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NO BRASIL
Em Barra do Garças (MT), o prefeito sancionou a Lei 1840, de 5 de setembro de 1995, que "cria a reserva da área
para aeródromo de pousos de OVNIs (Objetos Voadores Não-Identificados), Discos Voadores e dá outras
providências", com o seguinte conteúdo:
"Art. 1º Fica reservado na Serra Azul, ramal da Serra Mística do Roncador, uma área de 05 ha (cinco hectares), a
ser oportunamente delimitada, para construção futura de um Aeródromo Inter-Espacial.
Art. 2º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.
Barra do Garças, 5 de setembro de 1995
Wilmar Peres de Farias
Prefeito Municipal"
Um projeto do dep. João Caldas, de Alagoas, institui penas para os aviadores que não avisarem às autoridades
competentes sobre OVNIs sobrevoando o Brasil.
(Fonte: Folha de S.Paulo)
Eis que saiu a esperada Lei federal nº 10.000/00. A ementa não poderia ser mais sugestiva:
"Dispõe sobre a criação do "Dia Nacional do Choro" e dá outras providências."
Apesar da aparência provocativa, a lei, sancionada em 4 de setembro de 2000, é na verdade uma homenagem ao
dia 23 de abril, data natalícia de Alfredo da Rocha Viana Júnior, o Pixinguinha, o gênio do chorinho - o gênero
musical.
Em agosto de 2000, em Belém, a Câmara Municipal Mirim (composta por crianças) propôs e a Câmara "de verdade"
aprovou uma lei autorizando a venda, no interior dos transportes coletivos urbanos, de cachorro-quente, hot-dog e
outros produtos, por vendedores autônomos.
A lei estabelece que os vendedores de sanduíches terão que usar jalecos e luvas descartáveis, e deverão
obedecer a condições mínimas de higiene, estabelecidas pela Secretaria Municipal de Saúde, e que deverão
possuir até mesmo lixeiras, para evitar que os restos dos sanduíches sejam jogados no chão ou nos bancos dos
coletivos.
(Fonte: Fernando Machado da Silva Lima)
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Humor Jurídico
Deu no jornal O Fluminense, de Niterói, em julho de 1967: o Prefeito de Bom Jesus (RJ), Jorge Assis de Oliveira,
convocou extraordinariamente a Câmara Municipal, para tratar de assunto de máxima urgência.
O motivo: a aquisição, pelo Município, de três porcos reprodutores cujo pedigree foi profundamente elogiado na
mensagem do Executivo. O Prefeito justificou que, como muitos fazendeiros não tinham dinheiro pra comprar
seus próprios reprodutores, "há muita porquinha solteira em Bom Jesus".
(Fonte: 2º Febeapá, Stanislaw Ponte Preta)
Na década de 60, o Prefeito de Palmital (SP) mandou publicar a seguinte nota, sem arrodeios nem explicações:
"O Prefeito Municipal de Palmital sente-se no dever de comunicar à laboriosa população que, a partir do dia 2, a
Municipalidade não mais procederá o serviço de Limpeza Pública, bem como à coleta de lixo domiciliar, dando assim
integral obediência ao que estabelece a Lei Tributária do Município, aprovada pela Egrégia Câmara local, que, pela
votação unânime de seus vereadores, em sessão realizada a 19 do corrente mês, suprimiu os referidos serviços,
existentes em nossa cidade há mais de 30 anos.
(a) Manuel Leão Rêgo
Prefeito Municipal"
(Fonte: 2º Febeapá, Stanislaw Ponte Preta)
O art. 2º da Resolução 81/98 do Conselho Nacional do Trânsito (Contran) obriga os mortos em acidentes a serem
submetidos a exame de teor alcoólico.
O exame se presta a verificar a culpa do falecido no acidente de trânsito.
O problema é que o art. 3º pune os motoristas mortos que se recusarem a realizar o exame com penas de multa e
suspensão do direito de dirigir:
"Ao condutor de veículo automotor que infringir o disciplinado no artigo anterior, serão aplicadas as penalidades
administrativas estabelecidas no artigo 156 do Código de Trânsito Brasileiro".
A parte boa da notícia é que o morto não tem a carteira cassada, podendo voltar a dirigir ao fim da suspensão.
A parte ruim é que, caso os falecidos tenham de se submeter ao bafômetro, será necessário que os aparelhos
sejam adaptados para avaliar o chamado "bafo de múmia", ironiza o colunista Paulo Sant'ana, do jornal Zero Hora.
O problema ocorreu porque os arts. 2º e 3º foram invertidos. O art. 3º se refere, na verdade, ao art. 1º, que trata
dos motoristas vivos.
(Fonte: Jornal do Brasil)
No dia 19 de novembro de 1997, entrou em vigor em Bocaiúva do Sul, Paraná, o Decreto 82/97, que proibia a
venda de camisinha e de anticoncepcionais na cidade.
Motivo? A população da cidade está diminuindo e com isso a Prefeitura passa a receber menos verba do governo
federal.
Sofrendo pressões, vinte e quatro horas depois, o prefeito Hélcio Berti teve que assinar outro decreto revogando
o anterior.
(Fonte: IstoÉ)
Em São José dos Campos (SP), a Câmara aprovou, em setembro de 2001, por unanimidade, projeto de lei do
vereador Manoel de Lima (PHS), proibindo a exposição em outdoors e cartazes de fotos de mulheres nuas ou
seminuas, bem como a divulgação de textos que forem considerados pornográficos ou de mau gosto.
A polêmica foi deflagrada por um outdoor da revista Penthouse, que mostrava uma modelo seminua com o título
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Humor Jurídico
Em Pouso Alegre (MG), quem escrever errado em material de divulgação terá de pagar multa de até R$500,00, de
acordo com uma lei aprovada em outubro de 1997 pela Câmara dos Vereadores.
A idéia partiu do prefeito Jair Siqueira, irritado com os constantes erros de ortografia, regência e concordância
da língua portuguesa espalhados pela cidade. Os comerciantes terão prazo de 180 dias para corrigir eventuais
falhas.
E virou moda. Agora, em Guarujá, litoral de São Paulo, erros de português em placas, faixas e outros meios de
publicidade são punidos com multas que variam de R$ 100,00 a R$ 500,00. A legislação excetua expressamente os
neologismos, nomes próprios, expressões idiomáticas e grafias exóticas.
(Fonte: Agência Estado)
Durante os trabalhos de elaboração da Constituição Federal de 1988, a proposta do deputado José Paulo Bisol
para o inciso I do art. 5º era a seguinte:
"Homens e mulheres são iguais perante a lei, exceto na gestação, parto e aleitamento".
Em 1990, em Brasília, a Câmara dos Deputados discutia um projeto definindo o que é presunto. O projeto do
deputado Hilário Braun era didático:
"Art. 1º. Denomina-se presunto exclusivamente o produto obtido com o pernil do suíno ou com a coxa e sobrecoxa
do peru.
Parágrafo único. O produto obtido com a matéria-prima do peru terá o nome de presunto de peru."
(Fonte: JB)
O trecho abaixo foi extraído do Diário Oficial de 25 de abril de 1990, assinado pelo chefe de Estado-Maior das
Forças Armadas. O texto completo tem quatro páginas, e trata da ração operacional para tropas especiais do
Exército.
Vejamos do que trata este item:
"Uma caixa de madeira revestida com papel ou papelão, tradicionalmente encontrada no mercado para esse tipo de
produto, com dimensões aproximadas de 35 x 48 x 15mm, com lixa nas laterais e contendo uma média de 40
palitos de madeira, inflamáveis por atrito."
O Diário Oficial do Mato Grosso do Sul publicou, em 16 de novembro de 1996, um edital de concorrência de
compra de 150 pênis de borracha pela Secretaria de Saúde do Estado. O produto destina-se a campanhas
educativas sobre o uso da camisinha. A publicação passou despercebida. Só veio a ser notada com a retificação,
publicada no dia 20: "onde se lê pênis oco de borracha, 16 centímetros de diâmetro, leia-se pênis oco de borracha,
16 centímetros de comprimento por 3 de diâmetro".
Ainda bem.
(Fonte: Folha de S.Paulo)
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O deputado Tussic Nassif levou à Câmara Federal, em 1966, um projeto de lei instituindo a escritura pública para
a venda de carros.
Dizem as más línguas que, na ocasião, muitos felicitaram o deputado, e alguns mais animadinhos chegaram a propor
a aplicação da lei do inquilinato para o aluguel de táxis.
(Fonte: 1º Febeapá, Stanislaw Ponte Preta)
Quando da apresentação de uma das inúmeras tentativas do deputado Amaral Netto de implantar a pena de morte
no Brasil, ele foi saudado pelo humorista Millôr Fernandes com a seguinte sugestão para a lei que instituiria tal
reforma:
"Artigo 1º. É instituída a pena de morte no Brasil.
Artigo 2º. Executa-se o deputado Amaral Netto.
Artigo 3º. Revoga-se a pena de morte no Brasil."
Em 1966, um historiador levantou a possibilidade de Tiradentes não usar barba e ter cabelos curtos. No mesmo
ano, quando da emissão de uma nota de cinco mil cruzeiros com a imagem de Tiradentes, o Diário Oficial da União
publicou a resolução presidencial de se venerar "a efígie que melhor se ajusta à imagem de Joaquim José da Silva
Xavier gravada pela tradição na memória do brasileiro".
Quando todos já esperavam que iam deixar Tiradentes sossegado, no Diário Oficial do dia seguinte ao da
publicação do decreto presidencial, constava uma retificação que ninguém entendeu, dizendo: "Onde se lê Joaquim
José, leia-se José Joaquim". Como todos sabem, o nome do mártir é mesmo Joaquim José.
Após alguns dias, a retificação da retificação, no Diário de 27-4-66: "Fica sem efeito a retificação publicada no
Diário Oficial de 19-4-66, na página 4101".
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Ainda bem que pararam por aí, senão iam acabar escrevendo Xavier com CH.
(Fonte: Folclore político, Sebastião Nery)
E um candidato a prefeito de Belo Horizonte, em 2000, prometeu aumentar o salário mínimo na cidade para 1.500
reais.
No Congresso, pelos idos de 1965, o deputado Eurico Miranda apresentou um projeto de anexação das Guianas ao
território nacional. Depois, fez outro projeto, para a "importação" de um milhão de portugueses para povoar a
Amazônia. Um terceiro projeto tornaria obrigatório, em todas as solenidades onde se tocasse o hino nacional, o
canto dele pelas autoridades presentes.
(Fonte: 1º Febeapá, Stanislaw Ponte Preta)
Os vereadores de Teresina (PI), na década de 90, não ficam muito atrás em termos de idéias imaginosas. Entre
outros projetos inúteis, destaca-se o que tornaria obrigatória a instalação de telefones públicos em todos os
cemitérios municipais. Na mesma linha, um vereador propôs a criação de um cemitério municipal para animais
domésticos, mas um outro achou pouco: sugeriu emenda para a construção de um forno crematório para os bichos.
Outro projeto tornaria obrigatório o uso de cinto de segurança — mas a exigência se estenderia até aos ônibus e
ao metrô. Antes disso, houve vereador propondo moção de apoio à proibição de construir abrigos nucleares (!?!?).
(Fonte: O Dia, Teresina)
Melhor fizeram os vereadores de uma cidade do Espírito Santo, que pretendiam regulamentar o art. 3º, inciso
III, da Constituição Federal, proibindo a pobreza no Município.
Em Mafra (SC), corria o ano de 1967 quando um vereador proferiu discurso em Plenário defendendo uma lei
municipal a obrigar que os palitos de fósforo viessem com duas cabeças, a fim de economizar o pauzinho, evitando
assim o agravamento do problema da devastação das florestas e reduzindo o preço deste importante produto da
cesta básica.
(Fonte: 2º Febeapá, Stanislaw Ponte Preta)
Os vereadores de Juiz de Fora, na convocação extraordinária do início de 99, apreciam, dentre outros projetos
de lei de relevância, um que obriga o uso de fraldões por todos os eqüinos da cidade. Alguns edis ironizaram,
sugerindo que os fraldões tenham cores diferenciadas conforme a tez do animal, para não agredir a estética.
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Em Jundiaí, interior de São Paulo, os nobres edis travaram uma séria discussão na Câmara acerca da necessidade
de se obrigar as lojas da cidade a colocarem vidros fumê em suas vitrines, a fim de evitar que os transeuntes
distraídos se esborrachem nas mesmas.
Esta é pra quem ainda acha que quem quer emplacar jumento devia ser o primeiro a ser emplacado.
Em Quixeramobim, Ceará, no ano de 1991, o vereador José Filho enviou à Câmara um projeto de lei para que
fossem pintados de amarelo fosforescente, com tinta idêntica à utilizada na sinalização rodoviária, "todos os
rabos de bovinos, ovinos e caprinos do município", para evitar que fossem atropelados.
O vereador Rocélio Fernandes apresentou emenda ao projeto, prevendo a pintura de todos os cascos e chifres
dos animais supracitados, e, nos animais não-cornos, as orelhas.
Infelizmente, a proposta vazou antes da aprovação e não pôde ser votada.
O deputado federal Edison Andrino, de Santa Catarina, ex-prefeito de Florianópolis, está empenhado num
importante projeto de lei, já aprovado pela Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Câmara dos Deputados,
que determina que nenhum CD, disco de vinil, minidisc, cassete ou DVD poderá ser comercializado sem que haja um
encarte com as letras das músicas.
Para Andrino, a obrigatoriedade das letras nos encartes "é boa para o ouvinte e é boa para o artista". Ele afirma
que há letras que são "verdadeiras obras literárias". E acrescenta: "Não custa mais caro, porque a indústria
fonográfica já tem que imprimir fotos e desenhos nas capas".
(Fonte: Agência Estado, 04.09.2001)
Em 1991, a cidade de Rio Claro, interior de São Paulo, descobriu que a melancia era uma fruta proibida nos limites
do município. A "Lei da Melancia" entrou em vigor em 1894. Na época, acreditava-se que ela transmitia tifo e
febre amarela.
E mais: na mesma cidade, os proprietários de casas que tivessem formigueiros poderiam ser multados. Uma lei de
1965 fixava uma multa de 2,5% do salário mínimo para quem tivesse formigueiro em casa. Além disso, o dono do
formigueiro tinha de arcar com as despesas do extermínio das formigas.
Na década de 60, no Maranhão, o então prefeito de São Luís, Epitácio Cafeteira proibiu o uso de máscaras em
festas carnavalescas, "para facilitar a identificação de criminosos".
Pior que essa, só o prefeito de Petrópolis, no Rio, que, por sua vez, proibiu o banho de mar com fantasia no
carnaval. Detalhe: Petrópolis é uma cidade serrana.
(Fonte: Folclore político, Sebastião Nery)
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A Câmara Municipal de Recife, aprovou, em 1967, um requerimento do vereador Moacir Lacerda, proibindo mulher
de vestido justo na rua.
(Fonte: 2º Febeapá, Stanislaw Ponte Preta)
No governo Sarney, uma medida provisória, sobretaxando o coco da Malásia, foi redigida por um burocrata do
Ministério da Indústria e Comércio, em uma mesa de botequim, para a surpresa do deputado Alberico Cordeiro, do
PTB de Alagoas, e do presidente da Associação dos Produtores de Coco de Alagoas.
(Fonte: "A produção normativa do Poder Executivo", de Leomar Barros Amorim)
A Receita Federal lançou em 1999 um "Dicionário da História dos Impostos". Eis algumas pérolas históricas da
legislação tributária brasileira:
Em abril de 1600, criou-se o imposto chamado de "isenção até o fim do mundo". Destinava-se a auxiliar o
Mosteiro de São Bento, em São Paulo, que existe até hoje.
Entre 1630 e 1738, era cobrado o chamado "conchavo das farinhas". Os baianos tinham de contribuir com um
prato de farinha para alimentação das tropas que lutavam contra os holandeses invasores. Mesmo depois do fim
da guerra, o imposto continuou a ser rigorosamente cobrado.
Por volta de 1730, existia um tributo apelidado de "chapins da princesa", cuja finalidade era cobrir as despesas
com sapatos das mulheres da corte em Portugal.
(Fonte: Istoé)
Em uma cidade do interior de Minas Gerais, os ilustres vereadores, preocupados com o bem estar da população,
aprovaram uma lei que muda o nome da cidade de Brasópolis para Brazópolis.
O povo do Município de Brasópolis, por seus representantes legais da Câmara Municipal, aprovou, e eu, Paulo de
Tarso Pereira. Prefeito Municipal, sanciono e promulgo a seguinte lei :
Artigo 1 º - Fica modificada a grafia do nome Brasópolis, passando a ser escrita com a consoante Z em
substituição da consoante S.
Artigo 2 º - A escrita oficial do nome deste município e cidade, passa a ser então, da seguinte forma:
BRAZÓPOLIS.
Artigo 3 º - O poder Executivo Municipal, a partir da sanção desta lei, fica na obrigatoriedade de divulgação
desta, nos orgãos oficiais de imprensa de âmbito Federal, Estadual e Municipal.
Artigo 4 º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Artigo 5 º - Revogam-se as disposições em contrário.
Justificativa
O nome "Brasópolis" vem do nome "Braz" e é uma justa homenagem ao Cel. Francisco Braz Pereira Gomes. Como
todos os nobres vereadores sabem, o Cel. Braz foi o primeiro Presidente desta colenda, venerada e egrédia Casa
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Esta é da época da ditadura militar. Transcrição literal de um sugestivo decreto municipal de Nova Friburgo (RJ):
"Decreto nº. 166
O Prefeito Municipal de Nova Friburgo, usando das atribuições que lhe confere o art. 20, III, da Lei nº. 109, de
16 de fevereiro de 1948, (aqui entra uma dezena de "considerandos") decreta:
Art. 1º. Fica denominada Praça Presidente Castelo Branco o logradouro público conhecido por Largo do Matadouro.
(a) Eng. Heródoto Bento de Melo
Prefeito"
Não poderia ter sido escolhido melhor o nome do logradouro a ganhar o nome do presidente.
(Fonte: 2º Febeapá, Stanislaw Ponte Preta)
O governador de São Paulo, Laudo Natel criou, durante sua administração, o SIRCFFSTETT - Setor de
Investigações e Repressão ao Crime de Furtos de Fios de Serviços de Transmissões Elétricas, Telegráficas ou
Telefônicas.
Coitado do telefonista: "Alô. Aqui é do SIRCFFSTETT."
(Fonte: Folclore político, Sebastião Nery)
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Achou pouco? Pois bem: o Governo Federal criou recentemente o Conselho Nacional de Acompanhamento e
Controle Social do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental de Valorização do Magistério.
Ou seja: o CNACSFMDEFVM.
(Fonte: Meio Norte, Teresina)
Inspetor de quarteirão (acredite!) era um cargo que realmente existia no regime da Constituição de 1824. Era
nomeado pelo chefe de polícia.
Já o juiz de fora era um cargo da época dos governos-gerais, cujos ocupantes eram nomeados pelo capitão-
general.
NO MUNDO
Aqui vão algumas leis curiosas vigentes em diversas localidades dos Estados Unidos:
Alimentação:
Animais:
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Faibanks, Alasca: os alces são proibidos de fazer sexo nas ruas da cidade.
Ventura County, Califórnia: gatos e cachorros não podem fazer sexo sem prévia autorização.
Kingsville, Texas: há uma lei que proíbe que os porcos façam sexo na área do aeroporto.
Comportamento:
Mulheres:
Kentucky: nenhuma mulher pode entrar num banheiro à beira de estradas sem escolta de pelo menos dois
oficiais ou, na falta de destes, sem estar armada de um porrete. Completa a lei: "O estatuído acima não se aplica a
mulheres com menos de 90 libras ou mais de 200 libras, e também não se aplica às fêmeas dos cavalos".
Michigan: uma mulher não pode cortar o cabelo sem autorização marital.
Carrizozo: mulheres só podem aparecer em público se devidamente depiladas, incluídos aí rosto e pernas.
Oxford, Ohio: é proibido às mulheres tirar a roupa em frente a retratos de homens.
Georgia: é proibido trocar as roupas de manequins de vitrine sem que as cortinas estejam fechadas.
Nova Iorque: é ilegal expor um manequim nu na vitrine.
Ottumwa, Iowa: é proibido aos homens piscar um olho para uma mulher que não conhecer.
Helena, Montana: nenhuma mulher pode dançar num salão a não ser que suas roupas pesem mais que três libras
e duas onças.
Cleveland, Ohio: mulheres não podem usar sapatos de verniz.
Saint Croix, Wisconsin: mulheres não podem vestir nenhuma peça de roupa da cor vermelha em público.
Norfolk, Virgínia: Nenhuma mulher pode aparecer em público sem vestir um espartilho.
Wisconsin: é ilegal cortar cabelos de mulheres.
Illinois: uma lei estadual exige que as mulheres devem endereçar cartas a homens solteiros referindo-se a eles
como "master" (mestre) em vez de "mister" (senhor).
Flórida: mulheres solteiras, divorciadas ou viúvas não podem saltar de pára-quedas nas manhãs de domingo.
Pensilvânia: é ilegal manter mais de 16 mulheres sob o mesmo teto, pois isto é considerado um bordel. Quanto a
homens, o limite é 120.
Utah: um marido é responsável por todos os atos criminosos cometidos por sua esposa, quando ele estiver
presente.
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Humor Jurídico
Estados Unidos:
Outros países:
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Cali, Colômbia: uma mulher somente pode fazer sexo com seu marido, e na primeira vez em que isto ocorrer, sua
mãe deve estar na sala para testemunhar o ato.
Santa Cruz, Bolívia: nenhum homem pode ter sexo com uma mulher e sua irmã ao mesmo tempo.
Na Suazilândia, pequena nação localizada na África Meridional, o rei Mswati III proibiu que as jovens
nativas pratiquem relações sexuais por um período de cinco anos, com o objetivo de reduzir a propagação da Aids,
que já matou 50 mil pessoas no país.
O rei acrescentou ainda que, durante os próximos cinco anos, as mulheres da Suazilândia não poderão fazer sexo,
andar com as mãos dadas com os homens e usar calças.
(Fonte: Agência EFE, 17.09.2001)
Os servidores públicos da cidade de São Francisco, nos Estados Unidos, poderão ter suas cirurgias para
mudança de sexo financiadas pela prefeitura. A medida foi aprovada em maio de 2001, e era prevista sua entrada
em vigor para julho, após a sanção pelo prefeito Willie Brown.
O município arcará com despesas de até 50 mil dólares por cirurgia. Uma operação para mudança de sexo custa
nos Estados Unidos entre U$ 37 mil (mudança de macho para fêmea) e U$ 77 mil (fêmea-macho). Os interessados
precisam ter trabalhado para a cidade ao menos por um ano para terem direito ao benefício. Os interessados que
usarem a rede credenciada do município desembolsarão 15% da despesa, enquanto quem escolher médico não
credenciado arcará com 50% do custo.
(Fonte: Associated Press e Consultor Jurídico, 01.05.2001)
Canadá:
Calgary: é ilegal atirar bolas de neve ou estourar bombinhas sem autorização do prefeito.
Edmonton: todos os ciclistas devem sinalizar com o braço antes de fazer uma curva. Todos os ciclistas devem
manter as suas mãos no guidão o tempo todo.
Montreal: os donos de cinemas não podem iniciar um filme que termine após as duas horas da manhã.
Ottawa: crianças não podem comer sorvetes de casquinha nas ruas da cidade no Sabbath.
Saskatoon: é ilegal tentar pegar peixes com as mãos.
Toronto: é proibido serrar madeira na rua, ou lavar carros.
Victoria: é proibido usar roupas de banho para tomar banho de sol em qualquer parque da cidade.
Windsor: é proibido tocar instrumentos musicais em parques.
Winnipeg, Manitoba: é proibido golpear a calçada com objetos de metal.
Burnaby: todos os cachorros devem estar sob controle às 10 da manhã, ou seus donos serão punidos.
Colúmbia Britânica: qualquer pessoa que interromper uma reunião do Comitê de Controle do Estado pode ser
presa.
Winnipeg, Manitoba: é ilegal ficar nu em sua própria casa se as venezianas estiverem abertas.
Edmonton, Alberta: nenhum homem pode beber com uma mulher numa sala de cervejaria.
Halifax, Nova Escócia: é proibido golpear madeira com machado na calçada.
Jasper Gates, Edmonton: uma lei de 1920 diz que nenhum veículo pode andar mais rápido que a velocidade
máxima de um cavalo ou carruagem.
Outros países:
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Atenas, Grécia: quem dirigir mal vestido pode ter sua carteira de habilitação apreendida.
Warrington, Inglaterra: são proibidos beijos de despedida nas estações de trem.
Inglaterra: é proibido se beijar dentro de cinemas.
Micronésia: os homens são proibidos de usar gravata.
Finlândia: é proibido o casamento de analfabetos.
Japão: é proibido comprar ou comer arroz importado.
San Salvador: a punição para dirigir bêbado era fuzilamento.
Afeganistão: a duríssima legislação islâmica impede que as mulheres sequer façam barulho com os sapatos
enquanto andam.
(Fontes: Nic's Home Page, Guia dos Curiosos, além de diversos e-mails de Luís de Castro)
Na cidade de Lanjaron, no sul da Espanha, em setembro de 1999, o prefeito José Rubio (uma espécie de Odorico
Paraguaçu às avessas) baixou um decreto, proibindo qualquer cidadão de morrer, durante o período de quatro
meses, uma vez que o cemitério da cidade está superlotado e a prefeitura ainda não concluiu as obras de sua
ampliação.
O decreto estabelece ainda responsabilidades para os recalcitrantes:
“Está proibido morrer em Lanjaron. Os infratores responderão pelos seus atos.”
(Fonte: Istoé)
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DOS MAGISTRADOS
O juiz da Infância e da Juventude manda que o Comissário de Menores responda ao questionário para se
habilitar em tal cargo, e lhe faz a seguinte pergunta, referindo-se ao Estatuto da Criança e do Adolescente:
"Você conhece o ECA?"
"Sim, Excelência, mas só de vista!!!"
(fonte: Leila Maria Sales Maia)
O juiz Antonio Carlos Gonçalves, da Comarca de Assis (SP), absolveu o réu Arlindo Barbosa da Silva, acusado de
agredir a sogra. O juiz considerou que "bater na sogra uma vez por ano era o exercício de um direito", "conquanto
que em sogras se deva bater com maior instrumento de eficácia contundente, visto que normalmente gostam de
interferir na vida do casal".
(fonte: Jornal do Advogado (SP), junho de 2000. Apud Aparecida Elisete Braz Herrera)
Reza a lenda que um juiz piauiense, já estafado pelo acúmulo de serviço por fazer, saiu-se com esta, ao ser
cobrado pelo atraso no julgamento de um processo:
"O Código de Processo Civil me garante que eu tenho 10 dias para proferir a sentença. Só que agora eu estou
cumprindo este prazo em outro processo..."
Por este brilhante raciocínio, o juiz só tem que julgar um processo a cada 10 dias, garantindo uma média de 36,5
sentenças por ano, na melhor das hipóteses...
Há juízes que arrastam o processo por tanto tempo que parecem querer fazer que as partes desistam da ação
pelo cansaço.
Há os que costumam marcar uma audiência de conciliação a cada dois meses.
E há os que intimam o promotor a cada movimentação do processo, como a pedir socorro.
Um exemplo: numa ação de busca de apreensão, o juiz, logo após o famoso "recebido e autuado", ordenou... a
intimação do Ministério Público. O parecer do MP, em quota: "Somos pela citação do requerido". Segue-se o
despacho do MM Juiz: "Atenda-se ao parecer ministerial"...
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No Piauí, em virtude dos desdobramentos das investigações do crime organizado, pulularam liminares judiciais
impedindo órgãos de comunicação de divulgarem nomes de pessoas e empresas. Já são mais de 20 liminares deste
tipo no Estado. Um jornal não pode citar o nome do grupo empresarial do adversário; este, por sua vez, não pode
falar o nome do parente do dono do outro, envolvido em um homicídio, e assim por diante. Antes disso,
construtoras, empreiteiras e envolvidos em um escândalo de prostituição infantil já não podiam ser citados na
mídia.
