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SUPERVISÃO GERAL
Aluizio Souza Freitas - Cap BM
ORGANIZAÇÃO/CONTEÚDO
Aluizio Souza Freitas - Cap BM
Francisco Paiva Junior - Sgt BM
Pedro Ananias Gomes Catanho - St BM
REVISÃO
Aluizio Souza Freitas - Cap BM
Francisco Paiva Junior - Sgt BM
APOIO
Governo do Estado do Ceará
Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará - CBMCE
Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE
Prefeitura Municipal de Amontada
Prefeitura Municipal de Baturité
Prefeitura Municipal de Brejo Santo
Prefeitura Municipal de Camocim
Prefeitura Municipal de Canindé
Prefeitura Municipal de Crateús
Prefeitura Municipal de Icó
Prefeitura Municipal de Iguatu
Prefeitura Municipal de Jaguaribe
Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte
Prefeitura Municipal de Limoeiro do Norte
Prefeitura Municipal de Sobral
Prefeitura Municipal de Tianguá
Prefeitura Municipal de Quixeramobim
AGRADECIMENTO ESPECIAL
Ao longo dos últimos quatro anos a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Ceará (CEDEC-CE)
tem desenvolvido projetos diversos na área de Proteção e Defesa Civil. Alguns deles só foram
possíveis com a ajuda de órgãos da administração pública federal, tais como a Secretaria Nacional
de Proteção e Defesa Civil (SEDEC) e a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste
(SUDENE). Reservamos este espaço para enaltecer e dedicar um agradecimento especial à
SUDENE, que com seu apoio incomensurável tem aprovado nossos projetos de fortalecimento e
difusão da cultura de proteção e defesa civil no Ceará.
O primeiro projeto executado em convênio com a SUDENE, no ano de 2010, contemplou a
especialização de 25 (vinte e cinco) profissionais da CEDEC em Gestão de Desastres, a capacitação
de 80 (oitenta) agentes da CEDEC e do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará na área de
comportamento biopsicossocial em casos de emergência e a aquisição de equipamentos de
tecnologia da informação.
O segundo projeto conveniado com a SUDENE, ora em fase de execução, contempla a capacitação
de 525 (quinhentos e vinte e cinco) agentes de proteção e defesa civil, a realização do I Fórum
Internacional de Evidências Sísmicas no Ceará e a aquisição de equipamentos de tecnologia da
informação para as unidades da CEDEC.
Esperamos manter parcerias com instituições comprometidas com a gestão de risco de desastres no
Brasil, como a SUDENE, colaborando para o aumento da resiliência e destaque do nosso País na
execução de boas práticas de proteção e defesa civil.
O conteúdo foi organizado com o que há de mais atual em nossa literatura e legislação,
oportunizando a apropriação do conhecimento contemporâneo necessário para atuar em
todas as fases da gestão de risco de desastres. Buscamos acrescentar ao conteúdo o
conhecimento e experiências práticas para que o participante desta capacitação tenha uma
visão holística do cenário nacional e compreenda a importância de fazer parte de um
sistema cujo objetivo principal é salvaguardar o bem mais precioso que temos, a vida; bem
como preservar o patrimônio que construímos e nossas relações com o meio ambiente para
dele desfrutarmos junto com nossas famílias e as próximas gerações.
O curso está dividido em 03 (três) módulos: I - Conhecimentos Gerais sobre Defesa Civil, II -
Gestão de Risco de Desastres e III - Gestão de Desastres. Essa divisão foi adotada com fins
didáticos para facilitar o entendimento da Gestão de Risco de Desastres, que é um processo
contínuo, em constante mudança e que envolve todas as temáticas relacionadas à proteção
e à defesa civil.
Esperamos que você tenha o melhor aproveitamento possível nesta capacitação pois ela foi
preparada para atender às suas necessidades. Agradecemos sua participação e
compromisso ao tempo em que desejamos um excelente curso!
A Defesa Civil do Ceará, desde 2006, está organizada em forma de Sistema, o Sistema
Estadual de Defesa Civil (SEDC), que é formado pelo Conselho Estadual de Defesa Civil,
pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (CEDEC), pelas 11 (onze) Regionais de
Defesa Civil (REDECs) e pelas 184 (cento e oitenta e quatro) Coordenadorias Municipais de
Defesa Civil (COMDECs), sendo a CEDEC e as REDECs parte da estrutura do Corpo de
Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE). A implementação de um serviço de
qualidade no campo das ações de Defesa Civil em nível estadual, regional e municipal
enfrenta dificuldades no tocante à capacitação dos agentes desses órgãos, especialmente
em períodos de início de gestão administrativa municipal.
O Estado do Ceará tem sofrido uma série de desastres naturais relacionados principalmente
ao excesso ou à escassez de precipitações pluviométricas. No ano de 2009, 134 (cento e
trinta e quatro) municípios do Estado decretaram situação de emergência em decorrência de
inundações ou enxurradas (dados da CEDEC). Já nos anos de 2010 e 2011 foram
vivenciados quadros de estiagem e distribuição irregular de chuvas; situação que se agravou
no anos de 2012, 2013 e 2014, quando 176 municípios do Estado tiveram situação de
emergência declarada após um severo quadro de seca, que comprometeu a safra agrícola,
a recarga das reservas hídricas e o abastecimento d'água potável da população residente
em áreas mais vulneráveis.
Tais eventos vivenciados se configuram como desastres para os quais todo o Sistema
Estadual de Defesa Civil (SEDC) deve estar melhor preparado de forma a minimizar seus
danos e prejuízos. Desse modo, justifica-se a necessidade de capacitar os integrantes dos
órgãos municipais de proteção e defesa civil (COMDECs) com a finalidade de otimizar a
implementação das ações preventivas locais, além de prepará-los para responder aos
desastres de modo rápido e eficaz..
SUMÁRIO
ANEXOS ..............................................................................................................................
Lei nº 12.608, de 10 de abril de 2012............................................................................166
Lei nº 12.340, de 1º de dezembro de 2010 ...................................................................173
Decreto nº 7.257, de 04 de agosto de 2012 ..................................................................179
Portaria nº 607, de 18 de agosto de 2011 .....................................................................186
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................192
APRESENTAÇÃO DO CURSO
1- FINALIDADE DO CURSO
Proporcionar aos participantes os conhecimentos necessários para atuar nas diversas fases
(prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação) que compõem a gestão de
riscos de desastres, tornando-os aptos a aplicar e replicar o conhecimento adquirido, criando
uma rede estadual de agentes capacitados em proteção e defesa civil.
3- PÚBLICO ALVO
4- METODOLOGIA DE ENSINO
5- CONCLUSÃO DO CURSO
6- AVALIAÇÃO DO CURSO
Guerra Mundial.
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Convenções de Genebra de 1949 não fazer referência direta aos organismos de defesa civil,
as normas relativas à defesa civil também deviam ser respeitadas em conflitos armados não
internacionais, em virtude da proteção geral de que gozava a população civil contra os
perigos procedentes de operações militares. A defesa civil era, de fato, um componente
essencial a essa proteção.
Serviço de alerta;
Evacuação;
Salvamento;
11
Ajuda para a salvaguarda dos bens essenciais à sobrevivência;
O termo “pessoal” dos organismos de proteção civil designa as pessoas que são
responsáveis pelo cumprimento das tarefas enumeradas, incluindo o pessoal destacado
exclusivamente para a administração desses organismos e o termo “material” dos
organismos de proteção civil designa o equipamento, aprovisionamentos e meios de
transporte que esses organismos utilizam para realizarem as tarefas.
Os organismos de defesa civil criados por um Estado, seu pessoal, ou civis, que respondam
ao chamado do Estado para desempenhar, sob seu controle, tarefas de defesa civil são
regidos pelas disposições do Protocolo de Genebra. Estes estarão protegidos desde que
estejam exclusivamente dedicados a qualquer das tarefas humanitárias citadas, mesmo que
sua dedicação seja temporária. Essa proteção completa o regime geral de proteção da
população civil prevista no art. 51 do Protocolo de Genebra segundo o qual as pessoas civis
não serão objeto de ataque.
Os profissionais que atuam nas ações de defesa civil devem ser identificados por um
emblema distintivo internacional da defesa civil previsto no Protocolo de Genebra e que
consiste em um triângulo equilátero azul sobre fundo quadrado de cor laranja (art. 66 e
Anexo I, cap.V). Esse emblema somente servirá para identificar as organizações civis de
proteção civil, seu pessoal, edifícios e material exclusivamente dedicado ao cumprimento de
tarefas humanitárias, assim como os abrigos destinados à população civil. Com o
consentimento do Estado, poderá ser utilizado o emblema distintivo para identificar esses
serviços em tempo de paz.
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1.3- 1ª Conferência Mundial sobre a Redução dos Desastres Naturais
Fonte:umaincertaantropologia.org
naturais. É possível evitar perdas de vidas, lesões e
catástrofes econômicas devido aos desastres. Mitigar
as consequências dos desastres naturais deve ser um
dos objetivos dos planos nacionais de
desenvolvimento.
Recaiu sobre cada país a responsabilidade primordial de proteger a sua população dos
efeitos dos desastres naturais. Os países que o desejassem poderiam incluir em seus
planos de desenvolvimento a Estratégia e Plano de Ação de Yokohama e dedicar recursos e
energia para sua aplicação nos planos nacional e local.
13
1.3.1 Princípios da Estratégia de Yokohama
2. A prevenção de desastres e a
preparação para casos de desastre
revestem em importância fundamental
para reduzir a necessidade de socorro
em casos de desastre.
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10. Recai sobre cada país a responsabilidade primordial de proteger sua população,
suas infraestruturas e outros bens nacionais dos efeitos dos desastres naturais. A
comunidade internacional deve demonstrar a firme determinação política necessária
para mobilizar recursos adequados e fazer uso eficaz dos existentes, incluídos os
meios financeiros, científicos e tecnológicos, no âmbito da redução dos desastres
naturais, estando presentes as necessidades dos países em desenvolvimento, em
particular as dos países menos desenvolvidos.
A iniciativa deu seguimento ao processo iniciado com a inauguração, pela Organização das
Nações Unidas (ONU), da Década Internacional para Redução de Desastres Naturais (1990-
1999), em cujo contexto foi realizada, em 1994, em Yokohama, Japão, a primeira
conferência mundial sobre o tema. Dessa reunião, resultou o documento "Estratégia de
Yokohama para um Mundo mais Seguro: Diretrizes para Prevenção, Resposta e Mitigação
de Desastres Naturais" e o Plano de Ação correspondente, conforme apresentado no
capítulo anterior. Em 1999, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a "A Estratégia
Internacional para Prevenção de Desastres (ISDR)", visando a promoção da consciência
acerca do vínculo entre prevenção de desastres e desenvolvimento sustentável.
15
aumentar a confiabilidade e disponibilidade de informações ao público e a agências
relacionadas ao gerenciamento de desastres.
Fonte: http://www.mi.gov.br/sedec
do Brasil na Conferência incluiu o co-patrocínio de
um projeto de resolução sobre a criação de
mecanismos regionais de vigilância, alerta
antecipado e avaliação de risco, bem como o
pedido de provisão de recursos financeiros
adicionais, com vistas a fortalecer a capacidade dos
países em desenvolvimento de prevenir e enfrentar
desastres naturais.
16
nutrição, ajuda alimentar, abrigo e planejamento de locais de alojamento e cuidados
médicos).
Por desenvolvimento sustentável entende‐se aquele que perdure por gerações futuras. No
Brasil temos vários exemplos ligados às práticas das queimadas para preparação de pasto e
plantio. São práticas anacrônicas, que calcinizam o solo, dificultam plantações em anos
seguintes e ainda por cima são um enorme risco para incêndios, ou seja, para desastres.
A missão da EIRD é habilitar sociedades para resistirem aos perigos naturais e aos
desastres tecnológicos e ambientais com o objetivo de reduzir perdas humanas, econômicas
e sociais.
Assim, a redução dos riscos de desastres deve fazer parte da tomada de decisões
cotidianas: desde a forma como educamos nossos filhos e filhas até como planejamos
nossas cidades. Cada decisão pode nos tornar mais vulneráveis ou mais resistentes.
Incrementar conscientização
Fonte: http://www.eird.org
pública;
Firmar compromisso com
autoridades públicas;
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Estimular a formação de sociedades interdisciplinares;
Fazer com que a redução de risco de desastres seja uma prioridade (Garantir que a
redução de risco de desastres seja uma prioridade nacional e local com uma sólida
base institucional para sua implementação);
Estar preparado e pronto para atuar (Fortalecer a preparação em desastres para uma
resposta eficaz em todos os níveis).
No Brasil o tema começou a ser tratado em 1942, após o afundamento dos navios militares
Baependi, Araraquara e Aníbal Benévolo no litoral de Sergipe e do vapor Itagiba torpedeado
pelo submarino alemão U-507, no litoral do estado da Bahia.
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A notícia dos afundamentos e morte de 36 passageiros civis,
Fonte:https://chicomiranda.wordpress.com/tag/baependi/
Fonte:http://007bondeblog.blogspot.com.br/2011/01/t
e 1967, provocando enchentes no Estado da Guanabara e
deslizamentos na Serra das Araras, no Rio de Janeiro e
ragedia-das-chuvas-1966-2011-45-anos.html
Caraguatatuba em São Paulo.
19
A proposta de pensar a Defesa Civil como instituição estratégica para redução de riscos de
desastres veio com a organização do Sistema Nacional de Defesa Civil, no Decreto nº
97.274, de 16 de dezembro de 1988.
A segunda dezena do século XXI caracteriza-se pela retomada dos princípios de redução de
desastres, com a implantação do Planejamento Nacional para Gestão de Riscos - PNGR, a
construção do Banco de Dados de Registros de Desastres e do Atlas Brasileiro de
Desastres Naturais, a criação da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil - PNPDC, a
organização do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC, entre outras ações
de gerenciamento de riscos e desastres.
20
4- DEFESA CIVIL NO CEARÁ
Fonte:http//:www.defesacivil.ce.gov.br
Coordenadoria Estadual de Defesa Civil – CEDEC passou a ser
parte da estrutura do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará –
CBMCE e os servidores de outras secretarias que já trabalhavam
na CEDEC permaneceram em suas funções técnicas de defesa
civil.
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Homologação de decretos de situação de
Fonte:http//:www.defesacivil.ce.gov.br
emergência;
Segundo a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (2012) descrita na Lei nº 12.608, de
10 de abril de 2012, é dever da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
adotar as medidas necessárias à redução dos riscos de desastres. Essas medidas previstas
na legislação podem e devem ser adotadas com a colaboração de entidades públicas ou
privadas e da sociedade em geral.
As ações de redução dos desastres que contemplam o cerne de atuação da defesa civil
abrangem cinco fases ou aspectos globais, a saber: a prevenção e mitigação de desastres,
a preparação para emergências e desastres, a resposta aos desastres e a recuperação dos
cenários atingidos.
22
5.2.1- Prevenção de Desastres
Como nem sempre é possível evitar por completo os riscos dos desastres e suas
consequências, as tarefas preventivas acabam por transformar‐se em ações mitigatórias (de
minimização dos desastres), por esta razão, algumas vezes, os termos prevenção e
mitigação (diminuição ou limitação) são usados indistintamente.
A preparação representa uma terceira fase do processo e reúne o conjunto de ações que
visam a melhorar a capacidade da comunidade frente aos desastres (incluindo indivíduos,
organizações governamentais e organizações não governamentais) para atuar no caso da
ocorrência deste.
23
A preparação envolve os conhecimentos e
Fonte:http://www.oestadoce.com.br/sites/default/files/
capacidades desenvolvidas pelos governos,
profissionais, organizações de resposta e
recuperação, comunidades e pessoas para
prever, responder e se recuperar de forma
efetiva dos impactos dos eventos ou das
condições prováveis, iminentes ou atuais
que se relacionam com uma ameaça.
BC8I8581.JPG
A preparação inclui, por exemplo,
atividades tais como o planejamento de
contingências, a reserva de equipamentos
e suprimentos, o desenvolvimento de rotinas para a comunicação de riscos, capacitações e
treinamentos, exercícios simulados de campo, estabelecimento de programas de
monitoramento e alerta antecipados etc.
É uma ação que ocorre no contexto da gestão integral do risco e seu objetivo principal é
desenvolver capacidades necessárias para gerenciar de forma eficiente e eficaz todos os
tipos de emergências e alcançar uma transição ordenada desde a resposta até uma
recuperação sustentável.
24
5.2.5- Recuperação dos Cenários Atingidos
Assim, resumidamente, vemos que o papel dos organismos de Defesa Civil na redução de
desastres se organiza a partir de quatro pilares básicos de atuação: ações de gestão integral
de risco (apoiada nos pilares da prevenção/mitigação e preparação) e ações de gestão de
desastres (apoiadas nos pilares da resposta às emergências e recuperação).
25
UNIDADE2
1- A LEGISLAÇÃO DO SINPDEC
A criação de uma lei específica para o sistema já era esperada e tomou forma a partir da
realização das etapas municipais, estaduais e nacional da 1ª Conferência Nacional de
Defesa Civil, contando com a participação de gestores, profissionais de defesa civil e
sociedade civil, todos com clamor geral para a criação de uma lei específica para organizar a
defesa civil brasileira.
26
tomada de decisões para o equacionamento dos problemas suscitados, requerendo, desta
forma, maior agilidade dos órgãos afins.
Como podemos ver, a Defesa Civil ganhou nova cara, adquirindo legislação específica para
que pudesse ter um novo rumo dentro do país. Dentre todos os documentos que compõem o
novo ordenamento jurídico de Proteção e Defesa Civil, destacam-se:
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reconhecimento federal das situações de anormalidade decretadas pelos entes
federativos e dá outras providências.
Deve-se levar em consideração que as mudanças, em sua grande maioria, vieram para
beneficiar a população atingida pelos desastres em nosso país. Há de se considerar que
muito ainda deve ser feito para tornar o que está escrito em realidade, por isso é importante
fortalecer todo o sistema de proteção e defesa civil.
2- A ESTRUTURA DO SINPDEC
Órgãos regionais estaduais e municipais de proteção e defesa civil (art. 11, inciso III);
Órgãos setoriais dos 3 (três) âmbitos de governo (art. 11, inciso IV); e,
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2.1- Centro Nacional de Gerenciamento de Desastres (CENAD)
O CENAD conta com salas especializadas para a realização de suas atividades. Entre elas
estão: a Sala de Gestão de Crise, o Centro de Monitoramento e Operações, e a Sala Cofre,
que abriga os sistemas de informática do Centro.
Cabe ao CENAD consolidar as informações sobre riscos no país, tais como mapas de áreas
de risco de deslizamentos e inundações, além dos dados relativos à ocorrência de desastres
naturais e tecnológicos e os danos associados. O gerenciamento destas informações
possibilita ao Centro apoiar estados e municípios nas ações preparação para desastres junto
às comunidades mais vulneráveis.
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desperdício de recursos humanos e materiais, proporcionando um melhor atendimento à
população afetada.
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3 O SISTEMA NACIONAL DE DEFESA CIVIL EM ÂMBITO ESTADUAL
O Sistema Estadual de Defesa Civil (SEDC) do Ceará foi instituído pelo Decreto nº 28.391,
de 13 de setembro de 2006. É constituído por órgãos e entidades que integram a
administração estadual, por entidades privadas e pela comunidade de modo geral, sob a
coordenação da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil - CEDEC.
Secretaria da Fazenda;
Secretaria da Infraestrutura;
Secretaria de Educação;
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Secretaria de Cultura;
Secretaria de Trabalho e
Desenvolvimento Social;
Fonte:http:///www.defesacivil.ce.gov.br/i
Secretaria de Saúde;
Secretaria de Planejamento e
Gestão;
Secretaria de Ciência,
Tecnologia e Educação Superior;
Secretaria de Esporte;
Secretaria de Turismo;
Casa Civil;
Casa Militar;
32
emergência ou estado de calamidade pública, além de
requisitar pessoal e material dos órgãos integrantes do
Sistema Estadual de Defesa Civil.
Fonte:http:///www.defesacivil.ce.gov.br
organização de ações cívico-sociais em comunidades
de áreas de risco; aquisição e arrecadação de
mantimentos para assistência humanitária aos atingidos
por desastres, homologação de decretos de situação de
emergência, monitoramento sismológico e dos
reservatórios hídricos e inspeções em edificações em
risco.
As Regionais de Defesa Civil (REDECs) foram criadas em 2009 como parte da estrutura da
Coordenadoria Estadual de Defesa Civil e têm a competência de atuar no desenvolvimento
de ações em apoio aos órgãos municipais de defesa civil.
O Sistema Municipal de Defesa Civil é constituído por órgãos e entidades que integram a
administração municipal, por entidades privadas e pela comunidade de modo geral, sob a
coordenação do Órgão Municipal de Proteção e Defesa Civil.
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O objetivo do Sistema é articular, coordenar e gerenciar todas as ações de Defesa Civil em
sua jurisdição.
III - órgãos de apoio: Núcleos Comunitários de Defesa Civil - NUDECs, órgãos públicos
federais e secretarias setoriais em nível municipal, Câmara Municipal, Tribunal de Justiça,
Ministério Público, empresas privadas convidadas e organizações não governamentais.
O Conselho, preferencialmente, deve ser presidido pelo Prefeito Municipal e composto por
representantes que tenham poder decisório para mobilizar recursos humanos e materiais
dos órgãos integrantes do Conselho.
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4.3- Núcleo Comunitário de Proteção e Defesa Civil
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UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Para se entender as ações e os processos que envolvem a proteção e defesa civil, faz-se
necessário conhecer alguns conceitos básicos. Mais do que conhecer, é preciso
compreendê-los, já que são a base doutrinária e técnica da defesa civil.
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Desastre = É o resultado de um evento adverso
natural ou provocado pelo homem, sobre um
ecossistema vulnerável, causando danos humanos,
materiais e ambientais e conseqüentes prejuízos
econômicos e sociais.
Fonte:http://blogs.estadao.com.br/olhar-sobre-o-mundo/
catastrofe-no-rio-de-janeiro/
Fonte:http://mundo-afora.com/imagensfotos/tempestade-
de-areia-na-arabia-saudita.html
Vulnerabilidades Conjunto = de
Fonte:http://megacidades.ccst.inpe.br/s
ao_paulo/banco_dados/apendice5.php
Ex: casas construídas em favelas, próximas ou sobre os morros, próxima a rios etc.
37
Risco = Probabilidade de um evento físico
potencialmente destrutivo ocasionar danos com
consequências para a sociedade. Manifesta-se pela
perda provável de vidas humanas e de bens sociais e
probabilidade de perdas e deterioração dos meios de
subsistência, da atividade econômica e do ambiente
Fonte: http://www.abril.com.br/fotos/chuva-santa-catarina/ de um território. (ITC-ILO, 2012)
Ex: chuvas intensas sobre os morros podem ocasionar deslizamento de terra e caso tenham
casas construídas sobre ou abaixo dos morros podem vir a ser soterradas pelo deslizamento
de terra.
Fonte:http://www.crato.org/chapadadoararipe/wp-
content/uploads/2013/08/secagadomorto.jpg/
38
Capacidades = Combinação de todas as fortalezas e
recursos disponíveis que podem reduzir o nível de risco ou
os efeitos de um desastre. (ITC-ILO, 2012)
Fonte: http://www.fao.org/uploads/pics/cube_es.jpg
(traduzido)
3- A VARIÁVEL “RISCO”
Metodologia de estudo de
alegre-prefeito-assina-decreto-para-diagnosticar-areas-de-
finalidade de definir
alternativas de gestão do
processo de redução de
desastres.
Ex: Fazer um levantamento das áreas que, na diminuição mínima das precipitações
hídricas, apresentam desabastecimento de água potável.
39
desses efeitos sobre a saúde e a incolumidade das populações em risco, sobre o patrimônio
e sobre as instituições, serviços essenciais e meio ambiente.
Ex: Acompanhamento dos níveis dos reservatórios para evitar a exposição das
pessoas em caso de contaminação da água, bem como acionar planos emergenciais
de suprimento da demanda de água local.
40
Risco: A comunidade ser afetada pelo desastre estiagem.
4- O DESASTRE
Fonte:http://www.odiarioverde.com.br/wp-
content/uploads/FOME.jpg
41
c) Ambientais: Os danos ambientais devem ser
/xlixao1.jpg.pagespeed.ic.R64_umgpMn
Fonte:http://www.ecodebate.com.br/foto
Fonte:http://2.bp.blogspot.com/-SI-epuLjosU/U7S5Dxt
FUeI/AAAAAAAAF3I/X7BgQo2J2pE/s1600/image.jpg
pública e atendimento de
emergências médico-
cirúrgicas;
II - Abastecimento de água potável;
III - Esgoto de águas pluviais e
sistema de esgotos sanitários;
IV - Sistema de limpeza urbana e de
recolhimento e destinação do lixo;
V - Sistema de desinfestação e
desinfecção do habitat e de controle de pragas e vetores;
VI - Geração e distribuição de energia elétrica;
VII - Telecomunicações;
VIII - Transportes locais, regionais e de longas distâncias;
IX - Distribuição de combustíveis, especialmente os de uso doméstico;
X - Segurança pública;
XI – Ensino.
