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CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM PLANEJAMENTO E GESTÃO EM

DEFESA CIVIL

JECTAN VITAL DE OLIVEIRA

ANÁLISE DA VIABILIDADE DE PARCERIA ENTRE O CORPO DE


BOMBEIROS DO CEARÁ E SEGURADORAS DE INCÊNDIO

FORTALEZA
2008
JECTAN VITAL DE OLIVEIRA

ANÁLISE DA VIABILIDADE DE PARCERIA ENTRE O CORPO DE


BOMBEIROS DO CEARÁ E SEGURADORAS DE INCÊNDIO

FORTALEZA
2008
JECTAN VITAL DE OLIVEIRA

ANÁLISE DA VIABILIDADE DE PARCERIA ENTRE O CORPO DE


BOMBEIROS DO CEARÁ E SEGURADORAS DE INCÊNDIO

Monografia apresentada ao curso de


Especialização em Planejamento e
Gestão em Defesa Civil da Faculdade
Metropolitana de Fortaleza, como requisito
para a obtenção do grau de especialista.
Sob a orientação do Ten Cel Ronaldo
Roque de Araújo Ms.

FORTALEZA
2008
ANÁLISE DA VIABILIDADE DE PARCERIA ENTRE O CORPO DE
BOMBEIROS DO CEARÁ E SEGURADORAS DE INCÊNDIO

TERMO DE APROVAÇÃO

Por

JECTAN VITAL DE OLIVEIRA

Este estudo monográfico foi apresentado no dia 03 de dezembro de 2008, como


requisito para obtenção do título de especialista no Curso de Pós Graduação em
Planejamento e Gestão em Defesa Civil da Faculdade Metropolitana da Grande
Fortaleza, tendo sido aprovado pela Banca Examinadora composta pelos
professores.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________
Ten Cel Ronaldo Roque de Araújo Ms.
Orientador - CBMCE

______________________________________
Prof. Dra. Dinalva Maria Miranda Tavares
FAMETRO

______________________________________
Prof.
FAMETRO
À minha amada noiva Elisabeth Maria de
Sousa e a minha família.
AGRADECIMENTOS

Ao Senhor Coronel QOBM Joaquim dos Santos Neto, pelo auxílio na realização
deste trabalho.
Ao Senhor Ten Cel QOBM Ronaldo Roque de Araújo, pelo tempo dispensado à
orientação desta monografia.
Aos amigos do Curso Superior de Comando 2008, pela companhia diária e
contribuição de conhecimentos.
Por fim, a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a elaboração deste
trabalho.
A verdadeira medida de um homem não
se vê na forma como se comporta em
momentos de conforto e conveniência,
mas em como se mantém em tempos de
controvérsia e desafio.

(Martin Luther King Jr.)


RESUMO

Este estudo tem como objetivo analisar a viabilidade de uma parceria entre o Corpo
de Bombeiros Militar do Estado do Ceará e empresas seguradoras do ramo de
incêndio. Diante disto, o trabalho identifica os procedimentos adotados pelas
seguradoras do ramo incêndio desde a formulação da proposta até o pagamento da
indenização do seguro, relacionando as etapas do processo com a atividade de
prevenção e combate a incêndios. Realizou-se pesquisa bibliográfica, documental e
pesquisa de campo, sendo feito uma análise da relação entre as entidades
envolvidas e verificando o posicionamentos dos gestores e profissionais do ramo de
seguro incêndio através do uso de entrevistas e questionários. O dados foram
tratados de forma qualitativa, os gestores e profissionais consultados mostraram
posicionamentos favoráveis a parceria. Concluindo, assim, que é viável a parceria
analisada.

Palavras-chave: Prevenção, Incêndio, Seguro, Risco de incêndio.


ABSTRACT

The study has as objective analyzes the viability of a partnership between the Military
Fire brigade of the State of Ceará and companies insurance companies of the fire
branch. Before this, the work identifies the procedures adopted by the insurance
companies of the branch fire from the formulation of the proposal to the payment of
the compensation of the insurance, relating the stages of the process with the
prevention activity and combat to fires. He/she took place researches bibliographical,
documental and field research, being made an analysis of the relationship among the
involved entities and verifying the managers' positionings and professionals of the
branch of safe fire through the use of interviews and questionnaires. Given were it
treated in a qualitative way, the managers and consulted professionals showed
favorable positionings the partnership. Ending, like this, that it is viable the analyzed
partnership.

Keywords: Prevention, Fire, Insurance, Fire Risk.


LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Tetraedro do Fogo ................................................................................... 24


FIGURA 2 O seguro Incêndio e a Atividade Bombeiro Militar ................................... 44
FIGURA 3 Percentual da amostra em relação à população ..................................... 47
FIGURA 4 A utilização do laudo pericial do CBMDF em juízo .................................. 49
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Distribuição do investimento estrangeiro ................................................. 33


TABELA 2 Pontuação inicial p/ classificação das cidades ........................................ 41
LISTA DE ABREVIATURAS

ANP Agência Nacional de Petróleo


CAT Coordenadoria de Atividades Técnicas
CBMCE Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará
CBMDF Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal
CIPI Centro de Investigação e Prevenção de Incêndio
FENACOR Federação Nacional dos Corretores de Seguro
FENASEG Federação Nacional das Empresas de Seguro Privado e de
Capitalização
FUNENSEG Fundação Escola Nacional de Seguros
INFRAERO Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária
IRB Instituto de Resseguros do Brasil
NBR Normas Brasileiras Regulamentadoras
PCDF Polícia Civil do Distrito Federal
QOBM Quadro de Oficiais Bombeiro Militar
SINCORCE Sindicato dos Corretores de Seguros, Empresas Corretoras de
Seguros, Capitalização e Previdência Privada do Ceará
SUSEP Superintendência de Seguros Privados
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 18
2 O INCÊNDIO .......................................................................................................... 23
3 MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO ........................... 25
4 A PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS NO CBMCE ...................................................... 27
5 O RISCO DE INCÊNDIO ........................................................................................ 30
6 O SEGURO ............................................................................................................ 32
6.1 A história do seguro no Brasil ......................................................................... 32
6.2 O contrato de seguro ........................................................................................ 35
7 O SEGURO INCÊNDIO .......................................................................................... 37
7.1 Definição ............................................................................................................ 38
7.2 A Regulação de sinistros .................................................................................. 38
7.3 Os descontos ..................................................................................................... 40
8 O SEGURO INCÊNDIO E A ATIVIDADE BOMBEIRO MILITAR .......................... 42
9 METODOLOGIA .................................................................................................... 45
9.1 Apresentação ..................................................................................................... 45
9.2 Universo ............................................................................................................. 45
9.3 Amostra .............................................................................................................. 46
9.4 Instrumentos de coleta de dados .................................................................... 47
9.5 Procedimentos de análise ................................................................................ 48
10 RESULTADOS ..................................................................................................... 49
10.1 Questionários .................................................................................................. 49
10.2 Entrevistas ....................................................................................................... 53
11 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 56
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 58
18

1 INTRODUÇÃO

O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) trabalha na


minimização de riscos e prejuízos causados pelos incêndios, tendo missão fim a
prevenção e combate deste tipo de sinistro, como pode ser verificado no artigo 1° da
lei Nº 13.438, de 07 de janeiro de 2004.
De acordo com a Norma Brasileira Regulamentadora (NBR) 13860 o incêndio é
o fogo fora do controle. Para reduzir a ocorrência de incêndio, bem como extinguí-
los, Brentano (2007), afirma que se deve conhecer sua dinâmica e todos os seus
aspectos: causas, formação e conseqüências.
A Constituição Federativa do Brasil de 1988, em seu artigo 144, § 5°, dispõe
sobre a Segurança Pública e incumbe aos corpos de bombeiros militares, além das
atribuições previstas em lei, a execução de atividades de defesa civil.
O Corpo de Bombeiros Militar do Ceará – CBMCE, através do decreto estadual
n° 28.656, de 26 de fevereiro de 2007, incorporou a sua estrutura organizacional ao
Sistema de Defesa Civil do Estado e o art. 2° do mesmo decreto, define seus
objetivos:
Art.2º São objetivos do Sistema Estadual de Defesa Civil - SEDC:

I - articular, coordenar e gerenciar as ações de defesa civil em

nível estadual;

II - priorizar e apoiar as ações preventivas de preparação para

emergências e desastres, resposta e reconstrução de cenários. (Decreto


estadual n° 28.656, de 26 de fevereiro de 2007)

