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PAULO EDUARDO SANTIAGO MESQUITA

PADRONIZAÇÃO DO EFETIVO DE PELOTÕES DESTACADOS: PROPOSTA DE


METODOLOGIA PARA APLICAÇÃO DO PROGRAMA MINAS PRESENTE

Belo Horizonte
FACULDADE PITÁGORAS - NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO
2010
PAULO EDUARDO SANTIAGO MESQUITA

PADRONIZAÇÃO DO EFETIVO DE PELOTÕES DESTACADOS: PROPOSTA DE


METODOLOGIA PARA APLICAÇÃO DO PROGRAMA MINAS PRESENTE

Trabalho Técnico apresentado à Faculdade


Pitágoras como requisito parcial para obtenção
do grau de especialização em Normalização de
Segurança Contra Sinistro e Pânico.

Orientador: Major BM Demétrius Martins


Rodriguez.

Belo Horizonte
FACULDADE PITÁGORAS - NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO
2010
PAULO EDUARDO SANTIAGO MESQUITA

PADRONIZAÇÃO DO EFETIVO DE PELOTÕES DESTACADOS: PROPOSTA DE


METODOLOGIA PARA APLICAÇÃO DO PROGRAMA MINAS PRESENTE

Este trabalho foi julgado adequado como parte dos requisitos para a
obtenção do grau de especialista em Normalização de Segurança Contra Sinistro e
Pânico da Faculdade Pitágoras.

___________________________________________________________
Prof. Major Demétrius Martins Rodriguez
PROFESSOR ORIENTADOR

____________________________________________________________
Prof. Major André Luiz dos Reis Gerken, MSc.
COORDENADOR DO CURSO

Data: ____/____/____
Este estudo é
dedicado a todo Bombeiro
que já passou pelo
Comando de uma Fração.
AGRADECIMENTOS

A Deus, pela criação;


a meus pais, pelo amor, educação, exemplo e conselhos;
ao Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, por me receber e me formar
Oficial;
a todos os meus Comandantes e subordinados, por influenciarem de alguma forma
na idealização deste estudo;
aos colegas de curso, por disporem parte de seu tempo em me apoiar nos
momentos de dificuldade;
aos professores, pelo ensinamento;
ao orientador, pela crença no sucesso deste estudo;
aos co-orientadores, pela paciência em ouvir minhas dúvidas e esclarecê-las;
a todos os estudiosos nos quais me apoiei para a conclusão deste estudo,
e a minha querida e amada Flávia, pela amizade, companheirismo, apoio e amor.
“A recompensa está no fazer.”
Charles Schulz
RESUMO

O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais é responsável pela coordenação e


a execução de ações de defesa civil, a prevenção e combate a incêndio, perícias de incêndio,
busca e salvamento e estabelecimento de normas relativas à segurança das pessoas e de seus
bens contra incêndio ou qualquer tipo de catástrofe em todo o Estado de Minas Gerais. Nos
municípios, essas ações são realizadas por Frações destacadas com efetivo reduzido. O
dimensionamento das equipes de trabalho na instituição faz parte do planejamento estratégico
e envolve a avaliação de diversos fatores. A complexidade e diversidade de indicadores
existentes nos municípios mineiros, as conurbações, configurações de clima e relevo, além da
especificidade de sinistros registrados em cada microrregião do Estado, criam um
questionamento sobre a capacidade do Pelotão em atender de forma eficiente às demandas. O
objetivo deste trabalho foi conhecer os critérios e parâmetros que influenciam na definição do
efetivo de pelotões destacados de bombeiros. O processo de dimensionamento de equipes
passa por três etapas: a previsão da demanda; a simulação do cenário de atuação e a alocação
das equipes em atendimento. O método proposto tem como objetivo dimensionar o número de
bombeiros necessário para atender às demandas administrativas e operacionais de um Pelotão
destacado de Bombeiros. Na conclusão chegou-se ao efetivo operacional e administrativo do
Pelotão na cidade de Araguari com 31 militares. Esse efetivo foi considerado para o
atendimento das ocorrências nos horários de pico e outras demandas. Realizou-se uma
ampliação do efetivo para 37 com a inserção do índice de segurança técnica, que é empregado
na enfermagem e outros setores como um percentual de incremento para o cobrimento de
ausências como férias, folgas e licenças.

Palavras-chave: Dimensionamento de equipes. Pelotão de Bombeiros. Índice de


Segurança Técnica.
ABSTRACT

The Fire Department of Minas Gerais is responsible for coordination and


implemention of Civil Defense action, the prevention and fire fighting, fire skills, search and
rescue and setting standards for the safety of person and your propert against fire or any type
of disaster across the state of Minas Gerais. In the cities, this actions are carried out by
advanced Departments with reduced team. The desing of work teams in the insitution is part
of estrategic planning and involves the evaluation of many factors. The complexity and
diversity of existing indicators in cities of Minas Gerais, the conurbations, climate and
landscape settings, and the specifity of disasters record in each microregion in the State creat
a question about the response capacity of the platoon to demands. The aim of this study was
to know the criteria and parameter that influence the definition of advanced firefight platoon
team. The design process teams go through three stages: demand forecast, the simulation of
the performance and the allocation of teams in attendance. The proposed method aims to
meansure the number of firefighters needed to respond administrative and operating demands
of advanced firefight platoon. Upon completion was reached on the effective operational and
administrative platoon in the city of Araguari with 31 firefighters. This team was designed to
respond disasters in rush hour and other demands. This contingent was increased to 37 with
the inclusion of technical safety index, which is employable in nursing and other sectors as a
percentage of increase for the overlay of absences such as vacations, clearances and licenses.

Keywords: Design of teams. Firefighters Platoon. Technical Security Index.


LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Mapa do nível de sensibilidade ambiental do Estado de Minas Gerais (DESTRÓ,


2009). ........................................................................................................................................ 52
FIGURA 2 – Efeitos globais do fenômeno El Niño, nos meses de junho, julho e agosto.
Fonte: CPTEC. Disponível em: < http://enos.cptec.inpe.br/img/JJA_el.jpg>. Acesso em: 27
set. 2010. ................................................................................................................................... 53
FIGURA 3 - Efeitos globais do fenômeno El Niño, nos meses de dezembro, janeiro e
fevereiro. Fonte: CPTEC. Disponível em: <http://enos.cptec.inpe.br/img/DJF_el.jpg>. Acesso
em: 27 set. 2010. ....................................................................................................................... 53
FIGURA 4 – Programação linear realizada no Microsoft Excel® com a ferramenta Solver. .. 65
FIGURA 5 – Mapa da articulação do Pelotão de Araguari. ..................................................... 69
FIGURA 6 – Linha de tempo “estimada” existente no atendimento a ocorrências. ................ 94
LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – Funções administrativas existentes nos Pelotões Destacados. ......................... 28


GRÁFICO 2 – Quantidade de militares empregados no SSCIP dos Pelotões destacados.
Fonte: COB, 2010. .................................................................................................................... 29
GRÁFICO 3 – Quantidade de militares em cada Ala operacional nos Pelotões Destacados do
Corpo de Bombeiros. Fonte: COB, 2010. ................................................................................ 30
GRÁFICO 4 – Realização de Projetos Sociais nos Pelotões Destacados do CBMMG. Fonte:
EMBM5, 2010. ......................................................................................................................... 56
GRÁFICO 5 – Comparativo entre as mortes registradas no Sistema DATASUS nos
municípios da articulação do Pelotão de Araguari, entre os anos de 2007 e 2008. Fonte:
DATASUS, 2010. ..................................................................................................................... 71
GRÁFICO 6 – Comparativo percentual de qualidade da resposta do Pelotão de Araguari no
atendimento a vítimas nos anos de 2000 a 2009. Fonte: CINDS, 2010. .................................. 71
GRÁFICO 7 – Comparativo entre os óbitos registrados no local da ocorrência e os óbitos
registrados em ambiente hospitalar no ano de 2007. Fonte: DATASUS, CINDS, 2010. ........ 72
GRÁFICO 8 – Frequência anual de naturezas de ocorrências registradas no Pelotão destacado
de Araguari entre 2000 e 2009. Fonte: CINDS. 2010. ............................................................. 74
GRÁFICO 9 – Representatividade dos grupos de naturezas de ocorrências atendidas pelo
Pelotão destacado de Araguari. Fonte: CINDS, 2010. ............................................................. 76
GRÁFICO 10 – Regressão polinomial para previsão de ocorrências do grupo vistorias com
base nos registros históricos. Fonte: CINDS, 2010. ................................................................. 78
GRÁFICO 11 - Regressão polinomial para previsão de ocorrências da classe de resgate,
subclasse trauma, com base nos registros históricos. Fonte: CINDS, 2010. ............................ 79
GRÁFICO 12 – Previsão de demanda reprimida entre as ocorrências de trânsito urbano e
rodoviário atendidas pelo CBMMG e a PMMG nos municípios da articulação do Pelotão de
Araguari entre os anos de 2005 e 2007. Fonte: CINDS, 2010. ................................................ 80
GRÁFICO 13 - Regressão polinomial para previsão de ocorrências da classe de resgate,
subclasse atendimentos clínicos, com base nos registros históricos. Fonte: CINDS, 2010. .... 81
GRÁFICO 14 - Regressão polinomial para previsão de ocorrências do grupo busca e
salvamento, excetuada a classe de resgate, com base nos registros históricos. Fonte: CINDS,
2010. ......................................................................................................................................... 83
GRÁFICO 15 - Regressão polinomial para previsão de ocorrências do grupo explosão e
incêndios com base nos registros históricos. Fonte: CINDS, 2010. ......................................... 84
GRÁFICO 16 - Regressão polinomial para previsão de ocorrências do grupo prevenção,
excetuando as vistorias, com base nos registros históricos. Fonte: CINDS, 2010. .................. 85
GRÁFICO 17 – Média de processos de segurança contra incêndio e pânico tramitando
mensalmente nos Pelotões Destacados. Fonte: CAT, 2010. .................................................... 87
GRÁFICO 18 – Desenvolvimento das ocorrências no Pelotão de Araguari ao longo do ano,
com base nos registros históricos. Fonte: CINDS, 2010. ......................................................... 90
GRÁFICO 19 – Comparativo, entre os períodos de alta, baixa e média de atendimentos, do
comportamento semanal das ocorrências do Pelotão de Araguari com base nos registros
históricos. Fonte: CINDS, 2010. .............................................................................................. 91
GRÁFICO 20 – Regressão polinomial do comportamento semanal das ocorrências do Pelotão
de Araguari, com base nos registros históricos. Fonte: CINDS, 2010. .................................... 92
GRÁFICO 21 - Regressão polinomial para previsão de horários de demanda de atendimentos
a ocorrências do Pelotão de Araguari com base nos registros históricos. Fonte: CINDS, 2010.
.................................................................................................................................................. 93
GRÁFICO 22 – Distribuição dos atendimentos do Pelotão de Araguari por bairros, com base
na série histórica. Fonte: CINDS, 2010. ................................................................................... 96
GRÁFICO 23 – Porcentagem de atendimentos efetuados por tipo de viatura no Pelotão de
Araguari, com base na séria histórica. Fonte: CINDS, 2001. ................................................... 97
GRÁFICO 24 – Distribuição por natureza das ocorrências com necessidade de apoio de outras
viaturas. Fonte: CINDS, 2010. ................................................................................................. 98
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Quantidade de viaturas previstas num Pelotão Destacado................................. 31


TABELA 2 – Efetivo empregado nos testes de eficiência. ...................................................... 39
TABELA 3 – Tempos obtidos nas ações das equipes .............................................................. 39
TABELA 4 – Quantidade de viaturas existente no Pelotão de Bombeiros em Araguari ......... 70
TABELA 5 – Materiais e equipamentos operacionais do Pelotão de Bombeiros em Araguari
.................................................................................................................................................. 70
TABELA 6 – Naturezas que representam 80% das ocorrências atendidas anualmente em
Araguari. ................................................................................................................................... 75
TABELA 7 – Média mensal de ocorrências registradas por grupo de naturezas entre os anos
de 2002 e 2007 no Pelotão de Araguari .................................................................................... 77
TABELA 8 – Faixas médias de maiores de ocorrências por grupo e horários de Pico das
ocorrências do Pelotão de Araguari registrados entre 2000 e 2009 ......................................... 93
TABELA 9 – Características dos Grupos de naturezas ............................................................ 95
TABELA 10 – Simulação de Efetivo diário de atendimento a ocorrências no Pelotão ........... 99
TABELA 11 – Porcentagem de Ausências percebida em 2006 nas UEOp do CBMMG na
RMBH .................................................................................................................................... 102
TABELA 12 – Resultado obtido em programação linear de equipes por turnos ................... 104
TABELA 13 – Distribuição das funções no Pelotão por Posto e Graduação......................... 105
TABELA 14 – Quantidade de Bombeiros previstos no Pelotão com o novo modelo ........... 106
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

ABT - Auto Bomba Tanque


Adm. - Administrativa
APF - Auto de Patrulha de Fiscalização
ASL - Auto Salvamento Leve
BBM - Batalhão Bombeiro Militar
Bb - Bombeiro
BM - Bombeiro Militar
CAT - Centro de Atividades Técnicas
Cb - Cabo
CBMMG - Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
Cia BM - Companhia Bombeiro Militar
CINDS - Centro Integrado de Informações de Defesa Social
Cmt. - Comandante
COB - Comando Operacional de Bombeiros
DIAO - Diretriz Integrada de Ações e Operações do Sistema de Defesa Social
Div. - Divisão
MB - Moto de Bombeiro
Pel. BM - Pelotão Bombeiro Militar
PSCIP - Processo de Segurança Contra Incêndio e Pânico
Sd - Soldado
Sgt - Sargento
SSCIP - Serviço de Segurança Contra Incêndio e Pânico
SubTen - Subtenente
UR - Unidade de Resgate

(%) ou (porcentagem)
(h) ou (hora)
(min.) ou (minutos)
(m²) ou (metros quadrados de área)
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 17
1.1 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 18
1.1.1 Objetivos específicos ...................................................................................................... 19
1.2 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO TEMA .............................................................. 19
1.3 HIPÓTESE PRELIMINAR ................................................................................................ 20
1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ................................................................................. 20

2 ESTRUTURA MILITAR.................................................................................................... 22
2.1 ASPECTOS LEGAIS RELACIONADOS À FIXAÇÃO DE EFETIVO .......................... 22
2.1.1 Esfera federal ................................................................................................................. 22
2.1.2 Esfera estadual ............................................................................................................... 24
2.1.3 Doutrinas internas ......................................................................................................... 25
2.2 ESTRUTURA DO PELOTÃO DESTACADO DE BOMBEIROS ................................... 26
2.2.1 Recursos Humanos ........................................................................................................ 26
2.2.1.1 Comandante de Pelotão ................................................................................................ 26
2.2.1.2 Administração ............................................................................................................... 27
2.2.1.3 Serviço de Segurança Contra Incêndio e Pânico .......................................................... 28
2.2.1.4 Alas Operacionais ......................................................................................................... 29
2.2.2 Recursos Logísticos ....................................................................................................... 30
2.3 JORNADA DE TRABALHO ............................................................................................ 31
2.3.1 Jornada de trabalho administrativo ............................................................................ 31
2.3.1.1 Comandante do Pelotão ................................................................................................ 32
2.3.1.2 Auxiliar Administrativo................................................................................................ 32
2.3.1.3 Recepção de projetos e análise ..................................................................................... 33
2.3.2 Jornada de trabalho operacional ................................................................................. 33
2.3.2.1 Alas Operacionais ......................................................................................................... 33
2.3.2.2 Rádio operador e Serviço de Guarda / Sentinela .......................................................... 34
2.3.2.3 Realização de vistorias ................................................................................................. 35
2.3.3 Escala de Serviço ........................................................................................................... 35
2.3.4 Férias .............................................................................................................................. 36
2.3.5 Jornadas especiais ......................................................................................................... 36
2.4 O PROGRAMA MINAS PRESENTE ............................................................................... 37
2.5 A EFICIÊNCIA DA ATUAÇÃO DAS GUARNIÇÕES ................................................... 38

3 DIMENSIONAMENTO DE EQUIPES ............................................................................ 41


3.1 PREVISÃO DE DEMANDA ............................................................................................. 41
3.1.1 Método ABC ................................................................................................................... 42
3.1.2 Regressão Linear ........................................................................................................... 42
3.1.2.1 Regressão polinomial ................................................................................................... 43
3.1.2.2 Coeficiente de determinação ........................................................................................ 43
3.1.3 Cálculo de sazonalidade ................................................................................................ 43
3.2 SIMULAÇÃO .................................................................................................................... 44
3.2.1 Distribuições estatísticas ............................................................................................... 44
3.2.2 Simulação via software .................................................................................................. 44
3.3 ALOCAÇÃO DE RECURSOS .......................................................................................... 45
3.3.1 Índice de Segurança Técnica ........................................................................................ 46

4 ANÁLISE DE DEMANDA DE SERVIÇO DE BOMBEIROS ....................................... 47


4.1 ANÁLISE DE RISCO ........................................................................................................ 47
4.1.1 Tipos de Riscos ............................................................................................................... 48
4.1.1.1 Acidentes de Trânsito ................................................................................................... 49
4.1.1.2 Afogamentos ................................................................................................................. 50
4.1.1.3 Operações de salvamento ............................................................................................. 51
4.1.1.4 Incêndios urbanos ......................................................................................................... 51
4.1.1.5 Incêndios Florestais ...................................................................................................... 52
4.1.1.6 As chuvas em Minas Gerais ......................................................................................... 54
4.1.2 Processo de Análise de Risco ........................................................................................ 54
4.2 OUTRAS DEMANDAS .................................................................................................... 55
4.2.1 Projetos Sociais .............................................................................................................. 55
4.2.2 Atividades Preventivas .................................................................................................. 56
4.2.2.1 Prevenção contra incêndio e pânico ............................................................................. 57
4.2.2.2 Prevenção de acidentes diversos................................................................................... 57
4.2.3 Treinamento de tropa.................................................................................................... 58
4.2.4 Tarefas Administrativas ............................................................................................... 58
4.2.4.1 Administração de materiais .......................................................................................... 59
4.2.4.2 Secretaria e auxiliar de pessoal ..................................................................................... 60
5 METODOLOGIA................................................................................................................ 61
5.1 TIPOS DE PESQUISA....................................................................................................... 61
5.1.1 Pesquisa bibliográfica.................................................................................................... 61
5.1.2 Pesquisa operacional ..................................................................................................... 62
5.1.3 Estudo de caso ................................................................................................................ 62
5.2 MÉTODO PROPOSTO...................................................................................................... 62
5.2.1 Etapa de previsão .......................................................................................................... 63
5.2.1.1 Demanda de atendimento a ocorrências ....................................................................... 63
5.2.1.2 Demanda administrativa de produção e gestão ............................................................ 63
5.2.2 Etapa de simulação ........................................................................................................ 64
5.2.2.1 Atendimento a ocorrências ........................................................................................... 64
5.2.2.2 Serviço administrativo .................................................................................................. 64
5.2.3 Etapa de alocação .......................................................................................................... 64
5.3 DELIMITAÇÕES DO TRABALHO ................................................................................. 66

6 RESULTADOS .................................................................................................................... 67
6.1 CÁLCULO DE DEMANDA ............................................................................................. 67
6.1.1 Análise da localidade ..................................................................................................... 67
6.1.1.1 O município de Araguari .............................................................................................. 67
6.1.1.2 O Pelotão de Bombeiros em Araguari .......................................................................... 69
6.1.1.3 O atendimento a vítimas pelo Pelotão de Araguari ...................................................... 70
6.1.2 Demanda de ocorrências ............................................................................................... 72
6.1.2.1 Vistorias ........................................................................................................................ 77
6.1.2.2 Resgate de trauma ......................................................................................................... 79
6.1.2.3 Resgate clínico .............................................................................................................. 81
6.1.2.4 Salvamento ................................................................................................................... 82
6.1.2.5 Incêndio ........................................................................................................................ 83
6.1.2.6 Prevenção ..................................................................................................................... 85
6.1.3 Demanda de serviços administrativos ......................................................................... 86
6.1.3.1 Auxiliares administrativos ............................................................................................ 86
6.1.3.2 Setor de análise de PSCIP ............................................................................................ 87
6.1.3.3 Serviço de Projetos Sociais .......................................................................................... 88
6.2 SIMULAÇÃO .................................................................................................................... 89
6.2.1 Atendimento a ocorrências ........................................................................................... 89
6.2.1.1 Os Atendimentos ao longo do ano ................................................................................ 89
6.2.1.2 Atendimento ao longo da semana ................................................................................. 90
6.2.1.3 Horário de atendimento ................................................................................................ 92
6.1.2.4 Tempo de atendimento de ocorrência ........................................................................... 94
6.1.2.5 Local de atendimento de ocorrências ........................................................................... 95
6.1.2.6 Equipe mínima no serviço operacional ........................................................................ 96
6.2.2 Seções Administrativas ................................................................................................. 99
6.2.2.1 Auxiliar administrativo e secretário ............................................................................. 99
6.2.2.2 Auxiliar de transporte, materiais e equipamentos ...................................................... 100
6.2.2.3 Recepção, protocolo, arquivo e análise de processos ................................................. 100
6.2.2.4 Responsável por projetos sociais e comunicação organizacional .............................. 101
6.3 ALOCAÇÃO .................................................................................................................... 101
6.3.1 Percentual de férias, dispensas e licenças .................................................................. 102
6.3.2 Equipes mínimas por turno ........................................................................................ 103
6.3.3 Efetivo do Pelotão destacado ...................................................................................... 104
6.3.3.1 Efetivo mínimo para atender a ocorrências ................................................................ 104
6.3.3.2 Efetivo mínimo para permitir ausências previstas...................................................... 105

7 CONCLUSÃO.................................................................................................................... 107
7.1 CONCLUSÕES ................................................................................................................ 107
7.2 SUGESTÕES ................................................................................................................... 108

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 110

GLOSSÁRIO ........................................................................................................................ 118

ANEXO .................................................................................................................................. 121


17

1 INTRODUÇÃO

O fogo está presente na vida dos homens desde a época primitiva. Inicialmente
presente nas florestas e, com o desenvolvimento, dentro das residências, no trabalho, nos
lugares de lazer e diversão. Quando foge ao controle, o fogo causa incêndios e resulta em
preocupação na segurança contra incêndio e pânico (CALDAS, 2008, p.1).
O desenvolvimento das cidades geraram o aparecimento e o crescimento de
complexos industriais, altos edifícios, vias de transporte, que avolumaram o número de
acidentes e desastres, bem como do risco de outros sinistros, onde as ações do Corpo de
Bombeiros Militar do Estado de Minas Gerais se restringem às atuações interventivas de
combate ao incêndio e ao atendimento às emergências (SÁ, 2001, p.5-6).
A complexidade e a dimensão das atividades operacionais do Corpo de
Bombeiros Militar de Minas Gerais exigem o esforço da Corporação nos diversos níveis para
cumprir, com qualidade, as suas atribuições constitucionais, como a prevenção e combate a
incêndio, busca e salvamento, perícia de incêndio e atividade de defesa civil, e as demais
legislações infraconstitucionais que tratam das responsabilidades da Corporação no Estado de
Minas Gerais (PEREIRA, 2004, p.8).
A atual estrutura do Corpo de Bombeiros não atende na globalidade a demanda de
ocorrências típicas de bombeiro, principalmente as de caráter emergencial como incêndios e
salvamentos com vítimas em virtude da distância do sinistro até a Fração de Bombeiro mais
próxima, o que exige um estudo que possibilite viabilizar propostas para solucionar as
pendências atinentes ao serviço típico de Bombeiros (TEIXEIRA, 1999, p.3).
A solução dos problemas urbanos exige mais ações do Estado, porém os impactos
das crises econômicas nas finanças públicas, aliados ao limite do equilíbrio orçamentário e ao
esgotamento do modelo estatal captador de recursos da sociedade, fazem com que os
tradicionais problemas da política urbana assumam proporções alarmantes (MELO, 2002,
p.2).
Desde 2003, por meio do Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado - PMDI,
ações governamentais trabalham no desenvolvimento de uma ótica de constante evolução e
construção do Estado, que trará para Minas Gerais mudanças em todos os setores, com
aumento da produção e circulação de produtos, bem como a ampliação do destaque mineiro
no cenário nacional.
18

Para tanto, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, apresentou em 2009 o


Programa “Minas Presente” que define ações de modernização e desenvolvimento da
Corporação que incluem o aumento da capilarização operacional com rearticulação de suas
unidades e frações.
Essas ações de ampliação da Corporação criam demandas de estudos que visam
avaliar a instalação de novas frações em municípios, elevação de frações existentes, criação
de centros de gestão operacional e modificação do conceito operacional.
A metodologia utilizada no CBMMG, atualmente, para estabelecer as estruturas
mínimas de Frações de Bombeiros que serão criadas padroniza o efetivo e as viaturas
disponíveis para operação na resposta a sinistros em qualquer localidade definida como sede
de Pelotão, Companhia ou Batalhão.
O dimensionamento da força de trabalho das equipes de uma instituição faz parte
do planejamento estratégico e envolve a avaliação das mudanças futuras, a necessidade de
recursos humanos, a situação atual do quadro de pessoal e a proposição de estratégias de
aproximação entre a resposta existente e a prevista para o futuro (MARCONI, 2002).
A complexidade e diversidade de indicadores existentes nos municípios mineiros,
as conurbações, configurações de clima e relevo, além da especificidade de sinistros
registrados em cada microrregião do estado criam um questionamento sobre a capacidade
deste pelotão definido por padronização, de atender a qualquer tipo de município, o que
originou a questão: qual seria a metodologia para se definir o efetivo necessário no Pelotão
destacado de Bombeiros para o atendimento a demanda de uma localidade?
Para se responder a esta pergunta realizou-se uma pesquisa na literatura sobre as
metodologias existentes no dimensionamento de equipes e o seu sucesso de aplicação. O
resultado obtido na pesquisa foi aplicado neste estudo e analisado para validação como uma
metodologia que respondesse ao anseio de definir um efetivo de trabalho que desse a resposta
eficiente a cada comunidade onde estiver instalado.

