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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Luciana Gomes Ferreira de Andrade – Procuradora-Geral de Justiça


Elda Márcia Moraes Spedo – Subprocuradora-Geral de Justiça Administrativa
Josemar Moreira – Subprocurador-Geral de Justiça Judicial
Alexandre José Guimarães – Subprocurador-Geral de Justiça Institucional
Gustavo Modenesi Martins da Cunha – Corregedor-Geral do Ministério Público
Humberto Alexandre Campos Ramos – Ouvidor do Ministério Público

Elaboração, redação e revisão:

Centro de Apoio Operacional da Defesa dos Direitos do Consumidor - CADC/MPES


Vanessa Morelo Amaral (dirigente)
Ewerton Pereira Gonçalves
Giovana dos Santos Baptista Teixeira
Tatiana Fragoso Galdino da Silva
Valquíria Alcântara Mendes de Moraes

Redação e revisão:

Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo - IDAF-ES


Gerência de Agroindústria de Pequeno Porte - GEAPP
Gerência de Defesa Sanitária e Inspeção Animal – GEDSIA
Raoni Cezana Cipriano (gerente)
Alan Paulo Moreira Teixeira
Talita Maria Pimenta de Paoli

Revisão ortográfica:
Assessoria Legislativa - ALE/MPES

Diagramação:

Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional – CEAF/MPES


Hermes Zaneti Júnior (dirigente)
Bruno Alves Moure (design gráfico)

Vitória, 2023

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Sumário
1. APRESENTAÇÃO ............................................................................................................ 4
2. METODOLOGIA ............................................................................................................. 4
3. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 5
4. SEGURANÇA ALIMENTAR.......................................................................................... 5
4.1 Segurança na produção de produtos de origem animal ........................................................... 7
5. HISTÓRICO DA REGULAMENTAÇÃO DA COMERCIALIZAÇÃO DE
PRODUTOS ARTESANAIS DEORIGEM ANIMAL NO BRASIL ........................... 7
5.1 Alimentos de origem animal de fabricação artesanal .............................................................. 9
6. O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E O DEVER
DE INFORMAÇÃO ........................................................................................................ 10
6.1 Rotulagem ............................................................................................................................. 11
7. COMPETÊNCIAS .......................................................................................................... 12
7.1 Competência legislativa sobre o tema ................................................................................... 12
7.2 Competência dos Serviços de Inspeção Oficiais junto às esferas governamentais ............... 15
8. OBRIGATORIEDADE DE REGISTRO DE ESTABELECIMENTO
PRODUTOR DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL ............................................ 15
8.1 Inspeção Federal, Estadual e Municipal (SIF, SIE e SIM) .................................................... 17
8.2 Como obter os selos de inspeção oficiais .............................................................................. 18
8.3 Selo Arte ................................................................................................................................ 19
8.3.1 Como obter o Selo Arte? ........................................................................................... 19
9. SERVIÇO DE INSPEÇÃO AGROINDUSTRIAL DE
PEQUENO PORTE - SIAPP ........................................................................................ 20
10. SISTEMA UNIFICADO ESTADUAL DE SANIDADE AGROINDUSTRIAL
FAMILIAR DE PEQUENO PORTE – SUSAF ........................................................... 20
11. FISCALIZAÇÃO ............................................................................................................ 21
12. CONSEQUÊNCIAS DA COMERCIALIZAÇÃO DE
PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL SEM REGISTRO DE INSPEÇÃO ............. 22
13. MEDIDAS QUE PODEM SER ADOTADAS PELO MINISTÉRIO PÚBLICO
ESTADUAL ..................................................................................................................... 26
14. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 27
ANEXO ................................................................................................................................... 28
A) Âmbito Federal ...................................................................................................................... 28
B) Âmbito Estadual .................................................................................................................... 30
C) Âmbito Municipal ................................................................................................................. 31
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................... 34

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1. APRESENTAÇÃO

A ideia da elaboração deste Guia jurídico surgiu diante do resultado da pesquisa de


diagnóstico, executada pelo Ministério Público do Espírito Santo – MPES, em 2019, com o
objetivo de identificar o grau de importância dos focos de atuação finalística relacionados ao
tema: CONSUMIDOR. A maior avaliação dos focos de atuação do MPES na seara
consumerista foi o tema “Fortalecer ações no que tange à segurança alimentar”, que ganhou
maior importância para o público geral e para as(os) membras(os) da instituição.
A iniciativa é alinhada ao objetivo estratégico do Planejamento Estratégico 2015-2025 do
Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES): Estimular a eficiência do sistema de
defesa dos consumidores, assegurando o acesso à informação e a autonomia das pessoas para
defesa dos seus direitos. Programa: Segurança alimentar.
O objetivo que se pretende atingir com a realização deste guia é auxiliar as(os)
Promotoras(es) de Justiça com atribuição na matéria do consumidor, oferecendo um
documento que contenha um compilado de legislações sobre produtos alimentícios de origem
animal, bem como a indicação da competência de cada órgão municipal, estadual e federal na
regulação e fiscalização desses produtos. Essa demanda é enfrentada com certa frequência
pelas(os) membras(os) do MPES na execução de suas atividades finalísticas.
Ademais, o guia visa esclarecer sobre a obrigatoriedade e a importância da inspeção e da
fiscalização desses produtos como uma ferramenta de defesa do consumidor com a
preservação da saúde pública através da inocuidade alimentar, do combate à fraude
econômica e da identidade e qualidade dos produtos ofertados à população.
Ressalta-se que o propósito é uma orientação abrangente e não específica de determinados
produtos.

2. METODOLOGIA

Foi feito o levantamento de legislação federal, estadual e municipal por meio de buscas em
sítios oficiais governamentais e solicitações via e-SIC (Sistema de Informação ao
Consumidor) disponibilizados nos sites dos órgãos competentes.
Para a pesquisa de legislação municipal, foram selecionados alguns municípios capixabas da
Região Metropolitana e outros com vocação no agroturismo. Os Municípios de Aracruz,
Cachoeiro de Itapemirim, Domingos Martins, Guarapari, São Mateus e Viana possuem
legislação específica sobre o tema. Já os Municípios de Linhares, Santa Teresa, Serra, Venda
Nova do Imigrante, Vila Velha e Vitória não possuem, submetendo-se, portanto, a legislação
existente em âmbito estadual e federal.
Além disso, contou-se com a colaboração do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do
Espírito Santo (IDAF), através das gerências de Agroindústria de Pequeno Porte (GEAPP) e
de Defesa Sanitária e Inspeção Animal (GEDSIA) e da Secretaria de Saúde do Estado do
Espírito Santo, por meio do Núcleo Especial de Vigilância Sanitária de Alimentos (NEVS),
que forneceram informações essenciais para esclarecimentos sobre alguns tópicos importantes
deste Guia.

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Por fim, foi realizada pesquisa bibliográfica sobre o tema em sites de pesquisa e em artigos
científicos até o segundo semestre de 2022.

3. INTRODUÇÃO

O avanço tecnológico tem proporcionado um aumento na produção e na disponibilização de


uma enorme variedade de produtos alimentícios no mercado de consumo. Assim,
consequentemente, a preocupação com a qualidade desses alimentos, bem como com a sua
padronização e a regular comercialização, também vem aumentando.
Diante desse progresso, observa-se que os consumidores têm se preocupado cada dia mais
com a origem e a qualidade desses produtos, o que gera um aumento na demanda por
produtos cuja procedência e processos de produção sejam de conhecimento do consumidor.
Esse novo padrão de comportamento consumerista pode ser exemplificado com a maior
valorização dos aspectos históricos que envolvem as formas de produção dos alimentos, das
técnicas herdadas, dos símbolos, da cultura e, de maneira geral, da identidade das tradições
associadas a cada produto. Os produtos de origem animal, principalmente os produzidos de
forma artesanal, estão inseridos no contexto deste “consumo cultural”, em que há uma relação
mais próxima entre o consumidor e o produtor.
A legislação de comercialização de produtos alimentícios de origem animal é ampla e com
muitas normatizações esparsas e variadas nos três âmbitos federativos, o que dificulta a
atuação das(os) Promotoras(es) de Justiça da execução em demandas específicas da matéria
correlacionada ao direito do consumidor.

4. SEGURANÇA ALIMENTAR

A Constituição Federal consagra em seu art. 196 a saúde como direito de todos e dever do
Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de
doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para
sua promoção, proteção e recuperação.
O Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) foi incluído na Declaração Universal
dos Direitos Humanos, em seu art. 25, e reconhecido como direito fundamental pela
Constituição Federal em seu art. 6°, passando, então, a ser assegurado como direito social.
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o
trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.
Além disso, o Código de Defesa do Consumidor assegura aos consumidores nos arts. 6º, I, 8º
e 10 a proteção da vida, da saúde e da segurança contra os riscos provocados por práticas no
fornecimento de produtos perigosos ou nocivos.
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados

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por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados
perigosos ou nocivos;
Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não
acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os
considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e
fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as
informações necessárias e adequadas a seu respeito.
§ 1º Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe prestar
as informações a que se refere este artigo, através de impressos
apropriados que devam acompanhar o produto. (Redação dada pela
Lei nº 13.486, de 2017)
§ 2º O fornecedor deverá higienizar os equipamentos e utensílios
utilizados no fornecimento de produtos ou serviços, ou colocados à
disposição do consumidor, e informar, de maneira ostensiva e
adequada, quando for o caso, sobre o risco de contaminação. (Incluído
pela Lei nº 13.486, de 2017)
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo
produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de
nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança.
§ 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua
introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento da
periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato
imediatamente às autoridades competentes e aos consumidores,
mediante anúncios publicitários.
§ 2° Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo anterior
serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, às expensas do
fornecedor do produto ou serviço.
§ 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de produtos
ou serviços à saúde ou segurança dos consumidores, a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão informá-los a
respeito.
O art. 3° da Lei 11.346, de 15 de setembro de 2006, define o que é segurança alimentar:
Art. 3º A segurança alimentar e nutricional consiste na realização do
direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de
qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a
outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares
promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam
ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis.
Destarte, a segurança alimentar possui aplicabilidade na concretização do direito fundamental
à alimentação adequada. É através dela que se realiza o devido acesso regular e permanente
aos alimentos.

