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Órgão de Informação do Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar

Edição Especial, Número 01, Setembro de 2015

Nesta Edição:

EDITORIAL
2
O Ministério da Agricultura e Segurança
Alimentar estima para 2015, uma produ-
ção global de 2.5 milhões de toneladas
3
de cereais

Matriz das Recomendações das Visitas


Presidenciais 5
Programa de Intensificação da produção
pecuária (PIPEC) 6
Centro de engorda para comercialização
do gado 7
Trabalho de Campo:

Associação de Produtores de Povoado


de Nicuapa 9
Aldeia Monte Mar Vista
10
Centro de Investigação de Mapupulo
10
Programa de Incubação de Jovens Agrá-
rios 11
Sessenta produtores de Cabo Delgado,
saudaram o 1° Conselho Coordenador
do MASA
12
MASA apela aos produtores de Monte-
puez a produzirem para abastecer o
mercado local e regional
14
MASA está alinhado com as metas
previamente estabelecidas 15
Reportagem Fotográfica do Conselho
Coordenador 16

Edição Especial, Número 01, Setembro de 2015 Page 1


EDITORIAL
O Município de Montepuez e Distrito
do mesmo nome na Província de Cabo
Delgado acolheu nos dias 16 a 18 de
Setembro do ano em curso, os trabalhos
do Primeiro Conselho Coordenador do
sector no presente mandato, onde foram
discutidos e avaliados o Plano Econó-
mico e Social da Agricultura em 2014,
o balanço preliminar da campanha agrá-
ria 2014/2015, a abordagem estratégica,
planos e perspectivas para 2016, bem
como as atribuições, prioridades e desa-
fios do Ministério da Agricultura e Se-
gurança Alimentar para o Quinquénio
2015-2019.

Participaram do evento cerca de 120


pessoas, de entre os membros do Con- Fotografia de Família. Participantes e Convidados ao Primeiro Conselho Coor-
selho Coordenador e convidados do denador do Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar
MASA, onde foram apreciados 17 pon-
tos da agenda. cia Ministro procedeu a entrega cançaram a meta de crescimento de
de diverso material como gesto 7% preconizada no PEDSA.
Durante os três dias de concentração da de solidariedade e simbolismo do
família da agricultura, pecuária e segu- MASA por ter escolhido o Distri- Referiu-se ainda que, um pouco por
rança alimentar do País, a Província to de Montepuez para o acolhi- todos os corredores estão a ser desen-
antitriã brindou aos participantes com mento do evento. volvidas intervenções proactivas com
apresentações de feiras agro-pecuárias potencial de impulsionar a produção
que constituiram momento importante Entretanto, a avaliação que o pri- e produtividade agrária, entretanto,
em que os distritos da província de Ca- meiro Conselho Consultivo do nem sempre mostram complementa-
bo Delgado puderam exibir as potencia- MASA produziu, destacou que o ridade na cadeia de valor agrária,
lidades e os produtos agrários que são sector da agricultura mostra uma assim como a capitalização de inves-
produzidos em cada um dos locais. tendência firme de crescimento timentos já feitos pelo Governo, co-
com índices que variam de 6,8 a mo por exemplo as fábricas de agro-
A Direcção do Ministério durante o 8%, liderados pelo subsector de processamento, os silos e outras infra
evento, interagiu com os produtores da agricultura, sobretudo nas cultu- -estruturas relevantes para o sector
província tomando em consideração o ras alimentares e de rendimento, agrário.
número representativo de produtores não obstante continuar a existir
agrícolas, florestais, criadores, apiculto- alguns subsectores que não al-
res, piscicultores e representantes de
associações de produtores de todos os
postos administrativos e localidades do
distrito.

Constituiu também parte do programa,


as visitas de campo para a troca de ex-
periências e aprendizagem de boas prá-
ticas. As visitas foram realizadas por 4
equipas para diversas actividades que
estão sendo realizadas pelos produtores
do Distrito de Montepuez. As equipas
foram compostas de 25 a 35 membros.

No último dia do Conselho Coordena-


dor Sua Excia Ministro da Agricultura e
Segurança Alimentar orientou um co-
mício popular no qual dirigiu-se à po-
pulação de Montepuez tendo explicado
dos objectivos da reunião e diálogo com
ela. Durante a interacção, Sua Excelên-

Edição Especial, Número 01, Setembro de 2015 Page 2


O Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar
estima para 2015, uma produção global de 2.5
milhões de toneladas de cereais
para a presente campanha agrária, es- rede de provedores de serviços agrá-
tima-se um crescimento de 7 a 8% rios.
fruto do apoio em meios e factores de
produção e assistência técnica ao sec- Referiu ainda que o sector continua a
tor produtivo principalmente a distri- concentrar os seus esforços com vis-
buição atempada de sementes melho- ta a melhorar a qualidade de produ-
radas e certificadas, pestecidas e equi- tos e os rendimentos, através da for-
pamentos de protecção, herbicidas, mulação e implementação de progra-
equipamento para irrigação, maquina- mas e projectos, assim como incenti-
Discurso de Abertura proferido pelo Ministro da rias e alfaias agrícolas diversas. Neste vos que promova a utilização de in-
Agricultura e Segurança Alimentar, José Con-
contexto uma avaliação preliminar sumos de qualidade, bem como fo-

R
dugua Pacheco
aponta para uma produção global para mento de culturas, protecção de
eferiu na sua interven- 2015, de 2.5 milhões de toneladas de plantas e prestação de serviços de
ção que a economia do cereais, sendo o milho com 8.9 mi- aviso-prévio aos produtores. No âm-
país tem como base a lhões de toneladas, o arroz com 357 bito da sanidade vegetal, destacou a
agricultura e a produ- mil toneladas. Para as leguminosas a inauguração do Laboratório de Na-
ção agropecuária e pes- estimativa é de cerca de 656 mil tone- macurra na Zambézia, que irá fazer
cas constituem as fontes de renda e a ladas, raizes e tuberculos, 9.6 milhões face a ocorrência de Pragas e doen-
base de segurança alimentar e nutri- de toneladas, com distaque para a ças que afectam a produção vegetal,
cional para a maioria da população e mandioca que contribui com cerca de frutas com elevado impacto na pro-
a agricultura contribui com cerca de 2.1 milhões de toneladas. dução comercialização e exportação
25% produto interno bruto. Por outro Estima-se também que a produção de de produtos agrários.
lado, a insegurança alimentar, desnu- hortícolas nesta campanha, atinja cer-
trição crónica e a pobreza, constitui Destacou ainda a abertura do primei-
ca de 1.6 milhões de toneladas e nas
o inimigo número um dos povos e ro Laboratório de Análise de Solos e
culturas de rendimento, a cana sacari-
que moçambique não é uma excep- Plantas na região Norte do Pais, na
na atinja 3.7 milhões de toneladas, o
ção. Em Moçambique cerca de 24% Província de Nampula, que permitira
algodão 70 mil toneladas, a castanha
da população ainda sofre da desnu- de caju 81 mil toneladas.a análise científicas de apoio a pro-
trição crónica e 54,7% vive abaixo dução. Em paralelo está em curso
da linha da pobreza, tendo referido Segundo o MASA o alcance destes treinamento de
que os desafios são ainda patentes a resultados, baseou-se fundamental-
nível individual, colectivo e todos mente na intensificação da produção
juntos poderam vencer a pobreza. de alimentos através do investimento
em infraestruturas e equipamento,
A agricultura tem vindo a crescer investigação e transferência de tecno- Melhores Produtores da Edição 2014, Con-
desde a dois anos para cá, cerca de logias, bem como a revitalização da vidados especiais ao Primeiro Conselho
Coordenador 2015, acompanhado o Dis-
7% e o plano é continuar a crescer curso do Ministro
para dar resposta a demanda de falta
de alimentos e a melhoria da capaci-
dade financeira dos moçambicanos
que vivem da agricultura. Destacou
ainda que no ano de 2014, o sector
agrário cresceu em 8,8% não obstan-
te as condições climáticas adversas
em alguns pontos de Moçambique,
por um lado por cheias e inundações
e por outro em algumas zonas secas
cíclicas.
O Ministro da Agricultura e Segu-
rança Alimentar, referiu ainda que