1.1 OBJETIVOS

O objetivo geral deste trabalho é conhecer os critérios e parâmetros que


influenciam na definição do efetivo de pelotões destacados de bombeiros.
19

1.1.1 Objetivos específicos

Verificar se a metodologia de dimensionamento de equipes pode definir o efetivo


e estrutura dos Pelotões destacados de Bombeiros.
Avaliar indicadores que influenciam no aumento de demanda de ações do Corpo
de Bombeiros.
Propor metodologia que defina o efetivo de Pelotões destacados Bombeiros
Militares para aplicação nos municípios de Minas Gerais.

1.2 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO TEMA

Diante do desenvolvimento das cidades mineiras e da necessidade de aumento da


capilaridade do CBMMG, muitas frações estão sendo criadas e instaladas, outras estão
apresentando demanda de efetivo, e algumas são elevadas a estruturas mais complexas.
O processo de criação e instalação de Frações demanda trabalho de inúmeros
setores da Corporação, no sentido de definir efetivo, viaturas, equipamentos e materiais,
calcular despesas, modificação orçamentária e legislativa, além de ações de abertura de
concursos de ingresso, firmação de convênios e o estudo de localização da nova fração.
Como forma de responder ao anseio de instalações de novas frações, urge entre os
setores estratégicos da Corporação a definição de quais critérios serão considerados para a
instalação de uma fração de bombeiros em um município/localidade.
A solução para essa definição e/ou padronização, acredita-se, esteja na
identificação das normas aplicáveis e indicadores influenciantes, que são o escopo deste
estudo.
Considera-se que, a conclusão deste trabalho promoverá apoio aos setores de
aquisição de equipamentos e viaturas, orientação na definição de abertura de concursos de
ingresso e delimitação de nomeações e movimentações dos formandos dos diversos cursos da
Corporação. O trabalho permitirá também, planejar a execução do Programa Minas Presente,
antever acréscimos orçamentários e propostas de convênios e a realização de ações junto ao
Governo.
20

1.3 HIPÓTESE PRELIMINAR

A metodologia de dimensionamento de equipes, utilizada com sucesso no setor de


serviços, avalia e prevê a demanda de serviço, simula o atendimento e idealiza a alocação dos
recursos para o atendimento. Acredita-se que tal metodologia possa ser utilizada no
dimensionamento da quantidade de bombeiros para atender a ocorrências numa localidade.
A consideração de normas e estudos internacionais e nacionais que apresentem
metodologias que definam os efetivos que compõem as guarnições de bombeiros pode
contribuir para o dimensionamento dos recursos humanos e logísticos para o atendimento das
demandas daquela localidade.

1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Para o desenvolvimento do estudo optou-se pela divisão em capítulos para


facilitar a concentração das informações, delineamento do percurso escolhido e coesão de
raciocínio.
No segundo capítulo, inicia-se a revisão da literatura produzida com abordagem
da estrutura militar, legislações que afetam o dimensionamento do efetivo e o funcionamento
do Pelotão, além da estrutura existente nos Pelotões destacados, as jornadas de trabalho e o
Programa “Minas Presente”, que motivou o presente estudo.
No terceiro capítulo, dá-se continuidade à revisão da literatura, porém na
abordagem dos métodos utilizados no dimensionamento de equipes: a previsão de demanda,
simulação do atendimento e alocação dos recursos.
No quarto capítulo, apresenta-se a metodologia de análise de riscos para definição
da demanda operacional e os fatores relacionados à demanda administrativa do Pelotão
destacado.
No quinto capítulo, será demonstrada a metodologia do estudo apresentando o
método proposto e as delimitações do estudo.
No sexto capítulo, serão trabalhados os dados coletados com a exposição dos
resultados obtidos, bem como a simulação da resposta que os efetivos empregados obteriam.
No sétimo capítulo, ocorrerá a discussão sobre os pontos apresentados no capítulo
21

sexto, os pós e contras, bem como a conclusão do estudo com a apresentação da proposta
final.
Os conceitos utilizados no estudo serão reunidos num glossário que acompanha o
final do trabalho.
Os documentos e relatórios gerados para a validação do estudo serão anexados
após o glossário.
22

2 ESTRUTURA MILITAR

Este capítulo será dividido entre a revisão da estrutura militar na qual está previsto
o Pelotão. Serão revisados os aspectos da legislação relacionados com a fixação do efetivo.
Será detalhada a estrutura do Pelotão nos recursos humanos e logísticos e a
jornada de trabalho dos militares que compõem o Pelotão. Por fim serão apresentados o
Programa “Minas Presente”, que é um dos motivos deste estudo, e os resultados de um estudo
sobre a eficiência das equipes de bombeiros no combate a incêndios.

2.1 ASPECTOS LEGAIS RELACIONADOS À FIXAÇÃO DE EFETIVO

O Corpo de Bombeiros por ser uma estrutura autônoma dentro da administração


direta do Estado, está subordinado à legislação nas esferas federal e estadual. A legislação e
doutrina interna da Corporação que abordam o efetivo de Pelotão serão revisadas.

2.1.1 Esfera federal

A União considera o efetivo dos Corpos de Bombeiros uma questão de segurança


nacional, pois mantem sob sua exclusividade a competência de legislar sobre o assunto, como
exposto na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988:

Art. 22 – Compete privativamente à União legislar sobre:


[...]
XXI – normas gerais de organização, efetivo, material bélico, garantias, convocação
e mobilização das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares.

O efetivo de Pelotões é, ainda, referenciado na esfera federal pelo Decreto-Lei nº


667 de 02 de julho de 1969 que reorganiza as Instituições Militares Estaduais. Ele foi alterado
em 19751 com a inserção da aplicação aos Corpos de Bombeiros Militares. O Pelotão é

1
Decreto-lei nº 1.406, de 24 de juho de 1975. Altera a redação do parágrafo único do artigo 26 do Decreto-lei nº
23

tratado no dispositivo legal da seguinte forma:


Art. 5º As Polícias Militares serão estruturadas em órgão de Direção, de Execução e
de Apoio de acordo com as finalidades essenciais do serviço policial e as
necessidades de cada Unidade da Federação.
§ 1º Considerados as finalidades essenciais e o imperativo de sua articulação pelo
território de sua jurisdição, as Polícias Militares deverão estruturar-se em grupos
policiais. Sendo essas frações os menores elementos de ação autônoma, deverão
dispor de um chefe e de um número de componentes habilitados indispensáveis ao
atendimento das missões básicas de polícia.
§ 2º De acordo com a importância da região, o interesse administrativo e facilidades
de comando os grupos de que trata o parágrafo anterior poderão ser reunidos,
constituindo-se em Pelotões, Companhias e Batalhões ou em Esquadrões e
Regimento, quando se tratar de unidades montadas.
3º - Os efetivos das Polícias Militares serão fixados de conformidade com critérios a
serem estabelecidos em regulamento desse Decreto-lei.

No documento é assegurada, à Fração, a autonomia de atuação com obrigação de


designação de função de chefia e que o número mínimo de componentes habilitados seja o
indispensável para o atendimento das missões básicas. Outro critério definido no decreto-lei é
que a constituição do Pelotão será de acordo com a importância da região, o interesse
administrativo e facilidade de comando.
O regulamento2 (R-200), aprovado, em 1983, para as Instituições Militares
Estaduais contribui com os critérios para definição de efetivo ao inserir fatores a serem
considerados para a mudança dos efetivos das respectivas Unidades da Federação. Os fatores
são os seguintes:
Art. 38 - Qualquer mudança de organização, aumento ou diminuição de efetivos das
Polícias Militares dependerá de aprovação do Estado-Maior do Exército, que julgará
da sua conveniência face às implicações dessa mudança no quadro da Defesa Interna
e da Defesa Territorial.
§ 1º - As propostas de mudança de efetivos das Polícias Militares serão apreciadas
consoante os seguintes fatores, concernentes à respectiva Unidade da Federação:
1) condições geo-sócio-econômicas;
2) evolução demográfica;
3) extensão territorial;
4) índices de criminalidade;
5) capacidade máxima anual de recrutamento e de formação de policiais-militares,
em particular os Soldados PM;
6) outros, a serem estabelecidos pelo Estado-Maior do Exército.
§ 2º - Por aumento ou diminuição de efetivo das Polícias Militares compreende-se
não só a mudança no efetivo global da Corporação mas, também, qualquer
modificação dos efetivos fixados para cada posto ou graduação, dentro dos
respectivos Quadros ou Qualificações.

De acordo com as legislações federais já mencionadas, verifica-se, então, que o


Pelotão poderá reunir frações subordinadas e organizadas em uma região com autonomia de
atuação e chefia. O estabelecimento do Pelotão dependerá da importância da região, interesse

2
Decreto nº 88.777, de 30 de setembro de 1983. Aprova o regulamento para as Policias Militares e Corpos de
Bombeiros Militares (R-200). Brasil.
24

administrativo e facilidade de comando.


Ao se verificar que o aumento de efetivo pode ocorrer, além do quantitativo
global, por posto e graduação, a necessidade de ocupação capilarizada do Corpo de
Bombeiros em municípios poderá considerar as mesmas condições levantadas no R-200.
Assim, o efetivo do Pelotão será definido de forma a atender as missões básicas,
ou seja, a demanda existente e considerará as condições geo-sócio-econômicas, a evolução
demográfica e a extensão territorial.

2.1.2 Esfera estadual

A Constituição Estadual de Minas Gerais, atualizada pela Emenda Constitucional


nº 39 de 02/06/1999 prevê algumas definições sobre o efetivo do Corpo de Bombeiros Militar,
a saber:
Art. 10 – Compete ao Estado:
[...]
XIV – suplementar as normas gerais da União sobre:
a) organização, efetivos, garantias, direitos e deveres da Polícia Militar;
[...]
Art. 61 – Cabe à Assembleia Legislativa, com a sanção do Governador, não exigida
esta para o especificado no art. 62, dispor sobre todas as matérias de competência do
Estado, especificamente:
[...]
VII – fixação e modificação dos efetivos da Polícia Militar e do Corpo de
Bombeiros Militar;
[...]
Art. 66 – São matérias de iniciativa privativa, além de outras previstas nesta
Constituição:
[...]
III – do Governador do Estado:
a) a fixação e a modificação dos efetivos da Polícia Militar e do Corpo de
Bombeiros Militar;
[...]
Art. 143 – Lei complementar organizará a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros
Militar.

A Constituição do Estado coloca a responsabilidade pela modificação e fixação do


efetivo, exclusividade da Assembleia Legislativa sob sancionamento do Governador.
A organização básica do Corpo de Bombeiros está disposta na Lei Complementar
nº 54 de 13 de dezembro de 1999, e classifica o Pelotão de Bombeiros como a menor unidade
de execução operacional do Corpo de Bombeiros, como adiante se vê:
Artigo 26 - constituem Unidade de Execução do Corpo de Bombeiros Militar de
Minas Gerais:
25

[...]
IV - o Pelotão de Bombeiros Militar - Pel. BM.
§ 1º - As unidades mencionadas no "caput" deste artigo terão especificado em suas
denominações, quando for o caso, o tipo de atividade que executam, observada a
competência prevista no artigo 3º desta lei;
§ 2º - As denominações das Unidades de Execução de que trata o "caput" deste
artigo e o âmbito de sua atuação poderão ser alterados de acordo com as
necessidades da Corporação, nos termos de resolução do Comandante-Geral do
Corpo de Bombeiros Militar;

O efetivo previsto, o funcionamento e as missões a serem desempenhadas pelo


Pelotão de Bombeiros são definidos pelo Comandante-Geral, por meio de resoluções e outros
documentos normativos.

2.1.3 Doutrinas internas

Resolução3 assinada pelo Comando-Geral, que aprova o Detalhamento e


Desdobramento do Quadro de Organização e Distribuição do Corpo de Bombeiros, prevê
cinquenta e sete militares no pelotão destacado. O efetivo é detalhado com um oficial
subalterno como Comandante, mais vinte e um subtenentes e/ou sargentos e trinta e cinco
cabos e/ ou soldados.
A previsão de auxiliares administrativos nas Unidades de Execução operacional
ocorre somente em Batalhões e Companhias. Nas Companhias são previstos sete Subtenentes
e/ou Sargentos e quatro Cabos e/ou Soldados no grupo de prevenção e vistorias, além de
quatro auxiliares administrativos, os quais dois são responsáveis pelas ações de inteligência.
Porém, independente dessa falta de previsão legal de efetivo no Serviço de
Segurança Contra Incêndio e Pânico ou nas funções de auxiliares administrativos, acredita-se
que o Pelotão, como Unidade de Execução Operacional, necessite de militares definidos para
a ocupação destas atividades.

3
Resolução nº 303, de 08 de maio de 2008. Aprova o Detalhamento e Desdobramento do Quadro de
Organização e Distribuição (DDQOD) do CBMMG.
26

2.2 ESTRUTURA DO PELOTÃO DESTACADO DE BOMBEIROS

A estrutura do Pelotão destacado de Bombeiros não se encontra definida na


Corporação por meio de documentos normativos. Assim foi realizada busca de anúncios
prestados ao Comando Operacional pelas Unidades de Execução Operacional para conhecer a
estrutura atual.

2.2.1 Recursos Humanos

Os recursos humanos previstos no Pelotão são o Oficial, na função de comando e


as praças na execução das atividades. Nesta seção serão detalhadas as funções existentes,
porém não previstas, dos setores existentes no Pelotão.

2.2.1.1 Comandante de Pelotão

O Pelotão destacado possui um Oficial subalterno na função de comandante. A


função que pode ser designada a Subtenente ou o Sargento mais antigo da Fração mediante
necessidade ou claro no efetivo. Conforme a Classificação Brasileira de Ocupações (BRASIL,
2002), o Tenente possui as seguintes atribuições:
Tenentes do Corpo de Bombeiros Militar
Descrição sumária
Comandam pelotões e postos de bombeiros; coordenam serviços operacionais;
atuam na prevenção e normatização de sistemas e equipamentos de prevenção e
combate a incêndio. Planejam atividades operacionais e administrativas e
administram recursos humanos, financeiros e logísticos. Desenvolvem atividades de
ensino e instrução e cuidam das informações e da comunicação social do corpo de
bombeiros.

Por falta de definição normativa a respeito do Pelotão destacado, buscou-se o que


mais se aproxima do conceito. A Instrução Técnica Operacional 4 que trata da administração

4
Instrução Técnica Operacional nº 17, de 18/06/07. Administração Operacional dos Pelotões Descentralizados.
CBMMG.
27

de pelotões descentralizados define as funções do Comandante de Pelotão e sua escala de


trabalho como se segue:
3.4 Comandante de Pelotão
O comandante do Pelotão Descentralizado é o canal direto entre o comando do
Batalhão, da Cia BM, das Seções do EMU, comunidade e dos componentes do
referido Pelotão. [...] É o encarregado de transmitir as ordens, instruções e
orientações do Comando e de encaminhar reivindicações operacionais e
administrativas do Pelotão e de seus integrantes (CBMMG, 2007).

São atribuições, entendidas, do Comandante de Pelotão: confecção e controle das


escalas de serviço dos militares; ministrar as instruções operacionais e de educação física;
aplicar os testes de avaliação de desempenho técnico profissional e aptidão física; ser
responsável direto pelo aprimoramento técnico e profissional de sua tropa; elaborar e atualizar
os planos operacionais e de emprego do Pelotão; confecção das ordens de serviço; produzir as
normas gerais de ação; ser responsável pela carga de materiais do Pelotão; realizar o controle
e a solicitação de reposição dos materiais patrimoniados e de consumo.

2.2.1.2 Administração

Na maioria dos Pelotões destacados verifica-se que os Comandantes designam um


militar ou mais para a função de auxiliar administrativo devido à demanda de produção de
documentos, controle de materiais, escalas e viaturas da fração.
Normalmente as funções designadas pelos Comandantes de Pelotão para os
militares em expediente administrativo são de subcomando, secretaria e auxiliar de transporte
e almoxarifado.
Os militares designados para estas funções são aqueles que possuem perfil de
função administrativa ou mesmo dispensados definitivos, que estão afastados das funções
operacionais.
Conforme verificado nos dados, do Comando Operacional, expostos no
GRÁFICO 1, os militares que desempenham as funções de secretário do Pelotão, auxiliam o
Comandante de Pelotão nas funções administrativas de gestão dos recursos humanos e
logística.
28

20

15

10

0
Secretário SubComandante Auxiliar Transp

GRÁFICO 1 – Funções administrativas existentes nos Pelotões Destacados.


Fonte: COB / Div. Adm. 2010.

Analisou-se que 82,60 % dos Pelotões destacados utilizam militares na função de


secretário, 47,80 % dos Pelotões possuem Oficial no Comando e utilizam militares da função
de Subcomandante. Apenas 30,40 % dos Pelotões possuem militares nas funções de auxiliar
de transporte e almoxarifado, o que indica que nos demais Pelotões, os militares responsáveis
pelas funções de secretariado e subcomando acumulam tais funções.

2.2.1.3 Serviço de Segurança Contra Incêndio e Pânico

O decreto5 de prevenção e combate a incêndio e pânico do Estado, alterado em


2008, prevê a realização de análise de Projeto de Segurança Contra Incêndio e Pânico e
vistoria de emissão de Auto de Vistorias do Corpo de Bombeiros como função de Sargento.
Não existe previsão no Detalhamento e Desdobramento do Quadro de
Organização e Distribuição do Corpo de Bombeiros de setor preventivo nos Pelotões
destacados, porém essa é uma realidade existente na Corporação, onde os Comandantes de
Pelotões destacados empregam militares nestas funções.
Conforme análise dos dados do Comando Operacional exemplificados no
GRÁFICO 2, 86,0% dos Pelotões Destacados utilizam mais de três militares nos Serviços de
Segurança Contra Incêndio e Pânico, do que se calcula uma média de 3,56 militares por setor.

5
Decreto nº 44.746, de 29 de fevereiro de 2008. Regulamenta a Lei nº 14.130, de 19 de dezembro de 2001, que
dispõe sobre a prevenção contra incêndio e pânico no Estado e dá outras providências. Minas Gerais.
29

Cinco
BM ou Três BM
mais 27%
Menos de Três 18%
BM
14%
Quatro BM
41%

GRÁFICO 2 – Quantidade de militares empregados no SSCIP dos Pelotões destacados. Fonte: COB, 2010.

Observa-se que nos setores de prevenção dos Pelotões destacados existem três
funções administrativas desempenhadas: recepção/protocolo, arquivo e análise de projetos.
Os militares designados nas equipes de vistoria de edificações e eventos fazem
parte dos setores de prevenção dos Pelotões e são organizados em duplas. Observa-se que
existe uma dupla normalmente. Em alguns Pelotões estes militares são os mesmos que
executam as funções administrativas, nestes casos podem existir duas ou três duplas de
vistoriadores.
As duplas de vistoriadores devem ser compostas por um Sargento e um motorista.
Os militares são designados por capacitação em cursos de credenciamento realizados pela
Corporação, interesse particular, perfil ou formação técnica fora da Corporação.

2.2.1.4 Alas Operacionais

O efetivo previsto atualmente nos Pelotões destacados é de cinquenta e sete


militares, porém observa-se que a maioria dos pelotões possui o efetivo abaixo do previsto. A
média de militares existentes nos Pelotões destacados é de 34,45 militares, enquanto o claro
médio é de 22,68 militares.
De acordo com os anúncios das cartas de situação operacional do CBMMG, os
Pelotões Destacados, atualmente, estão com alas operacionais que variam entre 6 e 15
militares de serviço. Das alas operacionais, 56,52% possuem efetivo menor que dez militares
por dia de serviço, conforme apresentado no GRÁFICO 3.
30

0
Até 7 De 8 a 9 De 10 a 11 Mais de 12

GRÁFICO 3 – Quantidade de militares em cada Ala operacional nos Pelotões Destacados do Corpo de
Bombeiros. Fonte: COB, 2010.

Nos Pelotões, conforme Instrução Técnica Operacional6, o serviço operacional


possui as seguintes atividades/funções: Sala de Operações, Comandante de Guarnição, Rádio
Operador / Telefonista. A mesma instrução prevê outras funções que são verificadas nas sedes
de Batalhões e não executadas em Pelotões por falta de efetivo.
As funções de Chefia de guarnição são costumeiramente desempenhadas por
Sargentos, porém devido à redução no número de bombeiros de serviço, verifica-se que as
guarnições são chefiadas por Cabos ou Soldados mais antigos. Em alguns casos quando
existem mais Sargentos nos Pelotões, os Primeiros e Segundos Sargentos chefiam equipes
com Terceiros Sargentos.
No serviço operacional o militar mais antigo exerce a função de Chefe do Serviço,
e atua de forma semelhante ao Coordenador dos Bombeiros da Unidade (CBU) existente nos
Batalhões. O Chefe de Serviço reporta-se diretamente ao Comandante do Pelotão e administra
os militares e viaturas das Alas Operacionais durante o plantão operacional.

2.2.2 Recursos Logísticos

O Pelotão destacado atua com uma viatura de cada grupo de atividade, conforme
descrito na TABELA 1.

6
Instrução Técnica Operacional nº 001 / 2002 – Procedimento Padrão do Serviço Operacional.
31

TABELA 1 – Quantidade de viaturas previstas num Pelotão Destacado


Tipo de Viatura Quantidade mínima prevista nos Pelotões Destacados
ABT (Socorro) 01
ASL (Salvamento) 01
UR (Resgate) 01
APF (Prevenção) 01
Fonte: BM4, 2010.

Alguns Pelotões possuem maior número de viaturas de Salvamento, Resgate,


Combate a incêndio ou prevenção, por definição do Comandante do Batalhão que distribui
suas viaturas entre as unidades subordinadas, conforme demanda de manutenção, ocorrências
ou sistema de revezamento.
Além das viaturas, existem os materiais e equipamentos previstos no mapa-carga
de cada Viatura e do Setor de Meios (Sala de Apoio Operacional), conforme previsto em
Instrução Técnica de Apoio Logístico7. Tais materiais são de responsabilidade de todos os
militares do Pelotão e ficam na administração direta do Comandante do Pelotão.

2.3 JORNADA DE TRABALHO

Nesta seção, serão abordadas as jornadas realizadas dentro do Pelotão de


Bombeiros para compreensão das necessidades de efetivo dentro dos setores e serviços
prestados.

2.3.1 Jornada de trabalho administrativo

O Pelotão de Bombeiros, como unidade de execução do Corpo de Bombeiros no


município, possui muitas demandas administrativas específicas que exigem designação de
militares auxiliares para o desenvolvimento da função.

