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DEFESA CIVIL
FORTALEZA
2008
JECTAN VITAL DE OLIVEIRA
FORTALEZA
2008
JECTAN VITAL DE OLIVEIRA
FORTALEZA
2008
ANÁLISE DA VIABILIDADE DE PARCERIA ENTRE O CORPO DE
BOMBEIROS DO CEARÁ E SEGURADORAS DE INCÊNDIO
TERMO DE APROVAÇÃO
Por
BANCA EXAMINADORA
______________________________________
Ten Cel Ronaldo Roque de Araújo Ms.
Orientador - CBMCE
______________________________________
Prof. Dra. Dinalva Maria Miranda Tavares
FAMETRO
______________________________________
Prof.
FAMETRO
À minha amada noiva Elisabeth Maria de
Sousa e a minha família.
AGRADECIMENTOS
Ao Senhor Coronel QOBM Joaquim dos Santos Neto, pelo auxílio na realização
deste trabalho.
Ao Senhor Ten Cel QOBM Ronaldo Roque de Araújo, pelo tempo dispensado à
orientação desta monografia.
Aos amigos do Curso Superior de Comando 2008, pela companhia diária e
contribuição de conhecimentos.
Por fim, a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a elaboração deste
trabalho.
A verdadeira medida de um homem não
se vê na forma como se comporta em
momentos de conforto e conveniência,
mas em como se mantém em tempos de
controvérsia e desafio.
Este estudo tem como objetivo analisar a viabilidade de uma parceria entre o Corpo
de Bombeiros Militar do Estado do Ceará e empresas seguradoras do ramo de
incêndio. Diante disto, o trabalho identifica os procedimentos adotados pelas
seguradoras do ramo incêndio desde a formulação da proposta até o pagamento da
indenização do seguro, relacionando as etapas do processo com a atividade de
prevenção e combate a incêndios. Realizou-se pesquisa bibliográfica, documental e
pesquisa de campo, sendo feito uma análise da relação entre as entidades
envolvidas e verificando o posicionamentos dos gestores e profissionais do ramo de
seguro incêndio através do uso de entrevistas e questionários. O dados foram
tratados de forma qualitativa, os gestores e profissionais consultados mostraram
posicionamentos favoráveis a parceria. Concluindo, assim, que é viável a parceria
analisada.
The study has as objective analyzes the viability of a partnership between the Military
Fire brigade of the State of Ceará and companies insurance companies of the fire
branch. Before this, the work identifies the procedures adopted by the insurance
companies of the branch fire from the formulation of the proposal to the payment of
the compensation of the insurance, relating the stages of the process with the
prevention activity and combat to fires. He/she took place researches bibliographical,
documental and field research, being made an analysis of the relationship among the
involved entities and verifying the managers' positionings and professionals of the
branch of safe fire through the use of interviews and questionnaires. Given were it
treated in a qualitative way, the managers and consulted professionals showed
favorable positionings the partnership. Ending, like this, that it is viable the analyzed
partnership.
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 18
2 O INCÊNDIO .......................................................................................................... 23
3 MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO ........................... 25
4 A PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS NO CBMCE ...................................................... 27
5 O RISCO DE INCÊNDIO ........................................................................................ 30
6 O SEGURO ............................................................................................................ 32
6.1 A história do seguro no Brasil ......................................................................... 32
6.2 O contrato de seguro ........................................................................................ 35
7 O SEGURO INCÊNDIO .......................................................................................... 37
7.1 Definição ............................................................................................................ 38
7.2 A Regulação de sinistros .................................................................................. 38
7.3 Os descontos ..................................................................................................... 40
8 O SEGURO INCÊNDIO E A ATIVIDADE BOMBEIRO MILITAR .......................... 42
9 METODOLOGIA .................................................................................................... 45
9.1 Apresentação ..................................................................................................... 45
9.2 Universo ............................................................................................................. 45
9.3 Amostra .............................................................................................................. 46
9.4 Instrumentos de coleta de dados .................................................................... 47
9.5 Procedimentos de análise ................................................................................ 48
10 RESULTADOS ..................................................................................................... 49
10.1 Questionários .................................................................................................. 49
10.2 Entrevistas ....................................................................................................... 53
11 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 56
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 58
18
1 INTRODUÇÃO
nível estadual;
Desta feita, embora o CBMCE não tenha objetivo direto de favorecer a atuação
de empresas seguradoras, sua existência produz interferência direta no seguro de
incêndio.
Segundo Relatório Anual do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará
(CBMCE), mais de 80% das edificações da cidade de Fortaleza tem problemas nas
instalações de segurança contra incêndio (RELATÓRIO ANUAL DE ATIVIDADES
DO CBMCE, 2002, apud Wagner, 2005).
Acompanhando o número de processos de vistorias e projetos de segurança
contra incêndio e pânico que são protocolados na Coordenadoria de atividades
Técnicas (CAT), verifica-se a demanda elevada existente.
Do exposto, surge o seguinte questionamento como problema de pesquisa:
É viável a parceria entre o Corpo de Bombeiros do Estado do Ceará e
empresas seguradoras para realização de atividades de prevenção de
incêndios?