42
b) Prejuízos Privados: Os
Fonte:http://www.anda.jor.br/wp-content/uploads/
prejuízos privados estão ligados à perdas
particulares que não afetam a capacidade
de atuação do poder público, porém
refletem-se na economia do ente afetado.
2013/09/seca-gado.jpg
danos e prejuízos é fundamental para o
estudo dos desastres. Afinal, não é a
intensidade do evento que o determina,
mas sim suas consequências em termos
de danos e prejuízos.
Classificar os desastres de acordo com suas características peculiares auxilia nos estudos
que visam à prevenção. A legislação brasileira, acerca de proteção e defesa civil, foi
reformulada recentemente, de modo a adequar a classificação e codificação brasileira de
desastres aos padrões internacionais seguidos por diversos países, visando o nivelamento
dos demais organismos de gestão de desastres do mundo.
A classificação adotada pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil foi a constante
do Banco de Dados Internacional de Desastres (EM-DAT), do Centro para Pesquisa sobre
Epidemiologia de Desastres (CRED) da Organização Mundial de Saúde (OMS/ONU) e a
simbologia correspondente.
a) Intensidade;
b) Evolução;
c) Origem; e,
d) Periodicidade.
Conforme o art. 3º, quanto à intensidade, os desastres são classificados em dois níveis:
a) Nível I: Desastres de média intensidade. São aqueles em que os danos e prejuízos são
suportáveis e superáveis pelos governos locais e a situação de normalidade pode ser
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restabelecida com os recursos mobilizados em nível local ou complementados com o aporte
de recursos estaduais e federais.
Para se caracterizar o desastre de nível I é preciso ocorrer pelo menos dois dos danos
descritos na tabela abaixo (tabela I) que, no seu conjunto, importem no prejuízo econômico
público superior a 2,77% ou no prejuízo econômico privado superior a 8,33% da receita
corrente líquida anual do ente atingido.
Os prejuízos e danos devem ser relacionados com o colapso dos serviços essenciais (tabela
2) que comprovadamente afetem a capacidade do poder público local de responder e
gerenciar a crise instalada (IN nº 01- /SEDEC/MI).
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VII – telecomunicações.
VIII - transportes locais, regionais e de longas distâncias.
IX - distribuição de combustíveis, especialmente os de uso doméstico.
X - segurança pública.
XI - ensino.
Fonte: SEDEC/MI, 2012
b) Nível II: Desastres de grande intensidade. São aqueles em que os danos e prejuízos não
são superáveis e suportáveis pelos governos locais, mesmo quando bem preparados, e o
restabelecimento da situação de normalidade depende da mobilização e da ação
coordenada das três esferas de atuação do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil -
SINPDEC e, em alguns casos, de ajuda internacional quando os danos e prejuízos não
podem ser superados com recursos da própria comunidade, desde que haja uma
mobilização.
Para se caracterizar o desastre de nível II é preciso ocorrer pelo menos dois dos danos
descritos na tabela abaixo (tabela 3) que, no seu conjunto, importem no prejuízo econômico
público superior a 8,33% ou no prejuízo econômico privado superior a 24,93% da receita
corrente líquida anual do ente atingido, relacionados com o colapso dos serviços essenciais
(tabela 2) e comprovadamente afetem a capacidade do poder público local de responder e
gerenciar a crise instalada.
Esse nível é o mais crítico, pois supera toda a capacidade de gestão do ente afetado,
exaurindo seus recursos financeiros, humanos e materiais. Neste caso necessita-se de
ajuda de outros entes do país ou até mesmo de outros organismos internacionais. Tem-se
como exemplo o terremoto que atingiu o Haiti em 2010, quando não se tinham condições de
atender a população afetada, já que parte do país foi completamente destruída, carecendo
de apoio internacional.
45
população de municípios com mais de 10.000 (dez mil) habitantes.
II – Diminuição ou exaurimento a longo prazo da água, prejudicando o abastecimento de
mais de 20% (vinte por cento) da população de municípios com até dez mil habitantes e de
mais de 10% (dez por cento) da população de municípios com mais de 10.000 (dez mil)
habitantes.
III – Destruição de mais de 40% (quarenta por cento) de Parques, Áreas de Proteção
Ambiental e Áreas de Preservação Permanente Nacionais, Estaduais ou Municipais.
Fonte: SEDEC/MI, 2012
Fonte:http://meioambiente.culturamix.com/blog/wp-
content/gallery/2_34/regos-em-martes-1.jpg
46
4.2.3- Classificação dos Desastres Quanto à Origem
De acordo com o art. 7º, § 1º, quanto à origem ou causa primária do agente causador, os
desastres são classificados em:
De acordo com o art. 9º, quanto à periodicidade, os desastres são classificados em:
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4.3- Codificação Brasileira de Desastres (COBRADE)
Após a reformulação da legislação brasileira acerca da proteção e defesa civil, que adotou a
classificação internacional de desastres, seguindo o Banco de Dados Internacional de
Desastres (EM-DAT), foi necessário readequar o sistema de codificação dos desastres. Para
tal feito, o Brasil, por meio da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, passou a
adotar a Codificação Brasileira de Desastres – COBRADE, constituindo um marco para o
Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil.
A Categoria Desastres Naturais divide-se em cinco Grupos, treze Subgrupos, vinte e quatro
Tipos e vinte e três Subtipos. Já a Categoria Desastres Tecnológicos divide-se em cinco
Grupos, quinze Subgrupos e quinze Tipos.
5- DESASTRES NO BRASIL
Soma-se a isso uma história mais do que centenária de degradação das condições de vida
do povo brasileiro, cujo resultado tem sido o surgimento contínuo de desastres que causam
sofrimento à população.
De acordo com o Atlas Nacional do Brasil Milton Santos (IBGE, 2010), mais de 80% da
população brasileira já vive em cidades. No entanto, a urbanização cresceu de forma
desigual, abrangendo poucas cidades que concentram população e riqueza, multiplicando
pequenos centros urbanos que abrigam uma força de trabalho pouco qualificada e
fortemente vinculada às atividades primárias. As aglomerações urbanas e as 49 cidades
48
com mais de 350 mil habitantes abrigam 50% das pessoas em situação urbana no País e
detêm, aproximadamente, 65% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
No outro extremo, estão 4.295 municípios com menos de 25 mil habitantes, que respondem
por 12,9% do PIB. Na evolução da rede urbana brasileira, podemos observar a
predominância de 12 centros que reforçam sua atuação e se mantêm como as principais
cabeças de rede do sistema urbano brasileiro entre 1966 e 2007. No topo, além de São
Paulo, figuram Rio de Janeiro e Brasília. O quadro é completado com Manaus, Belém,
Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Goiânia.
Segundo o Atlas Brasileiro de Desastres Naturais 1991 a 2010, os desastres que mais
afetam o território brasileiro, por região, como podemos observar na Figura abaixo são:
seca e estiagem;
inundação brusca;
inundação gradual;
vendaval e/ou
ciclone;
granizo e outros.
No Nordeste, a mancha de recorrência engloba a maior parte dos Estados da região, com
exceção do Maranhão e do Oeste baiano.
49
A ocorrência desses desastres nos obriga a reconhecer, por um lado, que, nos países
organizados para enfrentar esses eventos, ocorre uma redução dos efeitos desastrosos para
a população, principalmente no que diz respeito à perda de vidas. Por outro lado, fica
evidente a necessidade de o Brasil continuar investindo, entre outros aspectos, em:
6- DESASTRES NO CEARÁ
Nos últimos anos tem-se registrado uma maior diversidade de desastres, tais como erosão
marinha, abalos sísmicos e deslizamentos, aumentando o montante de investimentos nas
obras de recuperação de cenários de desastres no Estado.
No ano de 2009, o Estado do Ceará foi acometido por intensas precipitações hídricas que
afetaram populações de 140 (cento e quarenta) municípios, dos quais 131 (cento e trinta e
um) tiveram reconhecida a situação de emergência declarada pelo prefeito.
50
Figura 1: Municípios atingidos por inundações em 2009
• 48 mil kg de leite;
Fonte:CEDEC-CE, 2009 51
49,5%, 43% e 28,2%, respectivamente. Segundo dados de 14/07/2014 da Companhia de
Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará - COGERH, o volume armazenado nos 149
reservatórios d'água monitorados no estado está em 30,6% (5.756 hm³) da capacidade total
(18.826 hm³), o que representa uma redução de 55,3% em relação ao volume armazenado
em 01/01/2012, que era de 12.877 hm³.
Fonte:CEDEC-CE, 2014
52
Além disso, foram recebidos por meio de doação, através da campanha Força Solidária,
13.560 cestas e 181.472 litros d’água, que foram distribuídos à população nos municípios
atingidos pela seca. Para atender os municípios em colapso total de água ou com previsão
de exaurimento da água dos reservatórios, foram adquiridas adutoras de engate rápido, com
recurso federal da ordem de R$ 15 milhões na 1ª fase e R$ 153 milhões para a 2ª fase.
Além dos recursos citados, o Governo Federal ainda autorizou a liberação dos seguintes
benefícios:
53
UNIDADE 4
1- INTRODUÇÃO
É necessário que a população esteja organizada, preparada e orientada sobre o que fazer e
como fazer em circunstâncias adversas, pois somente, assim, a comunidade poderá
prevenir e dar resposta eficiente aos desastres. Portanto, para se conseguir um resultado
eficaz é necessário unir as forças da sociedade por intermédio da COMDEC e dos Núcleos
Comunitários de Proteção e Defesa Civil – NUDECs.
As ações mais importantes a serem desenvolvidas pela COMDEC são as preventivas, que
tem por objetivo evitar que o desastre ocorra; portanto, são realizadas antes do desastre, no
período de normalidade. É também, na normalidade, que a comunidade deve preparar-se
para enfrentar a ocorrência do desastre, pois se as pessoas estiverem preparadas, sofrerão
muito menos danos e prejuízos.
Apenas planos bem elaborados não são suficientes. É preciso que a comunidade participe
das atividades de Defesa Civil no município, organizando-se em NUDECs, que irão auxiliar a
COMDEC desde o planejamento até a execução das ações de Defesa Civil.
54
Motivação:
Este é o momento do primeiro contato entre as
autoridades de defesa civil e a comunidade. Sugere-se
que um representante do órgão estadual de defesa civil
entre em contato com a Prefeitura Municipal ou vice-
versa, expondo a realidade do município do ponto de
vista dos desastres, através de entrevistas e reuniões
com as autoridades municipais, as lideranças
comunitárias, os grupos participativos e atuantes e a
população local.
Conscientização:
Mobilização:
Para se formalizar uma COMDEC, faz-se necessário seguir alguns passos importantes de
formalização para que os procedimentos por ela executados tenham efeito legal:
55
Portaria de nomeação dos membros da COMDEC;
Publicação na Imprensa Oficial.
Para que a COMDEC exerça na íntegra as ações de defesa civil, é essencial que esse órgão
responsável pela segurança global da comunidade funcione em caráter permanente e
integral. Sendo que a sua estrutura deve guardar uma relação com os demais órgãos da
Administração Municipal, preferencialmente, ligada diretamente ao Gabinete do Prefeito.
Nos municípios de pequeno porte a estrutura organizacional da COMDEC pode ser mais
simplificada, com um Coordenador ou Secretário-Executivo, um técnico que irá
desempenhar as atribuições de cadastramento e revisão de recursos e um setor técnico-
operativo que desenvolverá as atividades de minimização de desastres e emergenciais.
56
Depois de estruturada a COMDEC devem-se seguir alguns passos a fim de consolidar a
atuação do órgão no município, a saber:
Elaborar um Plano de Trabalho para definir as atividades que devem ser executadas
prioritariamente;
Elaborar um Programa de Treinamento/Capacitação para preparar as equipes a
desempenharem as suas atividades;
Elaborar planejamentos (planos anuais, de contingência, etc.);
Mobilizar a comunidade para fins de implantação e operacionalização de NUDECs; e,
Estimular parcerias com os municípios da mesma região para elaborar
atividades conjuntas.
É importante frisar que a seleção de recursos humanos para compor o quadro de servidores
da COMDEC deverá observar as características dos desastres que ocorrem no município,
dando preferência aos profissionais que possam atuar nessas circunstâncias de desastres.
57
Os membros do Conselho Municipal exercem atividades comunitárias e não deverão receber
remuneração para esse fim.
Os NUDECs funcionam como fóruns de debate sobre proteção e defesa civil e as reuniões
têm por objetivo planejar as atividades relacionadas com a redução de desastres, com
destaque para:
58
Primeiros socorros;
Educação ambiental;
Atendimento aos acidentes domésticos; e,
Simulados periódicos.
É importante que se valorize a definição de metas a serem atingidas, dentro dos prazos
estipulados, a avaliação dos resultados e o desempenho dos NUDECs.
Normalmente os Planos de Contingência são elaborados na COMDEC e levados aos
NUDECs para que os mesmos aprofundem suas atuações.
Legislativo Municipal;
Agricultura e Abastecimento;
59
Transporte;
Minas e Energia;
Comunicações;
Meio Ambiente;
Economia e Finanças; e,
Justiça.
As evidências têm demonstrado, em diferentes partes do mundo, e para isto serve muito o
exemplo do Japão, que somente através de um inteligente e bem estruturado esforço de
ampla informação e motivação da população, pode ser alcançada uma real mudança
cultural.
60
61
UNIDADE 5
1- INTRODUÇÃO
Para entender melhor como funciona a Gestão de Riscos de Desastres, serão estudados
adiante os tipos de risco, e de gestão de risco, bem como as ferramentas que podem ser
utilizadas na redução do risco.
2- TIPOS DE RISCO
62
os riscos futuros precisam ser
pensados considerando estudos que
projetam cenários futuros de
determinados investimentos.
Conhecidos os tipos de risco, devem ser estudados tipos de gestão adequados aos riscos
atuais e aos futuros.
Existem três tipos de gestão de risco: gestão corretiva, gestão prospectiva e gestão
reativa.
A gestão corretiva é o conjunto de ações orientadas a reduzir o risco existente, seja este
fruto de práticas e decisões inadequadas de utilização e ocupação do território, ou de
mudanças ambientais e sociais criadas antes do desenvolvimento da comunidade. A
gestão corretiva se baseia em duas principais estratégias de redução do risco existente: a
redução da vulnerabilidade e o aumento da resiliência.
63
Foto: Barragem de amortecimento de cheias do Rio Maranguapinho (Maracanaú - Fortaleza).
Fonte: Miranda, Ernani Ciríaco. Painel Meio Ambiente – Políticas Públicas Ambientais, 2013
A gestão prospectiva também está focada nas decisões que afetam a relação das
comunidades e os seus ecossistemas, mas com a diferença de que trabalha para evitar
processos e decisões com possibilidade de desencadear condições de risco no futuro.
Pela sua natureza, a gestão prospectiva tem uma forte relação com os processos de
planejamento do desenvolvimento e do ordenamento territorial.
64
Essa construção de consciência voltada para a redução do risco, a vontade política, a
criação de capacidades, a formação de pessoal e a reserva de recursos humanos e
materiais são vitais para poder promover medidas que evitem ou minimizem a criação de
novos riscos.
65
4- MOBILIZAÇÃO SOCIAL EM DEFESA CIVIL
O significado comum do verbo mobilizar se refere a “dar movimento a”, “convocar pessoas
para”. A palavra, que ganhou visibilidade no contexto militar quando da convocação de
pessoas para atuar no estado de guerra, transformou‐se pouco a pouco sendo hoje
amplamente utilizada em outras situações.
Semanticamente, o verbo mobilizar nos propõe, ainda, o movimento de pessoas para atuar
de forma conjunta em uma mesma direção, para um mesmo fim. Neste sentido, ao
falarmos de mobilização social estamos tratando de um projeto que é, antes de tudo,
coletivo.
66
Um dos resultados da mobilização são as redes constituídas, integrando e articulando os
diferentes atores, organizações sociais, governamentais e não governamentais, conselhos
profissionais, conselhos comunitários, entre outros.
Para tanto, é preciso desenvolver um olhar sistêmico sobre a sua realidade, identificando
os possíveis atores e seus diferentes papéis, considerando o contexto de intervenção,
sensibilizando‐os e articulando‐os para atuar coletivamente.
Esse processo não ocorrerá sem que haja muito diálogo, construção de parcerias e, um
planejamento adequado, incluindo, por exemplo:
Embora a mobilização social possa ser uma estratégia para a consecução de objetivos
específicos e, portanto, ser finalizada após a realização de suas metas, tem que se ter em
mente que muitos resultados do processo não são quantificáveis, repercutindo por longo
prazo em determinados contextos sociais.
As pessoas envolvidas não são apenas partes que integram o todo e que podem ser
substituídas conforme as necessidades. Pelo contrário, no processo de mobilização e no
espaço das redes, as pessoas constroem suas identidades, participam dos processos
decisórios de forma compartilhada, assumem os propósitos coletivos sem deixar de manter
as suas singularidades. Um sentimento de pertencimento passa a constituir as pessoas
que se engajam nestes projetos coletivos. O olhar sistêmico sobre a realidade deve‐se
67
ampliar, portanto, para o gerenciamento de ações e iniciativas e para o próprio processo
de mobilização e articulação das redes, e para as diferenças maneiras de participação das
pessoas nestas redes.
Nós todos participamos, de uma forma ou de outra, da construção da realidade social que
vivemos. Para transformar esta mesma realidade é necessário que transformemos a nós
mesmos e atuemos no sentido de promover estas mudanças. Isso não ocorre sem
conflitos e dificuldade que precisam ser cotidianamente rearranjados e sem um processo
de educação que promove o emponderamento destas muitas e diferentes pessoas
envolvidas, convergindo suas ações para propósitos comuns.
É certo que não há modelos únicos de participação social e de organização dos esforços
para desenvolver projetos e ações. Por isso, para fazer mobilização social é necessário
reconhecer e assegurar as particularidades, recursos, competências, diferenças culturais e
conflitos de cada contexto em que se quer atuar.
68
Resolver de forma harmoniosa as situações criadas no grupo;
A confiança dos atores no mobilizador é muito importante para o êxito em várias etapas do
processo de mobilização, uma vez que é por meio dele que estes atores entrarão em
contato com o tema abordado, recebendo informações sobre o mesmo. O mobilizador
precisa, portanto, respeitar e estar familiarizado com os modos de vida da comunidade ou
do público‐alvo, comunicar‐se com clareza, ser responsável e ético com relação ao
compromisso que assume junto aos atores, e, especialmente, saber receber críticas e
sugestões, de modo a conduzir o processo como uma construção coletiva.
4. Reduzir o risco
69
5. Estar preparado e pronto para atuar
A fim de conhecer os riscos, tomar medidas frente aos mesmos, conscientizar e preparar a
população, minimizando as vulnerabilidades, a participação e mobilização da sociedade
são indispensáveis. Afinal, são as pessoas nas suas comunidades as primeiras a
enfrentarem os desastres e, também, são elas a desenvolverem qualquer ação prevista
pelas políticas e pelos planejamentos dos diferentes setores governamentais.
Para que as ações tenham sucesso, a Defesa Civil precisa estabelecer parcerias e
constituir redes para que outros setores se apropriem e compartilhem dos programas a
serem desenvolvidos. O envolvimento das comunidades e das instituições possibilitará
ampliar, então, a autonomia e garantir a autogestão para tomada de decisões sobre as
situações que as afetam.
70
Essa mobilização destina‐se a reduzir os riscos no contexto atual e futuro, construindo, por
sua vez, uma cultura de redução de risco de desastre. As soluções técnicas por si só não
garantem a segurança da população, uma vez que mesmo para implantar estas soluções
são necessárias pessoas informadas, sensibilizadas e preparadas para atuar neste
sentido. Igualmente, as estratégias de prevenção e promoção de qualidade de vida, a
percepção de riscos de desastres e a efetivação de políticas públicas para seguridade
social exigem e produzem, ao mesmo tempo, mudanças culturais profundas.
Para (Sáiz, 1998), um modelo de mobilização para proteção civil deve ser
desburocratizado e descentralizado, sustentando‐se na participação ativa e direta da
população e no estreitamento dos vínculos com as comunidades. Deve‐se atuar a partir da
identificação e reconhecimento dos diferentes grupos que ali existam e de formas fáceis de
comunicação e de informação, adequadas aos códigos sociais das comunidades.
71
Mobilizador: sensibilizando pessoas e capacitando‐as para se autoprotegerem e
atuarem nos diferentes momentos de enfrentamento aos desastres, priorizando
ações de proteção comunitária e de promoção de qualidade de vida.
O compromisso ético com a segurança e a proteção social é de todos, por isso a famosa
frase do Dr. Castro ainda hoje ecoa significativamente dentro do Sistema Nacional de
Defesa Civil: “A Defesa Civil Somos Todos Nós”.
Da mesma forma, a redução das vulnerabilidades diante dos desastres precisa ser assim
entendida, centrando‐se nos processos que as reduzem e naqueles que as produzem, e
não somente nas pessoas que estão em condição de vulnerabilidade em determinados
contextos. Para Acselrad (2006), as pessoas vulneráveis são aquelas vítimas de proteção
social desigual, ou seja, de processos sociais que excluem a seguridade de seus direitos.
Tal como prevê a carta de Ottawa (1986) com relação à promoção de saúde, é direito e
dever de todos estarmos capacitados para buscar os meios para conseguir atuar sobre os
fatores que favorecem o nosso bem‐estar e o da comunidade ou que a podem estar pondo
em risco, tornando‐a vulnerável aos desastres e prejudicando sua qualidade de vida.
72
Portanto, o integrante da defesa civil, ao intervir sobre as relações sociais e nos modos de
vida da população seja para a prevenção ou resposta aos desastres, tem sua prática
qualificada numa dimensão ética, social e política. Por isso, deve se respaldar nos
princípios de cidadania e na garantia dos Direitos Humanos Universais, possibilitando que
as pessoas sejam atendidas nas suas diferenças e compreendidas na sua constituição
afetiva, cognitiva, criativa, biológica.
Ademais, o agente de Defesa Civil tem o dever social de garantir que a instituição pública
atenda os direitos da população, possibilitando e estimulando que a população, por sua
vez, atue no controle social, acompanhando e avaliando as políticas públicas. Com o
cidadão, no nível local, o sistema de Defesa Civil se legitima como ferramenta de
promoção de autoproteção e proteção comunitária, repercutindo na construção
permanente de cidades mais seguras.
Atores sociais são pessoas, organizações ou coletivos de pessoas que possam, a partir de
determinados recursos disponíveis, atuar e transformar a realidade na qual estão inseridos.
São também capazes de aprender e inventar novas formas de viver e nos relacionar com
os outros e com o ambiente, tornando-se protagonistas das suas condições de existência.
Portanto, todos são de modo geral atores sociais.
A mobilização social tem uma finalidade específica, isto quer dizer que se mobiliza para
alguma coisa. Ter clareza da finalidade da mobilização, mesmo que ajustes e
alinhamentos ocorram e devem ocorrer ao longo do processo, é primordial no
envolvimento dos atores sociais, para que esses possam avaliar de que maneira e com
que recursos podem contribuir com o projeto ou com as ações que se quer desenvolver. A
identificação dos atores começa a ocorrer a partir dos primeiros contatos com as
comunidades, quando o agente de defesa civil reconhece as pessoas, lideranças
comunitárias, organizações e instituições ali presentes, que podem ser relevantes naquele
local.
73
a ocorrer no decorrer do processo de sensibilização ou capacitação, os quais precisam ser
negociados em conjunto com todas as partes envolvidas.
O mapa de atores deve ser elaborado de acordo com cada realidade, com as organizações
ali presentes e instituições. Por exemplo, se a comunidade que você irá mobilizar já tiver
um NUDEC é preciso envolvê‐lo, mas em outras comunidades pode ser que seja relevante
mobilizar o representante de determinada indústria que joga os poluentes no rio. A
identificação dos atores dependerá do contexto de intervenção ou mobilização e dos
objetivos pretendidos. É estratégico que o prefeito, como principal representante
governamental do município, seja convocado para participar e esteja ciente da mobilização
desejada.