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O Ministério da Agricultura e Segurança ano 200 toros de raça melhorada,
530 bovinos para fomento e serão
Alimentar estima para 2015, uma produção inseminadas artificialmente 3 mil
global, de 2.5 milhões de toneladas de cereais vacas.
(Cont.) Relativamente ao combate a pobreza
urbana, o MASA está a levar acabo
investigadores com o objectivo de nhas, banhos caracicida em cerca de um programa de estabelecimento de
dotar o País de cientistas capazes de 28% em relação ao ano transacto. estufas para a produção intensiva de
gerar tecnologias e técnicas que vão hortícolas, géneros de conservação e
induzir a produção de alimentos No mesmo período a produção pecuá- empacotamento, mercados abastece-
para o alcance da soberania alimen- ria registou cerca de 15.606 toneladas dores de vegetais, linhas de crédito
tar e nutricional. de carne bovina, 26.357 toneladas de para a promoção da produção nacio-
frango, 1.088 toneladas de carne de nal de hortícolas onde foram adquiri-
Por outro lado a rede de extensão pequenos ruminantes, 962.320 litros de das 15 estufas para as Províncias de
tem estado a crescer, passando de leite, 15.207.280 dúzias de ovos o que Cabo Delgado, Niassa e Maputo o
uma cobertura de 136 distritos fal- representa crescimento em relação ao que segundo os economistas, irá
tando apenas 4 para completar, 396 período anterior, tendo referido que a contribuir para o incremento de cer-
Postos Administrativos e pouco produção pecuária está muito acima de ca de 3 mil toneladas de hortícolas
mais de 1370 extensionistas que indicadores mínimos de crescimento diversas.
assistem cerca de 590.653 produto- na ordem de 7% ao ano.
res agrários a nível nacional com
destaque para o Programa Integrado 512 bovinos foram disponibilizados
de Transferência de Técnologias para o fomento pecuário para cerca de
Agrárias (PITTA), onde foram mon- 127 beneficiários contra 31 pessoas
tados 1122 campos de demonstra- beneficiárias no ano transato. No que
ção, ocupando uma área de 1238 concerne ao melhoramento genético o
hectares com culturas diversas com MASA vai desponibilizar no presente
maior peso as culturas alimentares.

No que concerne a pecuária, o MA-


SA destacou o processo de conclu-
são do programa de intensificação
da produção pecuária em Moçambi-
que, cujo objectivo deste é de acele-
rar a produção percuária através de
intervenções concentadas na cadeia
de valor com vista a satisfazer as
necessidades de consumo nacional
de produtos de origem animal. No
âmbito da monitoria epidemiológi-
ca, referiu que foram registados e
controlados dois focos da Febre Af-
tosa que atingiram as Províncias de
Maputo e Gaza, 8 focos de Derma-
tose Nodular, nas Províncias de
Maputo e Manica, 1 Peste Suína Directora Provincial de Agricultura de Manica, Sónia Francisca em primeiro plano e Qua-
dros de Outros Ministérios Convidados ao Primeiro Conselho Coordenador do MASA
Africana, 2 de Anaplasmose e uma
de Riquetsiose, 4 de brucelose e 1
Theileriose na província de Maputo.
No âmbito da produção de vacinas,
foram produzidas 1.800.000 doses
de Carbunco Sitomático, 532 mil
doses de Carbunco Hemático
9.110.000 doses de New Castle e
foram disponibilizadas para todas as
províncias de Moçambique. Fo-
ramm igualmente intensificadas as
campanhas de vacinação urbana. O
balanço preliminar das campanhas
de vacinação apresentam um cresci-
mento na ordem de mais de 65% de Quadros da Direcção Provincial de Agricultura de Cabo Delgado, saudando o Conselho
gado bovino e mais de 50% em gali- Coordenador do MASA através de manifestação cultural, uma iniciativa que começa a
ganhar prática nos eventos do Ministério

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Matriz das Recomendações, Visitas Presidenciais