O caso mais recente e abrangente ocorreu quando a APPM (Associação Piauiense de Prefeitos Municipais)
ingressou na Justiça para impedir que os nomes de seus associados envolvidos no crime organizado fossem
divulgados.
A liminar, deferida em 25 de novembro de 1999, diz que "é fato público e notório que os meios de comunicação
vêm noticiando diariamente inúmeras matérias sem a devida comprovação", o que feriria o princípio da presunção
de inocência e a intimidade dos acusados.
A decisão determina que "as partes suplicadas se abstenham de publicar quaisquer matérias jornalísticas citando
nomes de prefeitos e/ou municípios, até decisão e solução final da lide, cominando uma multa de R$20.000,00
(vinte mil reais) por quaisquer descumprimentos".
Como no regime militar, a imprensa deu seu jeitinho para informar seus leitores sobre os acontecimentos dos
Municípios piauienses. Assim, surgiram nos jornais matérias como esta:
"Colisão de caminhões provoca quatro mortes
Quatro pessoas morreram e quatro ficaram feridas em uma colisão envolvendo dois caminhões ocorrida por volta
de uma hora da manhã de ontem na BR-222, quilômetro 35, no trecho que liga a Terra do Vagalume, no Piauí, ao
município de Tianguá, no Ceará. O acidente ocorreu no município cujo nome é a nacionalidade de quem nasce no
Brasil. (...)"
A matéria, publicada no Diário do Povo de 1º de dezembro de 1999, página 5, se referia, respectivamente, aos
municípios piauienses de Piripiri e Brasileira.
Nas proximidades do ano 2000, aconteceu o seguinte fato num juízo do Rio Grande do Norte, quando uma parte
intentou uma ação indenizatória visando a proteção nos seus sistemas de computação contra a ocorrência do
chamado "bug do milênio".
O juiz proferiu o seguinte despacho:
"Trata-se de Ação Ordinária requerida por ....., contra ...., em que a Requerente pretende a aquisição de um bug do
milênio..."
O meritíssimo talvez tenha confundido a falha de programação dos computadores com o automóvel de fibra de
vidro (buggy), e tenha entendido se tratar de um automóvel deste tipo, de um modelo a ser lançado na virada do
milênio...
Numa JCJ do TRT do Rio de Janeiro, na época da repressão, um advogado vai despachar com o Juiz uma petição
pedindo que fosse sustado um leilão.
O advogado se fez acompanhar de um oficial com um grupo de soldados armados, pressionando o Juiz com ameaça
de prisão. O Juiz despachou:
"Assustado, susto."
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Humor Jurídico
Em uma Junta de Conciliação e Julgamento, em uma capital do Brasil, o juiz dá início à audiência, perguntando a um
dos presentes:
"O senhor é da parte do reclamante?"
"Sou sim, senhor"
"E o senhor? É da parte do reclamado?"
"Sou sim, senhor"
"Vamos dar início à audiência..." - e vira-se para o reclamado: "Onde está seu advogado?"
"Ué... Não sabia que eu tinha que trazer advogado, ninguém me falou isso..."
"Então a sua defesa vai ficar prejudicada, seria prudente fazer um acordo."
"Tudo bem. Vamos tentar ver se chegamos lá.", conforma-se o reclamado.
Muito tempo depois...
"Doutor, não temos condições de fazer um acordo. Ele está pedindo R$ 5.000,00. Não tenho como pagar isso."
"Senhor, se não fizerem um acordo, provavelmente irá perder a ação. Aí o senhor será executado, seus bens serão
penhorados, só vai ser pior para o senhor. Vamos tentar de novo. Ok?"
O reclamado ficou boquiaberto:
"Já que é assim, vamos novamente, então." Muitos minutos depois, chegaram a um acordo. Fecharam em R$
3.000,00. O reclamado já fez o cheque, se dirigiu ao juiz e disse em tom de indignação:
"Doutor, aqui está o cheque! Mas eu vou falar uma coisa para o senhor: a gente vem pensando que está fazendo um
favor para um amigo e cai numa arapuca dessas. Ninguém me falou que tinha que trazer advogado, que eu seria
executado, que meus bens seriam penhorados... Eu não gostei muito dessa história de ser testemunha, não!"
"Como é? O senhor não é dono ou preposto da empresa reclamada?"
"Eu não, sou vizinho da sede da firma do filho do meu compadre. E ele me chamou para ser testemunha da
empresa."
Desesperado, só cabe ao juiz lamentar:
"Pára... Pára.. Pára tudo... Vamos cancelar esses termos... Vamos riscar essa audiência da história..."
Conta o Dr. Lenin Ignachi, juiz da 4º Vara Cível da Comarca de Uberaba, que, ao apreciar um processo, percebeu
que a inicial era subscrita pela própria empresa autora.
O juiz não vacilou e deu o seguinte despacho:
"Informe a pessoa jurídica se está advogando em causa própria."
(Fonte: Robério Moreira Borges)
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Humor Jurídico
Essa é da época dos primórdios dos computadores pessoais, em que o processador de texto mais utilizado era o
WordStar, para DOS, que não aceitava acentos, nem cedilha, nem til.
Pois bem. Uma petição dirigida à Coordenação do curso de Direito da Universidade Federal do Piauí foi
considerada inepta, por ter sido redigida neste programa.
A justificativa? As petições devem ser escritas em vernáculo. E a inicial não estaria escrita em língua portuguesa.
E tem a história do juiz classista que saiu apregoando: "Sr. Espólio! Sr. Espólio!"
Numa audiência de conciliação, um morador era cobrado por inúmeras parcelas de seu condomínio.
O devedor se propôs a pagar o débito com 500kg de café, por viver do comércio deste produto.
O juiz tentou estimular o credor a aceitar o acordo, por achar que esta seria a única forma viável de pagamento.
Feio o acordo, o juiz observou: "Realmente, entre as partes, houve um excelente acordo. Porém, se fosse comigo
não o seria... eu não tomo café!"
(Fonte: Paulo Rocha)
A magistrada e a defensora pública discutiam sobre o duplo ato praticado em processo penal. Ao adentrar no
recinto, o promotor de justiça foi indagado sobre se o duplo ato seria ou não válido e opinou: "O que abunda não
vicia nem faz falta".
Mal chegou a concluir o seu raciocínio, foi interpelado pela juíza, irritada: "Dr. promotor, não só mereço como
exijo respeito !".
"Mas, doutora, não faltei com respeito", retrucou o promotor.
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Humor Jurídico
Feita a devida explicação, convenceu-se a juíza que confundira o verbo com o da região glútea.
E voltaram a conversar amistosamente.
(Fonte: Valério Bronzeado)
Em uma Vara Cível da Comarca de Fortaleza, no mês de dezembro, o Juiz, suspendendo a audiência, informou que
mandaria intimar os advogados do dia da continuidade do ato, já que todas as datas do ano corrente já estavam
ocupadas, e ele não dispunha (a transcrição é literal) "de uma agenda do ano seguinte, sendo que tal é instrumento
indispensável para o exercício da judicatura".
O advogado do autor, então, pediu que a audiência fosse suspensa por 15 minutos, saiu da sala, atravessou a rua e
adquiriu uma agenda em uma papelaria.
Entregou-a ao Juiz, e saiu com a audiência marcada para 2 de fevereiro, primeiro dia após o recesso.
O juiz Joaquim Santana, da 7ª Vara Criminal de Teresina, condenou uma mulher por difamação. A pena: ler o
Salmo 39 da Bíblia três vezes por semana, na igreja de seu bairro.
O juiz assim fez cheio das boas intenções, como alternativa ao mínimo de 3 meses de prisão previstos no CP.
Só que ele não sabia que a ré era analfabeta. Resultado: a filha da condenada teve que ler para ela todo o Salmo,
até que a mãe decorasse.
No dia 17 de outubro de 1997, o juiz Clóvis Silva Mendes, da 1ª Vara Cível de Serra Talhada, no sertão de
Pernambuco, proferiu a sentença que pôs fim a um processo iniciado em... 23 julho de 1928 contra... Virgolino
Ferreira da Silva, o "Lampião".
A ação, referente ao assassinato de três homens, em 1925, tramitava na comarca de Flores, cidade vizinha a
Serra Talhada.
O crime prescrevera em 1948, mas o processo não foi extinto antes por falta de prova da morte do réu.
(Fonte: Folha de S.Paulo)
Julgando embargos de declaração que pedia esclarecimentos acerca de uma sentença, um conhecido juiz do
Trabalho de Teresina foi breve: disse que a sentença estava claríssima, pois foi escrita em fonte Times New
Roman, tamanho 14.
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Humor Jurídico
Certa vez, um tribunal confirmou a sentença que indeferiu a petição inicial de uma reclamação trabalhista.
Devolvidos os autos à primeira instância, neles foi exarado o invariável despacho:
"Cumpra-se o v. acórdão".
A reclamada requereu o arquivamento, alegando que, de sua parte, não havia o que cumprir. O juiz discordou:
"intime-se a reclamada para cumprir o v. acórdão, sob as penas da lei".
Dessa decisão a reclamada agravou, tendo o juiz proferido o seguinte despacho:
"presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora, mantenho a decisão agravada. Remetam-se os autos para o
tribunal".
(Fonte: O que não deve ser dito, Novély Villanova)
Numa pequena comarca no interior de Minas Gerais, um juiz certa vez sentenciou da seguinte forma uma ação
declaratória:
"(...) Ante todo o exposto, por tudo que consta nos autos, tenho por bem julgar a lide empatada, condenando o
senhor escrivão nas custas processuais bem como honorários advocatícios na ordem de 5 por cento do valor da
causa para o patrono de cada parte. PRI. Cumpra-se".
Soube-se que, certo dia, no final de uma Sessão Ordinária no TRT da 7ª Região, por volta das 19 horas, o Juiz
João Nazareth Cardoso relatava um processo, patrocinado por determinado advogado, já conhecido daquela
Corte, por suas alegativas, pugnava reformar uma peça decisória perfeita.
Para tal desiderato, argüiu suposta nulidade processual, alegando que a assinatura do funcionário da Junta de
Conciliação e Julgamento a quo na notificação ao seu cliente, estava diferente do que costuma ser.
Intrigado, o Juiz Revisor indagou:
"Excelência, onde foi que o douto causídico viu essa nulidade, nos autos não a vejo".
Imediatamente, aquele magistrado vociferou:
"Meu caro colega, deve ter sido no espelho".
Numa comarca do interior de Minas Gerais, um certo Juiz, muito rigoroso e exigente, principalmente, quanto à
correção do português, mandou chamar duas mulheres da zona boêmia para lhes aplicar uma reprimenda, em razão
das brigas constantes que estavam causando.
Ao chegarem, muito constrangidas, sentaram-se em frente ao juiz, que passou a interrogá-las.
Quando chegou em "profissão", a resposta foi:
"Nóis é da vida, né doutor."
"'Nóis é' não; 'nós somos'!"
As duas, então, não se contiveram e caíram na gargalhada. O juiz, já irritado, perguntou-lhes:
"Do que estão rindo?"
"É que nóis não sabia que o senhor também era..."
Numa cidade do interior do Ceará, o juiz titular, rapaz novo, com todo o gás, resolveu visitar bares a fim de
procurar possíveis delinqüentes.
Numa noite quente, o juiz pôs uma roupa leve e saiu de bar em bar. Num deles, notou um cidadão com algo
pontiagudo sob a camisa.
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Humor Jurídico
O juiz parou em frente ao homem e disse: "Levante-se e mostre o que tem sob a camisa".
O homem puxou uma faca de 12 polegadas da cintura, entregando-a ao rapaz.
Quando o juiz ia saindo, ouviu o homem dizer: "O senhor me perdoe o atrevimento, mas quem é o senhor mesmo?"
Com convicção, falou: "Sou o juiz de Direito desta comarca, por quê?"
O homem virou a cabeça, com desprezao, e pulou pra cima do juiz, tomando-lhe a faca: "E eu pensando que era um
policial militar à paisana!"
O advogado Jurandi Piegas Araújo, advogado gaúcho da cidade de Venâncio Aires, conta a seguinte história, à qual
atribui o motivo de ter escolhido a profissão:
"Lá pelos idos de 1903, meu avô morava no interior do Rio Grande do Sul. Como era uma pessoa um pouco mais
esclarecida na localidade, gostava de ler, possuía Código Civil e Penal, além de outros livros jurídicos, era
considerado meio "juiz" da localidade, embora nunca tenha estudado Direito.
Um cidadão casou-se com uma bela morena, a mais bonita da cidade. Tinha na ocasião do casamento 17 anos.
Passados uns meses, o marido foi viajar e abandonou a esposa.
Meses depois, um outro cidadão se encantou pela morena e iniciou um romance, e passaram a viver juntos.
Passados sete anos, eis que o marido verdadeiro voltou. A primeira coisa que reivindicou foi sua mulher, afinal
eram casados.
Instalada a pendenga, num domingo, depois da missa, levaram o caso para o meu avô.
Após muitos debates, veio a 'sentença':
'Os dois têm direito, um por ser marido legítimo e o outro por ter dado guarida à mulher. Assim, nas segundas,
quartas e sextas-feiras, a mulher deve ficar na companhia do marido legítimo; nas terças, quintas e sábados, na
companhia do homem que lhe deu guarida.'
O marido legítimo ponderou: 'E no domingo?'
Meu avô olhou bem para a morena e, vendo que ela ainda estava em forma, lascou:
'No domingo, fica comigo, por conta dos honorários'."
(Fonte: Jurandi Piegas Araújo)
O ex-ministro do STF Carlos Madeira, que deixou a casa em 1990, celebrizou-se pelas suas confusões. Numa de
suas primeiras sessões, após passar horas lendo o relatório de um processo, passou a ler o que seria o seu voto.
Depois de muito falar, disparou: "Epa, estou lendo meu relatório de novo!".
Em outras oportunidades, chamou o então ministro Oscar Dias Correia de "ministro Oscar Niemeyer", e o ministro
Sidney Sanches de "ministro Sidney Magal".
(Fonte: Folha de S.Paulo)
Em agosto de 2000, o ministro Celso de Mello, do STF, proferiu importantíssima decisão em um recurso
extraordinário de um sharpei gaúcho que mordeu um cocker spaniel.
O recurso, no agravo de instrumento 279.236-5, foi movido pela médica Carmen Heberle, de Porto Alegre, contra
a condenação que lhe foi imposta, em um Juizado Especial, por ter o seu cachorro atacado o de uma vizinha.
A médica foi enquadrada no art. 31 da Lei de Contravenções Penais, e terá de pagar à dona do cachorro ferido o
equivalente a 15 dias-multa de dois salários mínimos. De acordo com o artigo, "pratica a contravenção o dono de
animal perigoso, que não o guarda com a devida cautela, deixando-o solto no interior de condomínio residencial".
A médica alegara que houve cerceamento de defesa. No despacho, de cinco páginas, o ministro relator considerou
o recurso "inviável", já que não caracteriza cerceamento de defesa o indeferimento de produção de prova, se
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Humor Jurídico
Pelo STJ, já passaram processos igualmente folclóricos, com soluções igualmente estrambólicas.
A dona de um cão que mordeu uma senhora na Urca (RJ) e foi condenada recorreu ao Superior Tribunal de
Justiça.
A 3ª Turma do STJ já decidiu que Associação do Cemitério dos Protestantes deve enviar carta rogatória à
Espanha para tentar localizar Juan Manuel, proprietário de uma sepultura no Cemitério da Paz (SP), que deixou de
pagar as taxas de manutenção e conservação do túmulo.
A 6ª Turma já negou pedido de habeas corpus a professor que foi preso acusado de prática de vampirismo contra
adolescentes na cidade de Araçuaí (MG).
O ministro Paulo Costa Leite lembra que já foi parar em sua mesa a questão sobre o tamanho de um cachorro que
pode morar num apartamento. “Eu julguei casos assim e disse que não tinha fita métrica para medir cachorro e
que o Estado não me pagava para saber se cachorros de 25 ou 50 centímetros podem morar em apartamento”,
recorda.
(Fonte: STJ Notícias)
Em 6 de setembro de 2000, os ministros do STJ passaram mais de duas horas discutindo uma representação
contra um subprocurador do Trabalho cujos cães invadiram um terreno vizinho e atacaram dois papagaios, pela
prática da contravenção de “omissão de cautela na guarda ou condução de animais” (art. 31 do Decreto-Lei nº
3688/41).
Em abril de 1998, dois cães pertencentes ao subprocurador Luiz da Silva Flores, das raças “pastor alemão” e
“rotweiller”, pularam uma cerca de 1,80m, invadiram um terreno vizinho e mataram dois papagaios que estavam em
uma gaiola. Os dois cães passaram a invadir constantemente o terreno do vizinho, que se sentiu ameaçado.
O conflito entre os vizinhos e seus animais de estimação originou um processo criminal contra o subprocurador,
mas não teve prosseguimento no Juizado Especial e, em virtude do privilégio de foro previsto no art. 105 da
Constituição Federal, acabou parando no STJ.
A maioria dos ministros decidiu pela competência do Tribunal para o exame da matéria. O exame do mérito foi
suspenso por um pedido de vista do ministro José Delgado.
(Fonte: STJ Notícias)
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Humor Jurídico
a acusação.
(Fonte: O Globo, coluna "Nhenhenhém")
José Zeferino da Silva, o Zeca dos Passarinhos. Brasileiro, casado, desempregado. Detido por fiscais do Ibama,
espancado e engaiolado por tentar vender um casal de pardais na feira de Duque de Caxias. Crime contra a
natureza, inafiançável. Foi visto numa cela infecta e promíscua de delegacia, comendo o pão que o diabo amassou.
José da Silva, descascador de árvore. Brasileiro, casado, desempregado. Detido pela polícia e engaiolado por
descascar árvores para fazer chá. Crime contra a natureza, inafiançável. Foi visto numa cela infecta e promíscua
de delegacia, comendo o pão que o diabo amassou.
Henri Philippe Reichstul. De origem estrangeira, presidente da Petrobrás. Responsável pelo derramamento de 1,29
milhão de litros de petróleo da Refinaria de Duque de Caxias que poluíram a Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro
(RJ) em 18/01/2000; pelo rompimento da vedação de uma monobóia, que espalhou 18 mil litros de óleo perto da
praia de Tramandaí (RS), em 11/03/2000; e pelo vazamento de mais de 4 milhões de litros da Refinaria Getúlio
Vargas, em Araucária (PR), manchando em mais de 20 km os rios Barigüi e Iguaçu, matando milhares de peixes e
pássaros marinhos. Crime contra a natureza, inafiançável. Encontra-se em liberdade. Foi visto jantando num
restaurante do Rio.
Algumas decisões judiciais americanas são peculiares; mas nada têm de engraçadas. Ao contrário, algumas são
absurdamente humilhantes e remetem a um período obscuro do Direito Penal, constituindo um verdadeiro
atentado aos direitos humanos.
No interior de Illinois, um fazendeiro de 62 anos cumpre pena em regime de prisão domiciliar por ter agredido
outro fazendeiro, tendo no portão de sua propriedade uma placa: "Aviso: criminoso violento mora aqui. Prossiga
por seu próprio risco."
Em Houston, Texas, um homem foi condenado a caminhar de um lado pra outro na frente de uma loja carregando
uma placa: "Eu roubei esta loja. Não roube você também".
Em Memphis, um juiz permite que ladrões envolvidos em pequenos furtos cumpram pena em liberdade condicional
se permitir que suas vítimas entrem em suas próprias casas e peguem tudo o que quiserem.
Na Flórida, um pedófilo foi obrigado a pôr uma placa na frente de sua casa avisando menores de 18 anos a não se
aproximarem.
Em alguns Estados, quem é pego dirigindo embriagado passa a ter uma placa especial em seu veículo para alertar
os demais motoristas.
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Humor Jurídico
Em outros, os criminosos são obrigados a pagar anúncios em jornais, comunicando os crimes que cometeram.
(Fonte: JB)
Nos Estados Unidos, um juiz de Connecticut assediou sexualmente mulheres e impediu o seu acesso aos tribunais,
permitindo que Kodak, um cão de caça amarelo de sua propriedade, fosse atrás delas e colocasse o focinho sob as
suas saias.
O cachorro "afocinhou agressivamente" a autora principal, levantou sua saia e "esfregou o focinho na região
genital dela".
O magistrado estaria trazendo o cachorro para dentro do cartório sem trela e focinheira e presenciando, "com
um sorriso malicioso", o assédio do animal às mulheres.
Um americano de San Francisco, que mordeu seu cachorro como parte de um treinamento, será julgado por
crueldade contra animais. O carregador de móveis Steven Maul, de 24 anos, teria forçado ao chão com mordidas
no pescoço seu filhote de labrador "Boo", que pesa 36 quilos.
A prática faria parte de um sistema pouco ortodoxo de disciplina. Maul disse que as mordidas fazem parte da
"forma natural" de se treinar cães. Ele nega que as mordidas tenham feito o animal sangrar, deixado marcas ou
causado dor. "Trata-se de comunicar ao cão que você é dominante."
O advogado nega que o acusado seja agressivo. "Meu cliente, na verdade, já deu beijo de língua no cachorro. Meu
cliente é muito oral."
Maul disse ter gastado cerca de US$ 4.500 em tratamento veterinário quando "Boo" foi atropelado este ano. "Era
ele quem acabava com meus burritos e bebia do meu copo d'água", disse ele.
(Fonte: Reuters / Agência Estado)
A juíza substituta de Vara Trabalhista do Estado do Rio de Janeiro, interrogando o reclamante, obteve deste a
resposta de que trabalhava 24 horas por dia.
- Como? - indagou a Juíza.
- Isso mesmo, doutora, 24 horas por dia!
- O dia inteiro e a noite inteira?
- 24 horas, doutora.
- Mas, o senhor tem filhos? - pergunta subitamente a magistrada.
- Tenho, doutora.
Com um sorrisinho maroto, a juíza prossegue:
- Então abra os olhos, meu senhor! Se trabalha 24 horas por dia onde foi que arranjou tempo para fazê-los?
O coitado do moço não foi explícito em afirmar que durante a noite "trabalhava" de "sobreaviso" em casa.
Instrução complicada em processo trabalhista. Irmão litigava contra irmão e as testemunhas ou eram irmãos ou
sobrinhos. Resolveu o juiz chamar a família toda para a sala de audiências: irmão-reclamante, irmão-reclamado,
irmãos e sobrinhos testemunhas, tentando facilitar um acordo.
O bate-boca tornou-se tão irritante, as acusações e declarações tão disparatadas, que o juiz botou as
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Humor Jurídico
Audiência criminal no interior do Maranhão. O juiz interroga o acusado, seguindo as indicações do art. 188 do
Código de Processo Penal. Chegando ao inciso V, vem a clássica pergunta: "É verdadeira a imputação que lhe é
feita?". Ao que responde o acusado: "Doutor, o que é que o senhor tá dizendo de minha mãe?"
A revista "Realidade", de janeiro de 1992, publicou uma reportagem, dos jornalistas Habilton Ribeiro e Oswaldo
Abreu, chamada "Divórcio à goiana".
Conta que "certo casal, vivendo em Petrolina de Goiás sob contrato, desentendeu-se e se separou, sem que o
homem quisesse cumprir com o que tinha assumido no início do romance. O juiz, na tentativa de ajeitar a situação
com o 'marido', fazendo-lhe ver que não era justo, depois de ter vivido um ano de 'contrato' com dona Lucila,
deixá-la sem dar-lhe qualquer compensação, obteve do imaginoso e 'matreiro' caboclo, depois de ter pensado um
pouco, a seguinte resposta:
'É certo. Vivemos um ano junto e eu não dei a ela nada, não é? O senhor tem razão, seu dotô, isso não tá certo. Pra
impatá o causo, o jeito agora e ela vim morá outro ano comigo e não me dá nada também...'."
(fonte: Antônio Chaves, Tratado de Direito Civil, v. 5, Tomo II, p. 483)
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Humor Jurídico
Dizem ser verdade que, certa feita, numa pequena cidade, em audiência de um crime de estupro, o juiz perguntou
à testemunha, que era pessoa simples:
"O senhor viu a hora em que o acusado penetrou o órgão na vítima?"
A testemunha parou, olhou pro juiz, sem entender bem, e respondeu:
"Doutor, este tar de orgo, eu não vi não, mas uma tamanha clarineta, ele penetrou sim!"
(fonte: José Francisco das Chagas)
Numa comarca do sul de Minas, num processo de sedução, estava sendo interrogada a testemunha de acusação, um
senhor bastante idoso. O juiz perguntou:
"O senhor viu a hora em que o acusado levou a vítima ao matagal?"
"Sim, doutor, vi"
"E depois, o que aconteceu?"
"Aí o acusado chegou lá no matinho, começou a beijar a moça"
"E o que mais o senhor viu?"
"Vi o acusado e a moça tirando a roupa"
"E aí, depois de eles terem tirado as roupas, o que o acusado fez?"
"Sei não, doutor, porque nesta idade que eu tou, estas coisas não são mais pra mim. Eu fui embora e não vortei
mais não"
(fonte: José Francisco das Chagas)
Em Goiânia, durante uma audiência em uma das varas da Justiça Federal (era uma ação declaratória por tempo de
serviço rural em face do INSS), o juiz perguntou à testemunha:
"A senhora via a autora trabalhando na fazenda?"
"É... via... A gente chegava lá e o serviço estava pronto"
"E como a senhora sabia que era a autora que tinha feito?"
"Bom, a gente chegava na fazenda pra visitar e estava tudo arrumadinho: a louça lavada, os porcos todos
limpinhos, as laranjas tinham sido colhidas... Alguém tinha feito o serviço. Deve ter sido ela!!!"
Foi difícil conter o riso: "porcos limpinhos" foi demais...
Numa ação trabalhista contra uma empresa de transporte coletivo urbano, o juiz, ao interrogar um funcionário da
empresa, perguntou:
"O senhor exerce cargo de direção na empresa?".
Ao que a testemunha respondeu:
"Agora, sim. Mas na época eu era cobrador!"
(fonte: Eleonora Silva)
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Humor Jurídico
Em um júri popular em Uruguaiana (RS), um acusado, perguntado a respeito de seus apelidos pelo escrivão,
respondeu, de imediato: "Chupa-c...".
Curioso, o juiz perguntou o motivo do apelido.
"Doutor, é por causa do meu mau hálito..."
(Fonte: Luiz Augusto Lima da Fonseca)
Em uma das juntas de Conciliação de Salvador, o advogado da parte contrária a contraditou uma testemunha sob o
fundamento de que a mesma tinha um caso com o reclamante.
A juíza, então, perguntou à testemunha se era verdade.
Esta se indignou e respondeu ofendidíssima:
"Doutora, eu nunca tive um caso com esse homem, eu apenas tive um filho com ele."
(Fonte: Edlamar Cerqueira)
Orientado pela defesa para negar tudo, o acusado, ao ser perguntado pelo juiz sobre o seu nome, levanta-se e diz:
"Fique sabendo o Dr. que esta é primeira coisa que eu nego!"
(Fonte: Valério Bronzeado)
O acusado, já idoso, é condenado a 90 anos de prisão por homicídio triplo, e se dirige ao juiz:
"Se o Dr. me garantir que eu vivo tudo isso, eu quero essa pena!"
(Fonte: Valério Bronzeado)
Casos os mais inverossímeis possíveis têm sido registrados pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro e a Codecid
(Coordenadoria de Defesa da Cidadania), do Ministério Público Estadual.
As histórias, que bem poderiam estar em prontuários de pacientes psiquiátricos, são contadas, em detalhes, em
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Humor Jurídico
Uma mulher, professora, diz que teve um chip implantado em seu corpo e, por isto, todos à sua volta acabam
descobrindo até seus pensamentos. Ela alega que está sendo vítima do crime de "invasão de privacidade", e pede
que o procurador-geral de Justiça "solucione sua vida". O promotor arquivou o pedido, afirmando que "não
obstante a aflição da declarante, a Codecid não reúne as atribuições legais para resolver os problemas
apresentados".