A identificação dos sujeitos sociais atuantes, perfis e recursos disponíveis podem resultar,
posteriormente, com a mobilização e articulação em rede dos mesmos, no registro destes
atores de acordo com a capacidade de mobilizar os recursos e de interferência no
desenvolvimento das ações.
74
UNIDADE 6
1- INTRODUÇÃO
Se há algo de incorreto em dizer que a comunicação é o quarto poder, é que ela não é o
quarto, mas o primeiro. De fato, não há fenômeno atual tão abrangente, penetrante e
decisivamente influente como os Meios de Comunicação Social. Desde as primeiras
relações microssociais que se dão na família, nos grupos, nas escolas, até aos grandes
acontecimentos macrossociais, como eleições política nacional, reformas econômicas,
conflitos mundiais... tudo passa pela comunicação e tudo é afetado de maneira profunda e
essencial por esse fator decisivo. (GUARESCHI, 2001)
O mundo não seria esse conhecido por nós hoje, se a humanidade, ao longo dos tempos,
não tivesse evoluído as formas de se comunicar, pois desde a era primitiva, quando a fala
ainda não era o meio de comunicação utilizado, nossos ancestrais já se valiam de outros
meios para expressar suas ideias, sentimentos, medo etc., tudo isso através de sinais,
gestos e outros meios descobertos pelos mesmos na tentativa de alcançar seus objetivos.
Essa comunicação embora acontecesse, gerava conflitos, pois os sinais e gestos utilizados
por um grupo não era o mesmo utilizado por outro e comumente aconteciam embates
entre eles, inicialmente pela não compreensão dos sinais e posteriormente, por conta da
individualidade de cada grupo, que buscavam seus objetivos e quando se encontravam
não sabiam se comunicar da mesma forma para trabalharem em equipe no alcance dos
alvos.
Com o passar dos tempos o homem foi descobrindo sons que evoluíram até chegar ao
meio principal de comunicação, a fala, não desmerecendo os outros, porém ela se colocou
em posição de destaque, pois através da mesma se tornou bem mais fácil o entendimento
entre as pessoas.
A partir dessa descoberta começaram então a busca por outras formas de se comunicar e
através das descobertas ao longo de toda história, como a eletricidade, componentes
eletrônicos, o rádio, a televisão (TV) e tantos outros, foi primordial para se chegar às mais
variadas e avançadas formas de comunicação na humanidade.
75
Baseado na definição apresentada percebe-se que a comunicação é um processo que
necessita de alguns elementos para que seja considerada como tal. A figura 2 ilustra os
elementos do processo de comunicação.
Fazendo uma análise do fluxograma apresentado nota-se que esse processo comunicativo
é o que acontece no nosso cotidiano, pois o ser humano vive constantemente exposto à
comunicação e a todas as suas formas, milhares de vezes ao dia.
76
interativo de troca de informações e opiniões entre os indivíduos, grupos e instituições, que
frequentemente envolve várias mensagens sobre a natureza do risco ou expressa
preocupações e opiniões legais e institucionais sobre a gestão do risco”.
77
Os veículos de comunicação podem atuar nos níveis municipal, regional, estadual,
nacional ou internacional. Cada veículo de comunicação possui um perfil e estilo próprios
de contato com o público, dividindo as notícias, basicamente, em dois tipos: a notícia “no
minuto”, aquela relacionada aos eventos que são reportados imediatamente e a
informação de segundo plano, ou histórias de interesse mais social. Na comunicação de
riscos e de desastres ambos os estilos são colaborativos; em um primeiro momento para a
gestão da crise e, quando feita uma análise mais aprofundada das causas do desastre, na
gestão dos riscos construídos socialmente ao longo da história da região afetada.
78
vulnerabilidades sociais. Fazer chegar a informação de maneira correta e apropriada ao
público-alvo é uma tarefa difícil, que em situações de crise merece atenção redobrada para
que as mensagens não gerem novos fatores de risco.
79
incompleta ou divulgada em um momento impróprio pode provocar pânico desnecessário
na população.
Assim como a imprensa deve estar capacitada para levar a informação até as pessoas, a
população também deve estar preparada para receber as informações. Por isso, o trabalho
de prevenção e preparação é tão importante no processo de comunicação de desastres.
80
desastre devem ser avaliadas e os erros corrigidos, contribuindo para que a percepção de
novos riscos melhore nas comunidades.
O atendimento à imprensa durante um desastre, para que seja positivo à instituição, aos
jornalistas e à sociedade, precisa de um comunicador responsável com conhecimento e
prática na gestão da comunicação, antes mesmo do desastre acontecer. O indicado é que
o responsável seja especialista no assunto e que a organização possua um setor
específico de assessoria de comunicação, com equipe capacitada.
c) Evitar desinformações.
81
d) Gerar informações e atividades junto às comunidades, com o objetivo de elaborar
processos preventivos e promover a compreensão das ameaças, percepção dos riscos e o
conhecimento para reduzir as vulnerabilidades.
O comunicador precisa ter claro este papel de atuação e entender a importância dos
veículos de comunicação para a prevenção ou o gerenciamento de um desastre.
Devem ser definidos os objetivos do plano e a equipe responsável pela execução. Neste
momento, podem ser realizadas diversas atividades focadas na comunicação, entre elas:
82
palestras, etc. Durante um desastre, conforme a demanda, todas essas ferramentas
poderão ser utilizadas conjuntamente. O setor de comunicação deve prever que
durante o desastre algumas ferramentas podem ficar indisponíveis pela queda de
energia elétrica, por exemplo. O assessor deve estar treinado para trabalhar
adequadamente com os mecanismos de comunicação que irá utilizar na situação
emergencial para que a imprensa receba as mensagens de forma correta e
oportuna.
83
deve estar preparada para receber o grupo e oferecer espaços adequados aos
jornalistas, com a infraestrutura necessária para o repasse de informações.
84
pessoa. Porém, defina estratégias para que entrevistas não atrapalhem os
trabalhos de busca, salvamento e assistência às vítimas.
Divulgar balanços das ações de resposta no final do dia, antes dos horários de
fechamento dos veículos de comunicação (antes dos telejornais irem ao ar e dos
jornais fecharem suas edições para o dia seguinte);
85
Avaliar diariamente o resultado dos trabalhos, trocar ideias e discutir as ações
com os membros da equipe de Comunicação Social.
5.3- Pós-Desastre
86
UNIDADE 7
1- INTRODUÇÃO
É primordial ter uma consciência pública suficiente para reconhecer e lidar com o risco, e
com a vontade política necessária para o estabelecimento de políticas e alocação dos
recursos necessários para sua execução. Assim mesmo, é necessário que as instituições
tenham a capacidade de gestão e coordenação suficiente para gerenciar e integrar os
esforços dos setores relevantes, bem como das comunidades vulneráveis. O êxito da
gestão e coordenação depende em última instância do capital, desenvolvimento social,
físico, econômico e ambiental de uma sociedade.
87
A transversalidade da RRD é um processo de governabilidade que permite a integração
sistemática de suas ações no âmbito do desenvolvimento relevante. Em outras palavras,
um governo sensível, transparente, eficiente e responsável contribuirá para a criação de
um ambiente em que a RRD possa ser institucionalizada como princípio fundamental do
desenvolvimento sustentável.
Fonte: Brasil, 2011 – Curso de Capacitação para Ações de Redução do Risco de Desastre.
Embora se reconheça que a boa governabilidade e a RRD são objetivos que se reforçam
mutuamente, todavia ainda está longe da comunidade internacional compreender esta
88
relação. Para este fim, o PNUD realizou em 2007 um primeiro passo, que consistiu em
uma revisão abrangente do seu apoio aos sistemas institucionais e legislativos para a
redução de risco de desastres.
A análise revelou que, enquanto a gestão e redução risco estão cada vez mais presentes
na vida política, planos e estratégias governamentais de desenvolvimento, não é realmente
tratada como uma preocupação multissetorial. Do mesmo modo, o Relatório de Avaliação
Global de Redução Desastres de 2009 concluiu que, em muitos países, a governabilidade
existente para a redução de risco de desastres não facilita a integração de considerações
sobre RRD no desenvolvimento.
Promoção, sensibilização e
de oficinas com os
parlamentares, a mídia e a
sociedade civil sobre as
questões relacionadas com
a alocação de recursos de
RRD e a criação de
agências de gestão local de desastres, mecanismos para integrar a RRD como parte dos
programas de formação dos funcionários de alto e médio nível de governo e organizações
locais e nacionais, bem como a integração da temática nos programas de educação
primário e secundário existentes. Também como os programas com meios de
89
comunicação ou programas orientados a sensibilização do setor privado em questões de
risco de desastres.
A RRD é uma questão complexa que requer uma abordagem interdisciplinar envolvendo
conhecimentos, competências e recursos dos diferentes atores para construir plataformas
nacionais e locais de gestão de risco de desastres, parcerias e redes de intercâmbio de
conhecimentos e desenvolvimento de DRR, assim como, estratégias inovadoras de
mobilização de recursos através de parcerias público-privadas.
90
UNIDADE 8
1- INTRODUÇÃO
Cada tipo de Gestão de Risco de Desastres pode se valer de uma série de ferramentas
capazes de reduzir o risco. Conheça a seguir algumas dessas ferramentas:
Alerta e alarme: monitoramento das ameaças do tempo, dos sismos, do mar, dos
reservatórios d'água e das encostas e organização de sistemas de alerta e de
alarme.
91
Percebe-se então que são muitas as ferramentas e instrumentos de redução do risco.
Identificar e mapear as áreas de risco de desastres é uma das primeiras ações de gestão
de riscos a serem realizadas.
A gestão de risco deve ser visto como um processo e não como um produto (fim);
Deve promover a ativa participação social (em especial da população das áreas de
risco) no processo de gestão;
O ideal é que o órgão municipal articule-se com os demais órgãos setoriais para a
elaboração deste tipo de estudo, garantindo sua multidisciplinaridade, incluindo assim os
aspectos ambientais, geológicos, hidrológicos, sociais, de infraestrutura e outros, conforme
o caso.
topografia;
clima;
população;
temperatura;
92
mapas;
a frequência;
a magnitude; e
O mapeamento pode ser feito com recursos de tecnologia como sensoriamento remoto,
estudos cartográficos, utilizando especialistas como geógrafos, geólogos e engenheiros.
Contudo, considerando a realidade brasileira de municípios pequenos, com poucos
habitantes e com reduzido recurso orçamentário para esse fim, o mapeamento pode ser
realizado inclusive por pessoas sem conhecimentos técnicos específicos. Essas pessoas
poderão utilizar bases e mapas já existentes na prefeitura e na plataforma aberta de
mapas digitais (Google Earth).
93
Foto: Mapa de risco para prevenção de desastres naturais em Angra dos Reis
Fonte:http://fractaleng.com.br.
Um mapa de risco serve para a elaboração de planos de ação e prioridades de ajuda. que
devem ser integradas na política de defesa civil, que sejam exequíveis e eficazes.
94
Por parte do município, há a necessidade de controle e fiscalização do território,
independente do número de habitantes, bem como de focar os aspectos sociais, além dos
físicos e estruturais, na elaboração do mapeamento das áreas de risco. O reconhecimento
destas áreas é de importância crucial para definir a estratégia de manejo e gerenciamento
do risco, priorizando ações de minimização e controle. Em contrapartida, as ações de
gerenciamento de risco exigem dos governantes o compromisso político de implementar
políticas de ordenamento territorial, determinado por legislação própria (Leis Ambientais e
Plano Diretor da Cidade).
95
O Plano de Gestão de Risco de Desastres deve considerar os seguintes aspectos:
3.1- Desenvolvimento
96
As alterações na concentração de gases na atmosfera, como o aumento da quantidade de
gás carbônico (CO2) resultante da atividade humana, e as formas de uso do solo e das
águas contribuem para as mudanças climáticas.
Entende-se então que as ações de Gestão de Risco de Desastres devem ser alicerçadas
em estudos que não apenas identifiquem os riscos e as melhores ferramentas para reduzi-
los, mas também no compromisso com o desenvolvimento e sustentabilidade do planeta.
97
UNIDADE 9
1- INTRODUÇÃO
Mais da metade da população mundial vive hoje em cidades e centros urbanos, fazendo
com que as concentrações urbanas determinem a rotina da sociedade do século XXI.
Esses espaços servem como motores econômicos e centros de tecnologia e inovação de
uma nação, e são exemplos de nosso patrimônio cultural.
98
inovou em políticas ambientais – incluindo proteção a enchentes – e em qualidade de vida
e meio ambiente.
Outra cidade brasileira, Porto Alegre, no Rio Grande do Sul cresceu sete vezes desde
1950, e tem hoje uma população de 3,5 milhões de cidadãos, incluindo toda a região
metropolitana. Ali organizações da sociedade civil compartilham uma gestão participativa
que demonstra como a inclusão cidadã nos governos locais pode valer a pena. Os
indicadores ambientais, e a expectativa de vida dos porto-alegrenses, por exemplo, são
hoje comparáveis aos índices de cidades da Europa Ocidental ou América do Norte.
Mas estas são exceções, histórias de sucesso. Uma visão mais ampla torna-se alarmante.
Quando o crescimento das cidades combina-se aos impactos de eventos climáticos
extremos e ao aumento da pobreza – um bilhão de pessoas vive hoje em favelas ou em
extrema pobreza – surgem novos conflitos e dificuldades. Mais e mais pessoas instalam-se
em áreas de risco, como encostas instáveis, entorno de vulcões, áreas de inundação ou
costeiras.
Mas as coisas não precisam ser assim. Muitas áreas de alta densidade populacional na
Europa, Japão e América do Norte, por exemplo, são de fato seguras e seus cidadãos
protegidos de tempestades e terremotos. Este não é o caso, entretanto, de locais onde a
99
ocupação irregular prevalece. Estimativas apontam que, em meados do século XXI, o total
da população urbana já tenha dobrado, passando de 2,3 bilhões em 2005 para 5,3 bilhões
em 2050. Aproximadamente três quartos dessa população e a maioria das grandes
cidades fazem parte das nações de baixa e média renda: sete vezes mais do que em
1950.
4 GOVERNANÇA DEBILITADA
A maneira como essa população que cresce rapidamente é atendida e governada tem
importantes implicações no seu desenvolvimento e na redução de riscos de desastres. Em
nações ricas, a qualidade dos serviços essenciais, infraestrutura e instituições de apoio
contribuem para a redução dos desastres e seus impactos. Nessas localidades as
populações têm garantidos o acesso a todo tipo de serviço, além de uma boa legislação
que as protege de desastres, sejam provocados por condições meteorológicas extremas,
inundações, incêndios ou acidentes tecnológicos. Essas instituições também realizam o
atendimento de necessidades cotidianas: serviços de atenção a saúde integrados a
serviços de emergência, e sistemas de drenagem que suportam igualmente tempestades e
necessidades diárias.
100
construções com base em padrões realistas e sem excluir as pessoas em situação de
pobreza.
A maior parte da população em situação de pobreza urbana está mais exposta a ameaças
e desastres porque vive em áreas ocupadas desordenadamente, caracterizadas como de
risco e onde serviços básicos estão sempre ausentes.
Em países em desenvolvimento uma em quatro famílias vive na pobreza, sendo que 40%
delas estão em cidades da África. Nos países em desenvolvimento, 25% a 50% da
população instalou-se por meio de ocupações irregulares ou favelas, localizadas dentro ou
nos arredores dos centros urbanos, e esse número cresce em 25 milhões a cada ano.
7- CONSTRUÇÕES VULNERÁVEIS
Ocupações irregulares e construções sem projetos técnicos abrigam a maior parte dos
habitantes de cidades em países em desenvolvimento. Mesmo que possam investir,
pessoas que ocupam áreas sem direitos de propriedade, dificilmente aplicam recursos
próprios em melhorias para segurança estrutural de suas residências.
101
8- DECLÍNIO DOS ECOSSISTEMAS
Há muitas ações que governos locais, cidadãos e o setor privado podem promover para
tornar uma cidade mais resiliente. Ameaças naturais sempre irão ocorrer em diferentes
magnitudes e severidade, mas não precisam causar devastação. Sua cidade está
preparada?
Uma cidade resiliente é aquela onde a população participa, decide e planeja sua cidade
junto com as autoridades locais, tendo em conta suas capacidades e recursos.
É onde muitos desastres são evitados em função de que toda sua população vive
em residências e bairros providos de infraestrutura adequada (abastecimento de
água, saneamento básico, eletricidade, drenagem e estradas em boas condições)
e serviços básicos (escolas, coleta de lixo, serviços de emergência). Suas
estruturas atendem aos padrões de construção e não geram a necessidade de
ocupação desordenada em áreas de encosta, ou sujeitas a inundação.
Entende seus riscos e desenvolve um forte trabalho de educação com base nas
ameaças e vulnerabilidades a que seus cidadãos estão expostos.
102
Toma medidas de prevenção e preparação a desastres com objetivo de proteger
seus bens – pessoas, residências, mobiliários, herança cultural e capital
econômico – e está preparada para minimizar perdas físicas e sociais decorrentes
de eventos climáticos extremos.
Está apta a restabelecer rapidamente seus serviços básicos, bem como retomar
sua atividade social, institucional e econômica depois de um desastre.
Fonte: Brasil, 2011. Construindo Cidades Resilientes: Minha Cidade Está se Preparando.
A campanha Construindo Cidades Resilientes propõe uma lista de passos essenciais para
construção de cidades resilientes que podem ser implantados por prefeitos e gestores
públicos locais. A lista origina-se das cinco prioridades do Quadro de Ação de Hyogo, um
instrumento chave para ações de redução de riscos de desastres. Alcançando todos, ou
mesmo alguns dos dez Passos, as cidades passarão a adotar uma postura resiliente.
Estruture seu Conselho Municipal e, junto aos gestores públicos locais, participe agora
mesmo da Campanha.
103
Estabeleça mecanismos de organização e coordenação de ações com base
na participação de comunidades e sociedade civil organizada, por meio, por
exemplo, do estabelecimento de alianças locais. Incentive que os diversos
segmentos sociais compreendam seu papel na construção de cidades mais
seguras com vistas à redução de riscos e preparação para situações de
desastres;
104
Aplique e faça cumprir regulamentos sobre construção e princípios para
planejamento do uso e ocupação do solo. Identifique áreas seguras para os
cidadãos de baixa renda e, quando possível, modernize os assentamentos
informais;
105
Depois de qualquer desastre, vele para que as necessidades dos sobreviventes
sejam atendidas e se concentrem nos esforços de reconstrução. Garanta o apoio
necessário à população afetada e suas organizações comunitárias, incluindo a
reconstrução de suas residências e seus meios de sustento.
Prefeitos e gestores públicos locais são peças chave para a construção de cidades
resilientes a desastres. São eles os responsáveis pelo bem estar de seus cidadãos.
Governos locais fornecem serviços essenciais como saúde, educação, transporte e
abastecimento de água. Eles gerenciam as permissões de construção e administram os
serviços públicos, além de planejar e controlar o desenvolvimento urbano. Juntos, todos
esses recursos podem garantir o desenvolvimento seguro das cidades com vistas a reduzir a
vulnerabilidade a desastres de suas comunidades.
106
Governos locais respondem pelo desenvolvimento que afeta milhões de pessoas nas
cidades ao redor do mundo. Por isso, gestores públicos locais devem trabalhar iniciativas de
redução de risco em seus processos de planejamento estratégico como uma maneira de se
prepararem para os futuros riscos de desastres com confiança e resiliência.
107
o Focando em comunidades menos favorecidas e de alto risco e propondo
metas para a campanha a serem compartilhadas com os movimentos
comunitários.
o Utilizando a campanha e seus Dez Passos para introduzir o tema nos espaços
que já discutem questões relacionadas à mudança do clima e meio ambiente.
Se você é um gestor público que está iniciando o trabalho em redução de risco em seu
município, investindo no planejamento e na gestão de risco local, assuma o compromisso de
ampliar a resiliência e segurança frente a desastres e faça parte da campanha Construindo
Cidades Resilientes.
108
UNIDADE 10
1- CONTEXTO
Uma observação retrospectiva da última década nos faz reafirmar que os desastres vão
aumentando e são eventos recorrentes. Esta situação faz que muitos territórios e
comunidades vivam em um contexto de permanente recuperação. Não terminam de se
recuperarem de um desastre que tenha ocorrido quando voltam a ver‐se impactados
novamente por outro desastre e… desde esse momento dá‐se início, ou melhor, se reinicia a
recuperação que, no geral, levará muitos anos.
No entanto, é muito pouco o que já se avançou, são muito poucos os governos nacionais
e/ou locais preparados para realizar uma recuperação pós‐desastre e direcionar as
comunidades e populações afetadas para que voltem à normalidade, recuperando seus
109
meios de vida e sua qualidade de vida no tempo mais curto possível. Por isto, esta aula
pretende abranger em parte esta necessidade de melhorar as capacidades para os
preparativos e planejamento da recuperação.
O impacto dos desastres difere de lugar para lugar em razão de inúmeros fatores, que
perpassam aspectos relacionados à magnitude e à intensidade da ameaça, à preparação e
ao desenvolvimento socioeconômico de cada unidade territorial. A necessidade de cada país
contar com um programa de resposta que priorize ações de reabilitação e de recuperação é
fundamentalmente importante, como forma de restabelecer a normalidade e a segurança da
população em situação de desastre. (BRASIL, 2013)
110
Ações de reconstrução: ações de caráter definitivo destinadas a restabelecer o
cenário destruído pelo desastre, como a reconstrução ou recuperação de unidades
habitacionais, infraestrutura pública, sistema de abastecimento de água, açudes,
pequenas barragens, estradas vicinais, prédios públicos e comunitários, cursos
d’água e contenção de encostas, entre outras estabelecidas pelo Ministério da
Integração Nacional. (BRASIL, 2010) As ações de reconstrução são caracterizadas
pela execução de obras com caráter definitivo (naturalmente, associado a uma vida
útil adequada), voltadas para a restauração do cenário (reconstrução de pontes,
residências, contenções, trechos de estradas etc.). São passíveis de licenciamentos,
contratadas com base em projeto básico detalhado, mesmo quando a dispensa de
licitação se aplicar. Se for preciso, essa reconstrução deverá incluir esforços para
reduzir a exposição da estrutura a um patamar de risco aceitável, indo além da
simples reprodução da estrutura destruída. É possível, dentro dessa visão de
segurança, que a obra seja reconstruída em local distinto do inicial, mantendo-se
atendidos os beneficiários originais.
Cada país define suas políticas e seus programas para desenvolver ações de preparação,
de resposta e de recuperação, organizando seu próprio sistema de gestão e se articulando a
um conjunto de instituições públicas, privadas, comunitárias e organizações não
governamentais, com o objetivo de assistir às populações afetadas por desastres. A
111
reabilitação e a recuperação pós-desastre se caracterizam por processos multidimensionais
que devem ser guiados por princípios cujos os propósitos catalisem oportunidades de
desenvolvimento sustentável e, fundamentalmente, reduzam a desigualdade social e as
condições de vulnerabilidade das populações. Aborda a restauração dos serviços básicos,
meios de vida, moradia, governabilidade, segurança, normas legais, meio ambiente, dentre
outros fatores.
De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD, 2012), de
forma geral, o plano de reabilitação tem como base quatro linhas de ação:
avançar para uma solução permanente, de médio a longo prazo, que busca restituir
as condições normais de vida da população afetada, priorizam-se as ações de
reconstrução.
Nesse sentido, o objetivo nesta etapa deve ser restabelecer, reintegrar e recuperar ou
melhorar as condições de vida da comunidade afetada, no tempo necessário para o retorno
da normalidade. (EIRD, 2009)
Um cuidado importante que deve-se ter com relação à realização das ações de recuperação
é o de considerar a variável do risco presente e futuro, caso contrário, estaremos mantendo
ou aumentando as condições de vulnerabilidade e possibilitando a criação de novos riscos.
112
3.1- Ações de Reconstrução
escala de danos;
setores afetados;
compromisso político.
De acordo com Prieto (2007), o processo de reconstrução não deve ser um processo que
priorize restaurar e reconstruir somente o que existia previamente, mas sim um processo
que desenvolve estratégias para reconstituir serviços e renovar as estruturas essenciais,
dando ênfase à redução das vulnerabilidades. É a oportunidade de construir as estruturas
físicas com novos padrões de segurança e de proteção, conjuntamente com uma nova
consciência social que incorpore a proposta de redução do risco e reconheça a importância
dos processos de conhecimentos locais, tomando em conta os anseios das populações.
113
individual e coletiva diante das possíveis situações de emergência ou de desastres. (CRUZ
ROJA, 2009) Na reconstrução, as estruturas e os serviços danificados, que são essenciais à
sociedade, devem ser reparados e construídos considerando os riscos presentes e os
futuros.
