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1. Introdução
Por meio da atual Constituição Federal, a Assembléia Nacional Constituinte de
1987-88, no saudável afã de construir uma República democrata e social2, robusteceu
as instâncias de controle popular e estatal sobre o Poder Público, a sociedade e a
economia. Em conseqüência, no contemporâneo Direito Constitucional Positivo na-
cional as Comissões Parlamentares de Inquérito possuem poderes de investigação de
autoridade judicial (art. 58, § 3º, 1ª parte, da CF/88), reflexos do idealismo alvissareiro
dos mentores da ordem constitucional vigente, ansiosos em combater a praxe de o
Estado brasileiro — agravada pelo regime autoritário instaurado em 1964 e enrijecido
em 1968 — manter-se distante da promoção do interesse público.
Neste estudo, proporciona-se visão ampla e densa dos fundamentos em que se
esteiam as Comissões Parlamentares de Inquérito brasileiras e da dimensão de seus
poderes de investigação de autoridade judicial.
2. Escorço Histórico
Ao Senatus da Roma republicana cabia investigar, processar e julgar ilícitos
praticados por agentes da Alta Administração (v.g., corrupção feita por governadores
3
Storni, Louise. Resenha: Comissões Parlamentares de Inquérito: Princípio, Poderes e Limites.
Autores: Manoel Messias Peixinho e Ricardo Guanabara. Rits: rede de informações para o terceiro
setor, Rio de Janeiro, 6 ago. 2001. Disponível em: ‹http://www.rits.org.br›. Acesso em: 13 dez. 2003.
4
Chacon, Vamireh. História institucional do Senado do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1997,
p. 14-15.
5
Castro, Augusto Olympio Viveiros de. Tratado de ciência da administração e direito adminis-
trativo. 3. ed. Rio de Janeiro: J. R. Santos, 1914, p. ? SÁ, Afrânio de. Discurso ao tomar posse como
Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas, em 15.08.77. Manaus: Imprensa Oficial
do Estado do Amazonas, 1977, p. 1.
6
Preece, Warren E. (Ed.). The New Encyclopaedia Britannica: Micropaedia. Chicago: 15th ed.,
1980, v. 3, p. 796-797.
7
Moraes, Alexandre de. Direito constitucional. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2002, p. 371.
8
Preece, Warren E. (Ed.). The New Encyclopaedia Britannica: Macropaedia. Chicago: 15th ed.,
1980, v. 3, p. 212-213.
9
Lôbo da Costa, Moacyr. Origem, natureza e atribuições das comissões parlamentares de
inquérito: direito positivo brasileiro; limitações constitucionais. Revista de Direito Público, São Paulo,
n. 9, jul.-set. 1969, p. 111.
10
Ferreira Filho, Manoel Gonçalves. Curso de direito constitucional. 29. ed. São Paulo: Saraiva,
2002, p. 158.
11
Silva, Francisco Rodrigues da. CPI’s federais, estaduais e municipais: poderes e limitações.
Recife: Bagaço, 2000, p. 13.
12
Lôbo da Costa, Moacyr. Op. cit., p. 112.
13
Campos, Francisco. Comissão parlamentar de inquérito — poderes do Congresso — direitos
e garantias individuais — exibição de papéis privados. Revista Forense, Rio de Janeiro, n. 195, jul.-set.
1961, p. 75.
14
Silva, Francisco Rodrigues da. Op. cit., p. 16.
HIDEMBERG ALVES DA FROTA - TEORIA DAS COMISSÕES PARLAMENTARES... 231
15
Ibid., p. 17, 39.
16
Ibid., p. 17-32.
17
Oliveira, Erival da Silva. Comissão parlamentar de inquérito. Rio de Janeiro: Lumen Juris,
2001, p. 26-27.
18
Silva, Francisco Rodrigues da. Op. cit., p. 23.
19
Lôbo da Costa, Moacyr. Op. cit., p. 112.
20
Ferreira Filho, Manoel Gonçalves. Op. cit., p. 159.
21
Cretella Júnior, José. Comissão parlamentar de inquérito (CPI). Revista dos Tribunais, São
Paulo, ano 88, n. 770, dez. 1999, p. 434.