Outra mulher, funcionária pública, acusa médicos inescrupulosos, dentre eles seu ex-companheiro, de
introduzirem eletrodos e fios metálicos em sua face para que seja permanentemente monitorada. Ela é velha
conhecida de defensores públicos e promotores e não há aquele que, a seu pedido, não tenha posto a mão em seu
rosto para sentir as pulsações alteradas por causa dos eletrodos instalados durante uma cirurgia que durou nove
horas, segundo conta. No procedimento instaurado pelo Ministério Público, o último requerimento é dirigido ao
Instituto Médico-Legal, pedindo que ela seja submetida a exame de corpo de delito.
Um rapaz diz viver atormentado pela "escuta falante", instalada provavelmente pela polícia, que escutaria seus
pensamentos e enviaria mensagens para outras pessoas. Ele acabou mudando de apartamento, por decisão da
família, que também pediu o arquivamento da apuração iniciada pela Codecid.
Um comerciante português enviou uma carta ao Ministério Público, garantindo que acertou a quina da Loto, a Sena
e um bilhete, mas a "máfia de Nova Iguaçu" o roubou. Assim, nunca recebeu os prêmios: 15 milhões de reais e 550
milhões de cruzeiros. O procedimento chegou a ser arquivado por falta de provas, mas foi desarquivado por outro
promotor e remetido para a Central de lnquéritos de Nova Iguaçu, para apurar a denúncia.
A promotora Maria da Conceição Nogueira da Silva diz que "pessoas assim nunca se submetem a exames. O que
elas querem é ser ouvidas e quase ninguém dá atenção a elas".
O psiquiatra Fernando Ramos, diretor-médico do Hospital Psiquiátrico Phillipe Pinel, diz que "o delírio
persecutório é o mais comum entre os transtornos psiquiátricos. Como não têm consciência da doença, essas
pessoas procuram instituições porque se sentem ameaçadas e precisam punir seus algozes".
Em 1996, o STF julgou um habeas corpus contra um suposto ofício do presidente Fernando Henrique Cardoso,
convocando os aposentados com mais de 65 anos a se apresentarem para ser incinerados.
O habeas corpus foi encaminhado normalmente, recebeu explicação formal do Palácio do Planalto e parecer do
Ministério Público Federal. O recurso tramitou durante quase três meses, do protocolo da petição, em 30 de maio,
ao julgamento, em 21 de agosto, acumulando 23 páginas.
A ação foi impetrada após a publicação de artigo do jornalista Hélio Fernandes na Tribuna da Imprensa, do Rio de
Janeiro. O artigo afirmava que FHC havia expedido ofícios para exigir a apresentação dos idosos em crematórios.
A cremação atenderia exigência de uma lei de 1946 e permitiria ao país livrar-se de pessoas que não oferecem
mais "vantagem à sociedade" e acarretam "carga complementar às entidades assistenciais".
O autor da ação é um suposto Epaminondas Patriota da Silva, 76 anos, que forneceu endereço fictício na favela da
Rocinha. Ele assina o pedido de habeas corpus, que não tem necessidade de advogado. Epaminondas impetrou a
ação para assegurar o direito de continuar vivo.
Epaminondas afirma na ação que os membros do STF seriam os primeiros destinatários do ofício, "por se
sentarem tão perto do Palácio do Planalto". Durante o julgamento da ação, o ministro Carlos Velloso comentou com
o Ministro Néri da Silveira, relator do caso, que "nós estamos quase todos impedidos de julgar", por serem partes
interessadas...
Durante o julgamento, os 11 ministros do tribunal não contiveram o riso em vários momentos da leitura do voto. O
habeas corpus foi negado por unanimidade. "Foi salutar a vinda desse habeas corpus para a gente esquecer esse
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Humor Jurídico
monte de processos. Mas, evidentemente, isso é uma peça jocosa", disse o ministro Maurício Corrêa.
(Fonte: Veja e Folha de S. Paulo)
A título de curiosidade, eis o texto do folheto gozador que circulava pelas ruas e pela Internet, e deu origem à
"notícia" do jornal que causou toda a confusão.
Prezado(a) Senhor(a)
Conforme registro de nosso cadastro de controle, verificamos que V. Sa. atingiu o limite de idade prevista por lei.
Nossos estudos estatísticos indicam que sua idade não oferece mais nenhuma vantagem para a sociedade. Ao
contrário, acarreta uma carga suplementar às entidades assistências de sua comunidade, bem como trabalho para
aqueles que o rodeiam.
Por esse motivo, V.Sa. deve se apresentar ao Crematório Municipal em até 8 (oito) dias após o recebimento desta,
a partir da 9:00 hs, diante do Forno nº 5, Ala Norte, Setor 4, para que possamos proceder à vossa incineração.
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Humor Jurídico
Jus esperneandi
Histórias de advogados
"Todo homem tem direito a três minutos de insanidade." Com esse, digamos, argumento, calcado em uma
frase do ministro Carlos Velloso, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Ordem dos Advogados do Brasil, seção de
São Paulo, aceitou ontem o pedido de inscrição do bacharel em Direito Jorge Eduardo Rubies. Ele ganhou quinze
minutos de fama em julho de 2001, quando ameaçou de morte, por e-mail, Velloso e os demais ministros do STF. A
inscrição só foi aceita depois que o advogado pediu desculpas, também por e-mail, ao presidente do STF, ministro
Marco Aurélio.
O relator do processo de inscrição, conselheiro Raul Husni Haidar, entendeu que a ameaça foi feita em um
momento de ira. Justificou-a, no parecer, com uma frase que Velloso pronunciou em 7 de novembro de 1999, no
encerramento da 26ª reunião de presidentes de subseções da OAB/SP, em Águas de Lindóia: "...certamente
estava naqueles três minutos de insanidade que nós todos, que todo homem, todo dia passa... .
Depois de citá-la, Haidar escreveu: "Ora, se um ministro do Supremo admite que pode decidir questões de grande
relevância para a nação durante esses três minutos de insanidade, havemos de admitir que um jovem de menos de
30 anos está sujeito a tal risco."
Embora tenha ouvido o discurso do ministro, Haidar omite, no parecer, o contexto em que a frase foi dita. Trata-
se de trecho em que Velloso responde a críticas do advogado Antônio Carlos Mariz de Oliveira sobre alterações
do STF em artigos do Estatuto da OAB. Numa boutade com Mariz, Velloso concedeu: "Eu não sei se eu votei
assim, mas se votei, certamente estava naqueles três minutos de insanidade que nós todos, que todo homem, todo
dia passa".
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Humor Jurídico
Este causo dizem que aconteceu na cidade de Bagé, no interior do Rio Grande do Sul. Um cidadão passava todos os
dias pela frente da casa de outro e o xingava de f.d.p. E assim aconteceu por meses. Um dia, o cidadão injuriado
indignou-se e disparou com o seu revólver contra o insultador, ferindo-o. Instaurou-se então o processo. Na
audiência, o representante da parte dirigiu-se ao Juiz da seguinte forma:
- Meritíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca de Bagé. Meritíssimo Senhor Doutor
Juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca de Bagé. Meritíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Criminal
da Comarca de Bagé. Meritíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara ...
A estas alturas, o juiz, já impaciente, interrompe:
- Um momento, doutor! O senhor vai fazer a sua sustentação oral ou não?
E então o advogado responde:
- Pois então, ilustríssimo... eu lhe chamei quatro vezes de um título que honrosamente lhe pertence e o senhor me
interrompeu, visivelmente irritado... Imagine se eu passasse por meses, todos os dias em frente à sua casa e lhe
chamasse de f.d.p.... o senhor não me daria um tiro???
Uma professora de Direito do Rio de Janeiro colocou sua filha para estagiar no escritório de advocacia de uma
amiga. A garota, meio contrariada, não estava gostando muito do curso de Direito.
Certa vez, recebeu a incumbência de dar entrada num processo no cartório. Foi à distribuição, protocolou a
petição, recolheu a taxa judiciária no banco. Depois, dirigiu-se ao cartório para verificar se estava tudo certo. A
serventuária disse que faltava apenas "preparar" o processo. A estagiária compulsou os autos, verificou se faltava
algo, e retrucou:
"Mas está tudo preparado!"
Meio sem jeito, a serventuária explicou que o "preparo" do processo é um valor a ser pago ao cartório a título de
adiantamento das custas. Indignada, a estagiária armou o maior barraco no cartório, gritando a altos brados:
"Ah! Já entendi o que você quer! Mas isto não é 'preparo'! Isto é 'propina'!"
O constrangimento foi grande. A advogada teve que depois ir se desculpar com os funcionários do cartório. E a
estagiária acabou abandonando o curso de Direito.
Na comarca do interior do Rio Grande do Sul, um promotor, na época em início de carreira, folheava um processo
de estupro, no qual um advogado, amigo da família da vítima, muito comovido com tamanha desgraça, peticionou
com o intuito de atuar como assistente da acusação. E lá pelas tantas da referida petição ele argumenta:
"Foram encontradas aos arredores da vagina manchas arroxeadas evidenciando sinais de p..."
(Fonte: Juliano Pacheco Machado)
Em uma comarca do interior de Santa Catarina, determinado advogado apela em favor do cliente buscando
reverter no tribunal a condenação imposta por estupro.
Dentre vários argumentos contesta o laudo presente nos autos, que afirma o rompimento himenal, dizendo-o
absurdo, pois "chega a mencionar a hora em que ocorreu o estupro, consignando 'ruptura himenal entre duas e
cinco horas'".
Veemente em seu inconformismo, argumentou o causídico:
"Está aí a contradição que torna o laudo imprestável: como podem os peritos fazer tal afirmação se a denúncia diz
que o crime ocorreu por volta das 23:00 horas! Em quem acreditar?".
O tribunal, sabendo avaliar a linguagem médica presente no laudo, sequer enfrentou o argumento...
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Humor Jurídico
A história é verídica. Conhecido cidadão de cidade do interior do Rio Grande do Sul foi a júri pelo assassinato de
uma prostituta que exercia suas funções na mais famosa casa da zona do meretrício.
Entre outras testemunhas, várias "colegas" da vítima prestaram depoimento aos jurados e durante todo o
julgamento a palavra mais pronunciada foi "meretrício".
Após longas horas de leitura dos autos, oitiva das testemunhas e manifestação do Ministério Público, o defensor
do réu vai à tribuna. Ao iniciar a defesa, dirige-se ao juiz:
"Meretríssimo Senhor Doutor Juiz de Direito..."
Um advogado, na cidade de Marília, interior de São Paulo, possuia um cliente cuja ação de divórcio estava sob seus
cuidados, mas ainda não havia sentença,muito pelo contrário pois demoraria muito o trânsito em julgado da mesma.
No entanto, o cliente, confiando na palavra de seu advogado pelas quais a situação impeditiva à convolação de
novas núpcias estaria resolvida em um mês, marcou seu casamento para 30 dias, expedindo convites e tudo o mais.
Dias antes do casamento, o cliente foi ao escritório do ladino advogado saber:
"Como é, doutor, tá tudo certo?"
E respondeu o esperto causídico:
"Tudo bem, mas o juiz de paz está viajando e eu mesmo terei de celebrar o casório"
No dia marcado, juntamente com inúmeros convidados, lá estava o solicito patrono, com o Código Civil e a Bíblia na
mão.
Sabe-se que o advogado, após ler as palavras solenes do Código Beviláqua, ainda leu trechos da Bíblia e declarou os
noivos "marido e mulher segundo as graças de Deus".
A razão pela qual ele não foi punido, ninguém sabe dizer, talvez seja pelo motivo que apresentou perante o parquet
daquela comarca: "só fui altruísta, quis casar duas pessoas que se amavam nada mais". É parece que acataram sua
justificativa, pois nada lhe aconteceu.
Esta história é real, e muito conhecida naquela comarca por juízes, promotores, advogados e toda a comunidade
jurídica.
(Fonte: Eduardo Silva)
Fonte fidedigna conta que, numa cidade do Ceará, provavelmente Quixadá, uma mulher, insatisfeita com seu
casamento e aborrecida com o marido, deixou de cumprir com suas obrigações conjugais.
Inconformado, o marido constitui advogado e este ingressou com ação de execução para dar coisa certa, no que,
obviamente, foi chamado a explicar-se pelo juiz da comarca.
(Fonte: Lincoln Macêdo Silveira)
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Humor Jurídico
Advogado em causa própria junta procuração dele para ele mesmo e, na contestação, justifica:
"Assim procede para que, em verdade, cumpra-se aquilo que expresso do viés processual civil, id est: para que
atenda-se, in totum, a exigência contida no art. 39, I, ut infra.
Inserta, cônsono exigível, a respectiva guia TCEC... não fazendo qualquer sentido recolher-se a taxa alusiva a uma
procuração que não se deveria juntar... advogando em causa própria, o advogado/cliente não precisa juntar a
respectiva procuração, mas precisa recolher a taxa alusiva a esta, e, para que as coisas se encaixem, adrede,
estamos juntando ambas."
(Fonte: Silvio Carlos Ribeiro)
Em Mamanguape, depois de acirrada discussão no Tribunal de Júri entre a defesa e a acusação, com troca de
insultos, a promotora disse para o advogado de defesa:
"De nada adiantam os seus insultos. O que vem de baixo não me atinge!"
O advogado retrucou na mesma hora:
"Então a senhora deveria sentar em cima de um formigueiro para ver o que acontece!".
(Fonte: Valério Bronzeado)
Em Santa Catarina, uma audiência para oitiva de testemunhas foi suspensa, em razão de uma das testemunhas, por
ser pescador, estar em alto-mar.
O advogado, inconformado, requereu a expedição de uma precatória itinerante.
Numa comarca do interior de São Paulo, um advogado foi a um cartório e pediu vistas de um processo.
Após conferir os controles, o funcionário retornou e informou:
"O processo está concluso".
O advogado voltou mais duas vezes, com alguns dias de intervalo.
Ao retornar pela terceira vez e ouvir a mesma resposta, o advogado não se conformou e perguntou:
"Quem é este Dr. Cluso que não devolve o processo?"
Numa sessão de conselheiros da OAB/MT, certa vez foi apreciado um pedido de constituição de sociedade de
advogados sob a forma de sociedade por ações.
O relator do processo, gozador inveterado, em seu voto se manifestou não só pelo indeferimento, mas como
também pelo recolhimento das carteiras dos requerentes, a fim de que fossem impedidos de continuar
advogando...
De outra feita, a confusão surgiu do velho chavão "promova o autor a citação do réu".
Para o bem da clareza, a expressão adequada seria "requeira o autor a citação do réu", já que parte não cita
ninguém.
Mas, certa vez, um advogado menos esclarecido peticionou ao juiz dizendo:
"Atendendo ao respeitável despacho, enderecei carta ao réu promovendo a sua citação".
(Fonte: O que não deve ser dito, Novély Villanova)
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Humor Jurídico
Numa Junta de Conciliação e Julgamento da Paraíba, o advogado da empresa não trouxe testemunhas. Na hora da
audiência, chamou um transeunte e o convenceu a fazer o papel de um antigo empregado da empresa. Deveria
dizer que trabalhava lá há vinte anos, e que nunca tinha visto o autor da ação na empresa.
Assim o transeunte fez, e o empregado perdeu a causa.
Anos depois, o advogado do empregado que perdeu a causa se encontra, na rua, com o falso "empregado". Puxando
papo, pergunta se ele ainda trabalhava na empresa. Este diz que nunca trabalhou lá, e foi tudo armação.
O advogado, com toda a sua "experiência", sugere ao falso empregado que ele entre na Justiça contra a empresa,
dizendo que trabalhou lá vinte anos, sem carteira assinada.
Resultado: o transeunte entrou com o processo. A empresa não pôde negar, pois ele servira como testemunha no
outro caso. O falso "empregado" ganhou a questão, e o advogado do verdadeiro sentiu o gostinho da vingança...
Contam que, numa Comarca do interior do Paraná, na sala dos advogados, um profissional, às pressas, quase no fim
do expediente forense, redigia uma petição.
O papel não valia nada. Era daqueles destinados a cópia. Pelas tantas, o advogado errou. Utilizou a borracha.
Rasgou o papel. Continuou a datilografar.
Depois de pedir deferimento, datar e assinar o requerimento, nele apôs a seguinte observação: "No buraco, leia-
se Vossa Excelência".
(Fonte: O Pitoresco na Advocacia, Fernandino Caldeira de Andrade)
Num inventário, o advogado afirmava que o de cujus havia deixado cinco de cujinhos. Ele queria dizer, como é
óbvio, que o morto deixou cinco filhos vivos.
No Rio de Janeiro, um advogado orientou seus constituintes, acusados de tráfico de drogas, a dizer, durante o
interrogatório, que o entorpecente encontrado não era para uso próprio, e sim para uma adolescente. O nobre
doutor esqueceu que desta forma eles saíam do art. 16 da Lei de Tóxicos (usuário, consumidor) mas se inclinavam
perigosamente para o art. 12 (traficante, vendedor). As penas daquele são ridículas, ainda mais agora com a nova
Lei 9099 que trata este delito com muito paternalismo. Já o art. 12 é crime hediondo, geralmente punido com
canetadas pesadas dos magistrados.
Tudo acabou "bem", ou seja, os garotos foram socorridos a tempo e, ao que parece, a Justiça comoveu-se com o
drama e ficou tudo azul.
Mas comentava-se a boca pequena nos corredores do Fórum que aquele advogado que quase pôs tudo a perder era
um dos melhores do país, pois tinha conseguido "abaixar" o crime da denúncia do 16 para o 12.
(Fonte: e-mail enviado por Edésio Pontes)
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Humor Jurídico
Uma testemunha prestava depoimento em uma causa trabalhista. O juiz pergunta em qual dia a parte que a
arrolara começara a trabalhar na empresa. A resposta foi imediata: "Claro, foi no dia 5 de janeiro de 1979".
O juiz, mais esperto, pergunta em que dia a própria testemunha começara a trabalhar naquela empresa. Resposta:
"Ah, não lembro..."
Risos.
Vitorino Castelo Branco conta o caso de uma jovem advogada, em sua primeira defesa no Tribunal do Júri de São
Paulo. O juiz-presidente dá-lhe a palavra, ela se levanta, faz as saudações de praxe, fala alguns minutos e se
senta. O juiz aguarda alguns instantes, fica aflito, insiste: "A defesa está com a palavra...". A jovem, toda
importante com suas vestes talares, responde: "Eu já terminei, estou satisfeita, não tenho mais o que falar...". O
juiz não hesitou: suspendeu a sessão e declarou o réu indefeso.
(Fonte: Curso de Português Jurídico, Damião e Henriques)
Num processo criminal em que a vítima era uma criança de cinco anos, por participar de um filme pornográfico em
que seus pais eram atores, um advogado dizia na defesa que não havia crime algum, pois "a criança era pequena e
não se lembraria do acontecido quando crescesse".
(Fonte: Folha de S.Paulo)
A "recomendação" é efeito da sentença de pronúncia consistente no ofício do juiz ao carcereiro ou autoridade que
detém o preso, dando-lhe ciência de que, a partir de então, o réu continuará preso não mais pelo motivo anterior
(prisão em flagrante ou prisão preventiva), mas por força da pronúncia.
Conta-se que um advogado, esperto ou ignorante, virou-se para os jurados e disse:
"A grande prova de que o réu é inocente, é que o próprio juiz o recomendou na prisão"
Em seu tempo de advogado, o Presidente americano Abraham Lincoln jamais aceitou uma causa em que tivesse de
mentir com inteiro conhecimento disso, pois - dizia - o júri descobriria tudo pela cara dele e o cliente perderia a
questão. Assim, recusou tomar conta do caso de certo indivíduo, ao descobrir que aquilo seria a ruína de uma viúva
com seis filhos. O caso referia-se a seiscentos dólares. Em sua carta ao cliente recusado, Lincoln dizia:
"Não ficaremos com o seu caso, embora pudéssemos, sem dúvida alguma, ganhá-lo para o senhor. Há coisas que são
legalmente certas mas moralmente erradas. Vamos dar-lhe, entretanto, um bom conselho, gratuito: um homem
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Humor Jurídico
vivo, capaz e enérgico como o senhor, deveria tentar obter seiscentos dólares de alguma outra maneira".
(Fonte: Grandes Anedotas da História, Nair Lacerda)
Um rapaz se meteu numa briga num bar e foi preso. Pagou a fiança e foi libertado. O processo seguiu, e o rapaz
foi citado. Porém o rapaz era muito esquentado, rasgou os papéis e não foi.
Um dia ele parou de receber intimações, e ficou com medo estar sendo julgado à revelia. Aí ele procurou um amigo
estudante de Direito, e pediu para que ele checasse como estava o processo.
O amigo foi até o Cartório, e verificou que o processo havia sido arquivado. Mas ele voltou dizendo que o rapaz
estava encrencado. Este se desesperou:
"Há algum jeito de eu me livrar?"
O amigo respondeu:
"Eu conheço o escrivão e se você me der uma grana ele pode arquivar o processo".
O rapaz, que já estava desesperado, deu o dinheiro ao amigo; este foi até o cartório, requereu uma certidão
gratuita do arquivamento do procedimento e o rapaz ficou eternamente agradecido ao "amigo".
Quanta ética!
Em Minas Gerais, uma garota tirou uma nova certidão mudando o sexo, deixando de ser Joana para ser João
(nomes fictícios).
Casou-se com Maria e, após algum tempo Maria engravidou, motivando a separação do casal, por motivos óbvios.
E o avô, advogado, pediu a nulidade do casamento, "baseado na Teoria do Casamento Inexistente, defendida por
Napoleão Bonaparte".
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Humor Jurídico
Mundus juris
Histórias de promotores, delegados, serventuários...
Um conhecido advogado criminalista gaúcho, Togo Lima Barbosa, ex-procurador de justiça, ex-corregedor
jurídico da Procuradoria Geral da República, ex-prefeito de sua terra, estava defendendo um cliente no Tribunal
do Júri, no Fórum de Itaqui, com o plenário lotado e as janelas abertas para a rua.
No momento mais empolgante de sua peroração, para surpresa geral, um burro (ou jegue) começou a zurrar numa
carroça que passava por perto.
O jovem promotor, querendo ser espirituoso, para desviar a atenção do advogado aparteou:
"Olha aí, doutor, estão aparteando Vossa Excelência!"
O criminalista Togo, com a estampa de tribuno grego, devolveu na hora:
"Isso não me surpreende, pois não é o primeiro burro que me aparteia hoje!"
(Fonte: Marco Aurelio Degrazia Barbosa)
Em Fortaleza, uma advogada foi ao fórum com seu sócio no escritório de advocacia. Ela foi protocolar algumas
petições, e ele, para uma audiência, na qual fora arrolado como testemunha de defesa numa precatória.
Como a advogada já tinha terminado suas tarefas no fórum, entrou na sala do juiz juntamente com o sócio, para
assistir à audiência.
Antes de começar as perguntas, o juiz lembrou que deveria estar na sala um advogado que representasse o réu em
sua defesa. A advogada, até então calada, se ofereceu para defender o réu. A promotora levantou a cabeça e
perguntou:
"O que você é da testemunha?"
"Sócia"
"Então você não pode, senão o autor poderá alegar sua suspeição"
Uma promotora de Justiça, por ter muitos serviços e para facilitar o seu trabalho, mandou fazer carimbos com os
dizeres mais comuns utilizados em quotas ministeriais.
Ao chegar um inquérito sobre um caso de estupro em sua mesa, descuidadamente pediu retorno do inquérito
policial para a Delegacia de Polícia, utilizando o seguinte carimbo:
"Voltem os autos para diligências complementares e junte-se o instrumento do crime."
Certa feita, em Campo Belo (MG), num julgamento pelo Tribunal do Júri, o réu se chamava José Cobreola, e o co-
réu, Vicente Cobreola. Mas o promotor, durante toda a sua sustentação oral, sempre chamou o réu de "Tarzan",
seu apelido. Durante a defesa, o promotor lançou questionamento, ao que respondeu o advogado:
"Já que o digníssimo representante do Ministério Público tantou insinou o nome do réu como sendo Tarzan, iremos
agora então completar o filme chamando o co-réu de Chita."
O que provocou é claro gargalhadas até do Juiz Presidente, e da platéia em geral.
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Humor Jurídico
Uma cidade pequena tinha apenas um travesti, chamado Marcinha, conhecido por todos. Um dia, ele se meteu numa
briga de bar e acabou tendo que ir depor no fórum.
O promotor, que era novo na cidade, chegou na sala quando ele respondia o nome:
"José Fulano da Silva".
O promotor respondeu:
"Mas como? Teu nome é Márcia! Todos sabem!".
O travesti disse que seu nome era aquele mesmo. Aí o promotor se tocou e falou bem alto:
"Ah bom! Então você é travesti! Eu não sabia! Tá certo!".
Ao olhar para o lado, percebeu que sua constatação estava sendo observada pelo juiz e pelo escrivão...
Um procurador de Justiça, ao dar seu parecer num processo de estupro em que o acusado tinha o sobrenome
Cortez, gracejou: "Cortez nada mais fez à vítima do que uma cortesia".
(Fonte: Folha de S.Paulo)
Em um certo processo sobre acidente de trânsito, um promotor de Justiça arrolou como testemunha um bebê de
seis meses.
(Fonte: Folha de S.Paulo)
Numa ação de execução fiscal (nº. 98.700.202-52), da Comarca de Itabaianinha (SE), o oficial de justiça Juraci
Costa de Santana, ao receber um mandado para citar o co-responsável pelo débito, e sabendo já ter ele falecido,
saiu-se com a seguinte certidão:
"O Sr. João Carlos dos Santos encontra-se, há mais de 12 anos, entre aqueles em que o convite é: 'Nós, os ossos
que aqui estamos, pelos vossos esperamos.' Dou fé. Em, 13/5/99"
(Fonte: Antonio Waldir dos Santos Conceição)
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Humor Jurídico
Zeloso oficial de justiça em comarca do interior de Estado da região Sudeste do Brasil relaciona os bens
penhorados num auto circunstanciado, atribuindo-lhes descrição de modo a individualizá-los.
A certa altura, está relacionado: "crucifixo de madeira e bronze, marca INRI..."
Marília, interior de São Paulo, final da década de 60. O oficial de Justiça recebe mandado para citar réu na zona
rural.
Cumprindo o mandado, o oficial dirigia-se à residência do réu quando, dado o péssimo estado da estrada vicinal,
acabou por tombar o veículo.
Refeito do susto e sem cumprir o mandado, voltou ao fórum e certificou:
"Certifico que deixei de cumprir o mandado porque capotou a diligência. Dou fé".
As execuções fiscais, por não serem movidas por particulares e de difícil acompanhamento em virtude de sua
numerosidade, costumam ser preteridas no andamento e trazer as mais criativas desculpas dos oficiais de justiça.
Em um destes processos, em uma das Varas da Fazenda Pública de Teresina, o oficial certificou ter deixado de
citar a executada, em virtude de não ter encontrado o endereço fornecido na inicial.
A executada era ninguém menos que o Jockey Clube do Piauí, cuja sede fica em localização privilegiadíssima no
bairro mais nobre da cidade.
Em Luzilândia, Piauí, na década de 60, passou pelo fórum da Comarca um Oficial de Justiça ad hoc, de nome
Manoel Pitombeira, que era tirar qualquer um do sério.
Certa vez, recebeu um mandado de citação das mãos do escrivão. Este deu uma almofada de carimbo ao Oficial e o
orientou para que, no caso de a mulher citanda não saber assinar o nome, ele, o Oficial, deveria obter a impressão
digital da mesma.
Passadas algumas horas, o escrivão recebe a notícia de que o Oficial Manoel Pitombeira estava já com a polícia
para prender a citanda. Intrigado com o fato, resolveu comparecer ao local.