É missão do Corpo de Bombeiros Militar do estado a prevenção e o combate de


sinistros de incêndio que envolvam edificações, como prevê o lema da instituição
“vidas alheias e riquezas salvar”.
Na obra que comporta a legislação contra incêndio e pânico do Estado de
Minas Gerais, CBMMG (2006), defende-se que “o incêndio só ocorre onde a
prevenção falha.” Assim sendo, a corporação bombeiro militar atua na redução de
incêndios, focalizando atitudes prevencionistas.
No entanto, segundo Smith (1999), a possibilidade de dano causado pelo risco
da atividade diária de empresas e/ ou pessoas, gerou um mercado oportuno
19

preenchido pelas empresas seguradoras, mais especificamente do ramo de seguro


incêndio. O contexto proporcionou interesse por parte das seguradoras na
prevenção, combate, possíveis causas e danos causados pelos incêndios.
Segundo Pereira Júnior (2007), a maioria das empresas brasileiras trabalha na
contratação de empresas seguradoras como meio de minimizar os efeitos do sinistro
e não na mitigação das causas, ou seja, investimento em prevenção.
A vivência de aproximadamente 5 (cinco) anos deste pesquisador, na
Coordenadoria de Atividades Técnicas - CAT, revelou uma demanda acentuada de
solicitações, sejam estas solicitadas para regularização de empresas ou denúncias
anônimas de locais em risco, resultando um aumento no prazo de conclusão das
vistorias.
A sociedade humana tem se preocupado em garantir a sua segurança contra
fatores adversos geradores de danos à vida e ao patrimônio. A realização do serviço
de bombeiros exige disponibilidade de meios, o que sugere otimização da ação e
economia de recursos.
O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará encontra-se com o dever
previsto em constituição de exercer atividades de defesa civil e de prevenção e
combate a incêndios na legislação estadual, o que deixa a corporação inserida em
um cenário ligado ao mercado de empresas seguradoras do ramo de incêndio.
Segundo Brentano (2007), fogo pode ser definido como uma reação química,
denominada combustão, que ocorre com a oxidação rápida do material combustível,
com oxigênio do ar, provocada por uma fonte de calor, produzindo luz e calor. Sendo
o risco de incêndio uma constante no meio social, pois tais elementos existem em
quase todo local que estivermos.
O contrato de seguro formalizado entre a seguradora e o segurado está
baseado no pagamento de um valor (prêmio), o qual transmite a responsabilidade do
risco à contratada, e pagamento de uma indenização. De acordo com Smith (1999,
P.3):
Seguro é o sistema pelo qual um risco é transferido por uma pessoa, uma
empresa ou organização para uma companhia de seguros, que reembolsa o
segurado por sinistros cobertos e provê a pulverização dos custos dos
sinistros entre todos os segurados. Riscos, Transferência e pulverização
são elementos vitais do seguro.
20

Desta feita, embora o CBMCE não tenha objetivo direto de favorecer a atuação
de empresas seguradoras, sua existência produz interferência direta no seguro de
incêndio.
Segundo Relatório Anual do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará
(CBMCE), mais de 80% das edificações da cidade de Fortaleza tem problemas nas
instalações de segurança contra incêndio (RELATÓRIO ANUAL DE ATIVIDADES
DO CBMCE, 2002, apud Wagner, 2005).
Acompanhando o número de processos de vistorias e projetos de segurança
contra incêndio e pânico que são protocolados na Coordenadoria de atividades
Técnicas (CAT), verifica-se a demanda elevada existente.
Do exposto, surge o seguinte questionamento como problema de pesquisa:
É viável a parceria entre o Corpo de Bombeiros do Estado do Ceará e
empresas seguradoras para realização de atividades de prevenção de
incêndios?
Diante do contexto apresentado, este trabalho tem como objetivo geral analisar
a viabilidade de uma parceria do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará
com empresas seguradoras do ramo de incêndio e como objetivos específicos:
• Verificar as atribuições do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do
Ceará;
• Identificar procedimentos adotados pelas empresas seguradoras deste a
apólice até o pagamento da indenização;
• Identificar a relação do mercado de seguro incêndio com a atividade
bombeiro militar.
Seguimos com a definição de incêndio e seus elementos causadores, o que
fornece embasamento teórico para melhor entendimento do restante do trabalho.
21

2 O INCÊNDIO

De acordo com a NBR 13860 o incêndio é o fogo fora do controle e Brentano


(2005), afirma que para prevenir e combater incêndios deve-se conhecer sua
dinâmica e todos os seus aspectos: causas, formação e conseqüências.
De acordo com Seito (2008), o incêndio não é medido pelo tamanho do fogo.
Como pode-se observar o incêndio é gerado através do fogo, fenômeno que
acompanha o homem e antes de serem descobertas suas causas e formas de
controle, já trazia receio, o que comprova a afirmativa de Gomes (1998, p.3):
O fogo sempre se constituiu num elemento de grande significado para a
criatura humana. Todavia, antes de ter sido descoberto o modo de produzi-
lo e de controlá-lo, provocava verdadeiro terror no homem, algo
supersticioso, pois seu surgimento ocorria naturalmente, conseqüentemente
da erupção de um vulcão, da faísca elétrica caída sobre o mato seco ou,
ainda, pela combustão espontânea na vegetação submetida, fortemente,
aos raios do sol. Por muitos séculos, o fogo foi considerado uma
manifestação sobrenatural cuja ocorrência era atribuída aos deuses.

Como pode ser visto fogo e incêndio são conceitos muito próximos, porém uma
pequena característica os distingue, o controle. Como é definido de forma clara e
sucinta por Brentano (2005).
Desta feita, caracterizando o processo de surgimento do fogo, ao mesmo
tempo é especificado o aparecimento do incêndio, pois este último é conseqüência
da evolução descontrolada do primeiro.
“O fogo, em ouras palavras, é uma reação química, denominada
combustão, que ocorre com oxidação rápida do material combustível, sólido
ou líquido, com o oxigênio do ar, provocada por uma fonte de calor; que
gera chamas emite calor, além de emitir fumaça e outros resíduos.”
(BRENTANO, 2007)

Ainda segundo Brentano (2007), o fogo possui 4 quatro elementos:


• Combustível: material susceptível a queima, pode ser sólido, líquido
ou gasoso;

• Comburente: agente químico que ativa e conserva a combustão,


normalmente o oxigênio do ar;

• Calor: energia que dá início ao processo;


22

• Reação em cadeia: é processo químico contínuo da combustão.

Estes elementos são apresentados em forma de representação gráfica por


Seito (2008):
REAÇÃO EM
CADEIA

COMBUSTÍVEL

COMBURENTE

CALOR
Figura 1: Tetraedro do fogo.
Fonte: Seito (2008).

Segundo Brentano (2007), para se extinguir o incêndio deve-se eliminar um dos


quatro elementos do processo de combustão: calor, combustível, comburente ou
reação em cadeia. Agindo de acordo com os quatro métodos abaixo especificados:
• Abafamento: retira do comburente (oxigênio do ar);
• Resfriamento: absorve o calor do fogo;
• Retirada do material: elimina o material combustível ainda não queimado;
• Quebra da reação em cadeia: interrompe o processo químico da
combustão.
A prevenção no Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará trabalha de
maneira a eliminar a ocorrência de incêndios, através de atividades educativas, ou
mesmo, fiscalização e exigências de sistemas ou medidas de segurança. Em ambos
os casos o foco está baseado no surgimento do fogo e seus métodos de extinção.
23

3 MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO

Segurança é o que está livre de risco ou perigo. Risco é a probabilidade ou


possibilidade de acontecimento e perigo, estado que sugere cuidado e que pode
produzir danos. (MELO, 1999)
As instalações de combate a incêndio e sua manutenção são de fundamental
importância, chegando a certos tipos de edificações, a status de indispensável, de
acordo com o risco, área, ocupação e outros fatores considerados. (FALCÃO, 1995)
Em alguns casos, este item é empregado como diferencial da obra. Porém há
de se lembrar que a segurança contra incêndio, antes de tudo, é obrigatória para
qualquer empreendimento. Conforme artigo 2° da Lei estadual N° 13556, de 29 de
novembro de 2004, in verbis:
Art.2º. A expedição de licenças para construção, funcionamento de
quaisquer estabelecimentos ou uso de construção, nova ou antiga,
dependerão de prévia expedição, pelo órgão próprio do Corpo de
Bombeiros, de Certificado de Conformidade do Sistema de Proteção contra
Incêndio e Pânico.
Ainda conforme a Lei estadual N° 13556, de 29 de novembro de 2004, as
medidas de segurança contra incêndio nas edificações e áreas de risco do estado
serão especificadas através de normas técnicas estabelecidas pelo CBMCE e
especificando-as como, in verbis:
Art.3º. São obrigatórias as medidas de segurança e proteção contra
incêndio e pânico nas edificações e áreas de risco do Estado.
§1º. Constituem medidas de segurança e proteção contra incêndio e pânico:
I - o acesso para viaturas da Corporação nas edificações e áreas de risco;
II - a separação entre edificações;
III - a segurança estrutural das edificações;
IV - a compartimentação horizontal;
V - o isolamento vertical;
VI - o controle de materiais de acabamento;
VII - as saídas de emergência;
VIII - a segurança em elevadores;
IX - o projeto de segurança e proteção contra incêndio e pânico;
X - o controle de fumaça;
XI - o gerenciamento de risco de incêndio;
XII - a brigada de incêndio;
24