Sua Excelência Filipe Jacinto Nyusi,


Presidente da República (PR) de Mo-
çambique, realizou ao longo deste ano
visitas de trabalho as províncias de
Cidade de Maputo, Maputo, Gaza,
Inhambane, Sofala, Manica, Tete,
Zambézia, Nampula, Niassa e Cabo
Delgado.
mecanização agrícola, afectar exten-
Na perspectiva de socialização e sionistas de acordo com as condi-
acompanhamento das recomendações aproveitamento das potencialidades ções agro-ecológicas e vantagens
deixadas por Sua Excelência Presiden- pecuárias, neste contexto foi reco- comparativas de cada Distrito.
te da República de Moçambique o mendado a necessidade de incremen-
Conselho Coordenador debateu a tar o efectivo pecuário e atrair mais Deve-se por outro lado, assegurar o
questão numa apresentação resumida investimentos para está área, assim desenvolvimento da agricultura de
das principais constatações, recomen- como construir e reabilitar represas forma integrada com recurso a novos
dações e propostas de acções para para aproveitamento da zona norte métodos e técnicas de produção que
concretização das recomendações. da Província para produzir o impacto são transmitidos pelos extensionistas
na região. Promover formas de su- e assegurar o funcionamento pleno
 Alto índice de desemprego nos jo- plementos animal e introduzir acções dos silos, intensificar o uso dos ce-
vens, Fomento pecuário no Distrito de melhoramento genético leiros melhorados e silos e impulsi-
de Magude está aquém das reais (reprodutores de raças melhoradas), onar a comercialização de exceden-
potencialidades do Distrito em cria- disponibilizar reprodutores de raças tes e pesquisar tecnologias para er-
ção de gado; melhoradas e visitas de troca de ex- radicação da mosca tsé-tsé, tendo em
periência. conta as condições agroecologias da
 Existência de boas práticas de asso-
Província.
ciativismo como é o caso da Associ-
No conflito de interesses no uso da
ação de Agricultores de Cana de
terra para agricultura e pastagem, foi Continuar a explicar com profundi-
açúcar de Maguiguana, no Distrito
referido da necessidade de resolver o dade a natureza e especificidades do
de Magude;
conflito de interesses no uso da terra PROSAVANA e as vantagens que
 Existência de boas práticas de asso-
para agricultura e pastagem e delimi- este vai trazer para as comunidades,
ciativismo como é o caso da Associ-
tar áreas de pastoreio comunitário bem como fazer a divulgação multi-
ação de Agricultores de cana de
em coordenação com o Ministério da média. Promover o associativismo e
açúcar de Maguiguana;
Terra, Ambiente e Desenvolvimento capacitar os produtores em matérias
 Eminência de bolsas de fome devi-
Rural - MITADER. de agronegócios.
do, por um lado, a seca prolongada,
por outro, devido a destruição das Mobilizar as associações de produto-
Sobre a obsolência dos sistemas de
culturas por chuvas em excesso; res de hortícolas de Namiconha, no
drenagem nas baixas dos principais
 Pouco aproveitamento do gado por Distrito de Ribaué a aumentar as
rios do Sul do País, a necessidade de
parte das populações para gerar ou- reabilitar os sistemas num perímetro áreas de produção e introduzir novas
tros rendimentos através da produ- de 390 hectares e distribuir kits de culturas como o milho, mandioca
ção do leite, queijo, iogurte entre limpeza de valas, bem como contra- assim como apostar na piscicultura e
outros. tar mão-de obra local para a realiza- estimular os produtores a incremen-
 Acelerar o ritmo de colheita no Re- ção de limpezas. tar as áreas de produção e a diversi-
gadio do Baixo Limpopo, apoiar os ficação de culturas.
produtores e dinamizar o processo Foi igualmente orientado a necessi-
de colheita de arroz bem como dese-
dade de maximizar o uso de parques
nhar uma estratégia de avaliação de máquinas agrícolas de modo a
prévia da condição dos campos paraaumentar a produtividade e divulgar
decidir a data do início da colheita.
e facilitar a obtenção dos incentivos
nas taxas de gasóleo e de energia.
Uma das constações também destaca- Divulgar informação e sensibilizar
das no balanço relaciona-se com fraco sobre as vantagens da utilização da

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Programa de Intensificação da Produção O sector comercial, com apenas 14%
Pecuária (PIPEC) dos efetivos de bovinos, contribui
com 28% da produção de carne e,

D
nos pequenos ruminantes, com 5%
e acordo com o PNISA, aumento da produção, como os de dos efetivos, produz 15% da carne
as áreas prioritárias do fomento pecuário, controlo de doen- de cabrito.
subsector pecuário são: a ças e expansão das produções de
bovinicultura de corte e frangos e ovos. As manadas do sector comercial são
leite, a avicultura (frango relativamente mais produtivas e este
e ovos) e os pequenos ruminantes O sector familiar com mais de 85% sector tem um potencial para respon-
(caprinos e ovinos). O programa de do gado bovino e 96% dos pequenos der aos incentivos para introduzir
intensificação da produção pecuária ruminantes, cria gado local, bem novas tecnologias para aumentar os
deve abranger as mesmas produções, adaptado as adversidades ecológicas, efetivos e a produção. O sector fami-
considerando os sectores e os animais não tem atitude comercial, não com- liar será também integrado para me-
com capacidade de resposta. pra insumos veterinários, o maneio lhorar a produtividade e a taxa de
alimentar é baseado em pastagens extração ligado aos circuitos de mer-
Sobre o programa foi referido que as naturais e coletivas, a condição cor- cado.
outras espécies pecuárias, como o por- poral dos animais varia com a época
co, a galinha e coelhos e as espécies do ano, o maneio sanitário é total- O objetivo do programa de intensifi-
eleitas para pecuarização (“vondo” e mente dependente e limitado ao que cação é melhorar a produtividade da
galinha-do-mato), embora não eleitas os serviços públicos oferecem e tem, produção pecuária e aumentar a
para a intensificação, continuarão a consequentemente, baixa produtivi- oferta e a qualidade dos produtos de
merecer atenção especial do Ministé- dade. origem animal para mercado de for-
rio da Agricultura e Segurança Ali- ma acelerada e sustentável nas zonas
mentar (MASA), pela sua contribui- O sector comercial, ainda pouco ex- e nos segmentos dos sectores produ-
ção nas economias dos pequenos pro- pressivo em termos de efectivos, tivos de maior potencial. Este pro-
dutores agro-pecuários e na redução mas ligeiramente mais produtivo, grama é complementar aos restantes
da pobreza rural. As principais limi- compra insumos, tenta suplementar programas de aumento da produção
tantes destas duas espécies são de na- o gado na época seca para evitar pecuária.
tureza sanitária e genética, os surtos grandes perdas de peso e mortes, a
cíclicos da doença de Newcastle na pastagem natural em áreas delimita-
galinha e da Peste Suína Africana das (DUAT), emprega trabalhadores
(PSA) no porco e a fraca capacidade e possui animais cruzados com raças
de resposta a intensificação da galinha de carne de melhor crescimento.
landim.

No âmbito do PNISA, o MASA conti-


nuará a desenvolver esforços no senti-
do de alargar a cobertura vacinal con-
tra a doença de Newcastle que atual-
mente é de cerca de 15%, e de educa-
ção dos criadores de porcos sobre a
importância das medidas de biossegu-
rança na prevenção e controlo da PSA
nas suas explorações, ações já previs-
tas nos programas sanitários de rotina
dos Serviços de Veterinária.

A intensificação da produção é defini-


da como a aplicação de medidas de
maneio integrado, na melhoria dos
sistemas de produção, para maximizar
o rendimento das espécies pecuárias
através dos maneios sanitários, ali-
mentar e reprodutivo. Neste contexto,
a intensificação da produção pecuária
é escolhida como um dos caminhos
para aumentar a produção e é comple- Curral do Senhor Zulficar Carimo, criador de gado bovino da aldeia Monte
mentar aos programas em curso de Mar, Distrito de Montepuez, Província de Cabo Delgado.

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Programa de Intensificação da
Produção Pecuária (Cont.)