7
Instrução Técnica de Apoio Logístico nº 004 de 22 de novembro de 2000 – Previsão de equipamentos e
materiais operacionais do CBMMG.
32

2.3.1.1 Comandante do Pelotão

O Comandante do Pelotão não possui jornada definida. Ele cumpre a jornada


administrativa para providenciar a tramitação da documentação de seus subordinados e
superiores, além das atribuições oriundas das seções do Estado-Maior da Unidade, dos
Comandantes de Companhia e Batalhão, aos quais se subordina.
3.4 Comandante de Pelotão
[...]
Ele permanecerá no horário de expediente no Pelotão para recebimento e
encaminhamento da documentação. [...] O Comandante do Pelotão, embora cumpra
o horário de expediente, não é administrativo. Deve ser anunciado como integrante
da prevenção e pode ser empenhado pelo COBOM durante o horário de expediente
(CBMMG, 2007).

Como chefe dos militares em serviço operacional no município, o Comandante de


Pelotão tem a obrigação de: comparecer a todas as ocorrências de destaque de sua Fração;
orientar os militares de serviço; coordenar os trabalhos; acionar reforço operacional e reportar
aos níveis hierárquicos superiores o andamento das operações, mesmo que fora do horário de
expediente.

2.3.1.2 Auxiliar Administrativo

O Comandante de Pelotão possui muitas demandas que podem ser delegadas, e


entendidas de direito, uma vez que cabe ao militar detentor desta função ser o elo entre a tropa
e o Comando, e entre o Corpo de Bombeiros e a comunidade.
Assim surge a figura do auxiliar administrativo do comandante do pelotão, que
cumpre jornada administrativa de segunda-feira a sexta-feira e dá apoio aos militares das alas
operacionais dependendo da complexidade da ocorrência.
O auxiliar administrativo do Pelotão desenvolve as ações de secretário,
almoxarife, auxiliar de transporte e outras determinadas pelo Comandante do Pelotão. Em
alguns casos, o auxiliar administrativo do Pelotão é o segundo militar mais antigo da fração,
exercendo, também, as funções de subcomando.
33

2.3.1.3 Recepção de projetos e análise

O decreto estadual de prevenção, as instruções técnicas e outros documentos


normativos da Diretoria de Atividades Técnicas definem que o Corpo de Bombeiros deve
receber e protocolar os Processos de Segurança Contra Incêndio e Pânico, solicitações de
vistorias, revisões de análises, recursos de notificações e Fichas de Atendimento Técnico.
Estes documentos são protocolados e recebidos em todos os municípios onde o
Corpo de Bombeiros se faz presente. Assim, o Comandante da Fração BM possui a
necessidade de designar militares para os serviços de recepção, protocolo, arquivamento e
análise de documentos do Serviço de Segurança Contra Incêndio e Pânico das cidades de sua
área de articulação.
O SSCIP do Pelotão possui um militar na recepção/protocolo de projetos que
trabalha na jornada administrativa de segunda-feira a sexta-feira. Em alguns Pelotões, a
maioria, existe outros militares designados para a função de analista, nos outros Pelotões, o
militar que executa a recepção é o mesmo que analisa e arquiva o Processo de Segurança
Contra Incêndio e Pânico. O militar designado para a função de analista de projetos cumpre
escala administrativa também.

2.3.2 Jornada de trabalho operacional

A jornada de trabalho exercida pelos militares do serviço de atendimento a


ocorrências possui desdobramento por causa das funções e especifidades dos diferentes
serviços compreendidos operacionais dentro do Pelotão, como é o caso da sentinela, radio
operador e vistoriadores.

2.3.2.1 Alas Operacionais

No Pelotão de Bombeiros existem as jornadas operacionais de serviço, que são


cumpridas em um turno de 24 horas trabalhadas para 24 horas de folga e 24 horas de
34

descanso. Os militares trabalham em três equipes de trabalho que se revezam no final de cada
ciclo de 24 horas.
A duração da jornada de 24 horas é considerada excessiva pelos bombeiros, em
especial os motoristas que ficam exaustos após o quarto turno de trabalho com períodos
longos de condução de viaturas. Em algumas alas operacionais, de forma informal, são
realizados revezamentos em turnos de 12 ou 6 horas, ou por ocorrência, para que os militares
possam reparar o desgaste sofrido durante o serviço (BATISTA, 2009, p. 61-62).

2.3.2.2 Rádio operador e Serviço de Guarda / Sentinela

O Serviço de guarda e sentinela do pelotão é realizado pelos militares escalados


nas alas operacionais de rádio operadores. Os militares nesta função costumam revezar entre
si em turnos de duas horas, ocupando as guarnições quando não estão na escala “de hora”. O
serviço de sentinela e radio-operador é executado diuturnamente sem interrupções.
A American Heart Association, em seu protocolo de atendimento pré-hospitalar,
recomenda que os atendentes dos serviços de emergências, sejam capacitados a orientar todo
solicitante quanto aos procedimentos massagem de reanimação para os casos de acidente
vascular encefálico (AVE/AVC) e parada cardiorrespiratória (PCR) (FIELD et al., 2010).
Na Sala de Operações da Fração (SOF), a comunicação operacional permite o
fluxo de informações, o apoio às equipes lançadas no atendimento a ocorrências e o
acionamento de outros órgãos, bem como de unidades de reforço. A importância da boa
comunicação via rádio e telefone faz do militar em plantão na SOF, uma peça fundamental
para o bom andamento das operações. As SOF são o Centro de Atendimento e Despacho, a
porta de entrada das solicitações do serviço de Bombeiros (CBMMG, 2007).
No Centro de Operações de Bombeiros – COBOM -, a escala é especial e
garantida na resolução que trata da jornada de trabalho, porém nas Frações destacadas, devido
ao efetivo empregado, não existe tal situação, apesar da similaridade do serviço prestado.
35

2.3.2.3 Realização de vistorias

A realização de vistorias ocorre durante o período de expediente administrativo.


Os eventos temporários, normalmente são vistorias em horários distintos dos administrativos,
como sábado, domingo e feriado, e em período noturno.
Dessa forma os militares dos grupos de vistoriadores atuam de segunda-feira a
sexta-feira de 08:00 horas às 17:30 horas. Para as vistorias em dias de eventos temporários,
sua jornada é estendida além das 17:30 horas nos de semana e nos finais de semanas. Estes
empenhos extras são compensados e administrados pelo Comandante do Pelotão com folgas
proporcionais às horas de extensão da jornada.

2.3.3 Escala de Serviço

A jornada de trabalho8 operacional resulta no total de dez “serviços” no mês. É


permitido aos militares, desde que não exista prejuízo para a quantidade de militares de
serviço, que possam receber uma folga de 24 horas após quarenta dias de trabalho, como
forma de compensar a sobreposição das 40 horas de trabalho semanal.
Para a confecção da escala de serviço são consideradas as liberações de militares
para estudo, férias, licenças ou dispensas médicas, grandes folgas e outras ausências. O
responsável pelas escalas é o Comandante do Pelotão com auxílio dos militares mais antigos
de cada ala que apresentam as demandas de seus subordinados.
Outro fator importante na confecção das escalas de serviço, em função da escassez
de efetivo é o número de motoristas disponíveis em cada equipe de trabalho. Quando faltam
motoristas no Pelotão são utilizados militares da administração, são feitas cassações de
direitos de gozo de férias e, em último caso, os motoristas revezam entre si em turnos de 24
horas de trabalho por 24 horas de descanso.

8
Resolução nº 108, de 03 de setembro de 2003. Dispõe sobre a jornada de trabalho no Corpo de Bombeiros
Militar e dá outras providências.
36

2.3.4 Férias

Existem dois tipos de gozo de férias9 no Corpo de Bombeiros, as férias anuais,


que são organizadas em dias úteis e somam 25 dias úteis por ano, sendo permitido ao militar
fazer o gozo dessas férias no ano de concessão ou no ano posterior, e as férias prêmio, que são
concedidas a cada cinco anos de efetivo serviço, que dão direito a 90 dias corridos, sendo
permitido o gozo ao longo da carreira.
Para a autorização de férias, existe recomendação ao comandante da fração que
distribua os militares ao longo dos meses, de forma a impedir a concentração de militares de
férias para evitar prejuízo ao serviço. Em períodos de maior incidência de ocorrências, as
férias podem ser cassadas para aumentar o efetivo disponível para o empenho.
Nos Pelotões os militares com escalas de férias mais sacrificadas são os
motoristas, pois devido à sua especialidade, não podem desfalcar as equipes de serviço. Assim
suas férias são avaliadas com mais atenção em razão aos demais militares.

2.3.5 Jornadas especiais

Os militares, por força de regulamento, estão disponíveis vinte e quatro horas por
dia para atender ao chamado da população. A atuação nos horários de folga ou descanso para
o atendimento a ocorrências é a diferença entre os funcionários civis e o serviço militar.
Essas jornadas especiais são realizadas para o combate a incêndios florestais,
resgates de cadáveres, buscas de pessoas extraviadas em mata e outras ocorrências em
municípios que não são sede de frações com duração superior a um dia de trabalho.
Nestes casos os militares deslocados são repostos por militares em escala reduzida
de descanso ou empenho de militares da administração, de forma a não desfalcar o efetivo
disponível para o atendimento a ocorrências na cidade.
Este tipo de jornada especial pode ocorrer também em desastres que assolam
determinando município envidando esforços do efetivo do pelotão para solucionar as
ocorrências sem descanso ou com turnos de trabalhos especiais, ou mesmo para o apoio a

9
Lei Complementar nº 95 de 17/01/2007. Altera a Lei nº 5.301, de 16 de outubro de 1969, que contém o Estatuto
do Pessoal da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, e dá outras providências.
37

outros pelotões.
O efeito destes empenhos extraordinários é sentido pelos militares que
permanecem no serviço operacional do Pelotão que podem ter sua jornada modificada para
escalas de 24 horas de trabalho por 24 horas de descanso.

2.4 O PROGRAMA MINAS PRESENTE

O programa “Minas Presente” foi concebido pelo Corpo de Bombeiros como uma
alternativa de reestruturação da Corporação para atender aos objetivos de Estado de Minas
Gerais de integrar regiões de segurança pública para aperfeiçoar o atendimento ao cidadão.
Seu conceito foi formulado em folder apresentado ao Excelentíssimo Senhor Governador do
Estado, como no trecho extraído abaixo:
O Projeto Minas Presente propõe a Reestruturação Operacional do CBMMG para o
Biênio de 2009/2010, sendo fruto de criterioso estudo, cujas ações, por ocasião de
sua implementação, acarretará para a Instituição, e por consequência, para o Estado
de Minas Gerais, benefícios que redundarão na otimização da prestação dos serviços
bombeiro militar com melhor capacidade de resposta operacional, com qualidade no
atendimento, propiciando maior segurança global da população, em função da
melhor qualificação dos recursos humanos e de inovadora distribuição territorial,
garantindo economia de esforços e recursos logísticos (CBMMG, 2009).

Em alinhamento com diversos projetos estaduais, o programa “Minas Presente” é


uma articulação integrada de sistemas que promovem a qualidade de vida nos municípios
mineiros, garantem a proteção e prevenção, agilizam respostas e reduzem fronteiras.
Devido ao efetivo reduzido no Corpo de Bombeiros para a criação de tantas
frações previstas no projeto inicial, realizou-se uma proposta de enxugamento do efetivo da
sede dos Pelotões, distribuindo o restante dos militares nas cidades vizinhas de forma a
garantir a primeira resposta (resposta local) aos sinistros, reduzir o tempo de acionamento e de
deslocamento das equipes e aperfeiçoar o empenho de recursos de outras frações.
Em resumo, o Programa “Minas Presente” visa à instalação de Pelotões de
Bombeiros em municípios com mais de 30 mil habitantes, criando estruturas de células
operacionais nas cidades com 20 mil e 10 mil habitantes. Estas Frações criarão uma rede de
proteção dentro de raios de atuação compartilhada. Com esse aumento da capilaridade, o
Corpo de Bombeiros atenderá cerca de mais de 300 municípios diretamente, num somatório
de mais de oitenta por cento da população mineira.
38

2.5 A EFICIÊNCIA DA ATUAÇÃO DAS GUARNIÇÕES

Estudo americano realizado em abril de 2010, recomendado pelo Departamento de


Comércio dos Estados Unidos, avaliou a eficiência na atuação de equipes de Bombeiros com
dois, três, quatro e cinco componentes em cada viatura para o combate a incêndio em uma
edificação de dois pavimentos com um total de 182 m² de área construída, com risco
considerado baixo pelo material combustível utilizado.
O estudo constituía-se, basicamente, no empenho de três viaturas de Combate
incêndios (que podem ser equiparadas a Auto Bombas), um caminhão de escada (equiparado
à Auto Escada) e um carro de Comando (equiparado ao Auto Comando de Área). A viatura de
comando foi tripulada por somente dois bombeiros (o Chefe da operação e o motorista) em
todos os testes.
Foram padronizadas vinte e duas ações para cronometragem com a finalidade de
dimensionar a eficiência entre cada equipe. Essas ações estavam organizadas em:
estacionamento de viaturas, comunicação da chegada via rádio, armação dos
estabelecimentos, intervenção das equipes, buscas no primeiro pavimento, montagem das
escadas e intervenção no segundo pavimento, ações de ventilação vertical e horizontal,
confirmação da extinção do incêndio, controle de equipamentos dentro e fora da edificação,
segunda busca e ações de rescaldo.
O incêndio foi colocado em estofados e mobílias de madeira que estavam
posicionados nos dois pavimentos nas extremidades dos cômodos, o que obrigava os
bombeiros a executarem o caminhamento máximo da edificação para a realização das buscas
e do combate.
A TABELA 2 foi elaborada de forma adaptada com base nos dados do relatório
do estudo para demonstrar e efetivo empregado nas ações. Assim, na ocorrência existiam de
10 a 22 bombeiros.
39

TABELA 2 – Efetivo empregado nos testes de eficiência.


Equipe por Viatura Viaturas com as equipes Total de Bombeiros na ocorrência
03 Auto Bombas (06 Bb)
02 Bombeiros 01 Auto Escada (02 Bb) 10 Bombeiros
01 Auto Comando de Área (02 Bb)
03 Auto Bombas (09 Bb)
03 Bombeiros 01 Auto Escada (03 Bb) 14 Bombeiros
01 Auto Comando de Área (02 Bb)
03 Auto Bombas (12 Bb)
04 Bombeiros 01 Auto Escada (04 Bb) 18 Bombeiros
01 Auto Comando de Área (02 Bb)
03 Auto Bombas (15 Bb)
05 Bombeiros 01 Auto Escada (05 Bb) 22 Bombeiros
01 Auto Comando de Área (02 Bb)
Fonte: NIST, 2010. Nota: (Bb) Bombeiros.

Os resultados obtidos no estudo foram concentrados na TABELA 3 que aponta os


tempos cronometrados de atuação das equipes. Chegou-se a proporção de eficiência de 30,0%
entre as equipes com quatro e dois bombeiros e 25,0% entre as equipes com quatro e três
bombeiros.

TABELA 3 – Tempos obtidos nas ações das equipes


Ações realizadas 02 Bb 03 Bb 04 Bb 05 Bb
Abertura da Porta (tempo obtido desde a ignição) 08:44 07:48 07:46 07:35
Duração do combate às chamas 10:16 09:15 08:41 08:01
Tempo das buscas por vítimas 12:16 09:10 08:47 08:38
Tempo de montagem de escada 08:31 09:35 07:31 05:40
Tempo total de operação 22:16 20:30 15:44 15:13
Fonte: NIST, 2010. Nota: (Bb) Bombeiros

O estudo apontou preocupação com os efeitos fisiológicos nas equipes com


poucos Bombeiros. Os batimentos cardíacos monitorados aumentaram proporcionalmente à
redução de membros nas equipes e a duração da operação aumenta quando as equipes são
menores, assim pode-se chegar a frequências altas de batimentos cardíacos em grandes
intervalos, o que pode trazer risco aos militares.
Fato interessante na utilização deste estudo é a possibilidade de comparação com
a atuação do Pelotão destacado de Bombeiros, pois como existem poucos militares em
40

serviço, a atendimento a ocorrências de incêndio é multidisciplinar, ou seja, com mais de uma


equipe no local atuando em conjunto.
Como o estudo considerou a utilização de quatro bombeiros em cada equipe, a
situação mais eficiente, acredita-se que para o atendimento no horário de pico de ocorrências
de incêndio no Pelotão destacado a utilização de uma guarnição de salvamento e uma de
incêndio, ambas com quatro militares seja eficiente também.
41

3 DIMENSIONAMENTO DE EQUIPES

Muitas empresas possuem métodos empíricos de dimensionamento de equipes,


realizam escalas baseadas na experiência dos supervisores e trabalham a redução da demanda
e do tempo de resposta com a contratação de mais equipes de trabalho, o que não coloca a
empresa no atendimento ao cliente no tempo desejado (MAGRO, 2003, p.4).
O dimensionamento da força de trabalho de equipes é abordado na literatura em
dois grupos de estudos, o planejamento de recursos humanos e os métodos quantitativos de
dimensionamento de postos de trabalho, onde os métodos quantitativos são mais aplicáveis
por considerar a multidisciplinaridade e polivalência entre as áreas da organização
(BORSATTO, 2009, p.1-2).
Os modelos de escalonamento da mão-de-obra foram estudados e desenvolvidos
por acadêmicos nas últimas três décadas, com sucesso de aplicação em empresas aéreas, em
setores elétrico e de comunicação, e nas áreas de enfermagem e telecomunicações
(ZAFFALON et al., 2005).
O processo de dimensionamento de equipes passa por três etapas: a previsão da
demanda; a simulação do cenário de atuação e a alocação das equipes em atendimento. Esses
modelos são complementares e o resultado de um, serve de plataforma de trabalho para o
outro, criando uma sequência de estudo (MAGRO, 2003, p.5).

3.1 PREVISÃO DE DEMANDA

Makridakis et al.10 (1998), apud Magro (2003), apresenta que são necessárias
cinco etapas para a realização da previsão de demanda: definição do problema, coleta de
informação, análises preliminares, escolha do modelo com seu ajuste e utilização do modelo
de previsão com sua avaliação.
Na definição do problema serão escolhidas as variáveis; na coleta de informações
pode-se utilizar dados estatísticos ou acúmulo de julgamentos e perícia de especialistas; nas
análises preliminares se verifica a sazonalidade, as tendências e os padrões; a escolha do

10
MAKRIDAKIS, S.; WHEELWRIGHT, S.C. e HINDIAN, R.J. Forecasting – methods and aplications. 3.
ed. New York: Wiley, 1998.
42

modelo será de acordo com os dados verificados para o melhor ajuste, e na utilização do
modelo os dados verificados serão confirmados somente após a finalização do período
previsto (MAGRO, 2003).
Os métodos de previsão aplicáveis na previsão de demanda são o modelo causal
de regressão, o modelo de série temporal de média móvel e o modelo de série temporal de
suavização exponencial (FITZSIMMONS, FITZSIMMONS, 2005).
Após análise visual do gráfico, pode-se identificar a curva expressa e avaliar qual
tipo de tendência se poderá estimar. A regressão linear fornece uma base estimativa de
tendência. Quando a tendência é do tipo polinomial, utiliza-se a regressão múltipla
(PITACAS, 1999, p. 16).

3.1.1 Método ABC

O método ABC foi adaptado do método de Pareto. É um método aplicado em


estoque para avaliar quais produtos concentram os maiores índices. Pode ser utilizado para se
garantir a precisão da análise de registros, uma vez que o método avalia a concentração dos
dados em três grupos: A para aqueles 15% que concentram os mais altos índices, B para os
35% próximos e C os demais 50% (DAVIS, AQUILANO, CHASE, 2001, p. 489).

3.1.2 Regressão Linear

A regressão linear é um método matemático utilizado na estatística e econometria


para estimar um valor dentro de um grupo de informações por meio de formulação
matemática que encontra uma equação que liga os demais pontos observados na amostra,
permitindo assim obter números intermediários entre estes pontos (LANDIM, CORSI, 2001).
43

3.1.2.1 Regressão polinomial

A regressão polinomial é um modelo de regressão linear múltipla, utilizada em


situações onde os dados se comportam num gráfico de forma curvilínea. A formulação
matemática obedece a critérios de regressão por mínimos quadrados, perfazendo múltiplas
regressões nos pontos amostrais distribuídos de forma irregular. Com os índices obtidos deste
método de regressão pode-se inferir dados em pontos esparsos no gráfico (LANDIM, CORSI,
2001).

3.1.2.2 Coeficiente de determinação

O coeficiente de determinação (R²) é a medida de qualidade do modelo em


relação à sua habilidade de estimar corretamente os valores da variável resposta. Ele indica a
divisão entre a soma dos quadrados dos explicados11 e a soma dos quadrados totais12. Quanto
mais o valor do coeficiente for próximo de 1, maior será a aplicabilidade do modelo
(LANDIM, CORSI, 2001).

3.1.3 Cálculo de sazonalidade

Sazonalidade é um método de acréscimo de um coeficiente à tendência observada


dos dados com base na identificação do cenário e da alta das médias móveis dos últimos
períodos. O cálculo de sazonalidade pode ser qualitativo ou quantitativo. Para a análise
qualitativa, são verificados indícios que provoquem crescimento na linha de tendência e
arbitra-se um coeficiente entre zero e um ao modelo de previsão, criando assim um
coeficiente. Quando o cálculo é quantitativo, utiliza-se os modelos de Winter13 (MAGRO,
2003).

11
Valores que ficaram dentro da curva de regressão.
12
Valores do conjunto de dados que sofreram regressão.
13
Modelo sazonal aditivo ou modelo sazonal multiplicativo.
44

De acordo com a autora, a diferença entre os modelos de Winter está no índice de


sazonalidade que é adicionado e subtraído, no método aditivo, e, no método multiplicativo,
ele assume produtos e proporções. Porém, quando a série temporal possui valores iguais a
zero, torna-se impossível o uso de fórmulas que indiquem a acurácia da previsão.

3.2 SIMULAÇÃO

Os modelos de simulação são construídos para atender a cada processo


especificamente. O estudo de simulação apresenta as seguintes etapas: formulação do
problema; preparar os objetivos e planejar o projeto completo; conceitualização do modelo;
coleta de dados; tradução do modelo; verificação do modelo; validação do modelo; projeto
experimental; execução da simulação e análise; nova simulação; documentação e
apresentação de relatório, e implementação (MAGRO, 2003, p. 28-30).

3.2.1 Distribuições estatísticas

Durante a análise do sistema de serviços, para se conhecer o intervalo entre as


chegadas das chamadas pode-se utilizar o método de distribuição de Poisson, que permite
saber a probabilidade de chamadas por hora (FITZSIMMONS, FITZSIMMONS, 2005).