Lá chegando, deparou-se com o Oficial de Justiça querendo obrigar a mulher a tirar a roupa.
Perguntado sobre aquilo, Manoel Pitombeira sapecou:
"Doutor, ela não quer deixar que eu tire suas impressões genitais".
(Fonte: Miguel Dias Pinheiro)
Um oficial de Justiça de uma cidade do interior do Piauí assim certificou o cumprimento de um mandado de
penhora: "penhorei um computador 286, marca Pentil".
Ao fim, atribuiu-lhe o valor de R$1.500,00, como se tratasse de um modelo com processador Pentium, embora se
tratasse mesmo de um arcaico 286.
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Humor Jurídico
O juiz da 4ª Vara Cível da Comarca de Uberaba, Lenin Ignachitti, ao apreciar pedido de reconhecimento de
sociedade de fato, formulado pela concubina diante da morte do companheiro, proferiu o seguinte despacho:
“Cite-se o falecido para os termos da presente ação”.
Ao devolver o mandado de citação, o oficial de Justiça afirmou que, depois de várias diligências, recebeu
informação de que o citando, “desde o dia 5 de setembro de 1997, está residindo no Cemitério São João Batista,
nesta cidade, à quadra 1, sepultura nº 142”.
O oficial certificou que, “prosseguindo as diligências, bati, por inúmeras vezes, à porta da citada sepultura no
sentido de proceder à citação determinada, mas nunca fui atendido. Certifico, ainda, que entrei em contato com
os coveiros e com o administrador do citado cemitério, sendo informado por todos que tinham a certeza de que o
citando se encontrava em sua sepultura porque viram-no entrar e não o viram sair”.
(Fonte: jornal O Popular, de Minas Gerais, 04/05/98, enviado por Maurício José Nardini)
Um escrivão do interior do Paraná lavrou um auto de prisão em flagrante, começando mais ou menos assim:
"Alto de prisão em fragrante n. ..."
No meio, catadupas de erros de português.
No fecho, o auge:
".... e para constar, eu (fulano), escrivão, lavrei o presente auto, digo, alto...."
Conta-se que, certa feita, um sujeito, chamado Diogo, foi levado para a delegacia e, ao ser lavrado o termo de
ocorrência, o funcionário se enganou escrevendo Digo,
em vez de Diogo e, como de praxe, usou a palavra do verbo dizer na primeira pessoa,
ou seja, "digo", para indicar o erro. O resultado ficou assim:
"quando digo Digo, não digo digo, digo Diogo".
Há alguns anos atrás, uma fraude em uma escritura lavrada em uma cidade do sul do Piauí foi traída pela história.
Acontece que um dos limites do terreno, na falsa escritura, era a rodovia Transamazônica. E a escritura era
datada de 1945.
Circula na Internet a história de que, no jantar anual da Associação Americana de Ciência Forense de 1994, o
presidente da associação, Don Harper Mills, deixou a audiência de San Diego estupefata com as complicações de
uma bizarra morte.
"Em 23 de março de 1994, o legista examinou o corpo de Ronald Opus e concluiu que sua morte foi causada por um
ferimento a bala na cabeça.
A vítima havia saltado do vigésimo andar de um edifício, tentando cometer suicídio (ele havia deixado um bilhete
relatando essa intenção). Enquanto caía, passando pela janela do 9º andar, sua vida foi interrompida por um tiro
que saiu pela janela, o qual o matou instantaneamente. Contudo, nem o atirador nem a vítima tinham percebido que
uma rede de proteção havia sido colocada na altura do 8º andar para proteger alguns lavadores de fachada.
Justamente por causa desta rede, Opus não conseguiria completar seu suicídio.
Normalmente, uma pessoa que decide cometer suicídio deve ser considerada suicida, mesmo que o mecanismo da
morte não seja exatamente aquele que ela imaginou.
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Humor Jurídico
O fato de Opus ter sido atingido por um tiro a caminho de sua morte certa nove andares abaixo provavelmente
não teria mudado sua morte de suicídio para homicídio. Mas o fato de que sua tentativa de suicídio não teria sido
bem sucedida fez com que o legista pensasse que estava com um caso de homicídio em suas mãos.
O quarto do 9º andar, de onde emanou o tiro, era ocupado por um casal de idosos. Durante um interrogatório,
descobriu-se que, no momento do salto, o dono do apartamento estava ameaçando a esposa com a arma. Ele estava
tão nervoso que, ao puxar o gatilho, errou a esposa e o tiro saiu pela janela, acertando Opus.
"Quando alguém tenciona matar a pessoa A mas mata a pessoa B durante a tentativa, é culpado pela morte da
pessoa B", concluiu o legista.
Quando confrontados com esta acusação, o senhor e sua esposa disseram que ninguém sabia que a arma estava
carregada. O homem disse que era um antigo hábito dele ameaçar sua esposa com a arma descarregada.
Ele não tinha intenção de matá-la - portanto, o assassinato de Opus parecia ser um acidente. Isto é, a arma tinha
sido carregada acidentalmente.
Com a continuação da investigação, surgiu uma testemunha que viu o filho do casal carregando a arma
aproximadamente seis semanas antes do incidente. Ela revelou que a velha senhora havia cancelado a mesada
mensal do filho e este, sabendo do hábito de seu pai (ameaçar a mãe com a arma descarregada), carregou a arma
com a expectativa de que o pai atirasse em sua mãe. O caso agora parecia ser de assassinato de Ronald Opus pelo
filho do casal.
Investigações adicionais revelaram que o filho (Ronald Opus) estava desapontado pelas falhas de suas tentativas
de matar a propria mãe. Isto levou-o a resolver se suicidar, atirando-se do vigésimo andar do prédio em que
residiam em 23 de março de 1994, justamente para ser morto quando passava pela janela do 9º andar, por um tiro
disparado pela arma que ele mesmo carregara.
Observação: Trata-se, evidentemente, de uma história ficcional ("lenda urbana"), que circula há anos na Internet.
Veja mais informações sobre o nascimento do boato nos seguintes endereços:
http://urbanlegends.about.com/library/blbyol9.htm
http://www.snopes.com/horrors/freakish/opus.htm
Em Teresina (PI), para a construção de um shopping center, seria necessário o aterramento de uma lagoa.
O relatório de impacto ambiental assegurava que o aterro seria feito com cuidados, para não prejudicar os
"anfíbios" habitantes da lagoa, inclusive os jacarés, e também não influiria na "desova do peixe-boi" (que, por
sinal, é um mamífero).
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Humor Jurídico
O Banco do Brasil possui um departamento chamado "Carteira de Crédito Agrícola", que tem como uma de suas
responsabilidades fiscalizar a utilização dos empréstimos feitos para a agricultura e pecuária. Esta fiscalização é
feita por funcionários do Banco do Brasil, que visitam as propriedades rurais onde foram utilizados os
empréstimos e fazem relatórios técnicos da situação encontrada. Abaixo, alguns trechos desses relatórios,
pinçados dos arquivos do Banco do Brasil, transcritos exatamente conforme os originais e que são verdadeiras
"pérolas rurais":
"Visitamos o açude nos fundos da fazenda e depois de longos e demorados estudos constatamos que o mesmo
estava vazio."
"Era uma ribanceira tão ribanceada que se estivesse chovendo e eu andasse a cavalo e o cavalo escorregasse,
adeus fiscal."
"Na minha opinião, acho bom o banco suspender o negócio do cliente para não ter aborrecimentos futuros."
"Sol castigou o mandiocal. Se não fosse esse gigante astro, as safras seriam de acordo com as chuvas que não
vieram."
"'Cobra' - comunico que faltei ao expediente do dia 14 em virtude de ter sido mordido pela peçonhenta
epigrafada."
"Se não fosse o sol, tudo indica que a chuva aumentasse a safra."
"Cliente aguarda a capilaridade pluviométrica da zona para plantar a mandioca em local macio e úmido."
"A casa de farinha nunca foi para frente porque o mutuário que fez o empréstimo deu para tráz e nunca mais se
levantou."
"Fui atendido na fazenda pela mulher do mutuário. Segundo fiquei sabendo, ninguém quer comprá-la e sim explorá-
la."
"Imóvel de difícil acesso. O mato tomou conta de tudo, deixando passagem só para animal rasteiro. Próxima
vistoria deve ser feita por fiscal baixinho."
"A máquina elétrica financiada é toda manual e velha. Fazendeiro financiou a máquina elétrica mas fez todo o
trabalho braçalmente e animalmente."
"Gado está gordo e forte, mas não é financiado e sim emprestado somente para fins de vistoria. O filho do
fazendeiro está passando férias na Disney."
"Trajeto feito a pé porque não havia animal por perto, só o burro do fazendeiro. Despesa de locomoção grátis."
"Contrato permanece na mesma situação da vistoria anterior, isto é, faltando fazer as cercas que não ficaram
prontas."
"Mutuário adquiriu aparelhagem para inseminação artificial mas um dos touros holandeses morreu. Sugerimos
treinamento de uma pessoa para tal função."
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Humor Jurídico
"Tempo castigou a região. O sol acabou com a farinha e chuva com feijão."
"As garantias permanecem em perfeito estado de abandono. Cliente vive devidamente bêbado e devendo aos
bares e a Deus e ao mundo."
"A euforbiácea foi substituída pela musácea sem o consentimento e autorização de nosso querido banco."
O MUNDO UNIVERSITÁRIO
Um advogado recém-formado vai participar de uma audiência em uma cidade do interior do Mato Grosso do Sul.
Está preocupado, pois o magistrado era um ex-professor seu, que fora "retirado" da sala de aula por uma
"conspiração" dos alunos. O clima ficou muito pesado.
Na audiência, o juiz tomou todo o cuidado para não magoar e relembrar o passado. A certa altura, dirigiu-se
respeitosamente ao advogado em questão, dizendo:
"Com a palavra o nobre causídico, Dr. Fulano".
Aí a casa caiu! O doutor saiu chutando cadeiras, jogou sua pasta no chão e chamou o juiz para a briga. Entre
outras palavras, dizia o advogado:
"O senhor é quem criou causo com nóis, nóis mandamos o senhor embora da faculdade, de forma é que Vossa
Excelência um criador de causo, e não eu como o senhor disse".
A turma de bacharéis em Direito do 1º semestre do ano de 1999 da Universidade Federal de Sergipe escolheu,
como "nome da turma", a seguinte expressão parafrástica:
"Ó Pátria Amada, em dólar atada, salve!, salve!"
Quem duvidar pode dar uma olhada na placa comemorativa afixada na parede do corredor do Centro de Ciências
Sociais Aplicadas da UFS, em frente ao Departamento de Direito.
(Fonte: Antonio Waldir dos Santos Conceição)
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Humor Jurídico
Numa faculdade paulista, durante aula sobre o art. 121 do Código Penal, o professor deu o famoso exemplo de
Damásio, do copo de veneno deixado sobre o piano, explicando perfeitamente em que condições seria homicídio ou
tentativa e assim por diante.
Um aluno, com a palma da mão totalmente aberta e para cima, indagou:
"Fessorrrr, tem dois pobrema, se eu coloca o copo no piano, pro sinhô toma, eu esquece e bebe, quem que morre?"
Na mesma faculdade, durante uma aula de Teoria Geral do Estado, o professor dialogava com os alunos sobre a
queda do Estado Romano, dizendo que Roma passou e ser invadida por povos bárbaros, e indagou:
"Quem eram os povos bárbaros?"
Foi quando o "melhor" aluno da turma disse:
"Professor, eram os pirata???"
Aula de Direito Penal em uma faculdade gaúcha. Crimes dolosos contra a vida.
Após o professor comentar o crime de aborto, um aluno levantou a mão e perguntou, distraído:
"Professor, qual é a pena aplicada ao suicida no crime de suicídio?"
(Fonte: Jefferson Luiz Gaya de Goes)
Há muito tempo, numa turma do 1º ano da faculdade de Direito da PUC de Campinas, o professor de Introdução ao
Estudo do Direito resolveu fazer o último exame de forma oral, para ajudar os alunos que estavam "pendurados"
na sua matéria.
A certa altura, perguntou a um aluno:
"O que é uma pessoa jurídica?"
Depois de muito tempo pensando, o rapaz responde num lampejo:
"Como pude me esquecer professor, o senhor é uma pessoa jurídica, aliás a pessoa mais jurídica que eu conheço.."
O professor, por sua vez, interfere:
"Não, meu filho, eu não sou uma pessoa jurídica!"
"O que é isso professor, não seja modesto!..."
(Fonte: Hermínia Prado Lopes)
Questão de avaliação do 2º período da UNIG aplicada pelo professor Ronaldo Lessa, promotor em Itaperuna (RJ):
"Gertrudes, mulher violenta e geniosa, recebe notícia dando conta de que Carmelita, sua antiga desafeta, teria
morrido e estaria à espera de sepultamento, no único cemitério da cidade. Tomada de gáudio, Gertrudes resolve ir
ver a finada, enquanto a família não chega para velá-la. Na capela, encontra Carmelita dentro do caixão, já
devidamente ornamentado. Uma cólera assola Gertrudes, que se apossa da borboleta de vedação da urna
funerária, para com ela golpear seguidas vezes a desafeta. Para sua surpresa, Gertrudes ouve um gemido, oriundo
de Carmelita. Apavorada, resolve pedir ajuda, quando, então, o médico intensivista Chifroklênides, que estava na
capela ao lado velando um amigo, vem em socorro, examinando Carmelita e constatando que, em verdade, a mesma
estava sob estado de catalepsia (funções vitais reduzidas ao mínimo indispensável à manutenção do organismo, o
bastante para permitir equivocado diagnóstico letal), portanto, viva, tendo, lamentavelmente, morrido em função
dos golpes que llhe infligira Gertrudes. Neste momento chega a família de Carmelita, chama a polícia, que prende
Gertrudes. Indaga-se: cometeu ela algum crime? Em caso positivo, qual? Como ficará sua situação jurídico-penal?
(valor: 4 pontos)"
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Humor Jurídico
A resposta dada por um sapientíssimo aluno: "A pobre coitada da Gertrudes não responderia por crime algum, pois
borboleta não mata ninguém."
Em 1967, o jurista Medeiros e Silva saía do cargo de Ministro da Justiça e voltava às suas funções na Guanabara.
Convidado a proferir a aula inaugural no curso de Direito da PUC, sobre a nova Constituição recém-outorgada,
recusou. Alegou que "não queria se envolver em política".
Comentário do escritor Sérgio Porto, o inesquecível Stanislaw Ponte Preta, na época: "Ele, que fizera a nova Carta
Magna, não queria mais vê-la. Imaginem os outros."
(Fonte: 2º Febeapá, Stanislaw Ponte Preta)
Em 1967, na Faculdade de Direito de São Paulo, o Professor Soares de Melo, grande apreciador de Rui Barbosa,
tendo inclusive proposto a criação de uma cadeira só sobre o tribuno baiano, terminou uma aula de Direito Penal
com esta confissão categórica:
"Fôra eu mulher e me casava com Rui Barbosa".
(Fonte: 2º Febeapá, Stanislaw Ponte Preta)
Conta-se que um professor de Medicina Legal numa Faculdade de Direito de Pernambuco, explicava o
procedimento da autópsia, quando um aluno disparou mais uma de suas perguntas impagáveis:
"Professor, um defunto que morre em Campina Grande, pode fazer a autópsia em Recife?"
E o professor, de pronto:
"Meu filho, e este defunto é um morto ou um tatu?"
Um grupo de colegas estudava para concursos, quando, no tema "formas de extinção das obrigações", levantou-se
a forma denominada "confusão".
Eis que uma das colegas se levantou, indignada:
"Que absurdo! Quer dizer que na porrada pode se extinguir uma obrigação?"
Em uma faculdade de Direito no Estado de São Paulo, um aluno respondeu da seguinte forma uma pergunta da
prova de Direito Penal:
"Injúria real é um crime já em desuso no Brasil, já que foi criado para proteger a família real portuguesa quando
visitavam nosso país."
Em uma faculdade da região Centro-Oeste, certa vez, um professor de Introdução ao Estudo do Direito pediu
para que fosse feito um trabalho.
Um dos grupos escolheu como tema a Revolução Francesa.
No dia seguinte, o professor apareceu no escritório indignado, dizendo que uma aluna falou que a Independência
Americana tinha influenciado a Revolução Francesa, e que não tinha cabimento uma aluna de 3º grau afirmar tal
bobagem.
Só aí alguém advertiu o professor de que realmente a independência americana tinha sido antes e tinha
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Humor Jurídico
influenciado a Revolução Francesa, tanto é que o texto dos direitos universais do homem são quase cópia fiel dos
manifestos da independência americana.
Na aula seguinte, o professor, muito humilde, foi se retratar com a aluna, que respondeu:
"Pára, pára, professor, já estou toda confusa! Já não entendo mais nada!"
Um professor de Direito de uma faculdade do Sul do País vivia maritalmente com uma mulher há mais de cinco
anos. Depois que saiu a lei do concubinato, ele chegou um dia na sala dos professores anunciando que ia se casar.
Todos o parabenizaram, e uma freira que estava lá disse:
"Que bonito, vai regularizar sua situação, proteger a moça!"
O professor respondeu:
"Que nada, vou me casar com separação universal de bens, pois pela nova lei metade de tudo é dela, mas casando
ela não fica com nada!"
Um professor do direito da UFRGS, hoje Ministro aposentado do Supremo, dava uma aula propedêutica sobre o
Direito. Escolheu um aluno e perguntou:
- Dê-me uma definição para "o que é o Direito?"
O aluno pensou um pouco e respondeu:
- O direito é a auréola dourada sobre a qual se assenta a sociedade.
Imediatamente o professor respondeu:
- O senhor acabou de definir o penico, agora defina o Direito!
Num exame da OAB, um candidato, perguntado sobre o que era a ordem de vocação hereditária (ordem dos
herdeiros na sucessão), respondeu: "É quando o filho segue a mesma profissão do pai, ou seja, filho de peixe,
peixinho é".
Outro, ao tentar explicar o que era Fazenda Pública, disse que era uma propriedade agrícola do governo a que
todos têm livre acesso.
O Pretório Excelso (ou seja, o STF) já foi confundido com "um ilustre jurista mineiro".
Na Itália, um aluno deu uma definição de casamento, nos seguintes termos: "é a união entre duas ou mais pessoas".
(Fonte: Folha de S.Paulo)
Conta-se que, em um exame oral, um bacharel foi interrogado acerca de prazos processuais.
"Qual o prazo para a contestação?"
"Vinte e quatro horas."
"Qual o prazo para o mandado de segurança?"
"Vinte e quatro horas."
"Qual o prazo para ingressar com uma ação rescisória?"
"Vinte e quatro horas."
Irritado, o examinador parou:
"Você está reprovado! Como pode um bacharel não saber um prazo processual?"
O bacharel, calmamente, respondeu:
"Eu posso não saber nenhum prazo, mas em compensação não perco nenhum!"
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Humor Jurídico
Uma aluna que, ao discorrer sobre os vícios da vontade (defeitos que invalidam um ato jurídico), é indagada sobre
qual qual dos vícios mais apreciava (estudar, é óbvio).
Olhando fixamente nos olhos do examinador, a candidata responde, lânguida:
"A violência física, professor".
Numa aula de Direito Processual Civil, uma aluna já mais velha pergunta ao professor:
"Professor, conflito de interesses, pelo que eu entendi, seria o meu com o prato de macarrão? Eu tenho vontade
de comer o macarrão, mas não quero comer porque engorda."
O Prof. Vágner Barreira Filho encerrava uma aula de direito civil na Faculdade de Direito da UFC, quando um
aluno, conhecido pelo significativo apelido de "Jegue", tendo chegado atrasado, pediu que fosse feita a chamada
dos alunos "retardados" (ele queria dizer "retardatários"). O professor não titubeou: "Pois não, meu filho, diga
seu nome completo". E o pior é que ele respondeu.
O diretor da Faculdade de Direito da UFRGS (na época URGS), observava o movimento de trânsito da sacada da
instituição. Neste momento, um carroceiro desatrelou o jumento que puxava sua carroça, para que comesse a
grama alta que crescia junto ao muro da faculdade.
O animal começou a comer e a caminhar, sempre se aproximando do portão da faculdade.
Quando o diretor se apercebeu que o próximo passo do animal seria comer a grama que crescia dentro do pátio da
faculdade, desesperado gritou para que o porteiro fechasse a grade. Suas palavras exatas foram:
"Fecha, fecha rápido o portão. Se o jumento entrar aqui, só sai formado!".
Júri simulado de homicídio: acadêmicos da PUC-PR com a promotoria, os da UFPR com a defesa. Esgotando-se o
tempo do pronunciamento do promotor, este pediu mais tempo e não foi atendido. Quando ele concluía sua
exposição, toca o celular do "réu".
O plenário veio abaixo. O promotor virou pros jurados, começou a rir, se apoiou na bancada e, sem perder o
rebolado, se virou pro "juiz" e gritou:
"Protesto! Peço um aumento no tempo por essa interrupção!".
Mas não foi atendido.
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Humor Jurídico
Virou folclore a história de um delegado da Polícia Civil, que também era coronel da Polícia Militar e bacharel em
Direito, que mandou fazer um carimbo com todas as suas titulações.
Ficou algo assim: "Cel. Del. Bel. Fulano de Tal".
Numa cidade do interior de Minas Gerais, aconteceu um crime de sedução. Como a sede da comarca era uma outra
cidade maior, o delegado, diligentemente, requereu que se fizesse um exame de corpo delito da vítima, e que
fosse apreendida a arma do crime.
O escrivão recebeu o requerimento e respondeu de forma irônica: fazer o exame da vítima nos é possível, mas
apreender a arma do criminoso é impossível, vez que não foram fornecidos os instrumentos necessários para a
execução.
(Fonte: José Francisco das Chagas)
Juiz de Vara Criminal em Manaus relata ter recebido um inquérito policial remetido por uma delegacia local, o qual
versava sobre o sequestro e tortura aplicada por "capangas" do proprietário de uma loja num funcionário suspeito
de dar "sumiço" numa motocicleta pertencente ao patrimônia da firma.
O empregado relatou que foi jogado no porta-mala do carro, levado para um local ermo, e ali submetido a sessão
de espancamento para confessar o paradeiro do objeto.
Conclusão da autoridade policial: os "leões de chácara" que torturaram o rapaz foram indiciados como tendo
infringido o art. 328 do Código Penal. "Usurpação de função pública".
Na época do governo de Getúlio Vargas, conta-se que um cidadão foi indiciado por injúria pelo fato de ter pisado
numa moeda com a efígie do presidente da República que caiu de sua carteira.
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Humor Jurídico
Em Carolina do Sul, um homem entrou numa delegacia, colocou um papelote de cocaína no balcão, reclamou que o
produto estava com granulação irregular e pediu ao delegado para prender imediatamente a pessoa que a vendeu.
Em Virgínia, dois homens num caminhão entraram numa casa deserta para roubar uma geladeira, subindo escadas,
muros e obstáculos. Conseguiram pegar a geladeira, fizeram o percurso de volta e colocaram-na em cima do
caminhão. Só que o caminhão não saiu do lugar, e os ladrões perceberam que era por causa do peso da geladeira.
Então, refizeram o percurso de volta (subindo escadas, muros e obstáculos), colocaram a geladeira DE VOLTA no
lugar onde estava, e voltaram ao caminhão. Só então perceberam que esqueceram as chaves dentro do caminhão.
Abandonaram o carro e foram embora.
Em Kentucky, dois homens tentaram arrombar um caixa eletrônico amarrando a ponta de uma corrente no
aparelho e a outra ponta no pára-choques do caminhão deles. Quando aceleraram o caminhão, o pára-choques
traseiro se soltou. Assustados, saíram em disparada. Deixaram tudo como estava lá: o caixa amarrado à corrente,
a corrente amarrada ao pára-choques e a placa do caminhão grudada no pára-choques.
Um assaltante entrou numa farmácia, sacou de uma arma, anunciou um assalto e, quando foi colocar uma máscara
de meia no rosto, percebeu que tinha esquecido de cortar os buracos dos olhos.
Um ladrão conseguiu entrar à noite num banco, pela janela do segundo andar, mas se feriu gravemente, perdendo
muito sangue. Então ele percebeu que: não poderia chegar até o cofre de onde estava, não poderia voltar pelo
caminho pelo qual entrou e estava tendo uma hemorragia gravíssima. Então pegou um telefone e ligou para o
pronto-socorro para pedir ajuda.
(Fonte: Mr. Learned's Legal Humor Page)
Foi publicada nos Estados Unidos uma série de livros chamada "America's Dumbest Criminals", de autoria de
Daniel Butler, Alan Ray e Leland Gregory, resultado de uma pesquisa sobre eventos envolvendo assaltantes
incompetentes e crimes frustrados por verdadeira burrice. Eis algumas destas histórias de pastelão:
Um homem, acusado de haver arrombado uma máquina de venda de refrigerantes em lata, e que jurou inocência,
pagou sua fiança de US$ 400... em moedas.
Um distraído chamou a policia para registrar o furto de uma caixa... onde guardava maconha.
Em Ohio, um sujeito, depois de assaltar um restaurante, deu um tiro no próprio pé, ao abrir a porta de seu
automóvel.
Outro sujeito assaltou uma carrocinha de cachorro-quente e resolveu comer um. Acabou tendo que se entregar
por haver se engasgado com a salsicha, tendo que ser hospitalizado.
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Humor Jurídico
Uma mulher de Maryland falsificou um bilhete de loteria para coincidir com o número premiado em US$ 20, mas
não viu que havia ganho US$ 5.000 com o mesmo bilhete. Acabou presa por falsificação e perdeu o direito ao
prêmio.
Em Arkansas, um homem parou um carro da polícia para reclamar que havia sido espancado por uma mulher dentro
de uma lavanderia. Seu olho roxo e lábio ensangüentado confirmaram a acusação. Só havia um problema: ele não
vira o rosto da mulher. Investigando na lavanderia, o policial descobriu que o homem entrou na loja, levantou a
camisa e abaixou as calças, exibindo-se para as assustadas senhoras presentes. Uma delas, indignada, espancou-o.
Como ele tinha o rosto coberto pela própria camisa, nem viu quem o havia atacado. Resultado: foi preso por
exibicionismo...
Um servidor do Ministério da Agricultura no Piauí, com a lei federal de readaptação, foi transferido para guiar
trator, e ingressou com processo pedindo novo cargo.
O processo volta de Brasília com um despacho: "Juntar certidão do chefe". Feito isto, o processo é enviado,
voltando novamente: pedia para que o antecessor do chefe endossasse o documento. O processo vai de novo a
Brasília, e volta, pedindo prova de que o chefe que assinou era mesmo o chefe. A firma é reconhecida em cartório,
o processo vai a Brasília.
E volta, perguntando por que o funcionário foi destacado para guiar trator. Resposta: houve necessidade do
serviço.
E por aí vai, com despachos cada vez mais estapafúrdios, até que chega um assim: "Junte-se amostragem do
trabalho do requerente". Um fotógrafo foi convocado, o funcionário assumiu o comando do trator e tirou a foto.
Não bastou: queriam ver o homem guiando o trator.
O chefe, Arimathéa Tito Filho, não se conteve. Pediu verba para enviar o motorista e o trator a Brasília.
Tomou um pito, mas o funcionário foi, finalmente, transferido para o cargo solicitado.
(Fonte: Pra seu governo, Zózimo Tavares)
O Diário Oficial da União publicou, em outubro de 1996, uma decisão do Conselho Federal de Medicina, alterando
a punição de um médico alagoano que cometeu um ilícito profissional. A pena original de "Censura Confidencial em
Aviso Reservado" foi convertida para "Advertência Confidencial em Aviso Reservado". O nome do punido também
é secreto. Vai ver nem ele nem sabe que é com ele.
(Fonte: Folha de S.Paulo)
Em Alta Floresta, Mato Grosso, fiscais do Ministério do Trabalho libertaram, em junho de 1997, 129
trabalhadores mantidos sob escravidão por quatro meses.