XIII - a iluminação de emergência;


XIV - a detecção de incêndio;
XV - o alarme de incêndio;
XVI - a sinalização de emergência;
XVII - o sistema de hidrantes e mangotinhos;
XVIII - os extintores;
XIX - os chuveiros automáticos;
XX - o sistema fixo de resfriamento;
XXI - o sistema fixo de espuma;
XXII - o sistema fixo de gases;
XXIII - as instalações de gás liquefeito de petróleo e gás natural;
XXIV - o sistema de proteção contra descargas atmosféricas.
Com intuito de intensificar a aplicabilidade das medidas de segurança contra
incêndios o Corpo de Bombeiros do Estado do Ceará possui procedimentos de
prevenção, através de trabalhos educativos e de fiscalização realizados por setor
específico legalmente amparado, como é apresentado no capítulo seguinte.
25

4 A PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS NO CBMCE

Para Gomes (1998), a prevenção contra incêndio é o único meio de garantia


em que um princípio de incêndio não fuja do controle, neutralizando seu
desenvolvimento. Souza (1996, p.) esclarece os objetivos a serem atingidos pela
prevenção através da seguinte citação:
Os objetivos da prevenção contra incêndio são atendidos através do projeto,
instalação e manutenção devida das fontes de energia, do distanciamento
adequado entre o material combustível e a eventual fonte de ignição, da
escolha do material para acabamento da edificação (quanto a sua
combustibilidade, velocidade de propagação da chama, desenvolvimento de
fumaça, etc.), do conhecimento dos riscos que envolvem as atividades
exercidas, da correta utilização dos equipamentos, da compartimentação
adequada dos riscos envolvidos, da proteção das aberturas entre ambientes
e entre pisos, etc.

Segundo Seito (2008), as perdas com incêndios nos países que adotam
postura severa na questão de prevenção têm diminuído significativamente. O autor
reforça ainda que a manutenção de coleta e análise de dados relativos a incêndios
permite organizar programas de prevenção a nível local e nacional.
No Ceará, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado é um organismo de
segurança pública, destinado à prestação de socorro, ao atendimento a chamados
de emergência e à execução de atividades de defesa civil, dentre estas a prevenção
e combate a incêndios. Como pode ser observado nos art. 1 da lei Nº 13.438, de 07
de janeiro de 2004, que dispõe a missão e competência do CBMCE:
Art.1º. O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE), órgão
com competência para atuar na defesa civil estadual e nas funções de
proteção da incolumidade e do socorro das pessoas em caso de infortúnio
ou de calamidade; exercer atividades de polícia administrativa para a
prevenção e combate a incêndio, bem como de controle de edificações e
seus projetos, visando a observância de requisitos técnicos contra incêndio
e outros riscos; [...] ações educativas de prevenção de incêndio, socorro de
urgência, pânico coletivo e proteção ao meio ambiente... (Lei N° 13438,
2004)

Dentro do cenário de atuação do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do


Ceará, a atividade de prevenção é gerida pela lei N° 13.556, de 29 de dezembro de
26

2004, a qual dispõe sobre a segurança contra incêndio e pânico e dá outras


providências. Como pode ser verificado em seu artigo 1°, in verbis:
Art.1º. Compete ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará –
CBMCE, o estudo, o planejamento e a fiscalização das exigências que
disciplinam a segurança e a proteção contra incêndios nas edificações e
áreas de risco no âmbito do Estado do Ceará, nos termos estabelecidos
nesta Lei.
§1º. São objetivos desta Lei:
I – dispor sobre a proteção da vida dos ocupantes das edificações e áreas
de risco, em caso de incêndio e pânico;
II – dificultar a propagação do incêndio, reduzindo danos ao meio ambiente
e ao patrimônio;
III – proporcionar meios de controle e extinção do incêndio; e
IV – possibilitar condições de acesso para as viaturas e guarnições do
Corpo de Bombeiros. (Lei 13.556, 2004)
Ainda com base na Lei estadual N° 13.556, de 29 de dezembro de 2004, em
seu artigo 2°, §1°, fica estabelecido que toda edificação, exceto as unifamiliares,
estão sujeitas as exigências estabelecidas nesta lei nas situações de construção ou
reforma, mudança da ocupação ou uso, ampliação da área construída, adequação
das edificações e áreas de risco com existência anterior à publicação desta Lei e
vencimento da validade dos respectivos Certificados de Vistoria.
Dentre os órgãos subordinados ao Comando Geral do CBMCE, aquele que é
responsável por estudar, planejar, coordenar, fiscalizar e controlar as atividades de
prevenção e segurança contra incêndio e pânico é a Coordenadoria de Atividades
Técnicas (CAT). Como pode ser visto no conteúdo disponibilizado no site oficial da
corporação, baseado na lei estadual Nº 13.438, de 07 de janeiro de 2004, in verbis:
A Coordenadoria de Atividades Técnicas é o Órgão de Execução
Programática responsável pelo controle da observância dos requisitos
técnicos contra incêndios e de projetos de edificações antes ou depois de
sua liberação ao uso, competindo-lhe:
I - gerenciar o sistema de informações no que diz respeito à análise,
cadastro e controle de dados;
II - desenvolver pesquisa científica e avaliar o desempenho operacional da
Corporação;
III - analisar projetos de edificações, vistorias e pareceres técnicos;
IV - controlar, manter e manobrar hidrantes. (Lei N° 13.438, 2004)
27

O art. 4° item IV da lei Nº 13.438, de 07 de janeiro de 2004, Lei de organização


básica do CBMCE, define a Coordenadoria de Atividades Técnicas - CAT e os
Grupamentos de Bombeiros como Órgãos de Execução Programática. Estes têm
suas atribuições direcionadas pelo art. 16° da mesma lei, in verbis:
Art.16. Os Órgãos de Execução Programática são organizados de forma
sistêmica e tem a seu cargo a execução das atividades relativas a serviços
técnicos, planejamento operacional, atividades de defesa civil e operações
de bombeirísticas na região metropolitana e no interior. (Lei N° 13.438,
2004)
Desta feita, temos a Coordenadoria de Atividades Técnicas para execução da
prevenção de incêndios e os grupamentos de bombeiros para a execução das
atividades de prevenção de incêndios.
A seguir é especificado o risco de incêndio, fator gerador da relação entre o
Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará e as seguradoras, ou seja, ambos
têm interesse na redução do mesmo e diminuição da possibilidade de ocorrência do
incêndio.
28

5 O RISCO DE INCÊNDIO

Etimologicamente, o termo risco é originado do italiano antigo resicare, que tem


por significado ousar (BERNSTEIN, 1997; AGUIAR, 2005, apud Rajão, 2005).
Avaliando o sentido desta palavra, Bernstein (1997, apud Rajão, 2005) concluiu que
correr risco é uma opção pessoal ou corporativa e não um destino transcendental
estabelecido por Deus.
O estudo de riscos tem sido fundamental no controle de doenças naturais e
epidêmicas, no controle de poluição ambiental, na segurança contra incêndios, na
prevenção de acidentes ocupacionais na contaminação e adulteração de alimentos,
no desenvolvimento de armas militares, entre outras (DE CICCO & FANTAZZINI,
1994; ROQUE-SPECHT, 2002; WHO, 2005, apud Rajão, 2005).
A definição de Bernstein (1997), não se aplica ao cenário de incêndios, pois,
conforme Marcelli (2007), o risco deste tipo de sinistro está presente em toda
edificação ou elemento construtivo desde seu início até a conclusão da obra, ficando
como opção, apenas reduzir ou não a probabilidade de sua ocorrência.
O risco de incêndio, relacionado às edificações, é a possibilidade ou
probabilidade de perigo que há em função do tipo de construção ou ramo de
atividade, de uma determinada edificação ser vítima de um incêndio e as
conseqüências da ocorrência do fato. (MELO, 1999)
Os incêndios normalmente são causados por comportamento de risco, isto é,
apanhado de atitudes realizadas pelo ser humano agindo com imprudência,
imperícia ou negligência. O desconhecimento dos riscos de incêndio e o descaso na
prevenção são as principais causas do sinistro. (MELO, 1999)
Segundo Seito (2008), verifica-se que há uma assimilação de riscos acima do
aceitável em edificações sendo necessária utilização de métodos de avaliação de
desempenho e análise de riscos de maneira que seja maximizado o resultado da
Segurança Contra Incêndio. A análise de risco de incêndio engloba:
• Modelagem matemática da possibilidade de ocorrência de incêndio;
• Análise de locais de riscos específicos;
• Cálculo de carga de incêndio;
• Cálculo de perdas:
o Humanas;
29

o Materiais;
o Operacionais;
o Etc.
• Probabilidade do incêndio atingir escala urbana.
Com o encerramento deste capítulo defnimos incêndio e sua prevenção através
do ponto de vista da atuação do Corpo de Bombeiros Militar. Prosseguindo o
trabalho pormenorizando o seguro, mais especificamente o seguro incêndio, com
intuito de fornecer subsídios para relacionar a atividade seguradora com a bombeiro
militar amparando a análise da viabilidade de parceria entre estes dois setores,
proposta principal desta obra.
30

