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Módulo de Formação
Resposta: Gestão de
Desastres, Decretação e
Reconhecimento Federal
e Gestão de Recursos Federais
em Proteção em Defesa
Livro Base
1ª Edição
Brasília - DF
2017
Ministério da Integração Nacional
Presidência da República
Michel Miguel Elias Temer | Presidente
Ministério da integração nacional
Helder Zahluth Barbalho | Ministro
Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil
Renato Newton Ramlow | Secretário
Departamento de Prevenção e Preparação
Adelaide Maria Pereira Nacif | Diretora
Coordenação Geral de Prevenção e Preparação
Mushue Dayan Hampel Vieira | Coordenador
Divisão de Capacitação e Difusão do Conhecimento
Leno Rodrigues de Queiroz | Chefe
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Ficha técnica
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD
Moema Dutra Freire | Oficial de Programa Justiça, Direitos Humanos
e Gestão de Riscos de Desastres
Graziela da Silveira | Assistente de Programa
Fabio Ferreira Dias dos Santos | Auxiliar de Programa
Claudio Osorio Urzúa | Consultor Internacional
Ellen Cristina Balland | Orientação Pedagógica
Maria Inez Resende Cunha | Pesquisa e Texto
Três Design | Diagramação
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Apresentação
Em resposta aos princípios e diretrizes apontadas como prioritárias nas I e II Conferência Nacional de
Proteção e Defesa Civil, ocorridas em 2010 e 2014, e com objetivo de apoiar os Estados, Distrito Federal e
Municípios a implementarem a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil - PNPDEC, a Secretaria Nacional
de Proteção e Defesa Civil - SEDEC, do Ministério da Integração Nacional, disponibiliza ao Sistema Nacional
de Proteção e Defesa Civil – SINPDEC e a sociedade civil o Programa de Capacitação Continuada em
Proteção e Defesa Civil da SEDEC/MI, conforme estabelece a Lei 12.608 de 10 de abril de 2012 , que insti-
tuiu a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil – PNPDEC.
Como estratégia de implementação, o Programa foi estruturado em duas linhas de atuação: a elaboração
e publicação de conteúdos e a capacitação com foco na “Formação de Formadores” e na “Multiplicação aos
Municípios”. Norteado de acordo com o previsto na Política, que abrange as ações de prevenção, mitigação,
preparação, resposta e recuperação, está sendo executado por meio do Projeto de Cooperação Técnica Inter-
nacional BRA/12/017 – Fortalecimento da Cultura de Gestão de Riscos de Desastres no Brasil celebrado entre
a SEDEC/MI e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento-PNUD.
Os conteúdos programáticos são apresentados em três livros: Livro Base, Apostila do Instrutor e Apostila
do Aluno, com os seguintes ”Módulos de Formação”:
i. Prevenção: “Noções Básicas em Proteção e Defesa Civil e em Gestão de Riscos”
ii. Mitigação e Preparação: “Elaboração de Plano de Contingência”
iii. Resposta: “Gestão de Desastres, Decretação e Reconhecimento Federal e Gestão de Recursos Federais
em Proteção em Defesa Civil”
iv. Recuperação: “Gestão de Recursos Federais em Proteção e Defesa Civil para reconstrução”.
A metodologia de elaboração e atualização do presente módulo, partiu do levantamento do acervo didá-
tico-pedagógico utilizado nos cursos de capacitação promovidos pela SEDEC/MI com atuação exitosa e das
contribuições dos técnicos convidados, que integraram os Grupos de Trabalho – GT’s, compostos por repre-
sentantes de municípios, estados, academia, pedagogos, organismos internacionais e da SEDEC/MI.
O conjunto de publicações ora apresentados não encerra a necessidade de abordagem de temáticas
complementares demandadas pelo SINPDEC, havendo uma especial atenção para atualização e lançamento
de outros temas.
Esperamos que o material sirva de orientação aos integrantes do SINPDEC, assim como para a sociedade
civil, na prevenção e preparação à desastres e no fortalecimento da cultura de Proteção e Defesa Civil no
Brasil.
Boa leitura!
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Agradecimentos
A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil - SEDEC, do Ministério da Integração Nacional, agrade-
ce o apoio dos colaboradores, em especial aos órgãos estaduais e municipais de proteção e defesa civil e
demais participantes que formaram o grupo de trabalho, que contribuiu na discussão para elaboração dos
conteúdos a serem utilizados no Programa de Capacitação Continuada em Proteção e Defesa Civil da
SEDEC/MI.
A participação de profissionais de órgãos federais, estaduais, municipais e de organismos internacionais
de diversas áreas do conhecimento com interface em proteção e defesa civil, ofereceu uma visão ampla e
qualificada, essencial para a construção do Módulo III – Gestão de Desastres, Decretação e Reconheci-
mento Federal e Gestão de Recursos Federais em Proteção em Defesa Civil, com os seguintes represen-
tantes:
• Emerson Antônio Rocha Pazeto, Chefe Departamento de Resposta, Corpo de Bombeiro Militar do Espí-
rito Santo
• Fabio José Areias da Silva, Engenheiro Caixa Econômica Federal
• João Claúdio Schena, Chefe as Seção Técnica e de Convênios, Defesa Civil do Paraná
• José Luiz F. de Abreu, Gerente de Restabelecimento e Reabilitação, Secretaria de Estado da Defesa
Civil, Santa Catarina
• Kellen Salles, Subdiretora da Escola Estadual de Defesa Civil - ESDEC – Rio de Janeiro, RJ
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Lista de abreviaturas e siglas
ANA CPTEC
Agência Nacional de Águas Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos
ANEEL CREA
Agência Nacional de Energia Elétrica Conselho Regional de Engenharia
e Agronomia
ART
Anotação de Responsabilidade Técnica DNPM
Departamento Nacional de Produção Mineral
CADIN
Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do ECP
Setor Público Federal Estado de calamidade pública
CEMADEN EMATER
Centro Nacional de Monitoramento Empresa de Assistência Técnica
e Alertas de Desastres Naturais e Extensão Rural
CENAD FIDE
Centro Nacional de Gerenciamento Formulário de Informações do Desastre
de Risco e Desastres
IBAMA
CENSIPAM Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
Centro Gestor e Operacional do Sistema de Prote- e dos Recursos Naturais Renováveis
ção da Amazônia
IBGE
CEPED Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Centro Universitário de Estudos
e Pesquisas sobre Desastres INMET
Instituto Nacional de Meteorologia
CIMAN
Centro Integrado Multiagências INPE
Instituto Nacional de Pesquisas
CNEN Espaciais
Comissão Nacional de Energia Nuclear
LDO
COBRADE Lei de Diretrizes Orçamentárias
Codificação Brasileira de Desastres
LOA
CONASQ Lei Orçamentária Anual
Comissão Nacional de Segurança Química
MCID
CPDC Ministério das Cidades
Cartão de Pagamento da Defesa Civil
CPRM MD
Serviço Geológico do Brasil Ministério da Defesa
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MI SEI
Ministério da Integração Nacional Sistema Eletrônico de Informações
MS SIAFI
Ministério da Saúde Sistema Integrado de Administração Financeira
MTO SICONV
Manual Técnico de Orçamento Sistema de Gestão de Convênios
e Contratos de Repasse
NUDEC
Núcleo Comunitário de Defesa Civil SINPDEC
Sistema Nacional de Proteção
NUPDEC e Defesa Civil
Núcleo Comunitário de Proteção e Defesa Civil
SIPRON
OBSIS/UNB Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro
Observatório Sismológico/Universidade de Brasília
SNH
PAC Secretaria Nacional de Habitação
Programa de Aceleração do Crescimento
SUAS
PDR Sistema Único de Assistência Social
Plano Detalhado de Resposta
SUDAM
PLANCON Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia
Plano de Contingência
TCU
PNPDEC Tribunal de Contas da União
Política Nacional de Proteção
e Defesa Civil
PNUD
Programa das Nações Unidas para
o Desenvolvimento
PPA
Plano Plurianual
RDC
Regime Diferenciado de Contratações Públicas
S2ID
Sistema Integrado de Informações
Sobre Desastres
SE
Situação de emergência
SEDEC
Secretaria Nacional de Proteção
e Defesa Civil
8
Sumário
2. Introdução 16
3. Gestão de desastres 32
9
3.4. Ferramentas de gestão de desastres 52
Referências bibliográficas 84
Anexo A - Glossário 87
Anexo B - Legislação relacionada à resposta a desastres 93
Anexo C - Codificação brasileira de desastres - cobrade 95
Anexo D - Leituras complementares 97
Anexo E – Plano detalhado de resposta - PDR 100
Anexo F – Formulário de informações do desastre – FIDE 104
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Índice de figuras
Indice de quadros
Quadro 1. Exemplos de kit assitencia humanitária em diferentes regiões do Brasil. 47
Quadro 2. Descrição dos itens da ata de registro de preços da SEDEC, válida até 17/05/2017 61
Indice de tabelas
Tabela 1. Desastres naturais em 2015 23
Tabela 2. Distribuição, por continente, dos desastres naturais ocorridos em 2004 a 2014 23
Tabela 3. Número de registros de desastres por tipo e região geográfica - 2013 e 2014 28
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Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
Sobre o Livro
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Livro Base
12
Sobre o Livro Base
I. Objetivo
Consolidar conteúdos sobre Gestão de Risco e Proteção e Defesa Civil (Módulo 1), com ênfase na atuação
municipal, servindo como unidade de referência da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Minis-
tério da Integração Nacional.
Órgãos setoriais – órgãos e entidades da administração pública que se responsabilizam por ações integra-
das de proteção e defesa civil.
III. Distribuição
O Livro Base de cada módulo será um material de referência abrangente e amplamente disponível. Em meio
digital para download pelo site da SEDEC/MI e impresso para públicos específicos de multiplicadores da
SEDEC/MI.
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Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
1. O Significado do
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Livro Base
Símbolo da Proteção
e Defesa Civil no Brasil
e no Mundo
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1. O significado do símbolo da proteção e defesa civil no Brasil e no mundo
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Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
2. Introdução
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Livro Base
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2. Introdução
PREPARAÇÃO
MITIGAÇÃO RESPOSTA
Ações Integradas
Em Proteção E
Defesa Civil
PREVENÇÃO RECUPERAÇÃO
A Política Nacional de Proteção e Defesa Civil – jetivos instituídos na política e que devem ser seguidos
PNPDEC, estabelecida por meio da Lei 12.608, prevê por todos os membros do SINPDEC. Norteia os pro-
que as ações de proteção e defesa civil sejam orga- gramas, planos e projetos que tratam da temática e
nizadas pelas ações de prevenção, mitigação, prepa- define as competências dos entes federados.
ração, resposta e recuperação. Assim, para cada uma A PNPDEC deve se integrar integrar-se às políticas
delas há responsabilidades específicas, ao mesmo de ordenamento territorial, desenvolvimento urbano,
tempo em que se considera que façam parte de uma saúde, meio ambiente, mudanças climáticas, gestão
gestão sistêmica e contínua. de recursos hídricos, geologia, infraestrutura, educa-
O conjunto dessas ações é um processo contínuo, ção, ciência e tecnologia e às demais políticas setoriais,
integrado, permanente e interdependente, que envolve tendo em vista a promoção do desenvolvimento sus-
a prevenção, mitigação preparação, resposta e recu- tentável, dando indicações fundamentais das principais
peração, configurando uma gestão integrada em pro- políticas que se relacionam com a Gestão de Riscos.
teção e defesa civil. Estabelece ainda uma abordagem sistêmica para a
Há várias formas de representar esse processo, gestão de risco, dentro das ações de prevenção, mitiga-
como a Figura acima ção, preparação, resposta e recuperação. Como abor-
. dagem sistêmica deve-se considerar que as ações
2.1. A política nacional de proteção possuem relação entre si, e jamais ocorrem de maneira
e defesa civil – PNPDEC isolada. Ou seja, mesmo em momentos de recuperação,
por exemplo, a perspectiva da prevenção deve estar
A PNPDEC é o marco doutrinário da proteção e presente. É a isto que se refere o Marco de Sendai quando
defesa civil no Brasil, expresso pelas diretrizes e ob- menciona a máxima “Reconstruir Melhor que Antes”.
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Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
ÓRGÃO CONSULTIVO
ÓRGÃO CENTRAL
Conselho
1. BRASIL, 2012.
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2. Introdução
SECRETARIA NACIONAL DE
PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Coordenação de
Serviço de Apoio Administração e
administrativo e protocolo Assessoramento
mínima para esses órgãos, de maneira que Estados e Localmente, os gestores de proteção e defesa civil
Municípios possuem autonomia para definir como orga- devem fazer o esforço de verificar como articular-se
nizam sua área de proteção e defesa civil dentro da aos demais órgãos da administração pública, de
administração pública local. Assim, há locais em que maneira a fortalecer sua gestão integrada.
esses órgãos se constituem em secretarias específicas, d. Organizações comunitárias e sociedade civil
e outros em que se integram à estrutura de outras se- Em parágrafo único a Lei 12.608/12 abre a possi-
cretarias ou ao gabinete do prefeito, por exemplo. Inde- bilidade para que organizações comunitárias de caráter
pendente da forma, Estados e Municípios devem respon- voluntário e outras entidades com atuação significa-
der pelas competências definidas em lei. tiva nas ações locais de proteção e defesa civil possam
também participar do Sistema Nacional de Proteção
c. d. Órgãos setoriais dos três âmbitos de governo e Defesa Civil. Sua participação pode se dar pela
Embora também em relação aos órgãos setoriais, composição paritária nos Conselhos ou ainda se vin-
a Lei 12.608/12 não defina diretamente quais sejam e culando localmente às ações de gestão de risco a
como atuam, pode-se considerar que estes sejam, critério de cada órgão municipal.
principalmente, os responsáveis pelas políticas públi-
cas setoriais ali mencionadas: “políticas de ordena- 2.2.1. Histórico de desastres
mento territorial, desenvolvimento urbano, saúde, meio no mundo e no brasil
ambiente, mudanças climáticas, gestão de recursos
hídricos, geologia, infraestrutura, educação, ciência A ocorrência de desastres dificilmente deveria
e tecnologia2”, além dos órgãos responsáveis pelos surpreender, pois em geral é resultado de um risco
programas do PPA 2016-2019, listados há pouco. construído socialmente, isto é, quando ameaças, vul-
nerabilidades e exposição deixaram de ser percebidas
2. BRASIL, 2012. ou foram desprezadas.
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Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
sempre a primeira. Por esta to afirma que a intensidade dos eventos extremos de
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2. Introdução
relacionados, sendo uma das principais causas do taram severamente diversas regiões do mundo, como
aumento dos danos e prejuízos advindos de desastres a catástrofe ocasionada pelo tsunami, em dezembro
recorrentes, muitas vezes não visíveis. de 2004, que atingiu vários países banhados pelo
Oceano Índico deixando mais de 170.000 mortos,
Informe especial sobre la gestión de los ries- 50.000 desaparecidos, 1.700.000 desalojados e
gos de fenómenos meteorológicos extremos 500.000 desabrigados.
y desastres para mejorar la adaptación al Em agosto de 2005, houve o registro do furacão
cambio climático Katrina, tempestade tropical de categoria 3 da escala
http://www.ipcc.ch/home_languages_main_spa- de Saffir-Simpson em terra firme e categoria 5
nish.shtml no Oceano Atlântico. Os ventos do furacão alcançaram
mais de 280 km/h e causaram grandes prejuízos na
Em 2014, o IPCC apresentou o Synthesis Report. região litorânea do sul dos Estados Unidos, especial-
Summary for Policymakers, que menciona que o aque- mente no entorno da cidade de Nova Orleans, a qual
cimento do sistema climático é inequívoco e que muitas foi 80% submergida.
das mudanças observadas desde a década de 1950 Em janeiro de 2010, um terremoto devastador
têm sido continuamente crescentes. A atmosfera e os abalou o Haiti. Segundo o PNUD, mais de 200.000
oceanos têm aquecido, a neve e o gelo têm declinado, pessoas morreram, 1,5 milhão ficaram desabrigadas
e o nível do mar tem se elevado. e mais de 300.000 prédios foram destruídos no terre-
moto de magnitude 7,0 na escala Richter.