22
Não obstante, “Pontes de Miranda, quando, nos Comentários à Constituição Federal de
1934, Rio de Janeiro, v. I, p. 4999, afirmava, sem razão, que os constituintes tinham atribuído maior
importância à Câmara do que ao Senado, mas a interpretação sistemática dos artigos citados revela o
contrário, porque a Câmara Alta tinha os mesmos poderes fiscalizadores que a Câmara Baixa, embora a
leitura isolada do art. 36 pareça demonstrar o contrário”. Cf. Cretella Júnior, José. Op. cit., p. 437.
232 ANUARIO DE DERECHO CONSTITUCIONAL LATINOAMERICANO / 2006
O atual modelo brasileiro de CPI vai ao encontro daquele hoje adotado pelas
Constituições alemã de 1949 (art. 44), italiana de 1948 (art. 82), japonesa de 1946
(art. 62), portuguesa de 1976 (art. 178), espanhola de 1978 (art. 76) e venezuelana de
1999 (arts. 223 a 224). O florescimento das CPIs nas democracias de feitio ocidental
permitiu ao Parlamento sindicar o respeito ao ordenamento jurídico pelo aparelho
estatal, pela ordem econômica, pelo indivíduo e por todos os segmentos sociais.
32
Ibid., p. 116.
33
Salgado, Plínio. Comissões parlamentares de inquérito: doutrina, jurisprudência e legislação.
Belo Horizonte: Del Rey, 2001, p. 53.
34
Na esteira das Cartas Políticas de 1934 (art. 36 c/c art. 92, § 1º, inc. VI), 1946 (art. 53), 1967
(art. 39) e 1969 (art. 37), a Constituição Federal de 1988 (art. 58, § 3º) apenas evoca a possibilidade das
CPIs serem instauradas por meio do requerimento de um terço dos parlamentares. Por isso, não houve
a recepção do art. 1º, parágrafo único, 1ª parte, da Lei n. 1.579/52, o qual prevê a criação daquelas por
meio de decisão do Plenário da Casa Legislativa. Em verdade, o dispositivo legal em tela já era incons-
titucional sob a égide da Constituição de 1946 (art. 53).
35
Marinho, Josaphat. Comissão parlamentar de inquérito — indicação de integrantes. Revista
Trimestral de Direito Público, São Paulo, n. 4, out.-dez. 1993, p. 156.
36
Bulos, Uadi Lammêgo. Op. cit., p. 14.
37
Ibid., loc. cit.
38
Alves, José Wanderley Bezerra. Op. cit., p. 122.
39
Ibid., p. 121.
40
Ibid., p. 122.
41
Bulos, Uadi Lammêgo. Op. cit., p. 15.
42
Ibid., loc. cit.
43
Silva, José Luiz Mônaco da. Comissões parlamentares de inquérito. São Paulo: Ícone, 1999,
p. 58-59.
44
Alves, José Wanderley Bezerra. Op. cit., p. 297.
234 ANUARIO DE DERECHO CONSTITUCIONAL LATINOAMERICANO / 2006
45
Elucida o Ministro Paulo Brossard: “Podem ser objeto de investigação [pelas CPIs federais]
todos os assuntos que estejam na competência legislativa ou fiscalizatória do Congresso.” Cf. Brasil.
Supremo Tribunal Federal. Habeas corpus n. 71.039-RJ. Relator: Ministro Paulo Brossard. Brasília,
DF, 7 de abril de 1994. Diário da Justiça da União, Brasília, DF, 6 dez. 1996. Disponível em: ‹http://
www.stf.gov.br›. Acesso em: 13 jul. 2004.
46
Enumeração exemplificativa, baseada no elenco do art. 22, inc. I, da CF/88.
47
Gonçalves, Luiz Carlos dos Santos. Comissões parlamentares de inquérito: poderes de
investigação. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2001, p. 40.
48
Os inquéritos policiais civis têm como espeque legal o Título II, arts. 4º a 23, do Código de
Processo Penal. Os inquéritos policiais federais, além do precitado fundamental legal, estribam-se no
art. 27, § 7º, da Lei Complementar n. 10.683, de 28 de maio de 2003.