3.2.2 Simulação via software

Existem muitos softwares que promovem a simulação financeira, logística e de


recursos humanos. Eles substituem os métodos de programação anteriormente utilizados,
porém possuem um custo de implantação e dependem de informações técnicas específicas
para efetivação do resultado (MAGRO, 2003).
45

3.3 ALOCAÇÃO DE RECURSOS

A técnica de alocação de recursos aperfeiçoa o número de equipes necessárias


para atender a demanda de serviços num determinado período (hora, dias, mês, etc.). O
cálculo de alocação de funcionários pode ser organizado com a sobreposição ou não dos
turnos de trabalho. A melhor solução de alocação que minimiza o tamanho da equipe é dada
pela programação linear inteira (MAGRO, 2003).
A fórmula de Dantizg (1954)14 é utilizada para calcular a alocação nas jornadas de
trabalho e pode ser modificada para sobreposição de turnos e ainda receber restrições que
facilitem a tomada de decisão. Tal fórmula já foi empregada com sucesso no planejamento de
jornadas de trabalho onde os funcionários possuem folgas obrigatoriamente em dias
consecutivos ou intervalados (MAGRO, 2003).
A fórmula de Dantizg é expressa a seguir:

Onde:
W = força de trabalho
r = equipe mínima por dia
t = quantidade de turnos necessários

14
DANTIZG, G. B. Acomment on Edie’s “Traffic Delays at Toll Booths” Operations Research, v. 2, n. 3, 1954,
p. 339-341.
46

3.3.1 Índice de Segurança Técnica

O índice de segurança técnica é uma formulação utilizada em enfermagem que


permite calcular a necessidade de acréscimo de efetivo em virtude de ausências (DAL BEN,
GAIDZINSKI, 2007, p. 101).
O cálculo de percentual de ausências previstas e não previstas é obtido pela
fórmula que se seque:

Onde:
A% = percentual de ausências
a = número de dias de ausências
d = número de dias trabalhados

O cálculo do Índice de Segurança Técnica será obtido pelo somatório dos


percentuais de ausências conforme fórmula a seguir:

Para cada tipo de ausência será realizado o cálculo da fórmula de Dantizg, ou seja,
para férias anuais, férias, prêmio, dispensa luto, dispensa núpcias, dispensa paternidade,
grande folga. Ao final esses percentuais serão somados e assim será obtido o IST, conforme
fórmula (3).
Outras ausências, tais como dispensas e licenças médias, faltas ao trabalho e
afastamentos por licença não remunerada para solução de assuntos de interesse pessoal,
podem ser calculadas por este método desde que se tenha estipulada uma média de dias destas
ausências no local estudado.
47

4 ANÁLISE DE DEMANDA DE SERVIÇO DE BOMBEIROS

O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) é um órgão da


Administração Pública do Estado, de caráter permanente e organizado com base na hierarquia
e na disciplina militar, incumbindo-lhe, conforme artigo 142 da Constituição Estadual, a
coordenação e a execução de ações de defesa civil, a prevenção e combate a incêndio, perícias
de incêndio, busca e salvamento e estabelecimento de normas relativas à segurança das
pessoas e de seus bens contra incêndio ou qualquer tipo de catástrofe.
Para a definição do número de bombeiros em atuação num departamento de
incêndio, a NFPA nº 1.710 recomenda que se considerem os riscos à vida da população
protegida, a provisão de condições de desempenho seguro e eficiente da equipe, o potencial
de perda à propriedade, as edificações e seus sistemas preventivos, além dos equipamentos
disponíveis (NFPA, 2001).
Para se levantar a demanda operacional de serviço do pelotão destacado de
bombeiros é necessário identificar os riscos presentes nos municípios da região coberta pela
unidade que se pretende instalar e relacioná-los com a missão institucional do CBMMG.

4.1 ANÁLISE DE RISCO

A análise de riscos é usada para identificar as condições que possam provocar


danos aos seres humanos à propriedade pública ou privada e ao meio ambiente. No Brasil, a
utilização da análise de risco iniciou-se na década de oitenta, após o acidente de Cubatão, pela
Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB (RODRIGUES, 2007).
Risco é o produto probabilístico entre a frequência de ocorrência de um evento
indesejado (perigo) e suas consequências. Os impactos deste risco são determinísticos, uma
vez que são avaliados pelas alterações físicas, químicas e biológicas do meio ambiente e pelo
afretamento da saúde, bem-estar e segurança da população (AGUIAR et al., 2008).
Existem numerosos fatores que afetam a percepção de risco pela população. Uma
48

15
pesquisa Britânica confirma que as pessoas julgam menos perigosa uma atividade que faz
um morto todos os dias do que outra que faz 365 mortes num único dia do ano
(GUIMARÃES, 1999).
Desse modo, observa-se a dificuldade de diferenciar as consequências mais
agravantes das menos graves, com a inclusão de índices subjetivos que enumerem diferentes
cenários de acidentes e estipulem o risco mais realístico (AWASU, 1993).
A metodologia de análise de riscos propicia, além da identificação de pontos de
maior ocorrência de riscos, a visualização de modo qualitativo das consequências causadas
aos recursos naturais e a comunidade (RODRIGUES, 2007, p. 66).

4.1.1 Tipos de Riscos

O Programa Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e


Violências16 define:
Os acidentes e as violências configuram, assim, um conjunto de agravos à saúde,
que pode ou não levar a óbito, no qual se incluem as causas ditas acidentais –
devidas ao trânsito, trabalho, quedas, envenenamentos, afogamentos e outros tipos
de acidentes – e as causas intencionais (agressões e lesões autoprovocadas)
(BRASIL, 2001).

O grau de letalidade reflete a gravidade dos acidentes, e seu valor depende da


vítima e do acidente (ANDRADE, MELLO JORGE, 2001, p. 320). Com base nessa definição
o estudo dos acidentes atendidos pelo Corpo de Bombeiros precisa verificar como o acidente
ocorre e quais são suas vítimas.
Para o estudo detalhado de acidentes de trânsito, afogamentos, acidentes com
produtos perigosos e incêndios é relevante o aprofundamento nos fatores que influenciam no
risco de ocorrências. Assim, o estudo da atuação17 BM e a amplitude de vítimas e
propriedades afetadas serão conhecidos e permitirão se compreender esses fenômenos para
posterior previsão de demanda18 de atendimento.

15
SLOVIC, P. et al, The Assessment and Perception of Risk. The Royal Society of London. Londres – GB, 1980.
IN: Pesquisa Naval: Suplemento Especial da Revista Marítima Brasileira. Rio de Janeiro, v.1, n.12, p.31-50,
1999.
16
Portaria GM/MS nº 737 de 10/05/2001
17
Tipos de Viaturas empregadas e empenho de outros órgãos no apoio à solução das ocorrências.
18
O conhecimento, o mais detalhado possível, de como os acidentes acontecem, é indispensável para o
planejamento e a colocação em prática de ações de prevenção (ANDRADE, MELLO JORGE, 2001, p. 318).
49

4.1.1.1 Acidentes de Trânsito

No Brasil, a média do número de óbitos em acidentes de trânsito supera o limite


anual de 17 mortes para cada 100.000 habitantes. Os riscos de acidentes de trânsito podem ser
relacionados a condições das vias, condutores e/ou veículos. As maiores fontes de dados
destes acidentes são as declarações de óbitos, boletins de ocorrências, fichas de atendimento
hospitalar. Porém esses dados não descrevem toda a realidade, uma vez que não são
computados os óbitos no ambiente hospitalar e que não existe integração entre os diferentes
tipos de sistemas de registro. Como fatores redutores dos óbitos, estão: a atualização da
legislação de trânsito, as melhorias nas estradas e vias, a presença de serviços de atendimento
pré-hospitalar, e o comportamento de condutores e pedestres (SOARES, 2003).
Diversos fatores de risco influenciam a ocorrência de lesões por acidentes de
trânsito: fatores econômicos e demográficos; velocidade inapropriada ou excessiva, o uso de
álcool ou outras drogas, ser jovem, ser usuário vulnerável (como idosos, crianças e pobres),
dirigir na escuridão, fatores mecânicos, defeitos e outros problemas relativos à via de tráfego
(ARAÚJO, MALLOY-DINIZ, ROCHA, 2009, p. 61).
Os acidentes em rodovias com caminhões aumentam nas épocas de safras de
grãos, devido ao incremento de veículos em descolamento. Observa-se o aumento de
acidentes, nos finais de semana, com os demais veículos nas rodovias que ligam o centro do
estado ao litoral e nas rodovias de acesso a cidades balneárias (SEDEC, 2004, p. 49).
Após análise das estatísticas de acidentes de trânsito com óbitos, verificou-se que,
quanto maior for o número de veículos por habitante, menor será o número de óbitos por
acidente de trânsito por veículo. Esta relação é mais acentuada nas estimativas internacionais
que na estimativa brasileira (KILSZTAJN et al., 2001).
No primeiro semestre de 2010 existe um crescimento de vendas de veículos no
Brasil. Esta evolução não é homogênea. A recuperação da atividade econômica, as facilidades
no crédito e as taxas subsidiadas, refletiram de forma importante na venda de caminhões e
implementos. O mercado de ônibus voltou a crescer. Automóveis e comerciais leves
acumularam crescimento de 7,32%. E o mercado de motocicletas retoma de maneira mais
lenta (FENABRAVE, 2010, p. 3).
As vítimas de acidente automobilístico que apresentaram lesões graves no
abdome, tórax ou membro inferior que tiveram flutuação negativa da frequência respiratória e
do Trauma Score e necessitaram de intervenção avançada não obtiveram grande
50

sobrevivência no ambiente hospitalar (MALVESTIO, SOUSA, 2008, p. 639).


Acidentados que estavam ocupando motocicletas apresentam, geralmente, lesões
em membros e cinturas pélvicas. Já os pedestres apresentam, na maioria, lesões na região da
cabeça e pescoço (SALLUM, KOIZUMI, 1999, p. 159).
O tempo entre o acidente de trânsito e o óbito chega aos 180 dias, onde se obtém o
somatório de 99,40% dos registros totais de mortes no trânsito. Estes dados são possíveis
quando são realizadas buscas nos relatórios dos Institutos Médicos Legais (KOIZUMI, 1985,
p. 477).
A rapidez de chegada da equipe de atendimento pré-hospitalar à cena do acidente,
bem como a chegada rápida ao hospital, auxiliada a intervenções iniciais apropriadas,
previnem o agravamento do quadro e o surgimento de novas lesões, melhoram condições para
alguns casos e atrasam resultados fatais, dando à vítima uma chance de receber o atendimento
hospitalar e se beneficiar dele (MALVESTIO, SOUSA, 2002, p. 589).
No Ranking das rodovias federais brasileiras com o maior índice de acidentes, a
rodovia BR-381 ocupa o primeiro lugar na periculosidade, seguida da BR-040 e BR-116. Nos
trechos de pistas duplas e múltiplas, os números de morte mais acentuados são os de
atropelamento, já nas pistas simples, as mortes se concentram nas colisões frontais. Minas
Gerais é o estado brasileiro com o maior número de mortes por atropelamentos em rodovias
federais, sendo a BR-116 a rodovia em destaque. Os horários com maior incidência de mortes
por atropelamento foram após 18 horas (DENATRAN, 2006, p. 30-36).

4.1.1.2 Afogamentos

A bacia hidrográfica da região influencia na taxa de mortes por afogamento,


aumentando nos índices nas cidades banhadas por rios e regiões costeiras. A taxa média
mundial em 2000 chegou a 7,4 afogamentos para cada 100.000 habitantes. Para se evitar a
mortalidade nestes locais, políticas públicas preventivas que identifiquem as áreas de maior
incidência e risco do afogamento com a supervisão obrigatória de guarda-vidas e campanhas
de conscientização e orientação à população (NETO et al., 2006).
51

4.1.1.3 Operações de salvamento

As barragens, quando possuem suas comportas abertas, podem causar grandes


inundações em grandes áreas habitadas, trazendo impactos sociais e ambientais difíceis de
calcular (BETINELI, 2006).
Modelos climáticos apontam o aumento de ocorrências de tempestades severas
nas regiões sul e sudeste do Brasil, que podem causar danos socioeconômicos. Estes danos
serão diretamente influenciados pela capacidade de resposta da comunidade. Um índice que
permite identificar esta capacidade de resposta é o Índice de Desenvolvimento Humano
Municipal - IDHM (MARCELINO, NUNES, KOBIYAMA, 2006).
Durante as estações chuvosas, com precipitações concentradas, observa-se o
aumento dos deslizamentos de encostas, destruição de aterros e quedas de cabeceiras de
pontes, além de pequenas barragens construídas pela iniciativa privada ou por prefeituras
menos estruturadas (SEDEC, 2004, p. 63).
Os acidentes com veículos transportadores de cargas de produtos perigosos
registram pouco mais de cinco por cento de vítimas do produto perigoso, as demais noventa e
cinco por cento das vítimas são feridas por causas mecânicas (SEDEC, 2004, p. 198).
Acidentes de trânsito ampliados – incêndios, explosões e vazamentos envolvendo
produtos químicos perigosos –, conhecidos pelo seu impacto nas comunidades e no meio
ambiente, algumas vezes, resultam em verdadeiras catástrofes, provocando dezenas, centenas
ou milhares de mortes em um único evento (BRASIL, 2001).
A presença de rodovias próximas a grandes áreas de plantio e bacias hidrográficas
cria ponto de risco, pois aumenta a possibilidade do acidente com produtos perigosos causar
danos ao meio ambiente e comunidade (RODRIGUES, 2007).
Em Minas Gerais, as rodovias federais com os maiores registros de acidentes com
veículos de carga carregando produtos perigosos são a BR-040 e BR-116 (DENATRAN,
2006, p. 37).

4.1.1.4 Incêndios urbanos

Para se definir o risco de ocorrência de incêndio em uma edificação é necessário


52

levar em consideração o tipo de população, a ocupação, as características construtivas e a


localização (SEITO et al. 2008).
Para que a edificação esteja protegida contra incêndios, é necessário o
conhecimento sobre o comportamento dos componentes da estrutura durante a elevação de
temperatura (MARTINS, 2000, p.11).
A análise de risco de incêndio, apresentada por Del Carlo (2008, p. 15), envolve a
possibilidade de ocorrência do incêndio, locais de riscos específicos, carga de incêndio,
velocidade de propagação, perdas humanas, materiais, operacionais e a probabilidade de
deflagração do incêndio a outras edificações.

4.1.1.5 Incêndios Florestais

Áreas com menor cobertura vegetal favorecem a secagem da vegetação,


propiciando a ocorrência de incêndios florestais quando a humidade relativa do ar está baixa e
o período de seca fica estendido (NUNES, 2005).
Conforme a FIGURA 1, a região do quadrilátero ferrífero é uma das mais
sensíveis a danos ambientais, devido à característica da flora e fauna e da morfologia do
relevo.

FIGURA 1 - Mapa do nível de sensibilidade ambiental do Estado de Minas Gerais (DESTRÓ, 2009).

A causa principal dos incêndios florestais é de origem cultural. A utilização da


técnica de queimada pelos produtores rurais de agricultura de coivara acarreta a perda de
53

controle da área queimada, normalmente pela falta de aceiros, que iniciam os grandes focos
(SEDEC, 2004, p. 15).
O El Niño é um fenômeno atmosférico-oceânico ocorrido no oceano Pacífico
Tropical, caracterizado por um aquecimento anormal das águas superficiais do oceano, que
pode afetar o clima global, mudando os padrões de vento e afetando os regimes de chuva. Na
região sudeste do Brasil, os maiores efeitos do El Niño são o aumento moderado das
temperaturas médias, porém sem padrão característico de mudança de chuvas (CPTEC, 2010).
Pode-se observar nas FIGURA 2 e FIGURA 3 os efeitos globais do El Niño.
Destacando o aumento da temperatura na região sudeste do Brasil.

FIGURA 2 – Efeitos globais do fenômeno El Niño, nos meses de junho, julho e agosto. Fonte: CPTEC.
Disponível em: < http://enos.cptec.inpe.br/img/JJA_el.jpg>. Acesso em: 27 set. 2010.

FIGURA 3 - Efeitos globais do fenômeno El Niño, nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. Fonte: CPTEC.
Disponível em: <http://enos.cptec.inpe.br/img/DJF_el.jpg>. Acesso em: 27 set. 2010.
54

4.1.1.6 As chuvas em Minas Gerais

O Estado de Minas Gerais possui extensas cadeias de montanhas. Massas de ar


provenientes do extremo sul do continente e da região equatorial atingem o Estado
frequentemente. As precipitações que atingem o Estado são de origem orográfica e ciclônica.
As chuvas são de longa duração e de baixa a média intensidade. As influências de sistema
atmosférico frontal são de frentes frias de origem polar. As influências de sistema atmosférico
não frontal são originadas de frentes quentes e úmidas oriundas da região equatorial
(Amazônia) (MOREIRA, 1999; MOREIRA, 2002).
Durante o verão, é comum a ocorrência do fenômeno zonas de convergência do
Atlântico Sul (ZCAS). Este fenômeno é gerado por zonas de baixa pressão atmosférica no
Oceano Atlântico, que acumulam grande quantidade de nuvens. Quando combinado com os
sistemas ciclônicos, ele gera grandes volumes de precipitações (MOREIRA, 1999).
A ocorrência de precipitações convectivas, de alta intensidade e curta duração, de
pequeno alcance espacial, produz eventos de chuva erosivos de magnitude considerável nas
regiões mais quentes e úmidas (MOREIRA, 2002).
A variabilidade climática do Estado é resultado da localização, extensão territorial
e altitude, e estes fatores, unidos, refletem no comportamento pluvial, principalmente na
quantidade de chuvas (MELLO, SILVA, 2009, p. 69).
Durante a influência do fenômeno La Niña muitas regiões de Minas Gerais sofrem
alteração no seu ciclo de precipitações. No Triângulo Mineiro ocorre o atraso do início da
estação chuvosa. No extremo norte as chuvas ficam acima da média e no extremo sul, abaixo
da média, nos meses de setembro a novembro (MINUZI et al., 2007, p. 348-350).

4.1.2 Processo de Análise de Risco

A análise de risco estabelece critérios para os dois parâmetros universais: a


probabilidade e o impacto. O cruzamento destes dois parâmetros tem como resultado uma
Matriz de Riscos que apontará o grau de criticidade dos riscos avaliados (ABNT, 2009).
O pelotão destacado de Bombeiros não é instalado para atuação em apenas um
município. A instalação do pelotão busca proteger um grupo de municípios e cidades. Para a
55

definição da demanda de serviço de bombeiros num grupo de municípios, que podem


apresentar características distintas será necessária à análise regional dos dados.
A análise regional tem como princípio a agregação de pontos com informações
semelhantes de um fenômeno, para o tratamento conjunto das regiões de comportamento
homogêneo e ajuste do modelo de regressão da variável estudada (CARVALHO, 2007, p. 11).
Em situações com múltiplos critérios para identificação de prioridades que
auxiliem na tomada de decisão, a metodologia mais eficiente é aquela que homogeneíza os
critérios de forma ordenada (ANTONELLO, 2008).

4.2 OUTRAS DEMANDAS

Além das ocorrências o Pelotão, por ser uma estrutura autônoma que representa o
Corpo de Bombeiros na localidade, possui demanda de realizar projetos sociais em nome do
Estado, prevenir sinistros, treinar seu militares e gerenciar os militares, viaturas,
equipamentos e materiais que estão em sua responsabilidade.

4.2.1 Projetos Sociais

Os projetos sociais são canais de recepção e respostas das demandas e


necessidades dos cidadãos para garantir o acesso efetivo aos bens, serviços e riquezas da
sociedade (ÁVILA, 2001).
A realização de projetos sociais está vinculada ao cenário onde está instalado ou
pretende-se instalar o projeto social, deve levar em consideração a necessidade de intervenção
de política pública no enfrentamento de problemas sociais (CURY, 2001).
O Instituto ETHOS19 conceitua a Responsabilidade Social como:
“A Responsabilidade Social é a forma de gestão que se define pela relação ética e
transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo
estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento
sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para gerações

19
Disponível em: <http://www1.ethos.org.br/EthosWeb/pt/29/o_que_e_rse/o_que_e_rse.aspx>. Acesso em: 27
set. 2010.
56

futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades


sociais.”

No Corpo de Bombeiros, existem projetos sociais de divulgação de ações,


informação à população e difusão de serviços, tais como: participação nas campanhas do
“Natal sem Fome”, “BH Solidária” e “Agasalhe BH”; palestra em escola e associações
comunitárias; Projeto Bombeiros nas Escolas; Projeto Bombeiros Mirins; Programa de
aleitamento materno “Amigos do Peito” (TERRA, 2005).
Em pesquisa aos anúncios e diagnóstico feito pela Seção de Comunicação
Organizacional do Estado-Maior do CBMMG, verificou-se que os Pelotões destacados
buscam realizar projetos e ações sociais de aproximação com a comunidade. Aqueles que não
realizam projetos se justificam pela falta de efetivo (GRÁFICO 4).

Cursos para
a
Comunidade
8%
Sem projetos
executados Bombeiro
35% Mirim
26%

Golfinho e
Prodinata
Bombeiros
9%
nas Escolas
22%

GRÁFICO 4 – Realização de Projetos Sociais nos Pelotões Destacados do CBMMG. Fonte: EMBM5, 2010.

4.2.2 Atividades Preventivas

As atividades preventivas do CBMMG são relativas à redução dos riscos de


incêndios, acidentes e pânico, na população dos municípios da área de atuação do Pelotão.
57

4.2.2.1 Prevenção contra incêndio e pânico

Por força de lei, o Corpo de Bombeiros deve garantir a prevenção e o combate ao


incêndio e pânico no Estado. Assim, edificações precisam ser vistorias e licenciadas, bem
como eventos temporários. Por definição na corporação Autos de Vistoria do Corpo de
Bombeiros devem ser emitidos para todas as edificações que se destinem ao uso coletivo, em
especial as edificações com mais de 200 metros quadrados de área construída.
O Auto de Vistorias do Corpo de Bombeiros tem validade de três anos para os
locais de reunião de público e cinco anos para as demais ocupações, com exceção das
construções provisórias que possuem prazo de validade de seis meses. Logo, as equipes de
vistorias precisam visitar um grupo de edificações por dia para fiscalizar a situação de
liberação da edificação, além das vistorias referentes a solicitações de regularização.

4.2.2.2 Prevenção de acidentes diversos

As atividades de prevenção de acidentes de trânsito, em especial as envolvendo


motoboys, devem utilizar ações específicas, multidisciplinares e multisetoriais que
reconheçam a importância do meio na ocorrência de acidentes. As ações de autocuidado dos
motoboys não são eficientes. O planejamento dessas ações preventivas deve considerar todos
os agentes e fatores que influenciam no comportamento arriscado dos motoboys
(VERONESE, OLIVEIRA, 2006, p. 2720).
Eventos externos, como quedas acidentais, ataques efetuados por cães e acidentes
com cliclistas não são considerados prioridades de saúde pública nos EUA, mas chamam
atenção para a necessidade de conhecimento da extensão real do problema no Brasil e
servirão para o planejamento de ações preventivas (MESQUITA FILHO, MELLO JORGE,
2007, p. 590).
Os acidentes domésticos que ocorrem principalmente com crianças e idosos são
passíveis de prevenção por intermédio da orientação familiar. Os estados e municípios
deverão realizar ações sistemáticas de sensibilização para a prevenção de acidentes e de
violências, adequadas à cultura local (BRASIL, 2001).
58

Programas de prevenção são efetivos quando aumentam os fatores de proteção 20 e,


simultaneamente, diminuem os fatores de risco de surgimento de problemas futuros. Essa
mudança é verificada no aumento de comportamentos positivos das pessoas ou aspectos do
ambiente que ou aumentem a possibilidade de resultados positivos ou que enfraqueçam a
probabilidade de resultados negativos (SILVEIRA, SILVARES, MARTON, 2003).

4.2.3 Treinamento de tropa

Empresas Públicas ou privadas investem em programas de treinamento buscando


a preparação e melhoria do desempenho de seus funcionários e garantir resposta com alto
nível de produtividade e qualidade. Nas instituições militares além do conhecimento técnico,
a manutenção do vigor físico complementa a capacitação do profissional para enfrentar a
realidade do serviço (PIMENTA, 2003, p. 26).
O treinamento de tropa do CBMMG é regulado por meio de resolução 21 assinada
pelo Comando-Geral e estipula a necessidade de realização do treinamento físico e
treinamento técnico para todos os militares da corporação com a exigência de realização de
testes avaliativos de desempenho anuais.
O treinamento técnico pode ser realizado de forma modular, por recolhimento ou
ao longo dos períodos de serviço. A determinação existente na Resolução nº 255 de 02 de jul.
de 2007 é de 120 horas aulas para as atividades típicas necessárias aos militares, mais 20
horas aulas de instrução de tiro, além da necessidade de atividade física regular.

4.2.4 Tarefas Administrativas

Para se definir a quantidade de pessoas necessárias na execução de um processo é


necessário definir as etapas que compõem este processo, a ordem das etapas, a existência de
funções especializadas dentro processo e quantas etapas podem ser efetuadas por cada pessoa

20
Os fatores de proteção são recursos pessoais ou sociais que atenuam ou neutralizam o impacto do risco
(EISENSTEIN, SOUZA, 1993).
21
Resolução nº 255 de 02 de jul. de 2007 - Especifica o Treinamento Profissional no CBMMG e Revoga a
Resolução nº 70, de 15 de abr. de 2002.
59

(LEÃO et al., 2002).


Existem demandas administrativas que o Pelotão possui para cumprir sua missão
institucional como fração do Corpo de Bombeiros. Entre estas demandas estão: confecção e
manutenção de planos e cartas de situação da área de articulação da Fração, controle e
emprego de recurso pessoal e logístico, administração de materiais e da reposição deste, além
das funções de acompanhador de convênios firmados com as prefeituras locais.
A Diretriz de Coordenação e Controle22 do Corpo de Bombeiros Militar de Minas
Gerais prevê ações de coordenação e controle a todos os militares que executam função de
comando, aqui entendido, também o Comandante do Pelotão. Assim, além das demandas
administrativas citadas anteriormente, os Comandantes de Pelotões devem cumprir as funções
definidas a seguir:
3.1 Coordenação
É o ato ou efeito de harmonizar as atividades da Corporação, conjugando-se os
esforços necessários às realizações dos seus objetivos e da missão institucional. É
realizada vertical e horizontalmente em todos os níveis da estrutura organizacional
da Corporação.

