIDAS DE PROTEÇÃO

Durante o desenvolvimento do trabalho na área da saúde, tanto no atendimento direto


ao paciente ou nas atividades de apoio, o profissional está em contato com material
biológico. É considerado material biológico o sangue, secreções e excreções tipo
vômito, urina, fezes, sêmen, leite materno, escarro, saliva e outros fluidos corporais.
Estes materiais biológicos podem alojar microrganismos, por isso consideram-se
estes fluidos de pacientes ou os equipamentos e ambiente com os quais tiverem
contato, como potencialmente contaminados por germes transmissíveis de doenças.
Desta forma, na rotina de trabalho o profissional da área da saúde sempre deve estar
consciente da importância de se proteger ao realizar procedimentos nos pacientes,
manipular materiais, artigos, resíduos e ambiente sujos de sangue, secreções e/ou
excreções.
Para proteção, os profissionais devem adotar as precauções, que são cuidados que
irão bloquear a transmissão de microrganismos, evitando a auto-contaminação e a
transmissão cruzada de microrganismos para outros pacientes da instituição.
São recomendados os seguintes tipos de precaução no ambiente hospitalar:
 Precaução padrão
 Precaução de contato
 Precaução aérea
 Precaução de gotículas
Essas recomendações de precaução baseiam-se no tipo de microrganismo e no
modo de transmissão dele.

6.1. Precaução Padrão

São rotinas que devem ser adotadas pelos profissionais de saúde durante a
assistência a todos os pacientes, durante manipulação do ambiente e de
instrumentais e está indicada a todos os profissionais que trabalham direta ou
indiretamente com os pacientes. Procedimentos a serem adotados:

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 Higienize as mãos antes e depois do contato com qualquer paciente, lave as
mãos após a remoção das luvas e após o contato com sangue ou secreções
e/ou excreções - ver Procedimento Sistêmico da Comissão de Controle de
Infecção Hospitalar - PRS CCIH-005 - Higienização das Mãos.
 O uso de luvas é indicado quando houver risco de contato com sangue,
membranas mucosas, secreções e/ou excreções. Calce-as imediatamente
antes do contato com o paciente e retire-as logo após o uso, lavando as mãos
em seguida.
 Use óculos, máscara e/ou avental quando houver risco de contato com sangue
e/ou secreções, para proteção da mucosa de olhos, boca e nariz, roupa e
superfícies corporais.
 Descarte, em recipientes apropriados, seringas e agulhas, sem desconectá-las
ou reencapá-las.
 A limpeza do ambiente deve ser realizada conforme PRS CCIH-006.

6.2. Precaução de contato

Está indicada para reduzir a transmissão de microrganismos multirresistentes de


importância epidemiológica, que pode ser direta ou indireta. A transmissão por
contato direto implica no contato físico (pele a pele) entre um indivíduo
colonizado/infectado e um indivíduo susceptível, podendo compreender um
profissional de saúde na assistência a um paciente (ex.: administrando banho,
trocando roupas, administrando medicação, durante venopunção, etc.) A transmissão
por contato indireto se dá com a intermediação de objetos, tais como mobiliários,
materiais e artigos médico-hospitalares contaminados, ou mãos contaminadas que
não foram lavadas e luvas que não foram trocadas entre pacientes.
Deverá sempre ser adotada quando o prontuário e/ou leito do paciente estiver
sinalizado com o seguinte cartaz:

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 15


Procedimentos a serem adotados:
 Higienize as mãos antes e após o contato com o paciente conforme PRS
CCIH-005.
 Use óculos e máscara cirúrgica quando houver risco de contato com sangue ou
secreções e descarte adequadamente os perfurocortantes.
 Use luvas e avental em toda manipulação do paciente, inclusive os cateteres e
as sondas, o circuito e o equipamento ventilatório e outras superfícies próximas
ao leito. Coloque-os imediatamente antes do contato com o paciente ou com as
superfícies e retire-os logo após o uso, higienizando as mãos em seguida.
 O avental deve ser de uso exclusivo para cada paciente e compartilhado pela
equipe, com substituição do mesmo ao final da jornada de trabalho ou quando
visivelmente sujo.
 Equipamentos como termômetro, esfigmomanômetro e estetoscópio devem ser
de uso exclusivo do paciente. Na impossibilidade, após o uso, desinfetá-los
com fricção com solução com álcool a 70%.

6.3. Precaução aérea

Está indicada para reduzir a transmissão por disseminação de pequenas partículas


(<5 µm de diâmetro) de perdigotos evaporados - denominadas aerossóis - contendo
microrganismos que ficam em suspensão no ar por longos períodos de tempo, ou de
partículas de poeira contendo o agente infeccioso.

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Microrganismos carreados dessa maneira podem ser amplamente dispersados pelo
ambiente e inalados por um indivíduo susceptível próximo ou percorrer grandes
distâncias do paciente fonte, dependendo de fatores ambientais.
Indicada no caso de Tuberculose laríngea ou pulmonar, Sarampo, Varicela, alguns
casos de Herpes Zoster e Influenza quando paciente estiver realizando
micronebulização ou sob intubação orotraqueal.
Deverá sempre ser adotada quando o prontuário e/ou leito do paciente estiver
sinalizado com o seguinte cartaz:

Procedimentos a serem adotados:


 Profissionais de saúde devem utilizar máscara PFF2 / N95 ao entrar em
contato com pacientes com suspeita ou confirmação de tuberculose.
 Oferecer máscara cirúrgica para pacientes com suspeita de tuberculose.
 Manter a porta do quarto fechada.

6.4. Precaução de gotículas

Está indicada para reduzir a transmissão de agentes infecciosos veiculados por


grandes partículas aéreas (> 5 µm de diâmetro), denominadas perdigotos. Devido ao
seu grande tamanho, os perdigotos não permanecem suspensos no ar e têm limitada
capacidade de percorrer distâncias (estima-se que menos de um metro).
Essas partículas são geradas pela tosse, espirro ou fala. A transmissão se dá quando
partículas contendo microrganismos, geradas por um indivíduo infectado, são

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 17


propelidas a uma curta distância através do ar, vindo a depositar-se nas mucosas
conjuntival, nasal ou oral de um indivíduo suscetível.
A disseminação de infecção por essa via exige, portanto, contato próximo (menos de
um metro) entre indivíduos.
Indicada no caso de Influenza, caxumba, coqueluche, meningite bacteriana e rubéola.
Deverá sempre ser adotada quando o prontuário e/ou leito do paciente estiver
sinalizado com o seguinte cartaz

Procedimentos a serem adotados:


 Higienize as mãos antes e após o contato com o paciente - conforme PRS
CCIH-005;
 Use óculos, máscara cirúrgica e avental quando houver risco de contato com
sangue ou secreções e descarte adequadamente os perfurocortantes.
 A porta do quarto pode permanecer aberta.
 O transporte do paciente deve ser evitado, mas, quando necessário, ele deverá
usar máscara cirúrgica durante toda sua permanência fora do quarto.
 Não é necessário sistema especial de ventilação do ambiente.

6.5. Regras básicas para o trabalho de assistência à saúde

Todo profissional que trabalha com substâncias químicas de risco, com material
biológico, que esteja sujeito a radiações, que manipule material perfurocortante ou,

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 18


ainda, equipamentos com bases de funcionamento físico (micro-ondas, ultrassom,
autoclaves etc.), deve:
 Estar atento e não fazer uso de drogas que afetem o raciocínio, autocontrole e
comportamento;
 Ler a recomendação da biossegurança de saúde e procedimentos operacionais
padrão do setor, além de estar treinado especificamente para os aspectos de
segurança relacionados à sua atividade;
 Agir com tranquilidade e sem pressa;
 Prevenir-se de eventuais acidentes utilizando, de acordo com os riscos, os
Equipamentos de Proteção Individual e coletivo (avental, óculos de segurança,
protetor facial, luvas, botas, máscara, avental de chumbo, câmara de exaustão,
cabina de segurança biológica e química, dentre outros).
 Recomenda-se o uso de jaleco, sapatos fechados, cabelos presos e a não
utilização de adornos durante a execução de atividades assistenciais.
Nos setores de maior trânsito e fluxo de pessoas, as sinalizações gerais das áreas
restritas e permitidas devem ser frequentes e estar visíveis. As referidas sinalizações
devem ser expressas, também, em "braile" para os deficientes visuais, ou com
indicação simbólica ou monitor para os analfabetos.

6.6. Higienização do ambiente

A limpeza hospitalar é o processo de remoção de sujidades mediante ação mecânica


ou química aplicada às superfícies fixas e equipamentos permanentes das diversas
áreas hospitalares, o que inclui pisos, paredes, janelas, mobiliários, equipamentos,
instalações sanitárias, ar condicionado e caixas d’água.

6.6.1. Classificação das áreas

As áreas dos serviços de saúde são classificadas em relação ao risco de transmissão


de infecções com base nas atividades realizadas em cada local. Essa classificação
auxilia em algumas estratégias contra a transmissão de infecções, além de facilitar a
elaboração de procedimentos para limpeza e desinfecção de superfícies em serviços
de saúde.

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 19


 Áreas Críticas: São os ambientes onde existe risco aumentado de
transmissão de infecção (pacientes com doenças infecciosas de alta
transmissibilidade), onde se realizam procedimentos de risco com ou sem
pacientes, ou onde se encontram pacientes imunodeprimidos. São exemplos
desse tipo de área: Centro Cirúrgico, Centro Obstétrico, Unidade de Terapia
Intensiva, Unidade de Diálise, Laboratório de Análises Clínicas, Banco de
Sangue, Setor de Hemodinâmica, Unidade de Transplante, Unidade de
Queimados, Unidades de Isolamento, Berçário de Alto Risco, Centro de
Material e Esterilização, Lactário, Serviço de Nutrição e Dietética, Farmácia e
área suja da Lavanderia.
 Áreas Semicríticas: São todas as áreas ocupadas por pacientes com doenças
infecciosas de baixa transmissibilidade e doenças não infecciosas. São
exemplos desse tipo de área: enfermarias e apartamentos, ambulatórios,
banheiros, postos de enfermagem, elevadores e corredores.
 Áreas Não Críticas: São todas as demais áreas dos estabelecimentos
assistenciais de saúde não ocupados por pacientes e onde não se realizam
procedimentos de risco. São exemplos desse tipo de área: vestiário, copa,
áreas administrativas, almoxarifados, secretarias, salas de costura.