49
Além dos inquéritos policiais civis e federais, há o inquérito policial militar, “de inteira
responsabilidade de um corpo de militares, destacado especialmente para sua condução, ligado à força
a qual pertence o policial militar infrator”. Cf. Silva, Paulo Márcio da. Inquérito civil e ação civil
pública: instrumentos da tutela coletiva. Belo Horizonte: Del Rey, 2000, p. 81. O inquérito policial
militar se rege pelo disposto no Título III, arts. 9º a 28, do Código de Processo Penal Militar.
50
Os inquéritos civis se ancoram principalmente no art. 129, inc. III, da CF/88. Os procedimentos
administrativos inominados se respaldam no art. 26, inc. I, da Lei n. 8.625, de 12 de fevereiro de 1993,
a Lei Orgânica Nacional do Ministério Público.
51
Cuida-se de locução usual na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. Nesse sentido:
MS n. 6.880-DF, 8.184-DF, 8.297-DF, 5.626-DF, 8.851-DF, 6.078-DF, 8.834-DF, 8.027-DF, 8.249-
DF, 8.558-DF, 8.182-DF, 7.472-DF, 7.409-DF e 6.952-DF; ROMS n. 9.143-DF, 10.265-BA, 10.266-
BA, 10.872-PR e 7.318-PR; RESP n. 456.829-RN.
52
Expressão acolhida pela doutrina. Cf. Costa, José Armando. Processo administrativo discipli-
nar. 3. ed. Brasília, DF: Brasília Jurídica, 1999, p. 127.
HIDEMBERG ALVES DA FROTA - TEORIA DAS COMISSÕES PARLAMENTARES... 235
53
Citou-se acima, primeiro, a norma constitucional alusiva ao envio de parecer prévio pelo
Tribunal de Contas da União ao Congresso Nacional (art. 71, inc. I, 2ª parte), e, depois, o dispositivo
constitucional que aplica, em relação ao funcionamento das Cortes Fiscais, o princípio da simetria com
o centro e do paralelismo das formas (art. 75, caput).
54
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas
na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.
[...]
§ 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios
das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas
pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante
requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo,
sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a
responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
55
Artigo 178.º (Comissões)
[...]
5. As comissões parlamentares de inquérito gozam de poderes de investigação próprios das
autoridades judiciais.
56
Art. 82. Cada Câmara pode abrir inquéritos sobre assuntos de interesse público. Para esse fim
nomeia, entre os próprios integrantes, uma Comissão formada de modo a refletir a proporção dos vários
236 ANUARIO DE DERECHO CONSTITUCIONAL LATINOAMERICANO / 2006
grupos. A Comissão de inquérito procede às investigações e aos exames com os mesmos poderes e as
mesmas limitações da autoridade judiciária.
57
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer; mas o juiz poderá, no curso da
instrução ou antes de proferir sentença, determinar, de ofício, diligências para dirimir dúvida sobre
ponto relevante.
58
Comparato, Fábio Konder. Comissão parlamentar de inquérito. Revista Trimestral de Direito
Público, São Paulo, n. 10, jul.-set. 1995, p. 60. Nesse sentido: MORAES, Alexandre de. Limitações
constitucionais às Comissões Parlamentares de Inquérito. Revista de Direito Constitucional e Interna-
cional, São Paulo, n. 44, jul.-set. 2003, p. 154.
59
Art. 3º. Indiciados e testemunhas serão intimados de acordo com as prescrições estabelecidas
na legislação penal.
§ 1o Em caso de não-comparecimento da testemunha sem motivo justificado, a sua intimação
será solicitada ao juiz criminal da localidade em que resida ou se encontre, na forma do art. 218 do
Código de Processo Penal. (Renumerado pela Lei n. 10.679, de 23 de maio de 2003.)
60
Art. 6º. O processo e a instrução dos inquéritos obedecerão ao que prescreve esta Lei, no que
lhes for aplicável, e às normas do processo penal.
61
Identificados apenas pela data em que foram promulgados ou sancionados, os Diplomas
Legais belgas não recebem numeração.
62
Art. 4. (L 1996-06-30/34, art. 5, En vigueur : 1996-07-26) § 1. La Chambre ou la commission,
ainsi que leurs présidents pour autant que ceux-ci y soient habilités, peuvent prendre toutes les
mesures d’instruction prévues par le Code d’instruction criminelle.