6 O SEGURO

Segundo Pinto (2006), desde as pegadas iniciais de sua marcha pela terra, o
homem sempre se mostrou preocupado com a própria segurança e com a
conservação de tudo que conseguiu conquistar, face às incertezas do futuro. Daí, o
autor afirmar que a história do seguro remonta aos primeiros passos da civilização e
até agora, a sua travessia é um registro de testemunho humano, com tendências
modernizadoras do seu processo evolutivo.
Smith (1999) define seguro como o sistema pelo qual um risco é transferido por
uma pessoa, uma empresa ou organização para uma companhia de seguros, que
reembolsa o segurado por sinistros cobertos e provê a pulverização dos custos dos
sinistros entre todos os segurados. Riscos, Transferência e pulverização são
elementos vitais do seguro.

6.1 A história do seguro no Brasil

O seguro, segundo a Superintendência de Seguros Privados - SUSEP (2008),


alinhando-se entre as mais antigas atividades econômicas regulamentadas no Brasil
e teve início ainda no Século XVI, com os jesuítas. Sua mais remota regulamentação
data do Século XVIII, quando foram promulgadas as "Regulações da Casa de
Seguros de Lisboa", postas em vigor por alvará de 11 de agosto de 1791, e
mantidas até a proclamação da independência em 1822.
Segundo Azevedo (2008), a atividade de seguro no país começa a ser levada a
sério com a vinda da família real para o Brasil, em 1808. O autor, ressalta ainda, que
somente a partir daí tem-se uma preocupação maior com o desenvolvimento e que a
primeira companhia seguradora foi a Boa-Fé, em 1808, seguida da Companhia de
Seguros Conceito Público na Bahia, e da Identidade no Rio de Janeiro, ambas
voltadas para o comércio marítimo.
Em 1860, surgem as primeiras regulamentações relativas à obrigatoriedade de
apresentação de balanço e outros documentos, além da exigência de autorização
para funcionamento das seguradoras. Em 1901, é criada a Superintendência Geral
31

de Seguros, subordinada ao Ministério da Fazenda, com a missão de estender a


fiscalização a todas as seguradoras que operavam no País. (SUSEP, 2008)
A tabela abaixo representa o investimento estrageiro no mercado de seguros
frente aos outros setores da economia no país em dos períodos, até a pouco depois
da criação da Superintencia Geral de Seguros, e depois desta criação até 1913.

Tabela 1 - Distribuição do investimento estrangeiro


(em % sobre o investimento total)
Setores 1860- 1902 1903- 13
Serviços básicos 59,0 61,7
Seguros 17,4 0,9
Bancos 7,8 9,7
Comércio 6,0 8,8
Indústria de transformação 4,0 7,2
Total parcial 94,2 88,3
Fonte: Castro (1979).
Como pode ser visto na tabela 1, com a criação da Superintendência Geral de
Seguros, em 1901, houve uma redução do investimento estrageiro no mercado de
seguros.
Segundo Alberti (2001), as lideranças do meio segurador em conjunto com a
associação das companhias de seguros, acompanhavam atentas as mudanças do
mercado e, dentro as leis sociais aprovadas em 1931, constava o decreto que
propunha a sindicalização das classes.
De acordo com Azevedo (2008), o primeiro sindicato dos corretores de seguro
e o primeiro sindicato das seguradoras foram criados, respectivamente, em 1932 e
em 1933, ambos no Rio de Janeiro.
Em 1939, é criado o Instituto de Resseguros de Brasil (IRB), com política de
proteção do mercado nacional frente às companhias estrangeiras e como desafio
operacional à regulação do resseguro e atividades de seguro em geral. E em 1951,
é fundada a Federação Nacional das Empresas de Seguro Privado e de
Capitalização, no Rio de Janeiro. (FENASEG, 2008)
Alberti (2001) afirma que o discurso do presidente do IRB, na sua solenidade
de instalação, em junho de 1940, mostra a consciência do instituto como órgão
gestor da segurança econômica social do risco para a empresa de seguros. Como
pode ser visto no discurso de Magalhães (1940):
32

O Instituto não poderia se organizar sem um laboratório. Sem a sua equipe


de estudos e pesquisas. Ele será um viveiro de técnicos que orientarão o
mercado de seguros do país, formando escola, criando uma consciência
nova, dando ao risco a segurança econômica e a segurança social que
deve ter.

Esta consciência veio associada ao conhecimento e formação, motivando a


iniciativa de investimento em universidades e centros de formação. A implementação
da matemática atuarial e qualificação do setor contribuiu para o desenvolvimento do
mercado de seguros no país. (ALBERTI, 2001)
Em 1966, o governo instituiu o Sistema Nacional de Seguros Privados, criando
a SUSEP- Superintendência de Seguros Privados, órgão controlador e fiscalizador
da constituição e funcionamento das sociedades seguradoras e entidades abertas
de previdência privada. (SUSEP, 2008)
Em 1971, é criada a Fundação Escola Nacional de Seguros (FUNENSEG),
tornando-se o “braço acadêmico” do segurador, atuando na disseminação do
conhecimento, chegando a obter autorização do Ministério da Educação - MEC,
conferindo grau de bacharelado em administração na linha de seguros e previdência
privada. Em 1975, no Rio de Janeiro, é criada a Federação Nacional dos Corretores
de Seguros – FENACOR. (AZEVEDO, 2008)
Em 1985, segundo a SUSEP (2008), é implantado o sistema de audiência
pública e aberta a todos os segmentos, para a formulação de medidas gerais e
tomada de decisões; Promove a desregulamentação gradual da atividade
seguradora, e dá autonomia à criação de produtos; Estimula a formação de
empresas regionais; Modifica os critérios e requisitos para aplicação de reservas
técnicas em ativos mobiliários; Acaba com a exigência de carta-patente para o
funcionamento das seguradoras; e promove a indexação dos contratos, que passam
a ser atualizados com base na correção monetária.
Ainda segundo SUSEP (2008), quatro anos depois da Constituição Federal de
1988, em cerimônia de posse de sua Presidência, a FENASEG dá publicidade a
uma declaração de princípios norteadores da atividade seguradora, a Carta de
Brasília. Pouco depois, em ação conjunta do IRB, SUSEP e Secretaria de Política
Econômica, é lançado um Plano Diretor do Sistema de Seguros, Capitalização e
Previdência Complementar.
33

No ano de 1996, ocorre a liberação da entrada de empresas estrangeiras no


mercado nacional, e a quebra do monopólio ressegurador do IRB. (SUSEP, 2008)
Com abertura do mercado segurador para o capital internacional ocorreu
acentuada movimentação institucional e inúmeros processos de fusões de
seguradoras brasileiras e estrangeiras. (FENASEG, 2008)

6.2 O contrato de seguro

Segundo Soares (1975), o contrato de seguro é aquele em que uma das partes
se obriga para com a outra, mediante pagamento antecipado de um prêmio, a
indenizá-la do prejuízo causado por um risco previsto em contrato. São elementos
do contrato de seguro:
• Seguradora: parte que se obriga a pagar a indenização, pessoa jurídica
legalmente autorizada a trabalhar no ramo de seguro;
• Segurado: Pessoa física ou jurídica que paga o prêmio à seguradora
como garantia de receber a indenização em caso de sinistro resultante do
risco previsto;
• Prêmio: Importância paga pelo segurado à seguradora, para garantir o
direito de receber a indenização;
• Risco: Evento futuro e incerto, potencialmente danoso ao segurado;
• Indenização: Importância paga pela seguradora ao segurado para
compensar prejuízo causado pelo fato danoso ocorrido.
Oliveira (2002), considera ainda, outro elemento no contrato de seguro, a
Apólice, sendo definida por Azevedo (2008), como “instrumento de contrato pelo
qual o segurado repassa à seguradora a responsabilidade pelos riscos que possam
advir, estabelecidos na própria apólice.”
Diante de elementos que se interligam e são considerados de forma diferente
por autores sobre o assunto, “seguro”, Souza (2002) tem uma definição mais
completa, caracterizando o seguro como:
“Uma operação que toma forma jurídica por meio do contrato, em que uma
das partes (segurador) se obriga com a outra (segurado), mediante o
recebimento de uma importância estipulada (prêmio), a compensá-la
34

(indenização) por prejuízo (sinistro), resultante de um evento futuro, possível


e incerto (risco), indicado no contrato.”