6.6.2. Superfícies hospitalares e tipos de higienização

As superfícies hospitalares compreendem mobiliários, pisos, paredes, divisórias,


portas e maçanetas, tetos, janelas, equipamentos para a saúde, bancadas, pias,
macas, divãs, suporte para soro, balança, computadores, instalações sanitárias,
grades de aparelho de condicionador de ar, ventilador, exaustor, luminárias,
bebedouro, aparelho telefônico e outros. Os tipos de higienização são:
 Limpeza: Consiste na remoção das sujidades depositadas nas superfícies,
utilizando-se meios mecânicos ou químicos.
 Limpeza Concorrente: É a limpeza realizada diariamente em horários pré-
estabelecidos ou sempre que necessária, com a finalidade de limpar e
organizar o ambiente, repor os materiais de consumo e recolher os resíduos,
de acordo com sua classificação. Neste procedimento estão incluídas a
limpeza de todas as superfícies horizontais, de mobiliários e equipamentos,
portas e maçanetas, parapeitos de janelas, piso e instalações sanitárias.
MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 20
 Limpeza Terminal: É a limpeza mais completa, incluindo todas as superfícies
horizontais e verticais, internas e externas. É realizada na unidade do paciente
após a alta hospitalar, transferências, óbitos ou nas internações de longa
permanência. As programadas devem ser realizadas no período máximo de 15
dias quando em áreas críticas. Em áreas semicríticas e não críticas o período
máximo é de 30 dias. Neste procedimento está incluída a limpeza de paredes,
pisos, teto, painel de gases, equipamentos, mobiliários, armários, bancadas,
janelas, vidros, portas, peitoris, luminárias, filtros e grades de ar condicionado.
 Desinfecção: Processo físico ou químico que destrói todos os microrganismos
patogênicos de objetos e superfícies, com exceção de esporos bacterianos. É
realizada com utilização de solução desinfetante, após a remoção de matéria
orgânica (fezes, urina, vômito, escarro, sangue e outros).

6.6.3. Cuidados especiais durante a realização da higienização de


superfícies hospitalares

 Proceder a frequente higienização das mãos.


 Não utilizar adornos (anéis, pulseiras, relógios, colares, piercing, brincos)
durante o período de trabalho.
 Manter os cabelos presos e unhas limpas, aparadas.
 Os profissionais do sexo masculino devem manter os cabelos curtos e barba
feita.
 Adotar postura profissional compatível com as regras institucionais:
- Falar em tom baixo, evitar gargalhadas, evitar diálogos desnecessários com
beneficiários, sem que seja questionado previamente.
- Não fumar e não guardar ou consumir alimentos e bebidas nos postos de
trabalho.
 O uso de EPI deve ser apropriado para a atividade a ser exercida e de acordo
com as orientações do Departamento de Saúde e Segurança – DESST
baseado na análise da FISPQ do produto utilizado.
 Para a limpeza de pisos, devem ser seguidas as técnicas de varredura úmida.
 O uso de desinfetantes fica reservado apenas para as superfícies que
contenham matéria orgânica e/ ou com indicação da CCIH.

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 21


 Todos os produtos saneantes utilizados devem estar devidamente registrados
ou notificados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
 Compete à CCIH padronizar os saneantes para uso no ambiente hospitalar
junto com a CFT.
 Cada setor deverá ter a quantidade necessária de equipamentos e materiais para
limpeza e desinfecção de superfícies.
 Para pacientes em precaução de contato, recomenda-se uso de panos
descartáveis para limpeza/desinfecção das superfícies com alta frequência de
toque.
 Todos os equipamentos deverão ser limpos a cada término da jornada de trabalho.
 Sempre sinalizar os corredores, deixando um lado livre para o trânsito de pessoal,
enquanto se procede à limpeza do outro lado. Utilizar placas sinalizadoras.
 O cronograma semestral para a desinsetização deve estar disponível para
consulta, assim como a relação dos produtos utilizados no decorrer do semestre.
 Compete aos funcionários da enfermagem realizar a limpeza concorrente de
todas as unidades do paciente (cama, incluindo a grade e cabeceira, colchão,
mesa, criado mudo, suporte de soro, biombos, bombas de infusão, painel de
gases) e realizar a limpeza concorrente e terminal dos leitos e equipamentos
do CTI.
 Os POPs do Serviço de Higienização Hospitalar e de outros serviços que
realizam higienização de superfície detalham as etapas e processos da
higienização, baseadas nas recomendações contidas no PRS CCIH-06
HIGIENIZAÇÃO DE SUPERFÍCIES HOSPITALARES.
 A limpeza e desinfecção da superfície do ambiente com contaminação por
Clostridium difficile deve seguir as recomendações do Anexo I do PRS CCIH-
06 HIGIENIZAÇÃO DE SUPERFÍCIES HOSPITALARES
 A limpeza e desinfecção da superfície do ambiente com contaminação por
príon devem seguir as recomendações do PTC MULTI CCIH – 002- MEDIDAS
DE PREVENÇÃO DE TRANSMISSÃO IATROGÊNICA PARA AGENTES DA
DOENÇA DE CREUTZFELDT-JAKOB

6.6.4. Germicidas padronizados para desinfecção de superfícies fixas

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 22


Todas as Informações dos produtos abaixo constam na FISPQ disponibilizada em
meio digital na intranet, na área de Saúde e Segurança do trabalho, e nas pastas
localizadas nos setores, sendo sua leitura e compreensão obrigatórias para todos os
servidores que utilizam os produtos.
 Quaternário de Amônio e Biguanida: Desinfetante pronto uso, a base de
Quaternários de Amônio de 5ª geração e Biguanida, indicado para limpeza e
desinfecção em um único procedimento, de superfícies fixas, artigos não
críticos.

6.7. Preparo dos materiais para uso no atendimento ao paciente

O conhecimento e a divulgação dos métodos de proteção anti-infecciosa são


relevantes uma vez que a atuação do profissional de saúde está na interdependência
do material que está sendo usado como veículo de transmissão de infecção para o
paciente e para a pessoa que manipula os artigos sem os devidos cuidados.
Definições:
 Centro de Material e Esterilização (CME): Unidade funcional destinada ao
processamento e esterilização de materiais e produtos para saúde.
 Centro de Material e Esterilização Classe II (CME II): É aquele que realiza o
processamento e esterilização de materiais e produtos para a saúde não-
críticos, semicríticos e críticos de conformação complexa e não complexa
passíveis de processamento.
 Unidades satélites: São unidades dos serviços de saúde que realizam uma ou
mais etapas do processamento de materiais e produtos para saúde,
localizadas fora da estrutura física do CME e subordinadas a este em relação
aos procedimentos operacionais.
 Empresa processadora: Empresa terceirizada, regularizada junto aos órgãos
sanitários, que presta serviço de processamento de materiais e produtos para
saúde, mediante contrato de prestação de serviço. O Serviço de Saúde é
corresponsável pela segurança do processamento dos materiais e produtos
para saúde, realizado pela empresa processadora por ele contratada.
 Processamento de materiais e produtos para saúde: Conjunto de ações
relacionadas à pré-limpeza, recepção, limpeza, secagem, avaliação da

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 23


integridade e da funcionalidade, preparo, desinfecção ou esterilização,
armazenamento e distribuição para as unidades consumidoras.
 Rastreabilidade: Capacidade para traçar o histórico do processamento do
material e produto para saúde e da sua utilização por meio de informações
previamente registradas.
 Controle de qualidade do processamento dos produtos para saúde:
Avaliação sistemática e documentada da estrutura e do processo de trabalho e
avaliação dos resultados de todas as etapas do processamento de produtos
para saúde.
 Data limite de uso do produto esterilizado: Prazo estabelecido em cada
instituição, baseado em um plano de avaliação da integridade das embalagens
e de sua resistência, dos eventos relacionados ao seu manuseio (estocagem
em gavetas, empilhamento de pacotes, dobras das embalagens), das
condições de umidade e temperatura, da segurança da selagem e da
rotatividade do estoque armazenado.
 EPI: É todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador,
destinado à minimização dos riscos capazes de ameaçar a sua segurança e/ou
a sua saúde.
 Pré-limpeza: Remoção da sujidade grosseira presente nos materiais e
produtos para saúde.
 Limpeza: Remoção de sujidades orgânicas e inorgânicas, redução da carga
microbiana presente nos materiais e produtos para saúde, utilizando água,
detergentes, produtos e acessórios de limpeza, por meio de ação mecânica
(manual ou automatizada), atuando em superfícies internas (lúmen) e externas,
de forma a tornar o produto seguro para manuseio e preparado para
desinfecção ou esterilização.

6.7.1. Classificação dos materiais utilizados na assistência à saúde

Quanto às características dos materiais utilizados na assistência à saúde, em relação


aos processos de limpeza, estes são classificados em:
 Materiais para saúde crítico de conformação complexa: Materiais para
saúde que possuam lúmen inferior a cinco milímetros ou com fundo cego,
espaços internos inacessíveis para a fricção direta, reentrâncias ou válvulas.
MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 24
 Materiais para saúde de conformação não complexa: Materiais para saúde
cujas superfícies internas e externas podem ser atingidas por escovação
durante o processo de limpeza e tenham diâmetros superior a cinco milímetros
nas estruturas tubulares.
 Materiais para saúde passíveis de processamento: Materiais para saúde
fabricados a partir de matérias primas e de conformação estrutural que
permitem repetidos processos de limpeza, desinfecção ou esterilização, até
que percam a sua eficácia e funcionalidade.

6.7.2. Germicidas padronizados no IPSEMG para preparo de materiais

Todas as Informações dos produtos abaixo constam na FISPQ disponibilizada em


meio digital na intranet, na área de Saúde e Segurança do Trabalho, e nas pastas
localizadas nos setores, sendo sua leitura e compreensão obrigatórias para todos os
servidores que utilizam os produtos.

6.7.2.1. Glutaraldeído

Germicida com atividade bactericida, viricida, fungicida e esporicida. A atividade


biocida se dá pela reação química de alquilação, alterando diretamente os ácidos
nucléicos (DNA-Ácido Desoxirribonucleico e RNA-Ácido Ribonucleico) e a síntese
proteica dos microrganismos. Sob os esporos ele age determinando enrijecimento da
parede celular. Sua ação dependerá do tempo de exposição e das condições do
artigo, que deverá estar limpo e seco para facilitar a penetração deste agente. É
indicado para a desinfecção de alto nível de artigos semicríticos termossensíveis, com
tempo de exposição de 10 minutos, em solução a 2%. O Glutaraldeído sofre
alterações quando submetido a temperaturas superiores a 25°C. Um importante
cuidado que deve ser observado durante o uso do Glutaraldeído é o fato de que a sua
ação germicida efetiva mínima ocorre na concentração de 1%. Durante o período de
uso recomendado pelo fabricante, deve se assegurar de que a concentração do
produto esteja dentro dos limites de 1 a 2%, uma vez que a solução em uso vai sendo
diluída com o passar dos dias. O teste deve ser feito com fitas químicas fornecidas
pelo fabricante, após a diluição do produto, em intervalos periódicos (deve ser

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 25


estabelecido protocolo para tal finalidade, considerando-se a frequência de uso do
produto diluído e o aspecto macroscópico em relação à presença de resíduos).

6.7.2.2. Álcoois

Agem por desnaturação das proteínas dos microrganismos, cuja ação bactericida
aumenta quando hidratado. É tuberculicida, fungicida, viricida, porém não destroem
esporos bacterianos. O álcool, tanto o etílico como o isopropílico, são amplamente
usados como desinfetante devido sua atividade germicida, baixo custo e toxicidade.
O seu uso é limitado pela falta de atividade esporicida, rápida evaporação e
incapacidade em penetrar na matéria proteica.
 Álcool etílico 70%: Na concentração de 77% (v/v), que corresponde a 70%
em peso, tem baixa toxicidade e é indicado para desinfecção de nível
intermediário ou médio. Deve ser utilizado por fricção, em três aplicações
intercaladas com secagem espontânea, com tempo total de exposição de 10
minutos.