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A regulamentação dos produtos alimentares justifica-se primordialmente pelo fato de que vários
problemas podem ser causados à saúde da população diante do consumo involuntário de
alimentos contaminados por microrganismos, como bactérias, vermes, fungos e até mesmo
produtos químicos aplicados de forma indiscriminada na produção de alimentos de origem
animal.

4.1 Segurança na produção de produtos de origem animal

A obtenção de produtos de origem animal seguros está correlacionada diretamente com as


práticas que visam assegurar que esses alimentos não ofereçam nenhum risco aos seus
consumidores.
Estes riscos podem ser classificados como perigos e podem ser físicos, químicos ou
microbiológicos. Para evitá-los, os produtos devem ser obtidos, conservados, transportados,
transformados, preparados e expostos à venda em condições que garantam o controle desses
perigos, principalmente dos agentes que podem causar doenças no homem.
Os produtos de origem animal de procedências duvidosas podem gerar infecções alimentares
ou outras enfermidades, o que pode levar o consumidor a necessitar de assistência médica ou
hospitalar.
O consumo de produtos de origem animal provenientes de estabelecimentos registrados nos
serviços de inspeção oficiais traz ao consumidor a possibilidade de se alimentar de forma
legal e segura.
É importante disseminar a cultura dos alimentos seguros assim como a de segurança
alimentar, pois ambas afetam diretamente a vida em coletividade.

5. HISTÓRICO DA REGULAMENTAÇÃO DA COMERCIALIZAÇÃO DE


PRODUTOS ARTESANAIS DE ORIGEM ANIMAL NO BRASIL

O marco inicial da regulamentação sobre produtos de origem animal no Brasil deu-se em


1926, com a criação do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio.
Em 1950, surge o Serviço de Inspeção Federal, com a promulgação da Lei nº 1.283, de 18 de
dezembro de 1950, que dispõe sobre a inspeção industrial e sanitária dos produtos de origem
animal. O art. 1º estabelece a “obrigatoriedade da prévia fiscalização, sob o ponto de vista
industrial e sanitário, de todos os produtos de origem animal, comestíveis e não comestíveis,
sejam ou não adicionados de produtos vegetais, preparados, transformados, manipulados,
recebidos, acondicionados, depositados e em trânsito”. Já o art. 2º prevê que são passíveis de
fiscalização: “a) os animais destinados à matança, seus produtos e subprodutos e matérias
primas; b) o pescado e seus derivados; c) o leite e seus derivados; d) o ovo e seus derivados;
e) o mel e cera de abelhas e seus derivados”.
O art. 10-A da mesma Lei, incluído pela Lei nº 13.680 de 14 de junho de 2018, estabelece que
os produtos artesanalmente produzidos, mediante o emprego de boas práticas de produção
agropecuária e em conformidade com a fiscalização de órgãos de saúde pública dos Estados e

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do Distrito Federal estarão habilitados para a comercialização interestadual. O § 1º do mesmo
artigo prevê que o produto artesanal será identificado pelo selo ARTE, conforme Decreto nº
9.918, de 18 de julho de 2019.
Em 1969, o Decreto Lei Federal nº 923, de 10 de outubro de 1969, dispondo sobre a
comercialização de leite, determinou a proibição da venda de leite cru para consumo direto da
população, podendo ser permitido apenas, em caráter precário, a venda de leite em localidades
que não possuíssem infraestrutura necessária para o abastecimento com leite beneficiado.
De forma complementar, em 1970, foi publicado o Decreto Federal nº 66.183, de 5 de
fevereiro de 1970, que tratou das especificações técnicas de comercialização de leite cru e
conferiu à autoridade competente responsabilidade de inutilizar, para o consumo humano, o
leite cru ou in natura que não atendesse a tais requisitos, sem prejuízo das sanções penais
aplicáveis ao infrator.
Posteriormente, a Lei Federal nº 7.889, de 23 de novembro de 1989, dispôs sobre a inspeção
sanitária e industrial dos produtos de origem animal, determinando que a realização prévia da
inspeção, sob as exigências da Lei nº 1.283, de 1950, competiria à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios.
O art. 4º da Lei nº 7.889/89 traz as competências para realização da fiscalização na produção
dos produtos de origem animal, em conformidade com as esferas de comercialização.
Já art. 7º dispõe que nenhum estabelecimento industrial ou entreposto de produtos de origem
animal poderá funcionar no País, sem que esteja previamente registrado no órgão competente
para a fiscalização da sua atividade, conforme as responsabilidades constantes no art. 4º.
Visando unificar os sistemas de fiscalização e a “promoção da saúde, as ações de vigilância e
defesa sanitária dos animais e dos vegetais” foi criado, em 1998, em nível federal, o Sistema
Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA). Por meio desse sistema, os
produtos inspecionados por quaisquer das instâncias do SUASA poderiam ser
comercializados em todo o território nacional, por meio do reconhecimento da equivalência,
mesmo que a inspeção estadual ou municipal tenha sua própria legislação, o que se tornaria a
base para a adesão dos serviços de outras instâncias ao SUASA. (BRITO e XAVIER, 2016)
Como parte do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária - SUASA, instituído
pelo Decreto Federal nº 5.741/2016, ficou constituído o Sistema Brasileiro de Inspeção de
Produtos de Origem Animal - Sisbi-POA.
O Sisbi-POA surgiu com a responsabilidade de assegurar que os procedimentos e a
organização da inspeção de produtos de origem animal fossem realizados por métodos
universalizados e aplicados equitativamente em todos os estabelecimentos inspecionados.
Através da publicação da Portaria Mapa nº 104/2013, é então reconhecida a equivalência do
Serviço de Inspeção Estadual (SIE) ao Serviço de Inspeção Federal (SIF) pela adesão ao
Sisbi-POA. Essa equivalência possibilitou que os estabelecimentos registrados no SIE-ES que
se aderirem ao Sisbi-POA, de forma voluntária, poderão incluir a logomarca do Sisbi-POA
juntamente ao carimbo do SIE- ES em seus rótulos e assim comercializá-los para todo o país e
não somente no âmbito do Estado do Espírito Santo.
Em 14 de junho de 2018, foi publicada a Lei Federal nº 13.680, que promoveu adequação no

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processo de fiscalização dos produtos alimentícios de origem animal produzidos de forma
artesanal, permitindo a comercialização interestadual de produtos alimentícios produzidos de
forma artesanal, desde que submetidos à fiscalização de órgãos de saúde pública dos estados e
do Distrito Federal. A lei definiu que tais produtos, além do selo do serviço de inspeção
oficial, serão identificados por selo único com a indicação ARTE.
Em 2019, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicou o Decreto
Regulamentador do Selo Arte (Decreto nº 9.918/19), que regulamenta o Art. 10-A da Lei nº
1.283 de 18 de dezembro de 1950, incluído pela Lei nº 13.680 de 14 de junho de 2018, e que
entre outras coisas determina o que são produtos de origem animal.
Em paralelo a essa regulamentação sobre a produção e a comercialização de produtos de
origem animal podemos inserir na discussão o Código de Defesa do Consumidor (Lei nº
8.078, de 11 de setembro de 1990), que nesse aspecto visa à proteção da saúde e à segurança
dos consumidores.

5.1 Alimentos de origem animal de fabricação artesanal

Nos termos do art. 3º, I, do Decreto nº 9.918 de 18 de julho de 2019, são considerados
produtos alimentícios de origem animal produzidos de forma artesanal aqueles “produtos
comestíveis elaborados com predominância de matérias-primas de origem animal de produção
própria ou de origem determinada, resultantes de técnicas predominantemente manuais
adotadas por indivíduo que detenha o domínio integral do processo produtivo, submetidos ao
controle do serviço de inspeção oficial, cujo produto final de fábrica é individualizado,
genuíno e mantém a singularidade e as características tradicionais, culturais ou regionais do
produto”.
Para Brito e Xavier (2016), produtos alimentícios artesanais podem ser definidos como
aqueles produzidos com características tradicionais a partir de conhecimentos transmitidos de
geração em geração, de acordo com a tradição cultural de determinada região. Além disso,
devem ser elaborados com matérias-primas produzidas de forma integrada ao espaço
produtivo dos produtos artesanais, em conformidade com padrões de identidade e de
qualidade estabelecidos nas legislações de alimentos e aditivos.
Um produto caracteriza-se como artesanal ou caseiro levando em consideração vários
elementos, como valores históricos, matéria prima utilizada, origem geográfica, costumes
relacionados à forma de produção e ao consumo, dentre outros.
Assim, a forma artesanal de se produzir os alimentos remete à defesa da alimentação
tradicional e usa do retorno às origens como uma oportunidade de valorização do local e
resgate dos alimentos de qualidade superior, mais saudáveis e frescos, provenientes de
famílias rurais, de sua região e cultura (PINTO et al. 2020).
Ademais, para que os produtos alimentícios sejam considerados artesanais, de acordo com o
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), devem preencher aos
seguintes requisitos, impostos pelo art. 4º do decreto 9.918/19 que regulamenta o art. o art.
10-A da Lei nº 1.283, de 18 de dezembro de 1950, que dispõe sobre o processo de fiscalização
de produtos alimentícios de origem animal produzidos de forma artesanal:

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“I. as matérias-primas de origem animal devem ser produzidas na
propriedade onde a unidade de processamento estiver localizada
ou devem ter origem determinada;
II. as técnicas e os utensílios adotados, que determinem as
características do produto final, devem prescindir de dispositivos
mecânicos ou eletrônicos, de forma a valorizar o trabalho
humano em detrimento da automação.
III. o processo produtivo deve adotar boas práticas na fabricação de
produtos artesanais com o propósito de garantir a produção de
alimento seguro ao consumidor;
IV. as unidades de produção de matéria-prima, próprias ou de
origem determinada, devem adotar boas práticas agropecuárias
na produção artesanal;
V. o produto final deve ser individual, genuíno e manter a
singularidade e as características tradicionais, culturais ou
regionais do produto, sendo permitida variabilidade sensorial
entre os lotes;
VI. o uso de ingredientes industrializados deve ser restrito ao mínimo
necessário, vedada a utilização de corantes, aromatizantes e
outros aditivos considerados cosméticos; e
VII. o processamento deve ser feito prioritariamente a partir de
receita tradicional, que envolva técnicas e conhecimentos de
domínio dos manipuladores.”
Os alimentos artesanais dividem-se em dois grupos: os de origem vegetal e os de origem
animal.
De acordo com o Relatório de Inteligência de alimentos do SEBRAE (2018), no que se refere
aos produtos de origem vegetal incluem-se as bebidas em geral (não alcoólicas, alcoólicas e
fermentadas) e todos os demais produtos alimentícios de origem vegetal in natura,
processados ou minimamente processados.
Por sua vez, os alimentos artesanais de origem animal são todas as carnes, leite, ovos, mel,
pescados e seus derivados. Esses alimentos são regulados pelo Departamento de Inspeção de
Produtos de Origem Animal (DIPOA), vinculado ao MAPA, e órgãos estaduais e municipais
correspondentes.

6. O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E O DEVER DE INFORMAÇÃO

O Código de Defesa do Consumidor (CDC) prevê o princípio e o direito da informação


adequada em seu art. 6º, inciso III, bem como no art. 31, que determinam que o consumidor
tem o direito de obter informações adequadas e claras sobre os produtos e os serviços, com a
especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos
incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem à sua saúde e segurança.

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Art. 6º: São direitos básicos do consumidor: (...)
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e
serviços, com especificação correta de quantidade, características,
composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os
riscos que apresentem;
Art. 31: A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem
assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em
língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade,
composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros
dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança
dos consumidores.
No caso dos alimentos, essas informações devem constar em seus
rótulos, conforme discorrido a seguir.

6.1 Rotulagem

Para que haja a efetivação dos direitos básicos do consumidor e a consequente preservação de
sua saúde, por meio de uma alimentação consciente, destacou-se a necessidade da
implementação de um modelo que traga informações adequadas e de fácil entendimento nos
rótulos dos alimentos inseridos no mercado de consumo, respeitando-se as disposições do
CDC, norma de ordem pública e de interesse social que visa à realização da Política
Nacional das Relações de Consumo.
A rotulagem é a principal forma de comunicação entre fornecedor e consumidor. As
informações contidas nos rótulos dos alimentos visam assegurar informações claras, corretas,
precisas, ostensivas e escritas em língua portuguesa, sobre todas as características dos
produtos, bem como sobre os riscos que possam apresentar à saúde e a segurança dos
consumidores, em obediência ao disposto no CDC.
Os alimentos estão associados com a preservação da saúde e com os direitos fundamentais
dos consumidores, justamente por serem produtos indispensáveis à sobrevivência.
Os rótulos de alimentos que não se adequam às normas existentes e não proporcionam todas
as informações necessárias para que haja um consumo consciente, não respeitam os direitos
básicos do consumidor previstos pelo CDC. Essa inadequação viola diretamente a regra
prevista pelo art. 6º, III, que prevê o princípio da informação adequada.
O Decreto-lei nº 986, de 21 de outubro de 1969, define rótulo como qualquer identificação
que se apresente na embalagem do produto, seja uma imagem, legenda, gráfico ou descrição.
Essas informações destinam-se a identificar a origem, características nutricionais e
composição de determinado produto, permitindo seu rastreamento, sendo, portanto, elemento
essencial para a saúde pública (CÂMARA, 2008). A rotulagem é obrigatória na legislação
brasileira e é regulamentada por órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA), o Ministério da Saúde, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA) e pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(Inmetro).

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De acordo com a ANVISA, as normas de rotulagem são válidas para todos os alimentos
embalados, qualquer que seja sua origem. No caso de alimentos de origem animal, existem
normas específicas definidas pela Instrução Normativa nº 22/2005 do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Essa Instrução Normativa determina quais
informações obrigatórias devem constar na rotulagem de produtos de origem animal, quais
sejam:
o Denominação (nome) de venda do produto de origem animal;
o Lista de ingredientes;
o Conteúdos líquidos;
o Identificação da origem;
o Nome ou razão social e endereço do estabelecimento;
o Nome ou razão social e endereço do importador, no caso de produtos de origem
animal importado;
o Carimbo oficial da Inspeção Federal;
o Categoria do estabelecimento, de acordo com a classificação oficial quando do
registro do mesmo;
o CNPJ;
o Conservação do produto;
o Marca comercial do produto;
o Identificação do lote, data de fabricação, prazo de validade;
o Composição do produto;
o Indicação da expressão: Registro no Ministério da Agricultura SIF/DIPOA sob nº
/ ;
o Instruções sobre o preparo e uso do produto de origem animal comestível ou
alimento, quando necessário.

7. COMPETÊNCIAS

7.1 Competência legislativa sobre o tema

A Constituição Federal, em seu art. 24, XII, determina que compete à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios legislar concorrentemente sobre defesa da saúde.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre:
(...)
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
O art. 200, inciso I, da Lei Maior vem complementar essa previsão, ao determinar que

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compete ao Sistema Único de Saúde executar as ações de vigilância sanitária e
epidemiológica e fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor
nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano.
De acordo com Moraes (2002), a competência da União está limitada ao estabelecimento de
normas gerais sobre o tema (CF, art. 24, § 1º), devendo os Estados e Distrito Federal dispor
sobre suas especificidades, através de suas respectivas leis. É a chamada competência
suplementar dos Estados-membros e Distrito Federal (CF, art. 24, § 2º). Ainda, a CF/88 prevê,
nos §§ 3º e 4º do mesmo artigo, que caso não exista lei federal dispondo sobre normas gerais, os
Estados têm competência legislativa plena e que a superveniência de lei federal sobre normas
gerais suspende a eficácia da lei estadual no que lhe for contrário.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre:
(...)
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não
exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a
eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
Dessa forma, em se tratando de legislação sobre a vigilância sanitária de alimentos, a
legislação federal deverá estabelecer as normas gerais, enquanto a legislação estadual e
distrital deverá complementá-la.
O regulamento federal trata das questões higiênico-sanitárias e tecnológicas. As questões
administrativas são tratadas de forma particular dentro de cada instância das demais esferas
governamentais.
A competência legislativa municipal consubstancia-se em competência genérica, em virtude
da predominância do interesse local e da suplementação da legislação federal e estadual, no
que couber, conforme art. 30, I e II da CF/88. Assim, pode o Município suprir eventuais
lacunas das legislações federal ou estadual, a fim de acertar sua execução as particularidades
locais, sempre em concordância com aquelas e desde que presente o interesse local.
Art. 30. Compete aos Municípios:
I- legislar sobre assuntos de interesse local;
II- suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
“Interesse local refere-se àqueles interesses que disserem respeito mais diretamente às
necessidades imediatas do município, mesmo que acabem gerando reflexos no interesse
regional (Estados) ou geral (União)” (MORAES, 2002)
Ademais, no que concerne aos serviços de atendimento à saúde, o próprio art. 30, VII, prevê a
existência de interesse local dos Municípios.
Art. 30. Compete aos Municípios:

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(...)
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do
Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
Desta forma, no âmbito da competência suplementar, o Município pode, atendendo as
particularidades locais, estabelecer normas de fiscalização para a vigilância sanitária de
alimentos.

14
7.2 Competência dos Serviços de Inspeção Oficiais junto às esferas governamentais

Os Serviços de Inspeção Oficiais são independentes. Não estão vinculados entre si e nem
respondem hierarquicamente um ao outro. De maneira geral, o Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA) regulamenta quanto à inspeção e à fiscalização de
produtos de origem animal em todo o Brasil e os Estados e os municípios podem utilizar-se da
mesma legislação base ou criar legislações complementares.
Em âmbito federal existe o SIF – Serviço de Inspeção Federal. Esse serviço é oferecido e
coordenado pelo MAPA.
Em âmbito estadual, existe o SIE – Serviço de Inspeção Estadual, que, no estado do Espírito
Santo, é oferecido e coordenado pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal – IDAF –
através da GEDSIA (Gerência de Defesa Sanitária e Inspeção Animal).
Ainda, no Estado do Espírito Santo, existe o SIAPP – Serviço de Inspeção Agroindustrial de
Pequeno Porte. Esse serviço é oferecido e coordenado pelo IDAF, por meio da GEAPP
(Gerência de Agroindústria de Pequeno Porte).
E, por fim, em nível municipal, o serviço, oferecido e coordenado pelas Secretarias
Municipais de Agricultura de cada município, é o SIM – Serviço de Inspeção Municipal.
Os serviços oficiais contemplam os registros dos estabelecimentos produtores de produtos de
origem animal, assim como os registros dos produtos de origem animal produzidos pelos
mesmos, estando vinculados aos órgãos da agricultura.
As vigilâncias sanitárias municipais, vinculadas aos órgãos da saúde, são responsáveis pela
fiscalização dos pontos de venda destes produtos de origem animal (por exemplo: açougue,
supermercados, peixarias, mercearias, feiras, etc.).