O fazendeiro pagou R$ 600,00 a cada peão, a título de "adiantamento de atrasados".
A peãozada, eufórica, partiu para a zona de meretrício.
Foram todos furtados. A polícia foi chamada e prendeu as 40 prostitutas.
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Humor Jurídico
Chamem o ladrão!
(Fonte: Folha de S.Paulo)
O delegado do IAPTEC de Minas Gerais respondia a um processo que terminava com o chavão "À apreciação do
senhor delegado" deste modo:
"Apreciei muito. A) Wilson Modesto"
(Fonte: Folclore político, Sebastião Nery)
O serviço social da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, mandou um telegrama para um dos seus beneficiários já
mortos, dizendo:
"A entrega dos vales de alimento será cessada, pois recebemos a informação que o sr. morreu. Que Deus o
abençoe. Se sua situação mudar, nos avise."
Na época em que as eleições eram feitas com cédulas que se traziam de casa, um coronel do interior do Ceará
entregou a um eleitor um envelope já fechado com o voto, a fim de que o depositasse na urna.
O eleitor levantou o olho e perguntou:
"Mas, Coronel, com voto fechado?".
O Coronel, matreiramente, respondeu:
"Meu filho, você nunca leu a Constituição? O voto no Brasil é sigiloso!".
Na cidade de Dona Euzébia (MG), os vereadores que tomavam posse em 1967 tiveram severas dificuldades na
sessão de instalação, simplesmente porque os 9 vereadores eleitos, todos da ARENA, não conseguiram ler o
regimento interno nem a última ata da legislatura anterior. Não porque os documentos estivessem ilegíveis, mas
porque todos eram analfabetos, ou pelo menos semi-analfabetos. Para salvar a Pátria, o Presidente da Casa
convocou o renomado advogado do Município, Dr. Herberto Dias, para ler os papéis, de forma que, enfim, os
vereadores pudessem tomar posse.
(Fonte: 2º Febeapá, Stanislaw Ponte Preta)
Em Parnaguá, no Piauí, o prefeito Avelino Lopes lançou a candidatura de Hermenegildo, seu correligionário.
Contudo, o vice de Avelino, Jorcelino da Gama, lançou candidatura própria, de oposição ao prefeito. Avelino entrou
com ação de impugnação de candidatura contra Jorcelino, alegando que ele se tornara inelegível, ao ter assumido o
cargo de prefeito interinamente nos últimos seis meses antes da eleição.
Ao fim do julgamento, provou-se que a alegação de Avelino era falsa, e foi dado ganho de causa a Jorcelino. Ao
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Humor Jurídico
Em Porto Alegre, um deputado discursava na tribuna da assembléia, defendendo o arrendamento do hotel onde
morava, estabelecido no artigo 3º de um projeto que estava sendo apresentado. Um deputado pediu aparte: "O
senhor está defendendo o artigo 3º ou o quarto?"
(Fonte: 1º Febeapá, Stanislaw Ponte Preta)
O grande tribuno Carlos Lacerda, da UDN, fazia inflamado discurso na Câmara dos Deputados, quando um colega
pediu aparte, nos seguintes termos:
"Vossa Excelência pode falar o quanto quiser, porque o que me entra por um ouvido sai imediatamente pelo outro".
Ao que lhe respondeu Lacerda:
"Impossível, nobre colega, o som não se propaga no vácuo!!!"
O MUNDO JURÍDICO
Pedro Conde, falecido magistrado do Tribunal de Justiça do Piauí e professor da Faculdade de Direito, foi
encarregado de recepcionar no Piauí um ilustre mestre do Direito Romano:
"O senhor é uma sumidade no estudo do Direito Romano, eu diria até um papa no assunto. E deveria até ser
chamado de Gaio, que foi um dos mais excepcionais mestres do Direito em Roma. Então minha saudação estaria
resumida nesta expressão: ‘Papagaio!’."
(Fonte: Gente e Humor, A. Tito Filho)
Em um congresso em Paris, discutia-se sobre a possibilidade de um casal de cegos, ao recuperar a visão por meio
de cirurgia, poderem pedir a nulidade do casamento por erro quanto à pessoa, quando constatarem ser o cônjuge
totalmente distinto da descrição física que lhe haviam dado antes.
Os debatedores chegaram à conclusão de que tal era impossível, sob pena de provocar uma convulsão social, pois
nove entre dez casais, ao contraírem matrimônio, estão completamente cegos...
(Fonte: Tribuna da Justiça, São Paulo, 1981)
O ilustre Clóvis Beviláqua, pai do Código Civil brasileiro, é, todos sabem, cearense. Mas o que poucos sabem é que
ele tem raízes piauienses — e de uma forma inusitada. Seu pai foi José Beviláqua, vigário de Viçosa (CE) de 1844 a
1905. Diz a história que o padre, a partir de algum tempo, vivia de amores secretos com uma jovem piauiense,
chamada Martiniana de Jesus Aires, de importante família, que estava morando na cidade por ocasião da Guerra
dos Balaios. O padre chamou um jovem de poucos recursos financeiros, porém de boa família. Propôs-lhe dar uma
casa comercial, que lhe desse autonomia financeira, se ele se casasse com Martiniana. Chegou a estabelecer
comparação com uma importante loja da cidade. O jovem não acreditou: "Uma casa destas custa uns 30 contos de
réis!".
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Humor Jurídico
O padre não vacilou: "Pois a casa é sua." E então explicou-lhe os detalhes: "Você casa com a moça, recebe os 30
contos e sai pelos fundos da igreja."
O dinheiro foi para o bolso do jovem e o padre ficou com a piauiense. O casal teve 5 filhos, o terceiro deles Clóvis,
nascido em 1859.
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Humor Jurídico
Juridiquês - português
O estranho dialeto jurídico
Certas expressões, comuns nos autos, poderiam ser facilmente substituídas por outras, muito mais claras e
objetivas. Abaixo, alguns exemplos.
"Pretório Excelso", "Excelso Sodalício", ou "Egrégio Pretório Supremo": por "Supremo Tribunal Federal";
"Peça exordial", "peça vestibular", "peça preambular": por "petição inicial";
"Vistor", ou "expert": por "perito";
O sincretismo anglo-latino "bill of mandamus", ou o sinônimo farmacológico "remédio heróico": por "mandado de
segurança";
"Cônjuge sobrevivente" ou "consorte supérstite": por "viúvo".
(Fonte: O que não deve ser dito, Novély Villanova, e outros)
Eis a versão de um advogado para uma história infantil conhecida. Quem traduzir este excerto, poderá se
considerar aprovado em juridiquês avançado com louvor:
"Ao cimo do clivo, na cumeeira do oiteiro, no ápice do cerro, no cume da penela, onde há o algor, e o firmamento é
assiduamente adumbrado, onde reside e se domicilia, praticando suas urdiduras e agruras, impado de todo ardil e
logro, ele, o nefasto, o celerado, o infeuso, o esfaimado, e ardelião, nefando varão das alguras...
"Palmilhando os trilhos só por ele conhecidos, ao deparar-se com algum abúlico estulto, inciente do perigo que o
sitia, ele o açoda com um ádito inesperado, deixando-o acabrunhado e açaimado, para, só então, começar a
esborcinar e atassalhar sua vítima no seu recôndito arcano; a encetar pela cachimônia.
"Mister se faz, ainda ogano, desonubilá-lo, para irrogar-lhe modorra, com jaez opulento, causando-lhe mossa.
Ficará, então, estiolado, piegas e plangente face ao paladino zafimeiro que fizer o ato palmar, o qual calcará sua
embófia. O tal esteio estrênuo deve agir com têmpera de êmulo, sem utilizar expediente de parcimônia, nem pode
ser relambório, a fim de que não caia no desvão da nesciência. Insta que não fique para o postrídio a pugnação a
este sicário!"
(Fonte: "Meco")
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Humor Jurídico
Pérola do Ministro Nélson Jobim, do Supremo Tribunal Federal, criticando (justamente o quê?) o excessivo
apego ao formalismo processual:
"Os adjetivos podem vir, mas que se separem os adjetivos e os advérbios de modo, para que fiquemos com o
substantivo. E o Tribunal quer decidir substantivos, não propriamente adjetivos, nem advérbios de modo. Vamos
reduzir, digamos, a liturgia da adverbiação para caminharmos para o compromisso da substantivação".
"V. Exª, data maxima venia, não adentrou as entranhas meritórias doutrinárias e jurisprudenciais acopladas na
inicial, que caracterizam, hialinamente, o dano sofrido."
"Alega a recorrente que o malsinado reajuste teria a supedaneá-lo o art. 36 do DL nº 2.283/86, como a qual por
assim não entender estaria em testilhas e douta decisão atacada, além de dissentir de julgados, que aponta,
particularmente no extinto TFR."
"O Excelso Pretório sempre chama a si a colmatagem e superação das lacunas, omissões e imperfeições da norma
fundamental."
Numa denúncia oferecida pelo MP do Rio de Janeiro, em vez de dizer que o acusado violara vários artigos do
Código Penal, o Promotor mandou esta:
"Com tal proceder, tisnou várias regras insculpidas no caderno repressor"
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Humor Jurídico
Numa prova de concurso para ingresso no Ministério Público, foram formuladas as seguintes questões:
"O que é tipicidade conglobante?", "O que é citação circunducta?"
(Fonte: O que não deve ser dito, Novély Villanova)
No julgamento de um mandado de segurança do ex-presidente Fernando Collor contra atos da Câmara Federal, em
setembro de 1992, os ministros do STF usaram a expressão "recepcionar o recurso" nada menos que 19 vezes.
(Fonte: Curso de Português Jurídico, Damião e Henriques)
Um advogado, para não repetir o texto "Lei das Sociedades Anônimas", chamou-a de "diploma do anonimato".
Outro se referiu ao "Estatuto de Reproches Penais pátrio", que nada mais é que o Código Penal brasileiro.
Muitos transformam uma simples assembléia de acionistas em "conclave assemblear".
Um estudante escreveu: "estribado no escólio do saudoso mestre baiano, o pedido contido na exordial não logrou
agasalho". Ele queria dizer que, com fundamento em citação de Orlando Gomes, o pedido contido na petição inicial
não foi aceito pelo juiz.
(Fonte: Folha de S.Paulo)
Certa vez, uma locutora da Rádio Recife FM, de Pernambuco, comentando o assassinato da irmã do cantor Pedro
Luís (da banda "Pedro Luís e a Parede"), disse:
"... os corpos foram encontrados amarrados e cheios de perfurações de faca, e a polícia investiga a possibilidade
de latrocínio, ou seja, roubo seguido de suicídio..."
(Fonte: Luis Henrique Neuenschwander)
Uma circular do Banco Central do Brasil, em julho de 1965, era um primor em clareza:
“Os parentes consangüíneos de um dos cônjuges são parentes por afinidade do outro; os parentes por afinidade
de um dos cônjuges não são parentes do outro cônjuge; são também parentes por afinidade da pessoa, além dos
parentes consangüíneos de seu cônjuge, os cônjuges de seus próprios parentes consangüíneos”
Até o grande Miguel Reale andou escorregando em suas Lições Preliminares de Direito. Imagine o espanto de um
jovem estudante de Direito, em seu primeiro semestre de estudos, lendo na página 87 desta sua consagrada obra:
“A alegação de que tudo é Ser (partindo-se da abstração máxima de que Ser é o que é) não inquina a distinção
entre ‘ser’ e ‘dever ser’ que é de ordem lógica, perceptível na estrutura elementar do juízo, que é o ato de
atributividade necessária de uma qualidade a um ente, consoante o enunciado básico S é P, ou S=P”
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Humor Jurídico
Um advogado sustentava, enfático, sua defesa no Supremo Tribunal Militar, em novembro de 1976:
“O alcândor Conselho Especial de Justiça, na sua apostura irrepreensível, foi correto e acendrado em seu
decisório. É certo que o Ministério Público tem o seu lambel largo no exercício do poder de denunciar. Mas nenhum
label o levaria a pouso cinéreo se houvesse acolitado o pronunciamento absolutório dos nobres alvarizes de
primeira instância”
(Fonte: JB, 06/11/76)
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Humor Jurídico
Curtu et grossus
Trechos curiosos em depoimentos e documentos
"Suas explicações estavam tão confusas que tivemos que soltá-lo por falta de provas que nos fizessem entender
suas explicações."
"O indivíduo, que era tão surdo quanto sua esposa, parecia não se entender muito bem com ela."
"O elemento, negando toda culpa, foi preso. O suspeito então decidiu fazer uma confissão completa para nos
provar que ele não tinha nada a ver neste caso."
"O homem declarou que efetivamente bateu seu adversário com a manivela mas tomando todo o cuidado de não
machucá-lo."
"O elemento tentou esconder a arma na sua bota, mas por infelicidade dele, tratava-se de uma espingarda cujo
tamanho ultrapassava."
"O buraco da bala era tão grande que pudemos enfiar dois dedos."
"O indivíduo insistiu em nos apresentar seu prejuízo, que de fato não media mais do que dez centímetros."
"Se a chamada não teve resposta, é que ela foi feita na sexta-feira de manhã, quando o investigador de plantão
tinha acabado de deitar-se como faz todos os dias à mesma hora."
"É de se observar que os dois veículos colidiram um com o outro exatamente no mesmo dia."
"Apesar do teor alcoólico de 3,8, o motorista havia mantido toda sua lucidez ao atropelar o animal."
"Um violento golpe de martelo o havia mantido pregado na cama por dois dias."
"Como ele devia ser internado o mais rapidamente possível num asilo de loucos, ele foi levado à delegacia."
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Humor Jurídico
P. O sr. se lembra aproximadamente a hora em que examinou o corpo do Sr. Brown? R. Foi à noite. A autópsia
começou em torno das 20:30.
P. E o Sr. Brown estava morto àquele momento, certo?
R. Não, ele estava sentado na mesa tentando imaginar por que era que eu estava fazendo uma autópsia nele!
P. Sr. legista, antes de você fazer a autópsia, você verificou o pulso do paciente?
R. Não.
P. Você checou a pressão sangüínea?
R. Não.
P. Você conferiu a respiração?
R. Não.
P. Então, seria possível que o paciente estivesse vivo no momento em que você começou a autópsia?
R. Não.
P. Como você pode ter tanta certeza?
R. Porque o cérebro dele estava em cima da minha mesa, em um vaso.
P. Mas o paciente poderia estar vivo, ainda assim?
R. É possível que ele ainda estivesse vivo e advogando em alguma corte.
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Humor Jurídico
R. Não.
P. A sua resposta deve ser oral, certo? Que escola você freqüenta?
R. Oral.
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Humor Jurídico
P. Você estava presente a este tribunal esta manhã quando fez o juramento?
P. Você não sabe o que era, nem com o que se parecia, mas você pode descrever?
P. Você disse que a escada descia para o porão. Essa escada, ela também subia?
P. Não é verdade que, quando as pessoas morrem dormindo, não percebem nada até acordar no dia seguinte?
P. Você estava aqui até a hora em que você foi embora, certo?
(Fonte: Mr. Learned's Legal Humor Page, Luís de Castro e Ruy Campos Vieira)
Eis algumas desculpas criativas utilizadas em processos e mesmo em formulários e cartas, relativos a companhias
de seguro da França, dos EUA e da Inglaterra:
"O outro carro bateu no meu sem dar sinal das suas intenções".
"Na tentativa de matar uma mosca, eu passei por cima de um telefone público".
"O poste de telefone aproximava-se rapidamente, tentei evitá-lo mas ele bateu antes em meu carro."
"O outro motorista pode ser culpado por estar dirigindo de uma maneira erótica".
"O carro apareceu de repente e fiquei em dúvida se ele estava se movendo ou não. Eu percebi que não estava e fui
direto na sua traseira."
"Quando voltava para casa, entrei na casa errada e bati em uma árvore que não tenho".
"O pedestre não tinha para onde ir, então passei em cima dele".
"Para evitar bater no pára-choques do carro que vinha na minha frente eu bati no pedestre."
"Confesso que não deveria ter dado meia volta na auto-estrada com meu trêiler, mas eu tinha esquecido minha
mulher no posto."
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Humor Jurídico
"O homem ocupava a rua toda e tive que fazer várias manobras antes de bater nele."
"Eu dirigi meu carro durante quarenta anos quando dormi na direção e tive esse acidente."
"Primeiro eu lhes digo bom dia, depois eu lhes escrevo para dizer que uma senhora arranhou meu carro com a
bicicleta dela."
"Depois do acidente do mês passado, meu carro foi convocado pelo inspetor para mostrar os danos."
"Eu tinha passado o dia a fazer compras de plantas e estava voltando para casa. Chegando num cruzamento, uma
cerca viva levantou-se na minha frente e não vi a aproximação do outro carro."
"Eu disse ao policial que não estava ferido, mas, tirando meu chapéu, vi que eu estava com uma fratura do crânio."
"A causa indireta do acidente é um homenzinho, num carrinho, com uma grande boca."
"Tenho dúvidas quanto ao meu seguro de vida: tenho vantagem em falecer imediatamente ou é preferível esperar
a idade de aposentar?"
"Minha esposa não cozinha pior do que qualquer outra, mas eu estaria mais tranqüilo se fosse acrescentada no
contrato do seguro de minha casa uma garantia contra intoxicações alimentares."
"É verdade que meu cachorro mordeu o garotinho enquanto estavam brincando juntos, mas eu não estava
suficientemente perto para dizer qual dos dois começou a morder o outro primeiro."
"Mando-lhes em anexo a fatura que me foi solicitada. Se vocês não a receberem, queiram me comunicar."
"Meu cachorro engoliu os brincos de ouro de minha mulher. Eles valem cerca de dois mil dólares. Eles estavam no
criado-mudo. O cachorro os viu, saltou e os engoliu. Vocês me pediram para verificar se eu não poderia encontrá-
los. Eu gostaria de saber por quanto tempo eu devo verificar os excrementos de meu cão."
"Já que meu seguro-saúde se estende às pessoas sob minha guarda, posso reclamar pelo meu cachorro?"
"Poderia me fornecer a data de vencimento de meu seguro de incêndio para que eu saiba até quando eu posso
reclamar?"
"No que diz respeito a sua consulta dentária relativa ao aparelho, os dentes da minha frente estão muito bem,
mas os do meu traseiro doem."
"Percebi que saia fumaça debaixo do capô. Compreendi que o carro estava pegando fogo, então peguei meu
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Humor Jurídico
P: "Algum dos motoristas poderia ter feito algo para evitar o acidente?"
R: "Pegar o ônibus?"
"Eu estava fazendo a curva quando notei um camelo e um elefante amarrados no acostamento. A distração me fez
perder a concentração e bater no poste de sinalização."
"Eu estava a 110-120 km/h quando minha garota que estava sentada no banco de trás agarrou meus testículos. Foi
nesse momento que eu perdi o controle do carro."
"Eu não sabia que a cadela era muito possessiva com seu carro, mas não teria lhe pedido para dirigir se eu
soubesse que haveria algum risco."
"O carro que me precedia bateu no pedestre, mas ele se levantou e eu o atropelei novamente."
"Eu me afastei do acostamento, dei uma olhada na minha sogra e me dirigi direto para o barranco."
"Eu pensava que meu vidro estava abaixado, mas percebi que não era o caso quando minha cabeça passou por ele."
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Humor Jurídico
Folclore jurídico
Peças jurídicas curiosas
Despacho "nada ortodoxo" de um juiz acusado por um dos advogados de se deixar influenciar pela beleza da
causídica adversa na prolação da sentença:
Despacho:
1. Recebo o recurso em seu duplo efeito, devendo a parte ré ser intimada para oferecimento de contra razões.
2. Determino que a Sra. Escrivã apague todos os riscos efetuados pelo advogado autor nas peças processuais,
deixando de aplicar a penalidade prevista pelo art. 161 do CPC em razão da inexistência de cotas, mas de simples
rabiscos sublinhando trechos de petições e da própria sentença (RT 546/88).
3. Por outro lado, embora nada ortodoxo, vejo-me na contingência de tomar providências enérgicas contra o
amontoado de aleivosias e maledicências que foram consignadas pelo patrono do autor na sua peça recursal, que
afrontam dolosamente a dignidade e a honra do signatário. Com efeito, o advogado do autor, não digerindo seu
insucesso profissional, fruto da sua própria inércia, justo que deixou de produzir imprescindível prova acerca da
culpa ou dolo da empresa ré, confundindo a responsabilidade objetiva das ações acidentárias deflagradas contra o
órgão previdenciário com a responsabilidade subjetiva inerente ao pedido de indenização decorrente do direito
comum, procurou atacar maldosamente a pessoa do signatário. Aliás, toda a jurisprudência citada na inicial envolve
ações de infortunística, diga-se, bem diversa da pretensão deduzida pelo autor.
Pela leitura das razões recursais observa-se que o referido causídico procurou pintar um quadro com as cores da
injúria, sustentando, em resumo, que o signatário, com um comportamento parcial, procurou "proteger" e
tranquilizar a "jovem" e "elegante" advogada da parte ré, que estava "apavorada" e "nervosa" pelo fato de não ter
arrolado testemunhas, tomando, então, de ofício, o depoimento pessoal do autor, tudo com a intenção de "cassar"
(sic) uma confissão que o comprometesse. Há, inocultavelmente, injúria grave nas falsidades atribuídas em
desfavor do comportamento do signatário, que foi taxado de decidir uma causa movido não pelo Direito, mas pela
sua libido, aguçada pelos dotes pessoais da advogada que representava a parte demandada. O desatino de tais
afirmações, deflagrada contra um juiz no exercício do seu mister, agindo absolutamente dentro das normas
adjetivas, não pode passar impune, sob pena de manifesta desmoralização da magistratura perante os
jurisdicionados.
Um juiz, na sua comarca, não é apenas juiz, por que seu papel não se registre aos seus julgamentos, mas também
na sua conduta pessoal. Dele todos exigem conduta ilibada, independência, integridade, coragem moral,
competência profissional e tolerância. Desta forma, mais do que pela correção das suas sentenças, será o
magistrado admirado e respeitado na medida em que puder constituir-se padrão de comportamento de seus
jurisdicionados. Aliás, o citado advogado é reincidente neste tipo de comportamento, pois está sendo processado
criminalmente perante a Justiça Federal sob a acusação de ter mandado publicar no Jornal de Santa Catarina um
anúncio indecoroso com os telefones de uma Juíza da Justiça do Trabalho, tudo com a idêntica intenção de
63
Humor Jurídico
Não posso, destarte, consentir com este estado de coisas, razão por que, nesta data, com espeque no art. 141, inc.
II, c/c art. 145, § único, ambos do Código Penal, estou oferecendo a competente representação criminal contra o
advogado que subscreveu as razões recursais. Outrossim, anoto que também demandarei o referido causídico por
danos morais, na esfera cível, pois sendo o processo público, por óbvio, não é difícil imaginar os comentários
desairosos que se propagarão em razão das acusações mentirosas efetuadas. Estes danos morais deverão ser
reparados, pois o juiz, como se sabe, é um homem vigiado 24 horas por dia. Sua conduta no fórum, na rua, no lar, é
fiscalizada por mil olhos ávidos de encontrar falhas e deslizes, como se os jurisdicionados vivessem preocupados
em encontrar erros na conduta do magistrado para justificar os que cometeram ou os que pretendem cometer.
Faço tais observações para que a Superior Instância tome ciência das providências que estão sendo tomadas, tudo
com a finalidade de assegurar o respeito que é devido entre juízes e advogados, viabilizando, também, as
providências contidas no art. 15 do CPC.
Na Comarca de Aliança (PE), um determinado juiz proferiu o modesto despacho a seguir transcrito na
íntegra:
"Vistos, etc...
O Juiz de Direito não se confunde com a maioria dos homens. DE 1000 (mil) Bacharéis em Direito que pretendem
transformarem-se em Juiz de Direito, apenas 10 (dez), 05 (cinco), 01 (um) ou nenhum consegue realizar esse
sonho. Esse tem sido o resultado da maioria dos concursos Públicos realizados para o provimento do Cargo de Juiz
de Direito. Assim, apenas a minoria dos homens, a pequena fração de 0,01% dos Bacharéis em Direito é capaz de
moldar-se, converter-se em Juiz de Direito.
Portanto o Juiz de Direito não está sujeito, exposto, aos sentimentos exagerados, como estão os outros homens
em sua maioria.
O Juiz de Direito emerge dentre os homens mais valentes, bravos, determinados, "desasombrados", denodados,
coerentes, sensatos, educado, da melhor formação, tenazes, persistentes, resistentes, idealistas, íntegros,
fabulosos, gigantes em virtude, elegantes, vencedores, campeões, melhores...
No desempenho de seu trabalho, nem o amor nem o ódio balizam a "trajetória" do Juiz de Direito. Para "dá" a
cada um que é seu, o Juiz de Direito orienta-se apenas pelo profissionalismo e pelo senso de Justiça.
O presente feito não foi ainda despachado em razão do "cúmulo" de serviço comum e eleitoral nesta Comarca. De
acordo com a certidão de fls. 73 existem 111 (cento e onze) processos mais antigos do que o presente, conclusos
para despacho e sentença. Todos serão despachados e sentenciados oportunamente. Todos dependem de estudo.
Não é possível estudar todos de uma só vez. Não é justo que se dê preferência aos mais recentes, em prejuízo
dos mais antigos, que estão aguardando por uma providência Jurisdicional a mais tempo. A certidão de fls. 73
registra feitos datados de 83 e 84. Há até feitos datados do ano de 1982.
Assim, determino à Escrivania que me apresente este Processo, tão logo tenham sido despachados e sentenciados
os Processos constantes da Certidão de fls. 73.
Intimem-se.
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Humor Jurídico
Íntegra de polêmica decisão de um juiz federal, que negou antecipação de tutela a portadores do vírus HIV
que desejavam obter medicamentos, alegando que não haveria risco de dano irreparável ou de difícil reparação,
pois "todos somos mortais":
Poder Judiciário
Sétima Vara da Fazenda Pública
Comarca de São Paulo
Proc. n. 968/01
A Lei 9.313/96 assegura aos portadores de HIV e doentes de AIDS toda a medicação necessária a seu
tratamento. Mas estabelece que os gestores do SUS deverão adquirir apenas os medicamentos que o Ministério
da Saúde indicar para cada estado evolutivo da infecção ou da doença. Não há possibilidade de fornecimento de
medicamentos que não tenham sido indicados pela autoridade federal.
Por outro lado, não há fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação. Todos somos mortais. Mais dia,
menos dia, não sabemos quando, estaremos partindo, alguns, por seu mérito, para ver a face de Deus. Isto não
pode ser tido por dano.
Intimem-se.
Em Itu, uma juíza inovou, instituindo "pena alternativa" em sede de reclamação trabalhista.
Reclamante e reclamada eram irmãos, separados por uma série de questões familiares. Mal iniciada a audiência,
começa um bate-boca.
A juíza interrompe a discussão e questiona as partes sobre interesse num acordo.
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Humor Jurídico
Aos doze dias do mês de julho do ano 2001, às 13:30 horas, na sala de audiências da Vara do Trabalho de Itu, por
determinação da MM. Juíza do Trabalho Dra. Josefina Regina de Miranda Geraldi, foram apregoados os litigantes,
José Gil Lescano Neto, reclamante, e Limpadora Big Limp Ltda. (N/P Lea Denni), reclamada.
(...)
As partes se conciliaram nos seguintes termos: A reclamada em 10 dias fornecerá 4 cestas básicas junto à
Instituição de Caridade dos Vincentinos.
A reclamada, ao trazer dentro deste prazo o recibo de entrega dos bens acima mencionados, receberá
automaticamente do reclamante plena quitação ao objeto da lide, bem como a extinta relação havida, já que não há
reconhecimento do vínculo empregatício.
Homologo o acordo feito, para que produza seus efeitos legais.
Custas processuais, calculadas sobre o valor arbitrado de R$ 100,00, no importe de R$ 2,00, pelo recte, que fica
isento de recolhimento.