6.7.2.3. Hipoclorito de sódio

É um agente desinfetante de amplo espectro, barato e não tóxico dentro de suas


especificações. Está indicado para desinfecção e descontaminação de superfícies e
de artigos plásticos como banheiras infantis e outros. Também é utilizado em
superfícies de áreas como lactário, copa, cozinha, balcões de laboratório, agência
transfusional, pisos e caixa de água.

6.7.2.4. Ácido peracético

O Ácido Peracético (acetil hidroperóxido ou ácido peroxiacético) é um produto


químico, líquido, não corante, potente agente oxidante, com pH ácido, densidade
próxima à da água e odor levemente avinagrado, corrosivo para metais (bronze,
cobre, ferro galvanizado, latão) que, em baixa concentração, tem rápida ação contra
todos os microrganismos, inclusive esporos bacterianos.
Propriedades:
 Bactericida; microbactericida; fungicida; esporacida e viricida;
MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 26
 Atividade na presença de matéria orgânica;
 Ativo na presença de soro, sangue, fluidos corpóreos e gorduras;
 Favorece a retirada de resíduos orgânicos das superfícies dos artigos.
Publicações mais recentes na literatura nacional e internacional sobre controle de
infecção por meios químicos atestam que o Ácido Peracético pode ser utilizado como
substituto do Glutaraldeído.

6.7.2.5. Peróxido de hidrogênio

Peróxido de hidrogênio é um líquido incolor à temperatura ambiente, cuja fórmula


química é H2O2. É um oxidante poderoso e eficaz, com a vantagem de ser
ambientalmente correto, pois se decompõe em oxigênio e água. Está indicado no
processamento de produtos termossensíveis em esterilizadora a baixa temperatura.

6.7.3. Processos utilizados no preparo de materiais

Os processos utilizados no preparo de materiais para assistência à saúde são:

6.7.3.1. Limpeza com uso de detergentes

Todas as informações dos produtos abaixo constam na FISPQ disponibilizada em


meio digital na intranet, na área de Saúde e Segurança do trabalho, e nas pastas
localizadas nos setores, sendo sua leitura e compreensão obrigatórias para todos os
servidores que utilizam os produtos.
 Detergente enzimático: São detergentes compostos por enzimas, geralmente
proteases, lipases e amilases, que promovem simultaneamente a dispersão,
solubilização e emulsificação, removendo substâncias orgânicas das
superfícies dos artigos. São produtos biodegradáveis, neutros, concentrados,
não oxidantes, com ação bacteriostática e, portanto não promovem
desinfecção. Seguir a recomendação do fabricante quanto à diluição, prazo de
validade, tempo de imersão e método de utilização; remover completamente o
detergente após o processo.
 Detergente neutro: indicados para a limpeza de artigo não críticos como
materiais de banho, comadres, marrecos, devido à relação custo benefício.
MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 27
6.7.3.2. Lavadora ultrassônica

Equipamento automatizado de limpeza que utiliza o princípio da cavitação, em que


ondas de energia acústica propagadas em solução aquosa rompem os elos que fixam
a partícula de sujidade à superfície do produto. Obrigatória para materiais com lúmen
interno <5 mm.

6.7.3.3. Desinfecção

É o processo físico ou químico de destruição de microrganismos, exceto os


esporulados. A desinfecção é realizada por meio físico, através da água quente (60 a
90ºC) ou em ebulição e pelo meio químico, através de produtos denominados de
desinfetantes.
Os processos de desinfecção subdividem-se em três tipos:
 Desinfecção de alto nível: Destruição de todas as formas vegetativas e de
alguns esporos. Produtos usados:
 Glutaraldeído,
 Peróxido de Hidrogênio,
 Ácido Peracético.
 Desinfecção de médio nível: Inativação do bacilo da tuberculose, bactérias
na forma vegetativa, maioria dos vírus, fungos, exceto esporos bacterianos.
Produtos usados:
 Álcool a 70%,
 Hipoclorito de Sódio a 1%,
 Formaldeído (uso em diálise).
 Desinfecção de baixo nível: Eliminação de formas vegetativas das bactérias,
exceto bactérias esporuladas, microbactérias e bacilo da tuberculose. Tem
ação limitada sobre fungos e alguns tipos de vírus. Produtos usados:
 Fenol Sintético,
 Quaternário de Amônia.

6.7.3.4. Esterilização

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 28


É o processo de destruição de todos os microrganismos, inclusive esporulados, a tal
ponto que não seja mais possível detectá-los através de testes microbiológicos
padrão. A probabilidade de sobrevida do microrganismo no artigo submetido ao
processo de esterilização é menor que um em um milhão (10-6).
A esterilização é realizada pelo calor, germicidas químicos, óxido de etileno, radiação
e outros.
A Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 08 de 2009, da ANVISA, proíbe a
esterilização por meio de germicidas químicos, realizada por imersão.
Tipos de esterilização:
 Esterilização rápida (ciclo flash): Esterilização de produtos para saúde
termorresistente por meio de vapor saturado sob pressão em equipamento
ajustado para efetuar o processo em tempo reduzido, diante de situações de
urgência, como no caso de contaminação acidental de instrumental cirúrgico
durante o procedimento.
 Esterilização por plasma de peróxido de hidrogênio: processo físico-
químico realizado por meio de equipamento próprio, que utiliza como agente
esterilizante o peróxido de hidrogênio que gera plasma de baixa temperatura,
resultado do campo eletromagnético gerado por fonte interna. O efeito letal é
produzido por radicais livres reativos que destroem microrganismos, incluindo
os esporos. Recomendada para a esterilização de materiais termossensíveis.

6.7.3.5. Lavadora termodesinfectadora

Indicada na limpeza e desinfecção de instrumentais cirúrgicos cuja estrutura seja


menos complexa e de artigos de assistência respiratória. Realiza pasteurização
(desinfecção de alto nível).

6.7.3.6. Gabinete de secagem

Equipamento destinado para uso pós-lavagem de tubos, mangueiras, instrumentos


metálicos, vidros, borrachas, entre outros.

6.7.4. Potencial de contaminação

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 29


Os materiais utilizados na assistência à saúde, segundo o potencial de contaminação,
são classificados em três categorias:
 Materiais para saúde críticos: São aqueles que penetram em tecidos estéreis
ou sistema vascular. Requerem ESTERILIZAÇÃO:
 Material cirúrgico,
 Agulhas especiais, etc.
 Materiais para saúde semi-críticos: São aqueles que entram em contato com
membrana mucosa ou pele não intacta (lesada). Requerem DESINFECÇÃO
DE ALTO NÍVEL:
 Material de anestesia gasosa,
 Respiratórios,
 Endoscópios, etc.
 Materiais para saúde não críticos: São aqueles que entram em contato com
pele íntegra. A pele íntegra funciona como barreira efetiva contra os
microrganismos. Requerem DESINFECÇÃO DE NÍVEL MÉDIO OU BAIXO:
 Estetoscópio,
 Mesas,
 Termômetros,
 Otoscópios, etc.

6.8. Boas práticas no ambiente de trabalho

 Toda a unidade de saúde deve ter rotinas de limpeza e desinfecção de superfícies


do ambiente e de equipamentos. Colabore na supervisão para conferir se estas
medidas estão sendo seguidas.
 Manipule e transporte as roupas sujas com sangue, fluidos corporais,
secreções e excreções com cuidado. Transporte-as em sacos plásticos. Os
serviços de saúde que utilizam rouparia e campos reutilizáveis devem ter um
sistema de lavanderia, própria ou terceirizada que garanta a desinfecção
destas roupas.
 Os instrumentos e materiais sujos com sangue, fluidos corporais, secreções e
excreções devem ser manuseados de modo a prevenir a contaminação da pele
e mucosas (olhos, nariz e boca), roupas, e ainda, prevenir a transferência de
microrganismos para outros pacientes e ambiente.
MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 30
 Todos os instrumentos reutilizados tem rotina de reprocessamento. Verifique
para que estes estejam limpos ou desinfetados/esterilizados adequadamente
antes do uso em outro paciente ou profissional. Confira se os materiais
descartáveis de uso único estão sendo realmente descartados e se em local
apropriado.
 Ao manusear, limpar, transportar ou descartar agulhas, lâminas de barbear,
tesouras e outros instrumentos de corte, também chamados de instrumentos
perfurocortantes, tenha cuidado para não se acidentar. Eles devem ser
descartados em caixas apropriadas, rígidas e impermeáveis que devem ser
colocadas próximo a área em que os materiais são usados.

NUNCA reencape agulhas após o uso, não remova com as mãos agulhas
usadas das seringas descartáveis e não as quebre ou entorte.

Seringas e agulhas devem ser transportadas para a área de descarte em


bandeja.

6.9. Higienização das mãos

A higienização das mãos é a medida individual mais simples e menos dispendiosa


para prevenir a propagação das infecções relacionadas à assistência à saúde. Por
este motivo, ela tem sido considerada como um dos pilares da prevenção e controle
de infecções dentro dos serviços de saúde, incluindo aquelas decorrentes da
transmissão cruzada de microrganismos multirresistentes.

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 31


6.9.1. Higienização simples das mãos

Recomendada quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou impregnadas com


material orgânico, ou quando acidentalmente contaminadas com sangue ou outros
fluidos corporais, ou quando estiver sendo realizado o atendimento a um paciente
com suspeita de infecção por Clostridium dificille ou após a retirada de luvas. Deve
ser realizada, ainda, ao iniciar e terminar o turno de trabalho, antes e após ir ao
banheiro, antes e após utilizar luvas e antes após as refeições. (PRS CCIH-005 -
Higienização das Mãos)
Deve ter duração mínima de 40 a 60 segundos.
 Abrir a torneira;
 Molhar as mãos sem encostar-se a pia;
 Aplicar na palma da mão quantidade suficiente de sabonete líquido para cobrir
toda a superfície das mãos;
 Ensaboar as palmas das mãos friccionando-as entre si;
 Esfregar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda, entrelaçando
os dedos e vice-versa;
 Entrelaçar os dedos e friccionar os espaços interdigitais;
 Esfregar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta,
segurando os dedos, com movimentos de vai-e-vem e vice-versa;
 Esfregar o polegar esquerdo com o auxílio da palma da mão direita utilizando-
se de movimento circular e vice-versa;
MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 32
 Friccionar as polpas digitais e unhas da mão direita contra a palma da mão
esquerda, fazendo movimento circular e vice-versa;
 Esfregar o punho esquerdo com o auxílio da palma da mão direita, realizando
movimento circular e vice-versa;
 Enxaguar bem as mãos com água;
 Secar as mãos com papel toalha descartável;
 No caso de torneiras de fechamento manual, para fechar (sempre) utilize o
papel toalha.