Diante do contexto apresentado, este trabalho tem como objetivo geral analisar
a viabilidade de uma parceria do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará
com empresas seguradoras do ramo de incêndio e como objetivos específicos:
• Verificar as atribuições do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do
Ceará;
• Identificar procedimentos adotados pelas empresas seguradoras deste a
apólice até o pagamento da indenização;
• Identificar a relação do mercado de seguro incêndio com a atividade
bombeiro militar.
Seguimos com a definição de incêndio e seus elementos causadores, o que
fornece embasamento teórico para melhor entendimento do restante do trabalho.
21
2 O INCÊNDIO
Como pode ser visto fogo e incêndio são conceitos muito próximos, porém uma
pequena característica os distingue, o controle. Como é definido de forma clara e
sucinta por Brentano (2005).
Desta feita, caracterizando o processo de surgimento do fogo, ao mesmo
tempo é especificado o aparecimento do incêndio, pois este último é conseqüência
da evolução descontrolada do primeiro.
“O fogo, em ouras palavras, é uma reação química, denominada
combustão, que ocorre com oxidação rápida do material combustível, sólido
ou líquido, com o oxigênio do ar, provocada por uma fonte de calor; que
gera chamas emite calor, além de emitir fumaça e outros resíduos.”
(BRENTANO, 2007)
COMBUSTÍVEL
COMBURENTE
CALOR
Figura 1: Tetraedro do fogo.
Fonte: Seito (2008).
Segundo Seito (2008), as perdas com incêndios nos países que adotam
postura severa na questão de prevenção têm diminuído significativamente. O autor
reforça ainda que a manutenção de coleta e análise de dados relativos a incêndios
permite organizar programas de prevenção a nível local e nacional.
No Ceará, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado é um organismo de
segurança pública, destinado à prestação de socorro, ao atendimento a chamados
de emergência e à execução de atividades de defesa civil, dentre estas a prevenção
e combate a incêndios. Como pode ser observado nos art. 1 da lei Nº 13.438, de 07
de janeiro de 2004, que dispõe a missão e competência do CBMCE:
Art.1º. O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE), órgão
com competência para atuar na defesa civil estadual e nas funções de
proteção da incolumidade e do socorro das pessoas em caso de infortúnio
ou de calamidade; exercer atividades de polícia administrativa para a
prevenção e combate a incêndio, bem como de controle de edificações e
seus projetos, visando a observância de requisitos técnicos contra incêndio
e outros riscos; [...] ações educativas de prevenção de incêndio, socorro de
urgência, pânico coletivo e proteção ao meio ambiente... (Lei N° 13438,
2004)
5 O RISCO DE INCÊNDIO
o Materiais;
o Operacionais;
o Etc.
• Probabilidade do incêndio atingir escala urbana.
Com o encerramento deste capítulo defnimos incêndio e sua prevenção através
do ponto de vista da atuação do Corpo de Bombeiros Militar. Prosseguindo o
trabalho pormenorizando o seguro, mais especificamente o seguro incêndio, com
intuito de fornecer subsídios para relacionar a atividade seguradora com a bombeiro
militar amparando a análise da viabilidade de parceria entre estes dois setores,
proposta principal desta obra.
30
6 O SEGURO
Segundo Pinto (2006), desde as pegadas iniciais de sua marcha pela terra, o
homem sempre se mostrou preocupado com a própria segurança e com a
conservação de tudo que conseguiu conquistar, face às incertezas do futuro. Daí, o
autor afirmar que a história do seguro remonta aos primeiros passos da civilização e
até agora, a sua travessia é um registro de testemunho humano, com tendências
modernizadoras do seu processo evolutivo.
Smith (1999) define seguro como o sistema pelo qual um risco é transferido por
uma pessoa, uma empresa ou organização para uma companhia de seguros, que
reembolsa o segurado por sinistros cobertos e provê a pulverização dos custos dos
sinistros entre todos os segurados. Riscos, Transferência e pulverização são
elementos vitais do seguro.
Segundo Soares (1975), o contrato de seguro é aquele em que uma das partes
se obriga para com a outra, mediante pagamento antecipado de um prêmio, a
indenizá-la do prejuízo causado por um risco previsto em contrato. São elementos
do contrato de seguro:
• Seguradora: parte que se obriga a pagar a indenização, pessoa jurídica
legalmente autorizada a trabalhar no ramo de seguro;
• Segurado: Pessoa física ou jurídica que paga o prêmio à seguradora
como garantia de receber a indenização em caso de sinistro resultante do
risco previsto;
• Prêmio: Importância paga pelo segurado à seguradora, para garantir o
direito de receber a indenização;
• Risco: Evento futuro e incerto, potencialmente danoso ao segurado;
• Indenização: Importância paga pela seguradora ao segurado para
compensar prejuízo causado pelo fato danoso ocorrido.