Após integralmente cumprido, deverá a Secretaria notificar o INSS, para os efeitos da Lei 10.035/00.
Após integralmente cumprido, arquivem-se.
Cientes as partes. Nada mais.
O juiz Jaime Luiz Vicari, de São José (SC), em despacho, determinou que um advogado reduzisse a petição
inicial de 162 páginas para cinco laudas. Segundo Vicari, a petição é um exagero, já que poderia ter sido feita em
até cinco linhas. O juiz deu um prazo de dez dias para o advogado adequar a petição.
"Cuida-se de ação denominada "ordinária", deflagrada por pessoa natural contra estabelecimento financeiro,
contendo múltiplos pedidos, alguns inclusive, aparentemente, de natureza cautelar. Observo que a petição inicial é
composta por "162" laudas. Exatamente isso, CENTO E SESSENTA E DUAS LAUDAS! A ninguém é dado
desconhecer os avanços e as facilidades que os modernos meios eletrônicos, em especial o computador, trouxeram
às atividades humanas em geral e às atividades jurídicas no particular.
Estamos assistindo, contudo, à outra face da moeda que é o exagero, a demasia com que se apresentam
determinadas situações. O avanço da tecnologia deve servir ao homem, tornar mais rápida a solução dos problemas
da vida e não o contrário. Numa visão superficial, após ler as cento e sessenta e duas laudas que constituem a
exordial, conclui-se que o autor é correntista de banco, tendo celebrado contrato(s) com esse estabelecimento,
66
Humor Jurídico
com a convicção de que esses pactos estariam com algumas cláusulas em desacordo com a legislação em vigor no
país.
Em cinco linhas, então, pode-se colocar a suma. Admito que em cinco páginas ou quiçá, em até dez, pode-se e muito
bem fazer uma petição que contenha os requisitos do artigo 282 do Código de Processo Civil, notadamente,
causa(s) de pedir e pedido(s). Mas cento e sessenta e duas laudas é uma demasia, afasta-se do razoável, foge da
proporcionalidade, seja qual for o ângulo em que se examine a questão. Cento e sessenta e duas laudas é
dissertação de mestrado, tese de doutorado, opúsculo sobre um determinado assunto legal.
Mas, poder-se-á dizer: o magistrado não dispõe de instrumentos ou atribuições para repor as coisas no seu devido
caminho pois a parte deve sempre ter livre acesso à Justiça. Data venia, penso de forma diferente. O artigo 125
do Código de Processo Civil qualifica o juiz como "diretor do processo", vale dizer, como o capitão do navio ou do
avião. Em tais condições não só ele tem a faculdade como também, a meu juízo, o dever de adotar as medidas que
se fizerem necessárias para "velar pela rápida solução do litígio", inciso II, e "reprimir atos contrários à
dignidade da justiça", inciso III, dentre outros.
O artigo 284 do mesmo Estatuto determina: "verificando o juiz que a petição inicial não preenche os requisitos do
artigo 282 e 283, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento do mérito,
determinará que o autor a emende ou a complete no prazo de dez dias".
O legislador de 1973 não imaginava de que é capaz a tecnologia, em especial quando aplicada de maneira abusiva.
Não se pode, igualmente, ignorar, que a defesa do réu, diante de uma petição com CENTO E SESSENTA E DUAS
laudas, fica em muito afetada. Nessa linha de raciocínio cabe lembrar que a Lei 8952 de 13 de dezembro de
1994 alterou o § único do artigo 46 do Código, que disciplina o chamado litisconsórcio multitudinário, dispondo que
o juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes, quando este comprometer a
rápida solução do litígio ou dificultar a defesa.
Sobre esse tema, sustenta Nelson Nery Jr: "A aferição da dificuldade da defesa ou do comprometimento da
rápida solução do litígio deve ser feita pelo juiz casuisticamente. É vedado ao magistrado fixar, objetiva e
abstratamente, por meio de ato judicial (portaria, provimento, etc) qual o número de litigantes que deve ter a
causa". (Eu diria, qual o número de páginas de uma inicial). "Quanto ao primeiro motivo ensejador da limitação -
'comprometimento da rápida solução do litígio' - pode o juiz ex officio determinar a limitação consorcial, dado
que é o juiz, enquanto diretor do processo (art. 125) quem tem a primeira noção sobre as dificuldades que o
litisconsórcio multitudinário acarretará para a rapidez da entrega da prestação jurisdicional. Deve fazê-lo na
primeira oportunidade que se lhe apresentar, evitando assim o tumulto processual que esse litisconsórcio poderia
acarretar".
"Por defesa entende-se a possibilidade de a parte ou o interessado, por todos os meios, poder deduzir suas
manifestações em juízo, em face do pedido do autor. Se o réu quiser, por exemplo, reconvir, e tiver dificuldades
em virtude do litisconsórcio multitudinário, poderá pedir a limitação deste ao juiz, a fim de que possa viabilizar
sua pretensão reconvencional".
Postas essas considerações que atingiram três laudas porque o inciso IX do artigo 93 da Constituição Federal
manda que as decisões do juiz devam ser fundamentadas, abro o prazo de dez dias para que o autor adeque a
inicial aos parâmetros razoáveis, não olvidados os requisitos de lei.
Intime-se.
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Humor Jurídico
Num inquérito pela contravenção de vadiagem, que tramitou na 5ª Vara Criminal de Porto Alegre, o juiz
Moacir Danilo Rodrigues proferiu a sentença a seguir, arquivando o inquérito criminal "ex officio":
"Marco Antônio Dornelles de Araújo, com 29 anos, brasileiro, solteiro, operário, foi indiciado pelo inquérito
policial pela contravenção de vadiagem, prevista no artigo 59 da Lei das Contravenções Penais.
Requer o Ministério Público a expedição de Portaria contravencional.
O que é vadiagem? A resposta é dada pelo artigo supramencionado:
"entregar-se habitualmente à ociosidade, sendo válido para o trabalho..."
Trata-se de uma norma legal draconiana, injusta e parcial.
Destina-se apenas ao pobre, ao miserável, ao farrapo humano, curtido vencido pela vida. O pau-de-arara do
Nordeste, o bóia-fria do Sul. O filho do pobre que pobre é, sujeito está à penalização. O filho do rico, que rico é,
não precisa trabalhar, porque tem renda paterna para lhe assegurar os meios de subsistência.
Depois se diz que a lei é igual para todos!
Máxima sonora na boca de um orador, frase mística para apaixonados e sonhadores acadêmicos de Direito.
Realidade dura e crua para quem enfrenta, diariamente, filas e mais filas na busca de um emprego. Constatação
cruel para quem, diplomado, incursiona pelos caminhos da justiça e sente que os pratos da balança não têm o
mesmo peso.
Marco Antônio mora na Ilha das Flores (?) no estuário do Guaíba.
Carrega sacos. Trabalha "em nome" de um irmão. Seu mal foi estar em um bar na Voluntários da Pátria, às 22
horas. Mas se haveria de querer que estivesse numa uisqueria ou choperia do centro, ou num restaurante de
Petrópolis, ou ainda numa boate de Ipanema?
Na escala de valores utilizada para valorar as pessoas, quem toma um trago de cana, num bolicho da Volunta, às 22
horas e não tem documento, nem um cartão de crédito, é vadio. Quem se encharca de uísque escocês numa boate
da Zona Sul e ao sair, na madrugada, dirige (?) um belo carro, com a carteira recheada de "cheques especiais", é
um burguês.
Este, se é pego ao cometer uma infração de trânsito, constatada a embriaguez, paga a fiança e se livra solto.
Aquele, se não tem emprego é preso por vadiagem. Não tem fiança (e mesmo que houvesse, não teria dinheiro para
pagá-la) e fica preso.
De outro lado, na luta para encontrar um lugar ao sol, ficará sempre de fora o mais fraco. É sabido que existe
desemprego flagrante. O zé-ninguém (já está dito), não tem amigos influentes. Não há apresentação, não há
padrinho. Não tem referências, não tem nome, nem tradição. É sempre preterido. É o Nico Bondade, já
imortalizado no humorismo (mais tragédia que humor) do Chico Anísio.
As mãos que produzem força, que carregam sacos, que produzem argamassa, que se agarram na picareta, nos
andaimes, que trazem calos, unhas arrancadas, não podem se dar bem com a caneta (veja-se a assinatura do
indiciado à fls. 5v.) nem com a vida.
E hoje, para qualquer emprego, exige-se no mínimo o primeiro grau. Aliás, grau acena para graúdo. E deles é o
reino da terra.
Marco Antônio, apesar da imponência do nome, é miúdo. E sempre será.
Sua esperança? Talvez o Reino do Céu.
A lei é injusta. Claro que é. Mas a Justiça não é cega? Sim, mas o juiz não é.
Por isso:
Determino o arquivamento do processo deste inquérito.
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Humor Jurídico
Sua qualificação,
o autor não tem na lista,
sabe só que profissão,
dessa Casa é motorista.
Esteiada em bom direito
e em fatos sem conflito,
quer fazê-la sem defeito,
SUMARÍSSIMA no rito.
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Humor Jurídico
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Humor Jurídico
A presente petição foi apresentada em contra-razões de "recurso absolutamente ordinário", segundo o autor,
protocolada no TRT da 6ª Região, em Recife:
DJAKSON COUSSEIRO, propugnando por pleito pretendido pela postulante, propõe protesto, pedindo permissão
para produzir provas pertinentes permitidas.
Pertinaz postulante, patrocinado por proeminente patrono, pretendendo propugnar por prélio previamente
perdido, prepara-se positivamente para protelar pleito perimorto.
Pretendendo pulverizar proposição perfeita proferida pelo prócere prolator primeiro, peca por primaz puerícia
percebendo-se perfeitamente pretender pura prolação.
Perlustrando patética petição produzida pela postulante, prevemos possibilidade para pervencê-la porquanto
perecem pressupostos primários permissíveis para propugnar pelo presente pleito pois prejulgamos pugna
pretérita perfeitíssima.
Pelo proposto, prevemos perecerem provas para prolixo processo promovido pelo postulante.
Portanto, provada pura pretensão procrastinadora, peticionário pugna para preclaro Pretório prolatar proposição
pervencendo, portanto, pretensão pleiteada pela pulcra postulante.
Pede provimento
Pernambuco
Affonso Rique
Procurador provido por procuração."
Memorial apresentado, em causa própria, nos autos de um processo onde o autor, advogado em Cachoeiro de
Itapemirim (ES), foi acionado por uma concessionária de veículos, em Ação de Cobrança, por serviços que não
foram realizados em seu carro. A sentença, em primeira instância, foi julgada improcedente, sendo mantida a
decisão por acórdão da TJES.
NELSON DE MEDEIROS TEIXEIRA, já qualificado nos autos da Ação Sumarissíma - Processo 33.739/87 - que
lhe move a Itacar-Itapemirim Carros Ltda vem, conforme determinado por V.Exa. em audiência, apresentar e
71
Humor Jurídico
requerer a juntada do presente MEMORIAL, pedindo vênia para expor da maneira que segue.
Termos em que
Pede deferimento
C.Itapemirim, 21.03.88
MEMORIAL
MM Juiz:
Lá chegando me pediram
muita grana prá trocar.
- Pintar é o jeito - insistiram,
Já que não pode comprar.
72
Humor Jurídico
A prova documental,
é, data vênia, um enfeite.
É puramente formal,
duplicata sem aceite.
A testemunha é simplória,
mas primou na sensatez,
não armou nenhuma historia,
contou somente o que fez.
A verdade destrinchou
sobre o serviço prestado,
com perícia ele deixou
meu passat retificado.
A segunda testemunha,
- restou claro e comprovado -
sabe no fundo a "mumunha"
só que quiz ficar calado.
73
Humor Jurídico
E em final requerimento,
já que está sem numerário,
vem pedir deferimento,
e também seu honorário.
C.Itapemirim, 21.03.88
Interessante incidente processual ocorreu nos autos de um processo que tramitou na Justiça Federal do Rio de
Janeiro, em 1995:
"Não creio que a barata tenha sido mumificada, como afirma o culto Membro do MPF, pois a Justiça Federal não
tem meios nem recursos para submeter tais insetos, ou mesmo os camundongos que por aqui pontificam, a
tratamento próprio para sua conservação, até porque esta prática, para conservação, supunha a crença na
passagem do morto para uma vida eterna, o que não creio que ocorra com baratas.
Acolho a promoção do Parquet Federal e determino o desentranhamento do inseto e sua destruição...
Rio, 27/10/95."
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Humor Jurídico
Processo 1.766/85
(...), já devidamente qualificado nos conformes com notificação em anexo, em uma reclamatória que fizera outrora
em CAUSA PRÓPRIA quando era estudante ainda, vem por meio desta dizer:
Primeiro:
Que, trata-se de uma reclamatória feito em causa própria, quando este este era estudante ainda;
Segundo:
Que, naquele era vivia ou seja, morava em pensão ou república, e com isso vivia sempre mudando (algo já dito
anteriormente) e neste ínterim sumiu o processo;
Terceiro:
Que, certa vez tinha um opala, no porta mala guardei uma mala vermelha e a mesma sumiu, com shorts de banho,
book, e outras coisas mais, e até hoje não o encontrei;
Quarto:
Que, outra vez morava em uma república, e ali morava um japonez, e o mesmo não fuincionava bem da cabeça, e
deu sumisso e objetos nosso.
(Assinatura ilegível)
12844-PR
Curitiba, em 01/ julho de 1993."
Às fls. 43 do Processo nº 1508/91, da Comarca de Bom Jesus do Piauí, repousa uma petição do advogado,
cuidadosamente datilografada, redigida na forma das seguintes quadrinhas, ipsis litteris:
I
Minha diligente Juíza
Num preito de gratidão
pela prestesa no feito
E por justa decisão,
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Humor Jurídico
II
Digo-vos sinceramente,
Sem que implicasse em suborno,
Emfim...
Cumprindo-se a lei do retorno,
III
Caso eu tivesse poderes
Daria a satisfação
Mesmo sentindo a ausência
Dar-vos-ia u'a promoção.
Após deferimento,
pede-se serjam os presentes versos arquivados no coração, e acostados aos respectivos autos.
Em 26.07.91
Maria do Rosário de Fátima Martins Leite Dias
Juíza de Direito"
Apesar do interesse demonstrado pelo feito, infelizmente não temos notícia sobre o prosseguimento do pedido. O
fato é que ao menos o processo tem sido duradouro, ainda estando em andamento até hoje.
Uma liminar do ministro Cid Flaquer Scartezzini, vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça, deu às escolas
de samba "Unidos da Ponte" e "Caprichosos de Pilares", que haviam sido rebaixadas em 1998, o direito de desfilar
no Grupo Especial no Carnaval de 1999, no Rio.
A decisão foi redigida em versos:
"O tempo, que tudo transforma, não tem a magia de fazer retroagirem os fatos, limitando-se, assim, a apagar as
lágrimas vertidas no asfalto que, na certa, misturadas a lantejoulas, suor e demais adornos da avenida, não
refletiriam mais que seus reflexos espalhados pelos lategos de sol ou moídos pelo vento e a chuva numa Quarta-
feira de Cinzas, vazia"
(Fonte: Estado de S.Paulo, 19/01/99)
Cópia do inacreditável ofício nº. GVP-01, de 22 de janeiro de 1988, do Dr. Luiz César Aguiar Bittencourt Silva,
juiz vice-presidente do Tribunal de Alçada Criminal do Estado do Rio de Janeiro, ao Dr. Genarino Carvalho,
Presidente daquele Tribunal, solicitando-lhe a aquisição de um pingüim de louça colorida:
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Humor Jurídico
Exmo Sr.
Dr. Genarino Carvalho
DD Presidente do Egrégio Tribunal de Alçada Criminal - RJ
Senhor Presidente
Tenho a honra de dirigir-me a V. Exa. com fim de solicitar a aquisição de um pingüim para ser colocado sobre a
geladeira que se encontra nesta Vice-Presidência.
O citado ornato deve ser de louça colorida com cerca de 20 centímetros de altura e poderá ser encontrado a
preço módico no "Bazar Flor de Madureira" e na "Triunfante do Centenário", o primeiro nesta cidade e o segundo
no vizinho município de Duque de Caxias.
A razão do pedido se prende ao fato que havendo uma geladeira, nesta falta o ornamento do pingüim, encontradiço
em todas aquelas que se prezam.
Assim, contando com o seu alto espírito público e estético reitero o pedido inicial.
ANEXO:
O pingüim é uma espécie encontradiça nos climas frios. Seu "habitat" é a Antártida, região onde o gelo é
permanente. Ora, a geladeira também tem gelo - sempre. A compatibilidade binômio pingüim-geladeira, portanto, é
inquestionável. Encimar uma geladeira com um elefante ou um leão, animais de países quentes seria incompatível
com o bom senso. O pingüim não.
Em recente pesquisa do IBOPE, constatou-se um resultado impressionante: 52% dos entrevistados afirmaram que
possuem um pingüim sobre a sua geladeira; 28% que, embora não o possuindo, tinham vontade de tê-lo e só 12%
declararam total desinteresse pelo assunto.
A presença do palmípede no posicionamento que se postula é numerosa nas tradições populares, nas regiões mais
frias. No folclore gaúcho é conhecidíssima a trova:
"Vou me embora desta terra
com meu pingo e chaleira
pois aqui já não existe
um pingüim na geladeira"
Interessante é a anotação no "Diário de Bordo" da fragata "Beagle" que levou o cientista Darwin à Antártida, pelo
seu capitão:
"Então mandei dois grumetes na captura de um pingüim que depois de empalhado, seria colocado sobre a geladeira
77
Humor Jurídico
do Senhor Darwin."
Poderíamos ainda anotar muitas outras citações, porém, como sabemos que o tempo de V.Exa é precioso, limitar-
nos-emos, para concluir, a apenas estas duas que julgamos de suma importância. Uma, é o trecho da carta do
Conselheiro Almeida Roza, negociador do Tratado da Tríplice Aliança a seu colega argentino:
"Aceite, V.Exa. esta dádiva, que por certo não será tão útil quanto aquela que sua generosidade me concedeu -
desde que o recebi, o pingüim encima a minha geladeira."
Assim, além dos motivos do pedido, em face da admitida semelhança, torna-se uma homenagem, pela visualização
constante, aos membros desta Egrégia Corte.
Ementa: Adultério. Para o flagrante de adultério, não é indispensável a prova de seminatio in vas, nem o encontro
dos infratores nudo cum nudo in eodem cubiculo. Basta que, pelas circunstância presenciadas se possa inferir
como quebrada materialmente a fidelidade conjugal.
Uma certa advogada, residente na cidade de Afogados da Ingazeira, foi chamada à Delegacia de Polícia local, para
acompanhar a lavratura de um auto de prisão em flagrante delito, em que o delito era afiançável. Apurou que o
sujeito tinha sido preso por um cabo PM, sem mandado de prisão preventiva, e, no intuito de soltar o seu
constituinte, assim redigiu o seu pedido de fiança, ipsis litteris:
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Humor Jurídico
O delegado, que era um sargento de polícia à época, a fim de poupar a reputação da advogada, redigiu um pedido
de fiança dentro dos moldes normais, pedindo que a mesma assinasse aquele novo documento, alegando que o outro
teria que ficar no arquivo. Porém, ele se esqueceu do documento na sua gaveta, e o mesmo acabou se tornando
público por intermédio de terceiros.
No dia 26 de outubro de 1989, o advogado Nicanor Rocha Silveira deu entrada em ação de retificação de registro
civil, que levou o número 1399/89, da 3ª Vara Cível da Comarca de Araraquara (SP):
IVETE NASCIMENTO DA SILVA, brasileiro, solteiro, funcionário público municipal, residente na r. Trajano
Gomes 237, nesta, onde domiciliado, por seu Advogado vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência
para requerer RETIFICAÇÃO DE REGISTRO CIVIL, amparado na Lei n.6015/73 e, para tanto, em versos deseja
narrar, ao menos para amenizar, este problema de arrasar:
DOUTO MAGISTRADO:
O Autor, inconformado,
pede vênia para expor
seu problema, um terror.
Nome de nordestino,
Até então sem destino,
Hoje em São Paulo,
Deseja retificá-lo.
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Humor Jurídico
Provará o estendido,
em vestes ou despido
Com a devida mercê
Desde que exija o CPC
O promotor prescindiu da produção da prova requerida, no que foi acompanhado pelo MM Juiz, Dr. Ferry de
Azeredo Filho, o qual decidiu pela procedência da ação, com julgamento antecipado da lide.
Ronaldo Cunha Lima, advogado, político e poeta paraibano de Campina Grande, certa feita, tendo sido apreendido o
violão de um bebum, endereçou ao Exmo. Sr. Juiz uma petição nestes termos:
"HABEAS PINHO"
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Humor Jurídico
O Exmo. Sr. Juiz de Direito, Dr. Artur Moura, sensibilizado, deferiu a petição do poeta no mesmo tom:
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Humor Jurídico
A petição inicial:
MERITÍSSIMO JUIZ
espingarda apreendida
é coisa incompreendida !
e a absolvição? ora, absolvição . . .
mas se a pede, ainda, por compaixão !
lealdade, espírito de sacrificio
merecem, quando menos, algum benefício !
A sentença:
"Exma. Sra. Dra. Juíza de Direito 7ª Unidade do Juizado Especial Cível e Criminal:
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Humor Jurídico
O abaixo assinado, nomeado defensor de Francisco Marcelino Cirino da Silva, reclamado na ação executória
aforada por Francisca de Assis Pinheiro Nogueira e que é objeto do processo em epígrafe, em sua defesa tem a
dizer que não nega o débito que lhe está sendo cobrado, relativo a aluguéis vencidos, que não pagou por não ter
condições de efetuar o pagamento. Pagará quando puder, caso sendo, data venia, de suspensão da execução, que
fica aqui requerida, com fundamento no artigo 79l, inciso III, do Código de Processo Civil, verbis:
"Art. 791 - Suspende-se a execução:
III - quando o devedor não possuir bens penhoráveis."
Termos em que,
P. deferimento.
Em 1984, o juiz Ilton Carlos Dellandréa, então titular da Comarca de Espumoso (RS), proferiu a seguinte sentença
em uma ação criminal, que, algum tempo depois, foi noticiada na imprensa, inclusive no Jornal da Globo:
Vistos, etc...
1. P. J. S. P. foi denunciado por infração ao artigo 214, combinado com o artigo 226, inciso III, do Código Penal,
porque no dia 08 de agosto de 1.981, por volta das 17,30 horas, na Av. Ângelo Macalós, nesta cidade, próximo ao
depósito da Brahma, agarrou a vítima C. O. S. e passou a beijá-la.
2. O réu, interrogado (fls. 28), nega a imputação, afirmando que apenas fizera uma brincadeira com a vítima,
colocando a mão sobre o ombro dela e falando de namoro. Em Alegações Preliminares, se diz inocente.
3. Foram ouvidas a vítima e três testemunhas de Defesa. O processo trilhou caminhos demorados e meandrosos à
procura de uma testemunha, J. A. P. O., de cujo depoimento desistiu o Ministério Público, por não ter sido
encontrada.
4. Nada se requereu na fase do artigo 499 do Código de Processo Penal. Em Alegações Finais, o Ministério Público
opina pela absolvição, por insuficiência de provas, no que é secundado pela Defesa.
5. Certidão de Antecedentes a fls. 19, noticiando que o réu já foi processado anteriormente. Certidão de
Nascimento da vítima a fls. 15. Certidão de Casamento do réu a fl. 24.
6. É O RELATÓRIO. D E C I S Ã O:
7. A juventude não quer aprender mais nada, a ciência está em decadência, o mundo inteiro caminha de cabeça
para baixo, cegos conduzem outros cegos e os fazem precipitar-se nos abismos, os pássaros se lançam antes de
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Humor Jurídico
alçar vôo, o asno toca lira, os bois dançam" (UMBERTO ECO, "O Nome da Rosa", página 25).
8. No Espumoso, P. é processado porque beijou C. que não gritou por socorro porque o beijo selou sua boca. Que
todas as maldições recaiam sobre a Sociedade que condenar um homem por beijar uma mulher que não reage
porque o próprio beijo não o permite.
9. Pois como pode o beijo não consentido calar uma boca, por mais abrangente que seja? Pois como pode alguém
ser reduzido à passividade por um beijo não consentido? Não me é dado entender dos mistérios dos beijos
furtivos, queridos-e-não-queridos, mais queridos-do-que-não, roubados-ofertados nos ermos do Espumoso tal
assim como em todas as esquinas do mundo.
10. Expressão lídima do amor, dele também se valeu Judas para trair o Nazareno. Mas não é nenhum destes o caso
dos autos. O beijo aqui foi mais impulsivo, mais rápido, menos cultivado e menos preparado. Foi rasteiro como um
pé-de-vento que ergue os vestidos das mulheres distraídas.
11. Aliás, sua própria existência é lamentavelmente discutível. Nega-o P., que dele deveria se vangloriar; confirma-
o C. que, pudoradamente, deveria negá-lo. Não o ditam assim as convenções sociais?
12. A testemunha-intruso J. A. P. O. não foi encontrada, pelo que a prova restou irremediavelmente
comprometida. Ainda bem! Qual a glória de um juiz em condenar um homem por ter beijado uma mulher, nos
termos deste processo? Por este pecado certamente não serei julgado pelo Supremo Sentenciador.
13. Julgo, pois, improcedente a denúncia de fls. 2/3, para absolver P. J. S. P. da imputação que lhe é feita, com
base no artigo 386, inciso VI, do Código de Processo Penal.
Há alguns anos, o Jornal do Brasil publicou o seguinte relato de um acidente de trabalho, feito por um pedreiro
lusitano ao Tribunal Judicial da Comarca de Cascais. O conteúdo é o seguinte (acredite se quiser):
"Sou assentador de tijolos. Estava a trabalhar sozinho no telhado dum edifício de 6 andares e, ao terminar o
serviço, verifiquei que tinham sobrado 250 quilos de tijolos. Em vez de os levar a mão para baixo, decidi colocá-los
dentro dum barril e descê-los com a ajuda de uma roldana fixada num dos lados do edifício.
Desci ao térreo, atei o barril com uma corda, voltei ao telhado, puxei o barril para cima e coloquei os tijolos
dentro dele. Voltei para baixo, desatei a corda e segurei-a com força de modo que os 250 quilos de tijolos
descessem devagar.
Devido à minha surpresa por ter saltado repentinamente do chão (meu peso é de 80 quilos) perdi a minha presença
de espírito e esqueci-me de largar a corda. É desnecessário dizer que fui içado do chão a grande velocidade. Na
proximidade do terceiro andar, bati no barril que vinha a descer. Isso explica a fratura de crânio e a clavícula
partida.
Continuei a subir a uma velocidade ligeiramente menor, não tendo parado até os nós dos dedos das mãos estarem
entalados na roldana. Felizmente, já tinha recuperado a minha presença de espirito e consegui, apesar das dores,
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Humor Jurídico
agarrar a corda. Mais ou menos ao mesmo tempo, o barril com os tiljolos caiu no chão e o fundo partiu-se. Sem os
tijolos o barril pesava aproximadamente 25 quilos. Como podem imaginar, comecei a descer rapidamente. próximo
ao terceiro andar encontro o barril que vinha a subir. Isso justifica a natureza os tornozelos partidos e das
lacerações das pernas, bem como da parte inferior do corpo. O encontro com o barril diminuiu a minha descida o
suficiente para minimizar os meus sofrimentos quando cai em cima dos tijolos e, felizmente só fraturei três
vertebras.
Lamento, portanto, informar que enquanto me encontrava caído sobre os tijolos - incapacitado de me levantar e
vendo o barril acima de mim - , perdi novamente a minha presença de espirito e largei a corda. O barril pesava
mais que a corda e então desceu, caiu em cima de mim, partindo-me as duas pernas.
Em 8 de novembro de 1989, o Diário da Justiça do Piauí publicou uma antológica sentença erótica da lavra do Dr.