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 33


6.9.2. Fricção antisséptica das mãos com álcool líquido e álcool líquido-
spray a 70%

Recomendada sempre que as mãos estiverem sem presença de matéria orgânica,


antes e após tocar o paciente e antes da preparação de medicamentos. Deve ter
duração mínima de 20 a 30 segundos.
 Aplicar uma quantidade suficiente de preparação alcóolica em uma mão em
forma de concha para cobrir todas as superfícies das mãos.
 Friccionar as palmas das mãos entre si;
 Friccionar a palma de mão direita contra o dorso da mão esquerda,
entrelaçando os dedos e vice-versa;
 Friccionar a palma das mãos entre si com os dedos entrelaçados;
 Friccionar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta,
segurando os dedos, com movimento vai-e-vem e vice-versa;
 Friccionar o polegar esquerdo com o auxílio da palma da mão direita,
utilizando-se de movimento circular e vice-versa;
 Friccionar as polpas digitais e unhas da mão direita contra a palma da mão
esquerda, fazendo um movimento circular e vice-versa;
 Friccionar as mãos até o álcool secar. Não utilize papel toalha;
 Quando estiverem secas, suas mãos estarão seguras.

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 34


6.10. Vacinação

A vacinação para os profissionais ativos em serviços de saúde é normatizada pela NR


32, aprovada pela Portaria 485, de 11 de novembro de 2005, do MTE, que estabelece
no seu item 32.2.4.17 a obrigatoriedade do fornecimento gratuito de programa de
imunização ativa contra tétano, difteria e hepatite B, além de outras estabelecidas
pelo PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) e segundo os
parâmetros definidos pelo Ministério da Saúde para vacinação do adulto.
As vacinas mencionadas no Quadro 1, estão disponíveis a todos os servidores do
IPSEMG, no setor de vacinação do CEM, e na rede pública municipal.
MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 35
O PCMSO do IPSEMG prevê a aplicação do Calendário de Vacinação do Adulto do
Ministério da Saúde, conforme Quadro 1, abaixo:

Quadro 1: calendário vacinal para saúde ocupacional


DESST - DEPARTAMENTO DE SAUDE E SEGURANÇA
CALENDÁRIO VACINAL PARA SAÚDE OCUPACIONAL
Nº DE
VACINA DOENÇAS REFORÇO REAÇÕES ADVERSAS CONTRA INDICAÇÃO
DOSES
Em caso de reação anafilática
03
sistêmica após aplicação de
HEPATITE B DOSES SE ANTI- Dor local, febre baixa, mal
HEPATITE B dose anterior (podendo neste
HB (0-1-6 HBS<10 estar, cefaleia e fadiga.
caso utilizar a imunoglobulina
MESES)
caso corra risco imediato)
Em caso de reação anafilática
03 sistêmica grave após
DUPLA
DIFTERIA, DOSES A CADA 10 Dor local, calor, febre, aplicação de dose anterior
ADULTO
TÉTANO (0-1-6 ANOS vermelhidão e induração local. (podendo neste caso utilizar
dT
MESES) imunoglobulina antitetânica
caso exista risco imediato)
Anafilaxia e eventos
DUPLA Dor local, induração, neurológicos subsequentes a
DIFTERIA,
ADULTO 01 A CADA 10 hiperemia, febre, convulsões administração da dT e da
TÉTANO,
ACELULAR DOSE ANOS febris, episódios hipotônicos, dTpa; hipersensibilidade ao
PERTUSSIS
dTpa(*) síncope, plexopatia princípio ativo ou a qualquer
um dos excipientes da vacina;
Imunodepressão transitória
ou permanente, induzida por
doenças ou pelo tratamento,
gestação em qualquer fase
FEBRE Dor, eritema, induração, febre,
FEBRE 01 (contraindicação relativa a ser
AMARELA NA mialgia e cefaleia, urticária,
AMARELA DOSE analisada para cada caso na
FA sibilos.
vigência de surtos), reações
anafiláticas relacionadas a
ovo de galinha e seus
derivados.
Febre e erupção cutânea de
curta duração, meningite de Antecedentes de reação
TRÍPLICE SARAMPO,
02 evolução geralmente benigna, anafilática sistêmica a
VIRAL TV CAXUMBA E NA
DOSES artralgia e artrite que ingestão de ovo de galinha e
(MMR) RUBÉOLA
aparecem geralmente em em caso de gravidez
mulheres.
Dor no local da injeção,
ANUAL eritema e induração ocorrem
INFLUENZA
01 (SAZONAL: em 10% a 64% dos pacientes, História de alergia severa à
INFLUENZA SAZONAL OU
DOSE MARÇO A sendo benignas autolimitadas proteína do ovo de galinha
GRIPE
JUNHO) geralmente resolvidas em 48
horas.
(*) Somente para profissionais da saúde que atuam em maternidade e em unidade de internação
neonatal atendendo recém-nascidos e crianças menores de 1 ano de idade.

VACINA É PROTEÇÃO ESPECÍFICA DE DOENÇAS.

PREVINA-SE!

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 36


6.11. Equipamentos de Proteção Individual - EPI

6.11.1. Luvas

O uso de luvas nos serviços de assistência à saúde se deve à necessidade de


proteger os profissionais e pacientes do risco de infecção cruzada, as luvas protegem
de sujidade grosseira.
Elas devem ser usadas em procedimentos que envolvam:
 Sangue,
 Fluidos corporais,
 Secreções,
 Excreções (exceto suor),
 Membranas mucosas,
 Pele não íntegra,
 E durante a manipulação de artigos contaminados.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que as luvas devam ser usadas
devido a duas principais razões:
 Para reduzir o risco de contaminação das mãos dos profissionais de saúde
com sangue e outros fluidos corporais.
 Para reduzir o risco de disseminação de germes para o ambiente e de
transmissão do profissional de saúde para o paciente e vice-versa, bem como
de um paciente para o outro.
Entretanto, a OMS alerta que os profissionais de saúde devem ter ciência de que
luvas não oferecem proteção completa contra a contaminação, razão que justifica a
importância da correta higienização das mãos antes de calçar as luvas. Conforme
destaca a OMS, os patógenos podem ter acesso às mãos dos profissionais usuários
de luvas por meio de pequenos defeitos nas luvas ou por contaminação das mãos
durante a sua remoção. Essa possibilidade fortalece a necessidade básica de
também fazer a higiene das mãos para garantir sua descontaminação após a
remoção das luvas.
A ANVISA, alinhada às políticas de Segurança do Paciente da OMS e do Center for
Disease Control (CDC) e Boletim Informativo de Tecnovigilância (BIT) Número 2,
2011, reitera ainda as seguintes recomendações:
MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 37
 Devem ser usadas somente quando indicado;
 Devem ser utilizadas para a proteção individual, nos casos de contato com
sangue e líquidos corporais e contato com mucosas e pele não íntegra de
todos os pacientes;
 Devem ser utilizadas para reduzir a possibilidade dos microrganismos das
mãos do profissional contaminar o campo operatório (luvas cirúrgicas);
 Devem ser utilizadas para reduzir a possibilidade de transmissão de
microrganismos de um paciente para outro nas situações de precaução de
contato;
 Devem ser trocadas sempre que o profissional entrar em contato com outro
paciente;
 Devem ser trocadas durante o contato com um mesmo paciente ao mudar de
um sítio corporal contaminado para outro, limpo, ou quando estas estiverem
danificadas;
 O profissional, quando estiver com luvas, não deve tocar desnecessariamente
superfícies e materiais (tais como telefones, maçanetas, portas);
 O mesmo par de luvas não deve ser usado novamente ou lavado;
 A higienização das mãos não pode ser substituída pelo uso de luvas.

6.11.1.1. Luvas de procedimento

Devem ser trocadas após contato com material biológico, entre as tarefas e
procedimentos num mesmo paciente, pois podem conter uma alta concentração de
microrganismos.
Remova as luvas logo após usá-las, antes de tocar em artigos e superfícies sem
material biológico e antes de atender outro paciente, evitando a dispersão de
microrganismos ou material biológico aderido nas luvas. Lave as mãos imediatamente
após a retirada das luvas para evitar a transferência de microrganismos a outros
pacientes e materiais, pois há repasse de germes para as mãos mesmo com o uso de
luvas.
É importante ressaltar que o ajuste e conforto da luva interferem em sua função.
Observe abaixo a ilustração de uma luva bem ajustada (imagem à esquerda) e de
uma luva com ajuste incorreto (imagem à direita).

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 38


Devem ser utilizadas também para a limpeza e/ou desinfecção em superfície e
materiais médicos hospitalares com borrifação do quaternário de amônio de 5ª
geração com biguanida, exceto em locais como expurgos e CME.

6.11.1.2. Luvas estéreis

São indicadas para procedimentos invasivos e assépticos.

6.11.1.3. Luvas de grafatex (proteção térmica)

Proteção das mãos dos usuários contra queimaduras, em trabalhos com autoclaves,
estufas, fornos e maquinários que envolvam contato do usuário com altas
temperaturas.

6.11.1.4. Luvas nitrílicas

Proteção das mãos dos usuários contra agentes químicos.


Devem ser usadas por todas as funções que fazem limpeza
e/ou desinfecção em materiais médicos hospitalares em
locais como expurgos, reuso e CME, onde são utilizados

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 39


produtos químicos tais como:
 Glutaraldeído,
 Hipoclorito de Sódio,
 Ácido Peracético e outros ácidos.

6.11.1.5. Luvas de látex nitrílico

Luvas descartáveis, de espessura mais fina, que permite maior


precisão no tato, se comparada às luvas nitrílicas. Indicadas
para atividades com pequena permanência de contato com
produtos químicos, tais como formol e ácidos, na manipulação
de frascos delicados e peças anatômicas.

6.11.2. Óculos

6.11.2.1. Óculos de proteção

Para proteger a mucosa dos olhos contra respingos e névoas de:


 Produtos químicos como Glutaraldeído, Quaternário de Amônio e Biguanida,
Hipoclorito de Sódio, Ácido Peracético e outros ácidos, dentre outros;
 Gotículas geradas pela fala;
 Tosse ou espirros de pacientes durante atividades de assistência;
 Risco de contato com sangue, secreções e excreções nos olhos.

6.11.2.2. Óculos plumbífero

Obrigatórios para proteção radiológica, seja na realização de


exames de Raio X, Tomografia ou outro equipamento
emissor de radiação ionizante.

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 40


6.11.3. Máscara cirúrgica

A máscara cirúrgica é uma barreira de uso individual para


proteger a mucosa do nariz e boca contra respingos ou
gotículas geradas pela fala, tosse ou espirros de pacientes
durante atividades de assistência.

6.11.4. Protetor respiratório (respiradores)

6.11.4.1. PFF 2 - VO

Proteção contra Vapores Orgânicos (VO) e aerodispersóides (partículas) gerados


mecanicamente (poeiras e névoas) e termicamente. Indicada nas atividades com
produtos químicos como:
 Glutaraldeído,
 Hipoclorito de Sódio,
 Ácido Peracético.
 Quimioterápicos.

