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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

FLUMINENSE
CAMPUS ITAPERUNA – RJ.
LICENCIATURA EM QUÍMICA

SEMELHANÇA E DIFERENÇA NAS PROPRIEDADES QUÍMICAS DE


ELEMENTOS QUÍMICOS DA TABELA PERIÓDICA, FAMÍLIA 1 E 2.

Mírtula Poubel
Vanessa Pontes de Lima

ITAPERUNA
JULHO DE 2019
1. Introdução
Os metais alcalino-terrosos (alcalino por formarem álcalis – as bases de
Arrhenius – terrosos por seus óxidos serem por muito tempo chamados de terra)
representam os elementos do grupo 2A da tabela periódica, com configuração
eletrônica terminando em ns², onde n representa o número correspondente à
última camada (variando de 1 a 7) (LIRA, 2017).
Constituem essa família os elementos: berílio, Be (z = 4); magnésio, Mg
(12); cálcio, Ca (z = 20); estrôncio, Sr (z = 38); bário, Ba (z = 56); e rádio, Ra (z
= 88) (LIRA, 2017).
Reatividade
Como possuem dois elétrons na camada de valência, os metais alcalino-
terrosos são comumente encontrados na natureza sob estado de oxidação +2
(pois também são altamente reativos, e, nos casos do cálcio, estrôncio e bário,
são tanto quanto os elementos da família 1A) (LIRA, 2017).
O berílio e o magnésio, por causa das suas respectivas energias de
ionização, apresentam os valores mais altos de potenciais de redução (assim,
os menores potencias de oxidação) do grupo 2A. Ao passo que os potenciais
dos outros metais, são equiparáveis com os alcalinos (LIRA, 2017).
A exceção do berílio, quando em contato com água, os metais tendem a
formar hidróxidos com consequente liberação de hidrogênio gasoso. Entretanto,
a reação do magnésio com água é bastante lenta, pois há formação de película
passivante de oxidação do metal (MgO) que dificulta o processo, ou até mesmo
a reação com outras substâncias à temperatura ambiente (LIRA, 2017).
Em contato com oxigênio, formam óxidos de caráter básico (o bário
também pode dar origem ao peróxido de bário, caso sejam mantidas altas
pressões e temperaturas); haletos e nitretos (MX2, M3N2); e especialmente o
bário, cálcio e estrôncio, também tendem a formar hidretos metálicos do tipo
MH2 (LIRA, 2017).
Propriedades físico-químicas
Assim como os metais alcalinos, os alcalino-terrosos possuem baixos
valores de eletronegatividade (até 1,5 eV, segundo escala de Pauling)
crescentes com a diminuição do número de camadas (de baixo para cima), e
baixos valores de energia de ionização (também crescente de baixo para cima).
Todos são sólidos à temperatura ambiente e formam retículos cristalinos
hexagonais de empacotamento denso (berílio e magnésio), estruturas cúbicas
de faces centradas (cálcio e estrôncio) e corpo centrado (bario) (LIRA, 2017).
Os metais alcalinos (assim chamados por serem facilmente encontrados
sob forma de bases de Arrhenius – álcalis) constituem o grupo 1A da tabela
periódica. Portanto, sua configuração eletrônica sempre termina em ns¹, com n
variando de 1 a 7. Apesar do hidrogênio satisfazer a regra s¹, ele não é
considerado um metal alcalino, pois não possui praticamente nenhuma outra
característica físico-química semelhante com os outros elementos (LIRA, 2017).
Os constituintes da família 1A são:
• lítio, Li (z = 3);
• sódio, Na (z = 11);
• potássio, K (z = 19);
• rubídio, Rb (z = 37);
• césio, Cs (z = 55);
• frâncio, Fr (z = 87)
Reatividade
Todos os metais alcalinos são extremamente reativos quando expostos
ao oxigênio ou à água, assim como a qualquer ânion. Uma vez que as energias
de ionização dos mesmos são as mais baixas da tabela, a perda do último
elétron da camada se faz sem o desprendimento de muita energia. As reações
entre os metais alcalinos e a água acontecem tão violentamente (como na do
rubídio) que podem ocasionar a combustão espontânea do hidrogênio liberado;
assim, devem ser acondicionados em atmosferas de baixa umidade e protegidos
contra o oxigênio (com uma camada plástica impermeável, por exemplo) (LIRA,
2017).
Propriedades Físico-químicas
Os metais desse grupo apresentam
baixa eletronegatividade (decrescente com o número de camadas, assim o
frâncio é o menos eletronegativo), e baixa energia de ionização (sendo, então,
mais uma diferença entre o átomo de hidrogênio e o átomo de qualquer metal
alcalino; uma vez que a retirada do único elétron do hidrogênio requer energia
muito maior). Apenas os três últimos elementos são
essencialmente radioativos (embora todos os outros possuam radioisótopos,
os isótopos mais frequentes não são) : são conhecidos do rubídio os isótopos
naturais 85Rb, o único estável, e o 87Rb, ligeiramente radioativo e
representando quase 28% das formas do rubídio, com meia-vida superior a 49
bilhões de anos, os outros 22 isótopos detectados são sintetizados apenas em
laboratório; o césio apresenta o 133Cs como único estável e também único
natural, sendo o césio-137 o causador da contaminação radioativa envolvendo
a cidade de Goiânia em 1987, e o césio-135 o radioisótopo de maior meia-vida:
mais de 2 milhões de anos; apenas o frâncio é totalmente radioativo (seja através
da formação natural a partir do urânio-235 ou pela síntese em laboratório), assim
como o mais instável (o radioisótopo mais duradouro possui meia-vida de 22
minutos) e o segundo elemento mais raro da tabela (atrás do astato) (LIRA,
2017).
Em geral, os alcalinos são moles, pouco densos, com pontos de fusão e
ebulição também menores em relação aos outros metais (o frâncio possui o
menor ponto de fusão, cerca de 27°C). Além disso, possuem brilho rapidamente
fosco (principalmente pela ação do oxigênio do ar), e quando pulverizados,
aparentam a cor branca (LIRA, 2017).