63
Chambre des Représentants (francês), Kamer van volksvertegenwoordigers (neerlandês) ou
Abgeordnetenkammer (alemão).
64
Art. 145.
La commission d’enquête peut habiliter son président:
— à prendre toutes les mesures d’instruction prévues par le Code d’instruction criminelle ou
certaines d’entre elles, en application de l’article 4, § 1er, de la loi du 3 mai 1880 sur les
enquêtes parlementaires;
— à statuer sur les demandes visant à obtenir communication ou copie de procès-verbaux
d’auditions de témoins et de documents remis par des témoins, en application de l’article 146.
Lorsqu’elle procède elle-même à l’enquête parlementaire, la Chambre peut habiliter son
président:
— à prendre toutes les mesures d’instruction prévues par le Code d’instruction criminelle ou
certaines d’entre elles, en application de l’article 4, § 1er, de la loi du 3 mai 1880 sur les
enquêtes parlementaires;
HIDEMBERG ALVES DA FROTA - TEORIA DAS COMISSÕES PARLAMENTARES... 237
caput, 2ª parte72; art. 1973; art. 25, caput, parte final74; art. 29, caput, parte final75;
art. 32, caput, parte final76; art. 60, § 4º, inc. I77; art. 150, inc. VI, alínea “a”78);
(2) Notificarem os agentes públicos da unidade territorial em mira (por exemplo,
se for a União, qualquer autoridade pública federal), com o fito de tomar o seu depoi-
mento oral (ou escrito, se assim preferirem os agentes políticos listados pelo art. 221,
§ 1º, do Código de Processo Penal)79. Fundamento legal: interpretação restritiva do
do limite de legislar. Alegação de competência originária do Estado sobre a matéria. Não verificação. As
disposições do art. 169 são reguláveis através de lei complementar, a ser aplicada a todo o país,
justamente em observância ao princípio federativo insculpido no art. 1º da CF/88. Embargos de Declaração
n. 70003910577. Embargante: José Augusto Boscasi Marques da Silva. Embargado: Estado do Rio
Grande do Sul. Relator: Vasco Della Giustina. Porto Alegre, 6 de março de 2002. Disponível em: ‹http:/
/www.tj.rs.gov.br›. Acesso em: 05 jul. 2004.
72
Rio Grande do Sul. Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (Primeira Câmara
Especial Cível). A ‘Lei Camata’ não pode ofender o princípio federativo, do qual deflui o princípio da
autonomia de Estados e Municípios (CF/88, arts. 1º, 18 e 29 a 30). Apelação e Reexame Necessário n.
70002077824. Relator: Adão Sérgio do Nascimento Cassiano. Porto Alegre, 4 de abril de 2001. Revista
de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2002, v. 1, t.
249. Disponível em: ‹http://www.tj.rs.gov.br›. Acesso em: 05 jul. 2004.
73
Afonso da Silva, José. Curso de direito constitucional positivo. 21. ed. São Paulo: Malheiros, 2003,
p. 474.
74
Carraza, Roque Antonio. Curso de direito constitucional tributário. 18. ed. São Paulo: 2003,
p. 133-134.
75
Rio Grande do Sul. Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (Primeira Câmara
Especial Cível). A ‘Lei Camata’ não pode ofender o princípio federativo, do qual deflui o princípio da
autonomia de Estados e Municípios (CF/88, arts. 1º, 18 e 29 a 30). Apelação Cível n. 0002078467.
Relator: Adão Sérgio do Nascimento Cassiano. Porto Alegre, 4 de abril de 2001. Revista de Jurisprudência
do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2002, v. 1, t. 150. Disponível em:
‹http://www.tj.rs.gov.br›. Acesso em: 05 jul. 2004.
76
Distrito Federal. Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (1ª Turma Cível). 1. A
Constituição Federal de 1988 garantiu ao Distrito Federal a natureza de ente federativo autônomo, em
virtude da presença de sua tríplice capacidade de auto-organização, autogoverno e auto-administração
e estabeleceu sua competência no artigo 32. De fato, as normas de cada ente são independentes, em
respeito ao princípio federativo, este considerado como cláusula pétrea pelo nosso ordenamento jurí-
dico. Em razão disso, o Distrito Federal não pode arcar com incorporações derivadas do exercício de um
cargo efetivo de uma unidade federativa diversa. Apelação Cível n. 20020110026704APC DF. Relator:
Hermenegildo Gonçalves. Brasília, DF, 31 de março de 2003. Diário da Justiça da União, Brasília, DF,
28 mai. 2003. Disponível em: ‹http://www.tjdf.gov.br›. Acesso em: 05 jul. 2004.