3.2 Controle
É o acompanhamento das atividades da Corporação, por todos os que exercem
comando, chefia ou direção, de forma a assegurar o recebimento, a compreensão e o
cumprimento das decisões do escalão superior, pela Unidade considerada,
possibilitando, ainda, identificar e corrigir desvios. (CBMMG, 2002)

4.2.4.1 Administração de materiais

Por administração de materiais entende-se a gestão de artigos que essenciais à


produção de serviço (MESSIAS, 1976). Assim a gestão da movimentação e da armazenagem
dos materiais existentes na carga do Pelotão permite às equipes que estão prestando o
atendimento na rua o suporte logístico.
O desafio do almoxarife é saber quando e quanto repuser de cada material e
quanto manter no estoque de segurança. O crescente número de itens de diferentes
características e padrões de demanda aumenta a complexidade da administração de materiais,
devido à necessidade de controle diferenciado (SANTOS, RODRIGUES, 2006).
A falta de auxiliar no desempenho desta função pode ocasionar o funcionamento
deficitário, provocando o atraso de documentos, de procedimentos e de processos, ou mesmo,

22
Resolução nº 69, de 15 de abr. de 2002 - Aprova a Diretriz de Coordenação e Controle do Corpo de
Bombeiros Militar de Minas Gerais.
60

o comprometimento de serviços (SILVA, 2000).


Em Batalhões, o Chefe da Seção de Apoio Operacional é um militar com função
de agente de atividade que possui auxiliares das alas operacionais, porém no Pelotão, devido
ao efetivo reduzido tal função é exercida como encargo de um militar da confiança do
Comandante do Pelotão.

4.2.4.2 Secretaria e auxiliar de pessoal

Outro tipo de demanda é a função de secretário e auxiliar de pessoal. Esta função


é primordial ao Pelotão, uma vez que garante a tramitação das documentações intra e extra
Pelotão. A demanda desta função é verificada no acionamento da administração sobre os
direitos dos militares do serviço operacional quanto a férias, licenças, promoções, inscrições,
entre outras existentes na Corporação. Verifica-se demanda também no controle das Fichas
Individuais de Treinamento, repasse de ordens e recebimentos de solicitações da sociedade
local.
A Classificação Brasileira de Ocupações (BRASIL, 2002) define as funções do
Auxiliar administrativo e do secretário como:
Auxiliar Administrativo
Descrição sumária
Executam serviços de apoio nas áreas de recursos humanos, administração, finanças
e logística; atendem fornecedores e clientes, fornecendo e recebendo informações
sobre produtos e serviços; tratam de documentos variados, cumprindo todo o
procedimento necessário referente aos mesmos; preparam relatórios e planilhas;
executam serviços gerais de escritórios.

Técnico em secretariado
Transformam a linguagem oral em escrita, registrando falas em sinais,
decodificando-os em texto; revisam textos e documentos; organizam as atividades
gerais da área e assessoram o seu desenvolvimento; coordenam a execução de
tarefas; redigem textos e comunicam-se, oralmente e por escrito.

Assim, entende-se que, diante das demandas previstas para o Comandante do


Pelotão, seja primordial a existência de um militar auxiliando no controle das demandas
referentes à pessoal e secretariado da fração. Isso em razão da definição das funções,
conforme previsto na Classificação Brasileira de Ocupações, e por garantir ao Comandante da
Fração tranquilidade para executar suas missões de coordenação e controle.
61

5 METODOLOGIA

O presente trabalho foi desenvolvido utilizando uma metodologia de natureza de


pesquisa aplicada, com objetivo de abordagem exploratório-descritiva. A classificação foi
realizada com base na teoria de Jung (2003), por se tratar do desenvolvimento de uma nova
metodologia de definição de efetivo para um Pelotão destacado de Bombeiros, que busca
conhecer a realidade de uma Fração de Bombeiros, da localidade onde está instalada e da
forma de melhor atender à demanda de atuação existente, dentro da missão constitucional do
Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.

5.1 TIPOS DE PESQUISA

Entende-se que a presente pesquisa buscará inovar o processo de definição de


efetivo no CBMMG, diante da demanda de novas Frações que precisam ser instaladas e da
busca de números eficientes de militares que atendam à missão existente no Pelotão. Assim a
pesquisa foi estruturada no seguinte conceito:
“A pesquisa aplicada tem como objetivo alcançar a inovação de um [...] processo,
frente a uma demanda ou necessidade preestabelecida.” (JUNG, 2003, p. 120)

5.1.1 Pesquisa bibliográfica

A busca na literatura por conhecimentos que mostrem novos caminhos a se trilhar


permitirá a descoberta de uma nova metodologia que seja consistente, atenda a critérios
estudados e avaliados e que permita o aprofundamento no tema. Conforme definido no
conceito a seguir, será utilizada a pesquisa bibliográfica:
“A pesquisa bibliográfica tem por finalidade conhecer as diferentes formas de
contribuição científica que se realizam sobre determinado assunto ou fenômeno.”
(JUNG, 2003, p. 128)
62

5.1.2 Pesquisa operacional

Por se tratar de uma inovação dentro da Corporação, acredita-se que as


ferramentas devem apresentar soluções aos problemas complexos que facilitem a tomada de
decisão por parte do Comando. Dessa forma um dos processos utilizados será a pesquisa
Operacional, definida a seguir:
“A finalidade da pesquisa operacional é o desenvolvimento de métodos e técnicas
para a solução de problemas complexos e para a tomada de decisões.” (JUNG, 2003,
p. 131)

5.1.3 Estudo de caso

O funcionamento do Pelotão de Bombeiros possui muitas características e


parâmetros próprios, que precisam ser estudados para definição do efetivo. Assim optou-se
pelo Estudo de caso, calcado no conceito a seguir:
“O estudo de caso é amplamente utilizado no levantamento das características e
parâmetros de funcionamento ou operação de sistemas e processos.” (JUNG, 2003,
p. 132)

5.2 MÉTODO PROPOSTO

A definição de efetivo de um Pelotão de Bombeiros exige avaliação de muitas


variáveis e consideração de muitas possibilidades de emprego do efetivo e recursos.
O método proposto tem como objetivo dimensionar o número de bombeiros
necessário para atender às demandas administrativas e operacionais de um Pelotão destacado
de Bombeiros. Esse método se caracteriza por um modelo subdividido em etapas: previsão,
simulação e alocação.
As etapas se integram pelos dados de entrada e saída. A análise obtida na previsão
de demanda subsidiará os dados para a simulação, que definirá, por sua vez, a necessidade de
alocação dos recursos.
63

5.2.1 Etapa de previsão

A primeira etapa é a de previsão, onde serão verificadas as ocorrências rotineiras


existentes numa localidade, bem como o volume de serviço administrativo existente no
Pelotão. São utilizados modelos matemáticos e algumas variáveis que possam interferir nos
cálculos, além da inferência qualitativa em cima dos dados obtidos dentro dos vários setores
da Corporação.
Analisa-se o volume dos atendimentos e classificam-se os mais expressivos. O
método utilizado para essa avaliação será o Método ABC, descrito no item 3.2.1 do capítulo 3
do presente trabalho. Com esse método será possível identificar o pequeno grupo de
ocorrências responsável por oitenta por cento dos deslocamentos de viaturas.

5.2.1.1 Demanda de atendimento a ocorrências

As naturezas identificadas serão agrupadas por necessidade de viatura e equipe


para deslocar, o que permitirá avaliar a demanda de ocorrência para cada tipo de viatura. O
período de coleta será mensal, com o horizonte de previsão de doze meses e o intervalo de
previsão será anual. De posse desses dados, serão realizadas análises gráficas e estatísticas
para verificar a existência de um padrão que possa ser reconhecido e início da etapa de
simulação.

5.2.1.2 Demanda administrativa de produção e gestão

Para a previsão de demandas administrativas serão utilizados os dados obtidos no


Centro de Atividades Técnicas do Corpo de Bombeiros, bem como a análise da quantidade de
anúncios e controles existentes no Pelotão que o tornam uma unidade com demanda
administrativa.
64

5.2.2 Etapa de simulação

A segunda etapa, a simulação, levará em consideração os dois tipos de serviço


existentes no Pelotão destacado: o atendimento a ocorrências e as demandas administrativas.
Para isso serão avaliados: o tempo resposta médio existente nos Pelotões de Bombeiros, os
horários de pico de ocorrências, os períodos de sazonalidade, a produção de documentos e as
demandas de gestão administrativa. Como resultado, espera-se obter o processo de
atendimento a ocorrências e de tramitação de documentos no Pelotão.

5.2.2.1 Atendimento a ocorrências

Na etapa de simulação, serão delimitadas as seguintes informações: tipo de


atividade, tempo de execução, tempo de deslocamento, prioridade de atendimento, horários de
atendimento, número de equipes, tempo médio de atendimento e região da ocorrência.

5.2.2.2 Serviço administrativo

O fluxograma é uma das ferramentas mais usuais para se descrever o


funcionamento de um sistema (MAGRO, 2003, p. 49). Definido o fluxograma de serviços,
serão identificados os “gargalos” existentes na administração de uma Fração Destacada que
possam estipular a necessidade de militares no reforço administrativo.

5.2.3 Etapa de alocação

A etapa de simulação estipula a quantidade de equipes necessárias por hora. Na


etapa de alocação será definida a quantidade de equipes por dia, semana e mês, chegando-se
assim ao efetivo necessário no Pelotão.
65

Para a alocação das equipes será utilizada uma programação linear que facilitará a
tomada de decisão. O objetivo é reduzir o número de equipes e dinamizar o atendimento,
assim, será analisado o tempo de atendimento em virtude do número de equipes.
A proposta idealizada na etapa de simulação será avaliada em ferramenta Solver
do aplicativo Microsoft Excel®. O Aplicativo emite um relatório de programação linear que
permitirá obter o número de equipes para cumprir a exigência prevista na etapa de simulação
(FIGURA 4).

FIGURA 4 – Programação linear realizada no Microsoft Excel® com a ferramenta Solver.

O incremento neste método em relação ao proposto por Magro (2003) para a


definição de equipes de serviço de manutenção em redes elétricas, e a utilização do índice de
segurança técnica, que julga a necessidade de aumento das equipes para manter o nível de
atendimento quando ocorrerem férias, licenças e outros tipos de afastamentos.
Na alocação de equipe administrativa, será verificada a necessidade de militares
nas etapas de serviços internos do Pelotão, dentro das funções de coordenação e controle do
Comandante do Pelotão e das demais demandas de gestão de pessoal e logística.
66

5.3 DELIMITAÇÕES DO TRABALHO

Baseado na metodologia proposta por Magro (2003) no dimensionamento de


equipes de manutenção em redes de energia elétrica, o presente trabalho terá sua abrangência
limitada a:
a) A pesquisa bibliográfica limitou-se a relatórios oficiais, normas, artigos, monografias,
dissertações e teses, relacionadas ao tema, disponíveis na internet nas línguas brasileira e
inglesa, com consulta a trechos de livros de renomados autores citados nos artigos
consultados. Foram pesquisadas, também, normas internas e monografias da corporação que
se aplicassem ao tema.
b) A pesquisa operacional apoiou-se em formulações matemáticas utilizadas no
dimensionamento de equipes e cálculo de demanda, sem utilização de software devido à falta
de disponibilidade de sistema específico.
c) O estudo não incluiu análise financeira do investimento necessário para a implementação
do dimensionamento proposto.
d) O estudo de caso, voltado à avaliação da metodologia proposta, analisará apenas o Pelotão
destacado de Araguari, por concentrar todas as informações acreditadas necessárias para
avaliação, demonstrar o atendimento do Corpo de Bombeiros na localidade e servir de base
para proposição de outros estudos.
67

6 RESULTADOS

Neste capítulo serão apresentados os cálculos que foram detalhados na


metodologia sobre os processos de previsão de serviços, simulação e alocação de equipes.

6.1 CÁLCULO DE DEMANDA

Para o cálculo de demanda serão demonstrados os fatores existentes na localidade


que afetam a tendência de ocorrências que serão atendidas pelo Pelotão, o cálculo da demanda
operacional e a demanda de serviços administrativos.

6.1.1 Análise da localidade

Na análise da localidade será avaliado a dimensão da cidade de Araguari e suas


informações, a estrutura do Pelotão de Araguari e como é realizado o atendimento às vítimas
pela equipes operacionais.

6.1.1.1 O município de Araguari

Araguari encontra-se localizado na região do Triângulo, no Estado de Minas


Gerais, limitando-se ao norte com os municípios de Corumbaíba - GO, Anhanguera - GO e
Catalão - GO. Ao sul com Indianópolis - MG e Uberlândia - MG. Ao leste com Cascalho
Rico - MG e Estrela do Sul - MG, e a oeste com Tupaciguara - MG e Uberlândia - MG.
Araguari apresenta um território pouco acidentado, com características do planalto
central, constituído por chapadões planos ou ondulados, sulcados por vales pluviais
relativamente profundos. A vegetação predominante é o do tipo cerrado, em sua maioria
composta por vegetação rasteira e uma pequena parcela de floresta tropical. O solo varia entre
68

o argil-arenoso, utilizado na maioria para o plantio do café de cerrado, e o vermelho/amarelo,


utilizado na cultura do maracujá, tomate e outros. O clima do município é tropical chuvoso,
caracterizando-se pelo inverno seco, quando a temperatura média gira em torno de 18ºC, com
índice pluviométrico anual de 1.484mm.
Na divisa com o Estado de Goiás há duas hidrelétricas de grande porte no rio
Paranaíba, a de Itumbiara, propriedade de Furnas e a de Emborcação da CEMIG. Entre os
municípios de Indianópolis e Uberlândia existe a Usina de Miranda, no rio Araguari, existe
ainda a previsão de até no final do ano a construção de mais duas usinas, a de Capim Branco I
e II. Portanto, trata-se de uma área circundada por grandes lagos e pontos sensíveis, onde é
uma constância a ocorrência de sinistros, principalmente afogamentos.
O município possui mais de 100 cachoeiras naturais, grutas, áreas de mata virgem
e reservas ecológicas intactas com fauna e flora exuberantes, parques temáticos distribuídos
por 10 clubes de lazer com belos salões sociais, piscinas, saunas, áreas desportivas e um
ginásio esportivo com piso flutuante, sem contar que a água de Araguari é considerada uma
das de melhor qualidade e sabor de todo o país. Outra excelente opção de lazer e descanso é o
bosque John Kennedy. São 112 mil m² de área verde. Tudo isto dentro do perímetro urbano.
Araguari conta com um parque industrial diversificado, centralizando suas
operações em indústrias metalúrgicas (caldeiraria, refrigeração e fundições) e agroindústria
(frigoríficos e sucos), contando com uma infraestrutura de transporte para diversos tipos de
carga, bem como diversas empresas de armazenamentos (grãos, cargas secas e refrigeradas).
A cidade de Araguari, conta com um setor comercial atuante, incluindo lojas,
magazines, supermercados, etc., somando um total de 2.034 estabelecimentos comerciais, 990
empresas de serviços e 522 indústrias, devidamente cadastradas, que contribuem para a
arrecadação do município, ligado a estes setores a cidade conta ainda com um grande número
de pequenos estabelecimentos na economia informal.
As rodovias que servem ao município oferecem uma perfeita integração com a
malha ferroviária, possibilitando o acesso aos portos do Rio de Janeiro, Santos, Angra dos
Reis, Vitória, Tubarão e Sepetiba. As principais rodovias são: BR-050 (São Paulo – Brasília),
MG-223 (BH-Triângulo Mineiro), MG-413 (Araguari – Goiânia), MG-414 (Araguari-
Distrito do Amanhece), MG-748 (Araguari – B-365, interligando-a com o norte de Minas até
Montes Claros).
Araguari está no entroncamento ferroviário vital para a ligação das áreas
produtoras de Tocantins, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, oferecendo como opções
de escoamento os portos do Rio de Janeiro, Santos, Angra dos Reis, Vitória, Tubarão,
69

Sepetiba. Como opção, por integração com a FEPASA, a FCA (antiga RFFSA), oferece
também o porto de Paranaguá.

6.1.1.2 O Pelotão de Bombeiros em Araguari

O Pelotão de Bombeiros Militar foi instalado na Cidade de Araguari – MG, em 25


de agosto de 1.975, com um efetivo de nove bombeiros. Está instalado na Av. Santos
Dumont, anexo a Cia PM Ind. de Policia Militar, isto, desde 1.976, onde foram realizadas
várias adaptações e construções paliativas, visando acompanhar o crescimento e as
necessidades do Pelotão BM.
A área de atuação do Pelotão abrange os municípios de Araguari, Abadia dos
Dourados, Cascalho Rico, Indianópolis, Douradoquara, Grupiara, Estrela do Sul e Monte
Carmelo, Romaria e Tupaciguara. Perfazendo uma área total de 11.593,30 mil km² (FIGURA
5).

FIGURA 5 – Mapa da articulação do Pelotão de Araguari.

O Pelotão possui hoje um efetivo de 49(quarenta e nove) bombeiros militar e


08(oito) viaturas, que estão detalhadas na TABELA 4.
70

TABELA 4 – Quantidade de viaturas existente no Pelotão de Bombeiros em Araguari


Viaturas Quantidade
Auto Tanque 01
Auto Bomba 01
Auto Salvamento Médio 01
Ambulância- AMO 01
Auto Patrulha de Prevenção 02
Unidade de Resgate 02
Fonte: COB/Div. Adm. 2010.

O maior campo de atuação do Pelotão é a área de prevenção contra incêndios e


salvamento, pois a região concentra grandes rios, tais como: Rio Paranaíba, Rio Araguari, Rio
Jordão e a Represa de Emborcação, Represa de Miranda e dentre em breve com as represas
Capim Branco I e II. Os materiais mais utilizados no Pelotão estão na TABELA 5.

TABELA 5 – Materiais e equipamentos operacionais do Pelotão de Bombeiros em Araguari


Material/equipamentos Quantidade
Barcos 02
Motor de Popa 02
Gerador de Força 01
Bomba de Sucção 01
Cunha Hidráulica 01
Desencarcerador de Vitimas (Lancier) 01
Fonte: COB/Div. Adm. 2010.

6.1.1.3 O atendimento a vítimas pelo Pelotão de Araguari

Inicialmente realizou-se uma análise dos dados registrados pelo Sistema Único de
Saúde, para se avaliar as causas mais frequentes de óbitos na região da articulação do Pelotão
de Araguari, e a sua tendência de aumento de um ano para outro. Por problemas de
consolidação de dados do Ministério da Saúde, já citados anteriormente, somente estavam
disponíveis os dados de 2007 e a estimativa de 208, do que se pode observar no gráfico 3, que
existe uma tendência de crescimento do número de mortes por trauma na região.
De acordo com os dados do DATASUS (2010), na região de Araguari, 46,36%
das causas de morte de trauma em 2007 foram originadas em acidentes de trânsito. Esta
porcentagem aumentou na estimativa de 2008 para 51,51% em se tendo o total de mortes
registradas como referência, o que pode inferir um aumento no peso dos acidentes de trânsito
71

na causa de mortes por trauma.


Outro tipo de trauma que obteve registro percentual considerável em comparação
com os demais foram as mortes por agressão. As agressões, segundo dados do DATASUS
(2010), representaram 23,63% das causas de morte em 2007 e 25,0% em 2008.

35

30

25

20

15

10 Óbitos 2007
Óbitos 2008
5

GRÁFICO 5 – Comparativo entre as mortes registradas no Sistema DATASUS nos municípios da articulação do
Pelotão de Araguari, entre os anos de 2007 e 2008. Fonte: DATASUS, 2010.

Conhecida a tendência registrada no DATASUS (GRÁFICO 5), passou-se a


analisar os atendimentos do Corpo de Bombeiros.

5% 2% 1%

Vítimas Fatais
95% 98% 99%
Vítimas Não Fatais

Salvamento Resgate trauma Resgate Clínico

GRÁFICO 6 – Comparativo percentual de qualidade da resposta do Pelotão de Araguari no atendimento a


vítimas nos anos de 2000 a 2009. Fonte: CINDS, 2010.

No GRÁFICO 6, verifica-se mais de 95,0% das vítimas atendidas pelo CBMMG


foram entregues vivas no hospital.
Diante da avaliação da qualidade do atendimento do CBMMG, realizou-se um
72

paralelo entre os registros do CBMMG e do DATASUS. Foram comparadas as mortes no


local da ocorrência e em ambiente hospitalar. Os dados estão expostos no GRÁFICO 7.

50
45
40
35
30
25
20
15 Óbitos DATASUS
10 Óbitos BM
5
0

GRÁFICO 7 – Comparativo entre os óbitos registrados no local da ocorrência e os óbitos registrados em


ambiente hospitalar no ano de 2007. Fonte: DATASUS, CINDS, 2010.

Surgiram duas hipóteses, conforme revisão na literatura citada anteriormente e


observação dos dados dos GRÁFICO 6 e GRÁFICO 7. A primeira é que existe uma demanda
de ocorrências de trauma que o Corpo de Bombeiros ainda não conseguiu reduzir. E a
segunda é que parte das vítimas que o Corpo de Bombeiros conduziu ao hospital entrou em
óbito posteriormente. Ambas as hipóteses são possíveis e acredita-se que elas somam-se e
suportam a quantidade de registros verificados.

6.1.2 Demanda de ocorrências

As equipes de serviço em Araguari atendem a 93 naturezas de ocorrências,


distribuídas nos grupos de incêndio, salvamento, resgate, defesa civil, prevenção e operações.
Ao se realizar a análise de Pareto serão encontradas as ocorrências mais frequentes e
rotineiras que fazem parte de oitenta por cento das necessidades de deslocamento de equipes
operacionais.
Para a verificação das ocorrências com maior frequência, foram levantadas as
ocorrências atendidas na cidade de Araguari registradas entre os anos de 2000 e 2009, do que
73

se verificou no GRÁFICO 8, que ocorrências de prevenção e resgate estão entre as mais


demandadas.
As duas ocorrências com maior representação (33,87%) são vistorias de
fiscalização e de emissão de Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros. Estas vistorias são
agendadas e não se caracterizam em atendimentos emergenciais. Podem gerar fila de espera,
uma vez que são atendidas por militares especializados, dependem da quantidade de
vistoriadores e viaturas em operação e do sincronismo de agendas entre o responsável pela
edificação e a guarnição.
Em seguida, no ranque de ocorrências mais atendidas, entram as ocorrências de
Resgate, nestas incluídas o trauma e atendimentos clínicos. As ocorrências de trauma
envolvem viaturas de resgate e salvamento, quando existem vítimas presas em ferragens,
locais de difícil acesso ou riscos de explosão e incêndio, como no caso de acidentes de
trânsito ou vítimas de queda. Os atendimentos clínicos são aqueles onde o suporte básico de
vida é utilizado para garantir a chegada do paciente estabilizado à Unidade de saúde ou até a
interceptação por serviço avançado.
As ocorrências que correspondem a vinte por cento dos deslocamentos de viaturas
são para ocorrências de incêndio, fiscalizações, operações preventivas, salvamentos, resgate,
defesa civil, demonstrações e palestras.
74

P 15.001
P 15.003
S 01.023
S 11.099
S 01.019
S 01.020
S 11.007
Y 08.000
S 05.000
I 25.000
S 11.010
S 01.014
S 11.002
P 16.000
P 12.000
S 01.022
I 22.004
P 99.000
S 11.009
S 01.018
S 01.021
S 11.005
S 07.000
S 11.008
S 11.003
Y 02.003
S 99.000
S 11.001
S 06.001
P 15.002
I 01.000
P 14.000
P 18.000
P 11.006
P 04.001
P 11.099
P 05.000
B 99.000
P 11.001
I 22.001
Y 06.002
P 01.000
Y 06.001
S 11.006
I 26.000
P 08.000
S 02.005
Y 02.004
I 22.003
Y 99.000
I 22.002
I 15.001
S 11.004
P 11.002
P 13.000
P 11.005
I 29.000
S 01.024
P 07.001
S 01.025
P 11.003
I 21.004
I 28.000
Y 06.003
I 99.000
B 04.004
B 03.000
S 01.011
I 21.001
I 18.005
B 01.000
S 04.000
Y 03.000
S 01.099
S 01.001
S 01.006
Y 01.099
I 18.099
I 15.007
I 21.002
I 23.004
I 18.001
S 02.010
S 01.007
S 01.005
S 02.003
S 03.005
S 02.012

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00%

GRÁFICO 8 – Frequência anual de naturezas de ocorrências registradas no Pelotão destacado de Araguari entre
2000 e 2009. Fonte: CINDS. 2010.
75

A análise pelo método ABC permite inferir que dezoito tipos de naturezas
concentram oitenta por cento dos deslocamentos de guarnições BM em Araguari, como
descrito na TABELA 6. Destes deslocamentos, doze representam 39,46% do total e são por
causas emergenciais de dano a vida ou ao patrimônio. As demais naturezas se dividem entre
vistorias, que somam 33,87% e operações preventivas, que equivalem a 7,41%.