Vale a pena destacar que, para uma parcela da população afetada, o desastre significa
perda da propriedade e do trabalho; tornando-se uma perda de oportunidade econômica e
de sustento de vida. Na maioria das vezes, isso representa um retrocesso econômico e
social com graves consequências de médio a longo prazo, já que a capacidade de
enfrentamento nesses casos é bastante comprometida e quase nula.
Saiba que uma proposta de reconstrução torna-se insuficiente se não é capaz de:
considerar os direitos das populações afetadas à vida digna, com segurança, acesso
a serviços básicos, trabalho e renda, moradia, entre outros;
Elaborar um diagnóstico da área afetada por um evento adverso é definir ações para
identificar as necessidades básicas da população impactada durante emergências e orientar
ações de reabilitação e recuperação.
Sabe-se que alguns municípios têm dificuldade para organizar as informações relacionadas
ao desastre, como identificar o número de pessoas afetadas, prover os requisitos legais de
realocação de moradias ou liderar processos de reconstrução em geral. Por isso, elaborar o
diagnóstico é fundamental para gerenciar as informações e planejar as ações necessárias.
114
O Formulário de Informações do Desastre (FIDE), o qual deve ser preenchido na ocorrência
de um desastre, solicita um conjunto de informações sobre o evento, possibilitando um
diagnóstico inicial da situação. O FIDE deve ser atualizado sempre que novas informações
forem coletadas sobre o cenário do desastre. Os formulários utilizados para o levantamento
dos danos dos desastres devem estar em formato simples e de fácil entendimento, a fim de
que seu preenchimento pelo profissional designado seja feito de maneira rápida e eficaz.
Outros aspectos importantes para um bom diagnóstico, além da identificação dos danos
físicos, se refere:
A experiência mostra que a reconstrução em áreas urbanas se difere bastante das áreas
rurais, pois, nesta última, há grandes espaços disponíveis e suficientes recursos naturais,
diferente das cidades. No entanto, nas zonas rurais há mais limitações no acesso, na
comunicação, nos mercados e nos serviços.
Alguns países têm utilizado a força de trabalho local, os recursos da própria comunidade,
agregando as lideranças comunitárias no processo de reconstrução, de modo a favorecer a
115
recuperação mais rápida das localidades afetadas por desastre. De que maneira pode ser
feito?
116
ambiente. Considerar as relações de etnias, as religiosas, as de gênero e as redes
comunitárias torna-se aspecto fundamental. Sempre que possível deve-se reconhecer e
considerar as boas práticas comunitárias de reconstrução já existentes.
117
119
UNIDADE 11
Num ambiente de desastre é preciso o profissional ter uma percepção holística da situação e
contar com pessoal de apoio das mais diversas áreas, tais como salvamento, socorro pré-
hospitalar, geógrafos, engenheiros etc. O administrador de desastres é o profissional
habilitado a lidar com tais cenários envolvendo modelos complexos de decisão
multidisciplinar que irá gerenciar a situação, devendo ser capaz de coordenar diversos
atores num cenário calamitoso.
Deve-se considerar que, além dos recursos operacionais, é importante buscar os recursos
logísticos de apoio, como alimentação, estrutura para descanso, incluindo parcerias com
hotéis, pousadas, quartéis e montagem de barracas para áreas com pouca infraestrutura.
120
Socorro e assistência às vítimas;
Reabilitação do cenário do desastre;
Avaliação de danos;
Nesta fase o administrador de desastres deve reunir-se com sua equipe e dar início à
organização dos recursos definidos no plano. O pilar do gerenciamento de um desastre
repousa sobre a elaboração do plano de contingência, que num cenário de sinistro muda
sua nomenclatura para plano de emergência, sendo este o documento que servirá como
guia para lidar com a situação, estabelecendo procedimentos, definindo recursos materiais e
capital humano.
A primeira equipe a chegar num cenário de desastre deve montar um Posto de Comando
que abrigará todos os responsáveis pelos órgãos envolvidos na emergência, à medida em
que estes forem chegando ao local de reunião, intitulado de sala de situação ou de crise. O
Posto de Comando faz parte da estrutura da ferramenta gerencial chamada de Sistema de
Comando de Operações (SCO) que facilita a gestão de todas as etapas de um desastre.
121
Pré-impacto: Intervalo de tempo que ocorre entre o prenúncio e o desencadeamento
do desastre.
Impacto: Momento em que o evento adverso atua em sua plenitude máxima.
Limitação de Danos: Situação imediata ao impacto, na qual os efeitos do evento
iniciam o processo de atenuação.
No momento de socorro as atenções se voltam para a utilização dos meios necessários para
resgatar as pessoas que se encontram feridas, graves ou não, sendo estas as que requerem
maiores cuidados, assim como aquelas com dificuldades de se retirar do local sinistrado
para um local seguro.
Considerando que, em caso de situações críticas, o atendimento hospitalar é uma das ações
de assistência para salvar vidas, quanto maior for a velocidade no atendimento
especializado, com equipamentos adequados, maior será a chance de sobrevivência da
vítima. Durante as atividades de preparação, o conhecimento da capacidade de resposta
hospitalar do Município, sua estrutura e especialidades do corpo clínico, otimiza o serviço de
assistência às pessoas atingidas e aumenta a chance de êxito.
O gestor deve se reunir com a direção da saúde e dos estabelecimentos para verificar:
122
Já a fase de assistência compreende as seguintes atividades:
logísticas;
assistenciais;
de promoção da saúde;
Estabelecimento de abrigo provisório.
Esta é a fase posterior às ações de resposta. Nesta etapa se continua com a atenção a
população vitimada, buscando restabelecer os serviços essenciais, como: a energia elétrica,
a água, as vias de acesso, comunicações e outros serviços básicos como: saúde e
alimentação.
Avaliação de danos;
Vistoria e elaboração de laudos técnicos;
Desmontagem de estruturas danificadas, desobstrução e remoção de escombros;
Sepultamento, limpeza, descontaminação, desinfecção e desinfestação do ambiente;
e,
Recuperação de unidades habitacionais de famílias de baixa renda.
Nesta fase é feita uma avaliação dos danos e prejuízos ocasionados pelo desastre
adotando-se os parâmetros definidos pela legislação brasileira, no caso, a Instrução
123
Normativa nº 01, de 24 de agosto de 2012, que trata dos procedimentos para decretação de
situação de emergência (SE) ou estado de calamidade pública (ECP).
No processo de avaliação de danos, o agente de defesa civil deve considerar tudo o que foi
afetado em decorrência do desastre, atentando para os danos humanos, ambientais e
materiais e os consequentes prejuízos, sejam públicos ou privados.
Essa avaliação será primordial no processo de tomada de decisão do gestor local quanto à
necessidade de decretar SE ou ECP, bem como buscar recursos em outras esferas de
governo, caso ultrapasse sua condição orçamentária. Este tema será detalhado na aula 13
desta apostila.
124
devendo-se prover os equipamentos básicos de uso comunitário, tais como cozinha,
banheiros, áreas de lazer e de serviços etc.
Ao conduzir as famílias para o abrigo deve-se levar em consideração os laços afetivos das
mesmas para evitar conflitos no local. É preciso reunir-se com os abrigados num primeiro
momento para providenciar a escolha, entre eles, de um representante. Logo após faz-se
necessário definir as regras de convívio do abrigo, dividindo as tarefas de limpeza, cozinha e
horários de abertura e fechamento dos portões de acesso.
Gerência geral
Controle
Segurança
Entrada
Triagem
Cadastramento
Alimentação
Atendimento Psicológico
Recreação Foto: Paiva Jr; Catanho. Rondônia, 2014
Abrigo Provisório montado em uma escola em Porto Velho
Atendimento Médico
Limpeza
O agente de proteção e defesa civil deve considerar alguns pontos quando for montar um
abrigo provisório, são eles:
125
Determinação de abrigos de acordo com as normas humanitárias. Sugere-se as
recomendações do “Projeto Esfera” da ONU, que trata dos procedimentos de
ajuda humanitária em casos de desastres;
126
Exemplos: campo de futebol, quadra poliesportiva sem cobertura fixa, descampados
horizontais, entre outros.
Na escolha de uma área fixa para servir de abrigo temporário devem ser considerados os
seguintes critérios para a instalação:
Cozinha: 15,00 m² para cada fogão industrial de 6 bocas, que atendem a até 250
pessoas;
127
Banheiros: 1 lavatório para cada 10 pessoas; 1 latrina para cada 20 pessoas; e 1
chuveiro para cada 25 pessoas;
Já na escolha de uma área móvel para montar o abrigo temporário, segundo o Manual de
Abrigos Temporários (SEDEC-RJ), devem ser considerado os seguintes critérios:
128
Delimitação do espaço físico por família em cada barraca: 10,00 m²;
3- O VOLUNTARIADO
Médicos;
Enfermeiros;
Psicólogos;
Educadores;
Geólogos;
Engenheiros;
Cozinheiras;
Assistentes sociais;
Nutricionistas;
Membros do clube de jipeiros; Fonte: http://www.cruzroja.cl/images/noticias/VOLUNTARIOS.jpg
Condutores de barcos;
Tratoristas;
Motoristas de categoria especial;
Pilotos de helicópteros;
Socorristas;
Radioamadores, entre outros.
O voluntário precisa trabalhar com segurança e técnica, deve voltar-se à uma função
específica e necessária. O gestor do desastre não pode mobilizar os, comumente, escassos
recursos que possui para monitorar constantemente o trabalho voluntário.
129
Os voluntários devem ser cadastrados previamente junto ao órgão de Proteção e Defesa
Civil, assinando o termo de adesão, no qual deve constar a forma de execução das suas
atividades.
Dessa forma, criar grupos de apoios voluntários para a Proteção e Defesa Civil é uma forma
moderna e cidadã de incentivar a contribuição da comunidade com o próximo, de aumentar
o senso de pertencimento e de criar apoio mútuo e maximização dos recursos existentes em
áreas vulneráveis para o fortalecimento da atividade de proteção.
O Brasil possui legislação específica que trata do assunto, a Lei nº 9.608, de 18 de fevereiro
de 1998. Além disso, a ONU possui diretrizes definidas para o trabalho voluntário, sugerindo
um código de conduta, direitos e deveres, tanto do voluntário como das organizações
promotoras envolvidas na atividade.
130
A arrecadação de produtos e de bens não exime o ente federado, seja município, estado ou
governo federal de adotarem as medidas necessárias para garantir os direitos básicos e a
dignidade humana, previstos na Carta Magna, à pessoa afetada por desastres. Tem-se de
envidar esforços para propiciar a construção de políticas públicas específicas para atender
as garantias fundamentais minimizando o sofrimento humano decorrente desses eventos.
131
Organizar e controlar o acesso ao local de arrecadação;
Controlar o estoque de materiais, atentando para a segurança do local,
principalmente no horário noturno;
Acompanhar o prazo de validade dos materiais perecíveis;
Cadastrar os desabrigados e os desalojados e realizar a triagem socioeconômica
para verificar o enquadramento no beneficiamento;
Definir o meio e o local de distribuição;
Confeccionar relatórios referentes à arrecadação e entrega dos materiais doados para
futuras prestações de contas com a sociedade e órgãos de controle.
Algumas instituições que já organizaram campanhas de doação são resistentes a esse tipo
de ação, justamente por cometerem falhas no processo de administração de tal atividade.
Daí a importância de se planejar com antecedência para este momento, definindo todos os
passos para instalação de um centro de recepção de doações.
Na maioria dos casos de desastres, as pessoas doam o que não lhes servem mais, e isso,
normalmente, não atende às vítimas de desastres. Há diversos casos divulgados pela mídia
nacional de pessoas que doaram roupas sujas, apenas um pé de sapatos, alimentos
vencidos, materiais de higiene pessoal usado, grandes móveis velhos que necessitam de
transporte, entre outras situações, por isso é salutar utilizar-se dos veículos de comunicação
para divulgar a relação dos materiais necessários a serem doados.
132
Em alguns casos, para se evitar a inviabilidade da ação, opta-se por realizar campanha de
arrecadação financeira, pois nos casos de alta complexidade no envio das doações,
apresenta-se como a melhor solução.
HUMANITÁRIA
O ideal é que cada município tenha recursos mínimos de assistência humanitária estocados
para o primeiro atendimento, até nova aquisição ou a chegada de aporte complementar dos
órgãos estaduais e federais.
Alguns Municípios menores optam pela compra em supermercados locais para o suprimento
emergencial, o que permite não mobilizar recursos financeiros antes da ocorrência do
desastre. O problema desse tipo de aquisição, muitas vezes, é o entrave burocrático, pois o
gestor municipal, devido a Lei de Responsabilidade Fiscal, fica impedido de comprar os
suprimentos caso o valor pecuniário ultrapasse a cota definida pela Lei nº 8.666/93, que
versa sobre as licitações de modo geral. Além disso, existe a possibilidade dos
supermercados serem atingidos em casos de desastres.
Diante desse cenário, os Municípios mais preparados montam alguns kits de Assistência
Humanitária para o atendimento aos desabrigados ou aos demais afetados. No Japão, por
exemplo, os kits são regionalizados e estocados em contêineres no interior de escolas, que
são referências e funcionam como abrigos.
133
A SEDEC/MI, por meio do CENAD, instituiu o Estoque Estratégico para Assistência
Humanitária. Essa foi a forma encontrada pelo órgão para assistir complementarmente os
governos municipais e estaduais com ações de assistência humanitária, no caso de
atendimento emergencial das comunidades afetadas por desastres em todo o território
nacional.
kit de alimentos;
kits de limpeza;
kit dormitório; e,
134
Além desses materiais de ajuda humanitária, a SEDEC também disponibiliza barracas que
comportam até 10 pessoas. Este material encontra-se estrategicamente guardado em
quartéis do exército nas cinco regiões brasileiras.
A distribuição e armazenagem dos kits são realizadas por meio de logística integrada da
Empresa de Correios e Telégrafos, sendo disponibilizados em cinco Centros de Distribuição
para formação dos estoques estratégicos, contemplando todo o território nacional.
135
UNIDADE 12
1- INTRODUÇÃO
Observa-se que os municípios do país estão constantemente sujeitos a ameaças das mais
diversas ordens, que dependendo da vulnerabilidade do local onde esta se concretize, pode
vir a ocasionar um desastre. Em decorrência desse fato, as populações estão em risco
constante. Ainda que se tenha um geomonitoramento eficaz, não é possível precisar os
acontecimentos catastróficos. Essa situação faz com que se busquem meios de prevenção e
mitigação dos efeitos dos sinistros, já que não é possível eliminá-los por completo. É preciso
desenvolver ferramentas para conscientizar e preparar a população e os profissionais que
lidam com a gestão do risco e do desastre.
O planejamento em defesa civil deve refletir uma preocupação dos que labutam nesta área,
pois de nada adiantará ter pessoal capacitado, se não tiver uma ferramenta eficaz para a
disposição dos recursos diversos que devem ser aplicados de forma efetiva no atendimento
às vítimas dos desastres. Os cenários afetados por desastres, segundo Coelho (2010, p.3)
são caracterizados por alto risco, por instabilidade, por complexidade e por confusão. Diante
disso, as ações de enfrentamento dos desastres devem primar pelo planejamento,
afastando-se do improviso e das decisões sem fundamento técnico.
Com um plano específico para cada tipo de desastre, bem elaborado e difundido, busca-se a
facilidade de atuação dos agentes no cenário de desastre, o uso racional dos recursos
disponíveis, e perante a população, a minimização dos efeitos do desastre.
136
O plano de contingência é o planejamento tático que é elaborado a partir de uma
determinada hipótese de desastre e está ligado à necessidade de preparação de todos os
envolvidos para o entendimento, dentro do planejamento estratégico, das ações que serão
desempenhadas por todos, no caso da probabilidade de uma ameaça vir a se concretizar
como desastre. Na grande maioria dos casos, o que se observa é que as populações
afetadas diretamente possuem uma baixa percepção de risco, elevando o grau de
vulnerabilidade, de exposição às ameaças e para completar o ciclo de despreparo, os
gestores não têm definidas suas ações no caso de ocorrência de desastre.
Vê-se que uma população vulnerável está suscetível a danos e prejuízos de menor a maior
proporção, pois o ecossistema em que vivem está em constate ameaça de ocorrência de
desastres, seja natural, antropogênico ou misto e observa-se que a mesma precisa
desenvolver o senso de diminuição de suas vulnerabilidades, aumentando sua percepção de
riscos. Porém esta é uma tarefa difícil de realizar, pois na maioria das vezes a própria
população é que produz suas vulnerabilidades, mediante atitudes de total descaso com o
seu habitat natural, com o próximo e até consigo mesma.
Para se trabalhar questões como essa, os órgãos que trabalham em prol da segurança
global da população precisam buscar meios de conhecer as áreas de risco do estado para
poder construir os planos de contingência. O objetivo é aplicar mudanças culturais e
comportamentais junto aos indivíduos, de modo que estes, em conjunto com aqueles,
disseminem a cultura da percepção de riscos.
Em Estados como Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, onde a percepção de risco
vem sendo difundida há alguns anos, os planos vem sendo elaborados e implementados de
forma maciça junto à população e têm surtido efeito, como se viu no desastre ocorrido no
Vale do Itajaí, em Santa Catarina, no ano de 2008, palco de um dos maiores desastres
naturais ocorridos no país, que contou com inundações, enxurradas e deslocamentos de
massa. Foram afetadas 80.000 pessoas e registrados 135 óbitos (CEDEC-SC). Nesse tipo
de desastre, geralmente se espera um quantitativo bem maior de afetados e de óbitos,
porém não foi o que se viu na catástrofe do Vale do Itajaí, quando os números foram bem
menores que os esperados. Isso traz à tona a reflexão sobre a necessidade de se elaborar
um planejamento prévio voltado à organização das ações no cenário de desastre, sendo
possível tal intento através dos planos de contingência a fim de se lidar com situações de
catástrofes.
No caso relatado existia um plano específico para um desastre com altos índices de
precipitações pluviométricas, A população foi alertada, possibilitando a evacuação do maior
número de pessoas, sendo as mesmas deslocadas para abrigos temporários montados para
o atendimento às vítimas. Deve-se levar em consideração o papel da mídia local, que teve
uma atuação primordial na emissão de alerta e alarme à população.
137
possibilidade de realização de simulados no intuito de se testar os procedimentos e
aperfeiçoar o planejamento.
Em países com a cultura de prevenção bastante arraigada, cite-se aqui o Japão, constantes
simulados são realizados como forma de testar e aperfeiçoar os planos de contingência
voltados para o enfrentamento dos desastres, principalmente os planos direcionados a
terremotos. Além dos simulados, são investidos recursos em medidas estruturais, como no
caso das edificações, que são preparadas para suportar os efeitos de tais eventos.
Fazendo um comparativo entre um país que investe em prevenção e outro que não o faz, o
Japão e o Haiti, respectivamente, observe o quadro abaixo referente aos terremotos
ocorridos em 2010 e 2011 nestas localidades:
Observa-se que o número de óbitos no Japão foi bem menor que no Haiti, mesmo sendo um
terremoto com magnitude superior. A diferença está no fato de o país nipônico estar sempre
colocando a população em treinamento preventivo, através de simulados, bem como
fazendo uso de planos de contingência voltados para eventos desta natureza.
De acordo com Castro (2009), um Plano de Contingência deve contemplar alguns pontos
que são cruciais para a eficiência das ações a serem desempenhadas, bem como o bom
atendimento às vítimas. São eles:
1
UNISDR: Estratégia Internacional de Redução de Desastres das Nações Unidas.
138
Interpretação da missão, com a finalidade de definir os objetivos relativos ao
planejamento operacional e estabelecer as diretrizes gerais de planejamento;
Caracterização dos riscos, quando é feita análise e avaliação mais profunda de risco,
direcionada às circunstâncias que individualizam o desastre específico. Inicia-se com
o estudo da ameaça específica e do grau de vulnerabilidade do cenário local,
findando com a hierarquização do risco de maior importância. Nesta etapa são
definidas as hipóteses firmes de planejamento;
Necessidades de monitorização: com o objetivo de prever a ocorrência de um
desastre determinado, com o máximo de antecipação possível, buscando reduzir o
fator surpresa, os danos e prejuízos, otimizar as ações de resposta aos desastres e
minimizar as vulnerabilidades da população em risco;
Definição das ações a realizar, visando a colocar no papel todas as ações que serão
desempenhadas por cada ator no cenário de desastre;
Atribuição de missões aos órgãos do SINPDEC: nesta fase procura-se selecionar,
dentre os órgãos (setoriais ou de apoio) do SINPDEC, em nível local, aqueles
melhores vocacionados para executar as ações previstas na etapa anterior;
Estabelecimento de mecanismos de coordenação: nesta fase são designados um
gerente de projeto e um grupo de trabalho em cada um dos órgãos setoriais e de
apoio que tenham recebido atribuições na etapa anterior. Uma vez instituído, o grupo
de trabalho passa a atuar como ponto focal do SINPDEC no órgão apoiador e seu
gerente passa a integrar o grupo de trabalho do órgão central;
Detalhamento do planejamento: busca-se com essa etapa repassar as informações
de tudo o que foi decidido. É neste ponto onde todos os gerentes, com suas equipes,
relatam qual serão as atribuições de seus órgãos no cenário de desastre. Ao final da
elaboração do plano, anexam-se os detalhes do apoio logístico, a mobilização dos
recursos e a atuação dos órgãos setoriais e de apoio;
Difusão e aperfeiçoamento do planejamento: o processo do planejamento em
desastres é altamente dinâmico, estando sujeito a periódicas revisões e atualizações,
por isso o mesmo deve ser difundido a fim de capacitar as equipes responsáveis
pelas ações a serem executadas. Deve-se, nessa etapa, buscar a aproximação com a
imprensa, para facilitar o processo de disseminação do planejamento em
contingência. Ao final desse processo deve-se testar o plano, através de simulados,
no intuito de realizar as análises de viabilidade e aplicação do plano, contribuindo
para o processo de aperfeiçoamento do planejamento.
Para gerenciar melhor o cenário de desastre e preparar um Plano de Contingência
consistente, voltado para cada tipo de ameaça de desastre, deve-se buscar atingir tais
etapas em sua totalidade a fim de preparar todos os envolvidos.
Além disso, deve-se difundir o referido plano junto à população, para que esta, em situação
real de ocorrência do desastre contingenciado, possa começar o processo de evacuação de
139
suas casas e procurar por um abrigo seguro, enquanto os agentes envolvidos no Plano de
Contingência chegam ao local sinistrado para dar continuidade às ações.
Material de introdução;
Descrição da finalidade do plano;
Situação e pressupostos básicos;
Operações: o que é preciso ser feito;
Atribuição de responsabilidades: quem faz o quê;
Administração e logística: com que recursos o plano será implementado;
Instruções para uso do plano;
Instruções para manutenção do plano;
Distribuição.
Os apêndices para ameaças ou perigos específicos, que podem ser incluídos para
fornecer informações adicionais mais detalhadas aplicadas à execução de
funcionalidades específicas nas operações envolvendo uma ameaça ou perigo em
particular. Eles são utilizados quando as características ou a legislação referentes a
esta ameaça ou perigo exigirem algum procedimento específico.
140
UNIDADE 13
1- INTRODUÇÃO
Ocorrido o desastre no município, é preciso saber como proceder com a avaliação dos
danos e prejuízos, assim como o preenchimento da documentação de notificação de
desastres, que servirá de base a uma possível decretação de Situação de Emergência ou
Estado de Calamidade Pública.
O coordenador da COMDEC deve possuir, com sua equipe, a capacidade de avaliar bem os
danos e prejuízos a fim de notificar a ocorrência aos órgãos de defesa civil das demais
esferas administrativas e embasar tecnicamente o gestor municipal no momento de declarar
SE ou ECP, evitando possíveis equívocos no preenchimento da documentação que
retardará a ratificação da situação ora apresentada pelo município, quando não,
ocasionando o indeferimento da solicitação, dificultando e/ou atrasando a chegada da ajuda
necessária.
Saliente-se que todas as etapas devem observar os seguintes prazos, a fim de se tornar
possível o reconhecimento da SE ou ECP:
141
2- NOTIFICAÇÃO DE DESASTRES
Logo que ocorre o desastre, o coordenador do órgão de defesa civil deve informar aos
órgãos de defesa civil das demais esferas sobre o ocorrido. É através dessa informação que
os órgãos estadual e federal tomam conhecimento da situação ocorrida no município e
começam a preparar a atuação complementar junto ao ente afetado, trabalhando
conjuntamente com a COMDEC para restabelecer a normalidade.
O formulário FIDE contém campos que subsidiam o órgão informado na decisão sobre as
equipes de apoio adequadas ao atendimento de cada tipo de desastre.