8. OBRIGATORIEDADE DE REGISTRO DE ESTABELECIMENTO P RODUTOR


DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL

O registro de um alimento, seja ele de origem animal ou não, reconhece que o mesmo se encontra
adequado às normas sanitárias e assegura uma redução de riscos à saúde dos consumidores.
A ANVISA, por meio da Resolução nº 23, de 15 de março de 2000, que dispõe sobre o
Manual de Procedimentos Básicos para Registro e Dispensa da Obrigatoriedade de Registro
de Produtos Pertinentes à Área de Alimentos, determinou a obrigatoriedade do registro de
alimentos de origem animal.
De acordo com o item 5.2.1 da Resolução:
“5.2.1. Todos os produtos constantes do Anexo II devem ser
registrados no órgão competente do Ministério da Saúde.”

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Os alimentos de origem animal se enquadram no Anexo II da Resolução, sob o código de nº

4300069, conforme figura abaixo, sendo, portanto, de registro obrigatório.

Fonte: Resolução nº 23, de 15 de março de 2000 da ANVISA. Anexo II.

Sendo assim, havendo a pretensão de produzir produtos de origem animal (carnes, leite, ovos,
mel, pescados e seus respectivos derivados) para comercialização, o produtor deverá,
obrigatoriamente, registrar o seu estabelecimento produtor em um serviço de inspeção oficial.
Além disso, de acordo com informações fornecidas pelo IDAF - ES, é necessário que sejam
observadas algumas particularidades com relação às diferentes espécies de produtos de
origem animal, quais sejam:
 Carnes e derivados:
O abate de animais das diferentes espécies não pode ser realizado em propriedades rurais. As
propriedades apenas podem criar os animais de produção para enviá-los aos abatedouros
registrados em serviço de inspeção oficial onde serão devidamente inspecionadas todas as
etapas do abate.
Os produtos cárneos (linguiças, embutidos em geral, carne de sol, carne seca, etc) só podem
ser produzidos em estabelecimento devidamente registrado. E só podem obter a matéria-prima

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de estabelecimento devidamente registrado em serviço oficial, ou seja, apenas de animais
abatidos em abatedouros registrados.
As carnes que são comercializadas nos estabelecimentos varejistas (açougues, supermercados,
etc.) não podem ser provenientes de local que não esteja registrado em serviço de inspeção
oficial.
 Leite e derivados:
O tratamento térmico do leite em estabelecimento inspecionado é obrigatório para que chegue
até a mesa do consumidor. Seja para ser comercializado diretamente na forma fluida ou para
servir como matéria-prima para produção de derivados (queijos, iogurtes, requeijão, etc.).
A produção dos derivados deve ser realizada obrigatoriamente em local próprio registrado em
serviço de inspeção oficial.
 Pescados e derivados:
Os peixes, sejam provenientes de rio ou mar (pesca) ou de tanques de cultivo (aquicultura),
devem obrigatoriamente passar primeiro por um estabelecimento registrado em serviço oficial
para que seja devidamente inspecionado, para somente depois seguir para o comércio
(peixarias, supermercados, etc.). Esse processo é o mesmo para as demais espécies de
pescado (camarão, polvo, lula, mexilhão, caranguejo,ostras, etc.).
 Ovos e derivados:
Os ovos não podem ser comercializados diretamente da produção. Devem obrigatoriamente
ser inspecionados em estabelecimento registrado em serviço oficial para depois serem
expedidos ao comércio. Devem, ainda, ser preparados obrigatoriamente em estabelecimento
sob inspeção oficial, assim como a produção de seus derivados.
 Mel e derivados:
O mel e seus derivados não podem ser comercializados de forma direta ao consumidor final
sem antes terem sido inspecionados em estabelecimento registrado em serviço de inspeção
oficial.
Obs.: Alguns produtos compostos que utilizam o mel como matéria-prima são considerados
suplementos alimentares e, por isso, podem ser registrados no Ministério da Saúde. Com isso,
não passariam por sua produção obrigatória em estabelecimento sob inspeção oficial.

8.1 Inspeção Federal, Estadual e Municipal (SIF, SIE e SIM)

Os carimbos SIF, SIE e SIM são selos de inspeção de produtos de origem animal, nas esferas
federal (SIF), estadual (SIE) e municipal (SIM) do governo. A comercialização desses
produtos está sujeita à inspeção e esses carimbos supervisionam o controle de contaminação e
garantem os padrões de qualidade dos produtos disponibilizados para o consumidor. Os
carimbos são parâmetros indispensáveis e têm a função de segurança.
O Serviço de Inspeção Federal (SIF) integra a esfera federal e está vinculado ao Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Ele permite a comercialização do produto de
origem animal em todo o território nacional. Além disso, o carimbo do SIF também é exigido

17
nos produtos importados e exportados.
Por sua vez, o Serviço de Inspeção Estadual (SIE) está relacionado ao IDAF, autarquia
vinculada à Secretaria de Agricultura do Estado do Espírito Santo. Estando registrado junto ao
SIE e tendo o carimbo do SIE em seu produto, o produtor tem a autorização para a
comercialização em todo o Estado do Espírito Santo.
Já o Serviço de Inspeção Municipal está associado à Secretaria Municipal de Agricultura dos
municípios. Estando registrado neste serviço e recebendo o carimbo do SIM em seus
produtos, o produtor tem autorização para comercializar dentro do município.
Os carimbos oficiais presentes das rotulagens dos produtos de origem animal indicam que
esses produtos foram produzidos em estabelecimento devidamente registrado e que passa pelo
serviço de inspeção e fiscalização dos governos federais, estaduais ou municipais. Garantindo
ao consumidor produtos de qualidade e inócuos, afastando assim, os riscos de contrair
doenças e infecções.
O principal objetivo da presença do carimbo na rotulagem dos produtos de origem animal é
assegurar que o produto está apto ao consumo e que não apresenta risco de danos à saúde dos
consumidores.

8.2 Como obter os selos de inspeção oficiais

Para obter o carimbo do Serviço de Inspeção Oficial no produto de origem animal, o


estabelecimento produtor deverá primeiramente saber qual será a abrangência de
comercialização desejada.
Desejando comercializar para todo o país, poderá registrar-se no SIF junto ao MAPA:
Site: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-animal
E-mail: drec.dipoa@agricultura.gov.br
Importante destacar que caso o produtor tenha interesse em exportar o seu produto de origem
animal deverá registrar seu estabelecimento, exclusivamente no SIF.
Por outro lado, se o produtor desejar comercializar para todo o Estado do Espírito Santo,
poderá registrar-se no SIE junto ao IDAF:
Site: https://idaf.es.gov.br/como-se- registrar-no-sie-idaf
E-mail: sie@idaf.es.gov.br
Sendo uma Agroindústria de Pequeno Porte e desejando comercializar para todo o Estado do
Espírito Santo, deverá registrar-se no SIAPP junto ao IDAF:
Site: https://idaf.es.gov.br/siapp
E-mail: geapp@idaf.es.gov.br
E, por fim, caso o produtor deseje comercializar somente dentro do próprio município, poderá
registrar-se no SIM junto à Secretaria Municipal de Agricultura do município (Site: o site da
prefeitura municipal)

18
8.3 Selo Arte

Em 14 de junho de 2018, foi publicada a Lei Federal nº 13.680, que promoveu adequação no
processo de fiscalização dos produtos alimentícios de origem animal produzidos de forma
artesanal, permitindo a comercialização interestadual de produtos alimentícios produzidos de
forma artesanal, desde que submetidos à fiscalização de órgãos de saúde pública dos estados e
do Distrito Federal. A lei definiu, ainda, que tais produtos, além do selo do serviço de
inspeção oficial, serão identificados por selo único com a indicação ARTE.
Em 18 de julho de 2019, o MAPA publicou o Decreto Regulamentador do Selo Arte (Decreto
nº 9.918/19), que regulamenta o Art. 10-A da Lei nº 1.283 de 18 de dezembro de 1950,
incluído pela Lei nº 13.680, de 14 de junho de 2018, e que entre outras coisas determina o que
são produtos de origem animal. Em seu art. 2º, § 2º, traz a previsão de que o Selo Arte permite
que produtos artesanais de origem animal sejam reconhecidos e comercializados livremente
em qualquer parte do território nacional.
Segundo o MAPA, o Selo Arte é “um certificado que assegura que o produto alimentício de
origem animal foi elaborado de forma artesanal, com receita e processo que possuem
características tradicionais, regionais ou culturais.”
A regulamentação do Selo Arte eliminou entraves burocráticos, beneficiando os pequenos
produtores e garantindo aos consumidores que esses produtos produzidos de forma artesanal
seguem boas práticas agropecuárias e sanitárias.

8.3.1 Como obter o Selo Arte?

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), para


obtenção do Selo Arte devem ser atendidos três requisitos básicos:
“I. Cadastro no Sistema Nacional de Cadastro de Serviços de
Inspeção, Estabelecimentos e Produtos do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
II. Relatório de fiscalização, emitido pelo Serviço Oficial, que
comprove o atendimento às Boas Práticas Agropecuárias.
III. Memorial descritivo do produto (característica do produto).”
Para solicitar o Selo Arte o interessado deverá possuir um registro junto ao Serviço de
Inspeção Oficial do Município, Estado ou do Distrito Federal. O Serviço de Inspeção Oficial
deverá estar com o cadastro atualizado, assim como com os dados dos estabelecimentos e
produtos registrados no sistema informatizado específico disponibilizado pelo MAPA. Após
essa providência, o interessado deverá entrar no Sistema eletrônico de Cadastro Nacional de
Produtos Artesanais e protocolar a sua petição, anexando as informações necessárias à análise
técnica.
De acordo com o art. 6º, I, do Decreto nº 9.918, de 18 de julho de 2019, os órgãos de
agricultura e pecuária dos Estados e do Distrito Federal são os responsáveis pela análise dos
protocolos de solicitação de Selo Arte e por sua concessão, no âmbito de cada Estado e do
Distrito Federal.