Segundo a SUSEP (2008), antes da apólice, o segurado formula uma proposta


à empresa seguradora com a intenção de cobertura dos riscos. A seguradora analisa
e, caso concorde, formaliza a apólice.
Cerne (1973) confirma a definição de Souza (2002), afirmando que o contrato
de seguro é um acordo celebrado entre partes, onde uma tem obrigações
financeiras para com a outra. Segurado e segurador devem guardar a mais estrita
boa fé e veracidade a respeito do objeto segurado e declarações a ele
concernentes. É conseqüência de riscos futuros, sendo realizado através da
emissão de apólice. Por fim, o contrato de seguro é consensual, aleatório, oneroso,
formal e bilateral.
35

7 O SEGURO INCÊNDIO

Segundo Soares (1975), o seguro incêndio surgiu na Alemanha, em 1591, na


cidade de Hamburgo, através de uma empresa que se denominou “Contrato de
Fogo”. Este contrato se integrou às firmas interessadas e apresentava característica
de uma pessoa jurídica atual, onde os associados se comprometiam com parte de
seu patrimônio. A experiência obteve êxito suficiente para em 1676 envolver mais 46
entidades menores, do mesmo ramo, e se denominar “Caixa de Incêndios da cidade
de Hamburgo”. Formando a primeira empresa de seguros da Europa, que serviu de
base para os sistemas das seguradoras de incêndio modernas.
Ainda com base em Soares (1975), o seguro incêndio inglês, inicialmente,
ocorria através de contratação de seguradoras individuais (pessoas físicas). Após o
incêndio catastrófico de 1666 houve a necessidade da criação de um sistema de
seguro propriamente dito, o “Fire Office”. Logo em seguida fundou-se também seu
concorrente, o “Friendly Society”. O diferencial nas companhias de seguro inglesas
(Londres) é que, além da responsabilidade pela indenização, as seguradoras eram
responsáveis pela extinção de incêndio, sendo obrigadas a manter os próprios
Corpos de Bombeiros.
De acordo com Smith (1999), Benjamin Franklin manifestou interesse em criar
companhias voluntárias de combate a incêndio para proteger bens e vidas, sendo
um dos fundadores da primeira companhia de seguro incêndio na América (“Novo
Mundo”) a “Philadélphia Contributrionship for the Insurance of Houses from Loss by
Fire”, criada em 1752.
No Brasil, o seguro incêndio surgiu por volta de 1850 com a promulgação do
Código Comercial Brasileiro (SUSEP, 2008).
Inicialmente, a associação do seguro brasileiro ocorreu vinculada e
acompanhada ao “Fire Offices’ Committee”, órgão de origem inglesa. Teve início no
Rio de Janeiro, então Distrito Federal, evoluindo para o restante do país através do
Rio Grande do Sul e estados do Norte, em 1923 (SMITH, 1999).
Em 1939, com a atividade de seguro já difundida no país, “a maior companhia
nacional de seguros de incêndio, em 1939, era a Aliança da Bahia”. (ALBERTI,
2001)
36

Atualmente, segundo a Fundação Getúlio Vargas (2008)1, temos como


seguradoras de destaque no ranking nacional a Bradesco Seguros, Porto Seguro,
Sul América seguros, entre outras.

7.1 Definição

Azevedo (2008) define seguro incêndio como seguro que cobre perdas e danos
materiais diretamente causados por incêndios, raio e explosões ocasionadas por
gases domésticos ou iluminantes e suas conseqüências, tais como:
desmoronamento, impossibilidade de remoção ou proteção de salvados, por motivo
de força maior, deterioração de bens guardados em ambientes refrigerados, bem
como despesas provenientes do combate ao fogo, salvamento e proteção dos bens
segurados e desentulho do local.
Se o fogo não se alastrar ou nem se desenvolver, ficando confinado no
equipamento, isto é, limitando-se ao local onde ele ocorreu, esta situação não é
considerada como incêndio, uma vez que faltou a propagação, condição essencial
para caracterizar incêndio do ponto de vista do seguro. Ou seja, para companhias de
seguro quando há um princípio de incêndio e este é extinto em sua fase inicial, sem
a inflamação generalizada no ambiente e ate no edifício, não se qualifica como
incêndio, não dando cobertura nesta situação (SUSEP, 2008).
É o único tipo de seguro obrigatório para pessoas jurídicas. (AZEVEDO, 2008)

7.2 A regulação de sinistros

Segundo Smith (1999), o passo inicial para pagamento da indenização é a


reclamação do sinistro coberto por parte do segurado. O segurado reclama à
seguradora através do aviso de sinistro e preenchimento de formulário próprio.
Sendo o regulador o responsável por este processo.

1
Disponível em: http://www.fgv.br/dgd/asp/dsp_Rankings.asp
37

“Um regulador de sinistro é a pessoa diretamente responsável pela


investigação e liquidação de sinistros que podem estar cobertos pelo
seguro.” (Smith, 1999)

O regulador verifica a cobertura da apólice e, comprovada esta hipótese, passa


a colher fatos sobre o ocorrido. Neste momento, o sinistro é analisado, buscando a
comprovação do fato através de provas materiais e testemunhos verbais. É
determinada uma reserva de sinistro e a indenização é paga ao segurado. (Smith,
1999)
O seguro incêndio é vendido na forma de seguro compreensivo, conjugado ou
multirrisco, ou seja, pode cobrir riscos diversos como de bens, de responsabilidades,
de pessoas, entre outros. Sendo este envolvido pelos danos do prédio, das
máquinas e utensílios, bem como das mercadorias envolvidas. (Azevedo, 2008)
Azevedo (2008) especifica que, além da cobertura básica do seguro incêndio, a
apólice pode conter coberturas adicionais em que não cabe cláusula de rateio, tais
como: explosão de aparelhos e substâncias; terremoto; queimadas em zonas rurais;
danos elétricos; especial de aluguel; desistência de sub-rogação de direitos; entre
outras previstas na apólice.
Embora exista o contrato com suas devidas especificações, a negociação entre
as partes nem sempre é possível. Alguns sinistros de responsabilidade civil somente
são resolvidos em processo judicial. (SMITH, 1999)
Independente da vontade do segurado e/ou seguradora, devendo obedecer às
leis e normas, é preciso apurar a causa do sinistro, seu enquadramento e valor.
Neste último item normalmente há divergência, salvo casos de perda total. (CERNE,
1973)
38

7.3 Os descontos

Segundo Brentano (2007), nos Estados Unidos seguradoras concedem até


70% de descontos para empresas que possuem sistema de segurança contra
incêndio projetado e devidamente instalado. No Brasil, este percentual não foi
atingido, porém possui critérios específicos e detalhados para concessão deste tipo
de desconto.
Os descontos na tarifa de seguro incêndio estavam fundamentados no artigo
16° da Tarifa de Resseguros do Brasil, publicação 49, de março de 1997. Sendo
regulamentados pela Circular 052/77 da Susep de 25 de julho de 1977, pela Circular
027/91 da Susep de 08 de novembro de 1991 e pela Circular 006/92 da Susep de 16
de março de 1992.
Tais descontos dependiam de aprovação prévia da SUSEP e podem ser
divididos em dois grupos: riscos isolados ou estabelecimentos onde suas
características próprias, apresentem condições especiais em relação aos normais de
sua classe e riscos que dispuserem de meios de prevenção e combate a incêndios.
(IRB, 1997)
A Circular 052/77 da Susep de 25 de julho de 1977, que regia sobre a
classificação das cidades. Estabelecendo parâmetros de descontos relativos a
localização e somente era aceito o pedido realizado pelo prefeito da localidade.
Devendo especificar:
a) Descrição resumida do sistema de abastecimento d’água, indicando os
mananciais disponíveis e especificações sobre a rede de distribuição;
b) Planta da cidade com a indicação do sistema de hidrantes e sua
quantidade;
c) Descrição das condições das Corporações de Bombeiros, tais como:
- dotação em viaturas e sua especificação;
- equipamentos especiais de combate ao fogo existentes;
- número de integrantes das guarnições dos Postos de Bombeiros e sua
qualificação profissional. (SUSEP, 1977)
De acordo com SUSEP (1977), os descontos por melhoria da classificação das
cidades, ou seja, pela localização, eram distribuídos segundo tabela de fixação de
pontos. Sendo descontados pontos por cada subitem em desacordo, como mostra
quadro abaixo:
39

TABELA 2 - PONTUAÇÃO INICIAL P/ CASSIFICAÇÃO DAS CIDADES


CRITÉRIO PERCCENTUAL PONTOS
Suprimento de água 42% 546
Serviços contra fogo 42% 546
Meios de comunicação 6% 78
Leis de prevenção, polícia e propaganda 5% 65
Características gerais da cidade 5% 65
TOTAL 100% 1300
Fonte: SUSEP (1977).