6.11.4.2. PFF 2 (S) / N-95

Proteção indicada para enfermarias e leitos de isolamento


respiratório, possui 95% de eficiência de filtração de partículas
maiores que 0,3µm e seu uso é indicado visando a proteção
contra doenças por transmissão aérea (ex. tuberculose,
varicela, sarampo).

6.11.4.3. PFF 2 - GA

Proteção indicada para atividades onde haja a formação de


Gases Ácidos (GA).

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 41


6.11.4.4. Instruções de uso do protetor respiratório

 Segure o respirador na mão e aproxime no rosto cobrindo a boca e o nariz.


 Puxe o elástico superior, passando-o pela cabeça e ajustando-o acima das
orelhas. Depois faça o mesmo com o elástico inferior, ajustando-o na nuca.
 Pressione o elemento metálico com os dedos de forma a moldá-lo ao formato
do nariz.
 Para verificar o ajuste, coloque as mãos na frente do respirador e assopre
fortemente. O ar não deve vazar pelas laterais.
 Para retirar, comece pelo elástico de baixo das orelhas e depois o outro.

6.11.5. Avental

6.11.5.1. Avental de PVC

Proteção contra respingos de produtos químicos e de material biológico. Utilizado por


todas as funções que fazem limpeza e/ou desinfecção em materiais médicos
hospitalares (expurgos, reuso, CME) onde são utilizados produtos como
Glutaraldeído, Ácido Peracético e outros ácidos e, ainda, ambientes onde podem
estar presentes materiais biológicos.

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 42


6.11.5.2. Avental Plumbífero, Protetor de Tireoide e de Gônadas

Obrigatórios para proteção radiológica, seja na realização de exames de Raio X,


Tomografia ou outro equipamento emissor de radiação ionizante.

6.11.6. Calçados Impermeáveis

Indicados para proteção dos pés em atividades de limpeza e desinfecção de materiais


médicos hospitalares em locais onde a água é usada em grande quantidade e possa
molhar e/ou contaminar os pés do trabalhador com agentes biológicos e químicos.

6.12. Derramamento de Material Biológico

Na presença de material biológico, como sangue e secreções em piso ou bancada,


adotar os seguintes procedimentos:
 Remover a matéria orgânica com papel absorvente, em caso de pequenas
quantidades e com a pá em caso de grandes quantidades;
 Descartar o material na lixeira de resíduo infectante;
 Limpar o local com detergente;
 Enxaguar e secar;
 Aplicar o desinfetante em sentido unidirecional e deixar agir por 10 minutos.

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 43


7. EVENTO ADVERSO A SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO

Considera-se Evento Adverso à Saúde do Servidor - EASS, a circunstância danosa


que tiver como causa mediata ou imediata o exercício das atribuições inerentes ao
cargo ou função, ou ainda a agressão sofrida e não provocada pelo servidor no
exercício de suas atribuições.
EASS com material biológico caracteriza-se pela exposição a material biológico como
sangue, fluidos orgânicos potencialmente infectantes (sêmen, secreção vaginal,
líquor, líquido sinovial, pleural, peritoneal, pericárdico ou amniótico) ou fluidos
orgânicos potencialmente não infectantes (suor, lágrima, fezes, urina e saliva) quando
contaminados com sangue.
Devido à especificidade do vínculo trabalhista e previdenciário dos diversos
trabalhadores do HGIP, cada um deverá observar o fluxo específico para notificação e
caracterização do evento adverso, conforme PRS DESST-004.
Os eventos adversos devem ser notificados ao DESST, por meio da Notificação de
Evento Adverso à Saúde do Servidor (NEASS) ou via específica da Comunicação de
Acidente de Trabalho (CAT). Nos casos de servidores efetivos, o DESST fará a
investigação e caracterização do acidente de trabalho, podendo este ser: típico com
material biológico, típico sem material biológico, de trajeto ou doença profissional.
A comunicação do evento adverso à saúde do servidor, incluindo o completo e exato
preenchimento do formulário próprio (NEASS ou CAT), reveste-se de grande
importância, não apenas do ponto de vista previdenciário, estatístico e
epidemiológico, mas também trabalhista e social.

7.1. Evento Adverso à Saúde do Servidor com material biológico (PRS DESST
004/ PRS CCIH 004)

7.1.1. Competências

7.1.1.1. Profissional exposto ao EASS

 Parar imediatamente o procedimento, registrar o horário exato, realizar a


descontaminação da região corporal afetada, conforme PRS 004 CCIH -

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 44


CONDUTA NA EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO, e comunicar a chefia
imediata sobre o EASS;
 Solicitar ao médico plantonista do setor o pedido de exames do paciente fonte,
caso seja conhecido, e do trabalhador que sofreu o EASS, a ser feito no MV.
Caso o médico plantonista não esteja disponível, solicitar os pedidos de
exames ao médico plantonista do SMU e realizar a retirada do material
(sangue) para a realização do exame no SMU;
 Solicitar à chefia imediata, ou quem a substitua, o preenchimento da NEASS e,
de posse desse documento, procurar atendimento médico no guichê do SMU,
informando acidente de trabalho com material biológico;
 Quando o paciente fonte for desconhecido ou o resultado de seu exame for
positivo para HIV, por orientação e de posse de relatório do médico do SMU,
deverá dirigir-se para a UPA Centro Sul;
 Quando o trabalhador acidentado não for ocupante de cargo de provimento
efetivo, após o atendimento médico no SMU este deverá procurar o DESST,
em no máximo 24 horas úteis, para obter informações sobre o preenchimento
da CAT e agendamento de consulta ocupacional para acompanhamento;
 Entregar a NEASS devidamente preenchida e os resultados dos exames no
DESST em um prazo máximo de 8 (oito) dias úteis, para investigação do EASS
e agendamento de consulta ocupacional para acompanhamento, no caso de
servidores efetivos;
 Comparecer ao acompanhamento médico do EASS no DESST,
obrigatoriamente nas datas agendadas;
 Dar ciência a chefia sobre o acompanhamento do EASS;
 Cumprir procedimentos e observar recomendações do DESST.

7.1.1.2. Chefia imediata ou pessoa por ele designado

 Realizar ou participar com o médico plantonista do setor da orientação para o


consentimento de coleta do sangue, no caso de beneficiários conscientes e
lúcidos, ainda que tenha o Termo de Consentimento;
 Solicitar ao médico plantonista do setor o preenchimento do pedido de exames
do paciente fonte e do servidor exposto no SOUL MV;

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 45


 Acionar o código de segurança via telefonista (ramais 9 ou 2100) informando
acidente com material biológico e setor, até as 23:30h. Após este horário
deverá ser acionado o ramal 2198 (Guichê de Urgência – 24 h);
 Preencher e assinar a parte que lhe cabe da NEASS;
 Acompanhar o trabalhador sob sua subordinação ao SMU;
 Sensibilizar o trabalhador para comparecer às consultas de acompanhamento
no DESST.

7.1.1.3. Laboratório

 Priorizar as coletas do código de segurança;


 Coletar sangue do paciente fonte imediatamente, exceto CTI Pediátrico,
Hemodiálise e Bloco Cirúrgico, que já possuem como procedimento interno a
realização de coleta, e fornecer o resultado após a coleta do teste rápido do
HIV em até 60 minutos.

7.1.1.4. Médico Plantonista do Setor

 Fazer o pedido dos exames do paciente fonte no SOUL MV;


 Realizar ou participar com o Supervisor de Enfermagem de plantão da
orientação para o consentimento de coleta do sangue, no caso de beneficiários
conscientes e lúcidos, ainda que tenha o Termo de Consentimento.

7.1.1.5. SMU

A equipe da recepção, da classificação de riscos e o médico plantonista realizarão


atendimento prioritário do servidor exposto ao material biológico.

7.1.1.5.1. Equipe administrativa do SMU

 Responsabilidades da equipe administrativa do SMU:


 Realizar o cadastramento do trabalhador que sofreu o EASS no SOUL MV,
caso ele não seja beneficiário do plano de saúde do IPSEMG;

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 46


 Confeccionar ficha de classificação de risco para a enfermagem e atendimento
médico de urgência;
 No caso de resultado de paciente fonte positivo ou desconhecido, acionar,
durante o dia, o setor de transporte para encaminhamento do servidor que
sofreu o EASS para a UPA Centro-Sul, conforme PRS específico do setor de
Transporte.

7.1.1.5.2. Equipe de enfermagem do SMU

 Realizar a classificação de risco prioritária do servidor exposto ao material


biológico e encaminhar o servidor até o atendimento médico.

7.1.1.5.3. Médico do SMU

 Em setores onde não houver o MV instalado ou que não tenha médico no


momento em que ocorreu o EASS, realizar o pedido dos exames do paciente
fonte e do servidor exposto no SOUL MV;
 Preencher a NEASS no campo “declaração médica do 1º atendimento” e
entregar ao servidor efetivo, ou emitir o atestado de primeiro atendimento, com
CID, quando o trabalhador acidentado não for ocupante de cargo de
provimento efetivo;
 Quando o resultado do paciente fonte for positivo ou desconhecido, deverá
elaborar relatório e encaminhar o trabalhador para a UPA Centro Sul,
acionando a equipe administrativa do SMU para solicitar o carro no setor de
Transporte.

7.1.1.6. DESST

7.1.1.6.1. Segurança do Trabalho

 Investigar o EASS;
 Preencher a NEASS no campo da segurança do trabalho em caso de acidente
com servidor, ou encaminhar o trabalhador acidentado não ocupante de cargo
de provimento efetivo ao INSS para preenchimento da CAT;
MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 47
 Encaminhar o acidentado e a NEASS, quando for o caso, para enfermagem
agendar consulta médica de acompanhamento do EASS;
 Registrar o acidente de trabalho em planilha específica de controle e
encaminhar estatística mensal de acidentes para a SCSS, CCIH e UGA;
 Arquivar a caracterização do acidente de trabalho e NEASS, após avaliação do
médico do trabalho. No caso da CAT, será arquivada a via referente a
empresa.
 Analisar o índice de acidente mensal, propor e adotar medidas de controle para
evitar a reincidência.

7.1.1.6.2. Medicina do Trabalho

 Realizar atendimento ao servidor que sofreu o EASS e preencher a NEASS no


campo medicina do trabalho, quando for o caso;
 Caso o paciente fonte apresente exame alterado para hepatite B e o
acidentado tenha resposta vacinal desconhecida ou inadequada, encaminhar o
servidor acidentado para o acompanhamento no CRIE (completar vacinação ou
usar imunoglobulina);
 Realizar a caracterização do EASS e enviar para SCSS em até 08 dias úteis,
somente para os servidores efetivos;
 Preencher o campo com informações médicas do formulário específico do
SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) e encaminhar cópia
para a CCIH;
 Realizar o acompanhamento médico com o servidor exposto;
 Analisar o índice de acidente mensal, propor e adotar medidas de controle para
evitar a reincidência.