TABELA 6 – Naturezas que representam 80% das ocorrências atendidas anualmente em


Araguari.
Frequência
Frequência de
Código Descrição da natureza na DIAO Acumulada de
Ocorrência
Ocorrência
P 15.001 Vistoria de fiscalização 17,9306% 17,9306%
P 15.003 Vistoria de liberação 15,9394% 33,8699%
S 01.023 Queda (altura ou da própria altura) 6,9013% 40,7713%
S 11.099 Outras de problemas clínicos 6,6395% 47,4108%
S 01.019 Acidente com motocicleta 4,9037% 52,3145%
S 01.020 Acidente com bicicleta 3,4846% 55,7991%
S 11.007 Convulsão 2,7121% 58,5111%
Y 08.000 Visitas pós-sinistros 2,6474% 61,1585%
S 05.000 Resgate de animais em perigo 2,5181% 63,6766%
I 25.000 Incêndio lote vago 2,4114% 66,0881%
S 11.010 Mal não definido 2,3888% 68,4769%
S 01.014 Resgate de pessoas em veíc. acident. 2,2821% 70,7590%
S 11.002 Distúrbio psiquiátrico 2,1949% 72,9538%
P 16.000 Risco de queda de árvore 1,7132% 74,6671%
P 12.000 Enxame de inseto 1,6583% 76,3253%
S 01.022 Agressão física sem uso de armas 1,5225% 77,8478%
I 22.004 Incêndio campo ou pastos nat. part. 1,5031% 79,3509%
P 99.000 Outras atividades preventivas 1,3932% 80,7441%
Fonte: CINDS, 2010.

Para o levantamento dos dados foram retiradas as ocorrências do grupo “W”, uma
vez que indicam deslocamentos sem atuação, o que não deve ser levado em consideração na
análise da frequência das ocorrências mais atendidas. Essas ocorrências foram, por exemplo:
W 04.000 – Solicitante encontrado, providência dispensada, que obteve 6,08% da frequência
anual de deslocamentos, e W 99.000 – Outras ocorrências administrativas, que obteve 1,08%
da frequência.
Para a previsão de demanda operacional, as naturezas seriam analisadas agrupadas
por categorias: A (80%), B e C (20%). Porém, devido aos grupos de ocorrências serem
agrupados por tipo específico de viatura de atendimento, optou-se por trabalhar
76

individualmente os grupos de incêndio, resgate clínico, resgate de trauma, salvamento, defesa


civil e vistorias (GRÁFICO 9).

Incêndios
6%
Prevenção
6%
Resgate Clínico
18% Salvamento Operações e
5% treinamento
4%

Resgate Trauma Outra


20% 9%
Administrativas
4%

Típicas de Bombeiro
Vistorias 1%
36% Defesa Civil
0%

GRÁFICO 9 – Representatividade dos grupos de naturezas de ocorrências atendidas pelo Pelotão destacado de
Araguari. Fonte: CINDS, 2010.

No GRÁFICO 9, observa-se a representatividade das ocorrências por grupo de


natureza. As ocorrências de resgate foram divididas entre trauma e casos clínicos por causa do
seu atendimento, pois nos casos de trauma, na maioria das vezes se deslocam mais de uma
viatura para o atendimento.
A análise por grupo para previsão de demanda foi realizado com base nos dados
de ocorrências registradas entre 2002 e 2007 para ter uma margem confiável e permitir
comparação com os dados do anuário de 2008 e 2009 para verificar a acurácia da previsão.
Após a definição das médias mensais de ocorrências registradas, realizou-se uma
formulação de regressões lineares e regressões polinomiais para identificar aquelas que
apontam maior grau de acurácia. Este grau da acurácia foi obtido pelo cálculo do coeficiente
de determinação da curva (R²).
77

TABELA 7 – Média mensal de ocorrências registradas por grupo de naturezas entre os anos
de 2002 e 2007 no Pelotão de Araguari
Resgate Resgate
Período Vistoria Incêndio Prevenção Salvamento
Trauma Clinico
2002 141,0833 48,0833 38,2500 41,6667 22,3333 21,7500
2003 217,8333 74,5000 80,6667 31,0000 21,1667 20,6667
2004 257,5000 89,4167 86,0833 24,8333 25,1667 20,8333
2005 169,6667 109,0000 90,9167 17,2500 31,1667 22,9167
2006 132,1667 116,5833 96,4167 18,0000 33,2500 26,3333
2007 95,6667 124,6667 108,5000 32,6667 32,0833 30,9167
Fonte: CINDS, 2010.

Os dados da TABELA 7 serão detalhados nas seções seguintes de forma a obter


informações específicas do comportamento ao longo do ano, o que permitirá obter as médias
mensais de cada grupo.

6.1.2.1 Vistorias

Conforme a Diretriz Integrada de Ações e Operações do Sistema Integrado de


Defesa Social, DIAO, aprovada em resolução23 conjunta da Secretaria de estado de Defesa
Social de Minas Gerais, vistorias são conceituadas como:
P 01.000 – Vistorias
Nesta classe enquadram-se as ações e intervenções do Corpo de Bombeiros, por
meio de Patrulhas de Prevenção, Guarnições de Salvamento ou Guarnições de
Combate a Incêndio, visando fiscalizar, constatar e aprovar as condições dos
sistemas ou meios de prevenção de edificações e estabelecimentos, a condição de
sistema público de hidrantes, situação de risco de incêndio em lotes vagos e risco de
desabamento de edificações diversas, ou deslizamento/ escorregamento de taludes,
conforme normas vigentes adotadas pelo CBMMG para evitar o sinistro ou limitar
suas proporções, preservando vidas e bens ou diminuindo as consequências adversas
provenientes de situações anormais. (SEDS, 2010)

As vistorias se dividem entre vistoria de fiscalização, de emissão de AVCB, em


hidrantes, de risco de queda de árvore e de orientação. As vistorias de fiscalização são
realizadas mediante iniciativa do Serviço de Segurança para verificação da situação dos meios
preventivos instalados numa edificação.

23
Resolução conjunta nº 055/08, 24 de jun. de 2008 - Institui a Diretriz Integrada de Ações e Operações do
Sistema de Defesa Social de Minas Gerais (DIAO)
78

As vistorias de emissão de AVCB e de corte de árvores são realizadas mediante


solicitação da sociedade, para licenciamento de edificação, no caso do AVCB, e verificação
de risco iminente de queda de árvore, quando da necessidade de corte.
As vistorias em hidrantes são realizadas pelas guarnições de combate a incêndio
no retorno de ocorrências para averiguar a situação de funcionamento de hidrantes públicos.
As vistorias de orientação são realizadas em semanas de comemorações na Corporação como
parte de operações preventivas.
Para a previsão de tendência média anual, verifica-se que o coeficiente de
determinação (R²) permite a utilização dos índices obtidos na regressão polinomial, porém,
como as ocorrências são de iniciativa do Serviço de Segurança do Pelotão, com a demanda de
entrada de projetos, os valores podem não ser aplicados (GRÁFICO 10).

300

250

200

150 Série1
Polinômio (Série1)
100

50
y = -3,0445x2 + 33,787x + 114,28
R² = 0,703
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

GRÁFICO 10 – Regressão polinomial para previsão de ocorrências do grupo vistorias com base nos registros
históricos. Fonte: CINDS, 2010.

Outro fator observado, na análise, é que existe uma tendência de aumento destas
ocorrências no primeiro semestre do ano, com queda considerada no final do ano. Ao
considerar a iniciativa do Serviço de Segurança para a realização das ocorrências de
fiscalização, poderá se redefinir esta curva com o planejamento de metas de números de
ocorrências de fiscalização mensal para normalizar a curva e permitir uma aplicação da
quantidade de edificações vistoriadas no ano.
79

6.1.2.2 Resgate de trauma

A DIAO conceitua as ações de resgate de trauma como:


S 03.000 – Atendimento Pré-hospitalar em acidentes (trauma)
Nesta classe serão registradas as intervenções de guarnições de Bombeiros pela
necessidade de se realizar atendimento pré-hospitalar de pessoas (vítimas não fatais)
que sofreram algum tipo de acidente que causou traumatismo. (SEDS, 2010)

As ocorrências de resgate de trauma são aquelas relacionadas a acidentes de


trânsito, agressões, danos por causas externas. Normalmente, nos acidentes de trânsito existe
o empenho de viaturas policiais para o registro das situações criminais adjacentes ao fato
verificado.
Para a previsão de tendência média anual, verifica-se que o coeficiente de
determinação (R²) permite a utilização dos índices obtidos na regressão polinomial. A curva
gerada na regressão, no GRÁFICO 11, mostra uma tendência linear de aumento de registros
no segundo semestre.

120

100

80

60 Série1
Polinômio (Série1)
40

20 y = 0,1342x2 + 0,0783x + 85,928


R² = 0,6036
0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

GRÁFICO 11 - Regressão polinomial para previsão de ocorrências da classe de resgate, subclasse trauma, com
base nos registros históricos. Fonte: CINDS, 2010.

Sabe-se que, sazonalmente, no carnaval, férias de meio de ano e final do ano


existem acréscimos nos fluxos de veículos que promovem uma tendência de aumento Porém,
como nem todas as ocorrências de trânsito geradas, são atendidas pelo CBMMG, entendeu-se
necessário verificar a existência de uma demanda reprimida neste grupo de ocorrências para a
definição.
Nas ocorrências onde não são acionados os serviços do Corpo de Bombeiros, a
Polícia Militar é acionada e resolve a situação de forma a isolar o local, organizar o trânsito,
80

acionar perícia.
Pode-se acreditar que toda ocorrência de trânsito possua o acionamento policial,
mas não se garante o acionamento do Corpo de Bombeiros, sendo verificado que quando este
acionamento do CBMMG ocorre, a viatura de resgate pode estar empenhada em outro
acionamento, pois, normalmente, é escalada somente uma equipe de resgate por dia.
Diante dessa situação, inferiram-se os atendimentos realizados pelo CBMMG e
pela Polícia Militar em Araguari para tentar se identificar uma demanda reprimida de
ocorrências de trânsito entre as corporações, que será verificada no GRÁFICO 12.
Para a análise foram utilizados os registros da PMMG com vítimas feridas em
acidentes de trânsito rodoviário e urbano, excetuando-se as ocorrências com vítimas fatais
encontradas no local, que, por si, já se torna um critério de exclusão do acionamento do
CBMMG.

1200

1000

800

600 PMMG
CBMMG
400

200

0
2005 2006 2007

GRÁFICO 12 – Previsão de demanda reprimida entre as ocorrências de trânsito urbano e rodoviário atendidas
pelo CBMMG e a PMMG nos municípios da articulação do Pelotão de Araguari entre os anos de 2005 e 2007.
Fonte: CINDS, 2010.

Após análise do gráfico verificou-se que 30,0% das ocorrências de acidente de


trânsito registradas pela Polícia Militar nos Municípios de Araguari, Abadia dos Dourados,
Cascalho Rico, Indianópolis, Douradoquara, Grupiara, Estrela do Sul e Monte Carmelo,
Romaria e Tupaciguara, não são atendidas pelo Corpo de Bombeiros. Assim, para se estimar o
número de ocorrências de trânsito, é necessário considerar a demanda em relação aos registros
da Polícia Militar.
Alternativa para reduzir esta diferença de registros será a colocação de uma
segunda Unidade de Resgate atuando no Pelotão, além de estruturação de via de comunicação
operacional entre as corporações para ampliar a circulação de informações operacionais.
81

6.1.2.3 Resgate clínico

A DIAO conceitua o atendimento clínico de resgate como:


S 02.000 – Atendimento Pré-hospitalar Clínico
Caracteriza-se pela necessidade de se realizar atendimento pré-hospitalar de pessoas
(vítimas não fatais) que apresentam quadro clínico alterado que comprometa o
suporte à vida, porém não seja oriundo de trauma sofrido. (SEDS, 2010)

As ocorrências de atendimento clínico de resgate são aquelas nas quais a


guarnição é empenhada para problemas de origem interna no paciente. São alterações mais
comuns são parada cardiorrespiratória, síncope (desmaio), convulsão e outras identificadas
por meio de diagnóstico ambulatorial.
Não existe na literatura uma definição de fatores que influenciem no aumento
destes tipos de atendimentos para ser usado na previsão de demanda. Os fatores descritos são
relacionados à predominância de grupos suscetíveis a certos tipos de doenças em virtude do
estilo de vida, fatores genéticos ou contaminações. Para tal definição seria necessária uma
pesquisa específica em cada município, o que deve ser objeto de outros estudos.
Na previsão de tendência média anual, verifica-se que o coeficiente de
determinação (R²) permite a utilização dos índices obtidos na regressão polinomial encontrada
no GRÁFICO 13, do qual se infere uma tendência de aumento de registros no segundo
semestre.

120

100

80

60 Série1
Polinômio (Série1)
40
y = 0,3069x2 - 1,7701x + 78,356
20 R² = 0,6874

0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

GRÁFICO 13 - Regressão polinomial para previsão de ocorrências da classe de resgate, subclasse atendimentos
clínicos, com base nos registros históricos. Fonte: CINDS, 2010.
82

6.1.2.4 Salvamento

As ocorrências de salvamento são conceituadas na DIAO como:


2.3.4 - Grupo S 00.000 - Referente à busca e salvamento
Neste grupo enquadram-se as atividades e intervenções do Corpo de Bombeiros
exercidas preferencialmente pelas guarnições de Salvamento ou resgate, relativas a
busca e salvamento, nas quais, tanto pessoas quanto bens (quando for o caso), são
objetos de atuação de bombeiro [...]. (SEDS, 2010)

O salvamento pode se subdividir em classes conforme o local de atuação


(Aquático, em Altura, Terrestre) ou as especificidades de serviço (busca, resgate, captura).
Nesta análise serão avaliadas ações de salvamento (excetuadas as de APH, pela
especificidade) devido à representatividade delas na quantidade de atendimentos prestados no
Pelotão.
Das ocorrências de salvamento, as de afogamento possuem fatores influenciadores
como presença de balneários e épocas de altas temperaturas, que já foram tratados
anteriormente. As demais ocorrências precisam ser estudadas separadamente para se entender
o tamanho da variação e os fatores que influenciam tais fenômenos.
Acredita-se que a redução do registro de mortes por afogamento esteja na
realização de operações de prevenção aquática nos balneários da região, embora não existam
confirmações de como este método seja eficiente, ou como torná-lo eficiente. O que se sabe é
que a operação de veranico é o método mais utilizado.
Para a previsão da tendência média anual de necessidade de ações de salvamento,
elaborou-se uma regressão polinomial, onde se escolheu uma equação de quarta ordem, pela
análise visual do GRÁFICO 14, e verifica-se que o coeficiente de determinação (R²) permite a
utilização dos índices obtidos. A tendência de alta de registros, conforme curva gerada no
GRÁFICO 14, ocorre entre setembro e fevereiro, sendo que nos demais meses existe grande
baixa nos números.
83

35

30

25

20
Série1
15 Polinômio (Série1)

10
y = -0,0078x4 + 0,1686x3 - 0,7984x2 - 1,3757x +
5 29,867
R² = 0,8408
0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

GRÁFICO 14 - Regressão polinomial para previsão de ocorrências do grupo busca e salvamento, excetuada a
classe de resgate, com base nos registros históricos. Fonte: CINDS, 2010.

A concentração de ocorrências de salvamento no final e início do ano se explicam


por dois fenômenos próximos que se completam. O primeiro é a predominância da estação de
verão onde a insolação é maior e a busca por balneários aumenta. O segundo é a época das
chuvas, onde as intervenções em inundações, deslizamentos e soterramentos aumentam.

6.1.2.5 Incêndio

Os incêndios são conceituados na DIAO como:


2.3.1 - Grupo O 00.000 - Referente à explosão e incêndio
Neste grupo enquadram os fatos que exigem a intervenção do Corpo de Bombeiros
Militar de Minas Gerais, através de guarnição(ões) de combate a incêndio, com a
finalidade de extinguir fogo, oriundo ou não de explosões, evitar novos vazamentos
de gases e/ou outros fatores que facilitem novas explosões ou a reignição do fogo.
(SEDS, 2010)

As ocorrências de incêndio são, na literatura, a razão de existir do Corpo de


Bombeiros. Existem estudos que acreditam que os incêndios urbanos estão em redução por
causa da melhoria dos sistemas de detecção e de primeiro combate às chamas. Porém mesmo
com a redução da incidência destas ocorrências, verifica-se que o acionamento da guarnição é
tardio e que o tempo de combate às chamas é elevado.
Assim, acredita-se que mesmo com a redução do número de ocorrências a
84

preparação de equipes de serviço disponíveis para o atendimento a incêndios em edificações


seja considerada, pois quando as guarnições sejam ao local do sinistro as chamas estão em
elevada temperatura e a edificação bastante afetada.
As altas temperaturas e a humidade relativamente baixa no período de seca
aumentam em mais de 400,0% as médias mensais de ocorrências de incêndio do Pelotão,
entre os meses de junho e setembro. Assim acredita-se que neste período o efetivo de equipes
de prevenção e combate a incêndios florestais seja ampliado, seja utilizando brigadistas e
voluntários, seja acionando outras Frações e Unidades.
Outro fator que pode ser acrescentado na previsão de demanda entre um ano e
outro é a influência do fenômeno La niña no ano anterior (na qualidade dos padrões de chuvas
que alteram a densidade a massa vegetal) e do El niño no ano vigente (na elevação das
temperaturas que podem reduzir a umidade relativa do ar).
Para previsão de tendência média anual, realizou-se uma regressão polinomial,
onde foi escolhida uma equação de quarta ordem, pela análise visual do GRÁFICO 15, e
verifica-se que o coeficiente de determinação (R²) permite a utilização dos índices obtidos.
Entre as ocorrências verifica-se que os incêndios florestais modificam a curva de forma
acentuada, criando a tendência de aumento entre os meses de março e novembro.

70
y = 0,0844x4 - 2,3412x3 + 20,039x2 - 52,261x +
60 41,699
R² = 0,9544
50

40
Série1
30
Polinômio (Série1)
20

10

0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
-10

GRÁFICO 15 - Regressão polinomial para previsão de ocorrências do grupo explosão e incêndios com base nos
registros históricos. Fonte: CINDS, 2010.
85

6.1.2.6 Prevenção

As atividades de prevenção, agora analisadas em separado das vistorias, são


conceituadas na DIAO como:
2.3.2 - Grupo P 00.000 - Referente à prevenção
Neste grupo enquadram-se as ações e intervenções do Corpo de Bombeiros, por
meio de Patrulhas de Prevenção, Guarnições de Salvamento ou Guarnições de
Combate a Incêndio, visando a evitar o sinistro ou limitar suas proporções,
preservando vidas e bens ou diminuindo as consequências adversas provenientes de
situações anormais. (SEDS, 2010)

A prevenção é a ferramenta mais eficiente que os Corpos de Bombeiros possuem


na atualidade. Embora seja complexa por causa do público alvo, interferência nos fatores de
tendência da catástrofe e do apoio de outros órgãos; a operação de prevenção deve ser a
primeira ocorrência registrada pelo Corpo de Bombeiros para garantir a difusão, na sociedade,
dos princípios da gestão de riscos e da capacitação de agentes auxiliares dentro do plano de
acionamento e contingência do município.
Para se estabelecer uma tendência média anual, optou-se pela regressão
polinomial e verifica-se que o coeficiente de determinação (R²) permite a utilização dos
índices obtidos. Entre as ocorrências observou-se que a curva gerada aponta para o aumento
de operações no segundo semestre.
Acredita-se que a concentração das operações no segundo semestre seja pelo
início do período chuvoso, estação do verão e época de festas. Os dados estão descritos no
GRÁFICO 16.

40

30

20 Série1
Polinômio (Série1)
10
y = 0,2543x2 - 2,5778x + 30,508
R² = 0,7435
0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

GRÁFICO 16 - Regressão polinomial para previsão de ocorrências do grupo prevenção, excetuando as vistorias,
com base nos registros históricos. Fonte: CINDS, 2010.
86

Acredita-se que as operações preventivas possuam demanda para todo o ano


independente da demanda, pois no período de seca se prepara para a chuva e vice-versa.
Assim o planejamento dos Pelotões deve ajustar previsões de operações que atendam a todas
as demandas de cada estação, sazonalidade ou período do ano.

6.1.3 Demanda de serviços administrativos

Na demanda de serviços administrativos serão analisados os serviços de auxiliar


administrativo, secretário, recepcionista, protocolista, arquivista e analista de processos. Outra
função para análise é a de gestão dos projetos sociais.

6.1.3.1 Auxiliares administrativos

No Pelotão de Bombeiros, a produção de documentos é considerável 24, conforme


dados da Divisão Administrativa do Comando Operacional de Bombeiros, os números
chegam a 400 ofícios/ano e 104 ordens de serviço/ano. Não se contabilizou o número de
ofícios do Serviço de Segurança Contra Incêndio e Pânico, que podem superar os 2000
ofícios/ano, e os relatórios de viagens que chegam a 100 relatórios/ano, dados estimados do
Centro de Atividades Técnicas e da Diretoria de Recursos Humanos.
Além disso, as funções de auxiliar de transporte e de materiais e auxiliar de
pessoal e secretaria são de grande importância ao Comandante do Pelotão que possui muitas
outras demandas, já listadas, que não lhe permite atuar sem representantes com funções
delegadas. Fato que comprova esta necessidade é a designação de militares para estas funções,
conforme verificado nos anúncios de efetivo dos Pelotões.

24
Os dados de produção de documentos dos Pelotões foram obitidos de estimativas dos respectivos setores de
Direção de Nível Intermediário, de acordo com anúncios recebidos em anos anteriores.
87

6.1.3.2 Setor de análise de PSCIP

A análise dos Processos de Segurança Contra Incêndio e Pânico, possui tamanha


importância para o Estado e o Corpo de Bombeiros, que fazem parte atualmente da Segunda
fase do Acordo de Resultados25. O período é analisado e os Pelotões tem um prazo limite para
realizar a entrega deste relatório de análise.
O monitoramento do tempo de análise do processo depende do controle do
protocolo de entrada do processo no Serviço de Segurança do respectivo Pelotão, da análise
pelo militar responsável e pela sua liberação ao responsável técnico da edificação.
Segundo informações do Centro de Atividades Técnicas do Corpo de Bombeiros
os Serviços de Segurança Contra Incêndio e Pânico dos Pelotões destacados, em média,
recebem 17,1574 processos, realizam a análise de 16,3628 processos, vistoriam 26,8027
edificações e eventos por mês, conforme descrita no GRÁFICO 17.

20

15

10

0
PSCIP RECEBIDOS PSCIP ANALISADOS PSCIP LIBERADOS PSCIP FISCALIZADOS

GRÁFICO 17 – Média de processos de segurança contra incêndio e pânico tramitando mensalmente nos
Pelotões Destacados. Fonte: CAT, 2010.

Diante da análise desse fluxo de informações, verifica-se que existem quatro


funções bem definidas: recepcionista, protocolista, arquivista, analista. O recepcionista orienta
todo o público de pessoas que entram no quartel quanto à tramitação da documentação e
funcionamento do serviço de segurança. O protocolista realiza a numeração e lançamento no
sistema dos dados do processo e documentos relacionados a este (Formulários de

25
Lei Estadual nº 17.600 de 01/07/2008 - Disciplina o Acordo de Resultados e o Prêmio por Produtividade no
âmbito do Poder Executivo e dá outras providências. Minas Gerais
88

Atendimento Técnico, solicitações, relatórios), sua entrada, trâmite interno e saída. O


arquivista recebe toda a documentação, controla o seu destino e arquivamento, além de
manter o controle e atualização das pastas e gavetas dos arquivos, incluindo o arquivo-morto.
Todas estas funções são realizadas por um ou dois militares26, na sua maioria cabos e
soldados.
A função de analista é definida no Decreto de Prevenção do Estado, já
mencionado anteriormente, como exclusiva de militares com a graduação mínima de
Sargento. Assim verifica-se a necessidade um Sargento, pelo menos, exclusivo para a análise
de processos.
O que se observa na prática é a designação média de quatro militares no setor27,
onde os mais experientes são analistas e vistoriadores e todos atuam nas funções de
recepcionista/protocolista/arquivista.