Relatório IPCC: Disponível em: http://www.ipcc.
ch/pdf/assessment-report/ar5/syr/AR5_SYR_FI- http://www.pnud.org.br/Noticia.aspx?id=4245
NAL_SPM.pdf
Em 2011, no Japão foram registrados sismo e
Ainda que as mudanças do clima venham intensi- tsunami em Sendai, causando 13.333 mortes confir-
ficando as consequências dos desastres naturais, não madas e cerca de 16.000 desaparecidos. O sismo
se pode desconsiderar que sempre houve grandes causou a destruição de rodovias e linhas ferroviárias,
desastres em todos os continentes, como se constata assim como incêndios em várias regiões, e o rompi-
na série histórica milenar. mento de uma barragem. Posteriormente, a Central
Há registro de um intenso terremoto na Turquia Nuclear de Fukushima sofreu uma explosão cerca de
datado em 526 d.C, atingindo a Síria. Cerca de 250 24 horas depois do primeiro sismo.
mil a 300 mil pessoas morreram em consequência do Em abril de 2015, registrou-se um terremoto no
sismo, de acordo com os escritos históricos. Após o Nepal, como o maior desastre do ano, em termos de
terremoto, um grande incêndio destruiu a maior parte mortalidade, pois resultou em 8.831 mortes, sendo
dos edifícios que o desastre havia poupado. também um dos desastres mais caros, com mais de
No ano de 1138, um abalo sísmico atingiu a cidade US$ 5 bilhões em perdas declaradas.
da Síria na época. Com base em dados geológicos, es- A realidade mundial dos desastres naturais também
tima-se que sua magnitude foi de 8,5 graus na Escala pode ser percebida com a representação no mapa
Richter. Registros históricos sugerem que aproximada- mundi dos registros no período de vinte anos, de 1994
mente 230 mil pessoas morreram, além dos grandes a 2013, na Erro! Fonte de referência não encontrada..
danos sofridos pela cidade. Esse local faz parte da região Neste período, o banco de dados internacionais de
da falha do Mar Morto, que repousa sobre o limite entre desastres, denominado de EM-DAT (Emergency Events
a placa geológica da Arábia e a placa africana. Database), do Centre for Research on the Epidemio-
Em 1755, Lisboa foi devastada por um terremoto logy of Disasters (CRED), registrou 6.873 desastres
de 8,6 graus na escala Richter, que foi seguido por naturais em todo o mundo, que ceifaram 1,35 milhão
tsunami e incêndios, vitimando cerca de 50.000 de vidas, em média quase 68.000/ano; dados que
pessoas e destruindo milhares de edificações. representam uma média de 218 milhões de afetados/
Mais recentemente, os desastres naturais impac- ano por desastres naturais.
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Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
Como pode ser observado na tabela a seguir, no FONTE: CRED. O Boletim CRED CRUNCH não inclui epidemias e
período recente de dez anos - 2005 a 2013, houve uma infestações de insetos como desastres naturais, a menos que
explicitamente indicado.
média de 116 países afetados/ano, deixando milhares
de mortos e desabrigados. Ainda que o número de Pelos dados apurados pelo CRED, relativos ao
países afetados em 2015 seja próximo (97,4%) da período 2004 a 2013, constante da publicação ‘Annual
média anual, houve redução dos danos: 29,8% do Disaster Statistical Review 2014 - The numbers and
número de mortos, cerca de 60% de afetados e 42,7% trends’, verifica-se a distribuição de catástrofes de
de prejuízos econômicos da média anual do período origem natural em todos os continentes, sendo a Ásia
2005-2014 (Tabela 1). o mais frequentemente atingido (44,4%), seguido pelas
Américas (23,5%), África (12,0%), Oceania (3,4%) e
Europa (16,7%), apresentada na Tabela 2 ao lado.
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3. Contexto geral da Gestão de Risco
45 43
baixa renda
40
35
30
25
20
15
12
9 média -
10
6 baixa renda
alta renda
5 média -
alta renda
0
Tabela 2. Distribuição, por continente, dos desastres da taxa de mortalidade é de apenas 9 mortes/milhão
naturais ocorridos em 2004 a 2014. (Figura 6).
Esses dados demonstram que o nível de desenvol-
Ocorrência de desastres naturais, vimento de um país é um dos principais determinantes
Continentes
2004 a 2013 da taxa de mortalidade. A resistência nacional às
Ásia 44,4 %
catástrofes naturais e sua capacidade de se recuperar
de tais eventos também dependem, em grande medida,
Américas 23,5 % do nível de desenvolvimento do país ou região em
questão.
Europa 16,7 %
O ano de 2015 foi considerado o mais quente já
África 12,0 % registrado, marcado por eventos meteorológicos sig-
nificativos tais como ondas de calor no verão da
Oceania 3,4 % Europa, com 3.275 mortes na França, sendo um dos
mais graves, superando Índia e Paquistão que em maio
Fonte: CRED, 2014, Annual Disaster Statistical Review 2014 -
registraram, respectivamente, 2.248 e 1.229 mortes.
The numbers and trends http://cred.be/sites/default/files/
ADSR_2014.pdf Além disso, foram registradas 32 secas decorrentes
do efeito El Niño, com mais de 50,5 milhões de pessoas
Existe também uma forte relação entre desenvol- afetadas. As inundações que tradicionalmente causam
vimento e impacto dos desastres, com maior número a maior proporção de pessoas afetadas, em 2015 ficou
de pessoas afetadas nos países de menor nível de em segundo lugar, com 152 inundações que afetaram
desenvolvimento humano. Além disso, os países de 27,5 milhões de pessoas e ceifaram 3.310 vidas.
baixa renda são responsáveis por 43 mortes/milhão
de habitantes, enquanto que em países de alta renda Boletim CRED CRUNCH. Disponível em: http://
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Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
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2. Introdução
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Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
UFSC - “Relatório dos Danos Materiais e Prejuízos taram cerca de 740 mil pessoas, 20 mortas, 86.464 de-
decorrentes de Desastres Naturais em Santa Catarina salojadas e 19.520 desabrigadas. Os prejuízos foram
1995-2014”. significativos: R$ 3,4 bilhões, valor que corresponde a
Dessa publicação, destacam-se os danos e preju- mais de 4% do PIB (Produto Interno Bruto) estadual. Os
ízos por desastres naturais, que demandaram um custos diretos foram estimados em aproximadamente
volume significativo de recursos públicos para a re- R$ 2 bilhões (60%), enquanto os custos indiretos somaram
construção. Como apurado nessa pesquisa, a exten- cerca de R$ 1,4 bilhão (40%).
são dos danos e prejuízos no período de 1995 a 2014
é significativa, a saber: Relatório: Avaliação de Perdas e Danos - Inun-
dações Bruscas em Pernambuco/2010 - Banco
“O total de danos e prejuízos para o período da pes- Mundial. Disponível em: http://mi.gov.br/pt/c/do-
quisa é de 17,6 bilhões de reais, com valores corri- cument_library/get_file?uuid=53d18df5-cf74-4be-
gidos para 2014. A perda anual média é de 881 4-80c0-97ce3cebad14&groupId=10157
milhões de reais, representando 0,4% do PIB do
estado. Mesmo considerando que os valores são Em janeiro de 2011, chuvas de grande intensidade
baseados nas estimativas dos municípios e que, por deflagraram o que seria considerado o pior desastre
outro lado, há lacunas de informações nos registros, brasileiro dos últimos tempos: as inundações e desli-
são valores que podem direcionar estratégias para zamentos da Região Serrana do Rio de Janeiro, evento
a Gestão de Risco de Desastres no estado, possibi- que causou 905 mortes em sete cidades e afetou mais
litando a análise do risco de forma estratificada, de 300 mil pessoas, ou 42% da população dos muni-
tanto considerando os setores da economia afetados cípios atingidos. Nos sete municípios que entraram
como os aspectos geográficos e políticos do estado.” em estado de calamidade pública viviam 713.652
pessoas, ou seja 4,46% da população do estado do
No Nordeste, as fortes inundações de 2010 atingi- Rio de Janeiro (15.989.929). Segundo os dados apu-
ram na mesma época, os Estados de Pernambuco e rados, 304.562 pessoas foram diretamente afetadas
Alagoas. pelo desastre, o que representa 42,68% da população
Em Alagoas, foram 20 municípios fortemente atin- dos sete municípios e 1,9% da população do estado
gidos: sendo 15 municípios em Estado de Calamidade do Rio de Janeiro. Os prejuízos totais foram estimados
Pública (ECP) e 4 em Situação de Emergência (SE), em R$ 4,8 bilhões, valor que, no entanto, omite impac-
afetando cerca de 269 mil pessoas, sendo 36 mortas, tos relevantes em setores como o da educação e o da
44 mil desalojadas e 28.500 desabrigadas. Segundo saúde, que não puderam ser considerados em função
consta da publicação do Banco Mundial de 2012, inti- da indisponibilidade de informações detalhadas.
tulada “Avaliação de Perdas e Danos Inundações Bruscas
em Alagoas - Junho de 2010”, as perdas e danos de- Relatório: Avaliação de Perdas e Danos - Inunda-
correntes das inundações bruscas de junho de 2010 ções e Deslizamentos na Região Serrana do Rio
totalizaram R$ 1.89 bilhões, valor que corresponde a de Janeiro/2011 - Banco Mundial. Disponível em:
cerca de 8% do PIB (Produto Interno Bruto) de Alagoas http://mi.gov.br/pt/c/document_ library/get_fi-
em 2009. Do total estimado, 83% são referentes aos l e?u u i d =74 d d e 4 6 c - 5 4 4 a - 4 b c 4 - a 6 e1- 8 52d -
danos (custos diretos do desastre) e 17% correspondem 4c09be06&groupId=10157
aos custos indiretos das inundações.
Em Pernambuco, as inundações de junho de 2010 Em 2015, o rompimento da barragem de rejeitos
afetaram 67 municípios, 42 decretaram estado de cala- da Samarco Mineração, empresa controlada pela Vale
midade pública (ECP) ou situação de emergência (SE) e pela BHP Billiton (50% cada), situada na divisa dos
depois que ondas em alta velocidade e com alto poder Municípios de Mariana e Ouro Preto, no estado de
de destruição derrubaram casas, hospitais, prédios da Minas Gerais, foi mais um desastre de grandes pro-
administração pública, escolas, estabelecimentos co- porções que repercutiu nacional e internacionalmen-
merciais, pontes, estradas e outros equipamentos. Afe- te. Esse desastre foi assunto da Comissão Externa do
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3. Contexto geral da Gestão de Risco
- Povoado de Bento Rodrigues, com pouco mais de - aumento do desemprego em Mariana e região;
200 casas e 600 moradores, quase totalmente
coberto pela lama, com perda de infraestrutura - destruição e perda de obras sacras do século XVIII,
pública e bens privados; que constituíam patrimônio cultural de Bento Rodrigues;
- Outras comunidades parcialmente afetadas pela - comunidade indígena (Krenak) afetada na pesca e
lama: Paracatu de Baixo, Paracatu de Cima, Águas demais usos da água; e
Claras, Campinas, Borba, Pedras e Bica, que inte-
gram o Distrito de Camargos, do Município de - indústria de papel (Cenibra) com atividades para-
Mariana, bem como Gesteira e Barreto e o próprio lisadas. 13
centro urbano do Município de Barra Longa;;
Os impactos sobre os ecossistemas naturais e a perda
- 35 municípios afetados no Estado de Minas Gerais de biodiversidade ainda estão sendo avaliados, ao
e quatro no Espírito Santo, vários com abastecimen- longo do rio Doce e afluentes, bem como na foz do
to de água interrompido temporariamente; rio e nas áreas marinhas adjacentes. Um estudo da
Marinha revelou altas concentrações de quatro metais
- 18 mortos, entre moradores de Bento Rodrigues e pesados (arsênio, manganês, chumbo e selênio) na
trabalhadores da empresa e terceirizadas, além de foz do rio Doce e no litoral norte do Espírito Santo. A
uma pessoa ainda desaparecida; poluição levou o Ministério Público a proibir a pesca
nessa região.
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Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
Tabela 3. Número de registros de desastres por tipo e região geográfica - 2013 e 2014
Região Brasil
Tipo de Desastre
Norte Centro-Oeste Sul Sudeste Nordeste Total
Fonte: Sistema Integrado de Informações sobre Desastres-S2ID, 2016. Disponível em: https://s2id.mi.gov.br/
A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil vivenciados pela população de cada município, na
- SEDEC/MI conta na sua estrutura com o Centro perspectiva de analisar a realidade municipal a partir
Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres das múltiplas causas que originam os desastres.
(CENAD), que atualmente gerencia um banco de dados
de desastres. A partir de 2012, esses dados passaram 2.3. A resposta a desastres na gestão
a ser incluídos num sistema informatizado de registros integrada de em proteção e defesa civil
on-line - o Sistema Integrado de Informações sobre
Desastres (S2ID). A partir desses dados, foram publi- A Política Nacional de Proteção e Defesa Civil –
cadas edições do Anuário Brasileiro de Desastres PNPDEC, estabelecida por meio da Lei 12.608, prevê
Naturais, referentes aos anos de 2011, 2012 e 2013 e que as ações de proteção e defesa civil sejam organi-
2014. Os anos de 2013 e 2014 estão consolidados na zadas pelas ações de prevenção, mitigação, prepara-
Tabela 3 acima. ção, resposta e recuperação. Assim, para cada uma
Como consta no Anuário de 2013, quanto à exten- delas há responsabilidades específicas, ao mesmo
são territorial atingida pelos desastres naquele ano, tempo em que se considera que façam parte de uma
dos 5.570 municípios brasileiros, 4.433 foram afetados, gestão sistêmica e contínua.
sendo que 70,99% deles devido à seca/estiagem, O conjunto dessas ações é um processo contínuo,
impactando significativamente a economia do país. integrado, permanente e interdependente, que envolve
Ainda em 2013, os 493 desastres naturais oficialmen- a prevenção, mitigação preparação, resposta e recu-
te reportados causaram 183 óbitos e afetaram cerca peração, configurando uma gestão integrada em pro-
de 18,5 milhões de pessoas. teção e defesa civil.
O histórico nacional de desastres é um argumen- Há várias formas de representar esse processo,
to recorrente para que estados e municípios brasileiros como a Figura ao lado.
se estruturem e se organizem para atuarem de forma Ações de Resposta são medidas emergenciais,
permanente na gestão de risco e se preparem para realizadas durante ou após o desastre, que visam ao
atuação no desastre. No entanto, ressalte-se a impor- socorro e à assistência da população atingida e ao
tância o histórico de desastres e a percepção de riscos retorno dos serviços essenciais. Corresponde ao
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3. Contexto geral da Gestão de Risco
PREPARAÇÃO
MITIGAÇÃO RESPOSTA
Ações Integradas
Em Proteção E
Defesa Civil
PREVENÇÃO RECUPERAÇÃO
socorro e assistência aos afetados e ainda ao resta- VI - declarar situação de emergência e estado de
belecimento dos serviços essenciais, que é de com- calamidade pública;
petência primeira do município (Art. 8º, da Lei nº 12.608,
de 2012). VII - vistoriar edificações e áreas de risco e promover,
quando for o caso, a intervenção preventiva e a
Art. 8°Compete aos Municípios: evacuação da população das áreas de alto risco ou
das edificações vulneráveis;
I - executar a PNPDEC em âmbito local;
VIII - organizar e administrar abrigos provisórios
II - coordenar as ações do SINPDEC no âmbito local, para assistência à população em situação de desas-
em articulação com a União e os Estados; tre, em condições adequadas de higiene e seguran-
ça;
III - incorporar as ações de proteção e defesa civil
no planejamento municipal; IX - manter a população informada sobre áreas de
risco e ocorrência de eventos extremos, bem como
IV - identificar e mapear as áreas de risco de desas- sobre protocolos de prevenção e alerta e sobre as
tres; ações emergenciais em circunstâncias de desastres;
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Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
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3. Contexto geral da Gestão de Risco
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Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
3. Gestão de Desastres
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Livro
Apostila
Base
do instrutor
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3. Contexto geral da Gestão de Risco
Figura 9. Abrigo provisório organaizado com barracas da defesa civil, Porto Velho/RO, 2014.
Fonte: SEDEC/MI.
Como citado anteriormente, as ações de proteção a formulação de programas, projetos, como tam-
e defesa civil compreendem cinco aspectos: prevenção, bém promoção do controle social e transparência,
mitigação, preparação, resposta e recuperação. A na perspectiva da redução do risco de desastre
gestão de desastre compreende o planejamento, a (RRD);
coordenação e a execução das ações de resposta e
de recuperação. Neste material trataremos das ações É importante realizar a convergência das agendas
de resposta. negociadas no âmbito do poder público municipal
Neste capítulo, apresenta-se uma orientação geral com as formuladas pela sociedade civil local de
e prática para a Gestão de Desastres em nível local, maneira a integrar os esforços para a implementa-
estratégia reconhecida internacionalmente como fator ção da PNPDEC no município.
decisivo para uma resposta rápida e efetiva na atenção
pós-desastre. A gestão de desastre pode ser compreendida como
Com esse propósito, ainda que o desastre seja um processo amplo de planejar, coordenar e executar
imprevisto, o seu gerenciamento não deve ser impro- as ações de resposta e de recuperação. Trata também
visado. Sendo assim, antes de pensar em Gestão de da organização e mobilização de recursos, instalações
Desastres: e pessoal adicionais para socorrer e assistir afetados
e reabilitar os serviços essenciais. Para isso, cabe ao
É importante conhecer e compreender como o Esta- Agente de Proteção e Defesa Civil tomar decisões,
do brasileiro está organizado, a legislação de prote- adotar protocolos, padrões e ações estabelecidas em
ção e defesa civil e a realidade municipal; planos de preparação e contingência, antecipadamen-
te desenvolvidos.