IMPORTANTE!!!
142
3- AVALIAÇÃO DE DANOS
3.1- Finalidade
Tipos:
143
sociais, conclui-se que teríamos um avaliador para cada item, portanto a equipe mínima
necessária para uma boa avaliação de danos é de no mínimo cinco pessoas.
A Equipe deve seguir alguns passos para proceder uma avaliação de danos com qualidade,
são eles:
Preencher o FIDE;
144
Equipe Local: Tem a vantagem de ação mais imediata, oportuna, custo mínimo,
conhecimento da situação anterior. As limitações são: vínculos afetivos (família,
amigos), compromete a objetividade, confundem-se função de avaliação e resposta
(socorro e assistência).
Equipe Externa: as vantagens são: objetividade e função específica de avaliar,
porém suas limitações são: custo maior e demora no traslado, não conhecem
situação anterior e pode significar sobrecarga para a situação local (hospedagem,
alimentação, etc.).
145
3.3.5- Kit para Avaliação de Danos
Estimados os danos e prejuízos, segue-se com a caracterização do desastre que pode ser:
O desastre de nível I é caracterizado pela ocorrência de pelo menos dois danos (tabela 1)
que, no seu conjunto, importem no prejuízo econômico público superior a 2,77% ou no
prejuízo econômico privado superior a 8,33% da receita corrente líquida anual do ente
atingido, relacionados com o colapso dos serviços essenciais (tabela 2) que
comprovadamente afetem a capacidade do poder público local de responder e gerenciar a
crise instalada.
146
Tabela 1: Danos humanos, sociais e ambientais para o nível I
DANOS HUMANOS
I – de um a nove mortos.
II – até noventa e nove pessoas afetadas.
DANOS SOCIAIS
I – De uma a nove instalações públicas de saúde, de ensino ou prestadoras de outros
serviços danificadas ou destruídas.
II – De uma a nove unidades habitacionais danificadas ou destruídas.
III – De uma a nove obras de infraestrutura danificadas ou destruídas.
IV – De uma a nove instalações públicas de uso comunitário danificadas ou
destruídas.
DANOS AMBIENTAIS
I – poluição ou contaminação, recuperável em curto prazo, do ar, da água ou do solo,
prejudicando a saúde e o abastecimento de 10% a 20% (dez a vinte por cento) da
população de municípios com até dez mil habitantes e de 5% a 10% (cinco a dez por
cento) da população de municípios com mais de dez mil habitantes.
II – Diminuição ou exaurimento sazonal e temporário da água, prejudicando o
abastecimento de 10% a 20% (dez a vinte por cento) da população de municípios
com até 10.000 (dez mil) habitantes e de 5% a 10% (cinco a dez por cento) da
população de municípios com mais de 10.000 (dez mil) habitantes.
III – Destruição de até 40% (quarenta por cento) de Parques, Áreas de Proteção
Ambiental e Áreas de Preservação Permanente Nacionais, Estaduais ou Municipais.
O desastre de nível II é caracterizado pela ocorrência de pelo menos dois danos (tabela 3)
que, no seu conjunto, importem no prejuízo econômico público superior a 8,33% ou no
prejuízo econômico privado superior a 24,93% da receita corrente líquida anual do Município
atingido, relacionados com o colapso dos serviços essenciais (tabela 2) e comprovadamente
afetem a capacidade do poder público local de responder e gerenciar a crise instalada.
147
Tabela 3: Danos humanos, sociais e ambientais para o nível II
DANOS HUMANOS
I – dez ou mais mortos.
II – cem ou mais pessoas afetadas.
DANOS SOCIAIS
I – dez ou mais instalações públicas de saúde, de ensino ou prestadoras de outros
serviços danificadas ou destruídas; ou
II – dez ou mais unidades habitacionais danificadas ou destruídas; ou
III – dez ou mais obras de infraestrutura danificadas ou destruídas; ou
IV – dez ou mais instalações públicas de uso comunitário danificadas ou destruídas.
DANOS AMBIENTAIS
I - poluição e contaminação recuperável em médio e longo prazo do ar, da água ou do
solo, prejudicando a saúde e o abastecimento de mais de 20% (vinte por cento) da
população de municípios com até 10.000 (dez mil) habitantes e de mais de 10% (dez
por cento) da população de municípios com mais de 10.000 (dez mil) habitantes.
II – Diminuição ou exaurimento a longo prazo da água, prejudicando o abastecimento
de mais de 20% (vinte por cento) da população de municípios com até dez mil
habitantes e de mais de 10% (dez por cento) da população de municípios com mais
de 10.000 (dez mil) habitantes.
III – Destruição de mais de 40% (quarenta por cento) de Parques, Áreas de Proteção
Ambiental e Áreas de Preservação Permanente Nacionais, Estaduais ou Municipais.
Para fixar:
Vale lembrar que os prejuízos econômicos descritos na tabela acima devem ser comparados
com os danos e colapso dos serviços essenciais para caracterização do nível do desastre.
Concluída a avaliação dos danos e dos prejuízos decorrente do desastre e definido o nível
de intensidade do mesmo, se caracterizada a necessidade de declarar SE ou ECP, deve-se
elaborar a documentação que irá compor o processo de decretação. O rol de documentos
encontra-se descrito na Instrução Normativa nº 01/2012 – SEDE/MI e devem ser
preenchidos no sistema S2ID. São eles:
148
a) Ofício Requerimento: Neste expediente preenchido pelo gestor do ente afetado,
é esclarecida a situação e solicitado o reconhecimento;
b) Decreto original, ou sua cópia autenticada ou ainda sua cópia com carimbo e
assinatura de confere com original: Documento confeccionado pelo gestor
máximo do ente afetado. Este expediente também servirá para o ente justificar
suas ações junto aos órgãos de controle em caso de contratações por meio de
dispensa de licitação;
O sistema S2ID possui uma aba intitulada de “anexos” para que sejam inclusos o Decreto,
parecer da COMDEC e Oficio Requerimento, assim como os laudos, relatórios, declarações
e outros documentos complementares ao processo.
Caso as pessoas que farão os documentos para inclusão na aba “anexos” tenham dúvida
sobre como confeccioná-los, o S2ID disponibiliza modelos desses expedientes na aba
“modelos de documentos”.
149
É bom que se frisem os prazos pré-estabelecidos para o devido envio do processo via
sistema S2ID, sob pena de indeferimento do pedido de homologação e de reconhecimento,
são eles:
150
UNIDADE 14
1- INTRODUÇÃO
Os municípios e estados podem solicitar recurso financeiro à SEDEC para subsidiar suas
ações voltadas à gestão de risco e de desastres. Essa solicitação pode ser atendida através
de duas modalidades: por meio de transferências voluntárias ou obrigatórias.
2- TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS
151
3- TRANSFERÊNCIAS OBRIGATÓRIAS
Os recursos das ações de recuperação são liberados de forma parcelada. À medida que o
beneficiário vai apresentando as prestações de contas parciais, as parcelas subsequentes
vão sendo liberadas até o esgotamento do valor solicitado.
152
Desde o ano de 2012 a única forma de receber o
Fonte: www.mi.gov.br/sedec
recurso de transferência obrigatória voltada às ações de
resposta é o município ou estado apresentar os dados
da conta e do Cartão de Pagamento de Defesa Civil
(CPDC) no momento da solicitação do recurso, pois
somente com o cartão será possível efetuar o
pagamento dos fornecedores.
De acordo com a SEDEC, caso o ente afetado não disponha de recurso suficiente à gestão
do desastre e necessite do apoio federal para complementar as ações de proteção e defesa
civil, deverá ser apresentada a seguinte documentação:
Os recursos das ações de resposta são liberados em parcela única, voltados para a
resposta imediata ao desastre, tendo natureza de despesa de custeio. Os indicadores que
norteiam as ações da SEDEC nesse tipo de liberação são os definidos pelo CENAD.
Já para solicitação de valores para complemento dos recursos iniciais repassados, o ente
beneficiário deverá apresentar o PT, o relatório de gastos do Plano de Ações e a justificativa
da precisão de mais recursos.
O prazo de vigência para a execução dos recursos contemplados para ações de resposta é
de 365 dias, contados da publicação no Diário Oficial da União (DOU) da Portaria de
autorização da transferência dos recursos.
153
Este manual contém informações a fim de garantir aos entes afetados informações
suficientes para a implantação de Sistema de Abastecimento Simplificado por Poços
Profundos.
Em regra geral não é permitido prorrogação de prazo para execução de ações emergenciais.
Porém, caso haja necessidade, o ente beneficiário deverá solicitar à SEDEC, com
antecedência mínima de 60 dias do término da vigência da execução dos recursos,
encaminhando um relatório de gastos atualizado, mostrando o desenvolvimento da ação, a
motivação dos atrasos e a justificativa para o novo prazo pleiteado. Essa concessão de
prorrogação está condicionada à aprovação da área técnica da SEDEC.
Se for necessária a devolução total ou parcial de recursos que não foram utilizados, além de
rendimentos gerados, o ente beneficiário deverá emitir uma Guia de Recolhimento da União
(GRU).
5- PRESTAÇÃO DE CONTAS
Aos beneficiários de recursos federais cabe a devida prestação de contas para comprovar a
regular utilização do aporte financeiro, sob pena de incorrer em sanções legais caso
descumpra as normativas do órgão concedente.
O ente beneficiário dos recursos repassados pela SEDEC/MI devem apresentar a prestação
de contas em até 30 dias após o fim da vigência da execução das ações implementadas,
sob pena de incorrer em omissão no dever de prestar contas. O não cumprimento acarretará
na devolução dos recursos devidamente atualizados, ficando o ente sujeito ao processo de
tomada de contas especial, além de outras sanções cabíveis, de acordo com a legislação
vigente.
154
UNIDADE 15
1- INTRODUÇÃO
O sistema difundido pela SEDEC a ser utilizado pelos órgãos de defesa civil é denominado
Sistema de Comando em Operações (SCO), que foi adaptado à realidade brasileira pelo
Tenente Coronel Carlos Alberto de Araújo Gomes Júnior, da Polícia Militar do Estado de
Santa Catarina, baseado no Incident Comand System (ICS), modelo norte-americano criado
na década de 70 pelo Firefighting Resources of California Organized for Potential
Emergencies (FIRESCOPE).
Os esforços para resolver esse problema resultaram no ICS que passou a ser adotado por
todos os órgãos atuantes em emergência nos Estados Unidos.
Os problemas apontados pelo FIRESCOPE não são uma particularidade dos EUA. Todos os
países que são acometidos por situações críticas e necessitam de uma ação coordenada
sofre com as mesmas questões.
No Brasil, como ainda não existe uma padronização de uma ferramenta gerencial para
coordenar e controlar as ações em um ambiente de desastre, cada estado adapta seu
próprio sistema de comando, porém todos que são utilizadas provêm do ICS norte-
americano, conforme pode se ver no quadro abaixo.
155
ESTADO MODELO
Uma dos princípios a serem observados pelo pessoal do SCO é o controle dos recursos
operacionais e de equipes que atuam na operação. Estes recursos devem ser direcionados
para uma área de reunião onde um controlador fará a recepção, o cadastramento e a
orientação dos integrantes desses recursos.
A maior parte das funções que compõem a estrutura do SCO é previamente padronizada.
Dessa forma, o SCO pode ser aprendido e utilizado pelas diversas organizações que
respondem a emergências e desastres no seu cotidiano.
2- ESTRUTURA DO SCO
Para ser usado com flexibilidade, o SCO se utiliza de uma estrutura modular, e as funções
são implementadas ou desativadas de acordo com a necessidade da resposta e a
disponibilidade de meios, permitindo que a estrutura aumente sua configuração desde o
primeiro momento, quando uma equipe recebe a notícia ou chega ao local da emergência e
inicia o gerenciamento, até o momento de maior envolvimento de órgãos e recursos
operacionais. Veja a seguir uma estrutura de um SCO.
156
Fonte: Curso de Capacitação em Defesa Civil – SCO, Santa Catarina, 2010
3- FUNÇÕES DO SCO
157
com o Controlador. É sob a Coordenação de Operações que os recursos
operacionais são reunidos e utilizados para executar o plano. Para tanto, eles
são organizados em seções, agrupando funções por afinidade (seção de
abrigos, seção de evacuação e seção de socorro são alguns exemplos), ou
setor, agrupando os recursos operacionais por área geográfica (setor norte,
setor central e setor sul, por exemplo).
4- PRINCÍPIOS DO SCO
O SCO é um sistema de gerenciamento. Como tal, ele possui uma série de princípios e
conceitos que, colocados em prática, torna-o uma ferramenta adequada para coordenar a
atuação integrada de múltiplos órgãos em situações críticas.
Por isso, é importante destacar que o SCO é mais do que um organograma. Aliás, você
perceberá que a organização é apenas um dos seus princípios.
Plano de Ação;
158
Estrutura modular e flexível;
Nível de controle;
Terminologia comum;
Comunicações integradas; e,
O Plano de Ação começa a ser elaborado assim que as informações fluem para o Comando.
Uma operação terá tantos planos de ação quanto forem necessários para resolver a
situação, e eles podem ser mais ou menos formais conforme a situação. Nos primeiros
momentos, ou em situações menos complexas, o Plano de Ação é verbal.
Em outras situações, ele pode ter um grau maior de formalidade, com as principais
informações registradas em um quadro de forma esquemática. Finalmente, em situações
complexas, podem ser produzidos planos escritos.
159
4.3- Estrutura modular e flexível
Isso significa dizer que, quando uma unidade de emergência chega ao local de uma situação
crítica, e o mais graduado da equipe assume o comando, todas as funções gerenciais e
seus desdobramentos estão sendo exercidas por ele, ou seja, ele está coordenando
Operações, Planejamento, Logística e Administração, além do próprio Comando. Ao
constatar que uma determinada função demandará uma atenção especial, ele ativa a
função, e a estrutura se amplia para se adaptar à situação.
Dentro do SCO cada elemento que se integra ao sistema deve reportar-se apenas a uma
pessoa, e todos no sistema devem se reportar a alguém. É muito importante que não haja
organizações ou pessoas “desgarradas” na operação, pois o sucesso nas operações em
situações críticas está associado ao trabalho em equipe.
Se alguém no SCO está coordenando menos do que três ou mais do que sete equipes ou
funções, é possível que um ajuste na estrutura seja necessário.
Como você verá adiante, o conceito de recursos no SCO é operacional: abrange pessoas,
equipes e unidades, com os respectivos equipamentos e prontas para o emprego imediato.
160
Assim, uma guarnição de atendimento pré-hospitalar incluindo pessoal, equipamentos e
viatura é considerada um recurso.
Por outro lado, uma ambulância sem motorista não é considerada um recurso.
Finalmente, recomenda-se que não sejam usados códigos na conversação por rádio,
principalmente aqueles que são peculiares a determinada atividade ou órgão.
Isso nem sempre é fácil, pois de um modo geral a comunicação entre os órgãos que
respondem normalmente a emergências é dificultada pela incompatibilidade entre
equipamentos e frequências.
161
Por isso, é absolutamente necessário que o SCO desenvolva um Plano de Comunicações
prevendo “quem conversará com quem e como”. Para garantir a integração, pode ser
necessário distribuir, trocar ou programar equipamentos.
Rede tática: Poderão ser montadas tantas redes táticas quanto necessárias, para
garantir a conversação dentro de um mesmo setor ou seção.
Rede estratégica: Pode ser ainda necessário estabelecer uma ligação entre o SCO,
por meio do Comando, e o nível de autoridade superior. Essa rede, denominada
estratégica, deve ser confiável, acessível e permitir privacidade na troca de
informações.
162
Fonte: Curso Operacional de Defesa Civil – Sistema de Comando de operações, Fortaleza, 2010
163
ANEXOS
LEGISLAÇÃO
EM PROTEÇÃO E DEFESA
CIVIL
LEI Nº 12.608, DE 10 DE ABRIL DE 2012. (Conversão da Medida Provisória nº 5478, de 2011)
Institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil - PNPDEC; dispõe sobre o Sistema
Nacional de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC e o Conselho Nacional de Proteção e
Defesa Civil - CONPDEC; autoriza a criação de sistema de informações e monitoramento
de desastres; altera as Leis nºs 12.340, de 1º de dezembro de 2010, 10.257, de 10 de julho
de 2001, 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.239, de 4 de outubro de 1991, e 9.394, de
20 de dezembro de 1996; e dá outras providências.
O VICE–PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço
saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º Esta Lei institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil - PNPDEC, dispõe sobre o Sistema Nacional
de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC e o Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil - CONPDEC, autoriza a
criação de sistema de informações e monitoramento de desastres e dá outras providências.
Parágrafo único. As definições técnicas para aplicação desta Lei serão estabelecidas em ato do Poder Executivo
federal.
Art. 2º É dever da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios adotar as medidas necessárias à redução
dos riscos de desastre.
§ 1º As medidas previstas no caput poderão ser adotadas com a colaboração de entidades públicas ou privadas e da
sociedade em geral.
§ 2º A incerteza quanto ao risco de desastre não constituirá óbice para a adoção das medidas preventivas e
mitigadoras da situação de risco.
CAPÍTULO II
DA POLÍTICA NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL - PNPDEC
Seção I
Diretrizes e Objetivos
Art. 3º A PNPDEC abrange as ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação voltadas à proteção
e defesa civil.
Parágrafo único. A PNPDEC deve integrar-se às políticas de ordenamento territorial, desenvolvimento urbano, saúde,
meio ambiente, mudanças climáticas, gestão de recursos hídricos, geologia, infraestrutura, educação, ciência e
tecnologia e às demais políticas setoriais, tendo em vista a promoção do desenvolvimento sustentável.
Art. 4º São diretrizes da PNPDEC:
I - atuação articulada entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios para redução de desastres e apoio
às comunidades atingidas;
II - abordagem sistêmica das ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação;
III - a prioridade às ações preventivas relacionadas à minimização de desastres;
IV - adoção da bacia hidrográfica como unidade de análise das ações de prevenção de desastres relacionados a corpos
d’água;
166
V - planejamento com base em pesquisas e estudos sobre áreas de risco e incidência de desastres no território
nacional;
VI - participação da sociedade civil.
Art. 5º São objetivos da PNPDEC:
I - reduzir os riscos de desastres;
II - prestar socorro e assistência às populações atingidas por desastres;
III - recuperar as áreas afetadas por desastres;
IV - incorporar a redução do risco de desastre e as ações de proteção e defesa civil entre os elementos da gestão
territorial e do planejamento das políticas setoriais;
V - promover a continuidade das ações de proteção e defesa civil;
VI - estimular o desenvolvimento de cidades resilientes e os processos sustentáveis de urbanização;
VII - promover a identificação e avaliação das ameaças, suscetibilidades e vulnerabilidades a desastres, de modo a
evitar ou reduzir sua ocorrência;
VIII - monitorar os eventos meteorológicos, hidrológicos, geológicos, biológicos, nucleares, químicos e outros
potencialmente causadores de desastres;
IX - produzir alertas antecipados sobre a possibilidade de ocorrência de desastres naturais;
X - estimular o ordenamento da ocupação do solo urbano e rural, tendo em vista sua conservação e a proteção da
vegetação nativa, dos recursos hídricos e da vida humana;
XI - combater a ocupação de áreas ambientalmente vulneráveis e de risco e promover a realocação da população
residente nessas áreas;
XII - estimular iniciativas que resultem na destinação de moradia em local seguro;
XIII - desenvolver consciência nacional acerca dos riscos de desastre;
XIV - orientar as comunidades a adotar comportamentos adequados de prevenção e de resposta em situação de
desastre e promover a autoproteção; e
XV - integrar informações em sistema capaz de subsidiar os órgãos do SINPDEC na previsão e no controle dos
efeitos negativos de eventos adversos sobre a população, os bens e serviços e o meio ambiente.
Seção II
Das Competências dos Entes Federados
Art. 6º Compete à União:
I - expedir normas para implementação e execução da PNPDEC;
II - coordenar o SINPDEC, em articulação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
III - promover estudos referentes às causas e possibilidades de ocorrência de desastres de qualquer origem, sua
incidência, extensão e consequência;
IV - apoiar os Estados, o Distrito Federal e os Municípios no mapeamento das áreas de risco, nos estudos de
identificação de ameaças, suscetibilidades, vulnerabilidades e risco de desastre e nas demais ações de prevenção,
mitigação, preparação, resposta e recuperação;
V - instituir e manter sistema de informações e monitoramento de desastres;
VI - instituir e manter cadastro nacional de municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande
impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos;
VII - instituir e manter sistema para declaração e reconhecimento de situação de emergência ou de estado de
calamidade pública;
167
VIII - instituir o Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil;
IX - realizar o monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico das áreas de risco, bem como dos riscos
biológicos, nucleares e químicos, e produzir alertas sobre a possibilidade de ocorrência de desastres, em articulação
com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
X - estabelecer critérios e condições para a declaração e o reconhecimento de situações de emergência e estado de
calamidade pública;
XI - incentivar a instalação de centros universitários de ensino e pesquisa sobre desastres e de núcleos
multidisciplinares de ensino permanente e a distância, destinados à pesquisa, extensão e capacitação de recursos
humanos, com vistas no gerenciamento e na execução de atividades de proteção e defesa civil;
XII - fomentar a pesquisa sobre os eventos deflagradores de desastres; e
XIII - apoiar a comunidade docente no desenvolvimento de material didático-pedagógico relacionado ao
desenvolvimento da cultura de prevenção de desastres.
§ 1º O Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil conterá, no mínimo:
I - a identificação dos riscos de desastres nas regiões geográficas e grandes bacias hidrográficas do País; e
II - as diretrizes de ação governamental de proteção e defesa civil no âmbito nacional e regional, em especial quanto à
rede de monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico e dos riscos biológicos, nucleares e químicos e à
produção de alertas antecipados das regiões com risco de desastres.
§ 2º Os prazos para elaboração e revisão do Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil serão definidos em
regulamento.
Art. 7º Compete aos Estados:
I - executar a PNPDEC em seu âmbito territorial;
II - coordenar as ações do SINPDEC em articulação com a União e os Municípios;
III - instituir o Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil;
IV - identificar e mapear as áreas de risco e realizar estudos de identificação de ameaças, suscetibilidades e
vulnerabilidades, em articulação com a União e os Municípios;
V - realizar o monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico das áreas de risco, em articulação com a União
e os Municípios;
VI - apoiar a União, quando solicitado, no reconhecimento de situação de emergência e estado de calamidade pública;
VII - declarar, quando for o caso, estado de calamidade pública ou situação de emergência; e
VIII - apoiar, sempre que necessário, os Municípios no levantamento das áreas de risco, na elaboração dos Planos de
Contingência de Proteção e Defesa Civil e na divulgação de protocolos de prevenção e alerta e de ações
emergenciais.
Parágrafo único. O Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil conterá, no mínimo:
I - a identificação das bacias hidrográficas com risco de ocorrência de desastres; e
II - as diretrizes de ação governamental de proteção e defesa civil no âmbito estadual, em especial no que se refere à
implantação da rede de monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico das bacias com risco de desastre.
Art. 8º Compete aos Municípios:
I - executar a PNPDEC em âmbito local;
II - coordenar as ações do SINPDEC no âmbito local, em articulação com a União e os Estados;
III - incorporar as ações de proteção e defesa civil no planejamento municipal;
IV - identificar e mapear as áreas de risco de desastres;
V - promover a fiscalização das áreas de risco de desastre e vedar novas ocupações nessas áreas;
168
VI - declarar situação de emergência e estado de calamidade pública;
VII - vistoriar edificações e áreas de risco e promover, quando for o caso, a intervenção preventiva e a evacuação da
população das áreas de alto risco ou das edificações vulneráveis;
VIII - organizar e administrar abrigos provisórios para assistência à população em situação de desastre, em condições
adequadas de higiene e segurança;
IX - manter a população informada sobre áreas de risco e ocorrência de eventos extremos, bem como sobre
protocolos de prevenção e alerta e sobre as ações emergenciais em circunstâncias de desastres;
X - mobilizar e capacitar os radioamadores para atuação na ocorrência de desastre;
XI - realizar regularmente exercícios simulados, conforme Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil;
XII - promover a coleta, a distribuição e o controle de suprimentos em situações de desastre;
XIII - proceder à avaliação de danos e prejuízos das áreas atingidas por desastres;
XIV - manter a União e o Estado informados sobre a ocorrência de desastres e as atividades de proteção civil no
Município;
XV - estimular a participação de entidades privadas, associações de voluntários, clubes de serviços, organizações não
governamentais e associações de classe e comunitárias nas ações do SINPDEC e promover o treinamento de
associações de voluntários para atuação conjunta com as comunidades apoiadas; e
XVI - prover solução de moradia temporária às famílias atingidas por desastres.