6.1.3.3 Serviço de Projetos Sociais

Para a realização de projetos como Bombeiro nas Escolas e Bombeiro Mirim,


normalmente os Comandantes de Pelotões designam militares que gostam de atuar em contato
com crianças e se voluntariam para o serviço.
A realização destas ações promove a Corporação e auxilia na divulgação de
conceitos e atitudes prevencionistas. Assim acredita-se que a colocação de um militar para
auxiliar o Comandante do Pelotão nessas ações e no contato com órgãos de comunicação
permitirá um ganho inimaginável de futuras ações e multiplicadores dos conceitos defendidos
pela Corporação na prevenção de acidentes e no primeiro auxílio a um sinistro.

26
Dados obtidos de pesquisa realizada por comissão do Centro de Atividades Técnicas para padronizar os
setores de recepção do SSCIP no CBMMG.
27
Dados obtidos no Centro de Atividades Técnicas do CBMMG.
89

6.2 SIMULAÇÃO

Na etapa de simulação serão propostos os modelos de serviços de atendimento a


ocorrências e gestão administrativa do Pelotão.

6.2.1 Atendimento a ocorrências

Na etapa de simulação do serviço desempenhado no Pelotão de Bombeiros achou-


se importante entender como se desenvolve o dia, a semana e o mês de trabalho. Assim será
possível compreender os horários, dias da semana e meses de maior demanda. Com essas
informações o dimensionamento das equipes possibilitará atender às demandas a medidas que
elas forem aparecendo.

6.2.1.1 Os Atendimentos ao longo do ano

Ao longo do ano, muitos fatores influenciam as ocorrências de salvamento,


incêndios e resgate. Essas influências apresentam a sazonalidade de cada época do ano e
permitem inferir a quantidade de operações que são desenvolvidas e os números de
atendimentos, além da oscilar entre um mês para o outro.
Foi realizada uma análise e verificou-se que existem meses que se comportaram
de forma homogênea.
Ao observar o GRÁFICO 18 que foi montado de forma a destacar os meses com
comportamento semelhante, verifica-se que:
a) os meses de novembro, dezembro e janeiro possuem registros acima da média anual;
b) os meses de fevereiro, março e abril possuem registros abaixo da média anual;
c) os meses de maio, junho, julho, agosto, setembro e outubro são homogêneos e criam a
média anual.
90

nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out

GRÁFICO 18 – Desenvolvimento das ocorrências no Pelotão de Araguari ao longo do ano, com base nos
registros históricos. Fonte: CINDS, 2010.

Conforme dito antes, o modelo de dimensionamento de equipes permite prever o


efetivo para uma demanda constante. Dessa forma, para o processo de simulação serão
utilizados os meses de maio a outubro, por apresentarem comportamento uniforme e
permitirem o dimensionamento normal das equipes de resposta operacional do Pelotão.
Para os períodos de alta e baixa existem muitas alternativas que devem ser
estudadas com maior detalhe futuramente, pois dependem de tomadas de decisão quanto a
aumento de efetivo e viaturas, ou o deslocamento de equipes de áreas menos afetadas do
Estado para áreas com maior índice de ocorrências. Essa tomada de decisão depende de
análise de custos e outros fatores que não serão abordados no presente trabalho.

6.2.1.2 Atendimento ao longo da semana

A análise dos dados do Pelotão de Araguari, entre os anos de 2000 e 2009,


demonstraram que as ocorrências possuem comportamentos diferentes, ao longo da semana,
em cada época do ano. Nos meses de alta de ocorrências (nov. - jan.), aos finais de semana as
ocorrências são 17,43% menores que os dias de semana, ao considerar os dias de semana
como referência. Nos meses de baixa de ocorrências (fev. – abr.), aos finais de semana as
ocorrências são 17,69% maiores que os dias de semana, ao considerar os dias de semana
como referência. Nos meses de média de ocorrências (mai. – out.), aos finais de semana as
ocorrências são 12,97% maiores que os dias de semana, ao considerar os dias de semana
como referência.
91

Para apreciação dos dados foi elaborado o GRÁFICO 19 que detalha as


informações semanais de atendimento de ocorrências do Pelotão de Araguari.

Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado Domingo

Nov-Jan Mai-Out Fev-Abr

GRÁFICO 19 – Comparativo, entre os períodos de alta, baixa e média de atendimentos, do comportamento


semanal das ocorrências do Pelotão de Araguari com base nos registros históricos. Fonte: CINDS, 2010.

O dia de sábado merece destaque entre os demais dias da semana, pois


independente do período do ano, os dados foram homogêneos. Existe uma relação entre o
comportamento do dia de domingo e os dias de semana que não foi identificada.
Assim, em setenta e cinco por cento do ano (nove meses), as ocorrências do final
de semana superam as ocorrências dos dias de semana, indicando que o efetivo operacional do
Pelotão precisa ser majorado nos finais de semana dos meses de fevereiro a outubro. Nos
demais meses do ano (novembro, dezembro e janeiro), o efetivo operacional do Pelotão
precisa de incremento durante a semana.
Na análise dos meses onde a ocorrências aumentam no final de semana em relação
aos dias da semana, obteve-se a média de aumento de ocorrências, que indica a necessidade
de majoração do efetivo operacional do Pelotão no final de semana em relação aos dias da
semana (GRÁFICO 20).
92

y = 1,4395x2 - 4,6974x + 220,29


R² = 0,8839

Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado Domingo

Média Fev-Out Polinômio (Média Fev-Out)

GRÁFICO 20 – Regressão polinomial do comportamento semanal das ocorrências do Pelotão de Araguari, com
base nos registros históricos. Fonte: CINDS, 2010.

Para se estabelecer uma tendência média semanal, optou-se pela regressão


polinomial e verifica-se que o coeficiente de determinação (R²) permite a utilização dos
índices obtidos. Entre as ocorrências observou-se que a curva gerada aponta para o aumento
de ocorrências no final de semana.

6.2.1.3 Horário de atendimento

Borges (2001), após avaliação dos dados de ocorrências do CBMMG registrados


em 1999, observou variação na demanda de serviço durante o turno de trabalho dos militares
sugerindo que o efetivo deveria ser majorado no período compreendido entre 12:00 e 24:00
horas e reduzido entre as 00:01 e 11:59 horas.
Em pesquisa realizada nos registros de ocorrências do Pelotão de Bombeiros em
Araguari, foram considerados os deslocamentos para atendimento a ocorrências de
salvamento, resgate28 e incêndio.
A representação dos atendimentos e a curva de regressão foram expostas no
GRÁFICO 21.

28
No estudo de 1999, não existiam viaturas de resgate em todas as unidades e as ocorrências
consideravam os valores obtidos nas sedes de Batalhões.
93

y = 0,045x4 - 2,722x3 + 49,813x2 - 253,18x + 471,03


R² = 0,8717

0 4 8 12 16 20 24

Atendimentos Polinômio (Atendimentos)

GRÁFICO 21 - Regressão polinomial para previsão de horários de demanda de atendimentos a ocorrências do


Pelotão de Araguari com base nos registros históricos. Fonte: CINDS, 2010.

Obteve-se assim, uma representação gráfica que foi submetida à regressão


polinomial de quarta ordem. O coeficiente de determinação (R²) alcançado foi alto e
satisfatório, o que permite a utilização da curva de tendência média diária obtida para avaliar
os horários de demanda de ocorrências.
Para se definir o período de majoração da equipe de serviço, é necessário avaliar
cada grupo de ocorrência em separado para depois avaliar o conjunto. Assim, obteve-se a
TABELA 8 que apresenta os horários de picos de ocorrências por grupo de natureza.

TABELA 8 – Faixas médias de maiores de ocorrências por grupo e horários de Pico das
ocorrências do Pelotão de Araguari registrados entre 2000 e 2009

Horário das ocorrências Participação no Total de


Natureza
chamadas do Pelotão
Faixa de registro Horário de Pico
Salvamento 07:00 – 22:00 08:00 – 09:00 5,0%
Incêndio 10:00 – 20:00 15:00 – 16:00 6,0%
Resgate Clínico 10:00 – 19:00 15:00 – 16:00 18,0%
Resgate Trauma 14:00 – 19:00 15:00 – 16:00 20,0%
Fonte: CINDS, 2010.

Diante da análise do gráfico de regressão e da tabela de detalhamento por


naturezas, verificou-se que as ocorrências possuem uma distribuição normal entre 08:00 horas
da manhã e 00:00 horas da noite, com concentração entre 10:00 horas e 20:00 horas. Os picos
das ocorrências de Resgate (trauma e clínico), que são as ocorrências com maior percentual de
chamadas no Pelotão, somam-se aos picos de incêndios criando uma faixa entre 15:00 horas e
94

16:00 horas da tarde.


Em muitos casos, no período da tarde, pessoas dos municípios da região da
cidade-pólo aumentam o fluxo de veículos nas estradas e vias urbanas. Como não estão
familiarizadas com o trânsito local, acabam se envolvendo em acidentes (OLIVEIRA,
SOUSA, 2004, p. 308).
Nos acidentes com motocicletas, verifica-se que na maioria dos casos os
condutores estão em horário de trabalho, ou seja, no exercício da profissão. São as longas
jornadas de trabalho e a falta de regulamentação profissional os fatores que mais contribuem
para estes acidentes (SILVA, SOARES, ANDRADE, 2008, p. 137).

6.1.2.4 Tempo de atendimento de ocorrência

O tempo médio de atendimento de uma ocorrência inclui o deslocamento das


equipes do quartel até o local da ocorrência, seu atendimento e o retorno até a Fração de
Bombeiro, ou disponibilidade para o atendimento de outras ocorrências (FIGURA 6).

Linha de tempo do atendimento a ocorrências no Pelotão

Despacho A postos Deslocamento


Fato 193 Atendimento Retorno
da viatura da equipe para o local

FIGURA 6 – Linha de tempo “estimada” existente no atendimento a ocorrências.

Normalmente as viaturas estão disponíveis para atendimento após deixar o local


da ocorrência. Exceção feita para as Unidades de Resgate, que somente atendem outras
ocorrências quando deixam os pacientes no hospital. Essa última situação é mais comum a
unidades de resgate que podem atender a duas ocorrências em sequência, após estabilização
do paciente.
Não existe uma definição clara entre o tempo de percepção do incêndio, seu
entendimento e a realização do acionamento do Corpo de Bombeiros, em virtude da
complexidade de variáveis envolvidas na definição do perfil de pessoa que irá acionar o
sistema de emergência (BONITESE, 2007).
95

Em casos de doenças cardiovasculares e acidentes vasculares encefálicos, os


leigos são treinados a identificar o estado da vítima, acionar o serviço de emergência e iniciar
as manobras de ressuscitação (FIELD et al., 2010).
O acesso via telefone ao serviço do Corpo de Bombeiros, não é de conhecimento
de toda a população. Entre o que não conhecem o número “193” estão os que não se lembram
do número e aqueles que ligam para outros órgãos. (TERRA, 2005, p. 52).
Com o acionamento tardio, pode existir interferência no tempo de atendimento. O
tempo médio do Pelotão de Araguari está disposto na TABELA 9.

TABELA 9 – Características dos Grupos de naturezas


Tempo médio de Horário de
Grupo Prioridade
Atendimento Atendimento
Vistorias * 4 (Demanda Controlada) 32 minutos 08:00 às 18:00 horas
Resgate Trauma 1 (Risco de morte) 47 minutos 24 horas
Resgate Clínico 1 (Risco de morte) 44 minutos 24 horas
Incêndio 1 (Perda Material) 01 hora e 10 minutos 24 horas
Prevenção 3 (Situação de risco) 02 horas e 13 minutos 24 horas
Salvamento 2 (Situação de risco) 58 minutos 24 horas
Outras de Bombeiro** 3 (Situação de risco) 01 hora 24 horas
Nota: (*) As vistorias de eventos temporários podem ocorrer num horário diverso do de atendimento.
(**) No grupo outras de Bombeiro foram inseridas as naturezas de Defesa Civil, Operações,
Administrativas e Típicas.

Para a obtenção dos tempos médios, foram analisados os registros de ocorrências


atendidas pelo Pelotão de Araguari entre os anos de 2000 a 2009. A classificação de
prioridade seguiu a escala de prioridade de risco de morte, dano ao patrimônio, situação
diversa de riscos e demanda controlada. Esses valores podem ser discutidos, porém, ao não
ser encontrado definição na literatura que interligue ações relacionadas e pessoas e
patrimônio, optou-se por este tipo de escalonamento.

6.1.2.5 Local de atendimento de ocorrências

O Pelotão de Araguari atende 97,27% de suas ocorrências no município sede do


Pelotão, conforme análise dos registros. Das ocorrências atendidas em Araguari, 29,13% são
no bairro centro. A distribuição das ocorrências nos demais bairros está no GRÁFICO 22.
96

Centro 29,13%
Araguari 6,11%
Santa Helena 6,11%
Goiás 5,89%
Amorim 5,71%
Santa Terezinha 4,23%
Aeroporto 4,05%
Miranda 3,66%
Bosque 3,23%
Independência 2,76%
São Sebastião 2,47%
Paraíso 2,40%
Brasília 2,36%
Maria Eugênia 2,21%
Industrial 1,75%
Novo Horizonte 1,58%
Jóquei Clube 1,55%
Fátima 1,52%
Ouro Verde 1,34%

GRÁFICO 22 – Distribuição dos atendimentos do Pelotão de Araguari por bairros, com base na série histórica.
Fonte: CINDS, 2010.

6.1.2.6 Equipe mínima no serviço operacional

Para o atendimento de bombeiros numa localidade recomenda-se 04 minutos para


a chegada da primeira equipe ao local do sinistro e 08 minutos para a chegada da equipe de
apoio, quando necessário (NFPA, 2001).
O Manual de Emprego Operacional do CBMMG prevê que as guarnições de Auto
Bomba devam trabalhar com 05 bombeiros de forma ordinária, as Guarnições de Auto
Salvamento com 04 bombeiros, as guarnições de Unidades de Resgate com 03 bombeiros e as
Guarnições de vistoria com 02 bombeiros (CBMMG, 2002).
As guarnições empenhadas no Combate a Incêndio com cinco Bombeiros
Militares prestaram atendimento rápido, tanto no deslocamento quanto no tempo para sua
solução (BORGES, 2001, p. 109). Porém Corrêa (2001) concluiu, em estudo, que o efetivo
necessário para o atendimento ordinário, para ocorrências entendidas como de pequeno porte
era de 04 (quatro) homens.
A análise dos dados do Pelotão de Araguari mostrou que as guarnições de resgate
atendem a 68,56% das ocorrências geradas. A produção das demais viaturas está no
97

GRÁFICO 23.

Outras
APF 6%
7%

ABT
8%

AS
10% UR
69%

GRÁFICO 23 – Porcentagem de atendimentos efetuados por tipo de viatura no Pelotão de Araguari, com base na
séria histórica. Fonte: CINDS, 2001.

Após analisar todos os dados de ocorrências, verifica-se que as viaturas de


Resgate possuem carga de trabalho maior do que as demais ao longo do dia. Assim estipulou-
se a estrutura da tabela como mínima para o atendimento de ocorrências.
Outra situação estudada foi a necessidade de empenho de mais de uma viatura
para o atendimento à mesma ocorrência. Tal empenho é registrado como apoio operacional
entre viaturas e ocorre sempre que no local do atendimento precisa-se de reforço de efetivo,
equipamentos específicos ou mais viaturas para a solução do sinistro.
Verificou-se cerca de 1,24% das ocorrências atendidas no Pelotão de Araguari
utilizam o empenho de mais de uma viatura para a sua solução. Pode-se inferir então que no
Pelotão a utilização de mais de uma viatura na solução das ocorrências é pouco comum.
Assim elaborou-se uma análise das naturezas que utilizam mais viaturas em apoio,
o que foi expresso no GRÁFICO 24.
98

Resgate
clinico
2%

Incêndio
23%

Resgate Prevenção
trauma 9%
57%
Salvamento
9%

GRÁFICO 24 – Distribuição por natureza das ocorrências com necessidade de apoio de outras
viaturas. Fonte: CINDS, 2010.

A análise do gráfico mostrou que os apoios são concentrados nas ocorrências de


resgate onde se obteve 57,0% dos empenhos com mais de uma viatura e nas ocorrências de
incêndio que computaram 23,0% dos apoios.
Tal situação de apoio é justificada para o resgate nas ocorrências com vítimas
presas em ferragens e quando o quantitativo de vítimas supera a capacidade de transporte da
Unidade de Resgate (duas vítimas por deslocamento). Nas ocorrências de incêndio, acredita-
se que seja pela necessidade de apoio em incêndios florestais quando o emprego de militares
supera a quantidade disponível numa guarnição.
O atendimento a ocorrências no Pelotão se dá pelo empenho das equipes
operacionais. A estrutura vigente do Pelotão contem três alas operacionais com um efetivo
uniforme e militares no serviço administrativo e de prevenção.
Entre as estratégias orientadas para controlar o nível de serviços prestados, são
recomendadas a utilização de empregados de jornada parcial, o planejamento do turno de
trabalho e desenvolvimento de serviços complementares (FITZSIMMONS, FITZSIMMONS,
2005).
Para simulação de modelo de atendimento do Pelotão foram sugeridos dois novos
turnos de trabalho em complemento à escala operacional 24x48h. Os turnos de trabalho são de
oito horas diárias, sete dias por semana. Os turnos se sobrepõem e permitirão ao Comandante
do Pelotão ter duas equipes fazendo o trabalho de seis equipes (TABELA 10).
99

TABELA 10 – Simulação de Efetivo diário de atendimento a ocorrências no Pelotão


Quantidade de
Tipo de Viatura Guarnição Efetivo Total
equipes
Duas equipes (12-20h) 06 Bombeiros (12-20h)
Unidade de Resgate 03 Bombeiros
Uma equipe (20-12h) 03 Bombeiros (20-12h)
Uma equipe (12-18h) 04 Bombeiros (12-18h)
Auto Bomba Tanque 04 Bombeiros
½ equipe (18-12h) 02 Bombeiros (18-12h)
Uma equipe (08-12h) 04 Bombeiros (08-12h)
Auto Salvamento 04 Bombeiros
½ equipe (12-08h) 02 Bombeiros (12-08h)
Auto Patrulha Fiscalização 02 Bombeiros Duas equipes (08-18h) 04 Bombeiros (08-18h)
Sala de Operações 01 Bombeiro Uma equipe (24h) 01 Bombeiro (24h)
14 Bombeiros (08-12h)
17 Bombeiros (12-18h)
Total de Militares - -
09 Bombeiros (18-20h)
06 Bombeiros (20-08h)

Esse dimensionamento garantirá suprir o Pelotão nos horários de maior índice de


ocorrências e reduzirá o efetivo existente pela previsão de funcionamento atual do Pelotão. As
equipes de vistorias foram consideradas para permitir a avaliação do efetivo total que atenderá
ocorrências por horário.

6.2.2 Seções Administrativas

Na simulação dos serviços administrativos do Pelotão serão previstos os fluxos


normais de documentos existentes no Pelotão e dimensionada a quantidade de pessoas para
realizar cada fase deste trâmite de documentos.
O estudo será dividido entre as necessidades gerenciais referentes à gestão de
pessoas e de materiais e as demandas específicas do serviço de segurança contra incêndio e
pânico.

6.2.2.1 Auxiliar administrativo e secretário

O serviço de auxiliar administrativo desenvolve as ações de recepção de


documentos que chegam ao Pelotão, despacho destes com o Comandante do Pelotão e
desdobramentos quanto a produção de documentos de resposta e outros, além do serviço de
secretário.
100

Outra ação do auxiliar administrativo é o controle das documentações expedidas


pelos militares das alas operacionais, seu devido encaminhamento e retorno aos militares.
Caberá, por último, ao auxiliar administrativo auxiliar o Comandante no controle
da situação de treinamentos, exames e avaliações anuais, férias, licenças e dispensas dos
militares do Pelotão.
Acredita-se que um militar pode auxiliar o Comandante do Pelotão nestas
funções, ao se considerar que todas as ações envolvem somente o controle de um arquivo,
digitação e impressão de documentos e controle de agendas e fluxos.

6.2.2.2 Auxiliar de transporte, materiais e equipamentos

O auxiliar logístico do Pelotão é o militar que desempenhará o controle dos


materiais permanentes e de consumo do Pelotão. Ele realizará o controle do almoxarifado e
setor de meios, confeccionará documentos à sede do Batalhão solicitando reposição de
materiais, informando baixas de equipamentos e materiais, receberá os anúncios da ala
operacional de materiais e equipamentos dos mapas-cargas.
É função do auxiliar administrativo controlar a situação de lançamento das
informações das viaturas nos sistemas da Corporação, situação de cota de abastecimento,
manutenção preventiva e documentos previstos no Manual29 de Gerenciamento da Frota.

6.2.2.3 Recepção, protocolo, arquivo e análise de processos

Como exposto anteriormente, existem várias funções que precisam ser


desempenhadas no Serviço de Segurança Contra Incêndio e Pânico. Acredita-se que um
militar pode executar as funções de recepção, protocolo e arquivo de processos, ao se
considerar que todas as ações envolvem somente o controle de um arquivo, digitação e
impressão de documentos e controle de agendas e fluxos. Os demais militares do SSCIP
podem auxiliá-lo na recepção de pessoas.

29
Resolução Nº 008, 18 fev. 2000 - Aprova o Manual de Gerenciamento da Frota do CBMMG e dá outras
providências.
101

Já o serviço de análise de processos precisa de um a dois militares, dependendo da


demanda de cada município onde está instalado o Pelotão, pois a exigências de cumprimento
de prazo de análise na legislação e a demanda de redução do tempo médio de análise existente
no Acordo de Resultados. O militar que realiza a análise de processo pode realizar vistorias
também, assim, dois militares não atrasariam os prazos e permitiriam situações de análises de
recursos por pessoas distintas.

6.2.2.4 Responsável por projetos sociais e comunicação organizacional

Já foi exposta anteriormente a importância das ações e projetos sociais nas


Unidades da Corporação. Pela realidade praticada nas Unidades, os projetos sociais são
demandas geradas pelo próprio Pelotão, em parceira com outros órgãos governamentais ou
não, nas esferas municipal e estadual.
A colocação de um militar no apoio a estas ações sociais e de comunicação cria
um elo entre a comunidade e o Corpo de Bombeiros localmente. As palestras em escolas
podem ser realizados por este militar ou por militares das demais equipes do Pelotão. Este
militar pode funcionar, ainda, como o alimentador do sistema de comunicação organizacional,
divulgando ações do Pelotão na imprensa local, portal do CBMMG e outras mídias
disponíveis.

6.3 ALOCAÇÃO

Na etapa de alocação dos recursos será testado o modelo operacional proposto e


será utilizado o índice de segurança técnica para incrementar efetivo para suprir as ausências.
É necessário observar que nos períodos de baixa de ocorrências o efetivo poderá
ser submetido a treinamento, com redução/supressão, temporária, das equipes de escala
fracionada de reforço. Outro ponto a ser considerado é que o emprego das equipes de reforço
operacional atende à sazonalidade de ocorrências, não possui data certa de início e término da
escala.
102

6.3.1 Percentual de férias, dispensas e licenças

Em 2008, foi realizada pesquisa de absenteísmo30 no CBMMG. Pela análise da


metodologia aplicada no estudo, verifica-se que os valores obtidos para a porcentagem de
tempo perdido são similares aos valores de porcentagem de dias de ausência. Assim conforme
dados apresentados à época (TABELA 11), verificou-se a seguinte informação:

TABELA 11 – Porcentagem de Ausências percebida em 2006 nas UEOp do CBMMG na


RMBH
Sede de Unidades Operacionais % Ausências por dispensas e licenças médicas
1º BBM 2,8
2º BBM 2,8
3º BBM 2,5
Fonte: PMMG: Gerência de Saúde (DUARTE, 2008, p. 72).