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Art. 6º Compete aos órgãos de agricultura e pecuária estaduais e
distrital:
I - conceder o selo ARTE aos produtos artesanais que atenderem ao
disposto neste Decreto e nas normas técnicas complementares;
Outrossim, nos termos do art. 4º da Instrução Normativa nº 67, de 10 de dezembro de 2019,
do MAPA, ao requerer a certificação, será solicitado ao produtor artesanal que apresente
Memorial Descritivo do Produto, onde deverão ser descritos os atributos que caracterizam o
produto como qualificável para receber o Selo Arte. Devem, ainda, ser relatadas as
particularidades atinentes à produção ou aquisição de matérias-primas e aos métodos
aplicados no processamento dos ingredientes utilizados na elaboração do produto. Os aspectos
tradicionais, culturais e regionais relacionados ao “modo de fazer artesanal” devem ser
ressaltados, de forma a qualificar o produto alimentício como produto artesanal.

9. SERVIÇO DE INSPEÇÃO AGROINDUSTRIAL DE PEQUENO PORTE - SIAPP

Nos termos da Lei Estadual nº 10.837/2018, alterada pela Lei Estadual nº 11.502/2021, o
Serviço de Inspeção Agroindustrial de Pequeno Porte (SIAPP) é vinculado ao Instituto de
Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Espírito Santo – IDAF e é responsável pelo
registro, inspeção e fiscalização das agroindústrias de pequeno porte que fabricam
produtos e subprodutos de origem animal, destinados à comercialização intermunicipal,
dentro dos limites do Estado do Espírito Santo.
Para registro no SIAPP, considera-se agroindústria de pequeno porte o espaço físico (uma
construção civil) empregado para o beneficiamento e/ou processamento de matérias-primas de
origem animal, cujo destino final da produção é a comercialização. Deve se enquadrar nas
exigências estabelecidas pela Lei Estadual nº 10.837/2018.
O IDAF disponibiliza um manual orientativo para registro de agroindústrias de pequeno porte
no SIAPP, contendo todas as informações necessárias aos proprietários, bem como outros
materiais, disponíveis no link: https://idaf.es.gov.br/siapp .

10. SISTEMA UNIFICADO ESTADUAL DE SANIDADE AGROINDUSTRIAL


FAMILIAR DE PEQUENO PORTE – SUSAF

De acordo com o IDAF, o SUSAF “é um sistema que tem por objetivo promover a
equivalência entre os serviços de inspeção municipais (SIM) e o estadual (Serviço de
Inspeção Agroindustrial de Pequeno Porte – SIAPP), harmonizando os procedimentos de
registro, inspeção e fiscalização das agroindústrias de pequeno porte de origem animal do
Estado do Espírito Santo”.
Na prática, isso significa que esses produtores que inicialmente poderiam comercializar
apenas dentro do município, poderão comercializar em todo o Estado do Espírito Santo, desde
que o município tenha aderido ao SUSAF/ES.
Nos termos do § 2º da Lei Estadual nº 10.837/2018, em municípios com adesão ao
SUSAF/ES, por já terem sua equivalência reconhecida, o SIAPP não efetuará abertura de

20
processo de registro de agroindústrias de pequeno porte.
Segundo o IDAF, além da ampliação de mercado, o SUSAF/ES contribui para o
fortalecimento dos serviços de inspeção dos municípios, promovendo o avanço no
desenvolvimento da agroindústria de pequeno porte, agregando valor aos produtos, ampliando
a renda das famílias.
11. FISCALIZAÇÃO

De acordo com o art. 2º da Lei Estadual nº 10.837/2018, no caso de agroindústrias de pequeno


porte:
“Art. 2º Compete ao Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do
Espírito Santo - IDAF a normatização, o registro, a fiscalização e a
gestão da inspeção sanitária e tecnológica de produtos e subprodutos
de origem animal, a orientação e capacitação de técnicos e auxiliares, o
acompanhamento e a fiscalização das atividades inerentes aos
convênios firmados, tratados nesta Lei.
Parágrafo único. Compete ao IDAF promover a fiscalização, em
âmbito estadual, do cumprimento desta Lei e das normas dela
derivadas.” (grifos nossos)
O art. 6º da Lei Federal nº 1.283/1950 dispõe sobre a proibição da duplicidade de fiscalização,
sendo que, se o estabelecimento tiver o Selo de Inspeção Federal (SIF), estará isento do Selo
de Inspeção Estadual (SIE) ou Serviço de Inspeção Municipal (SIM). Se o município não tiver
o SIM devidamente implementado, poderá ser solicitada a colaboração do IDAF e também do
MAPA, enquanto se regulariza a situação deste município.
Sendo assim, se o estabelecimento comercializar seus produtos somente dentro do
âmbito municipal, compete à Secretaria ou Departamento de Agricultura Municipal
(responsável pelo SIM) a fiscalização. Contudo, compete ao IDAF inspecionar, caso a
comercialização seja realizada em âmbito intermunicipal, considerando ser o órgão que
concede o SIE. Por fim, se o produto for comercializado em âmbito interestadual ou
internacional, quem deve fiscalizar é o Ministério da Agricultura, responsável pelo SIF.
Ocorre que, na prática, segundo informações adquiridas por meio de colaboração da
Secretaria de Saúde do Estado do Espírito Santo, através do Núcleo Especial de Vigilância
Sanitária de Alimentos (NEVS), os órgãos responsáveis pelos Serviços de Inspeção Oficiais
(MAPA, IDAF, Secretarias Municipais de Agricultura) fazem o registro dos estabelecimentos
e fiscalizam os abatedouros, frigoríficos, laticínios, etc., ou seja, atuam na cadeia de produção
de produtos de origem animal. Em caso de denúncia, é possível que seja necessária atuação
tanto dos órgãos da saúde (Vigilâncias Sanitárias), quanto dos Serviços de Inspeção.
Os órgãos de inspeção fazem a apuração com relação à regularidade do produtos e as ações
junto ao estabelecimento produtor. Já os órgãos da saúde atuam nas ações cabíveis com
relação aos produtos expostos à venda nos comércios - por exemplo, apreensão dos produtos
irregulares nos estabelecimentos como supermercados e mercearias, açougues, etc.
Ainda segundo o NEVS, as Vigilâncias Sanitárias Municipais atuam na fiscalização das
atividades de comercialização de produtos de origem animal, em açougues, supermercados,

21
mercearias e afins. São avaliados os aspectos higiênico-sanitários, a regularidade dos produtos
e as boas práticas de manipulação. São as Vigilâncias Sanitárias também que licenciam os
veículos destinados ao transporte de alimentos que necessitam de condições especiais de
temperatura.
De acordo com a Portaria Estadual de Classificação de Risco (Portaria nº 033-r, de 24 de
fevereiro de 2021), os açougues e peixarias são isentos de licença sanitária para exercerem
suas atividades, porém são de interesse sanitário e estão sujeitos às ações de fiscalização
sanitária.
Essas atividades são de competência das VISAs Municipais, sendo assim, a Vigilância
Sanitária Estadual, em princípio, não tem um papel específico na fiscalização desses
estabelecimentos, mas atua apoiando as investigações de denúncia, emitindo portarias de
apreensão, quando necessário, e outras ações estratégicas.
Atualmente, de acordo com o NEVS, todos os municípios capixabas possuem o serviço de
Vigilância Sanitária Municipal.

12. CONSEQUÊNCIAS DA COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS DE ORIGEM


ANIMAL SEM REGISTRO DE INSPEÇÃO

De acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), em seu art. 18, § 6º, II, os
produtos de origem animal que não possuem o devido registro e certificação são considerados
impróprios para consumo.
Sendo assim, nos termos do art. 7º, IX, da Lei Federal nº 8.137/1990, quem vende, tem em
depósito para vender, expõe à venda ou de qualquer modo entrega referidos produtos em
condições impróprias ao consumo, pratica, em tese, crime contra as relações de consumo.
Contudo, importante pontuar que, de acordo com a Jurisprudência, para configuração do tipo
previsto na Lei Federal nº 8.137/1990, é imprescindível a realização de perícia a fim de
atestar se as mercadorias apreendidas estão de fato em condições impróprias para o consumo,
o que, muitas vezes acaba por impossibilitar, de certo modo, a configuração do crime em
comento, considerando que, na prática, sabe-se que geralmente é dificultosa a realização
dessas perícias.
Vejamos o que diz a Jurisprudência recente sobre o tema:
RECURSO ESPECIAL Nº 1808096 - SE (2019/0110068-0) EMENTA
RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL PENAL. CRIME CONTRA AS
RELACOES DE CONSUMO (ART. 7º, IX, DA LEI N. 8.137/1990).
VIOLAÇÃO DOS ARTS. 158; 386, II E III; E 564, II, TODOS DO CPP.
PLEITO DE ABSOLVIÇÃO. ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE
PERÍCIA VÁLIDA. VERIFICAÇÃO. OCORRÊNCIA.
MATERIALIDADE DELITIVA NÃO DEMONSTRADA. PARECER
DO MPF COMO RAZÕES DE DECIDIR. JULGADOS DE AMBAS
AS TURMAS. TESES DE ILEGITIMIDADE PASSIVA E DE
INEXISTÊNCIA DE DOLO.