Art. 9º Compete à União, aos Estados e aos Municípios:
I - desenvolver cultura nacional de prevenção de desastres, destinada ao desenvolvimento da consciência nacional
acerca dos riscos de desastre no País;
II - estimular comportamentos de prevenção capazes de evitar ou minimizar a ocorrência de desastres;
III - estimular a reorganização do setor produtivo e a reestruturação econômica das áreas atingidas por desastres;
IV - estabelecer medidas preventivas de segurança contra desastres em escolas e hospitais situados em áreas de risco;
V - oferecer capacitação de recursos humanos para as ações de proteção e defesa civil; e
VI - fornecer dados e informações para o sistema nacional de informações e monitoramento de desastres.
CAPÍTULO III
DO SISTEMA NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL - SINPDEC
Seção I
Disposições Gerais
Art. 10. O SINPDEC é constituído pelos órgãos e entidades da administração pública federal, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios e pelas entidades públicas e privadas de atuação significativa na área de proteção e defesa
civil.
Parágrafo único. O SINPDEC tem por finalidade contribuir no processo de planejamento, articulação, coordenação e
execução dos programas, projetos e ações de proteção e defesa civil.
Art. 11. O SINPDEC será gerido pelos seguintes órgãos:
I - órgão consultivo: CONPDEC;
II - órgão central, definido em ato do Poder Executivo federal, com a finalidade de coordenar o sistema;
III - os órgãos regionais estaduais e municipais de proteção e defesa civil; e
IV - órgãos setoriais dos 3 (três) âmbitos de governo. Parágrafo único. Poderão participar do SINPDEC as
organizações comunitárias de caráter voluntário ou outras entidades com atuação significativa nas ações locais de
proteção e defesa civil.
169
Seção II
Do Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil - CONPDEC
Art. 12. O CONPDEC, órgão colegiado integrante do Ministério da Integração Nacional, terá por finalidades:
I - auxiliar na formulação, implementação e execução do Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil;
II - propor normas para implementação e execução da PNPDEC;
III - expedir procedimentos para implementação, execução e monitoramento da PNPDEC, observado o disposto nesta
Lei e em seu regulamento;
IV - propor procedimentos para atendimento a crianças, adolescentes, gestantes, idosos e pessoas com deficiência em
situação de desastre, observada a legislação aplicável; e
V - acompanhar o cumprimento das disposições legais e regulamentares de proteção e defesa civil.
§ 1º A organização, a composição e o funcionamento do CONPDEC serão estabelecidos em ato do Poder Executivo
federal.
§ 2º O CONPDEC contará com representantes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e da
sociedade civil organizada, incluindo-se representantes das comunidades atingidas por desastre, e por especialistas de
notório saber.
CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 13. Fica autorizada a criação de sistema de informações de monitoramento de desastres, em ambiente
informatizado, que atuará por meio de base de dados compartilhada entre os integrantes do SINPDEC visando ao
oferecimento de informações atualizadas para prevenção, mitigação, alerta, resposta e recuperação em situações de
desastre em todo o território nacional.
Art. 14. Os programas habitacionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios devem priorizar a
relocação de comunidades atingidas e de moradores de áreas de risco.
Art. 15. A União poderá manter linha de crédito específica, por intermédio de suas agências financeiras oficiais de
fomento, destinada ao capital de giro e ao investimento de sociedades empresariais, empresários individuais e pessoas
físicas ou jurídicas em Municípios atingidos por desastre que tiverem a situação de emergência ou o estado de
calamidade pública reconhecido pelo Poder Executivo federal.
Art. 16. Fica a União autorizada a conceder incentivo ao Município que adotar medidas voltadas ao aumento da
oferta de terra urbanizada para utilização em habitação de interesse social, por meio dos institutos previstos na Lei nº
10.257, de 10 de julho de 2001, na forma do regulamento.
Parágrafo único. O incentivo de que trata o caput compreenderá a transferência de recursos para a aquisição de
terrenos destinados a programas de habitação de interesse social.
Art. 17. Em situações de iminência ou ocorrência de desastre, ficam os órgãos competentes autorizados a transferir
bens apreendidos em operações de combate e repressão a crimes para os órgãos de proteção e defesa civil.
Art. 18. Para fins do disposto nesta Lei, consideram-se agentes de proteção e defesa civil:
I - os agentes políticos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios responsáveis pela direção
superior dos órgãos do SINPDEC;
II - os agentes públicos responsáveis pela coordenação e direção de órgãos ou entidades públicas prestadores dos
serviços de proteção e defesa civil;
III - os agentes públicos detentores de cargo, emprego ou função pública, civis ou militares, com atribuições relativas
à prestação ou execução dos serviços de proteção e defesa civil; e
IV - os agentes voluntários, vinculados a entidades privadas ou prestadores de serviços voluntários que exercem, em
caráter suplementar, serviços relacionados à proteção e defesa civil.
170
Parágrafo único. Os órgãos do SINPDEC adotarão, no âmbito de suas competências, as medidas pertinentes para
assegurar a profissionalização e a qualificação, em caráter permanente, dos agentes públicos referidos no inciso III.
Art. 19. Aplicam-se ao Distrito Federal as competências atribuídas nesta Lei aos Estados e aos Municípios.
Art. 20, 22 e 23 - Alterações da Lei nº 12.340. (Vide Lei nº 12.340).
Art. 23. É vedada a concessão de licença ou alvará de construção em áreas de risco indicadas como não edificáveis no
plano diretor ou legislação dele derivada.
Art. 24. O inciso VI do art. 2º da Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001, passa a vigorar acrescido da seguinte alínea
h:
“Art. 2º ......... VI - .................................................................................................................................
h) a exposição da população a riscos de desastres. ................................................” (NR).
Art. 25. O art. 41 da Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso VI: “Art. 41.
............................................................................................
VI - incluídas no cadastro nacional de Municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande
impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos............................................(NR)
Art. 26. A Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 42-A e 42-B:
“Art. 42-A. Além do conteúdo previsto no art. 42, o plano diretor dos Municípios incluídos no cadastro nacional
de municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou
processos geológicos ou hidrológicos correlatos deverá conter:
I - parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do solo, de modo a promover a diversidade de usos e a
contribuir para a geração de emprego e renda;
II - mapeamento contendo as áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações
bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos;
III - planejamento de ações de intervenção preventiva e realocação de população de áreas de risco de desastre;
IV - medidas de drenagem urbana necessárias à prevenção e à mitigação de impactos de desastres; e
V - diretrizes para a regularização fundiária de assentamentos urbanos irregulares, se houver, observadas a Lei
nº 11.977, de 7 de julho de 2009, e demais normas federais e estaduais pertinentes, e previsão de áreas para
habitação de interesse social por meio da demarcação de zonas especiais de interesse social e de outros
instrumentos de política urbana, onde o uso habitacional for permitido.
§ 1º A identificação e o mapeamento de áreas de risco levarão em conta as cartas geotécnicas.
§ 2º O conteúdo do plano diretor deverá ser compatível com as disposições insertas nos planos de recursos
hídricos, formulados consoante a Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997.
§ 3º Os Municípios adequarão o plano diretor às disposições deste artigo, por ocasião de sua revisão, observados
os prazos legais.
§ 4º Os Municípios enquadrados no inciso VI do art. 41 desta Lei e que não tenham plano diretor aprovado terão
o prazo de 5 (cinco) anos para o seu encaminhamento para aprovação pela Câmara Municipal.”
“Art. 42-B. Os Municípios que pretendam ampliar o seu perímetro urbano após a data de publicação desta Lei
deverão elaborar projeto específico que contenha, no mínimo:
I - demarcação do novo perímetro urbano;
II - delimitação dos trechos com restrições à urbanização e dos trechos sujeitos a controle especial em função de
ameaça de desastres naturais;
III - definição de diretrizes específicas e de áreas que serão utilizadas para infraestrutura, sistema viário,
equipamentos e instalações públicas, urbanas e sociais;
IV - definição de parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do solo, de modo a promover a diversidade de
usos e contribuir para a geração de emprego e renda;
V - a previsão de áreas para habitação de interesse social por meio da demarcação de zonas especiais de
interesse social e de outros instrumentos de política urbana, quando o uso habitacional for permitido;
171
VI - definição de diretrizes e instrumentos específicos para proteção ambiental e do patrimônio histórico e
cultural; e
VII - definição de mecanismos para garantir a justa distribuição dos ônus e benefícios decorrentes do processo
de urbanização do território de expansão urbana e a recuperação para a coletividade da valorização imobiliária
resultante da ação do poder público.
§ 1º O projeto específico de que trata o caput deste artigo deverá ser instituído por lei municipal e atender às
diretrizes do plano diretor, quando houver.
§ 2º Quando o plano diretor contemplar as exigências estabelecidas no caput, o Município ficará dispensado da
elaboração do projeto específico de que trata o caput deste artigo.
§ 3º A aprovação de projetos de parcelamento do solo no novo perímetro urbano ficará condicionada à
existência do projeto específico e deverá obedecer às suas disposições.”
Art. 27. O art. 12 da Lei nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979, passa a vigorar com a seguinte redação, renumerando-
se o atual parágrafo único para § 1º:
“Art. 12. .................................................................................................................
§ 1º O projeto aprovado deverá ser executado no prazo constante do cronograma de execução, sob pena de
caducidade da aprovação.
§ 2º Nos Municípios inseridos no cadastro nacional de municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de
deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos, a
aprovação do projeto de que trata o caput ficará vinculada ao atendimento dos requisitos constantes da carta
geotécnica de aptidão à urbanização. Vigência
§ 3º É vedada a aprovação de projeto de loteamento e desmembramento em áreas de risco definidas como não
edificáveis, no plano diretor ou em legislação dele derivada.” (NR)
Art. 28. O art. 3º da Lei nº 8.239, de 4 de outubro de 1991, que regulamenta os §§ 1º e 2º do art. 143 da Constituição
Federal, que dispõem sobre a prestação de Serviço Alternativo ao Serviço Militar Obrigatório, passa a vigorar
acrescido dos seguintes §§ 4º e 5º:
“Art. 3º .......................................................................................................................
§ 4º O Serviço Alternativo incluirá o treinamento para atuação em áreas atingidas por desastre, em situação de
emergência e estado de calamidade, executado de forma integrada com o órgão federal responsável pela
implantação das ações de proteção e defesa civil.
§ 5º A União articular-se-á com os Estados e o Distrito Federal para a execução do treinamento a que se refere o
§ 4º deste artigo.” (NR)
Art. 29. O art. 26 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional, passa a vigorar acrescido do seguinte § 7º:
“Art. 26 ........................................................................................
§ 7º Os currículos do ensino fundamental e médio devem incluir os princípios da proteção e defesa civil e a
educação ambiental de forma integrada aos conteúdos obrigatórios.” (NR)
Art. 30. Ficam revogados os arts. 1º, 2º e 17 da Lei 12.340, de 1º de dezembro de 2010.
Art. 31. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, com exceção do disposto no § 2º do art. 12 da Lei nº
6.766, de 19 de dezembro de 1979, que entrará em vigor após decorridos 2 (dois) anos da data de sua publicação
oficial.
Brasília, 10 de abril de 2012;
191º da Independência e 124º da República.
MICHEL TEMER
José Eduardo Cardozo
Luiz Antonio Rodríguez Elias
Izabella Mónica Vieira Teixeira
Alexandre Navarro Garcia
Alexandre Cordeiro Macedo
(Este texto não substitui o publicado no DOU de 11.4.2012)
172
LEI Nº 12.340, DE 1º DE DEZEMBRO DE 2010.
Dispõe sobre as transferências de recursos da União aos órgãos e entidades dos Estados,
Distrito Federal e Municípios para a execução de ações de prevenção em áreas de risco de
desastres e de resposta e de recuperação em áreas atingidas por desastres e sobre o Fundo
Nacional para Calamidades Públicas, Proteção e Defesa Civil; e dá outras providências.
(Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º-A. A transferência de recursos financeiros para a execução de ações de prevenção em áreas de risco de
desastres e de resposta e de recuperação em áreas atingidas por desastres aos órgãos e entidades dos Estados, Distrito
Federal e Municípios observará as disposições desta Lei e poderá ser feita por meio: (Incluído pela Lei nº 12.983, de
2014)
I - de depósito em conta específica mantida pelo ente beneficiário em instituição financeira oficial federal; ou
(Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
II - do Fundo Nacional para Calamidades Públicas, Proteção e Defesa Civil (Funcap) a fundos constituídos pelos
Estados, Distrito Federal e Municípios com fim específico de execução das ações previstas no art. 8º e na forma
estabelecida no § 1º do art. 9º desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
§ 1º Será responsabilidade da União, conforme regulamento: (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
I - definir as diretrizes e aprovar os planos de trabalho de ações de prevenção em áreas de risco e de recuperação em
áreas atingidas por desastres; (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
II - efetuar os repasses de recursos aos entes beneficiários nas formas previstas no caput, de acordo com os planos de
trabalho aprovados; (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
III - fiscalizar o atendimento das metas físicas de acordo com os planos de trabalho aprovados, exceto nas ações de
resposta; e (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014) IV - avaliar o cumprimento do objeto relacionado às ações previstas
no caput. (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
§ 2º Será responsabilidade exclusiva dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios beneficiados: (Incluído pela
Lei nº 12.983, de 2014)
I - demonstrar a necessidade dos recursos demandados; (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
II - apresentar, exceto nas ações de resposta, plano de trabalho ao órgão responsável pela transferência de recursos, na
forma e no prazo definidos em regulamento; (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
III - apresentar estimativa de custos necessários à execução das ações previstas no caput, com exceção das ações de
resposta; (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
IV - realizar todas as etapas necessárias à execução das ações de prevenção em área de risco e de resposta e de
recuperação de desastres, nelas incluídas a contratação e execução das obras ou prestação de serviços, inclusive de
engenharia, em todas as suas fases; e (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
V - prestar contas das ações de prevenção, de resposta e de recuperação ao órgão responsável pela transferência de
recursos e aos órgãos de controle competentes. (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
§ 3º A definição do montante de recursos a ser transferido pela União decorrerá de estimativas de custos das ações
selecionadas pelo órgão responsável pela transferência de recursos em conformidade com o plano de trabalho
apresentado pelo ente federado, salvo em caso de ações de resposta. (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
173
§ 5º A União, representada pelo órgão responsável pela transferência de recursos, verificará os custos e as medições
da execução das ações de prevenção e de recuperação em casos excepcionais de necessidade de complementação dos
recursos transferidos, devidamente motivados. (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
§ 6º As referências de custos da União para as hipóteses abrangidas nos §§ 3º a 5º poderão ser baseadas em valores
pagos pela administração pública em serviços e obras similares ou na avaliação do custo global da obra, aferida
mediante orçamento sintético ou metodologia expedita ou paramétrica, nos termos do regulamento. (Incluído pela Lei
nº 12.983, de 2014)
§ 7º Os dispêndios relativos às ações definidas no caput pelos entes beneficiários serão monitorados e fiscalizados
por órgão ou instituição financeira oficial federal, na forma a ser definida em regulamento. (Incluído pela Lei nº
12.983, de 2014)
§ 8º Os entes beneficiários deverão disponibilizar relatórios nos prazos estabelecidos em regulamento e sempre que
solicitados, relativos às despesas realizadas com os recursos liberados pela União ao órgão responsável pela
transferência de recursos e aos órgãos de controle. (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
§ 9º Os entes federados darão ampla divulgação, inclusive por meio de portal na internet, às ações inerentes às obras
ou empreendimentos custeadas com recursos federais, em especial destacando o detalhamento das metas, valores
envolvidos, empresas contratadas e estágio de execução, conforme condições a serem estabelecidas em regulamento.
(Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
§ 10. No caso de haver excedente de recursos transferidos, o ente beneficiário poderá propor sua destinação a ações
correlatas àquelas previstas no caput, sujeitas à aprovação do órgão responsável pela transferência dos recursos.
(Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
§ 11. Os Estados poderão apoiar a elaboração de termos de referência, planos de trabalho e projetos, cotação de
preços, fiscalização e acompanhamento, bem como a prestação de contas de Municípios com população inferior a
50.000 (cinquenta mil) habitantes. (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
Art. 3º O Poder Executivo federal apoiará, de forma complementar, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios em
situação de emergência ou estado de calamidade pública, por meio dos mecanismos previstos nesta Lei.
§ 1º O apoio previsto no caput será prestado aos entes que tiverem a situação de emergência ou estado de calamidade
pública reconhecidos pelo Poder Executivo federal.
§ 2º O reconhecimento previsto no § 1º dar-se-á mediante requerimento do Poder Executivo do Estado, do Distrito
Federal ou do Município afetado pelo desastre.
Art. 3º-A. O Governo Federal instituirá cadastro nacional de municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de
deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos, conforme
regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)
§ 1º A inscrição no cadastro previsto no caput dar-se-á por iniciativa do Município ou mediante indicação dos demais
entes federados, observados os critérios e procedimentos previstos em regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.608, de
2012)
§ 2º Os Municípios incluídos no cadastro deverão: (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)
I - elaborar mapeamento contendo as áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações
bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos; (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)
II - elaborar Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil e instituir órgãos municipais de defesa civil, de acordo
com os procedimentos estabelecidos pelo órgão central do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC;
(Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)
III - elaborar plano de implantação de obras e serviços para a redução de riscos de desastre; (Incluído pela Lei nº
12.608, de 2012)
IV - criar mecanismos de controle e fiscalização para evitar a edificação em áreas suscetíveis à ocorrência de
deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos; e (Incluído
pela Lei nº 12.608, de 2012)
174
V - elaborar carta geotécnica de aptidão à urbanização, estabelecendo diretrizes urbanísticas voltadas para a
segurança dos novos parcelamentos do solo e para o aproveitamento de agregados para a construção civil. (Incluído
pela Lei nº 12.608, de 2012)
§ 3º A União e os Estados, no âmbito de suas competências, apoiarão os Municípios na efetivação das medidas
previstas no § 2º. (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)
§ 4º Sem prejuízo das ações de monitoramento desenvolvidas pelos Estados e Municípios, o Governo Federal
publicará, periodicamente, informações sobre a evolução das ocupações em áreas suscetíveis à ocorrência de
deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos nos
Municípios constantes do cadastro. (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)
§ 5º As informações de que trata o § 4º serão encaminhadas, para conhecimento e providências, aos Poderes
Executivo e Legislativo dos respectivos Estados e Municípios e ao Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.608,
de 2012)
§ 6º O Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil será elaborado no prazo de 1 (um) ano, sendo submetido a
avaliação e prestação de contas anual, por meio de audiência pública, com ampla divulgação. (Incluído pela Lei nº
12.608, de 2012)
§ 7º São elementos a serem considerados no Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil, a ser elaborado pelo
Município: (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
I - indicação das responsabilidades de cada órgão na gestão de desastres, especialmente quanto às ações de
preparação, resposta e recuperação; (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
II - definição dos sistemas de alerta a desastres, em articulação com o sistema de monitoramento, com especial
atenção dos radioamadores; (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
III - organização dos exercícios simulados, a serem realizados com a participação da população; (Incluído pela Lei nº
12.983, de 2014)
IV - organização do sistema de atendimento emergencial à população, incluindo-se a localização das rotas de
deslocamento e dos pontos seguros no momento do desastre, bem como dos pontos de abrigo após a ocorrência de
desastre; (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
V - definição das ações de atendimento médico-hospitalar e psicológico aos atingidos por desastre; (Incluído pela Lei
nº 12.983, de 2014)
VI - cadastramento das equipes técnicas e de voluntários para atuarem em circunstâncias de desastres; (Incluído pela
Lei nº 12.983, de 2014)
VII - localização dos centros de recebimento e organização da estratégia de distribuição de doações e suprimentos.
(Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
Art. 3º-B. Verificada a existência de ocupações em áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande
impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos, o município adotará as providências
para redução do risco, dentre as quais, a execução de plano de contingência e de obras de segurança e, quando
necessário, a remoção de edificações e o reassentamento dos ocupantes em local seguro. (Incluído pela Lei nº 12.608,
de 2012)
§ 1º A efetivação da remoção somente se dará mediante a prévia observância dos seguintes procedimentos: (Incluído
pela Lei nº 12.608, de 2012)
I - realização de vistoria no local e elaboração de laudo técnico que demonstre os riscos da ocupação para a
integridade física dos ocupantes ou de terceiros; e (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)
II - notificação da remoção aos ocupantes acompanhada de cópia do laudo técnico e, quando for o caso, de
informações sobre as alternativas oferecidas pelo poder público para assegurar seu direito à moradia. (Incluído pela
Lei nº 12.608, de 2012)
§ 2º Na hipótese de remoção de edificações, deverão ser adotadas medidas que impeçam a reocupação da área.
(Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)
175
§ 3º Aqueles que tiverem suas moradias removidas deverão ser abrigados, quando necessário, e cadastrados pelo
Município para garantia de atendimento habitacional em caráter definitivo, de acordo com os critérios dos programas
públicos de habitação de interesse social. (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)
Art. 4º São obrigatórias as transferências da União aos órgãos e entidades dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios para a execução de ações de prevenção em áreas de risco de desastres e de resposta e de recuperação em
áreas atingidas ou com o risco de serem atingidas por desastres, observados os requisitos e procedimentos
estabelecidos pela legislação aplicável. (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)
§ 1º A liberação de recursos para as ações previstas no caput poderá ser efetivada por meio de depósito em conta
específica a ser mantida pelos órgãos e entidades dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios em instituição
financeira oficial federal, observado o disposto em regulamento. (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)
§ 2º Para as ações previstas no caput, caberá ao órgão responsável pela transferência de recursos definir o montante
de recursos a ser transferido de acordo com sua disponibilidade orçamentária e financeira e desde que seja observado
o previsto no art. 1º-A. (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)
§ 3º No caso de execução de ações de recuperação e de resposta, serão adotados os seguintes procedimentos:
(Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
I - para recuperação, o ente beneficiário deverá apresentar plano de trabalho ao órgão responsável pela transferência
dos recursos no prazo de 90 (noventa) dias da ocorrência do desastre; (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
II - para resposta, quando compreender exclusivamente socorro e assistência às vítimas, o Governo Federal poderá,
mediante solicitação motivada e comprovada do fato pelo ente beneficiário, prestar apoio prévio ao reconhecimento
federal da situação de emergência ou estado de calamidade pública, ficando o ente recebedor responsável pela
apresentação dos documentos e informações necessárias para análise do reconhecimento; (Incluído pela Lei nº
12.983, de 2014)
III - para as ações de resposta, fica dispensada aos Municípios em situação de emergência ou calamidade pública, em
que a gravidade do desastre tenha tornado inoperante e impossível a realização de atos formais da Administração, a
prévia emissão de nota de empenho, na forma do § 1º do art. 60 da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964; (Incluído
pela Lei nº 12.983, de 2014)
IV - o disposto no inciso III não elimina a necessidade de emissão da nota de empenho, em até 90 (noventa) dias do
restabelecimento das condições operacionais do Município, em contemporaneidade com a execução da despesa e
dentro do prazo estabelecido no plano de trabalho. (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
Art. 5º O órgão responsável pela transferência do recurso acompanhará e fiscalizará a aplicação dos recursos
transferidos na forma do art. 4º. (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)
§ 1º Verificada a aplicação de recursos em desacordo com o disposto nesta Lei, o saque dos valores da conta
específica e a realização de novas transferências ao ente beneficiário serão suspensos.
§ 2º Os entes beneficiários das transferências de que trata o caput deverão apresentar ao órgão responsável pela
transferência do recurso a prestação de contas do total dos recursos recebidos, na forma do regulamento. (Redação
dada pela Lei nº 12.983, de 2014)
§3º Os entes beneficiários manterão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, contado da data de aprovação da prestação de
contas de que trata o § 2, os documentos a ela referentes, inclusive os comprovantes de pagamentos efetuados com os
recursos financeiros transferidos na forma desta Lei, sendo obrigados a disponibilizá-los, sempre que solicitado, ao
órgão responsável pela transferência do recurso, ao Tribunal de Contas da União e ao Sistema de Controle Interno do
Poder Executivo federal. (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)
Art. 5º-A. Constatadas, a qualquer tempo, nas ações de prevenção, de resposta e de recuperação, a presença de vícios
nos documentos apresentados, a inexistência de risco de desastre, da situação de emergência ou do estado de
calamidade pública declarados ou a inexecução do objeto, o ato administrativo que tenha autorizado a realização da
transferência obrigatória perderá seus efeitos, ficando o ente beneficiário obrigado a devolver os valores repassados
devidamente atualizados. (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)
176
Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no caput, ocorrendo indícios de falsificação de documentos pelo ente
federado, deverão ser notificados o Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual respectivo, para
adoção das providências cabíveis. (Incluído dada pela Lei nº 12.608, de 2012)
Art. 6º Ficam autorizados o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT e o Ministério da
Defesa, mediante solicitação do ente federado interessado, a atuar, em conjunto ou isoladamente, na recuperação,
execução de desvios e restauração de estradas e outras vias de transporte rodoviário sob jurisdição dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios afetadas por desastres.