Critérios de intervenção

Para intervir nos sistemas de produção com


sucesso e sustentabilidade a curto e médio
prazos é necessário que os critérios de sele-
ção dos intervenientes priorizem a capacida-
de de resposta destes.

Com base nas informações estatísticas dos


sectores produtivos, nota-se que um progra-
ma de intensificação dos sistemas de produ-
Curral do Sr Zulficar Carimo, criador de gado bovino da aldeia Monte
ção de ruminantes deve priorizar as provín- Mar, Distrito de Montepuez, Província de Cabo Delgado com uma taxa
cias com um sector comercial instalado e de natalidade de cerca de 80% e sem ocorrência de mortes.
aquelas que podem atrair novos investidores,
associado a estratégia dos corredores de de- gadas aos serviços públicos, como no controlo de doenças que o
senvolvimento já definidos pelo MASA. En- Estado executa directamente e no financiamento das infraestruturas
tretanto, as oportunidades gerais que forem e insumos para modelos pilotos.
criadas, beneficiarão os criadores de todo o
País. Outro critério importante é a organização coletiva dos criadores em
associações ou cooperativas, como instituição que facilita a inter-
Os mecanismos de intervenções do Estado venção do Estado e permite estabelecer um compromisso de resulta-
(MASA) devem ser em dois sentidos: dos com o sector produtivo. Estas organizações de criadores, quan-
Na criação de oportunidades que permitam do envolvidas em parcerias público-privadas, permitem que os re-
ao sector produtivo responder com a melho- sultados pretendidos não fiquem apenas dependentes do orçamento
ria dos sistemas de produção de forma custo- do Estado mas, que este seja potencializado com recursos coletivos.
efetiva. As oportunidades surgem quando se As organizações coletivas devem ser de portas abertas e integrar
removem os constrangimentos principais criadores de todos os setores produtivos. Deste modo, os criadores
para a aplicação de medidas de maneio mais que forem pioneiros na adopção dos maneios melhorados, servirão
intensivas e; de modelo e exemplo para os restantes filiados na mesma organiza-
ção.
Em acções de apoio directo nas questões li-

Centro de Engorda para Comercialização de manter os animais em confinamento


parcial ou total.
Gado
O programa de intensificação prevê
a constituição de, pelo menos, uma
Cooperativa de criadores de gado de
corte em cada província, para que as
acções do governo tenham mais im-
pacto. Estas organizações podem ser
um parceiro válido para a implemen-
tação de outros programas, depois de
estarem consolidadas.
O programa de intensificação, vai
estimular o estabelecimento e o for-
talecimento de cooperativas de cria-

O
dores de gado de todos os sectores,
objectivo geral do Centro Os criadores de gado integrados em dando garantias que os pequenos
de Engorda (CdE) é de cooperativas podem vender os seus possam beneficiar dos serviços co-
facilitar a comercialização animais ao CdE, que melhora os pe- muns que forem criados, como a
de gado bovino e a melho- sos carcaça e a qualidade dos ani- assistência veterinária, as capacita-
ria da qualidade da carne. mais para abate, para depois coloca- ções, o melhoramento dos sistemas
A melhoria da carne que é oferecida los no mercado a preços ligeiramen- de produção e o mercado.
ao mercado pode reduzir substancial- te mais altos. Como tecnicamente é
mente as importações. recomendado, estes centros devem

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Centro de Engorda para Comer-
cialização de Gado (Cont.)

Os CdE devem ter área, infraestrutu-


ras e equipamento que permitam a
manutenção de animais em confina- única que tem
mento por um período entre 3 a 5 uma Cooperativa
meses. A quantidade de animais é em actividade.
variável consoante o efetivo bovino Para estas três
e do sector produtivo de cada pro- províncias é ne-
víncia. cessário apoiar a
revisão dos esta-
Em princípio os meios de trabalho tutos para abran-
são os mesmos variando apenas a ger todos os cri-
dimensão, que deve ser ajustada ao adores interessa-
possível número de animais que pas- dos, a luz da
sam pelo CdE. nova lei das Co-
operativas.
Funcionamento
Orçamento
Os cooperativistas (criadores de ga-
do), comunicam a Cooperativa o Os Centros de
interesse de vender animais e esta Engorda são ex-
envia o camião para transportar os pansivos a medi-
animais para o CdE. da que aumenta
a capacidade dos
No CdE, os animais são pesados e criadores de ga-
ao criador lhe é pago o preço estabe- do de fornecer
lecido na assembleia geral da Coo- animais. Foi de-
perativa. Os animais entram para um finido iniciar
curral de recepção no qual são sujei- com um modelo
tos a testes e cuidados sanitários. com capacidade Foto de Arquivo: Matadouro de Chimoio, Província de Manica
Depois de aprovada a entrada para a para acomodar
engorda, são colocados em currais 100 bovinos. Para este modelo, no
de acordo com o tamanho. qual todo o investimento em equipa- satisfazer mercados que preferem
mento é feito, o orçamento é de importar. Os CdE podem incrementar
As Cooperativas deve ter um encar- 9.120.000,00 mt (nove milhões e cen- a produção de carne das zonas de in-
regado do CdE para fazer a gestão to e vinte mil meticais), sendo 27% fluência em cerca de 30%. As carca-
das actividades do dia-a-dia. Aspec- para infraestruturas e 73% para o equi- ças podem ter um aumento de até 50
to importante é o aprovisionamento pamento. Qualquer necessidade de kg em 3 meses.
das matérias-primas para a ração e o expansão incide apenas na infraestru-
feno na época correcta. A área de tura. O equipamento tem capacidade Se todos os animais de abate das pro-
produção pode estar fora do Centro. para suportar um crescimento até 1000 víncias de arranque do programa pas-
animais, precisando apenas de expan- sarem pelos CdE, a produção de car-
A alimentação é misturada no Cen- dir a infraestrutura. Para a implantação ne pode aumentar em cerca de 1.000
tro e fornecida aos animais, de modo dos primeiros 5 CdE seria necessário o ton, sem alterar o número de animais
a conseguir um ganho de peso na valor de 45.600.000,00 Mt. abatidos.
ordem de 0,750 a 1 kg por dia. Os Resultados Esperados
animais muito pequenos são coloca- Os resultados das ações de um CdE
dos nos cercados de crescimento. são o aumento da produção de carne
pelo aumento do peso carcaça e a me-
Para o arranque da instalação de lhoria da qualidade da carne que pode
Centros de Engorda é imprescindí-
vel a constituição de cooperativas de
criadores de gado de corte nas pro-
víncias, já previstas no âmbito do
programa de intensificação da pro-
dução pecuária. As províncias de
Maputo e Gaza têm cooperativas
estabelecidas mas é necessário reati-
va-las. A província de Sofala é a

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Visitas de Campo

O
s participantes ao
Primeiro Conselho Coor-
denador do MASA, di-
vididos em três grupos
liderados respectivamen-
te por Sua Excelência Ministro da
Agricultura e Seguranca Alimentar,
Sua Excia Vice-Ministra da Agricul-
tura e Seguranca Alimentar e o ter-
ceiro grupo liderado pelo Ex-
celentíssimo Senhor Secretário Per-
manente do MASA.