7.1.1.6.3. Enfermagem do Trabalho

 Agendar consultas para acompanhamento médico no Sistema SOULMV nos


horários reservados para atendimentos a EASS, utilizando o código específico
do item de agendamento, conforme PRS DESST 002;

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 48


 Caso o paciente fonte apresente exame alterado para hepatite B e o
acidentado tenha resposta vacinal desconhecida ou inadequada, agendar a
consulta em até 5 dias após o EASS;
 Convocar o servidor para as consultas agendadas;
 Comunicar ao servidor e à chefia imediata via e-mail quanto ao atraso e
ausências no acompanhamento médico do EASS;
 Enviar ao servidor via AR o original de Caracterização de Acidente de Trabalho
e colocar cópia em prontuário;
 Manter atualizada planilha específica de controle de EASS;
 Analisar o índice de acidente mensal, propor e adotar medidas de controle para
evitar a reincidência.

7.1.2. Cuidados especiais

O NEASS deverá ser devidamente preenchido e assinado nos campos referidos e


encaminhado ao DESST em, no máximo, 04 dias úteis.

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 49


7.2. Fluxograma de evento adverso a saúde do servidor com material biológico

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 50


7.3. Profilaxia pós-exposição

Os profissionais da saúde apresentam risco de exposição e transmissão de doenças


devido ao contato com pacientes e/ou material utilizado por eles.
É necessária a conscientização dos profissionais que prestam assistência aos
pacientes quantos aos riscos inerentes à área, promover melhores formas de se
trabalhar para evitar as exposições desprotegidas, utilizando a técnica correta e os
EPI’s correspondentes ao risco, estar com a vacinação atualizada, ministrar
treinamentos constantes para evitar a acomodação dos profissionais, que passam a
negligenciar os riscos.
Mesmo com todos os cuidados podem ocorrer exposições acidentais, que devem ser
imediatamente comunicadas à chefia e ao DESST para tomada das medidas
cabíveis.

Quadro 2: Formas de contágio e Profilaxia pós-exposição


Doença Forma de contágio Profilaxia
AIDS/SIDA Somente em secreções como No atendimento inicial é necessário que o
sangue, esperma, secreção vaginal profissional avalie o tipo de material biológico, o
e leite materno, o vírus aparece em tipo de exposição e o status sorológico do
quantidade suficiente para causar a paciente-fonte para definir se há a necessidade
moléstia. Para haver a transmissão, de iniciar a quimioprofilaxia e acompanhamento
o líquido contaminado de uma sorológico da pessoa afetada.
pessoa tem que penetrar no Se indicado, o esquema preferencial é Tenofovir
organismo de outra. + Lamivudina + Dolutegravir por 28 dias.
 1 comp coformulado (Tenofovir 300mg +
Lamivudina 300mg) + 1 comp Dolutegravir
50mg, 1x ao dia, por via oral; OU
 1 comp Tenofovir 300mg + 2 comp
Lamivudina 150mg + 1 comp Dolutegravir
50mg, 1x ao dia, por via oral.
A pessoa exposta deverá ser acompanhada por
6 meses.
Caxumba Contato direto do indivíduo A recomendação de isolamento social com
suscetível com a pessoa infectada afastamento das atividades habituais é de 5 dias
por meio de gotículas de secreção após o início do edema da parótida.
da orofaringe. A maior Deve-se verificar a situação vacinal de todos os
transmissibilidade ocorre a partir de comunicantes e, se necessário, iniciar ou
dois dias antes até cinco dias após atualizar o esquema vacinal.
o aparecimento da parotidite.  Não vacinados: deverão receber uma dose da
TV e receber outra dose com intervalo de 30
dias.
Vacinação incompleta: deverão receber uma
dose da vacina, se a última dose foi aplicada há
mais de 30 dias.

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 51


Doença Forma de contágio Profilaxia
Coqueluche Contato direto de pessoa A quimioprofilaxia é uma medida preventiva, com o objetivo
suscetível, não vacinada, de evitar o surgimento de casos secundários. Por isso, devem
com pessoa doente receber a quimioprofilaxia todos os comunicantes domiciliares
através de gotículas de com um caso suspeito ou confirmado, ou profissionais de
saliva expelidas por saúde que tiverem contato a menos de um metro do paciente
tosse, espirro ou ao falar. sem uso de máscara.
Também pode ser A quimioprofilaxia deve ser realizada com o uso de
transmitida pelo contato azitromicina 500 mg dose única diária por 5 dias.
com objetos
contaminados com
secreções do doente.
Difteria Contato direto com Todos os comunicantes de um caso suspeito de difteria
doentes ou portadores deverão ser submetidos a exame clínico, coleta de material
assintomáticos (que não da nasofaringe (ver Manual de coleta de amostras da
manifestam a doença) FUNED) e ficar sob vigilância por um período mínimo de 7
através das secreções dias.
nasais. Também pode Para comunicantes que trabalhem em profissões que
ocorrer a transmissão envolvam manipulação de alimentos, ou contato frequente
indireta, através de com grande número de crianças, ou com pessoas com
objetos que tenham sido comprometimento imunológico, recomenda-se o afastamento
contaminados de seus locais de trabalho até que se tenha o resultado da
recentemente pelas cultura. Se positivo, o afastamento deverá ocorrer por 48
secreções de orofaringe horas após a administração do antibiótico. Recomenda-se a
ou de lesões em outras quimioprofilaxia aos comunicantes não vacinados,
localizações. inadequadamente vacinados ou com estado vacinal
desconhecido. Deve-se verificar a situação vacinal de todos
os comunicantes e, se necessário, iniciar ou atualizar o
esquema vacinal.
 Não vacinados: iniciar esquema com dT
 Vacinação incompleta: completar esquema com dT
 Vacinação completa: aplicar uma dose de reforço, se a
última dose foi aplicada há mais de 5 anos
A quimioprofilaxia deve ser realizada com o uso de
eritromicina 500mg, de 6/6 h, durante 7 dias, por via oral.
Após completar duas semanas de uso do antibiótico, deverá
ser coletada uma nova amostra de secreção da orofaringe e
realizar cultura adequada para C. diphtheriae. Se o resultado
for positivo, deverá ser feito tratamento adicional com
eritromicina, durante 10 dias.
H1N1 Os vírus da influenza se Os medicamentos antivirais apresentam de 70% a 90% de
dissemina de pessoa efetividade na prevenção da influenza e constituem
para pessoa, ferramenta adjuvante da vacinação. A quimioprofilaxia com
especialmente através de antiviral geralmente não é recomendada se o período após a
tosse ou espirros das última exposição a uma pessoa com infecção pelo vírus for
pessoas infectadas. maior que 48 horas.
Algumas vezes, elas A quimioprofilaxia é indicada para profissionais de laboratório,
podem se infectar não vacinados ou vacinados a menos de 15 dias, que tenham
tocando objetos que manipulado amostras clínicas de origem respiratória que
estão contaminados com contenham o vírus influenza sem uso adequado de EPI e
os vírus da influenza e trabalhadores de saúde, não vacinados ou vacinados a
depois tocando sua boca menos de 15 dias, e que estiveram envolvidos na realização
ou o nariz. de procedimentos invasivos geradores de aerossóis ou na
manipulação de secreções de caso suspeito ou confirmado
de influenza sem o uso adequado de EPI.
A quimioprofilaxia deve ser realizada com o uso de fosfato
de oseltamivir 75mg/dia, via oral por 10 dias.

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 52


Doença Forma de contágio Profilaxia
Hepatite B O vírus da hepatite B é Deve-se verificar a situação vacinal de todos os
transmitido pelo sangue e comunicantes e, se necessário, iniciar ou atualizar o
outros líquidos/ secreções esquema vacinal.
corporais contaminados.  Não vacinados: iniciar esquema de vacinação (3
doses)
 Vacinação incompleta: completar esquema de
vacinação
 Sem resposta vacinal após a primeira série de 3
doses: iniciar novo esquema de vacinação (3 doses)
 Com resposta vacinal desconhecida: testar o
comunicante e, se resposta vacinal inadequada,
iniciar novo esquema de vacinação (3 doses)
O conhecimento do status sorológico da pessoa-fonte
em relação à hepatite B é importante para a decisão
sobre a utilização ou não da IGHAHB (Imunoglobulina
Humana Anti-Hepatite B). Se indicada, a IGHAHB deve
ser administrada em dose única de 0,06 ml/kg,
intramuscular, em extremidade diferente da que
recebeu a vacina para HBV (quando for o caso), e se a
dose da vacina ultrapassar 5 ml, deve-se dividir a
aplicação em duas áreas corporais diferentes.
A IGHAHB pode ser administrada, no máximo, até 7
dias após exposições percutâneas, embora se
recomende preferencialmente o uso nas primeiras 48
horas a contar da exposição. A IGHAHB está disponível
nos CRIEs.
Hepatite C O vírus da hepatite C Mesmo não existindo medida específica eficaz para a
transmite-se, redução do risco de infecção pelo HCV após a
principalmente, por via exposição, a testagem da pessoa-fonte e da pessoa
sanguínea, bastando uma exposta é recomendada para permitir o diagnóstico
pequena quantidade de precoce de uma possível infecção. O diagnóstico
sangue contaminado para precoce da soroconversão possibilita o tratamento na
transmiti-lo, se este entrar fase aguda da infecção pelo HCV, com o objetivo de
na corrente sanguínea de reduzir o risco de progressão para hepatite crônica,
alguém através de um principalmente nos pacientes assintomáticos. Portanto,
corte ou uma ferida, ou recomenda-se acompanhamento clínico e sorológico
na partilha de seringas. A por 6 meses.
transmissão por via
sexual é pouco frequente.
Meningite Contato direto com A quimioprofilaxia é indicada para profissionais de
meningocócica doentes ou portadores saúde que tenham se exposto a secreções respiratórias
Meningite por através de gotículas da sem uso de máscara cirúrgica durante entubação
Haemophilus tosse, espirro e beijo. traqueal, aspiração de secreções ou que tenham
influenzae realizado respiração boca-a-boca ou exame de fundo
confirmada. de olho. Não se indica a quimioprofilaxia se a
exposição do profissional de saúde ocorrer quando
o paciente-fonte estiver em tratamento adequado há
mais de 24 horas ou se o profissional teve contato
com secreções utilizando máscara cirúrgica. Para
casos de contato com outras meningites bacterianas ou
virais não há indicação de quimioprofilaxia.
Deve ser iniciada preferencialmente até 48 horas da
exposição, admitindo-se prazo máximo de 7 dias:
- adultos:
 Meningite meningocócica: Rifampicina 600 mg
12/12 h por 2 dias, via oral.
 Meningite por Haemophilus influenzae: Rifampicina
600 mg/dia 1x/dia por 4 dias, via oral.