É importante ter um entendimento comum de dire- Portanto, o gerenciamento de desastre é um con-
trizes, terminologia, processos e procedimentos tí- junto de ações relacionadas ao tipo de desastre e à
picos de uma situação de desastres; localidade, específicas para cada desastre. Trata-se
de uma atuação sistêmica multissetorial do SINPDEC
É importante fortalecer a capacidade do Poder Exe- e, como tal, pressupõe uma relação de cooperação e
cutivo municipal para a execução da PNPDEC, com articulações estabelecidas entre os órgãos que o
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Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
RESTABELECIMENTO
DE SERVIÇOS
ESSENCIAIS
compõem localmente. Essas ações priorizam a capa- são mal coordenadas, podem provocar novas si-
cidade de resposta, individual e coletiva, diminuindo, tuações de crises, expondo a população afetada
assim, as possibilidades de danos e prejuízos ocasio- a novos riscos e aumentando ainda mais sua vul-
nadas pelo impacto dos eventos adversos. nerabilidade.
Dessa forma, a Gestão de Desastres inclui planos
e arranjos institucionais para mobilizar recursos e guiar
os esforços dos governos, das organizações não go- 3.1. Ações de resposta a desastres
vernamentais, das entidades voluntárias e dos órgãos
privados de forma coordenada para responder a todas A resposta aos desastres deve ocorrer imediata-
as necessidades relacionadas ao desastre. mente após o evento adverso e normalmente segue
uma sequência lógica de ações, sendo agrupadas,
Manual de Gerenciamento de Desastres: http:// conforme se observa na Figura acima.
w w w.ceped.ufsc.br/wp-content/ Dentre as ações de resposta a desastres, as de
uploads/2014/09/Manual-de-Gerenciamento-de- socorro e de assistência às vítimas, são as primeiras
-Desastres.pdf a serem realizadas pelo município após a ocorrência
do desastre. Devem ser complementadas com as de
Cada etapa no gerenciamento de desastre conta restabelecimento dos serviços essenciais, que garan-
com ações específicas e com métodos de trabalho tam condições mínimas de segurança e habitabilida-
previamente definidos, existindo uma estreita relação de nas áreas atingidas pelos desastres e que permitam
entre elas. Cada uma dessas ações é diferenciada do o retorno da normalidade para a população afetada.
ponto de vista da administração, incluindo a execução Essas ações de resposta a desastres podem levar
de medidas estruturais e não estruturais no processo horas, dias, semanas e até meses dependendo da
de gestão. intensidade do impacto do desastre e da capacidade
local para o enfrentamento do evento, para garantir o
As ações de gerenciamento de desastre, quando atendimento das demandas emergenciais.
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3. Contexto geral da Gestão de Risco
As ações de socorro podem ser entendidas como Como o próprio nome sugere, essas ações têm por
aquelas que têm por finalidade preservar a vida das finalidade garantir o funcionamento dos serviços essen-
pessoas cuja integridade física esteja ameaçada em ciais afetados pelo desastre. No âmbito da Proteção e
decorrência do desastre. Dentre as ações mais comuns Defesa Civil, os principais serviços considerados essen-
que se enquadram nesta categoria destacam-se: ciais são a trafegabilidade, o saneamento, a comunica-
• Busca, salvamento e remoção de vítimas; ção, a saúde e a geração/distribuição de energia.
• Triagem para socorro de múltiplas vítimas; Na reabilitação continua-se a atenção aos afetados,
• Primeiros socorros; podendo ser considerada como a primeira etapa do
• Atendimento pré-hospitalar; processo de recuperação. Em geral envolve ações como:
• Busca de desaparecidos; • Restabelecimento do fornecimento de água
• Resgate de salvamento de pessoas afetadas; potável;
• Assistência médica para a população afetada; • Restabelecimento do fornecimento de energia
• Atendimento médico cirúrgico emergencial; elétrica;
• Desocupação da população da área atingida; • Restabelecimento da oferta de alimentação;
• Orientação e informação à população; • Restabelecimento do serviço de saúde;
• Todas as demais ações para assegurar a inco- • Remoção de escombros e desobstrução de vias
lumidade dos afetados. de acesso;
• Construção de acessos públicos alternativos ou
3.1.2. Principais ações de assistência às provisórios como alternativa a trechos interrompidos;
vítimas • Recuperação emergencial de acessos públicos
e obras de artes danificadas e/ou destruídas;
Essas ações podem ser entendidas como aquelas • Tratamento emergencial e destinação de resí-
que têm por finalidade manter a integridade física e duos sólidos;
restaurar as condições de vida digna das pessoas • Sepultamento de pessoas
afetadas pelo desastre até o retorno da normalidade. • Enterro de animais em locais adequados,
Podem ser consideradas como ações de assistência segundo normas da zoonose;
às vítimas: • Limpeza e descontaminação de edificações e
• Instalação de abrigo para pessoas sem condi- instalações;
ções próprias de habitação; • Desinfecção e desinfestação dos cenários de
• Promoção de ações de saúde e higiene pessoal; desastres;
• Assistências psicossocial e psicológica; • Restabelecimento dos sistemas de comunicação;
• Distribuição de água potável, de alimentação; • Regularização de serviços básicos de educação
• Distribuição de cestas de alimentos; e transporte coletivo;
• Distribuição de colchões, de kits de higiene • Vistoria técnica às estruturas atingidas, emissão
pessoal e de kits de limpeza; de laudos técnicos;
• Distribuição de telhas ou lonas para cobertura • Desmontagem de edificações comprometidas;
de residências; • Mutirão de recuperação das unidades habitacionais;
• Gerenciamento de cadáveres e sepultamento; • Todas as demais ações para regularizar os ser-
• Gerenciamento de animais domésticos; viços essenciais atingidos.
• Promoção de segurança pública;
• Aluguel social temporário; Segue uma lista de alguns dados produzidos pelo
• Todas as demais atividades logísticas e assistenciais Governo Federal que poderão auxiliá-lo nessa etapa.
até que se restabeleça a situação de normalidade.
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Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
Uma ressalva muito importante, e que costuma 3.2.1. A Criação do órgão municipal de
causar confusões é a diferenciação entre ações de Proteção e Defesa Civil
restabelecimento e reconstrução.
As ações de restabelecimento são de caráter pro- Em uma circunstância de desastres, é importante
visório e visam apenas garantir emergencialmente o que toda a administração pública municipal esteja
funcionamento de serviços essenciais interrompidos. preparada para a tomada de decisão e implementar
As ações de caráter permanente, com objetivo de atividades emergenciais, pois processos e procedi-
retorno do cenário destruído à normalidade são as de mentos diferem da normalidade administrativa e jurí-
reconstrução. dica. Localmente, deve-se contar com o comprometi-
É também na etapa de reabilitação que se procede mento dos agentes políticos e públicos, isto é, das
a avaliação dos danos e dos prejuízos causados, com autoridades locais, dos técnicos e servidores, além da
o objetivo de quantificá-los para planejar a reconstru- indispensável participação dos agentes voluntários e
ção e eventual solicitação de cooperação e apoio da sociedade civil.
externo ao Governo Estadual, Governo Federal ou até, É importante que o município tenha um órgão
pleitear financiamento externo junto aos organismos municipal de proteção e defesa civil organizado e
e agentes financeiros internacionais tais como Banco preparado para atuar tanto na redução do risco de
Mundial, BID e outros. desastres (RRD), quanto para mobilizar e coordenar
a atuação do SINPDEC para resposta de desastres.
3.2. Preparação para resposta a desastres Portanto, tão importante quanto a sua criação é a sua
no nível local organização e atuação permanente.
É importante ressaltar que muitos municípios,
Na preparação para resposta a desastres cabe ao além da sua estrutura municipal, têm recorrido a
órgão central do Sistema Municipal de Proteção e iniciativas coletivas de coordenação e cooperação em
Defesa Civil gerenciar as demandas de proteção e casos de desastres, por vezes de maneira formal,
defesa civil e articular-se aos órgãos setoriais. Nesse mediante a constituição de consórcio intermunicipal,
sentido organizamos neste capítulo orientações para nos termos do artigo 241, da Constituição Federal,
as ações fundamentais de preparação para resposta regido pela Lei Federal nº 11.107/2005 e Decreto Federal
do município, que vão desde organizar o próprio órgão nº 6.017/2007, que autorizam a gestão associada de
municipal de proteção e defesa civil até a elaboração serviços essenciais. Essa estratégia de associação é
de Plano de Contingência. comumente adotada por países, que neste caso é
formalizada mediante a celebração de acordos de
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3. Contexto geral da Gestão de Risco
cooperação e o estabelecimento de protocolos inter- aos Municípios limítrofes de Major Vieira que declara-
nacionais, a exemplo dos firmados pelos integrantes rem situação de emergência (SE) ou estado de cala-
da Comunidade Europeia. midade pública (ECP), apoio municipal de Major Vieira/
Há muitas boas práticas de resposta a desastres SC que fica condicionado à existência de Lei com o
em todo o país, como as iniciativas dos consórcios mesmo objeto no mesmo cessionário.
municipais, disciplinadas por protocolos, acordos,
convênios, dentre essas o compartilhamento de 3.2.2. Previsão orçamentária e financeira
equipes, materiais, equipamentos e veículos, e ainda
sistemas informatizados que facilitam a gestão da No Brasil, anualmente, são previstas as receitas e
resposta a desastres e fundo instituído com o aporte são fixadas as despesas nos orçamentos públicos nos
financeiro de todos os municípios e do estado. três níveis de governo, federal, estadual e municipal,
Para maiores informações a respeito da criação sem vinculação impositiva, mas autorizativa, isto é, o
de órgão municipal de proteção e defesa civil, sugeri- poder público fica autorizado a executar os programas
mos a leitura do módulo I: noções básicas em proteção e despesas previstos no seu texto, sem a obrigação
e defesa civil e em gestão de riscos. do seu cumprimento na integralidade.
Daí conclui-se que a execução das ações planeja-
Como exemplo de associação municipal, no Estado das fica condicionada à disponibilidade financeira, a
de São Paulo, cita-se a Região Metropolitana de Cam- qual é dependente da arrecadação de receitas. Sendo
pinas – RMC que integra 20 municípios, os quais con- assim, nem sempre a aprovação do programa e ações
tam com a Agência Metropolitana de Campinas – de proteção e defesa civil, quer seja no orçamento
AgemCamp que tem por finalidade promover a federal, estadual ou municipal, garante recursos para
organização, o planejamento e a execução das fun- as suas realizações.
ções públicas de interesse comum na região.
As receitas dos entes federados, União, Estados,
Para responder à complexidade dos temas em DF e Municípios compreendem: Receitas Cor-
que a ação conjunta é necessária criaram-se as rentes: Tributos e Patrimoniais e Receitas de
Câmaras Temáticas. Uma delas é de Proteção e capital: provém da realização de recursos fi-
Defesa Civil, que trata dos temas relacionados à nanceiros oriundos de dívidas, conversão em
proteção e defesa civil; de adequar a legislação espécie de bens e direitos e recursos transfe-
municipal às diretrizes da política nacional e re- ridos de outras pessoas de direito público ou
gional de proteção e defesa civil; de estabelecer, privado.
organizar e promover a adoção de procedimentos
comuns para todos os municípios integrantes da A realidade orçamentária e financeira de proteção
região metropolitana; de adquirir equipamentos e defesa civil dos municípios brasileiros é muito diver-
necessários. sificada e, na maioria, não possui recursos próprios
Com a atuação conjunta dos 20 órgãos municipais (rubrica orçamentária), sobretudo os municípios de
de proteção e defesa civil já se alcançaram muitos pequeno número de habitantes e os que não registram
avanços na legislação, na estruturação, na capa- uma frequência significativa de desastres. Há, ainda,
citação dentre outras ações exitosas, que não se- os que possuem recursos mínimos e não conseguem
riam possíveis sem o reforço intermunicipal. executá-los.
Fonte: AgemCamp
O Agente Municipal de Proteção e Defesa Civil
Outra forma de ajuda mútua entre os municípios deve saber que:
foi adotada pelo município de Major Vieira/SC e seus 1. É necessário que, anualmente, no Orçamento
municípios vizinhos, formalizada por Lei Municipal nº Geral do Município (OGM) exista “rubrica orça-
2.322, de 12.07.2016, que autoriza o Chefe do Poder mentária” apropriada para internalizar os recur-
Executivo a ceder máquinas, equipamentos e pessoal,
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Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
sos federais transferidos. Sem essa previsão, não recursos para aquisição de um estoque mínimo de
é possível ao Município se apropriar dos recursos Assistência Humanitária a ser empregado em caso de
transferidos, isto é, o Município não tem como desastres. O planejamento orçamentário do Órgão
empenhar, liquidar e pagar com esses recursos, Municipal de Proteção e Defesa Civil deve estar con-
por eles não fazerem parte do seu orçamento. templado na Lei Orçamentária Anual (LOA) e corres-
2. É recomendável que o titular do órgão munici- ponder ao plano de ação anual da Proteção e Defesa
pal de proteção e defesa civil procure o setor fi- Civil, ou Plano Municipal de Redução de Riscos de
nanceiro para providenciar os procedimentos Desastres, que descreve as principais ações a serem
contábeis e legais relacionadas aos recursos realizadas a longo prazo.
transferidos, viabilizando a sua aplicação regular Além dos recursos de capital e equipamentos, é
necessária a previsão do custeio, material de consumo,
serviço de terceiros pessoas jurídica e pessoa física,
A partir da edição da Portaria nº 42/1999, do en- e outras despesas para o funcionamento do órgão
tão Ministério do Orçamento e Gestão, aplicada à municipal de proteção e defesa civil.
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, O montante de recursos financeiros necessário
passou a ser obrigatória a identificação, nas leis para ações de resposta a desastres pode ser também
orçamentárias, das ações em termos de funções, o resultado de um planejamento conjunto, interinsti-
subfunções, programas, projetos, atividades e tucional, mesmo que executados por outros órgãos
operações especiais *: municipais. Assim cada secretaria deve prever recur-
sos para ações de prevenção e resposta a desastres.
Art. 4º Nas leis orçamentárias e nos balanços, as Outra possibilidade é a previsão de um ‘fundo
ações serão identificadas em termos de funções, municipal’ para desastre ou calamidade pública, com
subfunções, programas, projetos, atividades e ope- previsão legal da origem dos recursos com procedi-
rações especiais. mentos no exemplo abaixo:
*A Transferência Obrigatória é uma operação es- Para a criação de ‘Fundo municipal de proteção e
pecial defesa civil’ devem-se observar vários aspectos,
dentre esses:
Dessa forma, é consolidada a importância da ela- • A duração, conta bancária específica e nature-
boração do orçamento por programa, com a vi- za contábil e gestão autônoma;
são de que o legislativo aprova as ações de go- • Unidade orçamentária própria, e suas dota-
verno buscando a aplicação efetiva do gasto, e ções orçamentárias consignadas anualmente no
não necessariamente os itens de gastos. A ideia orçamento geral do município;
é dar transparência à população e ao legislativo • A finalidade do fundo, com regras claras de
sobre o que será realizado em um determinado aplicação dos recursos;
período, por meio de programas e ações e quanto • Instauração de um conselho gestor para o fun-
eles irão custar à sociedade e não o de apresen- do.
tar apenas objetos de gastos que, isoladamente, • A designação de um gestor e membros da co-
não garantem a transparência necessária. missão gestora nomeados por portaria do prefei-
to, mas sem remuneração, por ser considerado
Na previsão orçamentária e financeira de um órgão serviço público relevante;
de Proteção e Defesa Civil devem ser priorizados re- • As competências do órgão gestor;
cursos para a gestão dos riscos de desastres, com • Administração e operacionalização do fundo
ações de prevenção e mitigação, mas não podem ser pelo titular do órgão municipal de proteção e de-
desconsideradas as necessidades de resposta a de- fesa civil e por uma comissão gestora (recomen-
sastres. dável);
Para as ações de resposta, deve-se direcionar • Estabelecimento das receitas que constituirão
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3. Contexto geral da Gestão de Risco
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Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
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3. Contexto geral da Gestão de Risco
possuo cadastro” na tela de acesso ao sistema e por lidade de os supermercados serem atingidos em
fim enviar o Ofício de solicitação de login e senha. casos de desastres.