Associação de Produtores de Hor-


tícolas, Povoado de Nicuapa
Sua Excia Ministro da Agricultura e Segurança Alimentar, recebendo explica-
ção da distribuição dos campos/produção pelo Supervisor de Extensão
O primeiro Grupo, visitou a Associ-
acão de Produtores de Hortícolas 25 do respectivo DUAT e o sistema de Entretanto, durante a visita os mem-
de Junho no povoado de Nicuapa, produção aplicado na Associacão, bros deste grupo constataram prob-
antecedido de uma sessão de plantio versa pela intensificação de uso da lemas nos campos visitados, nomead-
de árvores e visita a obra de con- terra aplicando 4 culturas por ano, amente: a proliferação de pragas e
strução da residência do SDAE de na cultura de repolho, alface, couve doenças, destacando-se a traça de cou-
Montepuez e ao pomar de cajueiros China, couve tronchuda, cebola, to- ve, trips, afídios lagarta americana,
no povoado de Nicuapa. mate, cenoura, beringela e pimento. ácaro vermelho, podridão preta de re-
Esta Associacão foi criada em 1993 polho e a bacteriose do tomateiro. No
por 35 produtores (30 homesns e 5 Os produtos desta Associacão, abas- processo de rega manual o recurso ao
mulheres), tendo a mesma registado tecem os mercados do Município de galão no lugar de regadores a quan-
a aderência ao longo dos tempos de Montepuez, Zona de Namanhumbiri, tidade transportada pelos galões influ-
mais membros e actualmente conta Cidade de Pemba, Palma e Mocim- enciam no desenvolvimento das
com 276 produtores, dos quais 235 boa da Praia. Estes produtos são plantas.
são homens e 41 são mulheres. A vendidos numa base individual a
área ocupada pela Associacão é de preços que variam em função da Falta de loja de insumos em Mon-
38 hectares em processo de emissão oferta. tepuez obriga os produtores das associ-
ações a recorrerem a Agrifocus em
Nampula para aquisição e posterior
revenda dos mesmos a custos elevados
chegando a duplicação de preços.

Durante a visita ouve uma interação


entre os produtores da associação e os
produtores premiados das edições 2013
e 2014 onde trocaram experiências so-
bre medidas de controlo preventivo da
bacteriose do tomateiro devendo ini-
ciar no alfobre, visando a produção de
plantas sadias a serem transplantadas
para o canteiro definitivo e a ácaro ver-
melho cuja medida de mitigação passa
pelo uso de acaricida ou mistura de
acaricida e fungicida bem como a ne-
cessidade de efectuar a rotação com
cultura de feijão com o intuito e miti-
gar a proliferação desta praga e aumen-
tar a fertilidade dos solos graças a
Produtores de hortícolas do povoado de Nicuapa, interagindo com os produtores premiados da fixação de azoto no solo pela legumi-
edição 2014 sobre tratamento das culturas em campo, sendo observados por Sua Excelência,
Ministro da Agricultura e Segurança Alimentar e a delegação que acompanhava
nosa.

Page 9
Visita a Aldeia Monte
MarVista

A
equipa liderada por
Sua Excelência Vice-
Ministra da Agricultu-
ra e Segurança Ali-
mentar, Drª Luisa
Meque, visitou a Aldeia Monte
MarVista tendo no local efectuado o
plantio de árvores de fruta e de se-
guida ao curral de bovinos do Sr.
Zulficar Carimo, uma propriedade
com uma área de 300 ha. Este pro-
prietário iniciou com a sua activida-
de no ano 2000 e conta neste mo-
Sua Excia Vice-Ministra da Agricultura e Segurança Alimentar, recebendo ex-
mento com cerca de 115 bovinos plicação sobre o curral de bovinos
constituído por 41 vacas, 2 touros,
17 Novilhas, 12 Novilhos, 15 Vitelas
e 18 Vitelos. Como recomendações, foi orientado IIAM em Novembro 2015 para entre
ao proprietário para retirar as vacas outras questões prestar assistência téc-
Não obstante o efectivo apresentado velhas de modo a melhorar a ex- nica ao criador e aos criadores do dis-
pelo Sr. Zulficar Carimo, ele tracção, produzir feno para a suple- trito em geral para a preparação para a
apontou alguns problemas de falta mentação de parte do gado, aumen- produção de feno, explicar os mecanis-
de pasto na época seca devido as tar volume de vendas (novilhos), mos de intervenção do Programa de
queimadas, dinheiro para custear assim como a necessidade de le- Intensificação da Pecuária.
serviços de assistência veterinária. galizar o DUAT da região que ex-
Apontou igualmente situações de plora a cerca de 15 anos.
invasão da propriedade pela popu-
lação. Entretanto foi proposto o envio de
uma equipa conjunta DINAV e

Visita ao Centro de ensaios Pós-colheita na área de inves- forrageiras e ministra treinamento


tigação e na produção e multiplicação para técnicos extensionistas e pro-
Investigação Agrária de sementes (todas culturas acima dutores.
de Mapupulo mencionadas), incluindo a produção

E
de mudas de fruteiras (citrinos, man- Como dificuldade foi referido a
ste grupo realizou a gueiras, abacaxi, pêra abacate, atas, questão de insuficiência de pessoal
actividade de plantio de goiabeiras e papaieiras). técnico em todos níveis e falta de
20 mudas de manguei- pessoal de auxiliares de campo per-
ras enxertadas, varieda- Na área de produção animal, o centro manente. No final da visita, foram
de Kent no Bairro dedica-se ao melhoramento de reba- deixadas recomendações que se
Jessane, num compasso de 15 me- nho caprino e estudos de avaliação de resumem na necessidade de instalar
tros entre plantas e de seguida visi- a energia electrica no CIAM para
tou o Centro de Investigação de que os técnicos possam residir e
Mapupulo e ainda o cajual de Se- permitir a rega por via de electro-
nhor Victor Sanches ainda em Ma- bombas, colocação de letreiro na
pupulo. entrada do CIAM para melhor iden-
tificação, necessidade de diversifi-
No Centro de Investigação Agrária car o material uasado para os ensai-
de Mapupulo a equipa foi informa- os de adaptabilidade da foragem,
da das actividades desenvolvidas, incluindo outras gramíneas disponí-
nomeadamente, Melhoramento nas veis em chobela e legominosas, e
culturas de mapira e arroz, ensaios necessidade de o SDAE de Monte-
agronómicos de diversas culturas puez agiliar o DUAT dos Senhor
(amendoim, mapira, arroz, feijão Victor Sanches.
jugo, milho, feijão bóer, f.nhemba, Excelentíssimo Senhor Secretário Perma-
soja, mandioca, algodão, amara- nente, procedendo o plantio de uma ár-
vore com ajuda do técnico de extensão
thus e brachearia), batata Reno e

Page 10
empresarial/comercial e ser residente
Programa de Incubação de Jo- na área da Incubadora é uma vanta-
vens Agrários gem.