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 53


Doença Forma de contágio Profilaxia
Sarampo Contato direto com doentes, A prevenção dos contatos suscetíveis é
geralmente por tosse, espirros, fala possível por meio da administração da vacina
ou respiração, por isso a facilidade dentro de 3 dias após a exposição. Para um
de contágio da doença. Além de paciente imunodeficiente exposto, com uma
secreções respiratórias ou da boca, contraindicação para vacinação, administra-se
também é possível se contaminar imunoglobulina sérica, 0,5 mL/kg, IM (máximo
através da dispersão de gotículas de 15 mL). A imunoglobulina sérica não deve
com partículas virais no ar, que ser dada simultaneamente à vacina.
podem perdurar por duas horas no Profissionais de saúde suspeitos de contrair a
ambiente, especialmente em locais doença devem ser afastados do trabalho,
fechados como escolas e clínicas. considerando o período de transmissão do
agravo, e devem ser adotadas medidas para a
descontaminação do local, mesmo que
recebam profilaxia pós-exposição.
Profissionais de saúde gestantes, que prestam
assistência diretamente aos casos suspeitos e
sem comprovação prévia de vacinação, devem
ser remanejadas, e caso necessário, afastadas
do serviço para evitar risco de contato com
pessoas infectadas pela doença.
Tuberculose Contato direto com doentes, O tratamento com isoniazida na dose de
geralmente por tosse, espirros, fala 5mg/kg a 10 mg/kg de peso até a dose máxima
ou respiração. de 300mg/dia, por um período mínimo de seis
meses, reduz em 60% a 90% o risco de
adoecimento.
Varicela- Contato direto com lesões de pele ou  Profissionais com história anterior de
Zóster secreções respiratórias varicela são considerados imunes à doença.
(disseminação aérea de partículas  Profissionais sem história anterior de
virais por aerossóis). É uma infecção varicela e que receberam duas doses da
altamente transmissível, que pode vacina devem ser monitorados diariamente,
ocorrer em surtos, acometendo de 8 a 21 dias após a exposição e excluídos
principalmente crianças, e pode estar da unidade de trabalho;
associada a complicações como  Profissionais que receberam uma dose da
infecções de pele e doenças vacina devem receber a segunda dose de 3
neurológicas. a 5 dias depois da exposição. Os demais
cuidados devem ser semelhantes aos que
receberam as duas doses.
 Profissionais sem história anterior de
varicela e com exposição de risco e com
contra-indicação à vacinação (mulheres
grávidas ou imunocomprometidos) devem
receber a imunoglobulina em até 96h (4), na
dose de 125UI para cada 10kg (625UI dose
máxima), dose única via IM e devem ser
afastados por até 28 dias da unidade de
trabalho.

8. PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO

8.1. Regras gerais de prevenção de incêndio

 Comunicar qualquer situação perigosa à sua chefia e ao DESST;

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 54


 É proibido usar, sob qualquer pretexto, os equipamentos de proteção para
outros fins que não o de combate ao fogo;
 Saber onde se encontram os extintores e outros equipamentos de combate a
incêndio, conhecendo para qual classe de incêndio eles servem e como
funcionam;
 Conservar os acessos aos equipamentos destinados a combate à incêndio
limpos e desimpedidos;
 Evite acumulo de lixo ou entulho combustível;
 Não guardar combustíveis líquidos ou gasosos em excesso ou em locais sem
ventilação;
 Utilize os cinzeiros para apagar os cigarros;
 Não guardar equipamentos elétricos sem antes resfriar;
 Não fumar, não produzir chamas ou centelhas em locais proibidos;
 Realizar manutenção periódica em equipamentos elétricos;
 Não improvisar ligações elétricas;
 Nunca usar tomadas defeituosas;
 Ao sair, desligar todo o sistema de iluminação, bem como os aparelhos e os
equipamentos elétricos em geral.

8.2. Conceito de fogo

É uma reação em cadeia de três elementos que produz luz e calor. Os elementos que
compõem o fogo são combustível, oxigênio (comburente) e calor.

8.3. Combate a incêndio

A extinção de incêndio baseia-se na remoção de um dos três elementos que


compõem o triângulo do fogo. Assim, a extinção de incêndio pode ser feita por:
 Resfriamento: retirada da fonte de calor;
 Abafamento: retirada do oxigênio; ou
 Isolamento: retirada do combustível.

8.4. Classificação de Incêndio

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 55


Os incêndios classificam-se em quatro grupos A, B, C e K observando-se as
características da combustão ou perigo que o incêndio apresenta.

8.4.1. Incêndios Classe A

São produzidos por combustíveis comuns, tais como: papel, madeira, couro, tecido,
fibras, etc. Queimam em superfície e profundidade e deixam resíduos característicos,
como brasa, carvão e cinzas. Sua extinção é feita, principalmente, pelo resfriamento
do combustível com água ou outro agente extintor que contenha grande porcentagem
de água.

8.4.2. Incêndios Classe B

São produzidos por líquidos inflamáveis. Queimam em superfície e não deixam


resíduos. Sua extinção dá-se, principalmente, por abafamento com pó químico ou
dióxido de carbono ou ainda resfriamento por meio de água pulverizada.

8.4.3. Incêndios Classe C

São os que ocorrem em equipamentos elétricos energizados. Sua extinção é feita por
abafamento e por meio de agente extintor não condutor de eletricidade, tais como
dióxido de carbono ou pó químico, sendo que o último que pode deixar resíduos nos
equipamentos.

8.4.4. Incêndios Classe K

São incêndios em óleo de cozinha. Sua extinção dá-se, principalmente, por


abafamento com pó químico.

8.5. Orientações Básicas

Ao tomar conhecimento da ocorrência de um incêndio, você deverá:

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 56


 Alertar todos ao seu redor e orientar para que eles façam o mesmo com os
demais;
 Notificar a chefia imediata e o DESST;
 Verificar se existe um equipamento de segurança ao seu alcance para tentar
controlar o alastramento do fogo;
 Caso não saiba manejar os equipamentos, ou não consiga controlar o fogo,
sair imediatamente do local, seguindo as indicações de saída de emergência;
 Chegar ao térreo utilizando as escadas, junto à parede, sem correr;
 Não entrar em pânico;
 Nunca voltar para pegar objetos esquecidos;
 Em locais de muita fumaça, andar agachado, respirando através de pano
úmido;
 Ficando preso em recinto fechado, deitar-se e aguardar socorro;
 Chegando à saída, afastar-se rapidamente para evitar aglomerações e sair do
prédio.

9. GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS)

O gerenciamento dos RSS constitui-se em um conjunto de procedimentos de gestão,


planejados e implementados a partir de bases científicas e técnicas, normativas e
legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos
resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à
proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e
do meio ambiente.
Portanto, compete a todo gerador elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos
de Serviço de Saúde (PGRSS) baseado nas características e na classificação dos
resíduos gerados, conforme legislação vigente, estabelecendo as diretrizes de manejo
dos RSS.

9.1. Plano de Gerenciamento de Resíduos do Serviço de Saúde – PGRSS

É o documento que aponta e descreve as ações relativas ao manejo dos resíduos


sólidos, observadas as suas características, contemplando os aspectos referentes à

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 57


geração, segregação, acondicionamento, coleta interna, armazenamento, transporte
interno e externo, tratamento e destinação final, bem como os aspectos relativos à
proteção à saúde pública e segurança ocupacional do pessoal envolvido nas etapas
do gerenciamento de resíduos, conforme RDC n° 222 de 28 de março de 18, da
ANVISA.

9.1.1. Classificação dos Resíduos

Conforme RDC nº 222/18, os RSS são classificados da seguinte forma:


 GRUPO A (Resíduos Infectantes): Resíduos de assistência a saúde com a
possível presença de agentes biológicos (vírus, bactérias, fungos) que podem
apresentar risco de causar infecção. São divididos em subgrupos, de acordo
com o tipo de resíduo armazenado: A1, A2, A3, A4 e A5.
 GRUPO B (Resíduos Químicos): Resíduos contendo substâncias químicas
que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente,
dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade,
reatividade e toxicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade, mutagenicidade
e quantidade.
 GRUPO C (Resíduos Radioativos): Quaisquer materiais resultantes de
atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores
aos limites de isenção especificados nas normas do CNEN (Comissão
Nacional de Energia Nuclear) e para os quais a reutilização é imprópria ou não
prevista.
 GRUPO D (Resíduos Comuns): Resíduos que não apresentam risco
biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente. Suas
características são similares às dos resíduos domiciliares. Podem ser
subdivididos em recicláveis, não recicláveis e orgânicos.
 GRUPO E (Resíduos Perfurocortantes): Materiais perfurocortantes ou
escarificantes, tais como: Lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de
vidro, brocas, limas endodônticas, fios ortodônticos cortados, próteses bucais
metálicas inutilizadas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos
capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios
de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas
de Petri) e outros similares.
MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 58
9.1.2. Fases do Gerenciamento

9.1.2.1. Manejo

O manejo dos RSS é entendido como a ação de gerenciar os resíduos em seus


aspectos intra e extra estabelecimento, desde a geração até a disposição final,
incluindo as seguintes etapas:
a) SEGREGAÇÃO: Consiste na separação dos resíduos no momento e
local de sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, o
seu estado físico e os riscos envolvidos.
b) IDENTIFICAÇÃO: Consiste no conjunto de medidas que permite o
reconhecimento dos riscos presentes nos resíduos contidos nos sacos e recipientes
de forma clara e legível em tamanho proporcional aos sacos, coletores e seus
ambientes de armazenamento, fornecendo informações ao correto manejo dos RSS.

Resíduo Infectante Resíduo Químico


(Risco Biológico) (Risco Químico)

Resíduo Infectante Resíduo Infectante


(Risco Biológico) (Risco Biológico)

Resíduo Infectante
Resíduo Comum (Perfurocortante e
Escarificante)

Resíduo Reciclável
Resíduo Infectante
(Risco Biológico)

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 59


Resíduo Comum
Resíduo Infectante (Orgânico)
(Risco Biológico)

c) ACONDICIONAMENTO: Consiste no ato de embalar os resíduos


segregados, em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de
punctura e ruptura.

Grupo A
Subgrupo
A1

Grupo A
Subgrupo
A4

Grupo A
Subgrupo
A5

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 60


Grupo
B

Grupo D
COMUM

Grupo D
ORGÂNICO

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 61


Grupo E

d) COLETA E TRANSPORTE INTERNO: Consiste no traslado dos


resíduos dos pontos de geração até local destinado ao armazenamento temporário ou
armazenamento externo com a finalidade de apresentação para a coleta.

e) ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO: Consiste na guarda temporária


dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados, em local próximo aos pontos
de geração, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e otimizar o
deslocamento entre os pontos geradores e o ponto destinado à apresentação para
coleta externa.
f) TRATAMENTO: Consiste na aplicação de método, técnica ou processo
que modifique as características dos riscos químicos, físicos ou biológicos inerentes
aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de dano ao meio ambiente ou à saúde
pública, exemplos: processo de autoclavação, incineração, entre outros.
g) ARMAZENAMENTO EXTERNO: Consiste na guarda dos recipientes
de resíduos até a realização da etapa de coleta externa, em ambiente exclusivo com
acesso facilitado para os veículos coletores.
h) COLETA E TRANSPORTE EXTERNOS: Consistem na remoção dos
RSS do abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de tratamento ou
disposição final ambientalmente adequada, assegurando a preservação das
condições de acondicionamento.

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 62


i) DISPOSIÇÃO FINAL: Consiste na disposição ordenada de rejeitos em
aterro, previamente preparado para recebê-los, de modo que evite danos ou riscos à
saúde pública, minimizando também impactos ambientais.