Maiores detalhes sobre o uso do sistema no link
http://www.mi.gov.br/web/guest/defesa-civil/s2id,
“Material de Capacitação”. 3.2.6.1. Recursos Operacionais no SINPDEC
elencadas pelos municípios, está nicípio e os que podem ser mobilizáveis no âmbito do
em fase de planejamento na
SINPDEC, visando a execução das atividades no
momento da resposta.
SEDEC/MI a capacitação Assim, é fundamental conhecer e catalogar os
presencial sobre o S2ID recursos da Prefeitura Municipal em suas diversas
secretarias, assim como os existentes nos órgãos
apoiadores locais, órgãos estaduais e federais, e or-
ganizações voluntárias. Por exemplo: Corpo de Bom-
3.2.6. Identificação beiros, Polícia Militar, instituições das áreas setoriais,
e Catalogação de Recursos empresas privadas, associações comunitárias, ONGs,
entre outros.
O objetivo desta atividade prévia está na prepara- É importante ter o registro de todas as informações
ção dos recursos de suporte sem o tumulto e com maior necessárias para mobilizar o recurso e disponibilizá-lo
agilidade em relação à pressão de “tempo” que ocorre em tempo hábil ao cenário de emergência e desmo-
nas circunstâncias de desastre. No momento de nor- bilizá-lo após o término da ação ou do período deter-
malidade, deve-se realizar: minado. O cadastro deve conter algumas informações,
• A especificação dos materiais necessários; como:
• Os orçamentos; • Identificar os recursos disponíveis, mobilizáveis,
• Os procedimentos de compra; que possam ter seus usos previamente definidos;
• A montagem dos depósitos; • Estabelecer os mecanismos de solicitação dos
• O armazenamento; recursos, a partir da relação entre as agências
• O controle de estoque; envolvidas;
• A vigilância; • Identificar e cadastrar responsáveis pela libe-
• O estabelecimento de mecanismos; e ração de recursos a serem utilizados durante a
• A logística de distribuição. resposta. Esse cadastro deve conter: nome, tele-
O ideal é que cada município tenha uma estratégia fone (residencial, trabalho e celular), endereço
para o pronto atendimento com recursos mínimos de (residencial e trabalho).
Assistência Humanitária. Alguns municípios com grande • Identificar e cadastrar responsáveis pela con-
território têm optado por estoques estratégicos, outros dução de veículos e equipamentos a serem utili-
por aquisição na ocorrência do desastre com adesão zados durante a resposta. Esse cadastro deve
de Ata de Registro de Preço e outros possuem estoques conter: nome, telefone (residencial, trabalho e
mínimos apenas para o primeiro atendimento, mas celular), endereço (residencial e trabalho).
todas opções têm vantagens e desvantagens. Cabe ao • Identificação das instituições de socorro com a
agente de proteção e defesa civil avaliar as condições sua capacidade de resposta.
de cada desastre para escolher a melhor solução. • Local para ser abastecido;
• Obtenção de recurso para deslocamento; e
Salientamos, também, que o custo de uma com-
pra no momento do desastre é superior a uma
compra antecipada. Além disso, existe a possibi-
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Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
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3. Contexto geral da Gestão de Risco
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Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
Leia mais sobre o assunto na bibliografia reco- as informações por e-mail, se inscreva em http://
mendada no Anexo D www.cptec.inpe.br/previsaoporemail/pt
• Monitoramento de Queimadas e Incêndios, o
CPTEC também trabalha com monitoramento de
3.2.8. Monitoramento, alerta e alarme queimadas, por meio da detecção e focos de calor
por satélites, e também o cálculo e previsão do
O gerenciamento do desastre depende muito dessa risco de fogo da vegetação. Conheça o monitora-
informação: se o órgão municipal de proteção e defesa mento de queimadas na página: http://sigma.cptec.
civil monitora ou recebe a notificação de órgãos de inpe.br/queimadas/apresentacao.php
previsão, sobre a evolução dos eventos adversos cau- • Agência Nacional de Água (ANA): comporta
sadores do desastre, e se é executada na rotina diária, uma “Sala de Situação” para identificação de pos-
o que permite preparar para o impacto catastrófico, sível ocorrência de eventos críticos, acompanhan-
ou seja, o momento da sua intensidade máxima. De- do as condições hidrológicas dos principais siste-
pendendo do tempo antecedente de previsibilidade, mas hídricos nacionais, o que permite a adoção
o monitoramento possibilita a retirada de pessoas, de antecipada de medidas mitigadoras com o objeti-
animais e até mesmo facilita o resgate de bens da área vo de minimizar os efeitos de secas e inundações.
a ser atingida. Acompanhe aqui: http://www2.ana.gov.br/Paginas/
O governo federal mantém alguns sistemas de servicos/saladesituacao/v2/default.aspx
monitoramento de abrangência nacional por meio de • Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos
órgãos como a Agência Nacional de Águas (ANA), o e Desastres (CENAD): coordenado pela Secretaria
Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o Centro Nacional de Proteção e Defesa Civil, o CENAD tem
Nacional de Monitoramentos e Alertas de Desastres uma estrutura de monitoramento constante de
Naturais (CEMADEN), o Instituto Nacional de Pesqui- informações sobre possíveis desastres em áreas
sa Espacial (INPE), sendo o Centro Nacional de Ge- de risco, que atuam 24 horas por dia, inclusive aos
renciamento de Riscos e Desastres (CENAD) da fins de semana e feriados. A dinâmica de funcio-
SEDEC/MI responsável por repassar aos órgãos de namento do CENAD consiste no recebimento de
proteção e defesa civil estaduais e municipais, a informações de diversos órgãos do governo federal.
emissão de alertas produzidos por: As informações recebidas são avaliadas e proces-
• Instituto Nacional de Meteorologia (INMET): sadas no CENAD e encaminhadas aos órgãos de
fornece informações meteorológicas por meio de Proteção e Defesa Civil dos estados e municípios
monitoramento, análise e previsão de tempo e de com risco de ocorrência de desastres, sendo que
clima: acompanhe diariamente as previsões para o alerta ocorre de acordo com a intensidade do
seu município: http://www.inmet.gov.br/portal/ evento adverso.
• Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de °° Alerta Moderado: É encaminhado aos mu-
Desastres Naturais (CEMADEN): monitora, 24 horas nicípios e estados por meio de e-mail.
por dia, as áreas de risco de municípios classifica- °° Alerta Alto e Muito Alto: É encaminhado aos
dos como vulneráveis e envia os alertas de desas- municípios e estados por meio de e-mail e
tres naturais nos municípios prioritários ao CENAD. SMS. Nestes casos, o CENAD ainda faz contato
Verifique se seu município está sendo monitorado telefônico com os técnicos do município e do
pelo CEMADEM no site http://www.cemaden.gov. estado.
br/municipios-monitorados/ O Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e
• Centro de Previsão do tempo e Estudos Climá- Desastres – CENAD da Secretaria Nacional de Prote-
ticos (CPTEC): desenvolve modelos de previsão de ção e Defesa Civil registrou dez desastres mais recor-
tempo, de clima sazonal, ambiental (qualidade do rentes em território brasileiro de maneira a orientar
ar) e de projeções de cenários de mudanças cli- suas ações de monitoramento, apresentado no quadro
máticas: acompanhe seu município na http:// ao lado.
tempo.cptec.inpe.br/, ou caso você queira receber
44
3. Contexto geral da Gestão de Risco
Além desses sistemas mantidos pelo governo federal, de Alerta e Alarme Comunitário para Chuvas envolve
dos quais as gestões locais podem obter informações o Alerta (envio de SMS) e o Alarme (acionamento das
de monitoramento, é possível trabalhar com sistemas sirenes).
locais, a exemplo utilizando de réguas limnimétricas Dentre as vantagens de prever a ocorrência de um
instaladas em rios e inclinômetros instalados em en- desastre, destaca-se a redução da surpresa, permi-
costas para acompanhamentos geotécnicos. tindo a mobilização antecipada de profissionais e de
O município do Rio de Janeiro implementa o ‘Pro- voluntários que farão a preparação dos recursos ope-
grama de Proteção Comunitária- Adaptação aos riscos racionais de resposta, socorro, assistência à população
de desastres na cidade do Rio de Janeiro’ desde 2013. e reabilitação do cenário, principalmente com o res-
Esse Programa vem sendo desenvolvido pela Defesa tabelecimento dos serviços essenciais.
Civil Municipal, a cargo da Subsecretaria de Defesa Após a observação e a constatação da ameaça,
Civil (SUBDEC), subordinada à Secretaria Municipal ocorre um “alerta” que pode ser um telefonema, men-
de Conservação e Serviços Públicos (SECONSERVA), sagem por SMS, e-mail e uso da imprensa, para avisar
que além do fortalecimento institucional e as ações órgãos e entidades envolvidas a se prepararem para
integradas com outros órgãos, implantou os projetos: a resposta, diante da provável ocorrência de desastre.
Capacitação dos Moradores, Sistema de Alerta e No momento do “alarme” já podemos organizar o
Alarme Comunitário e Defesa Civil nas escolas. Posto de Comando, ou seja, o local onde estarão pre-
O referido Sistema de Alerta e Alarme Comuni- sentes os gestores com poder de decisão e os repre-
tário tem como ação prioritária a mobilização e pre- sentantes dos principais órgãos e instituições envol-
paração das comunidades por meio da implantação vidos. Para isso, se desastre de grande intensidade, é
de Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil recomendável usar o Sistema de Comando Ope-
(NUPDEC’s). Como forma de consolidar o Sistema de racional (SCO), uma ferramenta para gerenciar o
Alerta e Alarme Comunitário, estendendo-o aos demais desastre.
moradores de áreas de risco, foi implantado o Sistema O “alarme” deve ser emitido quando existe uma
de Alarme com Sirenes em 103 comunidades. Este grande possibilidade de ocorrer um desastre. Ele pode
alarme é feito com base nas informações da rede de ser um sinal emitido por meio de sirene, megafone,
pluviômetros, caso a chuva atinja níveis críticos (acima sirene de viaturas de emergência, sino de igreja, men-
dos estabelecidos no protocolo). Portanto, o Sistema sageiro da comunidade ou outro tipo aviso conhecido
45
Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
pela comunidade. É fundamental que o alarme seja devendo prever ações para cada cenário possível.
de conhecimento da população e tenha sido selecio- Os Planos de Contingência não devem ser ‘docu-
nado de forma partilhada com os seus membros para mentos de gaveta’, isto é, devem ser elaborados por
que reconheçam o sinal, atendam e saibam o que fazer equipe multidisciplinar dos órgãos setoriais que integram
na emergência. Destacamos, por exemplo, o papel das o SINPDEC local e a comunidade, construídos a partir
sirenes de alta potência que podem ser ouvidas por de intensa discussão sobre aspectos técnicos e legais,
uma comunidade inteira. considerando as atribuições institucionais relacionadas
Uma dúvida comum entre os Agentes de Proteção às atividades a serem implementadas para o enfrenta-
e Defesa Civil é identificar o momento em que o sinal mento das diversas situações de desastres. Portanto, os
deve ser emitido. Para que isso não se torne um pro- Planos de Contingência não são planos internos do órgão
blema político, alguns acordos e esclarecimentos municipal de proteção e defesa civil, mas dos órgãos do
prévios podem ser feitos com a comunidade e pactu- SINPDEC em nível municipal, que objetivam a proteção
ados no plano de contingência, negociando, por e defesa civil de todos os munícipes.
exemplo, a emissão de sinais gradativos:
• Sinal de alerta; 3.3. Principais questões recorrentes na
• Sinal de alarme; resposta a desastres
• Sinal de desocupação.
Deve-se ter clareza de que o alarme precisa ser Numa situação de desastre, é importante mencio-
emitido na iminência do evento adverso. Cabe ressal- nar algumas questões clássicas que sempre geram
tar, que tanto os alertas como os alarmes devem ser problemas recorrentes, mas que possuem alguns con-
parametrizados com referências quantitativas sempre sensos entre os agentes públicos de Proteção e defesa
que possível, devendo ser de amplo conhecimento de civil, principalmente dos órgãos estaduais e municipais.
toda população. Exemplo: o alarme é disparado se a
quantidade de chuva acumulada atingir 100mm na lo- Recomendação: A imprensa é parceira importan-
calidade X (parâmetro estabelecido previamente para te em circunstâncias de desastres. É recomendá-
cada área de risco), quando, por precaução, as equipes vel consultar a bibliografia citada no ANEXO D.
da Proteção e Defesa Civil se deslocarão para o aten-
dimento local.
3.3.1. Comunicação de risco e de desastre
3.2.9. Plano de Contingência
A comunicação de risco e de desastre, alertas e
O Plano de Contingência é assunto tratado com alarmes, cabe ao órgão municipal de proteção e defesa
profundidade no Módulo II desta série de capacitação. civil. Ele deverá se encarregar da informação pública
Os planos de contingência são instrumentos que relacionada à desastre, quer seja para orientar os
contemplam ações de preparação da resposta, sendo afetados ou para informar a sociedade sobre a evolu-
sua elaboração e pactuação entre os envolvidos uma ção e atualização dos dados do desastre. O ideal é
responsabilidade do órgão de proteção e defesa civil que tais informes sejam feitos por meio de boletins
local. periódicos.
Como instrumento de preparação, deve ser utili- A comunicação em circunstâncias de desastres é
zado para treinar comunidades e órgãos de resposta indispensável para evitar boatos, pânico, saques, tu-
para o momento de uma ocorrência, orientando sobre multos, especulação, etc. Sendo assim, é recomendá-
o papel e a responsabilidade de cada um. vel que os Agentes de Proteção e Defesa Civil do órgão
Como instrumento de resposta, é um guia que “es- municipal de proteção e defesa civil sejam capacitados
tabelece os procedimentos a serem adotados pelos a lidarem com a mídia. Para tanto:
órgãos envolvidos na resposta a emergências e desastres • Emita boletins informativos, periódicos, infor-
quando da atuação direta ou indireta nos desastres”. Os mando e orientando a população sobre o agir
documentos podem incluir um ou mais tipos de riscos, seguro;
46
3. Contexto geral da Gestão de Risco
• Os boletins e informes devem ser canalizados torizações que demandam tempo, comprometendo a
para uma pessoa ou órgão especifico, como forma tempestividade das ações.
de se evitar informações contraditórias. Como exposto no Capítulo anterior, é importante
• Alerte para que a imprensa esteja focada no ter uma identificação e catalogação dos recursos dos
repasse de informações úteis à população afetada órgãos do SINPDEC local que normalmente, dão a
e não torne o desastre um espetáculo; resposta às situações rotineiras de emergência.
• Repasse, imparcialmente, as notícias à socie- Em ambos os casos, ressaltamos a importância do
dade respeitando a cultura organizacional dos Órgão Municipal de Proteção e Defesa Civil, que é
veículos de comunicação; responsável pela coordenação das ações no âmbito
Tenha os meios de comunicação como aliados no do município, e por isso deve ser o órgão responsável
repasse das informações sobre desastres, antes pelo acionamento do plano.
mesmo de eles acontecerem.
A sociedade demanda ser informada, o que pres- 3.3.3. Materiais de assistência humanitária –
supõe um processo de comunicação social, que vai estoques
além da informação. A informação deve ser de caráter
preventivo, informativo e orientador das ações que Para a atenção emergencial, a situação ideal é que
exigem obediência imediata, devendo os meios de cada município tenha recursos mínimos de assistência
comunicação poderem ser acessados pelos vários humanitária estocados para o primeiro atendimento,
setores da sociedade, sobretudo pelos grupos geral- denominados de estoques estratégicos, até nova aqui-
mente mais marginalizados e excluídos. Destaca-se sição ou a chegada de aporte complementar dos órgãos
também, a importância crescente das redes sociais, estaduais e federais.
consideradas espaços estratégicos para a articulação No atendimento emergencial, os municípios mais
política e institucional das comunidades e de grupos preparados montam os kits para assistência humani-
sociais, inclusive na resposta a desastres. tária aos afetados.