22
PREJUDICIALIDADE. Recurso especial parcialmente conhecido e,
nessa extensão, provido nos termos do dispositivo. DECISÃO Trata- se
de recurso especial interposto por José Enildo de Santana, com
fundamento na alínea a do permissivo constitucional, contra a decisao do
Tribunal de Justiça de Sergipe na Apelação Criminal n. 201700320498
(fls. 345/358): DIREITO PROCESSUAL PENAL - APELAÇÃO
CRIMINAL - CRIME CONTRA O CONSUMIDOR (ART. 7º, IX, DA
LEI Nº 8.137/90)- EXPOR À VENDA OU, DE QUALQUER FORMA,
ENTREGAR MATÉRIA-PRIMA OU MERCADORIA, EM
CONDIÇÕES IMPRÓPRIAS AO CONSUMO - PRELIMINAR DE
ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM - ANÁLISE QUE SE
CONFUNDE COMO MÉRITO RECURSAL - MÉRITO -
MATERIALIDADE DELITIVAS COMPROVADAS -AUTORIA
DELITIVA COMPROVADA SOMENTE EM RELAÇÃO A UM RÉU,
NESTE A SENTENÇA RESTOU INALTERADA - EM RELAÇÃO AO
SEGUNDO RÉU - INEXISTÊNCIA DE PROVAS APTAS A
EMBASAR UMA CONDENAÇÃO - SENTENÇA REFORMADA -
ABSOLVIÇÃO NOS TERMOS DO ART. 386, INC. VII DO
CPP – APELO PARCIALMENTE PROVIDO. Opostos embargos de
declaração (fls. 359/373), foram desprovidos (fls. 384/389) [...]
Argumenta o recorrente, também, que os delitos contra as relações de
consumo, como o delito exposto no art. 7º, IX, da Lei n. 8.137/1990, são
crimes materiais, de perigo concreto, que é exigido o laudo pericial como
prova material para comprovar a potencialidade lesiva e os riscos dos
produtos à saúde do consumidor. [...] Em observância ao contido nos
autos, notório se faz que os elementos probatórios carecem de
robustez necessária, ante a ausência do exame de corpo de delito (fl.
403). [...] É o relatório. No que se refere ao mérito da presente demanda,
pelos percucientes fundamentos, aos quais nada tenho aacrescentar, adoto
como razões de decidir o parecer do Ministério Público Federal, exarado
pelo Subprocurador-Geral da República Nicolao Dino (fls. 445/449 -
grifo nosso): [...] O delito previsto no art. 7º, IX, da Lei n. 8.137/1990,
visa proteger a saúde pública e os consumidores, reprimindo condutas
que, comprovadamente, coloquem em risco a saúde ou, até mesmo, a
vida dos consumidores. Conforme o princípio orientador da
fragmentariedade, somente serão sancionadas penalmente as condutas
humanas que, dentro de um critério de ultima ratio, afetem a coletividade
de maneira tão gravosa que os demais ramos do Direito não sejam aptos
a restabelecer a ordem pública e tutelar o bem jurídico em evidência.
Uma vez que a resposta do direito penal à conduta praticada é
sobremaneira agravada, não se pode admitir a responsabilização
objetiva, ou mesmo calcada em conjunto probatório que não traga
certeza sobre a materialidade delitiva. Por isso, o art. 158 do CPP
afirma que, para os crimes que deixam vestígios, é imprescindível a
realização de exame pericial de corpo de delito para demonstração

23
da materialidade. No caso, o TJ-SE consignou que as provas da
materialidade consistiram nos relatórios de inspeção e na confissão do
réu. Veja-se (fls. 353): A materialidade delitiva está, devidamente,
comprovada, consoante dos relatórios de inspeção constantes nos autos
às fls. 75/78. Quanto à prática delitiva e sua autoria, inicialmente, os
próprios Apelantes, em seus interrogatórios, em juízo, confirmam-nas, in
verbis: A despeito de o tipo descrito no art. 7º, IX, da Lei nº 8.137/90, ser
considerado crime formal, cuja configuração dar-se-ia com a realização
de qualquer das condutas previstas no primeiro dispositivo, a
complementação do art. 18, § 6º, II, da Lei nº 8.078/1990, é presunção
legal que, embora aplicável ao microssistema consumerista para fins de
apuração da responsabilidade nas esferas cível e administrativa, não deve
ser admitida sem reservas na seara penal. Daí que o crime de expor à
venda produto impróprio para consumo, em razão de estar em
descordo com as normas regulamentares de apresentação, ainda que
seja classificado como delito formal, sem sombra de dúvida deixa
vestígios. Nessa linha de raciocínio, em atendimento ao disposto na
norma processual penal, exige-se perícia para comprovação da efetiva
nocividade do produto, prova essa que não foi realizada no caso. [...]
Por fim, as teses de ilegitimidade passiva e inexistência de dolo
encontram-se prejudicadas, já que o réu deve ser absolvido, diante da
insuficiente demonstração da materialidade delitiva. [...] A
corroborar, colhem - se os seguintes julgados de ambas as Turmas que
compõem a Terceira Seção desta Corte Superior: EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO EM AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO
ESPECIAL. CRIME CONTRA AS RELACOES DE CONSUMO (ART.
7º, II E IX, DA LEI N. 8.137/1990). ALEGAÇÃO DE
PRESCINDIBILIDADE DE PERÍCIA VÁLIDA. JURISPRUDÊNCIA
CONTRÁRIA DO STJ. OFENSA A DISPOSITIVOS
CONSTITUCIONAIS. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE.
COMPETÊNCIA DO STF. PREQUESTIONAMENTO.
INVIABILIDADE. 1. A tese da acusação, trazida sob alegação de que na
hipótese de apreensão de produtos ao consumo com validade vencida e
acondicionados em temperatura inadequada seria prescindível a
apresentação de laudo pericial, não merece prosperar, em conformidade
com recentes precedentes de ambas as Turmas da Terceira Seção desta
Corte Superior. 2. Da leitura do art. 7º, IX, da Lei n. 8.137/1990,
percebe-se que se trata de delito contra as relações de consumo não
transeunte, que deixa vestígios materiais, sendo indispensável,
portanto, a realização de perícia para a sua comprovação, nos termos
do artigo 158 do Código de Processo Penal ( RHC n. 49.221/SC,
Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 28/4/2015). [...] não foi
realizada perícia para comprovar que a mercadoria apreendida era
imprópria para o consumo, havendo apenas o relato do órgão de
vigilância sanitária afirmando que algumas mercadorias estavam

24
embaladas de modo inadequado e outras não continham
identificação do produtor ou importador. Tais elementos não se
mostram suficientes para autorizar a persecução criminal, que, diante de
elementos mais sólidos que sustentem a materialidade delitiva, carece de
justa causa ( RHC n. 106.772/SC, Ministro Reynaldo Soares da Fonseca,
Quinta Turma, DJe 30/4/2019). 3. Nos termos do art. 105, inciso III, da
Constituição Federal, não compete ao Superior Tribunal de Justiça o
exame de dispositivos constitucionais em embargos de declaração, ainda
que opostos para fins de prequestionamento, sob pena de invasão da
competência atribuída ao Supremo Tribunal Federal (EDcl nos EDcl no
AgInt no AREsp n. 1.252.456/SP, Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva,
Terceira Turma, DJe 27/8/2019). 4. Embargos de declaração rejeitados. (
EDcl no AgRg no REsp n. 1.818.942/SC, de minha relatoria, Sexta
Turma, DJe 26/11/2019 - grifo nosso). Ante o exposto, com fundamento
no art. 255, § 4º, I e III, do RISTJ, conheço parcialmente do recurso
especial e, nessa extensão, dou-lhe provimento para absolver o
recorrente, nos termos do parecer da Procuradoria-Geral da República.
Publique-se. Brasília, 19 de setembro de 2022. Ministro Sebastião Reis
Júnior Relator.
(STJ - REsp: 1808096 SE 2019/0110068-0, Relator: Ministro
SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Data de Publicação: DJ 20/09/2022) (grifo
nosso)
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EM HABEAS CORPUS.
EXPOSIÇÃO DE PRODUTOS IMPRÓPRIOS PARA CONSUMO.
APREENSÃO. NECESSIDADE DE PERÍCIA PARA
COMPROVAÇÃO DA MATERIALIDADE. NÃO OCORRÊNCIA.
AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. Conforme orientação
pacificada no âmbito deste Superior Tribunal, a produção de laudo
pericial, quando há a prática do delito de exposição à venda
produtos impróprios ao consumo, é imprescindível para a
comprovação da materialidade delitiva. Na espécie, não foi feito o
laudo devido e, nem sequer, houve justificativa para a sua não
confecção. 2. Agravo regimental não provido.
(STJ - AgRg no RHC: 128525 RJ 2020/0133004-1, Relator:
Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, Data de Julgamento:
29/03/2022, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 01/04/2022)
(grifo nosso)
APELAÇÃO CRIMINAL – CRIME CONTRA AS RELACOES DE
CONSUMO - ART. 7º, INCISO IX, DA LEI Nº 8.137/1990 –
PRODUTO IMPRÓPRIO PARA CONSUMO – PERÍCIA –
NECESSIDADE PARA CONSTATAÇÃO DA NOCIVIDADE DO
PRODUTO APREENDIDO – RECURSO PROVIDO. O Superior
Tribunal de Justiça pacificou o entendimento no sentido de que, para
caracterizar o crime previsto no artigo 7º, inciso IX, da Lei n.