2. Metodologia
2,1. Vidrarias e Equipamentos:
 Balança analítica;
 Béquer de 250 mL;
 Bico de Bunsen;
 Cadinho de porcelana;
 Espátula;
 Estante para tubos de ensaio;
 Tubos de ensaio;
 Pipeta graduada de 10 mL;
 Pinça;
 Placa de petri.

2,2. Materiais e Reagentes:


 Água destilada;
 Indicador azul de bromotimol;
 Indicador fenolftaleína;
 Carbonato de cálcio (CaCO3);
 Cloreto de bário P.A. (BaCl2);
 Cloreto de cálcio P.A. (CaCl2);
 Cloreto de magnésio P.A. (MgCl2);
 Cloreto de potássio P.A. (KCl);
 Cloreto de sódio P.A. (NaCl);
 Magnésio metálico;
 Sódio metálico.

2,3. Procedimento
2,3,1. Teste de Reatividade:
Este procedimento se baseou em observar as mudanças que ocorrem nos
materiais, magnésio e sódio metálico, em exposição ao ar livre. Fazendo o uso
de uma pinça, pegou-se um pequeno pedaço de sódio metálico e o colocou
sobre uma placa de petri. Com o auxílio de uma espátula, raspo-se a parte
branca de fora, deixando apenas a parte prata. Em outra placa, também fazendo
o uso de uma espátula, colocou-se uma pequena porção do magnésio metálico.
Estes metais permaneceram em contato com o ar livre por cerca de 15 minutos.
Logo após os 15 minutos, foi adicionado 10 mL de água destilada em
outras duas placas de petri acrescentando uma gota de fenolftaleína para
observar a reatividade do metal na água. Em uma colocou-se um pedaço de
Sódio metálico e no outro uma porção de magnésio metálico. Observou-se e
anotou-se todas as alterações.

2,3,2. Formação de Óxido e de Hidróxido:


Inicialmente aqueceu-se uma porção de magnésio com o auxílio de um
bico de bunsen e de uma pinça. Após a queima, armazenou-se os resíduos da
combustão dentro de um tubo de ensaio contendo 3 mL de água destilada e três
gotas de azul de bromotimol para observar a formação de hidróxido.
Na segunda parte desse procedimento, fazendo o uso de um bico de
Bunsen, um cadinho de porcelana e um supote, aqueceu-se uma pequena
porção de carbonato de cálcio (CaCO3) por cerca de 5 minutos. Após, retirou-se
e aguardou o resfriamento. Adicionou-se 2 mL de água destilada e três gotas de
azul de bromotimol para observar a formação de óxido.

2,3,3. Solubilidade dos Sais:


Neste último procedimento fez-se necessário o uso de 5 tubos de ensaio.
Fazendo o uso da pipeta graduada acrescentou-se 2 mL de água destilada em
cada um dos tubos. Em seguida pesou-se, em uma balança analítica, 0,2 gramas
de diferentes compostos. Cloreto de sódio (NaCl), cloreto de potássio (KCl),
Cloreto de cálcio (CaCl2), cloreto de magnésio (MgCl2) e cloreto de bário (BaCl2).
Após a pesagem, adicionou-se cada um dos compostos a cada tubo de ensaio
e fez-se uma agitação. Observou-se e anotou-se dados com relação a
solubilidade dos sais.