A Circular 006/92 da SUSEP, de 16 de março de 1992, regulamentava a


concessão de descontos por riscos que dispuserem de meios próprios de detecção e
combate a incêndio. Este circular descriminava como critérios o risco a proteger,
pessoal habilitado, proteção por extintores de incêndio, proteção por mangueiras ou
mangotinhos, proteção por hidrantes, instalação de bombas móveis de incêndio,
existência de viaturas de combate a incêndios, proteção por chuveiros automáticos e
meios de detecção alarme.
As portarias acima mencionadas foram revogadas pela portaria 321/SUSEP de
2006. Porém, segundo Miguel Roberto Soares2, professor da FUNENSEG e
consultor de seguros, são fontes de apoio e consulta para as seguradoras por não
existir legislação que as substitua.

2
Disponível em: http://www.professormiguel.com.br/arquivos
40

8 O SEGURO INCÊNDIO E A ATIVIDADE BOMBEIRO MILITAR

Conforme Pereira Júnior (2007), os incêndios podem impor perdas econômicas


consideráveis às pequenas e grandes empresas no Brasil e no mundo, chegando
até a fechá-las.
“Os incêndios são eventos que geram custos diretos e indiretos às
organizações, que muitas vezes não estão preparadas para absorver tais
impactos, comprometendo a sua sustentabilidade econômica, podendo
desencadear um processo de interrupção provisória ou definitiva quanto à
prestação dos seus serviços a sociedade.” (PEREIRA JÚNIOR, 2007)

Para Marcelli (2007), as seguradoras podem servir de apoio a prevenção de


incêndios, como pode ser visto no trecho abaixo:
“As empresas seguradoras desempenham um papel incentivador para o
desenvolvimento de materiais e dispositivos de segurança contra incêndio,
no momento que são fundamentais para garantia de ressarcimento dos
danos causados por sinistros desta natureza. O risco de incêndio está
presente em todas as etapas da construção de uma edificação.”
(MARCELLI, 2007)

Ainda de acordo com Pereira Júnior (2007), o incêndio é um evento negativo


que compromete a competitividade das empresas, causa prejuízos de diversas
ordens: produção e produtividade, impactos sócio-ambientais, danos à vida humana
e à sobrevivência do negócio. Afirmando ainda, que a maioria das empresas
brasileiras trabalha na contratação de empresas seguradoras como meio de
minimizar os efeitos do sinistro e não na mitigação das causas, ou seja, investimento
em prevenção.
Para Meade (1991, apud Pereira Júnior, 2007), um percentual considerável de
negócios de pequeno porte, mesmo segurados, pode não retornar à ativa após a
ocorrência de um incêndio. Através de paradas não programadas, funcionários de
maior competência são alocados em outras empresas e clientes são perdidos em
virtude da ocorrência do incêndio e redução da confiabilidade da empresa. O seguro
não cobre tal custo.
41

Segundo a SUSEP (2008), o segurado formula uma proposta e a seguradora


analisa se aceita ou não a formulação do contrato de seguro. Neste momento, são
avaliados os dispositivos de proteção contra incêndio do estabelecimento.
Conforme mencionado no capítulo 7 deste trabalho, a lei estadual n° 13556,
especifica a atividade de prevenção do estado e estabelece como competência do
Corpo de Bombeiros Militar órgão responsável pela atividade de fiscalização. A
mesma lei obriga que todos os estabelecimentos possuam certificação prévia da
corporação antes de seu funcionamento.
A ocorrência do incêndio sugere intervenção direta do Corpo de Bombeiros
Militar no cenário, com intuito de preservar vidas e bens. Desta feita, trazendo
diminuição do prejuízo para o segurado, propiciando a empresa seguradora.
Baseado nas afirmativas de Smith (1999), o passo inicial para pagamento da
indenização é a reclamação do sinistro coberto feita pelo segurado. Logo em
seguida, verificando o regulador se o sinistro está coberto pela apólice e colhendo
fatos que comprovem o ocorrido e o prejuízo causado.
Para Azevedo (2008), é extremamente importante que o segurado informe a
importância segurada3, representada pela soma dos danos do prédio e conteúdo, e
esta seja igual ao valor em risco4 para evitar rateio5 em caso de sinistro.
A importância segurada servirá para determinar o limite máximo da indenização
e somente chegará a esta quantia em caso de perda total. Em caso de perda parcial
e se o dano do sinistro for superior à importância declarada, será aplicada cláusula
de rateio, ou seja, o segurado é responsável pela diferença não mencionada e a
indenização será calculada proporcionalmente ao valor declarado pelo segurado.
(CERNE, 1973)
Embora exista o contrato com suas devidas especificações, a negociação entre
as partes nem sempre é possível. Alguns sinistros de responsabilidade civil somente
são resolvidos em processo judicial, sendo a prova material é qualquer coisa
tangível que seja relevante na determinação dos fatos relativos ao sinistro. (SMITH,
1999)

3
Importância segurada: cláusula que fixa os valores de responsabilidade da seguradora na apólice.
4
Valor em risco: é o valor da obrigação do segurador.
5
Rateio: cláusula utilizada nos ramos que operam seguros proporcionais, estipulando que, sempre
que a importância segurada for menor do que o valor em risco, o segurado será considerado
segurador da diferença
Disponível em: http://www.irb-brasilre.com.br/cgi/dicionario/vertb.cfm.
42

O laudo pericial e o relatório de ocorrência elaborados pelos oficiais bombeiros


são peças consideráveis para o processo de regulação do sinistro. No primeiro,
consta a causa e o valor estimado dos prejuízos e no segundo, os procedimentos de
combate. Segundo Cerne (1973), estes dados obrigatoriamente devem ser
levantados.

Figura 2 – O seguro Incêndio e a Atividade Bombeiro Militar.


Fonte: O autor.
43

11 METODOLOGIA

11.1 Apresentação

Os trabalhos tiveram início com pesquisa exploratória, bibliográfica e


documental. Sendo seguidos de pesquisa quantitativa e finalizados com pesquisa
qualitativa aos gestores das seguradoras e Corpo de Bombeiros Militar do Estado do
Ceará.
A pesquisa bibliográfica buscou conhecimentos básicos de procedimentos de
atuação das empresas seguradoras. Esta pesquisa também teve objetivo de verificar
a fundamentação da atividade desempenhada pelo CBMCE através das normas e
leis que evidenciam este assunto, com direcionamento aos interesses do estudo.
Analisou-se a utilização dos laudos elaborados pelos peritos do Centro de
Investigação e Prevenção de Incêndio (CIPI) do Corpo de Bombeiros Militar do
Distrito Federal (CBMDF) no ano de 2008 pelas seguradoras.
Na pesquisa qualitativa foram entrevistados o assessor de imprensa do
Sindicato dos Corretores de Seguros, Empresas Corretoras de Seguros,
Capitalização e Previdência Privada do Ceará, SINCOR-CE, e o Comandante Geral
do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará. Bem como foi feito questionário
a 02 (dois) profissionais, professores e consultores da área de seguro.

11.2 Universo

Segundo Gil (1999), universo ou população é o conjunto definido de elementos


que possuem determinadas características.
O universo da pesquisa exploratória, tanto bibliográfica quanto documental,
abrangeu os procedimentos das empresas seguradoras para regulação de sinistros
de incêndio e a fundamentação legal da atividade do CBMCE.
44

Já o universo considerado para a realização da pesquisa quantitativa foi o


grupo de peritos do Centro de Investigação e Prevenção de Incêndios do CBMDF,
em total de 23 peritos concorrentes à escala de serviço em 2008. Este universo foi
escolhido em virtude de ser o centro de perícia de incêndio mais antigo do país,
referência nacional para os Corpos de Bombeiros Militares.
Segundo Andrade (2007), a atividade de perícia de incêndio no CBMDF iniciou
com a realização do primeiro Curso de Perícia de Incêndio e Explosão ministrado
pela Divisão de Perícias do Instituto de Criminalística da Polícia Civil do Distrito
Federal (PCDF), sendo reconhecida como missão-fim da Corporação em 03 de
janeiro de 1974.
A pesquisa qualitativa teve momentos distintos. O primeiro foi realizado através
de questionário a 02 (dois) profissionais da área de seguro, ambos indicados pela
Fundação Escola Nacional de Seguros (FUNENSEG), em busca de resposta a
questionamentos do pesquisador em torno do assunto estudado.
O segundo, com intuito de concluir opiniões finais sobre o trabalho, foi realizado
através de entrevista com os gestores dos dois órgãos envolvidos, representante
das seguradoras no Ceará e o Comandante Geral do Corpo de Bombeiros Militar do
Estado.