Para jovens graduados, devem possuir


a formação técnico-profissional ag-
ropecuária (Licenciatura/Médio/
Básico), apresentar uma proposta/ideia
sobre um projecto agrário e passar no
processo de selecção. Para jovens não
graduados praticar agricultura numa
área não inferior a 3 hectares, ter ex-
periência de pelo menos 3 anos na ag-
ricultura

Os seleccionados serão submetidos a


um treinamento a ser facilitado por
especialistas do MASA, outros Min-
istérios relevantes e Instituições de
Ensino Técnico-Profissional Agrário
(Universidades e Institutos Politéc-

I
ncubação Agrária é um proces- que podem contribuir para um nicos), em coordenação com o INEFP,
so de integração de jovens no rápido incremento da produção e cuja duração será de 3 a 4 meses.
processo produtivo para induzir produtividade agrária. A imple-
e proporcionar competências mentação deste programa vai per- O Plano de Negócio do Jovem será
em condições comercialmente mitir entre outros os seguintes implantado numa área de 2 a 5 ha para
viáveis, competitivas, eficientes e benefícios: Integrar jovens no sector hortícolas e aves e 5-10 ha para cultu-
sustentáveis na base de capacitação, produtivo em moldes comerciais no ras anuais, localizada em zonas in-
supervisão e acompanhamento téc- meio rural em condições de trabalho fraestruturadas (regadios, vias de aces-
nico na implementação e gestão de mais atractivas; Gerar emprego, ab- so, mercados), numa base de produção
um plano de negócios considerando sorvendo parte significativa de intensiva.O jovem receberá ainda, um
as seguintes premissas: Selecção de jovens graduados, actualmente sem pacote de insumos, mediante a cele-
candidatos por métodos competi- emprego formal no campo e nas bração de CONTRATO efectivo por
tivos; Elaboração de um Plano de cidades; Contribuir para a redução duas Campanhas Agrícolas com direito
Negócio; Abordagem de Cadeias de do êxodo rural; Atrair os jovens para a assistência técnica nos locais de inte-
valor e Observância das prioridades o agro-negócio e Fortalecer parcer- gração, preparação dos solos, alocação
estabelecidas nos corredores do ias entre os intervenientes da cadeia de insumos, comercializaçao e proces-
PEDSA. de produção e de valor do sector samento.
agrário.
O Ministério da Educação e Desen- O Jovem poderá estar vinculado a um
volvimento Humano e a UEM, O objectivo do programa visa con- bloco de produção ou unidade produti-
mostram que nos últimos 15 anos tribuir para a promoção de emprego, va, como por exemplo, Centro de
foram formados mais de 29.055 téc- aumento da produtividade e compet- Prestação de Serviços (CPS), Empresa
nicos agro-pecuários, dos quais: itividade, através da integração de Pública ou de Fomento, ou a um
8.658 médios, 580 Técnicos, Superi- jovens no desenvolvimento social e produtor comercial de sucesso.
ores, 19.818 básicos. económico do País, promover o em-
preendedorismo agrário nas zonas A unidade produtiva que poderá estar
O I Conselho Consultivo Extraor- rurais e periurbanas, atrair jovens adjacente a um CPS poderá com-
dinário do MASA – 2015 recomen- recém graduados, desempregados e preender um sistema integrado de
dou a criação de Programa de Incu- com conhecimentos da prática de produção de culturas, organizado em
bação de Jovens no sector agrário agricultura para a sua integração em blocos de produção e de animais de
como forma de contribuir para a ma- actividades produtivas agrárias e pequena espécie.
terialização da 3ª prioridade do PQG geração de renda e criar condições
que visa: Promover o emprego para para o desenvolvimento duma agri- O MASA poderá assinar contratos com
jovens; Melhorar a produtividade do cultura comercial, intensiva, viável, instituições Públicas e/ou Privadas
sector agrário; Aumentar a competi- competitiva e sustentável. (parcerias) do ramo agrário ou ainda
tividade; e Promover o agro- ONGs como Agentes de Incubação
negócio. CRITÉRIOS DE SELECÇÃO para projectos específicos de produção,
p.e. sementes, frangos ou hortícolas.
Os jovens têm potencial para o em- Os interessados devem ser moçam- As parcerias incluem ligações com
preendedorismo e capacidade de bicano, com idade não superior a 35 produtores singulares, associações e
inovar e adoptar novas tecnologias, anos Motivado e possuir perspectiva cooperativas.

Page 11
Sessenta (60) Produtores de Cabo Delgado, sau-
daram o Primeiro Conselho Coordenador

A
margem da realiza-
ção do Primeiro
Conselho Coordena-
dor no Distrito de
Montepuez, a Direc-
ção do Ministério da Agricultura e
Segurança Alimentar manteve en-
contro com cerca de 60 represen-
tantes de produtores, provenientes
de todos distritos da Província com
a excepção de Quissanga.