3. Resultado e Discussão
3,1. Teste de Reatividade:
Esse procedimento estava focado em observar as alterações que ocorrem
presente metal em exposição ao ar livre.
O sódio metálico é extremamente reativo na água e isso é explicado pela
sua baixa energia de ionização. As reações dos metais alcalinos em água
acontecem de forma espontânea e ligeira. A reação apresenta a seguinte
equação:
2Na(s) + 2H2O(l) 2NaOH(aq) + H2(g)
Como é possível observar, há a formação de hidróxido de sódio (NaOH),
isso explica a coloração rosada no meio, pois o indicador fenolftaleína indicou
meio básico.
Na parte do magnésio metálico não apresentou tanta reatividade assim.
Isso se dá pela formação de uma película passiva resultante da oxidação do
metal. Mas a sua boa afinidade eletrônica possibilita a formação de uma nova
substância.
A reação apresenta a seguinte equação:
Mgs) + 2H2O(l) Mg(OH)2(aq) + H2(g)
Assim como na reação anterior, é possível observar que há a formação
de uma base, nesse caso o hidróxido de magnésio (Mg(OH) 2). Isso explica a
coloração rosada no meio, pois o indicador fenolftaleína indicou meio básico.

3,2. Formação de Óxido e Hidróxido:


A reação de combustão do magnésio metálico e do oxigênio é a seguinte:
2Mg(s) + O2(g) 2MgO(s)
O magnésio metálico, quando entra em contato com o gás oxigênio, reage
formando o óxido de magnésio. Há também a formação de uma oxidação lenta
e, a partir dessa oxidação, obtém-se uma coloração azul do indicador azul de
bromotimol que, em solução alcalina, possui uma coloração azulada. A reação
do óxido de magnésio com água destilada forma o hidróxido de magnésio e é
apresentada pela seguinte equação:
MgO + H2O Mg(OH)2
Já na reação do carbonato de cálcio, como ele é insolúvel em água e
solúvel somente com gás carbónico na reação, passou por uma decomposição
térmica sendo levado a um aquecimento, formando a seguinte reação:
CaCO3(s) CaO(s) + CO2(g)
Quando entra em contato com a água, o óxido de cálcio forma o hidróxido
de cálcio, produzindo-se assim uma coloração azulada a partir do uso do azul de
bromotimol como indicador. Essa reação forma a seguinte equação:
CaO(s) + H2O(l) Ca(OH)2(l)

3,3. Solubilidade dos Sais:


Esse último procedimento tem por intuito verificar a solubilidade dos
seguintes sais: cloreto de sódio (NaCl), cloreto de potássio (KCl), cloreto de
cálcio (CaCl2), cloreto de bário (BaCl2) e cloreto de magnésio (MgCl2). A pratica
produziu a seguinte tabela de resultados:
Sal Solubilidade Reação de Ionização
Cloreto de sódio (NaCl) Solúvel NaCl Na+ + Cl-
Cloreto de potássio (KCl) Solúvel KCl K+ + Cl-
Cloreto de cálcio (CaCl2) Solúvel CaCl2 Ca2+ + 2Cl-
Cloreto de bário (BaCl2) Solúvel BaCl2 Ba2+ + 2Cl-
Cloreto de magnésio (MgCl2) Solúvel MgCl2 Mg2+ + 2Cl-
TABELA 1: Observação da solubilidade.
Entre os fatores que interferem na solubilidade, os que mais influenciam
são as forças intermoleculares, polaridade e o tamanho da estrutura. Todos os
sais verificados no presente experimento foram solúveis em água. Isso se dá por
conta do tamanho da estrutura formadoras dos sais, pois os sais formados por
cátions e ânions de tamanhos variado são solúveis por conta da baixa energia
de rede.

4. Conclusão
Com esse experimento conclui-se que os elementos da família 1 A é muito
reativo quando entra em contato com o ar ou água como já era de se esperar,
isso se dá pela sua baixa energia de ionização. Devido ao seu grande raio
atômico não é preciso muita energia para retirar o seu elétron da camada de
valência. Além também de confirmar a eletropositividade desses átomos que é
a tendência de perder elétrons que também se dá pelo seu grande raio atômico.
A família 2A apresenta praticamente as mesmas propriedades da família 1 A por
ter o raio atômico parecido com exceção do berílio e do magnésio que são um
pouco menos reativo com a água e com o ar devido a sua energia de ionização.

5. Referências
 LIRA, Júlio César Lima. Metais Alcalinos. InfoEscola, Navegando e
Aprendendo, 2017.
 LIRA, Júlio César Lima. Metais alcalinos-terrosos. InfoEscola,
Navegando e Aprendendo, 2017.

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