Joaquim Bezerra Feitosa, juiz da 2ª Vara Criminal e de Execuções Penais de Teresina (PI). Eis um trecho da parte
decisória da sentença, que absolveu um acusado de estupro:
"O estupro se realiza quando o agente age contra a vontade da vítima, usando coação física capaz de neutralizar
qualquer reação da infeliz subjugada. No presente processo, a vítima, alegre e provocante, passou a assediar o
acusado, que se encontrava nas areias do rio Poty, a mostrar-lhe o biquíni, que almofadava por trás, o incógnito
estimulado. A vítima e o acusado trocaram olhares imantados, convidativos e depois se juntaram numa câmara de
ar nas águas do rio, onde se deleitaram de prazer, oriundo do namoro, amassando o entendimento do desejo para
findar numa relação sexual, sob o calor do sol. Mergulhando no império dos sentidos até o cansaço físico,
disjunciando-se os dois, o acusado para um lado e a vítima para outro, para, depois, esta aparentar um simulado do
ato do qual participou e queria que acontecesse, numa boa e real, como aconteceu. Não há configuração do crime
de estupro. Há, sim, uma relação sexual, sob promessas de namoro fácil para ser duradouro, que se desfaz na
primeira investida de um ato sexual desejado entre o acusado e a dissimulada vítima. Esta, com lágrima deitadas
nos olhos, fez fertilizar a mesma terra onde deixou cair uma partícula de sua virgindade, como um pequena pele,
que dela não vai mais se lembrar, como também não esquecer o seu primeiro homem, que a metamorfoseou
mulher."
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Humor Jurídico
Documentos históricos
Peças jurídicas históricas
CONSTITUIÇÃO OU PREPOTÊNCIA?
Texto do então senador Fernando Henrique Cardoso, publicado na Folha de S.Paulo de 7 de junho de 1990:
"O Executivo abusa da paciência e da inteligência do país quando insiste em editar medidas provisórias sob o
pretexto de que, sem sua vigência imediata, o Plano Collor vai por água abaixo e, com ele, o combate à inflação.
Com esse ou com pretextos semelhantes, o governo afoga o Congresso numa enxurrada de "medidas provisórias".
O resultado é lamentável: Câmara e Senado nada mais fazem do que apreciá-las aos borbotões. Nos últimos dois
meses e meio, foram enviadas ao Congresso 42 medidas provisórias. O Congresso pode aprová-las ou rejeitá-las na
íntegra e pode modificá-las. Se não as aprova no prazo de 30 dias, elas perdem validade. A partir daí surgem as
complicações constitucionais. O que ocorre depois da eventual rejeição da medida provisória pelo Congresso?
A Constituição é muda sobre a matéria. Quando a elaboramos, o pressuposto era o de que tais medidas seriam
remédio extremo, realmente urgente e relevante. O presidente Sarney foi o primeiro a abastardar tal
entendimento. Enviou, de outubro de 89 a março de 90, 148 medidas provisórias. Elas passaram a ser editadas
como se fossem os antigos "decretos-leis".
Diante disso o Congresso reagiu. Antes de julgar o mérito, o Congresso deve apreciar a "admissibilidade" da
medida provisória, ou seja, se ela é constitucional, urgente e relevante. A responsabilidade pela enxurrada de
medidas provisórias tem, portanto, co-responsabilidade: Executivo e Legislativo.
Ontem, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou um projeto, de autoria do deputado Jobim, que
torna claro o âmbito de matérias legislativos dentro do qual o presidente pode emitir medidas provisórias e,
embora se admita a insistência delas quando não apreciadas pelo Congresso (o que já é uma demasia), não se
permite - obviamente - que o presidente reedite medida rejeitada pelo Congresso.
E foi ontem também - dia glorioso para a democracia - que o Supremo Tribunal Federal concedeu liminar contra a
edição da medida 190, em recurso de responsabilidade do procurador-geral da República, do PSDB (com petição
magistral de Miguel Reale Júnior) e da OAB. Era flagrante a contrafação: a medida 190 é a mesma 185,
disfarçada e piorada, o que é inconstitucional.
Por isso o líder do PSDB na Câmara, Euclides Scalco, e eu pedimos ao presidente do Congresso que devolvesse a
referida medida provisória ao presidente da República. O presidente do Congresso não aceitou nossa sugestão.
Recorremos de sua decisão à Comissão de Justiça do Senado, que deverá decidir hoje sobre o melhor
procedimento a adotar.
É certo, porém, que, seja qual for o mecanismo, ou o Congresso põe ponto final no reiterado desrespeito a si
próprio e à Constituição, ou então é melhor reconhecer que no país só existe um "poder de verdade", o do
presidente. E daí por diante esqueçamo-nos também de falar em "democracia".
Quanto ao Plano Collor, nada há a temer: existem outros mecanismos legais que permitem ao presidente do
Tribunal Superior do Trabalho sustar decisões de instâncias inferiores."
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Humor Jurídico
A SENTENÇA DE CRISTO
Cópia autêntica da sentença de Pilatos, no processo de Jesus Cristo, existente no Museu da Espanha. Esta peça
tem grande interesse histórico.
"No ano dezenove de TIBÉRIO CÉSAR, Imperador Romano de todo o mundo, monarca invencível na Olimpíada
cento e vinte e um, e na Elíada vinte e quatro, da criação do mundo, segundo o número e cômputo dos Hebreus,
quatro vezes mil cento e oitenta e sete, do progênio do Romano Império, no ano setenta e três, e na libertação do
cativeiro de Babilônia, no ano mil duzentos e sete, sendo governador da Judéia QUINTO SÉRGIO, sob o
regimento e governador da cidade de Jerusalém, Presidente Gratíssimo, PÔNCIO PILATOS; regente na baixa
Galiléia, HERODES ANTIPAS; pontífice do sumo sacerdote, CAIFÁS; magnos do templo, ALIS ALMAEL, ROBAS
ACASEL, FRANCHINO CEUTAURO; cônsules romanos da cidade de Jerusalém, QUINTO CORNÉLIO SUBLIME e
SIXTO RUSTO, no mês de março e dia XXV do ano presente,
EU, PÔNCIO PILATOS, aqui Presidente do Império Romano, dentro do Palácio e arqui-residência, julgo, condeno e
sentencio à morte, Jesus, chamado pela plebe - CRISTO NAZARENO - e galileu de nação, homem sedicioso,
contra a Lei Mosaica - contrário ao grande Imperador TIBÉRIO CÉSAR.
Determino e ordeno por esta, que se lhe dê morte na cruz, sendo pregado com cravos como todos os réus, porque
congregando e ajustando homens, ricos e pobres, não tem cessado de promover tumultos por toda a Judéia,
dizendo-se filho de DEUS e REI DE ISRAEL, ameaçando com a ruína de Jerusalém e do sacro Templo, negando o
tributo a César, tendo ainda o atrevimento de entrar com ramos e em triunfo, com grande parte da plebe, dentro
da cidade de Jerusalém.
Que seja ligado e açoitado, e que seja vestido de púrpura e coroado de alguns espinhos, com a própria cruz aos
ombros para que sirva de exemplo a todos os malfeitores, e que, juntamente com ele, sejam conduzidos dois
ladrões homicidas; saindo logo pela porta sagrada, hoje ANTONIANA, e que se conduza JESUS ao monte público
da Justiça, chamado CALVÁRIO, onde crucificado e morto ficará seu corpo na cruz, como espetáculo para todos
os malfeitores, e que sobre a cruz se ponha, em diversas línguas, este título: JESUS NAZARENO, REX
JUDEORUM.
Mando, também, que nenhuma pessoa de qualquer estado ou condição se atreva, temerariamente, a impedir a
Justiça por mim mandada, administrada e executada com todo o rigor, segundo os Decretos e Leis Romanas, sob
as penas de rebelião contra o Imperador Romano.
Esta é uma das melhores e menos conhecidas páginas de Rui Barbosa, onde ele examina, à luz do Direito Hebraico
e do Direito Romano, o processo de Jesus.
"Para os que vivemos a pregar à república o culto da justiça como o supremo elemento preservativo do regímen, a
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Humor Jurídico
história da paixão, que hoje se consuma, é como que a interferência do testemunho de Deus no nosso curso de
educação constitucional. O quadro da ruína moral daquele mundo parece condensar-se no espetáculo da sua
justiça, degenerada, invadida pela política, joguete da multidão, escrava de César. Por seis julgamentos passou
Cristo, três às mãos do dos judeus, três às dos romanos, e em nenhum teve um juiz.
Aos olhos dos seus julgadores, refulgiu sucessivamente a inocência divina, e nenhum ousou estender-lhe a
proteção da toga. Não há tribunais, que bastem, para abrigar o direito, quando o dever se ausenta da consciência
dos magistrados.
Grande era, entretanto, nas tradições hebraicas, a noção da divindade do papel da magistratura. Ensinavam elas
que uma sentença contrária à verdade afastava do seio de Israel a presença do Senhor, mas que, sentenciando
com inteireza, quando fosse apenas por uma hora, obrava o juiz como se criasse o universo, porquanto era na
função de julgar que tinha a sua habitação entre os israelitas a majestade divina. Tampouco valem, porém, leis e
livros sagrados, quando o homem lhes perde o sentimento, que exatamente no processo do justo por excelência,
daquele em cuja memória todas as gerações até hoje adoram por excelência o justo, não houve no código de Israel
norma, que escapasse à prevaricação dos seus magistrados.
No julgamento instituído contra Jesus, desde a prisão, uma hora talvez antes da meia-noite de Quinta-feira, tudo
quanto se fez até ao primeiro alvorecer da Sexta-feira subseqüente, foi tumultuário, extrajudicial, a atentatório
dos preceitos hebraicos. A terceira fase, a inquirição perante o sinedrim, foi o primeiro simulacro de formação
judicial, o primeiro ato judicatório, que apresentou alguma aparência de legalidade, porque ao menos se praticou
de dia. Desde então, por um exemplo que desafia a eternidade, recebeu a maior das consagrações o dogma
jurídico, tão facilmente violado pelos despotismos, que faz da santidade das formas a garantia essencial da
santidade do direito.
O próprio Cristo delas não quis prescindir. Sem autoridade judicial o interroga Anás, transgredindo as regras
assim na competência, como na maneira de inquirir; e a resignação de Jesus ao martírio não se resigna a
justificar-se fora da lei: "Tenho falado publicamente ao mundo. Sempre ensinei na sinagoga e no templo, a que
afluem todos os judeus, e nunca disse nada às ocultas. Por que me interrogas? Inquire dos que ouviam o que lhes
falei: esses sabem o que eu lhes houver dito". Era apelo às instituições hebraicas, que não admitiam tribunais
singulares, nem testemunhas singulares. O acusado tinha jus ao julgamento coletivo, e sem pluralidade nos
depoimentos criminadores não poderia haver condenação. O apostolado de Jesus era ao povo. Se a sua prédica
incorria em crime, deviam pulular os testemunhos diretos. Esse era o terreno jurídico. Mas, porque o filho de
Deus chamou a ele os seus juizes, logo o esbofetearam. Era insolência responder assim ao pontífice. Sic respondes
pontifici? Sim, revidou Cristo, firmando-se no ponto de vista legal: "Se mal falei, traze o testemunho do mal; se
bem, por que me bates?"
Anás, desorientado, remete o peso a Caifás. Este era o sumo sacerdote do ano. Mas, ainda assim, não, não tinha a
jurisdição, que era privativa do conselho supremo. Perante este já muito antes descobrira o genro de Anás a sua
perversidade política, aconselhando a morte a Jesus, para salvar a nação. Cabe-lhe agora levar a efeito a sua
própria malignidade, "cujo resultado foi a perdição do povo, que ele figurava salvar, e a salvação do mundo, em que
jamais pensou".
A ilegalidade do julgamento noturno, que o direito judaico não admitia nem nos litígios civis, agrava-se então com o
escândalo das testemunhas falsas, aliciadas pelo próprio juiz, que, na jurisprudência daquele povo, era
especialmente instituído como o primeiro protetor do réu. Mas, por mais falsos testemunhos que promovessem,
lhe não acharam a culpa, que buscavam. Jesus calava. Jesus autem tacebat. Vão perder os juizes prevaricadores a
segunda partida, quando a astúcia do sumo sacerdote lhes sugere o meio de abrir os lábios divinos do acusado.
Adjura-o Caifás em nome de Deus vivo, a cuja invocação o filho não podia resistir. E diante da verdade, provocada,
intimada, obrigada a se confessar, aquele, que a não renegara, vê-se declarar culpado de crime capital: Reus est
mortis. "Blasfemou! Que necessidade temos de testemunhas? Ouvistes a blasfêmia". Ao que clamaram os
circunstantes: "é réu de morte".
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Humor Jurídico
Repontava a manhã, quando a sua primeira claridade se congrega o sinedrim. Era o plenário que se ia celebrar.
Reunira-se o conselho inteiro. In universo concilio, diz Marcos. Deste modo se dava a primeira satisfação às
garantias judiciais. Com o raiar do dia se observava a condição da publicidade. Com a deliberação da assembléia
judicial, o requisito da competência. Era essa a ocasião jurídica. Esses eram os juizes legais. Mas juizes, que
tinham comprado testemunhas contra o réu, não podiam representar senão uma infame hipocrisia da justiça.
Estavam mancomunados, para condenar, deixando ao mundo o exemplo, tantas vezes depois imitado até hoje,
desses tribunais, que se conchavam de véspera nas trevas, para simular mais tarde, na assentada pública, a figura
oficial do julgamento.
Saía Cristo, pois, naturalmente condenado pela terceira vez. Mas o sinedrim não tinha o jus sanguinis. Não podia
pronunciar a pena de morte. Era uma espécie de júri, cujo veredictum, porém, antes opinião jurídica do que
julgado, não obrigava os juizes romanos. Pilatos estava, portanto, de mãos livres, para condenar, ou absorver.
"Que acusação trazeis contra este homem?" assim fala por sua boca a justiça do povo, cuja sabedoria jurídica
ainda hoje rege a terra civilizada. "Se não fosse um malfeitor, não to teríamos trazido", foi a insolente resposta
dos algozes togados. Pilatos, não querendo ser executor num processo, de que não conhecera, pretende evitar a
dificuldade, entregando-lhes a vítima: "Tomai-o, e julgai-o segundo a vossa lei". Mas, replicam os judeus, bem
sabes que "nos não é lícito dar a morte a ninguém". O fim é a morte, e sem a morte não se contenta a depravada
justiça dos perseguidores.
Aqui já o libelo se trocou. Não é mais de blasfêmia contra a lei sagrada que se trata, senão de atentado contra a
lei política. Jesus já não é o impostor que se inculca filho de Deus: é o conspirador, que se coroa rei da Judéia. A
resposta de Cristo frustra ainda uma vez, porém, a manha dos caluniadores. Seu reino não era deste mundo. Não
ameaçava, pois, a segurança das instituições nacionais, nem a estabilidade da conquista romana. "Ao mundo vim",
diz ele, "para dar testemunho da verdade. Todo aquele que for da verdade, há de escutar a minha voz". A
verdade? Mas "que é a verdade"? pergunta definindo-se o cinismo de Pilatos. Não cria na verdade; mas a da
inocência de Cristo penetrava irresistivelmente até o fundo sinistro dessas almas, onde reina o poder absoluto
das trevas. "Não acho delito a este homem", disse o procurador romano, saindo outra vez ao meio dos judeus.
Devia estar salvo o inocente. Não estava. A opinião pública faz questão da sua vítima. Jesus tinha agitado o povo,
não ali só, no território de Pilatos, mas desde Galiléia. Ora acontecia achar-se presente em Jerusalém o tetrarca
da Galiléia, Heródes Antipas, com quem estava de relações cortadas o governador da Judéia. Excelente ocasião,
para Pilatos, de lhe reaver a amizade, pondo-se, ao mesmo tempo, de boa avença com a multidão inflamada pelos
príncipes dos sacerdotes. Galiléia era o forum originis do Nazareno. Pilatos envia o réu a Heródes, lisonjeando-lhe
com essa homenagem, a vaidade. Desde aquele dia um e outro se fizeram amigos, de inimigos que eram. Et facti
sunt amici Herodes et Pilatus in ipsa die; nam antea inimici erant ad invicem . Assim se reconciliam os tiranos sobre
os despojos da justiça.
Mas Herodes também não encontra, por onde condenar a Jesus, e o mártir volta sem sentença de Herodes a
Pilatos que reitera ao povo o testemunho da intemerata pureza do justo. Era a terceira vez que a magistratura
romana a proclamava. Nullam causam inveni in homine isto ex his, in quibus eum accusatis . O clamor da turba
recrudesce. Mas Pilatos não se desdiz. Da sua boca irrompe a Quarta defesa de Jesus: "Que ma fez esse ele?
Quid enim mali fecit iste?" Cresce o conflito, acastelam-se as ondas populares. Então o procônsul lhes pergunta
ainda: "Crucificareis o vosso rei?" A resposta da multidão em grita foi o raio, que desarmou as evasivas de Pilatos.
"Não conhecemos outro rei, senão César". A esta palavra o espectro de Tibério se ergueu no fundo da alma do
governador da província romana. O monstro de Cáprea, traído, consumido pela febre, crivado de úlceras, gafado
da lepra, entretinha em atrocidades os seus últimos dias. Traí-lo era perder-se. Incorrer perante ele na simples
suspeita de infidelidade era morrer. O escravo de César, apavorado, cedeu, lavando as mãos em presença do povo:
"Sou inocente do sangue deste justo".
E entregou-o aos crucificadores. Eis como procede a justiça, que se não compromete. A história premiou
dignamente esse modelo da suprema cobardia na justiça. Foi justamente sobre a cabeça do pusilânime que recaiu
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Humor Jurídico
De Anás a Herodes o julgamento de Cristo é o espelho de todas as deserções da justiça, corrompida pela facções,
pelos demagogos e pelos governos. A sua fraqueza, a sua inocência, a sua perversão moral crucificaram o Salvador,
e continuam a crucificá-lo, ainda hoje, nos impérios e nas repúblicas, de cada vez que um tribunal sofisma,
tergiversa, recua, abdica. Foi como agitador do povo e subversor das instituições que se imolou Jesus. E, de cada
vez que há precisão de sacrificar um amigo do direito, um advogado da verdade, um protetor dos indefesos, um
apóstolo de idéias generosas, um confessor da lei, um educador do povo, é esse, a ordem pública, o pretexto, que
renasce, para exculpar as transações dos juizes tíbios com os interesses do poder. Todos esses acreditam, como
Pôncio, salvar-se, lavando as mãos do sangue, que vão derramar, do atentado, que vão cometer. Medo, venalidade,
paixão partidária, respeito pessoal, subserviência, espírito conservador, interpretação restritiva, razão de
estado, interesse supremo, como quer te chames, prevaricação judiciária, não escaparás ao ferrete de Pilatos! O
bom ladrão salvou-se. Mas não há salvação para o juiz cobarde."
(A imprensa, Rio, 31 de março de 1899. In: Obras Seletas de Rui Barbosa, v. 8, Casa de Rui Barbosa, Rio, 1957, pp.
67-71)
Esperança Garcia foi a primeira escrava a peticionar no Brasil. Segue abaixo o inteiro teor da carta, escrita no
Piauí, em 6 de setembro de 1770:
"Eu sou hua escrava de V. Sa. administração de Capam. Antº Vieira de Couto, cazada. Desde que o Capam. lá foi
adeministrar, q. me tirou da fazenda dos algodois, aonde vevia com meu marido, para ser cozinheira de sua caza,
onde nella passom to mal.
A primeira hé q. ha grandes trovoadas de pancadas enhum filho nem sendo uhã criança q. lhe fez estrair sangue
pella boca, em mim não poço esplicar q. sou hu colcham de pancadas, tanto q. cahy huã vez do sobrado abaccho
peiada, por mezericordia de Ds. esCapei.
A segunda estou eu e mais minhas parceiras por confeçar a tres annos. E huã criança minha e duas mais por
batizar.
Pello q. Peço a V.S. pello amor de Ds. e do seu Valimto. ponha aos olhos em mim ordinando digo mandar a
Procurador que mande p. a fazda. aonde elle me tirou pa eu viver com meu marido e batizar minha filha q.
De V.Sa. sua escrava EsPeranÇa garcia"
Eis uma curiosa petição redigida em 1834, constante dos arquivos do Instituto Histórico da Bahia:
Diz José Soares da Cunha, morador no Mirim, fazenda de Santa Anna de Villa Nova, que sendo casado com Anna
do Rosario em face de Igreja no anno do Imperio Constitucional de 1833, à vista de Deus e de todo o mundo por
sinal que foram testemunhas e padrinhos Antonio da Rocha e Joaquim de Avelar, sucedeu que no dia 2 de
Fevereiro do corrente anno constitucional de 1834, pelas 8 ou 9 horas da noite, ou as que na verdade eram, pois
alli ninguem tem relogio certo senão Manoel Teixeira da Silva e o compadre Manoel da Silva tem outro que trocou
por uma égua que não regula, o supplicante e mais moradores se regulam pelo sol, que quando está claro regula
certo, indo a dita mulher muito quieta fiar algodão em casa de sua vizinha Gertrudes , viuva de Manoel Correa,
cuja viuva é muito capaz, e não ha que se lhe diga, excepto de ser decente só se for alguma dessas
desavergonhadas quatro linguarudas ciganas que tem muito nesta freguezia, do que se fôr preciso o supplicante
denunciará para lhes cahir em cima todos os códigos e Policia do Imperio, e não lhes valerá empenhos nem
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Humor Jurídico
padrinhos, nem rebulices das ordenações, porque graças a Deus já estão abolidas as replicas e treplicas, lhe sahiu
repentinamente na estrada, junto ao corrego, o desaforado José Bento, filho de Joaquim Bento, que se o Snr.
Juiz de Paz soubesse cumprir com as suas obrigações, fazia prendel-o, autoal-o e posto em angola de repente
arrumou uma forte e tremenda umbigada na mulher do supplicante que logo derrubou e ficou sem sentido com as
partes pudendas ã mostra e lhe cuspiu em cima... cujas partes só o supplicante compete ver como cousa de sua
propriedade e que recebeu até a morte, e como chorasse e gritasse, accudiu a viuva Mariana que lhe deu fricções
de arruda e benzeu para com muito custo ficar boa, ao supplicante não requereu logo corpo de delito por ser a
pancada no baixo ventre entre o umbigo e aquella parte mimosa, da Geração que só o supplicante e a parteira
podiam ver, logo que o tal réo fez a maldade, fugiu e ainda dizendo que foi brincadeira.
E porque a umbigada foi de má tenção e rixa muito velha para experimentar se a mulher do supplicante se deixava
ficar como pata para elle galar, porem vae galar para o inferno, pois a mulher do supplicante não é dessas vadias e
sim virgem e honrada que só tem matrimoniado com o supplicante apesar de ter sido muitas vezes namorada e
seduzida por pessoas de caracter e de farda agaloada, prometendo-lhes patacões e cordões de ouro, porem ella
sempre firme e contente sem fazer caso disso, pois bem sabe que o supplicante tem atraz da porta uma grande
cotia, com que lhe havia de ir ao lombo, e por isso o supplicante por cabeça de sua mulher quer hoje fazer citar o
tal réo José Bento, para vir jurar as testemunhas que o supplicante apresentar do desacato, do desaforo da
brutal umbigada que arrumou na mulher do suplicante, que foi por felicidade della não estar pejada, senão eram
duas mortes (porque) esta abortava, e logo que o supplicante provar, ser o réo logo julgado pelos Snrs. Deputados
jurados que se acham aggredidos na Laguna e pelo Snr. Juiz de Direito afim de ser degradado para Lajes, como
galés e seja acompanhado com escolatas de permanentes que pelo caminho lhe vão dando umbigadas com cipó bem
curtidos.
O supplicante espera que o Snr. Juiz de Paz desagravará sua honra atrozmente ultrajada por um bigorrilhas sem
educação.
A sentença a seguir, coletada dos alfarrápios existentes no Instituto Histórico de Alagoas, mostra a realidade
dos julgamentos realizados no final do século passado.
Segue a íntegra do texto:
SÚMULA: Comete pecado mortal o indivíduo que confessa em público suas patifarias e seus boxes e faz gogas de
suas víctimas desejando a mulher do próximo, para com ella fazer suas chumbregâncias.
"Vistos, etc."
O adjunto Promotor Público representou contra o cabra Manoel Duda, porque no dia 11 do mês de Senhora San
´Anna, quando a mulher de Xico Bento ia para a fonte, já perto dela, o supracitado cabra que estava de tocaia em
moita de matto, sahiu dela de sopetão e fez proposta a dita mulher, por quem roía brocha, para coisa que não se
pode traser a lume e como ella, recusasse, o dito cabra atrofou-se a ella, deitou-se no chão deixando as
encomendas della de fora e ao Deus dará, e não conseguio matrimônio porque ella gritoue veio em amparo della
Nocreyo Correia e Clemente Barbosa, que prenderam o cujo flagrante e pediu a condenação delle como incurso nas
penas de tentativa de matrimônio proibido e a pulso de sucesso porque dita mulher taja pêijada e com o sucedido
deu luz de menino macho que nasceu morto.
As testemunhas, duas são vista porque chegaram no flagrante e bisparam a pervesidade do cabra Manoel Duda e
as demais testemunhas de avaluuemos. Dizem as leises (sic) que duas testemunhas que assistem a qualquer
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Humor Jurídico
naufrágio do sucesso faz prova, e o juiz não precisa de testemunhas de avaluemos e assim:
Considero-que o cabra Manoel Duda agrediu a mulher de Xico Bento, por quem roía brocha, para coxambrar com
ella coisas que só o marido della competia coxambrar porque eram casados pelo regime da Santa Madre Igreja
Cathólica Romana.
Considero-que o cabra Manoel Duda deitou a paciente no chão e quando ia começar as suas coxambranças viu
todas as encomendas della que só o marido tinha o direito de ver.
Considero-que a paciente estava pêijada e em consequência do sucedido, deu a luz de um menino macho que nasceu
morto.
Considero-que a morte do menino trouxe prejuízo a herança que podia ter quando o pae delle ou mãe falecesse.
Considero-que o cabra Manoel Duda é um suplicado deboxado, que nunca soube respeitar as famílias de suas
vizinhas, tanto que quis também fazer coxambranças com a Quitéria e a Clarinha, que são moças donzellas e não
conseguio porque ellas repugnaram e deram aviso a polícia.
Considero-que o cabra Manoel Duda está preso em pecado mortal porque nos Mandamentos da Igreja é proibido
desejar do próximo que elle desejou.
Considero-que sua Magestade Imperial e o mundo inteiro, precisa ficar livre do cabra Manoel Duda, para secula,
seculorum amem, arreiem dos deboxes praticados e as sem vergonhesas por elle praticados e apara as fêmeas e
machos não sejam mais por elle incomodados.
Considero-que o Cabra Manoel Duda é um sujeito sem vergonha que não nega suas coxambranças e ainda faz
isnoga da incomendas de sua víctima e por isso deve ser botado em regime por esse juízo.
Posto que:
Condeno o cabra Manoel Duda pelo malifício que fez a mulher de Xico Bento e por tentativa de mais malifícios
iguais, a ser capado, capadura que deverá ser feita a macete.
A execução da pena deverá ser feita na cadeia desta villa. Nomeio carrasco o Carcereiro solte o cujo cabra para
que vá em paz. O nosso Prior aconselha: Homine debochado debochatus mulherorum inovadabus est sentetia
qibus capare est macete macetorim carrascus sine facto nortre negare pote.
Cumpra-se a apregue-se editaes nos lugares públicos. Apelo ex-officio desta sentença para juiz de Direito deste
Comarca.
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Humor Jurídico
Nomes diferentes
Nomes curiosos registrados em cartório
Os nomes foram coletados a partir de listas públicas, como uma relação de segurados com nomes estranhos
divulgada pelo extinto INPS na década de 80, e pesquisas em cartórios realizadas por autores de livros
especializados.