9.1.3. Cuidados especiais no Gerenciamento do RSS

 Os resíduos deverão ser transportados em fluxo e horários planejados,


evitando a circulação dos contenedores em locais e horários de trânsito de
pessoas e/ou distribuição de roupas limpas, refeições e medicações.
 O transporte deverá ser feito separadamente e em recipientes específicos de
acordo com o grupo de resíduos.
 Os carros coletores não devem ser deixados nos corredores e nem em outro
local de acesso a paciente, funcionários e ao público.
 Os turnos, horários e frequência de coleta deverão ser executados com
itinerários e horários diferentes segundo o tipo de resíduo coletado.
 Proceder à coleta dos resíduos antes de efetuar a limpeza e higienização do
local.
 Não realizar o esvaziamento ou reaproveitamento dos sacos de
armazenamento de resíduos.
 Os sacos coletores devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua
capacidade ou pelo menos 01 vez a cada 24 horas para os resíduos perigosos
e a cada 48 horas para os resíduos não perigosos.
 Ao coletar os sacos plásticos do recipiente, retirar o excesso de ar com o
cuidado, torcer e fechar a abertura com nó em cruz.

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 63


 Os sacos coletores não poderão ser perfurados, puncionados ou rasgados.
Caso ocorram danos durante o processo de coleta, o saco deverá ser alocado
dentro de outro saco, íntegro com as mesmas características/ especificações.
Caso ocorra extravasamento de resíduos químicos, proceder de acordo com
norma estabelecida pela unidade para o derramamento de produtos químicos
(FISPQ).
 No armazenamento temporário não é permitida a retirada dos sacos de
resíduos de dentro dos recipientes coletores ali estacionados.
 Os resíduos Infectantes (grupo A) e Perfurocortantes (grupo E) deverão ser
armazenados e transportados em coletores de cor branca devidamente
identificados.
 Devem-se manter os ambientes limpos, livres de resíduos e odores
incompatíveis com a atividade, devendo atender aos critérios de criticidade das
áreas.
 No caso de haver derramamento de resíduos no piso ou em outra superfície,
remover, e em seguida, proceder à técnica de limpeza do local, seguidos de
desinfecção.
 Manusear os contenedores e/ou lixeiras de resíduos com cuidado e sempre
com a tampa fechada evitando encostá-los ao corpo e fazendo uso dos EPIs.
 Caso os funcionários envolvidos com a coleta interna de resíduos identifiquem
lixeiras ou contenedores danificados ou sem identificação, além de problemas
inerentes aos processos de coleta interna e externa dos resíduos, os mesmos
deverão dar ciência à chefia imediata, que, por sua vez, comunicará a Unidade
de Gestão Ambiental, para providenciar as adequações e correções
necessárias.
 Os materiais e equipamentos, utilizados na coleta de resíduos e higienização
dos contenedores e/ou lixeiras e abrigo de resíduos, devem ser utilizados
exclusivamente para os fins a que se destinam.
 Os resíduos deverão ser mantidos separados pela sua característica e em
abrigo externo correspondente ao seu risco, até a coleta externa realizada por
empresas contratadas que darão a adequada destinação final.
 Dentro dos abrigos de armazenamento de resíduos só é permitida a entrada
dos profissionais da equipe de limpeza e higienização devidamente
uniformizados.
MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 64
9.1.4. Resíduos com Risco Biológico

9.1.4.1. Tratamento Interno – antes de deixar a Unidade Geradora

Alguns Resíduos do Grupo A – subgrupo A1 (Risco Biológico) necessitam de


tratamento prévio antes de deixarem a Unidade Geradora e deverão ser embalados
em sacos plásticos para autoclavação. Conforme é descrito na RDC n°222/18, são
eles:
 Culturas e estoques de microrganismos, resíduos de fabricação de
produtos biológicos, exceto os medicamentos hemoderivados;
 Meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação
ou mistura de culturas;
 Resíduos de laboratórios de manipulação genética.
Estes resíduos não podem deixar a Unidade Geradora SEM tratamento prévio,
portanto deve-se aplicar o método de autoclavação para redução de carga microbiana
no local onde é gerado.
Após este procedimento, a Unidade de Gestão Ambiental (UGA) instituiu que estes
resíduos deverão ser descartados como infectante, em saco branco, do Grupo A –
subgrupo A4.

9.1.4.2. Tratamento Externo

Não é permitido a abertura ou o rompimento de saco contendo Resíduo com Risco


Biológico sem prévio tratamento.
Após tratamento interno acondicionar os sacos dentro de um recipiente rígido,
impermeável, lavável, com tampa e encaminhá-los para serem tratados externamente
(incineração) e posteriormente dispostos em aterro.
Observações:
 Todos os contentores e lixeiras para resíduos possuem tampas, e são
lavados pelo menos uma vez por semana ou sempre que houver
vazamento do saco contendo resíduos, conforme rotina institucional.
 Os materiais Perfurocortantes (Grupo E) são agentes de risco de acidentes,
além de serem agentes de risco biológico se estiverem contaminados com
MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 65
algum microrganismo patogênico. Por suas características físicas
específicas, este tipo de resíduo possui uma separação diferente do
restante dos resíduos.
 Os resíduos do Grupo E são descartados em recipientes de paredes
rígidas, com tampa e resistentes à rupturas e puncturas. Os recipientes não
devem ser preenchidos em mais de 2/3 de sua capacidade e devem ficar
dispostos tão próximo quanto possível da área de trabalho.

9.1.5. Resíduos Químicos

Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde


pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade,
corrosividade, reatividade e toxicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade,
mutagenicidade e quantidade.
Conforme é descrito na RDC n°222/18, são eles:
 Produtos farmacêuticos;
 Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes;
 Resíduos contendo metais pesados;
 Reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes.
 Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores).
 Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas.
 Demais produtos considerados perigosos: tóxicos, corrosivos, inflamáveis e
reativos.
Os riscos à saúde podem decorrer de exposições sucessivas, cujos efeitos
manifestam-se a logo prazo.
A tecnologia para tratamento da maioria dos resíduos do Grupo B é a Incineração e é
realizado FORA da Unidade geradora (Empresa contratada).

9.1.5.1. Inativação dos Produtos Químicos

Deve-se ter precaução ao inativar produtos químicos, já que podem ocorrer reações
químicas perigosas. Todos os trabalhos devem ser executados por pessoas
especializadas. Observar as medidas de precauções gerais constantes na FISPQ do
produto.
MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 66
Recomenda-se com insistência experimentar o método de inativação em escala
reduzida, uma vez que, em caso de problemas, as consequências não serão tão
sérias.

9.1.5.2. Descarte de Resíduos Químicos

Alguns Resíduos Químicos devem ser INATIVADOS, antes de serem descartados, a


fim de transformar produtos químicos perigosos em produtos derivados menos
perigosos ou inócuos, para serem eliminados sem risco.
Antes de descartar qualquer Resíduo Químico, deve-se avaliar o rótulo, a FISPQ,
verificar se há necessidade de tratamento, utilizando as principais técnicas para
INATIVAÇÃO, tais como: neutralização, oxidação, redução, precipitação, destilação,
entre outros.
Os Resíduos sem possibilidade de descarte imediato devem ser armazenados em
condições seguras, específicas para cada categoria.
Seguem algumas orientações para um descarte seguro de resíduos Químicos:
 Os produtos químicos nunca devem ser descartados diretamente na pia
sem as devidas orientações;
 Os produtos químicos não podem ser misturados sem as devidas
orientações;
 Soluções aquosas de ácidos orgânicos podem ser cuidadosamente
neutralizadas com bicarbonato de sódio ou hidróxido de sódio;
 Recipientes vazios de algumas substâncias químicas devem sofrer lavagem
antes de serem descartados ou estocados;
 Substâncias químicas não tóxicas podem ser despejadas na pia se antes
forem devidamente diluídas. A torneira deverá permanecer aberta por
alguns minutos, de maneira a favorecer o processo de diluição;
 Soluções ácidas e alcalinas devem ser diluídas para neutralização antes de
serem despejadas no esgoto;
 Resíduos inflamáveis devem ser colocados em recipientes à prova de fogo.
Deve haver na Instituição, recipientes adequados para o descarte de
líquidos inflamáveis;
 Todo produto químico a ser descartado deve ser armazenado em local
adequado a espera da coleta e destinação final devidamente identificado.
MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 67
Observações:
 Todo descarte de Resíduo Químico deverá ser orientado pela sua FISPQ.
 Se tiver dúvida quanto ao descarte adequado dos Resíduos Químicos,
contatar a UGA – ramal 2311.
 Antes de descartar qualquer Resíduo Químico deve-se preencher a
Planilha: TERMO DE BAIXA DE RESÍDUOS QUÍMICOS ENVIADOS PARA
TRATAMENTO POR INCINERAÇÃO.
 Quaisquer recipientes vazios ou com resquícios de Produtos Químicos
devem-se ser tratados como Resíduos Químicos.

9.1.5.3. Recipientes Coletores

 Devem ser fechados de forma estanque, identificados claramente de acordo


com os seus conteúdos;
 Devem ser resistentes a ponto de não sofrerem rachaduras e perfurações.

9.1.6. Resíduos que não apresentam Risco Inerente

Alguns resíduos não apresentam risco à saúde ou ao meio ambiente por não
possuírem características biológica, química ou radiológica, podendo ser equiparados
aos resíduos domiciliares. São eles:
 Papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis
de vestuário, gorros e máscaras descartáveis, resto alimentar de paciente,
material utilizado em antissepsia e hemostasia de venóclises, luvas de
procedimentos que não entraram em contato com sangue ou líquidos
corpóreos, equipo de soro, abaixadores de língua e outros similares não
classificados como A1;
 Sobras de alimentos e do preparo de alimentos;
 Resto alimentar de refeitório;
 Resíduos provenientes das áreas administrativas;
 Resíduos de varrição, flores, podas e jardins;
 Resíduos de GESSO provenientes de assistência à saúde;
 Resíduos que não tiveram contato direto com sangue e secreções de
pacientes;
MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 68
 Resíduos recicláveis sem contaminação biológica, química e radiológica
associada.
Estes resíduos não necessitam de tratamento e deverão ser dispostos em aterro
sanitário, também devem ser coletados e transportados (interno e externamente)
separadamente dos demais resíduos gerados para evitar a contaminação dos
mesmos.
Para os resíduos destinados à reciclagem, reaproveitamento ou reutilização, a
identificação deve ser feita nos recipientes e nos locais de guarda de recipientes,
usando código de cores e suas correspondentes nomeações.

Os resíduos que serão encaminhados para reciclagem, reaproveitamento ou


reutilização não poderão ter contato com resíduos que apresentem risco biológico,
químico e radiológico e deverão ser dispostos em abrigos externos separados até a
coleta externa.

9.1.7. Considerações Finais

Todos os procedimentos para segregação e descarte de resíduos estão descritos no


PGRSS da Instituição, disponível na Unidade de Gestão Ambiental e na intranet.

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA IPSEMG Página 69


BIBLIOGRAFIA

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