Diante dessas constatações, é recomendável que Existem diversas composições de cestas básicas,
o órgão municipal de proteção e defesa civil estabe- mas o recomendável é que a partir da referência na-
leça normas consultando a bibliografia de referência, cional um nutricionista faça uma avaliação e adapta-
em estreita articulação com o setor de comunicação ção considerando as disponibilidades e o hábito ali-
social da Prefeitura Municipal, dentre outros afins do mentar local. A título de exemplo, são apresentados
SINPDEC local, sem deixar de conhecer as boas prá- os itens de ajuda humanitária em Minas Gerais e Santa
ticas implementadas por outros municípios. Catarina, a seguir:
47
Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
48
3. Contexto geral da Gestão de Risco
49
Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
ao desastre, com muita antecedência, mediante ‘in- situações igualmente importantes. A necessidade de
formações de utilidade pública’ periodicamente vei- segurança das pessoas é primariamente determinada
culadas, que esclareçam a sociedade sobre a conduta pela relação afetiva estabelecida com quem está à
a adotar, evitando assim altos custos no transporte de sua volta.
itens inutilizáveis, desperdícios, sobrecarga de traba- Na área da imunologia, sabemos que circunstân-
lho de triagem, alto custo de logística. cias emocionais desfavoráveis diminuem a resistência
Além disso, é importante que, ao final do período emer- às doenças autoimunes e às infecções em geral. A
gencial, o órgão municipal de proteção e defesa civil informe situação pós-desastre já indica potencial para o re-
a população sobre a destinação de bens doados inservíveis baixamento das resistências emocionais.
e fora de validade, registrados em documento, dando co- Algumas vezes, pode parecer mais fácil a separa-
nhecimento ao Ministério Público e em seguida, incinerados ção das pessoas por faixa etária ou por gênero, mas
ou enviados ao aterro sanitário. essa aparente facilidade pode acarretar uma grande
Importante também que seja formalizado o agra- “fratura” nas condições emocionais e familiares, já
decimento aos doadores - pessoas jurídicas e cidadãos combalidas pelas perdas anteriormente sofridas.
doadores, na mídia local. Pessoas adultas, antes assertivas e que até pode-
riam auxiliar na manutenção do cotidiano do abrigo,
Leia mais sobre o assunto na bibliografia reco- tornam-se apáticas. E crianças maiores, que já se
mendada no Anexo D alimentavam sozinhas e não usavam mais mamadei-
ras ou fraldas, podem vir a demandá-las novamente,
3.3.5. Gerenciamento de abrigos temporários num claro sinal de regressão temporária e reativa às
circunstâncias de separação das figuras de apoio e
De acordo com a Lei Federal nº 12.608, compete segurança.
aos Municípios organizar e administrar abrigos provi- Uma organização do abrigo que procure contemplar
sórios para assistência à população em situação de necessidades emocionais, no mesmo patamar de impor-
desastre, em condições adequadas de higiene e de tância das demais necessidades, ajuda bastante na
segurança. etapa da resposta e também na de reconstrução. A
A Política Nacional de Assistência Social incluiu o tentativa de manter laços familiares e de amizade, sempre
gerenciamento de abrigos na ‘Tipificação Nacional de que possível, fortalece as resistências às situações ad-
Serviços Socioassistenciais’, cabendo ao Assistente versas e contribui para patamares mais altos no que
Social responsabilidade de gerenciar os abrigos pro- concerne à resiliência, individual e coletiva.
visórios em calamidades públicas emergenciais.
No caso específico do abrigo, a organização do
Leia sobre a Tipificação Nacional de Serviços So- espaço deve privilegiar a condição de aglutina-
cioassistenciais’ em http://www.mds.gov.br/we- ção familiar ou de vizinhança.
barquivos/publicacao/assistencia_social/Nor-
mativas/tipificacao.pdf Outro aspecto que deve ser mencionado aqui se
refere à organização das atividades cotidianas. Isso
Em um desastre, a população afetada sofre um porque a organização de rotinas propicia um aumento
desarranjo parcial ou total de seus lugares habitacio- da segurança entre as pessoas afetadas, tornando-as
nais da organização cotidiana de seus núcleos fami- mais assertivas, o que colabora para a retomada do
liares e até de trabalho ou estudo. Na maior parte das cotidiano das pessoas, das famílias e do Município.
vezes, no caso de grandes eventos, há perda das fontes O planejamento de horários de refeição, de higiene
de trabalho e da rede de vizinhança de apoio e de recreação obedece às condições disponíveis no
É preciso garantir o provimento de água e as boas cenário de cada abrigo. Isso vai depender das ofertas
condições de higiene, a manutenção de temperatura disponíveis no conjunto geral dos recursos. É impor-
adequada às circunstâncias ambientais e a questão tante que os abrigados sejam envolvidos na tomada
de saúde. Entretanto, é necessário dar atenção a outras de decisão sobre como planejar as atividades.
50
3. Contexto geral da Gestão de Risco
Figura 13. Equipe de assistencia social de Porto Velho Figura 14. área de lazer em abrogo. Porto Velho, 2014.
organizando abrigo. Porto Velho, 2014. Fonte; SEDEC/MI, 2014.
Fonte: SEDEC/MI.
Gerenciar um abrigo envolve múltiplos aspectos abrigo é necessário para aumentar a resistência às
que não apenas os relacionados à infraestrutura e à doenças e proporcionar proteção às comunidades. É
manutenção dos equipamentos físicos e de serviços também importante para a manutenção da dignidade
do espaço de abrigamento. humana e para sustentar, quanto possível, a vida da
Nesse contexto, torna-se relevante a capacitação família e da comunidade em circunstâncias difíceis.
de gerentes de abrigos para atuarem de maneira ade-
quada em situações de desastre. Não é possível Leia mais sobre o assunto na bibliografia reco-
apontar um modelo único de abrigo. Isso dependerá mendada no Anexo D
sempre da realidade de cada comunidade, das estru-
turas físicas e de logística disponíveis e também do
tipo de desastre ocorrido. 3.3.6. Ações de atendimento aos afetados de
É fundamental propiciar aos gerentes de abrigos maior vulnerabilidade
instrumentos que norteiem o adequado gerenciamen-
to de abrigos provisórios, de forma que eles sejam Todas as pessoas afetadas por um desastre devem
capazes de: ser atendidas adequadamente. O segmento da popu-
• Organizar os recursos para gerenciar um abrigo; lação composto de bebês, crianças, adolescentes,
• Recepcionar, triar e categorizar as famílias de- mulheres grávidas, idosos, portadores de doenças
sabrigadas; crônicas e pessoas com deficiência deve ter atenção
• Estabelecer e regular as rotinas de um abrigo; prioritária. Além do fato de esses grupos terem direito
• Coordenar atividades de promoção da saúde, à política de assistência e de inclusão, conforme le-
por meio de ações educativas e recreativas; gislação específica, isso se justifica, também, por conta
• Planejar e executar medidas para o retorno das das consequências imediatas, como:
famílias às suas vidas cotidianas. • Desnutrição;
• Mediar conflitos entre as pessoas abrigadas em • Surtos de doenças infecciosas;
abrigos públicos. • Interrupção das atividades escolares;
Juntamente com o abastecimento de água, o sa- • Perda da moradia e do contato com a família;
neamento, a nutrição e os cuidados médicos, o abrigo • Interrupção ou agravamento das condições de
é um fator decisivo para a sobrevivência em uma si- acessibilidade;
tuação de desastre. Para além da sobrevivência, o • Atendimento de necessidades especiais, tais
51
Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
como fraldas, medicamento especifico, etc. das equipes de socorro e assistência) pela demanda
• Riscos de abuso sexual; de atenção à saúde que ultrapassa a capacidade local
• Outras formas de violência. instalada, pela interrupção da rotina pessoal e insti-
tucional, pela presença de autoridades políticas, de
Nas emergências, essa parcela da população se equipes de muitas instituições, como polícia, presta-
encontra em uma situação de grande vulnerabilidade. doras de serviços essenciais e a imprensa, na área
Atentos a essa realidade, os governos, as instituições e afetada, tornando o local do desastre em uma cena
os grupos organizados, que atuam em cenários de de- caótica.
sastres de diferentes naturezas, estão preocupados em Dependendo da intensidade do desastre e da ca-
garantir os direitos e em aprimorar os procedimentos de pacidade local instalada, é possível que os recursos
socorro e de assistência a esses grupos especiais. municipais sejam insuficientes nos desastres com
Em âmbito nacional, foi instituído o Protocolo Na- grande destruição material e danos humanos
cional de Proteção Integral à criança, ao adolescente, graves, como mortos, feridos, desaparecidos e afeta-
ao idoso e à pessoa com deficiência, com o objetivo de dos com trauma psicológico. Nessa situação, exige-
orientar agentes públicos estaduais, municipais e -se que várias instituições se envolvam nas ações de
federais, a sociedade civil, o setor privado e as agên- resposta, como entidades ONGs voluntárias, órgãos
cias de cooperação internacional para atuarem em estaduais e federais e até agências internacionais nos
situações de risco e de desastre no desenvolvimento casos de desastres de grande intensidade.
de ações de prevenção, mitigação, preparação, res-
posta e recuperação. “Aspectos psicossociais em situações de desastre”
No contexto internacional, as organizações huma- Curso Internacional: Líderes “Saúde, Desastres e
nitárias não governamentais e o Movimento Interna- Desenvolvimento” Brasília, 2008. Organização
cional da Cruz Vermelha e Crescente Vermelho, que Pan-americama de Saúde (OPAS). Disponível em:
formam o Projeto Esfera, lançaram no ano de 2011, no http://www.disaster-info.net/lideres/portugues/cur-
Panamá, a nova versão da Carta Humanitária e Normas so-brasil08/palestras_pdf/aspectos_psicossociais_
mínimas para a ajuda humanitária. em_situacoes_de_desastre.pdf
52
3. Contexto geral da Gestão de Risco
53
Resposta:
Noções Gestão
básicas emdeproteção
desastres, decretação
e defesa civil eeem
reconhecimento federal
Gestão de Riscos | Livro Base
4. Aspectos
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
Administrativos e Gestão
de Recursos Federais
Destinados à Resposta
54
4. Aspectos Administrativos e Gestão de Recursos Federais Destinados à Resposta
Quando o desastre ocorre, cabe ao município a dade pública pelos Municípios, Estados e pelo
primeira resposta. Mas se sua capacidade local não Distrito Federal, e para o reconhecimento federal
for suficiente, o município pode recorrer ao governo das situações de anormalidade decretadas pelos
estadual com o intuito de solicitar o seu apoio com- entes federativos estão estabelecidas por meio da
plementar. Instrução Normativa n° 02 de 20 de dezembro de
Caso seja necessário, o município pode, individu- 2016, leia na integra no http://www.mi.gov.br/docu-
almente, ou por meio do estado (quando houver mais ments/3958478/0/Portaria+MI+2+-+2017+-.pdf/cec-
de um município afetado), solicitar o reconhecimento c0e2e-48ab-4913-abdb-0dc2bf2547a1 ou
federal de Situação de Emergência (SE) ou Estado de
Calamidade Pública (ECP) e o apoio COMPLEMENTAR http://www.mi.gov.br/web/guest/defesacivil/legisla-
do governo federal para as ações de resposta, descri- coes
to nos capítulos seguintes.
Para tanto, o Agente de Proteção e Defesa Civil A declaração por meio de Decreto, comumente
deve preparar as condições administrativas necessá- denominada de decretação de SE ou ECP, é de com-
rias para o recebimento de apoio complementar pro- petência do Prefeito Municipal e do Governador do
veniente do Governo Federal, conforme descrito no Distrito Federal, nos casos em que o desastre atingir
Capítulo 3.2 deste livro. apenas a área do Município ou do DF. Para áreas
atingidas por um mesmo evento adverso causador que
4.1. Decretação (declaração), compreendam mais de um município, o Governador
Homologação e Reconhecimento de do Estado poderá decretar a SE ou ECP.
Situação de Emergencia (SE) ou Estado Tendo em vista a solicitação e que trata o inciso
de Calamidade Pública (ECP) VI, art. 7º da Lei 12.608/2012, é importante que as
defesas civis estaduais ratifiquem as situações de
Os procedimentos e critérios para a decretação emergência ou estado de calamidade pública munici-
de situação de emergência ou estado de calami- pais por meio de visitas técnicas e/ou elaboração de
55
Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
CADASTRAMENTO
DO USUÁRIO DESASTRE
NO S2ID
REGISTRO DO PROCESSO NO
PARECER FUNDAMENTANDO A
S2ID: FIDE, DO DMATE E DO
DECRETAÇÃO E BASEADO NOS DECRETAÇÃO DE
RELATÓRIOFOTOGRÁFICO E
REQUISITOS ESTIPULADOS SE OU ECP
OUTROS DOCUMENTOS
PELA IN
OBRIGATÓRIOS
ENVIO PARA A
MANIFESTAÇÃO
ESTADUAL
ENVIO PARA O
RECONHECIMENTO
FEDERAL
relatórios técnicos ou pareceres, os quais serão ane- 4.1.1. Critérios para caracterização
xados aos processos de reconhecimento federal antes de SE ou ECP
do envio para a SEDEC/MI.
O reconhecimento federal é um ato administra- Conforme a IN 02/2016, para fins de reconheci-
tivo que, sob a ótica da União, significa avalizar a mento federal, os desastres podem ser classificados
“quando for necessário estabelecer uma situação jurí- em nível I, II ou nível III, de acordo com a intensidade,
dica especial para execução das ações de socorro e conforme a capacidade de resposta local para resta-
assistência humanitária à população atingida, restabe- belecer a normalidade, conforme descrito a seguir:
lecimento de serviços essenciais e recuperação de áreas i. DESASTRES DE NÍVEL I: aqueles em que há
atingidas por desastre” (IN 02/2016, art. 1º). somente danos humanos consideráveis e que
Conforme previsto na Portaria MI 526/2012 e a situação de normalidade pode ser restabele-
25/2013, o Poder Executivo Federal só reconhecerá a cida com os recursos mobilizados em nível local
situação anormal decretada pelo Município, pelo Dis- ou complementados com o aporte de recursos
trito Federal ou pelo Estado, se a solicitação e a ca- estaduais e federais e ensejam a decretação
racterização do desastre forem enviadas por meio do de situação de emergência.
Sistema Integrado de Informações sobre Desastres ii. DESASTES NÍVEL II: aqueles em que os danos
(S2ID), conforme cadastramento descrito no item 3.2.5 e prejuízos são suportáveis e superáveis pelos
deste livro. governos locais e a situação de normalidade pode
O reconhecimento da SE ou ECP pelo Poder Exe- ser restabelecida com os recursos mobilizados
cutivo Federal se dará por meio de Portaria do titular em nível local ou complementados com o aporte
da SEDEC/MI e publicada na Seção I, do Diário Oficial de recursos estaduais e federais e ensejam a
da União (DOU). decretação de situação de emergência.
O Processo de reconhecimento é apresentado em °° Os desastres de nível II são caracterizados
resumo na figura acima. pela ocorrência de ao menos dois (02) danos,
sendo um deles obrigatoriamente danos
56
4. Aspectos Administrativos e Gestão de Recursos Federais Destinados à Resposta
57
Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
se utilizar de outros instrumentos oficiais, além da deve-se basear nos laudos das áreas setoriais.
documentação obrigatória enviada pelo Município Exemplo: a perda de safra devido à seca/estiagem
ou Estado, com o intuito de comprovar os dados deve ser avaliada por órgão competente, como a
informados e melhor instruir o processo Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural
(EMATER) ou órgão correspondente, pois este detém
informações para fazer a verificação e saberá dimen-
O prazo para envio da sionar a perda de produção em função da estiagem/
documentação por meio do S2ID seca. Essas informações devem constar do Laudo
cenad.crf@integracao.gov.br
Esses documentos - FIDE, Plano de Trabalho e
Relatório de Diagnóstico devem ser coerentes e vão
ou de uma declaração anexada ser verificados quanto à duplicidade e ao nexo dos
ao processo no S2ID, que será danos e prejuízos com o desastre reconhecido pelo
Reconhecimento Federal
CRF/CENAD. Tanto os danos quanto os
prejuízos informados no FIDE
4.1.2.1. Formulário de Informações do deverão possuir relação
Desastre (FIDE) direta com o desastre
ocorrido na região”.
No que concerne ao item 1 do FIDE (Identificação),
É importante que haja alguma
relação entre os prejuízos
é importante que o ente não se esqueça de informar
as Receitas Correntes Líquidas anual e mensal, uma
vez que uma delas será necessária para que seja privados e os danos humanos
efetuado o cálculo referente ao índice de prejuízos informados, como por exemplo,
para a decretação.
no caso da agricultura de
subsistência ou familiar
Ademais, além de indicar a quantidade de danos
ocorridos na região é importante que o município/
estado descreva, conforme solicitado no referido for-
mulário, relacionando esses danos com o desastre,
como por exemplo, no caso da estiagem, o desabas- 4.1.2.2. Declaração Municipal de Atuação
tecimento populacional com água potável e prejuízos Emergencial (DMATE)
privados de pequenos agricultores familiares, gerando
baixa renda e prejudicando o seu sustento. Caso o município seja o responsável pela solicita-
Para preenchimento do campo referente aos pre- ção de reconhecimento federal e o desastre só tenha
juízos no FIDE, o Agente de Proteção e Defesa Civil ocorrido na sua localidade, ele encaminhará essa
58
4. Aspectos Administrativos e Gestão de Recursos Federais Destinados à Resposta
59
Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
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4. Aspectos Administrativos e Gestão de Recursos Federais Destinados à Resposta
Figura 17. Kit de Higiene da SEDEC?MI para assistência humanitária. Figura 18. Colchete para assistência humanitária da SEDEC/MI.