Oliveira (2002), considera ainda, outro elemento no contrato de seguro, a
Apólice, sendo definida por Azevedo (2008), como “instrumento de contrato pelo
qual o segurado repassa à seguradora a responsabilidade pelos riscos que possam
advir, estabelecidos na própria apólice.”
Diante de elementos que se interligam e são considerados de forma diferente
por autores sobre o assunto, “seguro”, Souza (2002) tem uma definição mais
completa, caracterizando o seguro como:
“Uma operação que toma forma jurídica por meio do contrato, em que uma
das partes (segurador) se obriga com a outra (segurado), mediante o
recebimento de uma importância estipulada (prêmio), a compensá-la
34
7 O SEGURO INCÊNDIO
7.1 Definição
Azevedo (2008) define seguro incêndio como seguro que cobre perdas e danos
materiais diretamente causados por incêndios, raio e explosões ocasionadas por
gases domésticos ou iluminantes e suas conseqüências, tais como:
desmoronamento, impossibilidade de remoção ou proteção de salvados, por motivo
de força maior, deterioração de bens guardados em ambientes refrigerados, bem
como despesas provenientes do combate ao fogo, salvamento e proteção dos bens
segurados e desentulho do local.
Se o fogo não se alastrar ou nem se desenvolver, ficando confinado no
equipamento, isto é, limitando-se ao local onde ele ocorreu, esta situação não é
considerada como incêndio, uma vez que faltou a propagação, condição essencial
para caracterizar incêndio do ponto de vista do seguro. Ou seja, para companhias de
seguro quando há um princípio de incêndio e este é extinto em sua fase inicial, sem
a inflamação generalizada no ambiente e ate no edifício, não se qualifica como
incêndio, não dando cobertura nesta situação (SUSEP, 2008).
É o único tipo de seguro obrigatório para pessoas jurídicas. (AZEVEDO, 2008)
1
Disponível em: http://www.fgv.br/dgd/asp/dsp_Rankings.asp
37
7.3 Os descontos
2
Disponível em: http://www.professormiguel.com.br/arquivos
40
3
Importância segurada: cláusula que fixa os valores de responsabilidade da seguradora na apólice.
4
Valor em risco: é o valor da obrigação do segurador.
5
Rateio: cláusula utilizada nos ramos que operam seguros proporcionais, estipulando que, sempre
que a importância segurada for menor do que o valor em risco, o segurado será considerado
segurador da diferença
Disponível em: http://www.irb-brasilre.com.br/cgi/dicionario/vertb.cfm.
42
11 METODOLOGIA
11.1 Apresentação
11.2 Universo
11.3 Amostra
Série1; Não
Resultado dos questionários enviados
respondido;
5; 22%
Respondido
Não respondido
Série1;
Respondido;
18; 78%
12 RESULTADOS
12.1 Questionários
1. Já houve algum laudo pericial realizado por Vossa Senhoria utilizado como peça de
processo judicial de seguro?
SIM
Série1; NÃO;
NÃO
3; 16%
NÃO SABE
Série1; SIM ;
12; 67%
não têm mais margem para despesas. Para se ter uma idéia o segurado paga hoje
de seguro incêndio apenas 20% do que há 10 anos.
Os seguros patrimoniais estão muito baratos, basta dizer que “o segurado paga
de prêmio o que o corretor ganhava de comissão”.
Outras considerações:
Quanto a Tarifa de Seguro Incêndio do Brasil – TSIB ela foi revogada em 2006,
mas continua como referencial para o mercado, sempre que surgem dúvidas os
técnicos se utilizam dela.
Quanto ao artigo 16 da TSIB ele tinha dois capítulos, ou seja:
Tarifações individuais – Circular 027/91 – Foi revogada porque não tem razão
de continuar devido à liberação do mercado.
Descontos pela instalação de equipamentos de detecção e combate a incêndio
– Circular 006/92. Também foi revogada e deixou o mercado perdido sem saber o
que utilizar. A maioria das seguradoras continua utilizando porque não tem outra.
Esta realmente esta fazendo falta.
-- x--
12.2 Entrevistas
Ao SINCOR-CE
Francisco Rogério Barbosa Morais – Assessor de Imprensa do SINCOR CE
2. Caso exista uma aceitação por parte de seguradoras de incêndio, como o senhor ver
a viabilidade de cooperação? Que tipo de apoio a corporação necessita hoje para
intensificar a atividade de prevenção e combate a incêndios?
Como já afirmei, acho totalmente viável.
Os recursos disponibilizados por cada parte envolvida na parceria devem ser
analisados em momento oportuno.
3. O Corpo de Bombeiros do estado do Ceará tem algum convênio com empresa ou
entidade, onde seja favorecido com recursos disponibilize potencial humano?
(X) Sim ( ) Não
Com a Agência nacional de Petróleo – ANP e com Empresa Brasileira de
Infraestrutura Aeroportuária - INFRAERO
-- x--
REFERÊNCIAS
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas,
2002.
______, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 1999.
SEITO, Alexandre Itu et al. A Segurança Contra Incêndio no Brasil. São Paulo:
Projeto Editora, 2008.
SMITH, Barry D. Como funciona o seguro. 1. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 1999.