25
8.137/1990, é imprescindível a realização de perícia a fim de atestar
se as mercadorias apreendidas estavam em condições impróprias
para o consumo. Recurso provido, contra o parecer.
(TJ-MS - APR: 00028449320178120008 MS 0002844-
93.2017.8.12.0008, Relator: Des. Ruy Celso Barbosa Florence, Data de
Julgamento: 17/12/2021, 2ª Câmara Criminal, Data de Publicação:
13/01/2022) (grifo nosso)
APELAÇÃO CRIME. ART. 7º, IX, DA LEI Nº 8.137/90. SENTENÇA
ABSOLUTÓRIA. RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. PEDIDO
DE CONDENAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. CRIME CONTRA AS
RELACOES DE CONSUMO. INEXISTÊNCIA DE PERÍCIA
TÉCNICA APTA A DEMONSTRAR QUE OS PRODUTOS
APREENDIDOS SÃO IMPRÓPRIOS AO CONSUMO HUMANO.
CRIME NÃO CARACTERIZADO. Manutenção da ABSOLVIÇÃO
QUE SE IMPÕE. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO
E DESPROVIDO. (TJPR - 2ª C.Criminal - 0015329-47.2014.8.16.0129
- Paranaguá - Rel.: DESEMBARGADOR MARIO HELTON JORGE -
J. 02.03.2022)
(TJ-PR - APL: 00153294720148160129 Paranaguá 0015329-
47.2014.8.16.0129 (Acórdão), Relator: Mario Helton Jorge, Data de
Julgamento: 02/03/2022, 2ª Câmara Criminal, Data de Publicação:
03/03/2022) (grifo nosso)

Não obstante, pode haver a responsabilização civil, com a possibilidade de condenação em


pagamento de indenização por danos materiais aos consumidores lesados pela conduta
irregular, dano moral coletivo e, ainda, autuação administrativa pelos órgãos responsáveis
pela fiscalização.
Ademais, situações de abate clandestino de animais para consumo humano podem estar
relacionadas, ainda, à prática de crimes ambientais. Sobre o tema, o Ministério Público do
Estado de Goiás, disponibiliza em seu Portal o Curso EaD: Manipulação de Produtos Cárneos
e Combate à Carne Clandestina, desenvolvido pela área de atuação do Meio Ambiente e
Consumidor do Centro de Apoio Operacional, em parceria com a Escola Superior do
Ministério Público/ESUMP, como produto do Programa Goiás Contra a Carne Clandestina, o
qual é possível ser acessado pelo link:
https://esump.mpgo.mp.br/cursos/course/view.php?id=564, podendo auxiliar as(os)
Membras(os) deste Parquet em uma futura atuação.

13. MEDIDAS QUE PODEM SER ADOTADAS PELO MINISTÉRIO PÚBLICO


ESTADUAL

A atuação Ministerial no caso de denúncias sobre produtos de origem animal em situação


irregular, seja por ausência de registro ou por outro motivo, como prazo de validade vencido,
dentre outros, pode ser pautada pela atuação conjunta com os demais órgãos de proteção ao

26
Consumidor, responsáveis pela fiscalização e pela regularização desse tipo de produto
alimentício (VISAs e Serviços de Inspeção Oficial).
O primeiro passo é acionar o órgão de fiscalização responsável (MAPA, IDAF, Secretarias
Municipais de Agricultura, ou Vigilâncias Sanitárias Municipais), a depender do caso
concreto, observando para tanto as competências apresentadas no item 7 deste Guia.
A(o) Membra(o), analisando as especificidades do caso concreto, poderá instaurar o
procedimento administrativo que entender cabível, priorizando sempre a autocomposição, por
meio de procedimentos extrajudiciais, considerando as normas previstas na Resolução nº
118/2014 do Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP (que dispõe sobre a Política
Nacional de Incentivo à Autocomposição no âmbito do Ministério Público), na
Recomendação nº 54/2017 do CNMP (que dispõe sobre a Política Nacional de Fomento à
Atuação Resolutiva do Ministério Público brasileiro) e nos princípios da paz e da ética, que
devem nortear o procedimento de autocomposição de conflitos.
É possível a expedição de notificações recomendatórias, bem como a celebração de acordos
com o estabelecimento e/ou produtor, responsáveis pela comercialização e/ou produção do
produto em situação irregular, a fim de que sejam sanadas as irregularidades, retirados os
produtos de comercialização, estabelecida a devida compensação dos possíveis danos
causados aos Consumidores, dentre outras medidas que a(o) Membra(o) entender cabíveis.
Não obstante, frustradas as tentativas de resolução extrajudicial, poderá ser ajuizada Ação
Civil Pública, caso a situação persista, a depender do caso concreto.
Vale ainda lembrar que nos casos em que for possível se comprovar a materialidade do crime
previsto no art. 7º, IX, da Lei Federal nº 8.137/1990, sendo indispensável, para tanto, a
realização de perícia, como já discutido anteriormente no tópico deste Guia, proceder-se-á ao
encaminhamento à Promotoria Criminal para providências que entender cabíveis, como
requerimento de instauração de Inquérito Policial, ajuizamento de Denúncia, ou outra que a(o)
Membra(o) entender pertinente e adequada ao caso concreto.

14. CONCLUSÃO

O tema “alimentos artesanais de origem animal” é amplo e complexo, pois a legislação é


esparsa e tem sido focada em aspectos gerais.
Além disso, as exigências estruturais não dialogam com a realidade dos pequenos produtores
artesanais. Os procedimentos de registro e de inspeção sanitária devem ser simplificados,
como estratégia para alcançar segurança alimentar e a inclusão dos produtos artesanais no
mercado formal, propiciando assim maior confiabilidade e segurança aos consumidores.

27
ANEXO

Principais referências normativas sobre o tema

A) Âmbito Federal

• Resoluções da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária


(ANVISA):
RDC nº 12/2001- Regulamento Técnico sobre padrões microbiológicos para alimentos.

RDC nº 023/2000 – Manual de procedimentos básicos para registro e dispensa da


obrigatoriedade de registro de produtos pertinentes à área de alimentos

RDC nº 24/2015 - Dispõe sobre o recolhimento de alimentos e sua comunicação à


ANVISA e aos consumidores.
RDC nº 259/2002 – Regulamento Técnico sobre Rotulagem de Alimentos Embalados.

RDC nº 275/2002 – Regulamento Técnico de Procedimentos Operacionais Padronizados


aplicados aos Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos e a Lista de
Verificação das Boas Práticas de Fabricação em Estabelecimentos
Produtores/Industrializadores de Alimentos.
RDC nº 359/2003 – Regulamento Técnico de Porções de Alimentos Embalados para fins
de Rotulagem Nutricional.

RDC nº 360/2003 – Regulamento Técnico sobre Rotulagem Nutricional de Alimentos


Embalados, tornando obrigatória a rotulagem nutricional.

RDC nº 216/2004 – Dispõe sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços
de Alimentação.

RDC nº 163/2006 - Documento sobre Rotulagem Nutricional de Alimentos Embalados


(complementação das Resoluções – RDC nº 359 e RDC nº 360, de 23 de dezembro de
2003).
RDC nº 49/2013 - Dispõe sobre a regularização para o exercício de atividade de interesse
sanitário do microempreendedor individual, do empreendimento familiar rural e do
empreendimento econômico solidário e dá outras providências

RDC nº 26/2015 - Dispõe sobre os requisitos para rotulagem obrigatória dos principais
alimentos que causam alergias alimentares.
RDC nº 429/2020 - Dispõe sobre a rotulagem nutricional dos alimentos embalados.

28
• Instruções Normativas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA):
Instrução normativa nº 22, de 24 de novembro de 2005 – Aprova o Regulamento
Técnico para Rotulagem de Produto de Origem Animal embalado.

Instrução normativa nº 28, de 23/07/2019 - Institui o Manual de Construção e


Aplicação do Selo ARTE.

Instrução normativa nº 67, de 10/12/2019 - Estabelece os requisitos para que os


Estados e o Distrito Federal realizem a concessão de Selo Arte.
Instrução normativa nº 73, de 23/12/2019 - Estabelece o Regulamento Técnico de Boas
Práticas Agropecuárias destinadas aos produtores rurais fornecedores de leite para a
fabricação de produtos lácteos artesanais.
• Portarias:
Portaria SVS/MS nº 326, de 30 de julho de 1997 -Regulamento Técnico sobre as
condições higiênico-sanitárias e de boas práticas de fabricação para estabelecimentos
produtores/industrializadores de alimentos.

Portaria MS nº 1.428, de 26 de novembro de 1993 – Aprova o “Regulamento Técnico


para Inspeção Sanitária de Alimentos”, as “Diretrizes para o Estabelecimento de Boas
Práticas de Produção e de Prestação de Serviços na Área de Alimentos” e o
“Regulamento Técnico para o Estabelecimento de Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ
´s) para Serviços e Produtos na Área de Alimentos”. Determina que os estabelecimentos
relacionados à área de alimentos adotem, sob responsabilidade técnica, as suas próprias
Boas Práticas de Produção e/ou Prestação de Serviços, seus Programas de Qualidade, e
atendam aos PIQ’s para Produtos e Serviços na Área de Alimentos.
• Leis e decretos:

Lei Federal nº 1.283, de 18 de dezembro de 1950 - Dispõe sobre a inspeção industrial e


sanitária dos produtos de origem animal.
Lei Federal nº 6.437, de 20 de agosto de 1977 - Configura infrações à legislação
sanitária federal, estabelece as sanções respectivas, e dá outras providências.

Lei Federal nº 13.680, de 14 de junho de 2018 - Altera a Lei nº 1.283, de 18 de


dezembro de 1950, para dispor sobre o processo de fiscalização de produtos alimentícios
de origem animal produzidos de forma artesanal.

Decreto nº 9.918, de 18 de julho de 2019 - Regulamenta o art. 10-A da Lei nº 1.283,


de 18 de dezembro de 1950, que dispõe sobre o processo de fiscalização de produtos
alimentícios de origem animal produzidos de forma artesanal. (Regulamentação do Selo
Arte).
Lei Federal nº 13.860, de 18/07/2019 - Dispõe sobre a elaboração e a comercialização
de queijos artesanais e dá outras providências.