Fonte: SEDEC/MI. Fonte: SEDEC/MI.
Quadro 2. Descrição dos itens da Ata de Registro de Preços da SEDEC/MI, válida até 17/05/2017 (*).
Embalagem plástica, sem gás, características adicionais com tampa Atende 01 pessoa por
Água mineral
de rosca e lacre, rótulo c/validade (min. 3 meses) Galão de 05 litros. dia.
10 pacotes de fraldas infantil tamanho “M” (pacote c/ 08 unidades) e Atende uma criança
Kit Infantil
01 tubo de pomada antiassadura. por 10 dias.
61
Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
Figura 19. Avião da Força Aérea Brasileira apoiando o transporte de kits de assistência humanitária.
Fonte: SEDEC/MI.
ATENÇÃO: Os municípios terão que buscar, na É importante ressaltar que o acionamento das
capital do seu Estado, os Kits de materiais de as- Forças Armadas deve ser feito em último caso, apenas
sistência humanitária emergenciais disponibili- quando todas as alternativas forem esgotadas. Toda
zados pela SEDEC/MI. a estrutura local disponível deve estar empenhada
para as ações de resposta. Além disso, é preciso con-
4.2.2. Apoio logístico sultar a possibilidade de atendimento pelo MD (que
depende da disponibilidade de pessoal e material,
Os Recursos Logísticos são fornecidos por meio capacidade logística de atendimento, tempo hábil para
do Protocolo MI/MD/MS (ANEXO C), instituído pela mobilização, etc.).
Portaria Interministerial nº 2, de 06 de dezembro de Segue uma relação de ações e recursos passíveis
2012, que englobam ações específicas de socorro, de serem solicitados ao MD e MS:
assistência e restabelecimento.
No caso do Ministério da Saúde (MS) a solicitação
pode ser encaminhada à SEDEC/MI ou diretamente à
Secretaria de Saúde local que aciona o órgão superior.
O acionamento do Ministério da Defesa (MD)
pode ser feito diretamente pelo ente federado afetado,
mas se assim for, todo o custo da operação será arcado
pelo solicitante. Para garantir que esses custos sejam
arcados pela SEDEC/MI, somente se ela autorizar,
mediante solicitação e a sua prévia intermediação.
62
4. Aspectos Administrativos e Gestão de Recursos Federais Destinados à Resposta
5. Transporte de pessoal
6. Combate a incêndio
5. Confecção de alimentos
6. Tratamento de água
Assistência às
vítimas
7. Alojamento em barracas
63
Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
Restabelecimento
5. Instalação de pontes móveis para pessoal ou
de serviços
viaturas
essenciais
6. Tratamento de água
64
4. Aspectos Administrativos e Gestão de Recursos Federais Destinados à Resposta
65
Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
Esses dados, assim como o número do CNPJ utili- assim que os dados forem disponibilizados pelo Banco
zado para abrir a conta são essenciais, pois os recur- do Brasil, o Ente requerente deverá encaminhá-los à
sos financeiros são transferidos exclusivamente via SEDEC/MI para prosseguimento do processo. O número
CPDC. Caso o ente esteja no processo de solicitação do “centro de custo” estará localizado no contrato
do cartão (que deveria ter feito antes do desastre) é da conta corrente e é invariável.
possível enviar o PDR sem esses dados. Neste caso,
1. INFORMAÇÕES DO DESASTRE
Total
Neste caso, é preciso estar atento às orientações dos anteriores, mas ainda assim necessitam de algum
destacadas. Normalmente, existe maior dificuldade tipo de apoio em decorrência do desastre.
de entendimento do item outros afetados, que são Se a solicitação for feita pelo Estado é preciso
aqueles que não se encaixam em nenhum dos afeta- informar os danos por município.
* Em “Descrição da Situação” deve se detalhar a condição desses afetados e justificar a necessidade de auxílio do poder
público.
Os danos humanos devem ser informados por município, caso este Plano seja preenchido pelo Estado.
Descrição da Situação:
Pelo ente municipal: Descrição dos recursos já empregados pelo município (ações de socorro e assistência às vítimas,
incluindo os materiais de assistência humanitária distribuídos e o restabelecimento de serviços essenciais).
Pelo ente estadual/DF: Descrição dos recursos já empregados pelo estado/DF (ações de socorro e assistência às
vítimas, incluindo os materiais de assistência humanitária distribuídos e o restabelecimento de serviços essenciais).
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4. Aspectos Administrativos e Gestão de Recursos Federais Destinados à Resposta
MUNICÍPIO XXXX
Período
Unidade Valor Valor
de
Metas Itens Especificação Qtde. de Unitário Total Justificativa*
execução
Medida (R$) (R$)
(em dias)
1 xxxxxxx
*Apresentar, sucintamente, a justificativa da locação/serviço/material a ser usado, memória de cálculo e demais informações
necessárias à análise técnica de cada meta.
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Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
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4. Aspectos Administrativos e Gestão de Recursos Federais Destinados à Resposta
ações de socorro, assistência às vítimas e resta- agente público responsável pela conta. Para a
belecimento de serviços essenciais será efetuado abertura da conta poderá ser utilizado o CNPJ da
por meio do Cartão de Pagamento de Defesa Civil prefeitura ou CNPJ do órgão local de Proteção e
– CPDC. Defesa Civil.
• Portaria MI Nº 607/2011: O pagamento das des- 2. Por iniciativa da Secretaria Nacional de Pro-
pesas realizadas pelo ente beneficiário com os teção e Defesa Civil – SEDEC/MI: A SEDEC/MI,
recursos transferidos pelo MI para a execução das para iniciar o processo de abertura, utilizará o CNPJ
ações de socorro, assistência às vítimas e resta- da Prefeitura ou do órgão de Proteção e Defesa
belecimento de serviços essenciais, definidas pelo Civil, o nome e CPF do prefeito como responsável
Decreto Federal nº 7.257, de 4 de agosto de 2010, pela conta. A SEDEC/MI informa ao beneficiário
será efetuado apenas por meio do CPDC. os dados bancários: número da Agência, da Conta
Portanto, as aquisições com o CPDC de bens e e do Centro de Custo. O representante do ente
serviços relacionadas à resposta a desastres, como beneficiário deverá comparecer à agência infor-
qualquer outra aquisição pela administração pública, mada para:
devem observar a Lei Federal nº 8.666, de 1993, que • Assinar o contrato;
trata de Licitação e Contratos. Assim, igual tratamen- • Finalizar o processo de abertura da conta.
to deve ser dado para as despesas com cartão CPDC, Se duas contas forem abertas, uma pelo ente e
há que se empenhar antes de comprar, como estabe- outra pela SEDEC/MI, as duas serão válidas, mas
lece a Lei nº 4.320/1964, do Direito Financeiro e Or- apenas uma será utilizada. A outra poderá ser utiliza-
çamento. Pela mesma razão, nas aquisições devem da posteriormente para outro desastre.
ser retidos os tributos na forma da lei, segundo a Lei
Federal nº 5.172/1966, Código Tributário Nacional e IMPORTANTE:
legislação tributária do município. O cartão funciona na função DÉBITO. A conta
sempre é aberta com saldo ZERO.
4.3.2. Conta corrente específica Após a transferência dos recursos, o saldo da
para o CPDC conta passa a ser o valor transferido.
Não há saque em espécie; não há talão de che-
Para ter acesso ao CPDC, é necessária a abertura que; não há transferência entre contas.
de conta específica nas Agências do Banco do Brasil.
As contas do CPDC devem ser abertas previamente A única exigência da legislação para o responsável
aos desastres e os portadores dos cartões cadastrados pela conta do CPDC é ser “agente público” (agente
na agência de relacionamento do Banco do Brasil. político, servidor público, efetivo ou comissionado).
Assim, quando da ocorrência de desastre, o por- A princípio, o Prefeito é o responsável natural pela
tador estará de posse do cartão e poderá utilizar conta (representante legal) devido à sua condição de
contas específicas, visto que uma conta específica Ordenador de Despesa, inclusive quando aberta pela
aberta só será ativada quando ocorrer o depósito de SEDEC/MI. Contudo ele poderá delegar esta função
recursos federais pela União. a um agente público. Logo cabe ao prefeito decidir
A conta pode ser aberta de duas maneiras: qual agente público do município será o responsável
1. Por iniciativa do ente beneficiário: O repre- pela conta do CPDC (representante autorizado).
sentante do ente beneficiário se dirige a uma
agência do Banco do Brasil, de preferência onde Atenção! O Banco do Brasil não cobra nenhuma
a prefeitura já possua conta, solicita a abertura da taxa de administração do ente beneficiado.
conta do CPDC, assina o contrato com o Banco e
comunica à SEDEC/MI os dados da conta com os Algumas considerações:
números da Agência, da Conta e do Centro de • O pagamento deve ser efetuado durante a vi-
Custo e o CNPJ utilizado para abertura da conta. gência do instrumento, conforme definido na por-
Também deve ser informado o nome e CPF do taria que autorizou a transferência dos recursos;
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Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
• É necessária a atualização de dados, quando mente houver riscos graves e irreparáveis para a popu-
houver alteração do representante legal, do repre- lação, se o empenho não puder ser feito antes da
sentante por ele autorizado ou dos portadores, o despesa, realiza-se a despesa e justificadamente em-
que deve ocorrer, principalmente, após as eleições; penha-se posteriormente, na primeira oportunidade
• A conta do CPDC é exclusiva para movimenta- possível.
ção de recursos federais. Os recursos obtidos de
outras fontes deverão ser depositados e movimen- • Para entes que se utilizam de sistema informa-
tados em outras contas. tizado de orçamento e finanças, a Ordem Bancária
• A base legal do CPDC não alterou a Lei Federal poderá ser gerada no sistema, contudo não deve
nº 4.320/64, nem o Decreto Federal 93.872/86. O ser enviada ao banco, uma vez que o pagamento
Cartão é apenas uma forma de pagamento. Quando é realizado por meio do Cartão.
os recursos federais forem repassados, o ente
beneficiado deverá providenciar a ‘apropriação de É possível a utilização dos rendimentos da aplica-
receita’ para integralizar esses recursos no seu ção financeira no objeto pactuado, ou seja, em
orçamento. Sem esse procedimento, não se pode ações de resposta. Para tanto o ente deve reali-
executar os estágios obrigatórios da despesa (Lei zar procedimento junto ao Banco para que este
Federal nº 4.320/64): empenho, liquidação e pa- converta o rendimento no saldo da conta.
gamento. Há diferentes formas de fazer, conside-
rando duas realidades orçamentárias: 4.3.3. Sobre os fornecedores
1ª HIPÓTESE: Se houver rubrica orçamentária A situação ideal é que o órgão de proteção e defesa
“Destinada à Proteção e Defesa Civil’ ou “Trans- civil oriente, com antecedência, os fornecedores
ferências da União” locais sobre os procedimentos do Cartão CPDC. Essa
Faz-se suplementação orçamentária. A atividade deve constar do Plano de Contingências
forma de fazer essa suplementação obedece o (Módulo II)
que está estabelecido na sua LOA vigente, há Os fornecedores deverão ser informados sobre a
duas forma de fazer: proposta de preço. O órgão de proteção e defesa civil
1) Decreto do Prefeito, ou deverá obter três propostas de preços e guardá-las
2) Projeto de Lei a ser aprovado pela Câmara por até 5 anos depois da aprovação da prestação de
de Vereadores contas.
O Banco do Brasil cadastra os fornecedores que
2ª HIPÓTESE: Se NÃO houver rubrica orça- ainda não operam com cartão dispondo de máquinas.
mentária adequada. É possível o fornecimento de máquinas para firmas
Abre-se crédito extraordinário ou espe- individuais e profissionais liberais.
cial. Há 2 formas de fazer, mas NUNCA por Pagamento aos fornecedores: Se o fornecedor
Decreto: não possuir a maquineta, é possível realizar o paga-
1) Medida Provisória ou, termo de igual teor. mento mediante a emissão de boleto bancário!
2) Projeto de Lei: A solução ideal seria contato prévio com os forne-
cedores para o uso de maquinetas de cartão.
Note que a própria Lei nº 4.320/64 em seu Art. 60
define as modalidades de empenho global ou por O ente deve realizar levantamento de seus forne-
estimativa e ainda o Decreto n° 93.872/86 no Art. 24 cedores usuais e excepcionais e promover o con-
Parágrafo único, dispõe: “Em caso de urgência carac- tato desses com o BB para que obtenham suas
terizada na legislação em vigor, admitir-se-á que o ato máquinas.
do empenho seja contemporâneo à realização da
despesa”. Para adquirir um produto que não é comercializa-
Assim, em casos de SE ou ECP, onde comprovada- do no município, nem na região, podem-se realizar as
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4. Aspectos Administrativos e Gestão de Recursos Federais Destinados à Resposta
to: selecionar “Débito no cartão de crédito”; informar equipe do CENAD responsável pelas ações de resposta à seca
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4. Aspectos Administrativos e Gestão de Recursos Federais Destinados à Resposta
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Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
• Apresentar projetos propondo soluções para o abastecimento de água, inseridos no Plano Municipal de
Saneamento Básico,
• Conforme determina a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, e o Decreto nº 7.217, de 21 de junho de
2010;
Gov. • Participar das reuniões municipais relacionadas à inclusão de municípios na Operação;
Estadual
• Informar à SEDEC/MI a existência de irregularidades;
CEDEC
• Emitir parecer sobre a inclusão de municípios;
• Sugerir à SEDEC/MI a suspensão e a exclusão de municípios;
• Realizar a distribuição de água potável nos municípios que não puderam ser atendidos pelo Comando
do Exército.
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4. Aspectos Administrativos e Gestão de Recursos Federais Destinados à Resposta
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Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
A distribuição emergencial de água potável deverá nicípio, que devam ser inseridos no Plano Municipal
ser realizada, preferencialmente, por meio de carros- de Saneamento Básico, conforme determina a Lei
-pipa, que deverão estar identificados, de forma visível, nº 11.445, de 2007, e o Decreto nº 7.217, de 2010.
com o logotipo da SEDEC/MI, com o brasão do Exér-
cito/MD e com números de telefones para contato, Suspensão de municípios na OCP
informações e denúncias. Trata-se de paralisação temporária de distribuição
de água no município. Pode ocorrer nos seguintes
Inclusão na Operação casos:
Trata-se da inserção do município na Operação. A • Quando não for apresentada a documentação
solicitação de inclusão deve ser direcionada à SEDEC/ necessária;
MI, exclusivamente pelos seguintes órgãos: • Quando a COMDEC não for cadastrada no prazo
• COMDEC; estipulado pela Portaria Interministerial nº 01/2012.
• Prefeitura Municipal, quando não houver órgão A suspensão temporária de municípios também
municipal de defesa civil4. poderá ser sugerida à SEDEC/MI, por meio de ofício,
Obs.: A inclusão na OCP poderá ser solicitada pelos com justificativa, pelos seguintes órgãos5:
municípios com reconhecimento federal da SE/ECP • Órgão municipal de defesa civil ou Prefeitura
vigente e localizados na região do semiárido nordes- Municipal;
tino ou do norte dos Estados de Minas Gerais e do • Órgão estadual de defesa civil; e
Espírito Santo. • Comando de Operações Terrestres do Exército.