Art. 7º O Fundo Nacional para Calamidades Públicas, Proteção e Defesa Civil (Funcap), instituído pelo Decreto-Lei
nº 950, de 13 de outubro de 1969 , passa a ser regido pelo disposto nesta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.983, de
2014)
Art. 8º O Funcap, de natureza contábil e financeira, vinculado ao Ministério da Integração Nacional, terá como
finalidade custear, no todo ou em parte: (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)
I - ações de prevenção em áreas de risco de desastre; e (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
II - ações de recuperação de áreas atingidas por desastres em entes federados que tiverem a situação de emergência ou
o estado de calamidade pública reconhecidos nos termos do art. 3º. (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
Art. 9º Constituem recursos do Funcap: (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)
I - dotações consignadas na lei orçamentária anual da União e seus créditos adicionais; (Redação dada pela Lei nº
12.983, de 2014)
II - doações; e (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)
III - outros que lhe vierem a ser destinados. (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)
§ 1º Os recursos do Funcap serão transferidos diretamente aos fundos constituídos pelos Estados, pelo Distrito
Federal e pelos Municípios cujos objetos permitam a execução das ações a que se refere o art. 8º, após o
reconhecimento federal da situação de emergência ou do estado de calamidade pública ou a identificação da ação
como necessária à prevenção de desastre, dispensada a celebração de convênio ou outros instrumentos jurídicos.
(Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)
§ 2º São obrigatórias as transferências a que se refere o § 1º, observados os critérios e os procedimentos previstos em
regulamento. (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)
§ 3º O repasse de recursos do Funcap deverá observar o disposto em regulamento. (Redação dada pela Lei nº 12.983,
de 2014)
§ 4º O controle social sobre as destinações dos recursos do Funcap será exercido por conselhos vinculados aos entes
beneficiados, garantida a participação da sociedade civil. (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)
Art. 10. Os recursos do Funcap serão mantidos na Conta Única do Tesouro Nacional e geridos por 1 (um) Conselho
Diretor, que deverá estabelecer os critérios para priorização e aprovação dos planos de trabalho, acompanhamento,
fiscalização e aprovação da prestação de contas. (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014) III - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.983, de
2014)
§ 1º (revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014) § 2º O Poder Executivo regulamentará o funcionamento,
as competências, as responsabilidades e a composição do Conselho Diretor, bem como a forma de indicação de seus
membros (Redação dada pela Lei nº 12.983, de 2014)
Art. 15. Fica proibida a cobrança de juros de mora, por estabelecimentos bancários e instituições financeiras, sobre
títulos de qualquer natureza, cujo vencimento se dê durante o período de suspensão do atendimento ao público em
suas dependências em razão de desastres, quando caracterizadas situações de emergência ou estado de calamidade
pública, desde que sejam quitados no primeiro dia de expediente normal, ou em prazo superior definido em ato
177
normativo específico. contratos destinados à execução de ações de prevenção em áreas de risco de desastres e de
resposta e de recuperação em áreas atingidas por desastres. (Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
Art. 15-B. As empresas exploradoras de serviço móvel pessoal são obrigadas a transmitir gratuitamente informações
de alerta à população sobre risco de desastre, por iniciativa dos órgãos competentes, nos termos de regulamento.
(Incluído pela Lei nº 12.983, de 2014)
Art. 16. O caput do art. 1º da Lei nº 9.077, de 10 de julho de 1995, passa a vigorar com a seguinte redação: “ Art. 1º
É o Poder Executivo autorizado a doar estoques públicos de alimentos, in natura ou após beneficiamento,
diretamente às populações carentes, objetivando o combate à fome e à miséria, bem como às populações atingidas por
desastres, quando caracterizadas situações de emergência ou estado de calamidade pública, mediante proposta
conjunta do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Ministério da Integração Nacional e da Casa
Civil da Presidência da República. ................................................................................................................” (NR)
Art. 18. Ficam revogados:
I - o art. 51 da Lei nº 11.775, de 17 de setembro de 2008;
II - o Decreto-Lei nº 950, de 13 de outubro de 1969.
Art. 19. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 1º de dezembro de 2010;
189º da Independência e 122º da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Guido Mantega
Paulo Sérgio Oliveira Passos
Paulo Bernardo Silva
João Reis Santana Filho
178
DECRETO Nº 7.257, DE 4 DE AGOSTO DE 2010.
Regulamenta a Medida Provisória nº 494 de 2 de julho de 2010, para dispor sobre o
Sistema Nacional de Defesa Civil - SINDEC, sobre o reconhecimento de situação de
emergência e estado de calamidade pública, sobre as transferências de recursos para ações
de socorro, assistência às vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução
nas áreas atingidas por desastre, e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea “a”, da
Constituição, e tendo em vista o disposto na Medida Provisória nº 494, de 2 de julho de 2010, DECRETA:
Art. 1º O Poder Executivo federal apoiará, de forma complementar, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios em
situação de emergência ou estado de calamidade pública, provocados por desastres.
Art. 2º Para os efeitos deste Decreto, considera-se:
I - defesa civil: conjunto de ações preventivas, de socorro, assistenciais e recuperativas destinadas a evitar desastres e
minimizar seus impactos para a população e restabelecer a normalidade social;
II - desastre: resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem sobre um ecossistema vulnerável,
causando danos humanos, materiais ou ambientais e conseqüentes prejuízos econômicos e sociais;
III - situação de emergência: situação anormal, provocada por desastres, causando danos e prejuízos que impliquem o
comprometimento parcial da capacidade de resposta do poder público do ente atingido;
IV - estado de calamidade pública: situação anormal, provocada por desastres, causando danos e prejuízos que
impliquem o comprometimento substancial da capacidade de resposta do poder público do ente atingido;
V - ações de socorro: ações imediatas de resposta aos desastres com o objetivo de socorrer a população atingida,
incluindo a busca e salvamento, os primeiros-socorros, o atendimento pré-hospitalar e o atendimento médico e
cirúrgico de urgência, entre outras estabelecidas pelo Ministério da Integração Nacional;
VI - ações de assistência às vítimas: ações imediatas destinadas a garantir condições de incolumidade e cidadania aos
atingidos, incluindo o fornecimento de água potável, a provisão e meios de preparação de alimentos, o suprimento de
material de abrigamento, de vestuário, de limpeza e de higiene pessoal, a instalação de lavanderias, banheiros, o
apoio logístico às equipes empenhadas no desenvolvimento dessas ações, a atenção integral à saúde, ao manejo de
mortos, entre outras estabelecidas pelo Ministério da Integração Nacional;
VII - ações de restabelecimento de serviços essenciais: ações de caráter emergencial destinadas ao restabelecimento
das condições de segurança e habitabilidade da área atingida pelo desastre, incluindo a desmontagem de edificações e
de obras-de-arte com estruturas comprometidas, o suprimento e distribuição de energia elétrica, água potável,
esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem das águas pluviais, transporte coletivo, trafegabilidade,
comunicações, abastecimento de água potável e desobstrução e remoção de escombros, entre outras estabelecidas
pelo Ministério da Integração Nacional;
VIII - ações de reconstrução: ações de caráter definitivo destinadas a restabelecer o cenário destruído pelo desastre,
como a reconstrução ou recuperação de unidades habitacionais, infraestrutura pública, sistema de abastecimento de
água, açudes, pequenas barragens, estradas vicinais, prédios públicos e comunitários, cursos d'água, contenção de
encostas, entre outras estabelecidas pelo Ministério da Integração Nacional; e
IX - ações de prevenção: ações destinadas a reduzir a ocorrência e a intensidade de desastres, por meio da
identificação, mapeamento e monitoramento de riscos, ameaças e vulnerabilidades locais, incluindo a capacitação da
sociedade em atividades de defesa civil, entre outras estabelecidas pelo Ministério da Integração Nacional.
179
CAPÍTULO I
DO SISTEMA NACIONAL DE DEFESA CIVIL - SINDEC
Art. 3º O Sistema Nacional de Defesa Civil - SINDEC tem como objetivo planejar, articular e coordenar as ações de
defesa civil em todo o território nacional.
Art. 4º Para o alcance de seus objetivos, o SINDEC deverá:
I - planejar e promover ações de prevenção de desastres naturais, antropogênicos e mistos, de maior prevalência no
País;
II - realizar estudos, avaliar e reduzir riscos de desastres;
III - atuar na iminência e em circunstâncias de desastres; e
IV - prevenir ou minimizar danos, socorrer e assistir populações afetadas, e restabelecer os cenários atingidos por
desastres.
Art. 5º O SINDEC será composto pelos órgãos e entidades da União responsáveis pelas ações de defesa civil, bem
como pelos órgãos e entidades dos Estados, Distrito Federal e Municípios que a ele aderirem.
§ 1º As entidades da sociedade civil também poderão aderir ao SINDEC, na forma a ser disciplinada pelo Ministério
da Integração Nacional.
§ 2º Compete à Secretaria Nacional de Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional a coordenação do SINDEC,
ficando responsável por sua articulação, coordenação e supervisão técnica.
§ 3º Para o funcionamento integrado do SINDEC, os Estados, Distrito Federal e Municípios encaminharão à
Secretaria Nacional de Defesa Civil informações atualizadas a respeito das respectivas unidades locais responsáveis
pelas ações de defesa civil em suas jurisdições, de acordo com o art. 2º da Medida Provisória nº 494, de 2 de julho de
2010.
§ 4º Em situações de desastres, os integrantes do SINDEC na localidade atingida, indicados nos termos do § 3º,
atuarão imediatamente, instalando, quando possível, sala de coordenação de resposta ao desastre, de acordo com
sistema de comando unificado de operações adotado pela Secretaria Nacional de Defesa Civil.
§ 5º O SINDEC contará com Grupo de Apoio a Desastres - GADE, vinculado à Secretaria Nacional de Defesa Civil,
formado por equipe multidisciplinar, mobilizável a qualquer tempo, para atuar nas diversas fases do desastre em
território nacional ou em outros países.
§ 6º Para coordenar e integrar as ações do SINDEC em todo o território nacional, a Secretaria Nacional de Defesa
Civil manterá um centro nacional de gerenciamento de riscos e desastres, com a finalidade de agilizar as ações de
resposta, monitorar desastres, riscos e ameaças de maior prevalência;
§ 7º A Secretaria Nacional de Defesa Civil poderá solicitar o apoio dos demais órgãos e entidades que integram o
SINDEC, bem como da Administração Pública federal, para atuarem junto ao ente federado em situação de
emergência ou estado de calamidade pública.
§ 8º As despesas decorrentes da atuação de que trata o § 7º, correrão por conta de dotação orçamentária de cada órgão
ou entidade.
§ 9º O SINDEC mobilizará a sociedade civil para atuar em situação de emergência ou estado de calamidade pública,
coordenando o apoio logístico para o desenvolvimento das ações de defesa civil.
Art. 6º O Conselho Nacional de Defesa Civil - CONDEC integra o SINDEC como órgão colegiado, de natureza
consultiva, tendo como atribuição propor diretrizes para a política nacional de defesa civil, em face dos objetivos
estabelecidos no art. 4º.
§ 1º O CONDEC será composto por um representante e suplente de cada órgão a seguir indicado: I - Ministério da
Integração Nacional, que o coordenará; II - Casa Civil da Presidência da República; III - Gabinete de Segurança
Institucional da Presidência da República; IV - Ministério da Defesa; V - Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão; VI - Ministério das Cidades; VII - Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; VIII -
Ministério da Saúde; IX - Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República.
180
§ 2º Além dos representantes previstos no § 1º, comporão, ainda, o CONDEC: I - dois representantes dos Estados e
Distrito Federal; II - três representantes dos Municípios; e III - três representantes da sociedade civil.
§ 3º A Secretaria Nacional de Defesa Civil exercerá a função de Secretaria-Executiva do CONDEC, fornecendo o
apoio administrativo e os meios necessários à execução de seus trabalhos.
§ 4º A participação no CONDEC será considerada prestação de serviço público relevante, não remunerada.
§ 5º Os representantes dos Estados, Distrito Federal, Municípios e da sociedade civil, serão indicados e designados na
forma a ser disciplinada pelo Ministério da Integração Nacional.
§ 6º O CONDEC poderá convidar representantes de outros órgãos da administração pública, de entidades privadas, de
organizações não-governamentais, de conselhos e de fóruns locais para o acompanhamento ou participação dos
trabalhos.
CAPÍTULO II
DO RECONHECIMENTO DA SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA E DO ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA
Art. 7º O reconhecimento da situação de emergência ou do estado de calamidade pública pelo Poder Executivo
federal se dará mediante requerimento do Poder Executivo do Estado, do Distrito Federal ou do Município afetado
pelo desastre.
§ 1º O requerimento previsto no caput deverá ser realizado diretamente ao Ministério da Integração Nacional, no
prazo máximo de dez dias após a ocorrência do desastre, devendo ser instruído com ato do respectivo ente federado
que decretou a situação de emergência ou o estado de calamidade pública e conter as seguintes informações:
I - tipo do desastre, de acordo com a codificação de desastres, ameaças e riscos, definida pelo Ministério da
Integração Nacional;
II - data e local do desastre;
III - descrição da área afetada, das causas e dos efeitos do desastre;
IV - estimativa de danos humanos, materiais, ambientais e serviços essenciais prejudicados;
V - declaração das medidas e ações em curso, capacidade de atuação e recursos humanos, materiais, institucionais e
financeiros empregados pelo respectivo ente federado para o restabelecimento da normalidade; e
VI - outras informações disponíveis acerca do desastre e seus efeitos.
§ 2º Após avaliação das informações apresentadas no requerimento a que se refere o § 1º e demais informações
disponíveis no SINDEC, o Ministro de Estado da Integração Nacional reconhecerá, por meio de Portaria, a situação
de emergência ou estado de calamidade, desde que a situação o justifique e que tenham sido cumpridos os requisitos
estabelecidos na Medida Provisória nº 494, de 2010, e neste Decreto.
§ 3º Considerando a intensidade do desastre e seus impactos social, econômico e ambiental, o Ministério da
Integração Nacional reconhecerá, independentemente do fornecimento das informações previstas no §1º, a situação
de emergência ou o estado de calamidade pública com base no Decreto do respectivo ente federado.
CAPÍTULO III
DAS TRANSFERÊNCIAS DE RECURSOS
Art. 8º As transferências obrigatórias da União aos órgãos e entidades dos Estados, Distrito Federal e Municípios para
a execução de ações de socorro, assistência às vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução,
observarão os requisitos e procedimentos previstos na Medida Provisória nº 494, de 2010, e neste Decreto.
Art. 9º Reconhecida a situação de emergência ou o estado de calamidade pública, o Ministério da Integração
Nacional, com base nas informações obtidas e na sua disponibilidade orçamentária e financeira, definirá o montante
de recursos a ser disponibilizado para a execução das ações especificadas nos incisos V, VI e VII do art. 2º.
Parágrafo único. A transferência dos recursos se dará mediante depósito em conta específica do ente beneficiário em
instituição financeira oficial federal.
181
Art. 9º-A. O pagamento das despesas realizadas pelo ente beneficiário com os recursos transferidos pelo Ministério
da Integração Nacional para a execução das ações especificadas nos incisos V, VI e VII do art. 2º será efetuado por
meio do Cartão de Pagamento de Defesa Civil - CPDC, vinculado à conta específica mantida em instituição
financeira oficial federal, nos termos deste Decreto. (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
Parágrafo único. O CPDC é instrumento de pagamento, emitido em nome do órgão ou entidade do Estado, Distrito
Federal ou Município beneficiário, operacionalizado por instituição financeira oficial federal contratada e utilizado
exclusivamente pelo portador nele identificado, respeitados os limites deste Decreto. (Incluído pelo Decreto nº 7.505,
de 2011)
Art. 9º-B. O representante legal do órgão ou entidade do Estado, Distrito Federal ou Município beneficiário será a
autoridade responsável pela administração dos recursos com o uso do CPDC, competindo-lhe, além de outras
responsabilidades estabelecidas na legislação e na regulamentação específica: (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de
2011)
I - definir os servidores ou empregados públicos, com vínculo permanente, portadores do CPDC; (Incluído pelo
Decreto nº 7.505, de 2011)
II - definir o limite de utilização e o valor disponível para cada portador do CPDC; (Incluído pelo Decreto nº 7.505,
de 2011)
III - alterar o limite de utilização e o valor disponível para cada portador do CPDC; e (Incluído pelo Decreto nº 7.505,
de 2011)
IV - expedir a ordem para disponibilização dos limites, eletronicamente, junto à instituição financeira. (Incluído pelo
Decreto nº 7.505, de 2011)
§ 1º Poderá haver delegação das competências previstas no caput a secretários estaduais ou municipais, bem como a
servidor ou empregado público com vínculo permanente no âmbito estadual ou municipal. (Incluído pelo Decreto nº
7.505, de 2011)
§ 2º A autoridade responsável pela administração dos recursos com o uso do CPDC, assinará Termo de
Responsabilidade de Administrador de Recursos Federais de Defesa Civil, que conterá suas obrigações e deveres no
uso do cartão, conforme especificação contida em ato do Ministro de Estado da Integração Nacional. (Incluído pelo
Decreto nº 7.505, de 2011)
§ 3º Para a operacionalização do CPDC, será firmado: (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
I - acordo de cooperação técnica entre a União e a instituição financeira oficial federal, que conterá a obrigação de
envio, por meio eletrônico ou magnético, das informações de movimentação do CPDC ao Ministério da Integração
Nacional e à Controladoria-Geral da União, bem como disciplinará a forma e a periodicidade desse envio. (Incluído
pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
II - contrato específico entre a instituição financeira oficial federal e o órgão ou entidade do Estado, Distrito Federal
ou Município beneficiário, que concederá expressa autorização de acesso aos extratos de movimentação do CPDC ao
Ministério da Integração Nacional e à Controladoria-Geral da União, para fins de controle e divulgação no Portal da
Transparência, instituído pelo Decreto no 5.482, de 30 de junho de 2005. (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
§ 4º O uso do CPDC não dispensará o órgão ou entidade do Estado, Distrito Federal ou Município beneficiário da
apresentação ao Ministério da Integração Nacional da prestação de contas do total de recursos recebidos, nos termos
da legislação vigente. (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
Art. 9º-C. Na execução dos recursos transferidos pela União, são vedados: (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
I - a aceitação de qualquer acréscimo no valor da despesa decorrente da utilização do CPDC; (Incluído pelo Decreto
nº 7.505, de 2011)
II - a utilização do CPDC no exterior; (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
III - a cobrança de taxas de adesão, manutenção, anuidades ou quaisquer outras despesas decorrentes da obtenção ou
do uso do CPDC; e (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
IV - a realização de saque em dinheiro por meio do CPDC. (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
182
Art. 9º-D. A autoridade responsável pela administração dos recursos será o principal portador do CPDC do órgão ou
entidade do Estado, Distrito Federal ou Município beneficiário. (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
§ 1º Poderão ser autorizados como portadores do CPDC os agentes referidos no inciso I do art. 9º- B e os secretários
estaduais e municipais, que firmarão Termo de Responsabilidade do Portador perante a autoridade responsável pela
administração dos recursos do ente ou entidade beneficiária, o qual conterá suas obrigações e deveres. (Incluído pelo
Decreto nº 7.505, de 2011)
§ 2º O órgão ou entidade do Estado, Distrito Federal ou Município beneficiário remeterá ao Ministério da Integração
Nacional e à Controladoria-Geral da União listagem contendo os seguintes dados dos portadores do CPDC: (Incluído
pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
I - nome; (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
II - cargo, emprego ou função, além de sua matrícula funcional no ente ou entidade; (Incluído pelo Decreto nº 7.505,
de 2011)
III - endereço residencial; e (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
IV - número no Cadastro de Pessoa Física - CPF. (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
§ 3º São deveres do portador do CPDC, além de outros definidos no termo de responsabilidade, referido no § 1º deste
artigo: (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
I - guarda e zelo do cartão; (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
II - bom emprego dos valores nele contidos; (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
III - proibição de autorização de uso por outra pessoa; (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
IV - comunicação às autoridades sobre perda ou roubo; e (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
V - guarda de notas fiscais, recibos ou qualquer outro documento que comprove a despesa paga com o CPDC, e que
contenha, no mínimo: (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
a) o nome do beneficiário do pagamento; (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
b) o número no Cadastro de Pessoa Física - CPF ou Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ; (Incluído pelo
Decreto nº 7.505, de 2011)
c) o endereço da pessoa física ou do estabelecimento comercial; (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
d) o valor pago; e (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
e) a descrição sumária do objeto do pagamento, com quantitativos. (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
Art. 10. As transferências de recursos voltadas à execução de ações de reconstrução deverão ser precedidas da
apresentação de Plano de Trabalho pelo ente beneficiário no prazo de até quarenta e cinco dias após o
reconhecimento da situação de emergência ou do estado de calamidade pública.
§ 1º O Plano de Trabalho conterá:
I - levantamento de danos materiais causados pelo desastre;
II - identificação das ações de reconstrução, acompanhadas das respectivas estimativas financeiras;
III - etapas ou fases de execução;
IV - plano de aplicação dos recursos financeiros;
V - cronograma de desembolso; e
VI - previsão de início e fim da execução das ações, bem como da conclusão das etapas ou fases programadas.
§ 2º Independentemente da apresentação do Plano de Trabalho de que trata o §1º, o Ministério da Integração Nacional
poderá antecipar a liberação de parte dos recursos destinados às ações de reconstrução.
§ 3º As ações implementadas com os recursos antecipados na forma do § 2º deverão estar contempladas no Plano de
Trabalho previsto no caput.
183
§ 4º No caso de recuperação ou reconstrução de edificações no mesmo local do desastre, tratando-se de posse mansa
e pacífica, poderá ser dispensada a comprovação da propriedade do imóvel pelos respectivos beneficiários.
Art. 11. A utilização dos recursos transferidos nos termos dos arts. 9º e 10 pelo ente beneficiário está vinculada
exclusivamente à execução das ações previstas neste Decreto, além das especificadas pelo Ministério da Integração
Nacional quando da liberação dos recursos.
§ 1º Constatada a presença de vícios na documentação apresentada, malversação, desvios ou utilização dos recursos
transferidos em desconformidade com o disposto na Lei nº 12.340, de 2010, e neste Decreto, o Ministério da
Integração Nacional suspenderá a liberação dos recursos e não efetuará novas transferências ao órgão ou entidade do
Estado, Distrito Federal ou Município beneficiário até que a situação seja regularizada, bem como suspenderá a
utilização do CPDC, quando for o caso. (Redação dada pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
§ 2º A utilização dos recursos em desconformidade com as ações especificadas pelo Ministério da Integração
Nacional acarretará ao órgão ou entidade do Estado, Distrito Federal ou Município beneficiário a obrigação de
devolvê-los devidamente atualizados, conforme legislação aplicável. (Redação dada pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
§ 3º O Ministério da Integração Nacional notificará o órgão ou entidade do Estado, Distrito Federal ou Município
beneficiário, cuja utilização dos recursos transferidos for considerada irregular, para que apresente justificativa no
prazo de trinta dias. (Redação dada pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
§ 4º Se as razões apresentadas na justificativa de que trata o § 3º não demonstrarem a regularidade na aplicação dos
recursos, o Ministério da Integração Nacional dará ciência do fato ao órgão ou entidade do Estado, Distrito Federal
ou Município beneficiário, que deverá providenciar a devolução dos recursos no prazo de trinta dias. (Redação dada
pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
§ 5º Na hipótese de não devolução dos recursos pelo órgão ou entidade do Estado, Distrito Federal ou Município
beneficiário notificado, o Ministério da Integração Nacional deverá comunicar o fato aos órgãos de controle interno
ou externo competentes para adoção das medidas cabíveis. (Redação dada pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
§ 6º Nos casos em que as hipóteses de malversação, má utilização e desvio dos recursos transferidos forem
constatadas pelo próprio órgão ou entidade do Estado, Distrito Federal ou Município beneficiário, o CPDC deverá ser
imediatamente bloqueado em relação ao portador responsável pela conduta, podendo as autoridades referidas no
caput e no § 1º do art. 9º-B, designar novo portador. (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
§ 7º O processo administrativo instaurado para fins disciplinares nas hipóteses previstas no § 6º deverá ser
reproduzido em meio físico ou eletrônico para imediata comunicação ao Ministério da Integração Nacional e à
Controladoria-Geral da União. (Incluído pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
Art. 12. O planejamento e a execução das ações de prevenção previstas no inciso IX do art. 2º são de
responsabilidade de todos os órgãos integrantes do SINDEC e dos demais órgãos da Administração Pública federal,
estadual, distrital e municipal que setorialmente executem ações nas áreas de saneamento, transporte e habitação, bem
assim em outras áreas de infraestrutura.