11.3 Amostra

Segundo Gil (1999), a amostra é o “subconjunto do universo ou da população


por meio do qual se estabelecem ou se estimam as características deste universo ou
população”.
Com base em Gil (2002), a amplitude da amostra com uma população inferior a
1000 unidades, utilizando-se um coeficiente de confiança de 95,5% e uma margem
de erro variando de 5% é de 222.
As amostras adotadas neste trabalho atendem o recomendado por Gil (2002) e
são maiores que 22,2% da população estudada.
O presente trabalho limitou-se, para pesquisa bibliográfica, aos livros e
referências que especifiquem os procedimentos utilizados por empresas
45

seguradoras na regulação e liquidação de sinistros de incêndio. Como norma e leis


que servem de apoio à atividade do Corpo de Bombeiro Militar no Estado do Ceará.
O questionário realizado para pesquisa quantitativa foi feito aos peritos
concorrentes à escala de serviço do CIPI em 2008, composta por uma amostra de
18 questionários respondidos.

Série1; Não
Resultado dos questionários enviados
respondido;
5; 22%

Respondido
Não respondido

Série1;
Respondido;
18; 78%

Figura 3 – Percentual da amostra em relação à população.


Fonte: O Autor.

A amostra da pesquisa qualitativa coincidiu com o universo.

11.4 Instrumentos de coleta de dados

Os instrumentos utilizados para a coleta de dados junto ao universo das


pesquisas foram 02 (dois). No que se refere ao aspecto quantitativo foi utilizado
questionário e qualitativa usou-se entrevista e questionário.
O questionário aplicado aos peritos do CIPI foi elaborado com perguntas
fechadas, já aos profissionais da área de seguro foi feito através de perguntas
abertas, reservando espaço para opiniões pessoais que achassem conveniente.
As entrevistas realizadas com o Comandante Geral do CBMCE e ao Assessor
de imprensa do SINCOR-CE foi feita através de questões abertas previamente
estruturadas.

11.5 Procedimentos de análise


46

O questionário feito aos peritos do CIPI teve como finalidade estimar se as


seguradoras utilizam os laudos periciais do corpo de bombeiros como peça de seu
processo de regulação de sinistros e os dados colhidos foram analisados por valor
percentual.
Pelas entrevistas aos gestores dos órgãos ou classes envolvidas neste estudo,
buscou-se verificar a disponibilidade de cada um para formar parceria e o que cada
gestor espera da instituição parceira e tiveram tratamento e análise qualitativa, assim
como, o questionário aos consultores indicados pela FUNENSEG.
47

12 RESULTADOS

12.1 Questionários

Aos peritos do CIPI

1. Já houve algum laudo pericial realizado por Vossa Senhoria utilizado como peça de
processo judicial de seguro?

Série1; NÃOUtilização judicial do laudo


SABE; 3; 17%

SIM
Série1; NÃO;
NÃO
3; 16%
NÃO SABE
Série1; SIM ;
12; 67%

Figura 4 – A utilização do laudo pericial do CBMDF em juízo.


Fonte: O Autor.

Dos peritos consultados, 67% garantiram terem seus laudos utilizados em


processos judiciais para regulação de sinistros. Do restante 17% não sabem, e 16%
não tiveram nenhum laudo utilizado judicialmente.
Foi verificado com isto, que as empresas seguradoras ou segurados fazem uso
dos laudos periciais do Corpo de Bombeiros como peça de seu processo de
regulação de sinistros.

Ao professor Luiz Roberto Castiglione

PROFISSÃO: Consultor do Mercado de Seguros (Economista e Estatístico)


1. Há quanto tempo Você trabalha no ramo de seguro incêndio ou atividade
relacionada?
48

Trabalho no segmento de seguros há 25 anos, já tendo ocupado cargos


diretivos nas áreas de auditoria, finanças e técnica de várias seguradoras.
Atualmente, sou Diretor de Estatística da Academia Nacional de Seguros e
Previdência e Presidente do Comitê de Auditoria da MAPFRE SEGUROS.
2. De acordo com o seu conhecimento, as empresas seguradas têm preocupação com
a prevenção de incêndio depois de estabelecido o seguro?
( ) Sim (X) Não
3. Existe solicitação de vistoria do Corpo de Bombeiros do Estado às empresas
seguradoras antes de aceitação da proposta de contrato?
( ) Sim (X) Não
O que temos é uma vistoria prévia terceirizada que poderá ou não solicitar o
laudo dos bombeiros na primeira aceitação.
4. Você acredita que o Corpo de Bombeiros do Estado pode auxiliar o trabalho das
seguradoras de incêndio através da atividade de prevenção?
(X) Sim ( ) Não
5. Você observa de forma positiva e viável uma parceria entre Corpo de Bombeiros do
estado e seguradoras de incêndio com intuito de reduzir ocorrência de incêndio?
(X) Sim ( ) Não
6. Você acredita que seja possível estabelecer uma lei que gere percentual da tarifa de
seguro para o Corpo de Bombeiros?
( ) Sim (X) Não
Acho mais viável um acordo com os sindicatos das seguradoras de cada
Estado no sentido de priorizar o Corpo de Bombeiros como vistoriador oficial dos
seguros de incêndio.
-- x--

A vivência do profissional entrevistado mostrou que as empresas não buscam


estabelecer uma política preventiva contra incêndio após contratação do seguro.
Desta forma, se valem do seguro como garantia de seus prejuízos possíveis.
Ele também informa que as seguradoras não exigem relatório de vistoria do
Corpo de Bombeiros local antes de aceitar a apólice, porém terceirizam o trabalho
de verificação das condições de segurança contra incêndio.
Por fim, afirma que não acredita na possibilidade de uma lei que repasse
percentual da tarifa de seguro ao Corpo de Bombeiros, mas acha viável uma
49

parceria entre este e o sindicato das seguradoras estabelecendo o Corpo de


Bombeiros local como vistoriador oficial dos seguros de incêndio. Principal foco
desta análise.

Ao professor Miguel Roberto Soares Silva

PROFISSÃO: Corretor de Seguros, consultor de seguros e professor da


FUNENSEG.
1. Há quanto tempo Você trabalha no ramo de seguro incêndio?

Trabalho no ramo de seguros 47 anos.


2. De acordo com o seu conhecimento, as empresas seguradas têm preocupação com
a prevenção de incêndio depois de estabelecido o seguro?
( ) Sim ( X ) Não
As grandes empresas sim, as pequenas e médias só se forem obrigadas
3. Existe solicitação de vistoria do Corpo de Bombeiros do Estado às empresas
seguradoras antes de aceitação da proposta de contrato?
( ) Sim ( X ) Não
4. Você acredita que o Corpo de Bombeiros do Estado pode auxiliar o trabalho das
seguradoras de incêndio através da atividade de prevenção?
( X ) Sim ( ) Não
Pode, mas Infelizmente nunca houve entrosamento entre Bombeiros e
Seguradoras, basta dizer que até mesmos as convenções utilizadas nas plantas
eram divergentes.
5. Você observa de forma positiva e viável uma parceria entre Corpo de Bombeiros do
estado e seguradoras de incêndio com intuito de reduzir ocorrência de incêndio?
(X) Sim ( ) Não
6. Você acredita que seja possível estabelecer uma lei que gere percentual da tarifa de
seguro para o Corpo de Bombeiros?
( ) Sim ( X ) Não
Com a liberação do mercado em 1990 que culminou com uma concorrência
predatória entre as seguradoras os prêmios de seguros ficaram muito baixos e elas
50

não têm mais margem para despesas. Para se ter uma idéia o segurado paga hoje
de seguro incêndio apenas 20% do que há 10 anos.
Os seguros patrimoniais estão muito baratos, basta dizer que “o segurado paga
de prêmio o que o corretor ganhava de comissão”.