Sua Excelência Ministro da Agri-


cultura e Segurança Alimentar sau-
dou o esforço abnegado que os pro-
dutores têm empreendido no con-
texto da produção agrária visando
eliminar a fome, a pobreza, bem da Província, com recurso à mecani- ção e, deste modo, dinamizar a produ-
como a geração de renda, sobretu- zação através do estabelecimento de ção agro-pecuária, reparar o rombo,
do, neste novo ciclo de Governa- parque de máquinas, para substituir a canal e comporta do regadio de Chi-
ção, onde a agricultura é tida como força humana e a enxada de cabo pembe visando promover a produção
a base de desenvolvimento. Trans- curto, a necessidade do Estado inter- intensiva de alimentos naquele períme-
mitiu aos produtores sobre a neces- vir na criação de mecanismos de de- tro irrigado.
sidade de produzir cada vez mais, finição de preços de referência para a
olhando a diversidade de produtos comercialização de produtos agrá- No final, Sua Excelência o Ministro da
agro-pecuários, não só para a ali- rios, Necessidade de melhorar as vias Agricultura e Segurança Alimentar
mentação própria, como também de acesso, sobretudo as vacinas, para endereçou agradecimentos, tendo des-
para suplementação do mercado incentivar os produtores através de tacado que as preocupações levantadas
como forma de melhorar a seguran- comercialização dos produtos agrá- pelos produtores serão consideradas
ça alimentar e nutricional e a quali- rios. durante a planificação estratégica e
dade de vida das populações. operacional do Sector, o que, paulati-
A possibilidade de reactivar a fábrica namente, possibilitará a mobilização
Reiterou as vantagens comparativas de processamento da castanha de de financiamento para endereçar os
que a Província e o País em geral caju em Nangade e promover a agro- constrangimentos identificados.
possuem em termos de condições indústria, no sentido de se fazer o
agro-climáticas, disponibilidade de aproveitamento integral da fruta ali
água e a invejável capacidade hu- produzida, bem como reforçar os
mana, destacou ainda a importância distrito com mais técnicos, meios de
da Província em acolher o Primeiro locomoção e orçamentos para alargar
Conselho Coordenador do MASA e a cobertura em assistência técnica
a responsabilidade que todos têm na aos produtores. Necessidade de sen-
produção agro-pecuária, diversifi- sibilizar o sector privado a investir
cação alimentar incluindo fruteiras nos distritos e alocar insumos agrá-
e reposição das florestas. rios de forma atempada. Necessidade
Na interacção com os produtores, de apoiar o processo de atribuição de
estes apresentaram preocupações DUAT´s, para que seja celeridade.
que visam dinamizar o desenvolvi- Avaliar a possibilidade de disponibi-
mento do Sector Agrário, sendo de lizar crédito aos agricultores jovens
destacar o Reforço da capacidade do distrito de Muidumbe, com vista a
de preparação da terra nos distritos sua integração no processo de produ-

Page 12
resgatar, valorizar e comercializar
Feira Agro-Pecuária
produtos locais, como por exemplo
dimene, canga, vondo entre outros;
os provedores de serviços devem
tomar cuidados necessários para
proteger trabalhadores e produtores,
evitando contaminação e envenena-
mento, com por exemplo, de ácido
sulfúrico usado na deslintagem do
algodão pela empresa PLEXUS;
melhorar os níveis de tratamento
para proteger a amêndoa da casta-
nha de pragas e doenças, asseguran-
do a necessária qualidade; observar
as exigência técnicas de isolamento
entre a canga e frango de abate, pa-
ra evitar que transmitam doenças e
parasitas, e assegurar que as futuras
No decurso do Conselho Coorde- Frutas de Namialo, em Nampula, ex- feiras representem o Sector Agrário
nador, Sua Excelência o Ministro pôs suas actividades na Feira. de maneira integrada, incluindo,
da Agricultura e Segurança Ali- nomeadamente os bovinos.
mentar, acompanhado por Sua Ex- No final da visita foram emanadas as
celência a Vice-Ministra da Agri- seguintes orientações: necessidade de
cultura e Segurança Alimentar, por
Sua Excelência a Governadora da
província de Cabo Delgado, Senhor
Administrador do distrito de Mon-
tepuez, Presidente do Conselho
Municipal da Cidade de Monte-
puez, membros e convidados ao I
Conselho Coordenador do MASA
procedeu à inauguração e visita à
Exposição Agropecuária, preparada
por ocasião.

Os expositores valeram-se de um
total de 92 bancas para exteriorizar,
demonstrar e vender o potencial e a
produção agrária da Província, em
tanto que produtos frescos e outros
processados. Um total de 106 ex-
positores, entre produtores do sec-
tor familiar e empresarial, provedo-
res de serviços, sendo 3 provenien-
tes de cada um dos 17 distritos da
Província. Adicionalmente, partici-
param na exposição unidades espe-
cíficas do Sector Agrário a nível
local e parceiros de desenvolvi-
mento que implementam projectos
na Província. No espírito de pro-
moção de integração com provín-
cias vizinhas, o Centro Formação
de

Page 13
MASA apela aos Produtores de Montepuez a Produzirem para abastecer
o Mercado Local e Regional

margem do I Conselho

À
Coordenador, Sua Exce-
lência Ministro da Agri-
cultura e Segurança Ali-
mentar orientou um Co-
mício popular na Praça dos Heróis
Moçambicanos onde participaram
cerca de 600 pessoas, com propósito
de dar a conhecer os objetivos deste
evento e divulgar as grandes deci-
sões tomadas, os resultados do ba-
lanço preliminar da campanha agrá-
ria 2014/2015.

Lembrou aos presentes que a agri-


cultura é a base de de-
do aos produtores de Montepuez
senvolvimento do País,
para que no processo de produção
por possuir grandes po-
agrária incluam não apenas para a
tencialidades hídricas,
sua subsistência, como também para
boas condições agro-
abastecer o mercado local e regional.
ecológicas, factores que
Aos estudantes ficou o apelo de se
induziram o MASA a
aplicarem na obtenção de conheci-
escolher o distrito de
mentos técnicos e científicos para
Montepuez para acolher
o seu I Conselho Coor- sua contribuição para o País.
denador. Salientou os
esforços envidados pelo Como parte dos investimentos públi-
Governo para contornar cos para melhorar as condições de
o efeito dos eventos cli- trabalho dos funcionários e agentes
matéricos (cheias e se- do Sector, e facilitar a assistência
cas) decorrente das mu- técnica e incremento de actividades
danças climáticas para assegurar dimento que leve o fim dos discursos agrárias. Para o efeito, procedeu a
níveis satisfatórios de produção e de retorno à guerra, acção que pode entrega duas viaturas ao SDAE -
produtividade agrária. devastar a economia nacional, trazen- Montepuez, uma motobomba e um
do consigo consequências trágicas sistema de irrigação gota-a-gota ao
produtor Augusto José, e material
Numa outra abordagem, Sua Exce- para a população e aos grandes pro-
escolar e equipamento desportivo a
lência o Ministro da Agricultura e jectos e investimentos em curso no
Direcção Distrital de Educação, Ju-
Segurança Alimentar partilhou com País. Apontou a manutenção da uni-
ventude e Desportos, Ciência e Tec-
os presentes os esforços que o Go- dade nacional e paz como prioridade
verno de Moçambique está a desen- do Governo, e de cada moçambicano, nologia.
volver para a obtenção de um enten- pois, só assim com a vigilância é que
se pode garantir a harmonia social,
sendo que a grande arma para isso é o
diálogo, esforço colectivo para que a
inclusão das ideias e do debate sejam
no sentido de reforçar as bases neces-
sárias para que o País continue no
caminho do desenvolvimento econó-
mico e social.