CAPÍTULO IV
DA PRESTAÇÃO DE CONTAS E DA FISCALIZAÇÃO
Art. 13. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios beneficiários das transferências de que trata o art. 4º da
Medida Provisória nº 494, de 2010, apresentarão ao Ministério da Integração Nacional a prestação de contas do total
dos recursos recebidos.
Art. 14. A prestação de contas de que trata o art. 13 deverá ser apresentada pelo ente beneficiário no prazo de trinta
dias a contar do término da execução das ações a serem implementadas com os recursos transferidos pelo Ministério
da Integração Nacional e será composta dos seguintes documentos:
I - relatório de execução físico-financeira;
II - demonstrativo da execução da receita e despesa, evidenciando os recursos recebidos e eventuais saldos;
III - relação de pagamentos e de bens adquiridos, produzidos ou construídos;
184
V - extrato da conta bancária específica do período do recebimento dos recursos e conciliação bancária, quando for o
caso;
VI - relação de beneficiários, quando for o caso;
VII - cópia do termo de aceitação definitiva da obra ou serviço de engenharia, quando for o caso; e
VIII - comprovante de recolhimento do saldo de recursos, quando houver.
§ 1º A autoridade responsável pela prestação de contas que inserir ou fizer inserir documentos ou declaração falsa ou
diversa da que deveria ser inscrita, com o fim de alterar a verdade sobre o fato, será responsabilizada na forma da lei.
§ 2º Os entes beneficiários manterão, pelo prazo de cinco anos, contados da data de aprovação da prestação de contas
de que trata o art. 13, os documentos a ela referentes, inclusive os comprovantes de pagamentos efetuados com os
recursos financeiros transferidos na forma deste Decreto, ficando obrigados a disponibilizá-los, sempre que
solicitado, ao Ministério da Integração Nacional, ao Tribunal de Contas da União e ao Sistema de Controle Interno do
Poder Executivo federal.
Art. 15. O Ministério da Integração Nacional acompanhará e fiscalizará a aplicação dos recursos transferidos na
forma prevista no art. 8º, e poderá expedir normas complementares para o cumprimento do disposto neste Decreto.
(Redação dada pelo Decreto nº 7.505, de 2011)
Art. 16. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 17. Ficam revogados os Decretos nºs 5.376, de 17 de fevereiro de 2005, e 6.663, de 26 de novembro de 2008.
Brasília, 4 de agosto de 2010;
189º da Independência e 122º da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Paulo Bernardo Silva
João Reis Santana Filho
185
PORTARIA Nº 607, DE 18 DE AGOSTO DE 2011 (Regulamenta o uso do Cartão de Pagamento de Defesa Civil –
CPDC)
O MINISTRO DE ESTADO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL, no uso das atribuições
que lhe confere o art. 87, parágrafo único, inciso II da Constituição Federal, e
considerando o disposto no art. 3º do Decreto nº 7.505 de 27 de junho de 2011, resolve:
Título I
Das Disposições Preliminares
Art. 1º Ficam definidas, por esta Portaria, as regras para a utilização do Cartão de Pagamento de Defesa Civil -
CPDC.
Art. 2º O CPDC é destinado ao pagamento de despesas com os recursos transferidos pela União, por intermédio do
Ministério da Integração Nacional, para execução de ações de socorro, assistência às vítimas e restabelecimento de
serviços essenciais, definidas pelo Decreto nº 7.257, de 4 de agosto de 2010, realizadas pelos órgãos ou entidades dos
Estados, Distrito Federal e Municípios, exclusivamente em situações de emergência ou estado de calamidade pública
reconhecidos pela Secretaria Nacional de Defesa Civil.
Parágrafo único. O CPDC é instrumento de pagamento, isento de taxa de adesão e anuidade, emitido em nome do
órgão ou entidade do Estado, Distrito Federal ou Município beneficiário, operacionalizado por instituição financeira
oficial federal, utilizado exclusivamente pelo portador nele identificado.
Art. 3º Para os fins desta Portaria, considera-se:
I - CPDC: Cartão de Pagamento de Defesa Civil, com a função débito, válido em todo território nacional, emitido por
instituição financeira oficial federal que tenha firmado acordo de cooperação técnica com a União, com bandeira
parceira, destinado a Unidades de Governo dos Estados, Distrito Federal e Municípios; (Redação dada pela Portaria
nº 274, de 3 de julho de 2013)
II - Instituição financeira: instituição financeira oficial federal que tenha firmado acordo de cooperação técnica com a
União para operacionalização do CPDC;
III - Unidade de Governo: órgão do Estado, Distrito Federal ou Município, com CNPJ próprio, ou filial ao do ente ao
qual é subordinado, detentor ou não de atribuição de unidade gestora de orçamento, que adere ao contrato de
prestação de serviços firmado pelo ente federado beneficiário com a instituição financeira responsável pela
operacionalização do CPDC, e que mantém a Conta de Relacionamento na qual serão creditados os recursos
repassados pelo Ministério da Integração Nacional; (Redação dada pela Portaria nº 274, de 3 de julho de 2013)
IV - Conta de Relacionamento: conta corrente específica para uso do CPDC, aberta em nome da Unidade de
Governo; (Redação dada pela Portaria nº 274, de 3 de julho de 2013)
V - Proposta de adesão: formulário de adesão ao CPDC, assinado pelo Representante Legal da Unidade de Governo,
que se responsabiliza pelas transações efetuadas com os cartões emitidos, em que consta campo específico para
informação sobre o contrato de prestação de serviços firmado pelo ente federado beneficiário com a instituição
financeira responsável pela operacionalização do CPDC;
VI - Representante Autorizado do Centro de Custos: pessoa autorizada pelo Representante Legal da Unidade de
Governo a gerir o Centro de Custos a que pertence, cadastrando e excluindo portadores vinculados exclusivamente a
este Centro de Custos e aplicando-lhes o limite para uso do CPDC;
VII - Portador: agente público autorizado a utilizar o CPDC pelo Representante Legal da Unidade de Governo ou
pelo Representante Autorizado do Centro de Custos;
VIII - Limite: valor máximo de recursos disponível para utilização do CPDC, de forma diferenciada, para cada
Unidade de Governo, Centro de Custos e Portador.
186
IX - Instrumento: corresponde ao número gerado pelo SIAFI para o repasse de recursos pelo Ministério da Integração
Nacional, relativos às transferências obrigatórias de que tratam a Lei 12.340, de 1º de dezembro de 2010, e o Decreto
nº 7.257, de 4 de agosto de 2010.
X - Centro de Custos: subdivisão interna na estrutura de cadastramento de cartões, empregada para a distribuição de
limites de utilização aos beneficiários. (Incluído pela Portaria nº 274, de 3 de julho de 2013)
Título II
Da Implementação do CPDC
Art. 4º O pagamento das despesas realizadas pelo ente beneficiário com os recursos transferidos pelo Ministério da
Integração Nacional para a execução das ações de socorro, assistência às vítimas e restabelecimento de serviços
essenciais, definidas pelo Decreto nº 7.257, de 4 de agosto de 2010, será efetuado apenas por meio do CPDC. (NR)
Título III
Da Utilização do CPDC
Art. 5º O CPDC somente poderá ser utilizado para aquisição de materiais ou contratação de serviços relacionados a
ações de socorro, assistência às vítimas e restabelecimento de serviços essenciais. Parágrafo único. Os gastos com o
CPDC poderão ser realizados em locais credenciados pela bandeira do cartão, por meio de terminais de compras e
maquinetas manuais.
Art. 6º São vedados com a utilização do CPDC:
I - a aceitação de qualquer acréscimo no valor da despesa decorrente da utilização do cartão;
II - a utilização do cartão no exterior;
III - a cobrança de taxas de adesão, manutenção, anuidades ou quaisquer outras despesas decorrentes da obtenção ou
do uso do cartão;
IV - a realização de saque em dinheiro ou de compras parceladas.
Art. 7º O uso do CPDC não dispensará o Estado, Distrito Federal ou Município beneficiário da apresentação ao
Ministério da Integração Nacional da prestação de contas do total de recursos recebidos, nos termos da legislação
vigente.
Título IV
Da Operacionalização do CPDC
Art. 8º Para a operacionalização do CPDC, será firmado acordo de cooperação técnica entre a União, por intermédio
do Ministério da Integração Nacional, e instituição financeira oficial federal, que conterá a obrigação de envio, por
meio eletrônico ou magnético, das informações de movimentação do CPDC ao Ministério da Integração Nacional e à
Controladoria-Geral da União, bem como disciplinará a forma e a periodicidade desse envio.
Art. 9º Os entes federados beneficiários de transferências obrigatórias da União para execução de ações de socorro,
assistência e restabelecimento de serviços essenciais deverão observar os seguintes procedimentos para a
operacionalização do CPDC:
I - Firmar contrato de prestação de serviços com a instituição financeira responsável pela operacionalização do
CPDC, estabelecendo as respectivas cláusulas e condições, dentre as quais autorização expressa de acesso aos
extratos de movimentação do CPDC ao Ministério da Integração Nacional e à Controladoria-Geral da União, para
fins de controle e divulgação no Portal da Transparência, instituído pelo Decreto nº 5.482, de 30 de junho de 2005;
II - Providenciar a abertura ou formalização da Conta de Relacionamento junto à instituição financeira, em nome da
Unidade de Governo, responsabilizando-se por todas as transações efetuadas com o uso do CPDC, nos termos do art.
13. (NR) (Redação dada pela Portaria nº 274, de 3 de julho de 2013)
Parágrafo único. Para cada Instrumento deverá ser aberta uma Conta de Relacionamento específica.
187
Art. 10. Para a abertura da Conta de Relacionamento, o Representante Legal da Unidade de Governo deverá realizar
seu cadastramento na agência de relacionamento da instituição financeira responsável pela emissão do CPDC, onde
apresentará os seguintes documentos:
I - Contrato do Cartão de Pagamento de Defesa Civil;
II - Proposta de Adesão ao CPDC;
III - Cadastro de Centro de Custos; IV - Cadastro do(s) Portador(es);
V - Inclusão de Representante Autorizado (se for o caso), para cada Centro de Custos; e
VI - Cartões de autógrafo para o Representante Legal e Representante(s) Autorizado(s). Parágrafo Único. Após a
formalização do CPDC, o ente federado beneficiário deverá comunicar à Secretaria Nacional de Defesa Civil o CNPJ
da Unidade de Governo, o número da agência, da Conta de Relacionamento, e o número identificador do(s) Centro(s)
de Custos, fornecidos pela instituição financeira. (NR) (Redação dada pela Portaria nº 274, de 3 de julho de 2013)
Art. 11. A Secretaria Nacional de Defesa Civil – SEDEC poderá providenciar a abertura da conta do CPDC, em nome
dos entes federados, junto à agência bancária em que estes já mantenham conta de relacionamento com a instituição
financeira oficial federal responsável pela operacionalização do CPDC.
§ 1º A conta terá como Representante Autorizado o Representante Legal do ente federado.
§ 2º Os números da conta e do Centro de Custos serão informados ao ente federado pela SEDEC.
§ 3º A conta e o CPDC permanecerão bloqueados para movimentação até que o Representante Legal do ente federado
providencie a respectiva formalização junto a sua agência de relacionamento, por meio da apresentação dos
documentos listados no art. 10, caput. (NR) (Redação dada pela Portaria nº 274, de 3 de julho de 2013)
Art. 12. O Ministério da Integração Nacional comunicará o ente federado beneficiário, quando o crédito for efetuado
na Conta de Relacionamento.
Título V
Da Gestão dos Recursos pelo Ente Federado Beneficiário
Art. 13. O Representante Legal do Estado, Distrito Federal ou Município beneficiário será a autoridade responsável
pela administração dos recursos com o uso do CPDC, competindo-lhe, além de outras responsabilidades estabelecidas
na legislação e na regulamentação específica:
I - providenciar a abertura da Conta de Relacionamento junto à instituição financeira, em nome da Unidade de
Governo, ou sua formalização, na hipótese prevista no art. 11; (Redação dada pela Portaria nº 274, de 3 de julho de
2013)
II - definir os servidores ou empregados públicos, com vínculo permanente, Portadores do CPDC;
III - definir e/ou alterar o limite de utilização e o valor disponível para cada Centro de Custos e cada Portador do
CPDC;
IV - expedir a ordem para disponibilização dos limites, eletronicamente, junto à instituição financeira.
§ 1º Poderá haver delegação das competências previstas no caput ao Representante Legal da Unidade de Governo,
desde que atendidos os requisitos previstos no § 1º do art. 9º-B do Decreto nº 7.257/2010.
§ 2º As obrigações e deveres da autoridade responsável pela administração dos recursos com o uso do CPDC, a que
se refere o § 2º do art. 9º-B do Decreto nº 7.257, de 4 de agosto de 2010, estarão contidas no contrato a ser firmado
entre o ente federado beneficiário e a instituição financeira responsável pela operacionalização do CPDC. (NR)
(Redação dada pela Portaria nº 37, de 31 de janeiro de 2012)
Título VI
Dos Limites de Utilização do CPDC
Art. 14. Quando os recursos forem destinados diretamente para o Município, o limite da Unidade de Governo é o
valor total dos recursos transferidos pelo Ministério da Integração Nacional.
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Art. 15. Nos casos de recursos destinados diretamente ao Estado ou Distrito Federal, em que não haja previsão de
repasse para Municípios, o limite da Unidade de Governo é o valor total dos recursos transferidos pelo Ministério da
Integração Nacional.
Art. 16. Nos casos previstos nos arts. 14 e 15, o Representante Legal da Unidade de Governo cadastrará apenas um
Centro de Custos para cada Conta de Relacionamento e definirá os limites individuais de cada Portador do CPDC.
Art. 17. Quando os recursos forem transferidos a Estado, com previsão de sub-repasse a Municípios, cada Município
corresponderá a um Centro de Custos distinto, porém vinculado a uma mesma Conta de Relacionamento.
§ 1º O Representante Legal da Unidade de Governo do Estado fornecerá à instituição financeira as seguintes
informações, por meio do formulário de Cadastramento de Centro de Custos, para cada Município:
I - nome, data de nascimento, RG e CPF do Representante Autorizado do Centro de Custos; (Redação dada pela
Portaria nº 274, de 3 de julho de 2013)
II - endereço e CNPJ do Município;
III - número do Instrumento;
IV - código SIAFI do Município;
V - limite destinado ao Centro de Custos gerado para o Município.
§ 2º O limite do Centro de Custos do Estado repassador diminui à medida em que for disponibilizado aos Centros de
Custos gerados para os Municípios.
§ 3º A soma dos limites dos Centros de Custos não pode exceder o limite da respectiva Conta de Relacionamento da
Unidade de Governo do Estado.
§ 4º Cada Centro de Custos terá um Representante Autorizado, que deverá:
I - controlar o limite de utilização destinado ao Centro de Custos a que se vincula;
II - cadastrar ou excluir Portadores vinculados ao seu Centro de Custos; e
III - definir e acompanhar o limite de utilização do cartão de cada Portador. Art. 18. Após a liberação de recursos pelo
Ministério da Integração Nacional, o limite do valor máximo de transação do CPDC será alterado, automaticamente,
para o valor repassado.
§ 1º Os recursos liberados serão automaticamente aplicados, pela instituição financeira, em fundos de investimentos
destinados ao mercado do setor público e constituirão o limite de utilização do CPDC, com aplicação e resgate
automático.
§ 2º Quando houver necessidade de alteração do limite do Portador, o novo limite será o resultado do acréscimo ou
redução do valor a alterar, deduzindo todas as compras já efetuadas.
Art. 19. O limite de cada Centro de Custos será atualizado diariamente, deduzindo-se o valor das transações efetuadas
pelos Portadores, no momento da autorização da transação pelo Portador.
Art. 20. O limite do Portador é individual e será estipulado pelo Representante Legal da Unidade de Governo ou pelo
Representante Autorizado do Centro de Custos, não podendo ultrapassar o limite do respectivo Centro de Custos.
Título VII
Do(s) Portador(es) do CPDC
Art. 21. A autoridade responsável pela administração dos recursos, indicada no art. 13, será o principal Portador do
CPDC.
§ 1º Poderão ser autorizados como Portadores do CPDC servidores ou empregados públicos, com vínculo
permanente, e os secretários estaduais e municipais, que firmarão Termo de Responsabilidade do Portador, o qual
conterá suas obrigações e deveres, conforme modelo constante no Anexo Único. (Redação dada pela Portaria nº 37,
de 31 de janeiro de 2012)
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§ 2º A autoridade referida no caput será responsável pela guarda dos Termos de Responsabilidade dos Portadores
referidos no parágrafo anterior, devidamente assinados, devendo disponibilizá-los sempre que solicitados pelo
Ministério da Integração Nacional ou por órgãos de controle da Administração Pública. (Redação dada pela Portaria
nº 37, de 31 de janeiro de 2012)
§ 3º São deveres do Portador do CPDC, além de outros definidos no termo de responsabilidade, referido no § 1º deste
artigo:
I - guarda e zelo do cartão;
II - bom emprego dos valores nele contidos;
III - proibição de autorização de uso por outra pessoa;
IV - comunicação às autoridades no caso de perda ou roubo, e solicitação de bloqueio à instituição financeira; e
(Redação dada pela Portaria nº 274, de 3 de julho de 2013)
V - guarda de notas fiscais, recibos ou qualquer outro documento que comprove a despesa paga com o CPDC, e que
contenha, no mínimo:
a) o nome do beneficiário do pagamento;
b) o número no Cadastro de Pessoa Física - CPF ou Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ;
c) o endereço da pessoa física ou do estabelecimento comercial;
d) o valor pago; e
e) a descrição sumária do objeto do pagamento, com quantitativos.
Art. 22. No momento do preenchimento da Proposta de Adesão pelo Representante Legal da Unidade de Governo,
serão definidas as permissões de uso do CPDC pelo(s) Portador(es). Esta opção irá autorizar ou bloquear a utilização
do cartão em compras a distância (internet/telefone).
§ 1º Na eventualidade de não permissão ao nível de Unidade de Governo, o impedimento se estenderá todos os
Centros de Custos e Portadores.
§ 2º No caso de permissão ao nível de Unidade de Governo, o Representante Autorizado de cada Centro de Custos,
poderá, se necessário, bloquear a sua utilização pelos Portadores vinculados ao seu respectivo Centro de Custos.
Art. 23. O Portador cadastrado deve se dirigir a uma agência da instituição financeira para registro da senha de
utilização do CPDC. (NR) (Redação dada pela Portaria nº 274, de 3 de julho de 2013)
Parágrafo único. O CPDC somente será gerado após o cadastramento da senha pelo Portador.
Art. 24. O Portador terá um cartão correspondente a cada Centro de Custos ao qual esteja vinculado.
Título VIII
Disposições Finais
Art. 25. Caso haja saldo financeiro remanescente na Conta de Relacionamento após o término da execução das ações
de socorro, assistência às vítimas e restabelecimento de serviços essenciais, inclusive referente a rendimentos de
aplicação financeira, o ente federado beneficiário deverá devolvê-lo à União por meio de pagamento com o CPDC, de
Guia de Recolhimento, mediante a utilização de procedimento e código específico estabelecido pela instituição
financeira emissora do cartão, no prazo fixado para a prestação de contas, nos termos da legislação pertinente.
(Redação dada pela Portaria nº 37, de 31 de janeiro de 2012)
Art. 26. (Revogado pela Portaria nº 274, de 3 de julho de 2013)
Art. 27. Os dados referentes aos gastos realizados com o CPDC serão divulgados no Portal da Transparência,
mensalmente, pela Controladoria Geral da União - CGU.
Art. 28. Os casos omissos e demais instruções que se fizerem necessários serão dirimidos pelo Secretário Nacional de
Defesa Civil.
Art. 29. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
FERNANDO BEZERRA DE SOUZA COELHO
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ANEXO ÚNICO
CARTÃO DE PAGAMENTO DE DEFESA CIVIL
TERMO DE RESPONSABILIDADE DE PORTADOR
Eu, ________________________________________________, portador do RG nº _________ e CPF
nº_____________________, ciente do conteúdo da Lei nº 12.340, de 1º de dezembro de 2010, do Decreto nº 7.257,
de 04 de agosto de 2010, e suas alterações, e da Portaria do Ministério da Integração Nacional nº 607, de 19 de agosto
de 2011, assumo a responsabilidade pela utilização do Cartão de Pagamento de Defesa Civil - CPDC em
conformidade com a citada legislação, comprometendo-me a: I - utilizar o CPDC exclusivamente para aquisição de
materiais ou contratação de serviços relacionados a ações de socorro, assistência às vítimas e restabelecimento de
serviços essenciais, de acordo com os limites definidos pelo Representante Legal do ente beneficiário; II - manter a
guarda e uso pessoal e intransferível do Cartão; III - comunicar às autoridades sobre perda ou roubo do Cartão e
solicitar o respectivo bloqueio à instituição financeira; IV - não utilizar o CPDC no exterior; V - não realizar saque
em dinheiro; VI - guardar notas fiscais, recibos ou qualquer outro documento que comprove a despesa paga com o
CPDC, e que contenha, no mínimo: a) o nome do beneficiário do pagamento; b) o número no Cadastro de Pessoa
Física - CPF ou Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ; c) o endereço da pessoa física ou do estabelecimento
comercial; d) o valor pago; e e) a descrição sumária do objeto do pagamento, com quantitativos. VII - prestar contas
dos gastos realizados com o CPDC ao Representante Legal do ente beneficiário.
Data
Assinatura
Nome
Cargo
(Redação do Anexo Único dada pela Portaria nº 274, de 3 de julho de 2013, que altera a redação dada pela Portaria nº
37, de 31 de janeiro de 2012)
191
REFERÊNCIAS
______. Lei nº 12.608, de 10 de abril de 2012. Dispões sobre Institui a Política Nacional de
Proteção e Defesa Civil - PNPDEC; dispõe sobre o Sistema Nacional de Proteção e Defesa
Civil - SINPDEC e o Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil - CONPDEC;
192
Desastres. Comunicação de riscos e de desastres. Curso à distância. Florianópolis:
CEPED, 2010.
______.1ª Conferência Nacional de Defesa Civil e Ajuda Humanitária: por uma ação integral
e contínua: Diretrizes aprovadas. Brasília: Secretaria Nacional de Defesa Civil, 2010.
Disponível em: <http://www.conferenciadefesacivil.org/ downloads/1_cndc/CNDC_caderno_
diretrizes.pdf>. Acesso em 20 mai 2010.
______. Secretaria Nacional de Defesa Civil, 2006. In: Marco de Ação de Hyogo para
2005-2015: Aumento da Resiliência das Nações e das Comunidades frente aos Desastres.
p. 6.
CASTRO, Antônio Luiz Coimbra de. Glossário de defesa civil estudos de riscos e
medicina de desastres. Brasília: Ministério da Integração Nacional. 2ª Ed. 1999. p. 191.
______. Antônio Luiz Coimbra de. Manual de Desastres Naturais. Vol I. Ministério da
Integração Nacional. Brasília, 2003.
193
______. Despesas do Poder Executivo por Programa, 2008 – 2010: Defesa Civil
Permanente In: Portal da Transparência Ceará. Fortaleza: 2011
DAFT. Richard. Planejamento Estratégico. 4ª Ed. Ver. E atual. Sextante. São Paulo, SP.
2010.
GOMES, Carla Amado & SARAIVA, Rute Gil. Actas do Colóquio. Catástrofes Naturais:
uma realidade multidimensional. ICJP - 24 de Outubro de 2012. Disponível em:<
http://www.icjp.pt/sites/default/files/ publicacoes/files/ebook_catastrofes_final1_isbn .pdf>.
Acesso em: 07 de maio de 2014.
194
Internacionais. Disponível em:<http://www.gddc.pt/direitos-humanos/textos-internacionais-
dh/tidhuniversais/dih-prot-I-conv-genebra-12-08-1949.html>. Acesso em: 8 de maio de 2014.
______. 2009, Fortaleza. Equipe AVADAN. Apresentação em slides. Brasília, DF. 2009.
TORO A., José Bernardo e WERNECK, Nísia Maria Duarte. Mobilização Social: um Modo
de Construir a Democracia e a Participação. Brasília. ABEAS/UNICE, 1997.
195