Para a inclusão do município na OCP é necessário Haverá suspensão automática do serviço de dis-
o encaminhamento à SEDEC/MI dos seguintes docu- tribuição de água, por até 60 dias, no município:
mentos: • Que deixar de apresentar o Laudo dos manan-
• Ofício do órgão municipal de defesa civil ou da ciais de captação e de controle da qualidade da
Prefeitura Municipal, solicitando a inclusão do água que será distribuída para a população;
município; • Que apresentarem laudos, referentes ao con-
• Ata da reunião da COMDEC, do Conselho trole da qualidade da água, com parâmetros em
Municipal para o Desenvolvimento Sustentável ou desacordo com a Portaria GM/MS nº 2.914, de 2011,
órgão correspondente, contendo informações sobre ou outra que vier a substituí-la;
a solicitação de inclusão de localidades, o número • Onde ocorrer chuvas ocasionais, em quantida-
de pessoas a serem atendidas, os mananciais ou de suficiente para, temporariamente, prescindir
pontos de captação de água e as rotas a serem da distribuição emergencial de água;
percorridas; • Que deixar de informar à OME os documentos
• Documentação referente à decretação da de solicitação de inclusão;
SE/ECP, para reconhecimento do Governo • Que, após notificação da OME sobre as condi-
Federal; ções sanitárias das cisternas, não adotar as pro-
• Relatório técnico contendo: descrição do vidências necessárias para deixar os recipientes
cenário atingido pela estiagem ou seca; número em condições de receber água potável.
estimado de pessoas afetadas diretamente pelo Obs.1: Em até 60 dias, a contar da data da suspen-
evento adverso; número estimado de pessoas que são, a distribuição de água potável será retomada,
necessitam de assistência. sem necessidade de solicitar parecer da SEDEC/MI,
Obs.: Os municípios que estiverem inseridos na caso os motivos que causaram a suspensão do aten-
OCP por período superior a 6 meses, seguidos ou dimento tenham cessado ou sido solucionados.
intercalados, deverão apresentar projetos propon- Obs.2: Após 60 dias, será encaminhada à SEDEC/
do soluções para o abastecimento de água no mu- MI solicitação de exclusão, da Operação, de município
4. O município deverá instituir uma COMDEC no prazo de 90 dias e 5. A SEDEC poderá suspender o município da Operação nos casos em
cadastrá-la na SEDEC. que julgar conveniente, mesmo sem a solicitação de outros órgãos.
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4. Aspectos Administrativos e Gestão de Recursos Federais Destinados à Resposta
que estiver com o atendimento suspenso temporaria- tação da Portaria GM/MS nº 2.914, de 2011.
mente, caso os motivos da suspensão não tenham Os carros-pipa deverão apresentar condições de
cessado ou sido solucionados. conservação que não permitam a contaminação da
água transportada.
Exclusão de municípios na OCP Deve-se priorizar a captação em Estação de Tra-
Trata-se da suspensão definitiva do município na tamento de Água com tratamento convencional e,
Operação. Poderá ocorrer nos seguintes casos6: quando não for possível, captar água em manancial
• Falta de apresentação da documentação no subterrâneo e proceder ao tratamento mínimo de de-
prazo determinado; sinfecção da água ou captar água em manancial su-
• Quando expirar o prazo de vigência do decreto perficial com a adoção do tratamento mínimo de fil-
que declarou a situação de emergência ou o estado tração e desinfecção da água.
de calamidade pública;
• Quando for solicitado por órgão competente; Denúncias/Fiscalização
• Quando for comprovada a prática de irregula- A SEDEC/MI deverá ser informada sobre quaisquer
ridades; irregularidades, bem como das soluções das averigua-
• Quando a SEDEC/MI julgar que as condições ções realizadas e poderá, a qualquer tempo, enviar
climáticas e meteorológicas não justificam a con- seus agentes para exercer ações de fiscalização nos
tinuidade da distribuição de água. municípios atendidos. A SEDEC/MI e o Comando do
Obs.: A exclusão poderá ser solicitada a qualquer Exército poderão executar ações de fiscalização da
tempo, não sendo requisito essencial o fim da vigência OCP, direta e indiretamente, por meio de ligações
do decreto que declarou a SE/ECP. telefônicas, do Sistema Integrado de Administração
A exclusão de municípios poderá ser sugerida à Financeira do Governo Federal - Siafi, do Programa de
SEDEC/MI, por meio de ofício, com justificativa, pelos Gestão e Controle de Distribuição de Água ou outros
seguintes órgãos: procedimentos que não necessitem de visita in loco,
• Órgão municipal de defesa civil ou Prefeitura a fim de detectar possíveis irregularidades.
Municipal; Toda denúncia será apurada pela SEDEC/MI e pelo
• Órgão estadual defesa civil; Comando do Exército, sendo o denunciante, quando
• Comando de Operações Terrestres do Exército. identificado, informado sobre o resultado das averi-
Obs.: Quando a solicitação de exclusão for apre- guações realizadas.
sentada pelo órgão municipal de defesa civil ou de
comum acordo com a OME, a exclusão será imediata, Prestação de Contas
devendo apenas ser comunicada à SEDEC/MI, para O Coter envia semanalmente à SEDEC/MI um Re-
fins de controle. latório Parcial de Cumprimento do Objeto com as in-
formações técnicas atualizadas da OCP federal.
Controle e à vigilância da qualidade da água A Prestação de Contas segue o disposto na Por-
Os procedimentos e responsabilidades inerentes taria Interministerial no 507/CGU/MF/MP, de 24 de
ao controle e à vigilância da qualidade da água para novembro de 2011 e na Portaria Interministerial MI-MD
consumo humano e o seu padrão de potabilidade nº 01/2012, e ocorre ao término do exercício financei-
deverão seguir a legislação específica do Ministério ro, com detalhamento mensal, por município, por meio
da Saúde - MS. A OCP, por ser uma operação emer- de Relatório de Prestação de Contas, que contém as
gencial, o responsável pelo fornecimento de água para seguintes informações:
consumo humano por meio de veículo transportador • Nome dos municípios;
é o Governo Municipal, por intermédio do órgão mu- • Número de pessoas atendidas, por município;
nicipal de defesa civil, que deve assumir a implemen- • Volume de água entregue, por município;
• Valor gasto com a Operação, por município;
6. A SEDEC poderá excluir o município nos casos que julgar conveniente, • Quantidade de carros-pipa contratados, por
mesmo sem a solicitação de outros órgãos. município;
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e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
xxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxx 00/00/00 00/00/00 xxxxxxxxxx 00/00/00 00.000,00
xxxxxxxxxxxxx
Subtotal 00.000,00
Subtotal 000.000,00
* Descrever as ações/metas aprovadas de acordo com a nomenclatura utilizada no Plano Detalhado de Resposta.
** Correspondência do extrato do Cartão de Pagamento de Defesa Civil (CPDC) com as ações aprovadas no Plano
Detalhado de Resposta - informar qual(is) meta(s) aprovada(s) relaciona(m)-se ao gasto identificado no extrato).
O não cumprimento do prazo para envio do Rela- Como a transferência de recurso tem vigência de
tório poderá acarretar no bloqueio dos recursos 180 dias para a execução, o ente beneficiário deverá
financeiros repassados, sem prejuízo das demais apresentar a documentação à SEDEC/MI em até 30
providências cabíveis. (trinta) dias corridos após o término da vigência. Caso
conclua as ações antes da vigência terá até 30 dias
Após a conclusão do objeto para encerramento do para prestar contas.
instrumento, será realizada ainda a Prestação de Como estabelecido pelo Decreto Federal nº
Contas Final, que tem por objetivo a comprovação da 7.257/2010, o ente beneficiário após a vigência ou
regular utilização dos recursos federais liberados. conclusão das ações, o que ocorrer primeiro, deverá
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4. Aspectos Administrativos e Gestão de Recursos Federais Destinados à Resposta
apresentar os seguintes documentos obrigatórios: beneficiário e demais responsáveis, por via postal,
com aviso de recebimento, e por meio do SICONV,
Relatório Final de Execução das Ações de Respos- quando aplicável, concedendo-lhe o prazo fixado
ta e anexos: na legislação pertinente para devolução dos res-
i. Relatório de execução físico-financeira pectivos recursos devidamente corrigidos, norma
(Modelo Anexo A). infringida, quantificação do débito apurado e iden-
ii. Demonstrativo de execução da receita e tificação do (s) responsável (eis), e encaminhará
despesa, evidenciando os recursos recebidos os autos à CCONT para instauração de TCE.
e eventuais saldos (Modelo - Anexo B). O ente beneficiário inadimplente do envio da do-
iii. Relação de pagamentos e de bens adqui- cumentação será notificado formalmente e, após o
ridos, produzidos ou construídos (Modelo - Anexo transcurso do prazo estipulado, o processo será en-
C). caminhado à autoridade competente com vistas às
iv. Relatório fotográfico (Modelo - Anexo D). medidas cabíveis e encaminhamento para Tomada de
v. Extrato da conta bancária específica (do Contas Especial.
CPDC) do período de execução dos recursos e
conciliação bancária, quando for o caso. 4.5.2. Tomada de contas especial (TCE)
vi. Comprovante de recolhimento do saldo
de recursos (Guia de Recolhimento da União Quando o ente beneficiário dos recursos financei-
– GRU), quando houver (instruções de preen- ros federais não apresentar a Prestação de Contas
chimento no sítio eletrônico da SEDEC/MI). dentro do prazo (30 dias) ou, quando for constatada
vii. Em caso de uso de materiais de assis- irregularidade ou ainda falta de informação.
tência humanitária (Sempre que os materiais Se permanecer reprovada a prestação de contas,
forem doados pela SEDEC/MI ou adquiridos por em virtude da rejeição parcial ou total dos argumentos
meio da Ata de Registro da SEDEC/MI). apresentados, ou não sendo esta apresentada no prazo
viii. Declaração de recebimento e distribui- estipulado, a CGCONV providenciará o registro da
ção de materiais de assistência humanitária inadimplência no SIAFI e/ou no SICONV, quando apli-
(Modelo - Anexo E). cável, instruirá o processo com a demonstração obje-
tiva da irregularidade, conforme disposto na Portaria
MI nº 88, de 2012:
Consulte os formulários dos relatórios no http://
www.mi.gov.br/acoes-de-resposta Art. 6º A Tomada de Contas Especial - TCE será ins-
taurada para apuração dos fatos, identificação dos
A autoridade responsável pela prestação de contas responsáveis e quantificação dos danos causados ao
que inserir ou fizer inserir documentos ou declaração Erário, com vistas ao seu imediato ressarcimento, nas
falsa ou diversa da que deveria ser inscrita, com o fim hipóteses previstas na legislação pertinente.
de alterar a verdade sobre o fato, será responsabiliza-
da na forma da lei. Parágrafo único. A instauração da TCE será deter-
A Prestação de Contas é analisada, inicialmente, minada pelo Ordenador de Despesas, por solicitação
pelo CENAD/SEDEC/MI (aspectos técnicos) e, poste- da CGCONV ou das Secretarias finalísticas.
riormente, pela CGCONV/MI (aspectos financeiros):
• Se a PC for aprovada, o Ordenador de Despesa
dá baixa de responsabilidade no Sistema Integra-
do de Administração Financeira do Governo Federal
– SIAFI;
• Se a PC for reprovada, de glosa de recursos,
parcial ou total, a CGCONV deverá notificar o ente
83
Resposta: Gestão de desastres, decretação e reconhecimento federal
e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
BRASIL. Decreto Federal nº 7.257, de 05.08.2010, BRASIL. Lei Federal nº 8.666, de 21.06.1993, que
que regulamenta a MProv no 494 de 2 de julho de 2010, regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição
para dispor sobre o Sistema Nacional de Defesa Civil Federal, institui normas para licitações e contratos da
- SINDEC, sobre o reconhecimento de situação de Administração Pública.
emergência e estado de calamidade pública, sobre as
transferências de recursos para ações de socorro, BRASIL. Manual de orientações com o passo a passo
assistência às vítimas, restabelecimento de serviços para adesão ao CPDC e sua utilização em caso de
essenciais e reconstrução nas áreas atingidas por desastre. SEDEC.MI. Disponível em: http://www.inte-
desastre. gracao.gov.br/c/document_library/get_file?uuid=47e-
2d040-4de3-4be2-a674-422363107627&grou-
BRASIL. Decreto Federal nº 7.505, de 18.08.2011, pId=10157
que regulamenta o uso do Cartão de Pagamento da
Defesa Civil (CPDC). BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão. Secretaria de Orçamento Federal. Manual
BRASIL. Instrução Normativa IN 01/MI, de 24.08.2012, Técnico de Orçamento - MTO. Edição 2016. Brasília,
estabelece procedimentos e critérios para a declaração, 2015. 189 p. Disponível em: http://www.orcamentofe-
por decreto, de SE e ECP pelos Municípios, Estados e deral.gov.br/informacoes-orcamentarias/manual-tec-
Distrito Federal, para o reconhecimento federal. nico/mto_2016_1aedicao-200515.pdf
BRASIL. Lei 9.608, de 18.02.1998, regulamenta o BRASIL. Orçamento Federal. Glossário. Secretaria
trabalho voluntário. de Orçamento Federal. Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão. Brasília. Disponível em: http://
BRASIL. Lei Federal nº 12.340, de 02.12.2010, que www.orcamentofederal.gov.br/glossario-1.
dispõe sobre as transferências de recursos da União
aos órgãos e entidades dos Estados, Distrito Federal BRASIL. Plano Plurianual 2016-2019. Desenvolvi-
e Municípios para a execução de ações de prevenção mento, Produtividade e Inclusão Social. Mensagem
em áreas de risco de desastres e de resposta e de Presidencial. Secretaria de Planejamento e Investi-
recuperação em áreas atingidas por desastres e sobre mento Estratégico. Ministério do Planejamento, Orça-
o Fundo Nacional para Calamidades Públicas, Proteção mento e Gestão. Brasília. 2015. Disponível em: http://
e Defesa Civil (FUNCAP). www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/arquivo/
spi-1/ppa-2016-2019/ppa-2016-2019-ascom-3.pdf.
BRASIL. Lei Federal nº 12.608, de 10.04.2012, que
institui a PNPDEC e dispõe sobre o SINPDEC e o BRASIL. Portaria MI nº 025, de 13.01.2013, que es-
CONPDEC. tabelece a data inicial de obrigatoriedade do uso do
S2ID.
BRASIL. Lei Federal nº 12.983, de 03.06.2014, que
altera a Lei nº 12.340, de 1º de dezembro de 2010, para BRASIL. Portaria MI nº 037, de 01.02.2012, que altera
dispor sobre as transferências de recursos da União a Port. 607/2011.
aos órgãos e entidades dos Estados, Distrito Federal
e Municípios para a execução de ações de prevenção BRASIL. Portaria MI nº 274, de 04.07.2013, que altera
em áreas de risco e de resposta e recuperação em a Port. 607/2011.
áreas atingidas por desastres e sobre o Fundo Nacio-
nal para Calamidades Públicas, Proteção e Defesa BRASIL. Portaria MI nº 526, de 06.09.2012, que
Civil, e as Leis nos 10.257, de 10 de julho de 2001, e estabelece procedimentos para solicitar reconheci-
84
4. Aspectos Administrativos e Gestão de Recursos Federais Destinados à Resposta
mento SE ou ECP pelo sistema S2ID. Disaster. The Human cost of natural Disasters-2015.
A global perspective. Brussels.Belgium.2015
BRASIL. Portaria MI nº 607, de 19.08.2011, que regula
o uso do CPDC. FAULKNER, Bill. Towards a framework for tourism di-
saster management. Tourism Management, v. 22, p.
BRASIL. Protocolo Nacional conjunto para Proteção 135-147, 2001.
Integral a Crianças e Adolescentes, Pessoas Idosas
e Pessoas com Deficiência em Situação de Riscos FORÇA VOLUNTÁRIA. Manual de Capacitação de
e Desastres. Ministério do Desenvolvimento Social Voluntários para Atuar em Situação de Desastres.