No final, encorajou os premiados nas


categorias de Melhor Agricultor, Ex-
tensionista, Investigador, Mulher e
Jovem Agricultores das edições 2013
e 2014, para continuarem com a no-
bre missão de produzir para alimentar
o País. O mesmo apelo foi endereça-

Edição Especial, Número 01, Setembro de 2015 Page 14


MASA está alinhado com as metas previa-
mente estabelecidas
pico onde por um lado havia zonas com A Unidade que trata da Segurança Ali-
chuvas excessívas, casos de Nampula e mentar e Nutricional no MASA, para além
Zambézia, e em contrapartida registaram do trabalho de advogacia, dados estatísti-
-se secas na região sul com destaque cos, passará a intervir directamente com
para a Gaza e Inhambane, entretanto a acções conducentes a reverter a situação
experiência acumulada de trabalhar com de desnutricção crónica no pais, educando
situações adversas, permitiu contrariar as populações a consumirem bem aquilo
os efeitos que poderiam ter sido mais que produzem, segundo a “Teoria das 7
graves perante estas situações. Destas cores no prato” cujo o desafio é que estes
contigencias foram apreendidas algumas consumam parte da sua produção e não
lições no sentido de no futuro, o sector apenas limitarem-se ao negócio como tal.
Na hora do encerramento do Primeiro
ser capaz de aprimorar a planificação, A diversificação da produção e a educação
Conselho Coordenador do MASA, Sua
tendo em conta a situação de chuvas em alimentar e nutricional passa a ser algo a
Excelência destacou as 4 partes que
excesso ou mesmo falta. No caso de ser implementado a nivel da demonstração
caracterizaram o evento, começando
escassez o Ministro da Agricultura e e educação dos cidadãos.
pelo balanço de vários planos e matri-
Segurança Alimentar, referiu que vai
zes adoptados nos períodos anteriores,
continuar com o programa de construção A Unidade de Segurança Alimentar, passa
balanço das atividades do primeiro
de sistemas de irrigação, com objectivo poprtanto a fazer intervenções directas no
semestre relacionadas com o PES 2015,
de massificação, como parte integrante processo de tratamento da produção dos
tendo também avaliado o desempenho
do processo de produção agrária, tendo camponeses de modo a que os moçambi-
do sector no ano transato, avaliado
sublinhado que já é visível a nível dos canos possam dispor de três refeições ao
igualmente o cumprimento das deci-
pequenos produtores em franca transfor- dia de uma diversificada em termos de
sões de Sua Excelência Filipe jacinto
mação para produtores orientados para o produtos energéticos, proteínas, oliageno-
Nyusi durante as visitas efectuadas às
negócio e a fazerem uma gestão eficiente sas e outros nutrientes que estão presentes
Províncias.
de recursos hídricos. nos vários produtos.
A segunda parte deste evento foi reser-
Nos encontros que o Ministério da Agri- Por outro lado, Sua Exelência Ministro da
vado a discussão dos planos estratégi-
cultura e Segurança Alimentar teve com Agricultura e Segurança Alimentar, subli-
cos e operacional, olhando para aquilo
os produtores agrários da Província de nhou que a espectativa da sua instituição
que pode ser a agricultura moçambica-
Cabo Delgado e com os melhores produ- nos próximos tempos é de ter uma situação
na nos próximos cinco anos e de imedi-
tores convidados ao evento, foi possível alimentar mais confortável até 2019, tendo
ato o que o sector pode intervir como
identificar alguns nós estrangulamento destacdo que o País actualmente possui
metas para o ano de 2016.
cujo o objectivo é de trabalhar com os excedente na cultura de milho, mandioca,
mesmos para superar os problemas iden- feijões e a produção deverá ser extendida a
Sua Excia Ministro da Agricultura e
tificados, nomeadamente: a questão das outros produtos básicos como o arroz,
Segurança Alimentar, José Pacheco,
vias de acesso, mercados dos produtos massificação da produção avícola, exacta-
destacou as visitas de trabalho efectua-
agrários, demanda cada vez maior da mente para que exista frangos em quanti-
das aos produtores, criadores de gado e
exigência de técnicas e tecnologias de dade para os moçambicanos consumirem e
avicultores de Montepuez, com o ob-
tracção animal e mecanização o que po- ainda através da intensificação da produ-
jectivo de interragir com a realidade do
de impulsionar cada vez melhor a produ- ção pecuária os criadores passam de uma
distrito, que incluiu a plantação de ár-
ção. criacão extensiva para uma pecuária inten-
vores, como forma de deixar um marco
siva ou semi-intensiva que lhes proporcio-
por ocasião da realização do Conselho
Nas áreas visitadas, há espaço para me- na maior produrtividade e desta forma
Coorednador em Montepuez.
lhorar a gestão das terras e água, tendo aumentarem a quantidade de animais por
em vista a melhorar a produtividade dos cada criador e assim passarem a disporem
Sobre o balanço, Sua Excelência Mi-
vários produtores singulares e colectivos de maior quantidade de carne no mercado.
nistro da Agricultura, referiu que em
visitados a margem do Conselho Coor-
geral o seu pelouro, está alinhado com
denador, tendo referido que a avaliação é
as metas que foram previamente esta-
positiva e que o Governo de Cabo Del-
belecidas, fruto de muitos avanços re-
gado e em particular o Governo do Dis-
gistados nalguns produtos em termos
trito de Montepuez, o Conselho Munici-
de produção e produtividade sobretudo
pal e a População de Montepuez tiveram
nas hortícolas que chegaram a níveis de
um desempenho positivo na criação de
produção acelerada, como tambémn
condições e acolhimento do Primeiro
registaram-se desafios no sector dos
Conselho Coordenador da Agricultura e
cereais em que o ano em curso foi atí-
Segurança Alimentar no País.

Edição Especial, Número 01, Setembro de 2015 Page 15


REPORTAGEM FOTOGRÁFICA DO CONSELHO
COORDENADOR

Quadros da DPA Cabo Delgado saudando o Conselho Coor-


denador

Membros do Conselho Consultivo, apresentando


uma peca saudando o Conselho Coordenador

Convidados de Empresas Públicas e Projectos, sau- Premiados das edicoes interiors, convidados ao
dando o Conselho Coordenador Conselho Coordenador, saudando aos participantes

Atuacao dos Grupos Culturais durante o


Comício Popular - Montepuez

Atuacao dos Grupos Culturais duran-


te o Comício Popular - Montepuez

Convidados de outros Ministérios Criancas da EP2 de Montepuez que en-


saudando o C. Coordenador toaram o Hino Nacional

FICHA TÉCNICA

Edição: Direcção de Documentação e Informação Agrária – CDA. Caixa Postal: 1406. Cel.: 823038186/823038165. Fax: 21321173. Edifício
da Direcção da Agricultura da Cidade de Maputo. Maputo – Moçambique. Redacção: Félix A. Senete. Compilação/Arranjos: F.A.Senete. Revi-
são: Colectivo do CDA. Supervisão: Luís Majope. Fotografias: F.A.Senete/X.Jombosse. Distribuição: CDA. Registo: 4171/RLINLD/2004. Tiragem:
250 Exemplares. Endereço Electrónico: folhasverdes.agricultura@yahoo.com.br / www.masa.gov.mz/publicações

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