Outras considerações:
Quanto a Tarifa de Seguro Incêndio do Brasil – TSIB ela foi revogada em 2006,
mas continua como referencial para o mercado, sempre que surgem dúvidas os
técnicos se utilizam dela.
Quanto ao artigo 16 da TSIB ele tinha dois capítulos, ou seja:
Tarifações individuais – Circular 027/91 – Foi revogada porque não tem razão
de continuar devido à liberação do mercado.
Descontos pela instalação de equipamentos de detecção e combate a incêndio
– Circular 006/92. Também foi revogada e deixou o mercado perdido sem saber o
que utilizar. A maioria das seguradoras continua utilizando porque não tem outra.
Esta realmente esta fazendo falta.
-- x--

Pode-se observar que o professor consultado possui vasta experiência na área,


mais de 40 anos, ou seja, conhecimento do mercado e contato com diversas
empresas do ramo.
Sua experiência mostrou que as empresas, em sua maioria, não buscam
estabelecer uma política preventiva contra incêndio após formulação do seguro.
Fazendo valer o seguro como garantia de seus prejuízos possíveis.
Quanto à vistoria do Corpo de Bombeiros concorda confirma a informação do
Professor Castiglione, lamentando a distância existente entre esta instituição e as
empresas seguradoras.
Por fim, afirma que não acredita na possibilidade de uma lei que repasse
percentual da tarifa de seguro ao Corpo de Bombeiros, mas acha viável uma
parceria entre este e as seguradoras de incêndio. Principal foco desta análise.
51

12.2 Entrevistas

Ao SINCOR-CE
Francisco Rogério Barbosa Morais – Assessor de Imprensa do SINCOR CE

1. Existe solicitação de vistoria do Corpo de Bombeiros do Estado às empresas


seguradas antes de aceitação da proposta de contrato?
Não.
2. Quem faz a vistoria pelas empresas antes de aceitar o contrato?
As empresas seguradoras têm suas equipes de vistoriadores - atualmente a
maioria empresas terceirizadas - para fazer inspeção de risco, orientar sobre
gerenciamento do risco. Esse trabalho também pode ser feito pelo Corretor de
Seguros.
3. De acordo com vosso conhecimento, as empresas seguradas têm preocupação com
a prevenção de incêndio depois de estabelecido o seguro incêndio?
Essa é uma grande polêmica. Não vou dizer, generalizando, que o segurado
não se preocupa com a ocorrência do sinistro. Até no ramo auto hoje é comum o
segurado não deixar o seu carro em qualquer lugar, mesmo tendo seguro, portanto
ele mesmo faz um gerenciamento do risco. Mas a questão da prevenção do risco é
um caso de cultura que atinge tanto as famílias, as corporações e os governos. O
centro de Fortaleza, por exemplo, podemos afirmar, atualmente, que o descaso é
enorme. E é por isso, como já escrevi em algumas matérias, "Fortaleza é a cidade
dos sinistros no centro.”
4. E a perícia de incêndio, é realizada por quem na regulação de sinistros de incêndio?
Empresas terceirizadas. Têm umas 4 ou cinco que dominam o mercado.
5. Vossa empresa esta aberta a parcerias para um bem comum da sociedade cearense
e redução de incêndios?
Com certeza, o Sincor-Ceará, a única entidade oficialmente representativa do
mercado de seguros no Ceará, sempre vem buscando fazer parcerias com outros
setores - públicos e privados - para a realização de eventos e atividades em prol da
cultura do seguro, da prevenção e orientação em geral sobre a importância do setor.
Fazemos palestras para empresários e já fizemos eventos para empresários do
distrito industrial. Podemos dar continuidade a esses eventos. Fique à vontade.
52

6. As seguradoras reagiriam de forma positiva se fossem procuradas oficialmente pelo


Corpo de Bombeiros do Estado do Ceará para formular uma parceria para
intensificar a atividade de prevenção (fiscalização e/ou orientação) de incêndio?
Sim, e que posso lhe ajudar neste processo.
7. Caso a questão anterior seja afirmativa, que recursos as seguradoras poderiam
disponibilizar para realização dos trabalhos?
As seguradoras têm recursos para esses investimentos. O que precisa, na
verdade, é de projetos bem feitos, qualificados e interessantes para a sociedade,
principalmente partindo de entidade como o Corpo de bombeiros.
8. O que as empresas seguradoras necessitariam do Corpo de Bombeiros do Estado
para formalizar uma parceria e o que elas esperam que a instituição disponibilize?
Projeto principalmente se for para o centro da cidade. O Sincor-Ce tem largo
interesse em mudar a situação do centro.
-- x--

Foi verificado através desta entrevista que o SINCOR-CE, a única entidade


oficialmente representativa do mercado de seguros no Ceará, se mostrou a
disposição do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará de forma totalmente
favorável realização de parceria, como pode ser visto pela própria informação do
assessor de imprensa: “fique à vontade”.
Um detalhe a ser considerado é a afirmativa de que as seguradoras têm
recursos somente necessitam de projetos, ressaltando o respeito à instituição Corpo
de Bombeiros e a preocupação como centro da cidade.

Ao NÚCLEO GESTOR DO CBMCE


CEL QOBM Joaquim dos Santos Neto – COMANDANTE ADJUNTO

1. Como o senhor observa o estabelecimento de parceria com empresas de seguro


incêndio para realização de atividades de prevenção e combate a incêndios?
Excelente. Isto potencializa o serviço de atendimento a sociedade e
intensificaria os trabalhos de prevenção de incêndio no estado. Vejo como uma boa
oportunidade as duas partes.
53

2. Caso exista uma aceitação por parte de seguradoras de incêndio, como o senhor ver
a viabilidade de cooperação? Que tipo de apoio a corporação necessita hoje para
intensificar a atividade de prevenção e combate a incêndios?
Como já afirmei, acho totalmente viável.
Os recursos disponibilizados por cada parte envolvida na parceria devem ser
analisados em momento oportuno.
3. O Corpo de Bombeiros do estado do Ceará tem algum convênio com empresa ou
entidade, onde seja favorecido com recursos disponibilize potencial humano?
(X) Sim ( ) Não
Com a Agência nacional de Petróleo – ANP e com Empresa Brasileira de
Infraestrutura Aeroportuária - INFRAERO
-- x--

Foi verificado através desta entrevista que o Comando Geral do Corpo de


Bombeiros Militar do Estado do Ceará é favorável realização de parceria com o
mercado de seguro, bem como já possui convênios parecidos com outras
instituições nacionais.
54

13. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O incêndio é conseqüência do fogo descontrolado, sendo uma constante no


cotidiano do cidadão cearense e sua ocorrência advém do descuido na prevenção;
O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará é o órgão local competente
para realizar as atividades de prevenção e combate a incêndios;
A legislação de Segurança Contra Incêndio e Pânico do Estado do Ceará
possui medidas de segurança específicas para as edificações similares as das
cláusulas de descontos utilizadas pelas seguradoras;
As empresas seguradoras têm sua atividade relacionada com a atividade
bombeiro militar, em alguns casos, fazendo uso de documentos gerados pela
corporação;
As empresas seguradoras têm interesse na redução de sinistros de incêndio,
principalmente no centro da cidade;
Até o presente momento não foi verificado um aproximação entre CBMCE e
empresas seguradoras;
As empresas seguradoras através do SINCOR-CE se mostram disponíveis a
parcerias com o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará, com
disponibilidade de recursos e necessidade de elaboração de projetos;
O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará mostrou interesse na
formulação de parcerias com o mercado segurador.
Diante da presente análise verificou-se que a existência de empresas
seguradoras de incêndio, público também interessado na redução de sinistros de
incêndio, apresenta uma oportunidade de relacionamento entre estas e o Corpo de
Bombeiros Militar do Estado do Ceará. A proposta de trabalho conjunto foi bem
recebida pelas duas partes envolvidas, deixando uma linha de ação conveniente e
ainda não explorada.
As duas partes, CBMCE e seguradoras, revelaram interesse em realizar
trabalho conjunto, expondo o SINCOR-CE, ainda, que estas dispõem de recursos
para este fim, necessitando de apresentação de projetos.
55

Com base no estudo e pesquisa realizados e análise dados obtidos, idenficou-


se que é viável uma parceria do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do
Ceará com empresas seguradoras do ramo de incêndio.
Diante do contexto, recomendo oportunamente a nomeação, por parte do
Comando Geral do CBMCE, de comissão para trabalhar na elaboração de projetos
junto a empresas seguradoras do ramo de incêndio observando os seguintes
critérios:
• Interesses do governo do Estado;
• Interesses da corporação;
• Necessidades da sociedade cearense;
• Interesse das empresas seguradoras;
• A princípio que seja priorizado o centro da cidade, área de interesse
imediato mútuo das partes envolvidas na parceria.
56

REFERÊNCIAS

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Estado-Maior, Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal

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Estadual de Defesa Civil - SEDC e o Conselho Estadual de Defesa Civil, dispõe
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