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ficação, criada também por portaria do Governo editar decretos de contingenciamento, em que são
Federal, que acompanha cada projeto/atividade orça- autorizadas apenas despesas no limite das receitas
mentário. Ex.: 08.42.024 (Função: Educação; Progra- arrecadadas.
ma: Ensino Fundamental; Subprograma: Informática). TT Licitação pela Administração Pública A Licitação
TT Fundos Pode ser compreendido como um conjun- é o processo pelo qual o poder público adquire bens
to de recursos com a finalidade de desenvolver ou e/ou serviços destinados à sua manutenção e expan-
consolidar, por meio de financiamento ou negociação, são. São modalidades de licitação: convite, tomada
uma atividade pública específica. Fonte: Tesouro Na- de preços, concorrência, leilão e concurso. Convite -
cional Modalidade de licitação entre interessados dos ramos
TT Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) Uma das pertinentes ao seu objeto, cadastrados ou não, esco-
três leis em sentido formal (lei ordinária) que compõem lhidos e convidados em número mínimo de três pela
o sistema orçamentário brasileiro. A LDO, de duração unidade administrativa desde que o montante do for-
de um ano, define as metas e prioridades do governo necimento não exceda ao valor fixado em lei. O edital
para o ano seguinte, orienta a elaboração da lei orça- deve ser afixado em local apropriado e a extensão
mentária anual, dispõe sobre alterações na legislação do convite é obrigatória aos interessados que se ma-
tributária e estabelece a política das agências de nifestarem até vinte e quatro horas antes do prazo
desenvolvimento (Banco do Nordeste, Banco do Brasil, para apresentação das propostas. Tomada de preços
BNDES, Banco da Amazônia, etc.). Também fixa limites - Modalidade de licitação realizada entre interessados
para os orçamentos dos Poderes Legislativo e Judici- previamente cadastrados, observada a necessária
ário e do Ministério Público e dispõe sobre os gastos qualificação, para a execução dos serviços, forneci-
com pessoal. A Lei de Responsabilidade Fiscal remeteu mento de bens, ou realização das obras objeto da li-
à LDO diversos outros temas, como política fiscal, citação. Concorrência - Modalidade de licitação entre
contingenciamento dos gastos, transferências de re- quaisquer interessados que, na fase de habilitação,
cursos para entidades públicas e privadas e política comprovem possuir os requisitos mínimos de qualifi-
monetária. cação exigidos no edital da licitação para a execução
TT Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) Estabelece de seu objeto. É cabível na compra ou na alienação
normas de finanças públicas voltadas para a respon- de bens imóveis, qualquer que seja o valor de seu
sabilidade na gestão fiscal. É a Lei Complementar nº objeto, ressalvados os casos de aquisições derivadas
101, de 04.05.2000. de procedimentos judiciais. Concurso - Modalidade
TT Lei Orçamentária Anual (LOA) Uma das três leis de licitação entre quaisquer interessados, para a
em sentido formal (lei ordinária) que compõem o escolha de trabalho técnico ou artístico, mediante a
sistema orçamentário brasileiro. É a lei orçamentária instituição de prêmio aos vencedores. Leilão- Modali-
propriamente dita, possuindo vigência para um ano. dade de licitação entre quaisquer interessados para
Ela estima a receita e fixa a despesa do exercício fi- a venda de bens inservíveis para a administração ou
nanceiro, ou seja, aponta como o governo vai arreca- de produtos legalmente apreendidos, a quem oferecer
dar e como irá gastar os recursos públicos. Para maior lance, igual ou superior ao da avaliação.
maiores detalhes, ver “Classificação por Esfera Orça- TT Medida Provisória Instrumento legal, previsto na
mentária”. A Lei Orçamentária disciplina todas as Constituição Federal, de uso exclusivo do Presidente
ações do governo federal. Nenhuma despesa da República e com força de Lei. As Medidas Provisó-
pública pode ser executada fora do Orçamento, mas rias podem ser usadas em casos de relevância e ur-
nem tudo que está ali previsto é executado pelo governo gência, devendo ser submetidas de imediato ao Con-
federal. A Lei Orçamentária brasileira estima as recei- gresso Nacional, e aprovadas em um prazo máximo
tas e autoriza as despesas de acordo com a previsão de 30 dias. Caso contrário perdem eficácia, a partir
de arrecadação. Havendo a necessidade de realização da data da sua publicação, se não forem republicadas.
de despesas acima do limite previsto na lei, o Poder TT Organização federativa do Estado brasileiro –
Executivo submete ao Congresso Nacional projeto de atribuições e recursos A organização político-admi-
lei de crédito adicional. O Poder Executivo pode, ainda, nistrativa da República Federativa do Brasil compre-
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acompanhado ou não de documentos comprobatórios tação direta sob a forma de bens ou serviços. Cada
das operações de receita e despesa, os quais, se apro- ação requer um conjunto de atributos, onde se des-
vados pelo Ordenador de Despesa, integrarão a sua tacam, na fase qualitativa :a) Finalidade: expressa o
tomada de contas. É também o levantamento organi- objetivo a ser alcançado pela ação, ou seja, o “para
zado pelo Serviço de Contabilidade das entidades da que” do desenvolvimento dessa ação; b) Descrição:
Administração Indireta, inclusive das Fundações ins- expressa, de forma sucinta, o que é efetivamente feito
tituídas pelo Poder Público. no âmbito da ação, seu escopo e delimitações, ou seja,
TT Programas e ações (do Plano Plurianual-PPA) “o que” será feito; c) Produto: é o bem ou serviço que
Transcrição do texto: “Toda a atuação do Governo vai ser ofertado; d) Unidade de Medida: é o padrão
Federal está expressa em programas e ações cons- selecionado para mensurar o produto ou serviço que
tantes do PPA. Essa lógica de planejamento se replica vai ser ofertado; e) Especificação do Produto: expres-
nos níveis estadual, do DF e municipal. A metodologia sa as características do produto acabado visando sua
de elaboração de programas do PPA facilita a identi- melhor identificação; f) Detalhamento da Implemen-
ficação dos problemas e dos segmentos sociais que tação: expressa o modo como a ação será executada,
devem ser alvo da intervenção governamental, esta- podendo conter dados técnicos e detalhes sobre os
belecendo as ações a serem implementadas e os re- procedimentos que fazem parte da execução da ação,
sultados a serem alcançados. Os Programas são, ou seja, define “como” a ação será implementada; g)
portanto, os instrumentos de organização que articu- Base Legal: especifica os instrumentos normativos
lam um conjunto de ações suficientes para enfrentar que dão respaldo à ação. Na fase quantitativa des-
um problema ou aproveitar uma oportunidade, devendo tacam-se como atributos da ação: a) Meta física: é
seu desempenho ser passível de aferição por indica- a quantidade de produto a ser ofertado, por ação num
dores coerentes com o objetivo estabelecido, sendo determinado período; b) Dados financeiros: são as
classificados como: a) Programas Finalísticos: pela estimativas de custos de execução da ação, desdo-
sua implementação são ofertados bens e serviços bradas por fontes de recursos e distribuídas para cada
diretamente à sociedade e são gerados resultados um dos anos do período de vigência do PPA”. Dispo-
passíveis de aferição por indicadores; b) Programas nível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/173/_ar-
de Apoio às Políticas Públicas e Áreas Especiais: quivos/173_08122008043515.pdf
aqueles voltados para a oferta de serviços ao Estado, TT Proteção e Defesa Civil O conjunto abrangente
para a gestão de políticas e para o apoio administra- de ações de prevenção, mitigação, preparação, res-
tivo; Os programas são compostos de ações, que posta e recuperação. Para os termos referentes à
são o instrumento de programação que contribui para proteção e defesa civil recomenda-se adotar as defi-
atender ao objetivo de um programa, podendo ser nições estabelecidas pela legislação vigente. Na au-
orçamentárias ou não-orçamentárias, sendo as ações sência de termos na referida legislação, é recomen-
orçamentárias classificadas, conforme a sua nature- dável consultar a publicação das Nações Unidas,
za, em: a) Projeto: instrumento de programação para UNITED NATIONS INTERNATIONAL STRATEGY FOR
alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um DISASTER REDUCTION - UNISDR. UNISDR Termino-
conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais logy on Disaster Risk Reduction. Geneva, Switzerland:
resulta um produto que concorre para a expansão ou United Nations International Strategy for Disaster
aperfeiçoamento da ação de governo; b) Atividade: Reduction (UNISDR), 2009. Disponível em espanhol
instrumento de programação para alcançar o objetivo em: http://www.unisdr.org/files/7817_UNISDRTermi-
de um programa, envolvendo um conjunto de operações nologySpanish.pdf
que se realizam de modo contínuo e permanente, das TT RCL – Receita Corrente Líquida A Receita Cor-
quais resulta um produto necessário à manutenção rente Líquida (RCL) do município é um parâmetro
da ação de governo; c) Operação Especial: despesas utilizado para avaliar o impacto dos prejuízos provo-
que não contribuem para a manutenção, expansão ou cados pelo desastre. É um dos critérios para reconhe-
aperfeiçoamento das ações do governo federal, das cimento federal de situação de emergência (SE) ou
quais não resulta um produto, e não gera contrapres- estado de calamidade pública (ECP), por isso é
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Municípios +
importante que os Agentes de Proteção e Defesa Civil 50.000 hab. O Ente federado
que não
compreendam o que é a RCL e como saber o seu valor. Até 30/abril
QUADRIMESTRAL apresentar o RGF
1. RGF Municípios até fica impedido de
Segundo o Art. 2º da Lei Complementar nº 101, de 50.000 hab. receber recursos
Relatório de
2000, conhecida como a Lei de Responsabilidade Fiscal Gestão Fiscal SEMESTRAL
de Transferências
Voluntárias
– LRF, a Receita Corrente Líquida - RCL do município
(Inclui a RCL)
Estado (Convênios)
Até 30/maio
QUADRIMESTRAL
corresponde ao somatório das receitas tributárias, de União publica no DOU (Secretaria do
contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias,
Até 30/junho
Tesouro Nacional (STN/MF)
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créditos que excedam o montante das despesas de mação: os usuários externos vão poder, à distância,
capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos visualizar processos públicos de seu interesse – por
suplementares ou especiais com finalidade precisa, meio da Pesquisa Processual – ou solicitar vista ele-
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absolu- trônica de processos com restrição de acesso.
ta. Veda ainda: XI - a utilização dos recursos prove- TT SINPDEC – Sistema Nacional de Proteção e
nientes das contribuições sociais de que trata o art. Defesa Civil É o sistema constituído pelos órgãos e
195, I, a, e II, para a realização de despesas distintas entidades da administração pública federal, dos
do pagamento de benefícios do regime geral de pre- Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e pelas
vidência social de que trata o art. 201. § 3º - A aber- entidades públicas e privadas de atuação significati-
tura de crédito extraordinário somente será admitida va na área de proteção e defesa civil.
para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, TT Tomada de Contas Levantamento organizado por
como as decorrentes de guerra, comoção interna ou serviço de contabilidade analítica, baseado na escri-
calamidade pública, observado o disposto no art. 62. turação dos atos e fatos praticados na movimentação
TT Reserva de Contingência É definida pelo art. 8o de créditos, recursos financeiros e outros bens públi-
da Portaria Interministerial STN/SOF nº 163, de 2001, cos, por um ou mais responsáveis pela gestão finan-
alterado pelo art. 1o da Portaria Conjunta STN/SOF no ceira e patrimonial, a cargo de uma unidade adminis-
1, de 18 de junho de 2010, atualizada, vigorando com trativa e seus agentes, em determinado exercício ou
a seguinte redação: Art. 8o A dotação global denomi- período de gestão.
nada “Reserva de Contingência”, permitida para a TT Tomada de Contas Especial: Instrumento de que
União no art. 91 do Decreto-Lei no 200, de 25 de feve- dispõe a Administração Pública para ressarcir-se de
reiro de 1967, ou em atos das demais esferas de eventuais prejuízos que lhe forem causados, sendo o
Governo, a ser utilizada como fonte de recursos para processo revestido de rito próprio e somente instau-
abertura de créditos adicionais e para o atendimento rado depois de esgotadas as medidas administrativas
ao disposto no art. 5o , inciso III, da Lei Complementar para reparação do dano. Fonte: Controladoria-Geral
no 101, de 2000, sob coordenação do órgão respon- da União
sável pela sua destinação, bem como a Reserva do TT Transferências de recursos federais As transfe-
Regime Próprio de Previdência do Servidor - RPPS, rências de recursos da União aos entes federados –
quando houver. Estados, DF e Municípios compreendem as modalida-
TT SEI - Sistema Eletrônico de Informações O SEI des de Transferências Constitucionais, Voluntárias e
é a plataforma adotada por diversos órgão da Admi- Obrigatórias. Transferências Obrigatórias: é uma
nistração Pública Federal para gerenciar eletronica- operação especial pela qual se transfere recursos
mente seus documentos e processos. Desenvolvido federais, por determinação constitucional ou legal,
em software 100% livre, pelo Tribunal Regional Federal aos Estados, Distrito Federal e Municípios. É um me-
- TRF da 4ª região (RS/SC/PR). O SEI foi adotado pelo canismo criado em 2007, por medida provisória, de
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão como modo a agilizar as obras do PAC. Com a transferência
sistema padrão do Processo Eletrônico Nacional, que obrigatória, os repasses são feitos diretamente para
vai permitir a interligação e tramitação eletrônica de estados e municípios, mediante o cumprimento de
documentos e processos entre os órgãos e entidades exigências legais, entre elas a comprovação de que
da Administração Pública Federal. O Decreto Federal dispõem de recursos para complementar os investi-
nº 8.539, de 08 de outubro de 2015 dispõe sobre o uso mentos federais. Pela Lei Federal nº 12.340/2010 e
do meio eletrônico para a realização do processo ad- Decretos Federais nº 7.257/2010 e nº 7.505/2011, a
ministrativo no âmbito dos órgãos e das entidades da transferência obrigatória de recursos da União aos
administração pública federal direta, autárquica e entes federados, a Transferência Obrigatória passou
fundacional. A modernização traz uma série de van- a ser aplicada nos casos de desastres com reconhe-
tagens, como por exemplo a transparência ativa, em cimento federal de SE e ECP. Nesse caso, a transfe-
atendimento ao disposto na Lei nº 12.527, de 18 de rência obrigatória se efetiva por Portaria da SEDEC/
novembro de 2011, a chamada Lei de Acesso à Infor- MI, publicada na Seção 1, do DOU, não havendo ne-
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1. Desastres em
plantas e distritos 1. Liberação de produtos
industriais, parques e químicos para a atmosfera
armazenamentos com causada por explosão ou
extravasamento de incêndio 0 2.2.1.1.0
produtos perigosos
1. Liberação de produtos
químicos nos sistemas de
água potável 0
2. Desastres 2.2.2.1.0
relacionados à 2. Derramamento de produtos
2. Desastres contaminação da água químicos em ambiente
relacionados lacustre, fluvial, marinho e 0 2.2.2.2.0
a produtos aquíferos
2. perigosos
1. Liberação produtos
Tecnológico 3. Desastres
químicos e contaminação
Relacionados a Conflitos 0
como conseqüência de ações
Bélicos
militares. 2.2.3.1.0
1. Transporte rodoviário 0 2.2.4.1.0
2. Transporte ferroviário 0 2.2.4.2.0
4. Desastres
relacionados a 3. Transporte aéreo 0 2.2.4.3.0
transporte de produtos 4. Transporte dutoviário 0 2.2.4.4.0
perigosos
5. Transporte marítimo 0 2.2.4.5.0
6. Transporte aquaviário 0 2.2.4.6.0
1. Incêndios em plantas e
distritos industriais, parques e
depósitos. 0 2.3.1.1.0
3. Desastres 1. Incêndios urbanos
relacionados a 2. Incêndios em aglomerados
incêndios urbanos 0
residenciais 2.3.1.2.0
1. Colapso de
4. Desastres 0 0 2.4.1.0.0
edificações
relacionados a
obras civis 2. Rompimento/colapso
0 0 2.4.2.0.0
de barragens
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e Gestão de Recursos federais em Proteção em Defesa Civil | Apostila do instrutor
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Anexo E
Plano Detalhado de Resposta - PDR
[Modelo]
Brasão/Símbolo
Órgão
1. DADOS CADASTRAIS
1.1 PROPONENTE:
Órgão/Entidade CNPJ
Endereço
E-mail do órgão
Endereço
Endereço
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[Modelo]
Brasão/Símbolo
Órgão
2. INFORMAÇÕES DO DESASTRE
Descrição da Situação:
Descrição sucinta da situação que motiva a solicitação dos recursos.
Pelo ente Estadual/DF: Descrição dos recursos já empregados pelo estado/DF (ações de socorro e
assistência às vítimas, incluindo os materiais de assistência humanitária distribuídos e o
restabelecimento de serviços essenciais).
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[Modelo]
Brasão/Símbolo
Órgão
MUNICÍPIO XXXX
Unidade Período de Valor Valor
Metas Itens Especificação Qtde. de execução Unitário Total Justificativa*
Medida (em dias) (R$) (R$)
1 xxxxxxx
1.1 xxxxxxx xx litros xx x.xxx,xx xxxxxxxxxxxxxxx
2 xxxxxxx xx kg xx x.xxx,xx x.xxx,xx xxxxxxxxxxxxxxx
MUNICÍPIO XXXX
Unidade Período de Valor Valor
Metas Itens Especificação Qtde. de execução Unitário Total Justificativa*
Medida (em dias) (R$) (R$)
1 xxxxxxx
1.1 xxxxxxx xx m2 xx x.xxx,xx x.xxx,xx xxxxxxxxxxxxxxx
2 xxxxxxx xx kg xx x.xxx,xx x.xxx,xx xxxxxxxxxxxxxxx
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[Modelo]
Brasão/Símbolo
Órgão
4. TERMO DE COMPROMISSO
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Anexo F
Formulário de Informações do Desastre - FIDE
1 - Identificação
UF: Município:
Arrecadação
População (hab.): PIB (R$ anual): Orçamento (R$ anual):
(R$ anual):
104
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Nº de pessoas
Tipo
Mortos
Feridos
Enfermos
6.1 - Danos Humanos Desabrigados
Desalojados
Desaparecidos
Outros
Total de afetados
Descrição dos Danos Humanos:
105
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8 - Instituição Informante
Nome da Instituição: Responsável:
Endereço:
CEP:
e-mail:
Cargo Assinatura e Carimbo Telefone Dia Mês Ano
( )
106