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Cafiaspirina Cruz,
Capote Valente e Marimbondo da Trindade,
Caius Marcius Africanus,
Carabino Tiro Certo,
Carlos Alberto Santíssimo Sacramento Cantinho da Vila Alencar da Corte Real Sampaio Carneiro de Souza e Faro,
Caso Raro Yamada,
Céu Azul do Sol Poente,
Chananeco Vargas da Silva,
Chevrolet da Silva Ford,
Cincero do Nascimento,
Cinconegue Washington Matos,
Clarisbadeu Braz da Silva,
Colapso Cardíaco da Silva,
Comigo é Nove na Garrucha Trouxada,
Confessoura Dornelles,
Crisoprasso Compasso,
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Humor Jurídico
Heubler Janota,
Hidráulico Oliveira,
Himineu Casamenticio das Dores Conjugais,
Holofontina Fufucas,
Homem Bom da Cunha Souto Maior,
Horinando Pedroso Ramos,
Hugo Madeira de Lei Aroeiro,
Hypotenusa Pereira,
Ilegível Inilegível,
Inocêncio Coitadinho,
Isabel Defensora de Jesus,
Izabel Rainha de Portugal,
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Humor Jurídico
Telesforo Veras,
Terebentina Terepenis,
Tropicão de Almeida,
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Mas nenhum chega aos pés de um garoto sueco, cujo nome é nada mais nada menos que...
Brfxxccxxmnpcccclllmmnprxvclmnckssqlbb11116.
E não é filho de um casal de datilógrafos.
Audifax, Chikakó, Devercilírio, Farmácio, Fordência, Gravitolina, Izione, Matozóide, Obedemigo, Ocricócrides,
Omenzinha, Pelumendia, Presolpina, Rocambole, Sudene.
Tem também:
Ava Gina (em homenagem a Ava Gardner e Gina Lolobrigida),
Bucetildes (chamada, pelos familiares, de Dona Tide),
Letsgo (de Let's go),
Óliude (jogador de futebol, que atuou no Portuguesa e no Vasco, com o apelido "Capitão") e seu filho, de
mesmo nome,
Tospericagerja (em homenagem à seleção do tri: Tostão, Pelé, Rivelino, Carlos Alberto, Gerson e Jairzinho),
Usnavy (em homenagem à U.S.Navy, a Marinha Americana).
Alguns prenomes selecionados dentre uma pesquisa feita por um estudante de Direito no Diário Oficial do
Estado do Rio Grande do Norte:
Agabatan, Aguinarinho, Artidório, Cacinoar, Domicília, Edeltrudes, Eulira Eulina, Gerivaneide, Gesita Senhora,
Idalesce, Ilamilto, Ismagalúcia, Lavoisvaldo, Maria Concebida, Maria Donzidia, Musébio, Navegantina, Ricardina
Tertulina, Tili Storace, Tôgran Lauro, Tomásia Eleutéria, Ustana, Valdomiro Edelgício, Vigolvina, Zildirleide.
(fonte: Renan II de Pinheiro e Pereira)
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Tem também o Sr. Necessário Frescura (cujo apelido era "Seu Sério"), casado com a Sra. Putassa Frescura
(ambos já falecidos). Deixaram vasta família, de vários "Frescuras".
(fonte: Nelson Goelzer Filho)
Tem ainda a pequena Dinanca, cujo nome veio dos apelidos Dino (pai) e Danca (mãe);
o caso do pai e filho: Fredolino e Merdolino;
e o flamenguista fanático que batizou seus filhos com nomes do tipo: Flamena e Zicomengo.
Sem falar numa família inteira, no Sul do Brasil, cujo sobrenome é Cachorroski.
Em Mossoró (RN), o farmacêutico Jerônimo Rosado, cansado de escolher nomes para a numerosa prole, a partir do
sexto filho passou a batizá-los com números, primeiro em português, depois em francês.
O nome nunca incomodou a família dos Rosados. Graças ao sucesso político da prole de Jerônimo, Rio Grande do
Norte tem um município chamado Dix-Sept Rosado, em homenagem ao décimo-sétimo, que foi prefeito de Mossoró
e governador do Estado.
O mais novo, Jerônimo Vingt-Un Rosado Maia, é conhecido como "seu" 21. Nascido em 1921, é apaixonado por
literatura. Escreveu vários livros e, com muito sacrifício, realizou o projeto cultural "Coleção Mossoroense", que
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Humor Jurídico
Os membros de famílias reais costumam ter nomes quilométricos, com direito a todos os sobrenomes de
família.
Por exemplo, a Princesa Isabel, que assinou a célebre Lei Áurea, tendo governado o Brasil por três períodos entre
1871 e 1888, assinava com o seguinte nome: Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga
de Bragança e Bourbon.
Nomes de personalidades também costumam batizar diversas pessoas pelo Brasil afora.
Exemplos: Adolpho Hitler de Oliveira, Anjo Gabriel Rodrigues Santos, Charles Chaplin Ribeiro, Elvis Presley da
Silva, Hericlapiton da Silva, Ludwig van Beethoven Silva, Maicon Jakisson de Oliveira, Marili Monrói, Marlon
Brando Benedito da Silva, Sherlock Holmes da Silva...
Na época do seriado Dallas, eram comuns nomes como: Pâmela, Suelen, Jotaerre, Biull...
Tem também os irmãos Wakko, Yakko e Dot, em homenagem a um desenho animado da Warner.
Mas os próprios artistas não ficam atrás. Os filhos da cantora Baby do Brasil (antigamente conhecida como Baby
Consuelo) se chamam:
Sarah Sheeva, Zabelê, Nana Shara, Kriptus Rá Baby, Krishna Baby e Pedro Baby.
E há os clássicos erros de cartório ou mesmo dos pais, que não sabem como se escreve o nome...
Há, por exemplo, uma pessoa chamada Merco (era para ser Américo...).
E tem uma mulher chamada Jafa Lei. O diálogo no cartório: "Qual o nome?" "Já falei..."
E como é difícil acertar o nome Washington. Tem Uoston, Woxington e Oazinguito...
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Houve um casamento entre japoneses, no qual o noivo tinha o sobrenome "Endo" e a noiva era da família "Kudo", no
qual por pouco esta não ficou sendo chamada de Mitiko Kudo Endo.
Data venia
Seleção de frases jurídicas
“Que teríamos feito sem os juristas alemães? Desde 1923, percorri, na legalidade e lealmente, a longa via que leva
ao poder. Coberto juridicamente, eleito de forma democrática. Mas o futuro teria de se realizar. Foi o
incorruptível jurista germânico, o honesto, o cheio de consciência, o escrupuloso universitário e cidadão, que
acabou o trabalho de me legalizar, fazendo a triagem de minhas idéias. Ele criou para mim uma lei segundo o meu
gosto e a ela me ative. Suas leis fundaram minhas ações no Direito”
(Adolph Hitler, saudando o jurista alemão Karl Schmidt)
“Medo, venalidade, paixão partidária, respeito pessoal, subserviência, espírito conservador, interpretação
restritiva, razão de estado, interesse supremo, como quer te chames, prevaricação judiciária, não escaparás ao
ferrete de Pilatos! O bom ladrão salvou-se. Mas não há salvação para o juiz cobarde.”
(Rui Barbosa)
“De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto
ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e
a ter vergonha de ser honesto”
(Rui Barbosa)
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Humor Jurídico
“Nem sempre a toga da justiça pode servir de barreira às investidas da força. O problema não é, então, o de
saber quis custodiet custodem. Não falta quem guarde o guardião. Sucede, porém, que, na hora decisiva, os
encarregados de guardar os guardiães, quando não adormeceram no seu posto, quase sempre já se acham de mãos
atadas”
(Nélson de Souza Sampaio, in “O poder de reforma”)
“Mais vale um juiz bom e prudente que uma lei boa. Com um juiz mau e injusto, uma lei boa de nada serve, porque
ele a verga e a torna injusta a seu modo”
(Código Geral da Suécia, 1734)
“Conheci um químico que, quando no seu laboratório destilava venenos, acordava as noites em sobressalto,
recordando com pavor que um miligrama daquela substância bastava para matar um homem. Como poderá dormir
tranqüilamente o juiz que sabe possuir, num alambique secreto, aquele tóxico subtil que se chama injustiça e do
qual uma ligeira fuga pode bastar, não só para tirar a vida mas, o que é mais horrível, para dar a uma vida inteira
indelével sabor amargo, que doçura alguma jamais poderá consolar?”
(Piero Calamandrei)
“O juiz não é nomeado para fazer favores com a Justiça, mas para julgar segundo as leis”
(Platão)
“Eu não recearia muito as más leis se elas fossem aplicadas por bons juízes. Não há texto de lei que não deixe
campo à interpretação. A lei é morta. O magistrado vivo. É uma grande vantagem que ele tem sobre ela”
(Anatole France)
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Humor Jurídico
“Quando se quer mudar os costumes e as maneiras, não se deve mudá-las pelas leis”
(Montesquieu)
“É preciso que os homens bons respeitem as leis más, para que os homens maus respeitem as leis boas”
(Sócrates)
“Em toda sociedade em que há fortes e fracos, é a liberdade que escraviza e é a lei que liberta”
(Lacordaire)
“A lei e a eqüidade são duas coisas que Deus uniu, mas o homem separou”
(Charles Caleb Colton)
“Para os pobres, é dura lex, sed lex. A lei é dura, mas é a lei.
Para os ricos, é dura lex, sed latex. A lei é dura, mas estica”
(Fernando Sabino)
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Humor Jurídico
“Contra legem facit, quid id facit quod lex prohiber enfraudem vero, qui salvis verbis legis sententiam rius
circumveni”
("Age em fraude à Lei quem, respeitadas as suas palavras, contorne o seu sentido")
(Digesto, Livro I, Título III, de Legibus, de Paulus)
“Para que serve um advogado honesto quando o que você precisa é de um advogado desonesto?”
(Eric Ambler)
“Não há melhor maneira de exercitar a imaginação do que estudar direito. Nenhum poeta jamais interpretou a
natureza com tanta liberdade quanto um jurista interpreta a verdade”
(Jean Giraudox)
“O advogado não altera a verdade se consegue tirar dela aqueles elementos mais característicos, que escapam ao
vulgo. Não é justo acusá-lo de trair a verdade quando, pelo contrário, consegue ser, como o artista, o seu
intérprete sensível”
(Calamandrei, na obra “Eles, os juízes, vistos por nós, os advogados”)
“Se o amor da riqueza é, no advogado, maior que o amor da honra, troque de profissão. Procure outra em que, para
chegar à riqueza, não seja estranhável que abandone a honra”
(Plínio Barreto)
“LUTA. Teu dever é lutar pelo Direito. Mas no dia em que encontrares o Direito em conflito com a Justiça, luta
pela Justiça”
(Eduardo Couture)
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Humor Jurídico
“Todo homem luta com mais bravura pelos seus interesses que pelos seus direitos”
(Napoleão Bonaparte)
“Mais cedo ou mais tarde, a maconha será legalizada. Todos os estudantes de Direito a fumam”
(Lenny Bruce)
“Fiz tão bem o meu curso de Direito que, no dia em que me formei, processei a faculdade, ganhei a causa e
recuperei todas as mensalidades que havia pago”
(Fred Allen, comediante americano)
“Júri é um grupo de doze pessoas escolhidas para decidir quem tem o melhor advogado”
(Robert Frost)
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Humor Jurídico
“A democracia é a pior de todas as formas imagináveis de governo, com exceção de todas as demais que já
existiram”
(Winston Churchill)
“Quando ouço falar que um povo não está suficientemente preparado para a democracia,
pergunto se haverá algum homem suficientemente preparado para ser déspota”
(Lord Russell)
“Governo é como violino: você toma com a esquerda e toca com a direita”
(José Sarney)
“Diplomata é um sujeito que pensa duas vezes antes de não dizer nada”
(anônimo)
“O advogado deve sugerir por forma tão discreta os argumentos que lhe dão razão, que deixe ao juiz a convicção
de que foi ele próprio quem os descobriu”
(Piero Calamandrei)
“Para os amigos, tudo; para os desconhecidos, a lei; para os inimigos, até a calúnia, se for necessário”
(anônimo)
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Humor Jurídico
“Os métodos de representação popular, como os parlamentos, serão os menos apropriados para o próximo século”
(Friederich Niètzsche, em 1885)
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Humor Jurídico
Mandamentos do advogado:
1. Um homem é inocente até prova de que esteja duro.
2. Custas processuais é aquilo que o advogado cobra do cliente, além do que foi combinado.
O Instituto Pasteur anunciou que não vai mais usar ratos em experiências médicas. Em seu lugar, vão usar
advogados. Há 3 vantagens na substituição:
1. Existem no momento mais advogados do que ratos.
2. Os pesquisadores não ficarão tão ligados emocionalmente aos advogados quanto eles ficavam com os ratos.
3. Há certas coisas que nem os ratos fazem.
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Humor Jurídico
A reforma do CPC deixou de incluir quatro instrumentos processuais mais utilizados por advogados, serventuários
e juízes. São eles:
1. Embargo de gaveta: recurso ex officio do juiz, que suspende o andamento do processo até que ocorra a sua
prescrição. Faz coisa julgada formal e material.
2. Agravo de armário: recurso muito utilizado para esconder processos nas secretarias judiciais. O processo
desaparece misteriosamente do cartório. Só quando o juiz corregedor dá em cima do escrivão, este logo o
encontra, dizendo: "Aqui está! Estava caído atrás do armário".
3. Recurso do guarda-chuva: semelhante ao agravo de armário, a requerimento da parte em processos sem solução
à vista. O advogado empurra o processo para baixo do armário do fórum com a ponta do guarda-chuva.
4. Agravo de cesto: a mais poderosa de todas as apelações processuais. Gera vícios insanáveis. O processo não
pode ser recuperado sequer pela restauração de autos.
Você sabia que em cada estado os mortos sao enviados para locais diferentes?
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Humor Jurídico
P. Por que a Ordem dos Advogados proíbe relações sexuais entre advogados e seus clientes?
R. Para evitar que seus clientes sejam cobrados duas vezes por um serviço essencialmente similar.
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Humor Jurídico
P. Por que os correios retiraram de circulação uma série de selos com efígies de advogados famosos?
R. Porque as pessoas ficavam em dúvida sobre em qual lado do selo deveriam cuspir.
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Humor Jurídico
Ficção jurídica
Peças e histórias jurídicas fictícias
SONETO DE HONESTIDADE
POESIA TRIBUTÁRIA
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Humor Jurídico
(autor: Sergio Francesconi, maio de 1986. Proibida a reprodução sem a citação do autor)
CONTRATO DE HONORÁRIOS
O primeiro contratante, também conhecido como "Advogado", e o segundo contratante, também conhecido como
"Lâmpada", dão por certo e concordam com os termos do seguinte contrato, pelo qual a segunda parte (Lâmpada)
se obriga a ser removida de sua posição atual, como conseqüência de sua inaptidão para cumprir contrato
anteriormente realizado entre estas partes, i.e., a iluminação da área que começa da porta da frente (norte),
atravessando o corredor de entrada, terminando na área próxima ao living, delimitada pelo começo do carpete,
sendo que qualquer excesso de iluminação corre por conta da segunda parte (Lâmpada), não cabendo quaisquer
ônus para a primeira parte (Advogado), caso não haja sua autorização expressa.
Esta transação de remoção inclui os seguintes itens, embora não se limite a eles:
1. O primeiro contratante (Advogado) deve, por meio de uma cadeira, escada ou outro meio de elevação, segurar o
segundo contratante (Lâmpada) e rotacioná-la em sentido horário - este ponto sendo inegociável.
2. Após encontrar o ponto em que o segundo contratante (Lâmpada) se separa de um terceiro alheio a este
contrato (Bocal), a primeira parte (Advogado) passa a ter a opção de dispor da segunda (Lâmpada), colocando-a na
situação que lhe aprouver, nos limites da legislação federal, estadual e municipal.
3. Uma vez efetivada a separação e a acomodação da segunda parte (Lâmpada), a primeira parte (Advogado) tem a
opção de iniciar a instalação de uma quarta parte (Nova Lâmpada). Esta instalação deve ocorrer de acordo com um
procedimento semelhante e inverso ao descrito na cláusula primeira deste instrumento, sendo importante
observar que o sentido de rotação deve ser no sentido anti-horário - sendo este ponto também inegociável.
4. As cláusulas acima podem ser ou não realizadas, ao alvedrio da primeira parte (Advogado), ou por terceiros
autorizados por ele através de instrumento legalmente reconhecido, sendo as dúvidas resolvidas no sentido de
maior proveito para a quinta parte envolvida, também conhecida como "Escritório de Advocacia".
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Humor Jurídico
A "Emenda Constitucional" a seguir não tem o intuito de atacar a honra ou a dignidade da mulher. É apenas uma
piadinha bem-humorada. E vivam as mulheres!
Altera o art. 226 da Constituição Federal, visando a restabelecer um relacionamento mais harmonioso e colocar
cada uma das partes que compõem o casal em seu devido lugar.
Art. 1º. Todo homem é um rei em seu lar e seus desejos são uma ordem.
§1º. Compete às esposas, companheiras, noivas e namoradas a satisfação, sem reclamações, das vontades de seus
respectivos homens.
§2º. Na ausência das servis citadas no parágrafo anterior, compete às irmãs cumprir o disposto neste artigo.
§1º. Nenhum marido está obrigado a ouvi-la, ou caso renuncie a este direito, não está obrigado a dar crédito ao
que for dito.
§2º. Na remotíssima possibilidade de a opinião ser aceitável, ou na impossível hipótese de a opinião ser
inteligente, é lícito e perfeitamente justificável que o marido se apodere da idéia.
§3º. Cabe às esposas, no caso descrito no parágrafo anterior, fazer a seguinte observação: "Nossa, como o senhor
é inteligente, meu marido!".
Art. 3º. É garantido à mulher o direito de conversar com as suas amigas uma hora por dia, sobre assuntos de alta
relevância para ela, tais como: marido, crianças, empregada doméstica.
§1º. Para conversar sobre assuntos mais complexos, deverá a mulher pedir autorização ao marido.
§2º. Se no horário de que trata o presente artigo o marido tiver necessidades tais como: uma cervejinha gelada,
um café ou um copo d'água, estas prevalecem sobre o direito da mulher, que deverá interromper imediatamente a
conversa e servir seu amado marido.
Art. 4º. Fica reservado à esposa o direito de dar a última palavra em qualquer decisão que o casal deva tomar.
Parágrafo único. A última palavra deve se restringir a: "Sim, senhor, meu senhor e marido!"
Art. 5º. É dever de toda esposa que trabalhe ou que tenha renda própria (o que só deve acontecer com anuência
do marido, que poderá revogá-la a qualquer tempo e sem justificação) entregar toda a remuneração ao marido,
para que ele administre com a inteligência que lhe é peculiar.
Art. 6º. Ficam reservadas para gozo pessoal e livre da presença da mulher todos os fins de tarde de sexta-feira,
para a cervejinha; todas as manhãs de domingo, para o futebol e outras atividades esportivas e ainda todos os
sábados à noite, para buscar aquelas alternativas naturalmente exigidas por sua condição de macho e predador,
uma vez que é dever do homem se renovar e esquecer um pouco de sua mulher.
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Humor Jurídico
Art. 7º. Fica assegurado à mulher o direito de assistir aos programas "Note e Anote", "Hebe Camargo", "Mais
Você", "Programa Sílvio Santos", novelas que não apresentem cenas de ficção científica em que mulheres são
inteligentes, independentes e capazes, além de qualquer programa que não exija muito de suas cabecinhas.
§1º. Ficam terminantemente proibidas as novelas em que uma mulher seja infiel ao seu sempre dedicado e
provedor marido.
§2º. Após as brigas e desentendimentos, fica o marido obrigado a adquirir e presentear sua mulher com um pano
de prato novo, uma caixa de grampos para cabelo, um jogo de prendedores de roupa e uma vassoura nova.
Art. 8º. Para preservar a tranqüilidade do lar, a esposa fica proibida de ter ataques histéricos, crises de frescura
ou quaisquer outros previstos em lei. Fica igualmente proibida de gritar durante as surras que lhe serão aplicadas
regularmente, com a finalidade de mantê-la na linha e cumpridora dos dispositivos da presente Lei.
§1º. Deverá ser construído um cantinho em que a mulher poderá ter seus ataques e para onde deverá se dirigir
quando for acometida de TPM.
§2º. Nos dias em que a mulher estiver normal (!), o cantinho a que se refere o parágrafo anterior poderá, a
critério do marido, ser utilizado como casinha de cachorro.
Art. 9º. Fica estabelecido que todo marido deverá explicar a presente Lei às suas mulheres, uma vez que estas
possuem 4 bilhões de neurônios a menos que os homens, o que as impossibilita de entender qualquer coisa que
acontece fora de suas aconchegantes casinhas (que foram adquiridas pelo marido).
Art. 10. Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário, em especial o Estatuto da Mulher Casada, a Lei da Concubina e a baboseira de que o homem e a mulher
são iguais.
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Humor Jurídico
Testes jurídicos
Responda sim ou não
3) JUÍZES ELEITORAIS são aqueles que separam as brigas dos candidatos a prefeito ou a vereador?
4) Para que ocorra o CONCURSO DE AGENTES é preciso que haja publicação de edital?
6) O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA tem esse nome porque fica no último andar de um arranha-céu?
8) A DAÇÃO EM PAGAMENTO é a forma pela as quais os gays efetuam o pagamento de suas dívidas?
9) Quando uma pessoa faz uma plástica no rosto podemos dizer que ocorreu a NOVAÇÃO?
10) Sabendo-se que nos CONTRATOS DE COMPRA E VENDA estão presentes o sujeito e o objeto, onde estará o
predicado?
14) Para ser considerado TERCEIRO é preciso que no processo já existam dois outros indivíduos?
16) O professor Március Cláudio Aquaviva pode ser considerado uma FONTE DO DIREITO PENAL?
17) A APLICAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS NO ESPAÇO ocorre quando há um julgamento na Lua?
18) A obrigação da mãe de amamentar o filho com o leite materno pode ser considerada uma OBRIGAÇÃO
LÍQUIDA?
19) TESTAMENTO CERRADO é aquele onde o filho herda do pai algumas fazendas no interior de Goiás?
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Humor Jurídico
22) Dez guarda-costas são suficientes para o pai obter a GUARDA DO FILHO?
24) Quando uma mãe dá para seu filho uma Fanta envenenada podemos dizer que ocorreu o INFANTICÍDIO?
26) O arroz com feijão pode ser considerado uma RECEITA PÚBLICA?
28) HOMOSSEXUAL é o sabão em pó que serve para lavar os órgãos genitais? Será que serve para lavar a VARA
CÍVEL?
29) Quando uma prostituta usa uma camisinha durante o ato sexual podemos dizer que ocorreu uma LEGÍTIMA
DEFESA PUTATIVA?
30) A probabilidade de ocorrer rejeição no transplante de um ÓRGÃO FEDERAL para um ÓRGÃO ESTADUAL é
maior que 50%?
35) Para ser juiz de briga de galo é preciso ser BACHAREL EM DIREITO?
36) Quando uma gestante dá a luz dentro de ambulância em movimento, podemos dizer que houve uma
ACELERAÇÃO DE PARTO?
37) SUJEITO PASSIVO é aquele que tem obrigação de dar coisa certa e receber coisa incerta?
39) CONTRATO BILATERAL é quando o Roberto Carlos toca a bola para o Cafu?
40) Quando uma prostituta está com dor de barriga e vai ao banheiro, podemos dizer que ocorreu o ESTADO DE
NECESSIDADE PUTATIVO?
41) Um professor de Química que não paga suas contas pode ser considerado um DEVEDOR INSOLVENTE?
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Humor Jurídico
43) Se um motel funciona das 8 às 18 horas, podemos dizer que ali só ocorreram TRANSAÇÕES COMERCIAIS?
45) As pessoas que possuem idéias artificiais podem ser processadas por FALSIDADE IDEOLÓGICA?
46) Quantos quilos por dia emagrece um casal que optou pelo REGIME PARCIAL ?
47) Para que haja prisão de ventre é preciso que ocorra o FLAGRANTE ? Nesse caso, cabe HABEAS CORPUS?
48) Para cometer um crime contra a FAZENDA PÚBLICA é preciso ser um sem-terra ?
49) TIPO ANORMAL é aquele que vem com defeito de fábrica no motor ?
50) Para que ocorra um TIRO À QUEIMA ROUPA é preciso que a vítima esteja vestida ?
51) Para ser CURADOR de uma pessoa incapaz é preciso ser bacharel em Medicina ou médium espírita ?
52) Por ser uma língua morta, o LATIM só é falado em sessão espírita ?
53) Quando John Lennon foi assassinado podemos dizer que ocorreu LENOCÍNIO?
58) Para colocar uma ponte de safena no coração de um funcionário público é necessária uma LICITAÇÃO ?
60) RÉU PRIMÁRIO é aquele que só estudou até a quarta série do primeiro grau ?
65) DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO é quando um advogado casa com uma advogada?
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Humor Jurídico
69) COAÇÃO IRRESISTÍVEL é a que sente a pessoa diante de um balcão de tortas na confeitaria?
71) Os crimes cometidos por aeronaves brasileiras em espaço aéreo estrangeiro é julgado pela indústria
aeronáutica de que país?
73) "Fumus boni iuris" e "periculum in mora" é expressão latina que significa: "o fumo é bom para o direito" e 'o
perigo demora"?
78) Ao marido recém-casado que descobriu que a mulher não era virgem cabe alegar VÍCIO REDIBITÓRIO e
devolvê-la aos pais? E se esta não tiver pais, caberá a devolução aos herdeiros legais?
81) OITIVA de testemunhas: mas o CPC não prevê apenas 3 para cada fato?
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Humor Jurídico
93) Diz-se que um processo é DESAFORADO quando é muito mal-criado e não está se comportando bem?
96) Constitui crime o NU-PROPRIETÁRIO praticar atos libidinosos com o SÓCIO OCULTO atrás do CAIXA
DOIS?
100) AFOGAR O GANSO passou a ser crime, com a nova Lei Ambiental?
101) Tem algum direito a mulher em TRABALHO DE PARTO sem carteira assinada?
110) O casamento com o impotente pode gerar a DEVOLUÇÃO DOS FRUTOS PENDENTES por VÍCIO
REDIBITÓRIO?
112) O REGIME DA COMUNHÃO UNIVERSAL é quando todos têm que dividir o mesmo prato?
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Humor Jurídico
1)1º ano - Direito Internacional Público: Qual a influência do boto cor-de-rosa na coloração do Mar Vermelho?
4) 2º ano - Direito Civil: Pode-se aplicar a analogia "in bonam partem" no sentido de que os anões sejam tutelados
pelo Estatuto da Criança e do Adolescente?
5) 3º ano - Medicina Legal: É exequível a imposição da OMS no sentido de que nos países latino-americanos as
necrópsias sejam precedidas de anestesia?
6) 3º Ano - Processo Penal: É correto afirmar que um crime cometido em anus beborum non dominus est, cometido
de forma indolosa no sujeito passivo, pode ter sua pena agravada de um terço se cometido com erro de fato?
7) 4º ano - Processo Penal: Um juiz de Direito preso em flagrante fumando maconha incide no "fumus boni iuris"?
8) Idem: Na fase inquisitorial de um crime de homicídio com autoria desconhecida, pode o promotor elaborar uma
denúncia vazia?
João Rodrigues Barbosa Filho (jrbf@matrix.com.br), leitor com veia poética, após se deparar com esta
página, até se inspirou para elaborar a seguinte poesia:
A LINGUAGEM DO DIREITO
ASSÉDIO SEXUAL
Tornou-se coisa biônica
E até transcendental
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Humor Jurídico
PRECONCEITO RACIAL
É dizer que gato preto
Pode nos dar azar
Está escrito no direito
Não discrimine animal
Pois fiança aí não dá
Seguindo o raciocínio
Sem nenhuma emoção
Seria então PATROCÍNIO
Se assassinar o patrão?
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