A conclusão do estudo, à época, foi:


“Não foi possível obter dados suficientes e atualizados sobre o absenteísmo no
CBMMG, por que o banco de dados da Gerência Regional de Saúde está
desatualizado e incompleto, o que levou a optar-se pela comparação apenas do
índice de frequência de ausências ao serviço” (DUARTE, 2008, p. 87).

Diante da verificação dos dados do estudo realizado e da metodologia proposta,


optou-se pela retirada dos índices de licenças e dispensas, uma vez que não existe tal controle
da Corporação. Acredita-se que tal estudo deva ser repetido e confirmado, pois se trata de
informação valiosa dentro da metodologia proposta e permite a adoção de ouras medidas
futuras na corporação, como prêmio de produtividade.
Um fator verificado é que as dispensas médicas, nem sempre se transformam em
ausências totais ao serviço, pois algumas destas são dispensas do uso de fardamento ou da
realização de algumas atividades operacionais. Pela convivência nas Unidades de Execução
Operacional, sabe-se que nos casos em que o militar pode executar serviços administrativos,
ele é aproveitado e isso cria uma alternativa de empenho do militar nos serviços de rádio
operador, recepcionista e outras funções administrativas existentes no Pelotão.
Outro fator a se destacar é que o presente estudo objetiva uma metodologia para a
criação de frações, uma das justificativas de recrutamento na Corporação. Desta forma,
acredita-se que o efetivo empregado no Pelotão será composto de efetivo distinto das

30
“Absenteísmo é a inassiduidade constante de operários ao trabalho” (DUARTE, 2008, p.12).
103

unidades pesquisadas no trabalho sobre absenteísmo, onde se acredita existir uma tropa de
maior idade e que possivelmente apresente maior número de ausências por motivo de saúde.
Assim, para o cômputo de dias de ausência do Pelotão, foram consideradas
somente as dispensas obrigatórias em legislação31, ou seja:
a) as férias prêmio, que dão direito de 90 dias de ausência após 1.825 dias de trabalho;
b) as férias anuais, que permitem o gozo de 25 dias úteis por ano;
c) as dispensas luto, núpcias e paternidade que permitem oito, oito e cinco dias
respectivamente (pelo menos, uma dispensa luto, núpcias e paternidade ao ano), e
d) Grandes folgas de serviço32, que permitem um dia de folga a cada 40 dias corridos de
trabalho.
O cálculo de índice de segurança técnico retornou o valor de 18,55% que precisa
ser acrescentado ao efetivo do Pelotão. Esses militares não foram alocados por serem
considerados militares que estarão ausentes no Pelotão. Porém em épocas nas quais suas
ausências não sejam percebidas, eles poderão servir nas diversas equipes propostas.

6.3.2 Equipes mínimas por turno

O efetivo do SSCIP foi considerado na equipe de vistorias. Os auxiliares do


Pelotão foram considerados nos plantões operacionais concorrendo às escalas das Viaturas de
Incêndio e Salvamento.
A equipe de vistorias agenda suas vistorias e pode controlar a demanda de serviço
para que exista uma dupla em vistorias e uma dupla no SSCIP. A demanda será controlada
pelos militares do SSCIP com avaliação do Comandante do Pelotão.
A escolha de dessa situação levou em conta a demanda de serviços
administrativos e os horários de pico de ocorrências. No turno da manhã o pico de ocorrências
é de Salvamento e no período da tarde o pico de ocorrências é de incêndio. Dessa forma nos
horários de menor empenho os militares estarão nas seções em apoio ao Comandante do
Pelotão.
A análise de a ferramenta Solver, do Microsoft Excel®, sobre o modelo proposto

31
Lei nº 5.301, 16 out. 1969, que contém o Estatuto do Pessoal da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, e
dá outras providências.
32
Prevista na Resolução de Jornada de trabalho.
104

obteve um somatório de doze33 equipes de trabalho, das quais nove equipes correspondem a
três equipes em quatro turnos de oito horas para completarem a escala de 24 horas de trabalho
e três equipes correspondem às equipes nos turnos de oito horas propostos. O detalhamento
das esquies está na TABELA 12.

TABELA 12 – Resultado obtido em programação linear de equipes por turnos


Turno de Trabalho Equipes Militares por equipe
08:00h – 08:00h Sala de Operações 01 Bombeiro
08:00h – 08:00h Unidade de Resgate 03 Bombeiros
08:00h – 08:00h Salvamento ou Incêndio 02 Bombeiros
07:00h – 15:00h Salvamento ou Incêndio 04 Bombeiros
09:00h – 19:00h Vistorias 04 Bombeiros
13:00h – 21:00h Unidade de Resgate 03 Bombeiros

6.3.3 Efetivo do Pelotão destacado

O efetivo do Pelotão é detalhado por funções e cargos. Assim é necessário avaliar


a quantidade de Oficiais e Praças que serão designados para as funções existentes no Pelotão.
Essas funções são administrativas e operacionais e foram detalhadas ao longo do capítulo
sobre a estrutura do Pelotão.

6.3.3.1 Efetivo mínimo para atender a ocorrências

Na área de prevenção, existem exigências legais para o emprego de Subtenentes e


Sargentos nas funções de análise de PSCIP e vistorias. Os Chefes de Guarnição devem ser
praças graduados (Subtenentes e Sargentos) por sua formação e responsabilidade no local da
ocorrência.
Os motoristas possuem uma especialidade a mais que é a categoria de sua
habilitação e a condição de credenciamento, pois as viaturas de emergência devem ser
conduzidas por militares de categorias “D” e “E”, segundo o código de trânsito brasileiro.

33
O relatório emitido pela ferramenta está disposto no anexo “A” deste estudo.
105

Diante dessas necessidades, foi elaborada a TABELA 13 que expõe o efetivo


mínimo por Posto, graduação, função e especialidade.

TABELA 13 – Distribuição das funções no Pelotão por Posto e Graduação.


Função Oficial SubTen/Sgt Cb/Sd Motorista Total*
Comando 01 - - - 01
Auxiliares Adm** - 03 - 03 03
SSCIP - 01 01 01 02
SOF (24h) - - 03 - 03
UR (24h) - 03 06 03 09
AS/AB (24h) - 03 03 03 06
APF (08h) - 01 01 01 04
AS/AB (08h) - - 02 01 04
UR (08h) - 01 02 01 03
Total 01 12 18 09 31
Nota: (*) A coluna de totais inclui os quantitativos de motoristas, porém este somatório está dissolvido nas
colunas de Graduações.
(**) Os auxiliares administrativos atuam como chefes das guarnições de Salvamento e Combate a
incêndio durante o turno de trabalho.

O dimensionamento mínimo de militares no Pelotão considerou as doutrinas


existentes na Corporação no momento do estudo. Situações que influenciem nas
considerações utilizadas produzirão um novo quantitativo de militares, bem como de funções.
Entretanto acredita-se que os números obtidos possam ser fracionados devido a renovação de
efetivo por concursos de ingresso e de promoção.

6.3.3.2 Efetivo mínimo para permitir ausências previstas

Conforme descrito anteriormente no estudo, existem várias situações que


implicam na ausência de militares no serviço operacional. Assim optou-se pela utilização do
Índice de Segurança Técnica para dimensionamento de um efetivo que garantisse o gozo dos
direitos existentes para os militares como férias e licenças.
Entretanto não foi possível prever a quantidade de ausências não previstas. Sabe-
se que por consulta na literatura que tais ausências exigem um estudo específico pois
dependem de fatores alheios à vontade do militar, como afastamento por doença dele ou de
membro da família.
Para estabelecer o efetivo operacional e administrativo do Pelotão foi
confeccionada a TABELA 14 que comtempla um Pelotão com 31 militares. Esse efetivo foi
106

considerado para o atendimento das ocorrências nos horários de pico e outras demandas
previstas nos capítulos anteriores. O adicional de efetivo por necessidade de cobrimento de
ausências foi tratado em seção a parte e retornou um valor final no Pelotão de 37 Bombeiros.

TABELA 14 – Quantidade de Bombeiros previstos no Pelotão com o novo modelo


Escala Quantidade por equipe Somatório de Bombeiros
24h x 48 06 Bombeiros 18 Bombeiros
08:00h – 16:00hA 02 Bombeiros 02 Bombeiros
09:00h – 19:00h B
02 Bombeiros 02 Bombeiros
12:00h – 20:00h 03 Bombeiros 03 Bombeiros
Aux. Adm. Pelotão 03 BombeirosD 03 Bombeiros
C E
SSCIP (RPA e análise) 02 Bombeiros 02 Bombeiros
Comandante do Pelotão 01 Bombeiro 01 Bombeiro
Total de Bombeiros - 31 Bombeiros
Acréscimo de 18,55% do IST 06 Bombeiros 37 Bombeiros
Nota: (A) O horário da equipe complementar foi modificado para atender aos picos de ocorrências.
(B) São computadas duas horas de almoço para estes militares, pois realizam somente as vistorias.
(C) RPA – Recepção, protocolo e arquivo.
(D) Militares tripulam as guarnições de salvamento e incêndio nos horários de pico.
(E) Militares revezam nas equipes de vistorias nos meses de necessidade.

O atendimento a ocorrências excepcionais, onde seja necessário o deslocamento


de militares para fora do município sede do Pelotão por mais de um dia de trabalho que altere
a disponibilidade de militares nas equipes, criará a necessidade de redução das equipes de
reforço nas jornadas fracionadas, e não o efetivo que está na escala de 24h x 48h.
107

7 CONCLUSÃO

Este trabalho apresentou um método de dimensionamento de equipes em um


Pelotão Destacado do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais. Levou-se em conta uma
estimativa de demanda média de atendimentos operacionais e a necessidade de auxiliares no
serviço administrativo e no serviço de segurança contra incêndio e Pânico. Ao considerar os
experimentos analisados, para a previsão de demanda, simulação e alocação dos recursos,
pode-se chegar a algumas conclusões e sugestões para trabalhos futuros.

7.1 CONCLUSÕES

A aplicação dos conceitos teóricos e do método ABC, na prática do serviço de


Bombeiros possibilita o conhecimento preliminar do desenvolvimento dos sinistros na
localidade atendida pela Fração.
O uso da metodologia de análise de risco, aliada à revisão bibliográfica permite
separar os eventos mais danosos dos menos danosos para evitar a maximização de equipes em
demandas de menor complexidade.
A previsão de demanda futura no serviço de Bombeiros depende de muitos fatores
relacionados a cada tipo de ocorrência. São fatores meteorológicos, demográficos,
econômicos e sociais, que se complementam a ações governamentais e decisões estratégicas
operacionais que oscilam o número de atendimentos. Isso cria duas situações: a previsão pela
análise da localidade e pela consideração da capacidade de resposta da Fração.
A análise dos dados da localidade onde não existe Fração BM instalada, depende
da utilização de informações da Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, IBGE,
DATASUS, IML e outros órgãos que subsidiem a tomada de decisão.
A análise da capacidade de resposta da Fração permite avaliar a necessidade de
incremento no efetivo, viaturas, materiais e equipamentos, além da possibilidade de subsidiar
tomada de decisão quanto a elevação da estrutura BM instalada.
O modelo de simulação permite conhecer o comportamento do atendimento no
tempo, porém a falta de ferramentas que apontem os reais tempos de espera de chamado,
deslocamento e atendimento, aliada à carência de programas computacionais disponíveis para
108

os testes, exigiram a análise estatística por médias, o que cria uma simulação mediana
aproximada.
Apesar disso, a análise estatística permite entender a necessidade de empenho de
equipes de Bombeiros nos horários de faixa de atendimento e de pico de ocorrências, o que
possibilita dimensionar equipes de reforço de operação.
A etapa de alocação permitiu reduzir o número de equipes dentro da demanda
estipulada, o que possibilita a tomada de decisão pelo emprego dos turnos fracionados no
auxílio ao serviço de prontidão do Corpo de Bombeiros. A economia de pessoal obtida na
alocação das equipes em turnos fracionados permite a adoção deste tipo de escala em locais
com efetivo reduzido.
O método proposto permite definir o efetivo necessário de Bombeiros em cada
Fração destacada, desde que se realizem as etapas de previsão da demanda, simulação do
atendimento e alocação dos recursos. Esse conhecimento permitirá ao Comando da
Corporação um estudo eficaz que não dimensione Frações abaixo da demanda necessária na
localidade.
O estudo de caso demonstrou que o aumento das demandas e os períodos sazonais
comportam-se de forma polinomial, ou seja, com picos de alta e baixa, e cria períodos de
necessidade de reforço e períodos em que o reforço pode ser realocado.
Com a revisão dos conceitos e a análise histórica das ocorrências verifica-se que
os indicadores socioeconômicos da localidade onde se encontra instalado o pelotão, bem
como a configuração de relevo e clima influenciam na demanda de ações do Corpo de
Bombeiros, sejam preventivas ou de resposta.
O índice de segurança técnica permitiu dimensionar o acréscimo necessário ao
efetivo do Pelotão para garantir a manutenção do serviço nos períodos de ausência.

7.2 SUGESTÕES

Para melhorar o desempenho da etapa de previsão de demanda seria interessante o


estudo mais detalhado dos municípios para identificar informações sobre: representatividade
de idosos na população (que são grupos susceptíveis a doenças cardiovasculares e traumas por
queda de própria altura), a criminalidade local para verificar a incidência de agressões e suas
vítimas, ou o comportamento da população nos finais de semana e feriados prolongados.
109

A análise de ausências no Pelotão precisa ser melhorada com o incremento da


análise de dias de afastamento por licenças e dispensas médicas, que são informações
importantes para consolidar o valor do percentual do Índice de Segurança Técnica.
A realização do método proposto, sistematicamente ao longo do tempo, permitirá,
ainda, obter informações que indiquem a necessidade de designação de mais equipes para
compor o efetivo da Fração, ou mesmo utiliza-lo como método auxiliar para verificar se uma
Fração precisa ser elevada de categoria.
O método proposto será melhorado com a inserção da variável custo que auxiliará
na tomada de decisão pela adoção das soluções obtidas para aplicação.
O método poderá ser usado em Pelotões Descentralizados, Companhias e
Batalhões para avaliar e dimensionar o efetivo atualmente empregado.
Métodos para definição de percentual de motoristas, Sargentos, Cabos e Soldados
são alternativas para aperfeiçoar o presente método de forma a facilitar o detalhamento do
efetivo dimensionado.
110

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118

GLOSSÁRIO

Auto Bomba Tanque (ABT) - Veículo especial, customizado ou adaptado, que


possui uma Bomba de incêndio, do tipo centrífuga, acionada pelo motor da viatura através do
cardam e caixa multiplicadora de alta vazão, acoplada diretamente ao motor, instalada sobre o
chassi e tanque d’água deverá ter capacidade máxima de 6000 litros. Conduz mangueiras,
mangotes, divisores e esguichos, além de materiais apropriados ao combate a incêndio.
Destinado a atuação em ocorrências de prevenção e combate a incêndios quando o principal
meio de extinção é a água. Podendo ser empregado em incêndios florestais, próximo a
rodovias, em área rural, onde houver acesso por estradas que permitam a circulação de
caminhões carregados, incêndio em lotes vagos e outros que a situação exigir o seu emprego.
Auto Patrulha de Fiscalização (APF) - Veículo convencional de passeio,
preferencialmente de quatro portas, podendo ser 4X4 para o deslocamento em locais de difícil
acesso e em estradas não pavimentadas, levando-se em consideração a localidade em que o
veículo será empregado. Empregado especificamente para serviços de fiscalização em áreas
de risco, edificações a serem liberadas para utilização e realização de eventos, fiscalizações
rotineiras de edificações já liberadas ou em uso.
Auto Salvamento (AS) - Veículo adaptado ou customizado, especificamente para
serviços de salvamento, sua característica básica é a condução dos materiais empregados em
salvamentos terrestres, aquáticos ou em alturas. Destinado ao atendimento dos diversos tipos
de ocorrências de bombeiros que necessitam do emprego de pessoal especializado e materiais
específicos para as atividades terrestres, em alturas ou aquáticas.
Batalhão de Bombeiros – Unidade de Execução Operacional com autonomia
administrativa e orçamentária, que gerencia as ações de bombeiro em macro região onde seja
empregado recurso bombeiro militar.
Comando Operacional de Bombeiros – Unidade de Direção Intermediária
responsável pela gestão de recursos de macro região do Estado, dando resposta qualitativa a
desastres e sinistros.
Companhia de Bombeiros – Subunidade Operacional responsável pela
administração de recurso para dar resposta à demanda de ocorrência em micro regiões
apoiando os pelotões de subárea em recursos e facilitando este emprego.
Desconcentração – define-se como a divisão de um órgão estatal em várias
unidades, porém com integridade de personalidade jurídica. Esta é uma maneira de
119

descongestionar um grande volume de atividade de um determinado núcleo do setor público e


pulverizar a distribuição de tarefas em um órgão estatal de forma que seja mais eficiente o
desempenho da administração, porém, respeitando os vínculos de hierarquia.
Motocicleta de Bombeiro - Motocicleta convencional com adaptações, de baús,
bolsas, sinalizador sonoro e visual de alerta e emergência para emprego nas atividades de
bombeiros que será empregada operacionalmente como, moto da patrulha de fiscalização,
moto de primeiro atendimento pré-hospitalar, em princípio de incêndio ou no emprego
administrativo.
Pelotão de Bombeiros – Unidade operacional responsável pela proteção de uma
cidade e das cidades circunvizinhas. Quando possui responsabilidade por cidades
circunvizinhas possui parte de seu efetivo, viaturas e equipamentos hipotecados nestas
cidades.
Primeira Resposta – Resposta aplicada dentro da atuação em primeiros socorros
que deve ser dada dentro de 15 minutos (minutos de platina) após a causa do sinistro que
venha a comprometer a integridade física da vítima. Todo paciente atendido pelo bombeiro
deve ser estabilizado e entregue em ambiente hospitalar dentro de uma hora (hora de ouro).
Resposta Local – Suporte dado no sinistro pelos recursos locais. Esta resposta
deve ser eficaz para controlar o sinistro, avaliar a necessidade de acionamento da rede de
vizinhos e prevenir outros sinistros.
Resposta da Rede de Vizinhos – Suporte prestado pelas Unidades Operacionais
vizinhas à região onde o sinistro ocorreu. Esta resposta deve ser ágil, estando não muito
distante umas das outras para que possam atuar em conjunto se protegendo e permitindo
controlar os sinistros, atuando na prevenção da região e acionando recursos qualitativos na
insuficiência dos recursos da rede.
Resposta Qualitativa – Suporte técnico-gerencial dado pelo Comando da região
onde ocorreu o sinistro. Esta resposta está dotada de informações estratégicas dadas pelas
unidades locais e regionais que atuaram no local do sinistro. Além das informações o
Comando da Região possui aparato tecnológico estrategicamente disponibilizado, capaz de
ampliar a capacidade de resposta em determinadas localidades.
Resposta Quantitativa – Suporte logístico de recursos humanos e materiais do
Estado para atender o sinistro. Esta resposta somente é viável com o uso das tecnologias de
transporte e distribuição logística adequadas para que sejam utilizadas em face do
acionamento.
120

Unidade de Resgate (UR) - Veículo adaptado ou customizado, fabricado


especificamente para transporte de pessoas acidentadas. Possui em seu interior equipamentos
básicos de suporte de vida e atendimento pré-hospitalar. Destinado ao atendimento a vítimas
de traumas e no transporte de acidentados.
Veículo de Emprego Múltiplo (VEM) - Veículo adaptado ou customizado
destinado a serviços operacionais de bombeiros. Concebido para condução de todo o
equipamento básico de socorro e salvamento, inclusive água. Opcionalmente poderá ser
constituído também por uma célula de atendimento pré-hospitalar, devendo neste caso,
preservar a rapidez e mobilidade no deslocamento. Possui por finalidade dar o primeiro
atendimento aos serviços de salvamentos terrestres, aquáticos ou em altura, combate a
princípio de incêndio urbano, em aglomerados, cidades históricas, lote vago, florestal e às
margens das rodovias. Quando constituído com a célula de atendimento pré-hospitalar, o
veículo poderá ser empregado em Ponto-Base.
121

ANEXO

RELATÓRIO DE RESPOSTAS DO CÁLCULO DE EQUIPES NECESSÁRIAS

Dados Microsoft Excel 14.0


Planilha: [WorkScheduling.xls]DiaPadrao
Relatório Criado: 28/10/2010 23:59:36
Resultado: O Solver encontrou uma solução de número inteiro dentro da tolerância. Todas as
Restrições foram satisfeitas.
Mecanismo do Solver
Mecanismo: GRG Não Linear
Tempo da Solução: 47,156 Segundos.
Iterações: 13 Subproblemas: 62
Opções do Solver
Tempo Máx. Ilimitado, Iterações Ilimitado, Precision 0,000001, Usar Escala Automática
Convergência 0,0001, Tamanho da População 100, Propagação Aleatória 0, Central de
Derivativos
Subproblemas Máx. Ilimitado, Soluç. Máx. Núm. Inteiro Ilimitado, Tolerância de Número
Inteiro 1%, Assumir Não Negativo

Célula do Objetivo (Mín.)


Célula Nome Valor Original Valor Final
$G$2 Função Objetivo 0 12

Células Variáveis
Célula Nome Valor Original Valor Final Número Inteiro
$B$5 Função Objetivo 0 0 Número Inteiro
$C$5 0 1 Número Inteiro
$D$5 0 0 Número Inteiro
$E$5 0 0 Número Inteiro
$F$5 0 1 Número Inteiro
$G$5 0 1 Número Inteiro
$H$5 Equipes 0 0 Número Inteiro
$I$5 0 0 Número Inteiro
$J$5 0 2 Número Inteiro
$K$5 0 1 Número Inteiro
$L$5 0 0 Número Inteiro
122

Célula Nome Valor Original Valor Final Número Inteiro


$M$5 0 1 Número Inteiro
$N$5 0 1 Número Inteiro
$O$5 0 0 Número Inteiro
$P$5 0 0 Número Inteiro
$Q$5 0 1 Número Inteiro
$R$5 0 0 Número Inteiro
$S$5 0 1 Número Inteiro
$T$5 0 0 Número Inteiro
$U$5 0 1 Número Inteiro
$V$5 0 0 Número Inteiro
$W$5 0 1 Número Inteiro
$X$5 0 0 Número Inteiro
$Y$5 0 0 Número Inteiro

Restrições
Célula Nome Valor da Célula Fórmula Status Margem de Atraso
$Z$7 Calculado 3 $Z$7>=$AA$7 Associação 0
$Z$8 Calculado 3 $Z$8>=$AA$8 Associação 0
$Z$9 Calculado 3 $Z$9>=$AA$9 Associação 0
$Z$10 Calculado 3 $Z$10>=$AA$10 Associação 0
$Z$11 Calculado 3 $Z$11>=$AA$11 Associação 0
$Z$12 Calculado 3 $Z$12>=$AA$12 Associação 0
$Z$13 Calculado 3 $Z$13>=$AA$13 Associação 0
$Z$14 Calculado 3 $Z$14>=$AA$14 Associação 0
$Z$15 Calculado 4 $Z$15>=$AA$15 Associação 0
$Z$16 Calculado 5 $Z$16>=$AA$16 Não-associação 1
$Z$17 Calculado 5 $Z$17>=$AA$17 Não-associação 1
$Z$18 Calculado 6 $Z$18>=$AA$18 Não-associação 2
$Z$19 Calculado 5 $Z$19>=$AA$19 Associação 0
$Z$20 Calculado 5 $Z$20>=$AA$20 Associação 0
$Z$21 Calculado 5 $Z$21>=$AA$21 Associação 0
$Z$22 Calculado 5 $Z$22>=$AA$22 Associação 0
$Z$23 Calculado 5 $Z$23>=$AA$23 Associação 0
$Z$24 Calculado 5 $Z$24>=$AA$24 Associação 0
$Z$25 Calculado 4 $Z$25>=$AA$25 Associação 0
$Z$26 Calculado 4 $Z$26>=$AA$26 Associação 0
$Z$27 Calculado 4 $Z$27>=$AA$27 Não-associação 1
$Z$28 Calculado 3 $Z$28>=$AA$28 Associação 0
$Z$29 Calculado 4 $Z$29>=$AA$29 Não-associação 1
$Z$30 Calculado 3 $Z$30>=$AA$30 Associação 0
$B$5:$Y$5=Número Inteiro

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