Lei Federal n° 7.889/1989 - Dispõe sobre inspeção sanitária e industrial dos produtos de

29
origem animal, e dá outras providências.
Lei Federal nº 8.171/1991 - Dispõe sobre a política agrícola.

Decreto Federal n° 4.680/2003 - Regulamenta o direito à informação, assegurado pela


Lei n° 8.078, de 11 de setembro de 1990, quanto aos alimentos e ingredientes alimentares
destinados ao consumo humano ou animal que contenham ou sejam produzidos a partir
de organismos geneticamente modificados.
Decreto Federal nº 5.741/2006 - Organiza o Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
Agropecuária, e dá outras providências.

Decreto Federal n° 9.013/2017 - Regulamenta a Lei nº 1.283, de 18 de dezembro de


1950, e a Lei nº 7.889, de 23 de novembro de 1989.

B) Âmbito Estadual

• Leis
Lei Estadual nº 11.865, de 18 de julho de 2023 - Dispõe sobre a obrigatoriedade das
prévias inspeção e fiscalização industrial e sanitária dos produtos de origem animal e o
funcionamento do Serviço de Inspeção Estadual no Espírito Santo.
Lei Estadual nº 11.502, de 17 de dezembro de 2021 - Altera e acrescenta dispositivo à
Lei Estadual nº 10.837, de 09 de maio de 2018, que dispõe sobre o registro, a inspeção e a
fiscalização das agroindústrias de pequeno porte que fabricam produtos e subprodutos de
origem animal no Estado do Espírito Santo.
Lei Estadual nº 10.837, de 10 de maio de 2018 - Dispõe sobre o registro, a inspeção e
a fiscalização das agroindústrias de pequeno porte que fabricam produtos e subprodutos
de origem animal no Estado do Espírito Santo.
• Instruções Normativas
Instrução Normativa nº 003/2021_IDAF - Estabelece normas suplementares para os
procedimentos de análise laboratorial fiscal de produtos e institui o Regime Especial de
Fiscalização - REF a serem implementados nas agroindústrias de pequeno porte no
âmbito do Serviço de Inspeção Agroindustrial de Pequeno Porte - Siapp.
Instrução Normativa nº 004/2021_IDAF - Estabelece normas suplementares para os
procedimentos de análise laboratorial fiscal de água e institui o Regime Especial de
Fiscalização - REF a serem implementados nas agroindústrias de pequeno porte no
âmbito do Serviço de Inspeção Agroindustrial de Pequeno Porte - Siapp.
Instrução Normativa nº 005/2018_IDAF - Estabelece normas supletivas para o registro,
a inspeção e a fiscalização das agroindústrias de pequeno porte que fabricam produtos
de origem animal destinados à comercialização intermunicipal, nos limites do Estado do Espírito
Santo.
Instrução Normativa nº 006/2018_IDAF - Estabelece normas supletivas para o registro,
a inspeção e a fiscalização das agroindústrias de pequeno porte de ovos e derivados
destinados à comercialização intermunicipal, nos limites do Estado do Espírito Santo.
Instrução Normativa nº 009/2019_IDAF - Dispõe sobre a concessão do Selo ARTE

30
para o Socol.
Instrução Normativa nº 010/2019 – IDAF – errata IN 009/2019.
Instrução Normativa nº 011/2021_IDAF - Estabelece normas suplementares para o
registro, a inspeção e a fiscalização das agroindústrias de pequeno porte de leite e
derivados no âmbito do Siapp.
Instrução Normativa nº 014/2020_IDAF - Estabelece normas suplementares para o
registro, a inspeção e a fiscalização das agroindústrias de pequeno porte de produtos de
abelhas e derivados, no âmbito do Siapp.
Instrução Normativa nº 015/ 2020_IDAF - Estabelece normas suplementares para o
registro, a inspeção e a fiscalização das agroindústrias de pequeno porte de pescado e
derivados, no âmbito do Serviço de Inspeção Agroindustrial de Pequeno Porte - Siapp.
Instrução Normativa nº 016/ 2020_IDAF - Estabelece normas para o desenvolvimento,
a implantação, a manutenção e o monitoramento do Manual de Boas Práticas de
Fabricação e dos Procedimentos Operacionais Padronizados (POPs) nos estabelecimentos
registrados no (Siapp).
Instrução Normativa nº 016/2021_IDAF - Estabelece normas suplementares para o
registro, a inspeção e a fiscalização das agroindústrias de pequeno porte de carne e
derivados no âmbito do Serviço de Inspeção Agroindustrial de Pequeno Porte - Siapp.
• Notas Técnicas
Nota técnica Geapp nº 001, de 13 de novembro de 2018 - Agroindústrias em zonas
urbanas e suburbanas.
Nota técnica Geapp nº 001, de 16 de maio de 2019 - Análise de risco.
Nota técnica Geapp nº 001, de 20 de março de 2020 - Periodicidade de coleta de
amostras para análise laboratorial.
Nota técnica Geapp nº 002, de 25 de novembro de 2020 - Mão de obra familiar.
Nota Técnica Geapp nº 001, de 15 de março de 2021 - Uso do termo artesanal e
similares nos rótulos.
Nota Técnica Geapp nº 002, de 29 de junho de 2021 - Parâmetros e análises
laboratoriais fiscais.
• Portarias

Portaria SEAG 043-R - 2019 - Delegação competência concessão Selo ARTE no ES.

Portaria SESA nº 033-r - 2021. Dispõe sobre a Classificação do Grau de Risco para as
atividades econômicas sujeitas à vigilância sanitária no Estado do Espírito Santo, para
fins de licenciamento, e dá outras providências.

C) Âmbito Municipal

E por fim, na esfera municipal, alguns municípios do Estado do Espírito Santo possuem
regulamentações específicas:

31
Aracruz
• Lei nº 4.079, de 08 de setembro de 2016 - Institui o código sanitário, dispõe sobre
normas relativas à saúde no Município de Aracruz, estabelece penalidades, e dá outras
providências.
• Lei nº 3.942, de 10 de julho de 2015 - Dispõe sobre a constituição do serviço de
inspeção municipal e os procedimentos de inspeção e de fiscalização industrial e
sanitária em estabelecimentos que fabriquem produtos de origem animal e dá outras
providências, no Município de Aracruz/ES.

Cachoeiro de Itapemirim
• Lei nº 7.743, de 14 de outubro de 2019 - Dispõe sobre o Código Sanitário do
Município de Cachoeiro de Itapemirim e dá outras providências.

Parte II – Alimentos (art. 53 a 145)

Título I - Gêneros Alimentícios (art.53 a 78)

Título II – Estabelecimentos Comerciais e Industriais de gêneros alimentícios (art.


79 a 118);
Título III – Feiras livres e permanentes (art.119 a 144);

Título IV - Classificação dos estabelecimentos comerciais e industriais de gêneros


alimentícios e similares (art. 145).

Domingos Martins
• Lei nº 2.564/2013 - Dispõe sobre a obrigatoriedade da prévia inspeção e fiscalização
dos produtos de origem animal no âmbito do Município de Domingos Martins e dá
outras providências.
• Decreto normativo nº 2.494/2013 - Aprova o regulamento da lei municipal nº
2.564/2013, que dispõe sobre a obrigatoriedade da prévia inspeção e fiscalização dos
produtos de origem animal no âmbito do Município de Domingos Martins.
• Lei nº 1.375, de 15 de dezembro de 1995 - Dispõe sobre o Código de vigilância
sanitária do Município de Domingos Martins

Guarapari
• Lei 1.258, de 17 de dezembro de 1990 – Institui o Código de posturas municipais de
Guarapari e dá outras providências.

Capítulo VI – Indústrias e prestadoras de serviço da higiene dos estabelecimentos;

Seção I – Dispositivos Gerais (art.75 a 97);


Seção II – Das Leiteiras e da venda de laticínios em geral (art. 98 a 103);

Seção III – Da higiene dos produtos expostos à venda (art. 104 a 112);

32
Seção IV – Da venda de aves e ovos (art. 113 a 117);

Seção V – Da higiene dos açougues e das peixarias (art. 118 a 127);

Seção VI –Da higiene dos hotéis, pensões, restaurantes, casas de lanche, cafés,
padarias, confeitarias e estabelecimentos congêneres (art. 128 a 129).

São Mateus
• Lei 1.681/2018 - regulamenta o serviço de inspeção sanitária dos produtos de origem
animal produzidos no Município de São Mateus, Estado do Espírito Santo.
Viana
• Lei 2.625 de 16 de junho de 2014 - que dispõe sobre a obrigatoriedade da prévia
inspeção e fiscalização dos produtos de origem animal no âmbito do Município de
Viana e dá outras providências.
• Decreto nº 173/2014 - Regulamenta a Lei 2.625 de 16 de junho de 2014.

33
BIBLIOGRAFIA

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pressuposto para segurança alimentar: uma análise da legislação brasileira no tocante ao
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informações adequadas nos rótulos dos alimentos sob a perspectiva da proteção à saúde.
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Negócios Agroalimentares: o caso dos produtos alimentícios artesanais de origem animal.
Research, Society and Development, v. 9, n. 8, e374985352, 2020. Disponível em:
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PREZOTTO, Leomar Luiz. Procedimentos para a Regularização de Empreendimentos


Comunitários, Familiares e Artesanais. – Brasília-DF; Instituto Sociedade, População e
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<https://ispn.org.br/site/wp-content/uploads/2020/09/Guia-de-Procedimentos-para-a-
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35
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outubro de 2002. Disponível em:
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1/biblioteca-de-normas-vinhos-e-bebidas/resolucao-rdc-no-275-de-21-de-outubro-de-
2002.pdf/view>. Acesso em: 10/09/2021.

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em: 10/09/2021.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução nº 360, de 23 de


dezembro de 2003. Disponível em:
<https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-vegetal/legislacao-
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