77
Carraza, Roque Antonio. Op. cit., p. 132.
78
Brasil. Tribunal Regional Federal (4. Região). Execução. Lei Municipal n. 3.589/91. Art. 150, VI,
“a” da Constituição Federal. Substituição tributária. Imunidade recíproca. Responsabilidade da União, por
substituição, pelo pagamento do imposto sobre serviço prestado por terceiro. Inadmissibilidade. Não é
admissível que um ente federativo imponha a outro o pagamento de imposto, mesmo por substituição, face
à afronta ao princípio da imunidade recíproca e, por conseqüência, à forma federativa de Estado. Apelo a que
se nega provimento. Apelação cível n. 262.908-SC (199904010132954). Relatora: Juíza Convocada Vânia
Hack de Almeida. Porto Alegre, 23 de maio de 2000. Diário da Justiça da União, Brasília, DF, 28 jun. 2000.
Disponível em: ‹http://www.cjf.gov.br›. Acesso em: 05 jul. 2004.
79
Alves, José Wanderley Bezerra. Op. cit., p. 231.
HIDEMBERG ALVES DA FROTA - TEORIA DAS COMISSÕES PARLAMENTARES... 239
art. 2º, 2ª parte, da Lei n. 1.579/52. A exegese restringente dessa regra legal se dobra
aos contornos a ela impostos pelo tratamento isonômico dispensado aos entes políti-
co-administrativos, almejando-se a não-intervenção80 de um ente federativo em outro
(a intervenção de uma pessoa política em outra vem à tona mediante expressa auto-
rização constitucional, em circunstâncias específicas arroladas pelos arts. 34 a 36,
da CF/88)81. Excepcionam-se notificações de autoridades públicas de outros entes
constitucionais, em se tratando de inquérito sobre “recursos repassados voluntaria-
mente (convênios)”82 do ente político da CPI àquele da autoridade depoente, caso a
pessoa política da primeira seja de estatura superior à da segunda (a União em re-
lação às demais pessoas constitucionais e o Estado-federado em relação a Município
inserto em seu território);
(3) Exigirem documentos públicos da Administração Pública pertencente ao ente
autônomo dentro do qual se situa sua Casa das Leis83, incidindo tal poder requisitório
sobre as empresas públicas lato sensu84, estatais, governamentais ou do setor pú-
blico (quais sejam, empresas públicas puras85, sociedades de economia mista86 e
demais sociedades empresárias controladas pelo Estado87)88. Fundamento legal: Lei
80
Ibid., p. 233.
81
Ibid., p. 232-233.
82
Ibid., p. 233.
83
Costa, Alexandre Lúcio de. Op. cit., p. 1.761.
84
SÁ, Afrânio de. Sociedades de economia mista. Revista de Ciência Política, Rio de Janeiro, v.
26, n. 1, jan.-abr. 1983, p. 35.
85
“Na verdade a expressão empresa pública alberga genericamente duas espécies, que são a
sociedade de economia mista e a empresa pública pura.” Cf. SÁ, Afrânio de. Princípio da legalidade no
Estado Liberal e Social. 1977. 192 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Jurídicas) — Centro de
Ciências Sociais, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1977, p. 130. Ao
se referir a ambas, Di Pietro prefere a locução empresas estatais ou governamentais para designar as
empresas sob controle estatal: “Deve ser evitada a expressão empresa pública, nesse sentido genérico
de empresa estatal, tendo em vista que, no direito brasileiro, essa designação é reservada a determinado
tipo de entidade da Administração Indireta, com características que as distinguem das demais.” Cf. Di
Pietro, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2001, p. 374. Cunha
aventa como sinônimo de empresas estatais o rótulo empresas do setor público. Cf. Cunha, Paulo César
Melo da. O tratamento jurídico das empresas estatais e os reflexos do consórcio celebrado entre
empresas do setor público e do setor privado. Revista de Direito da Procuradoria Geral do Estado do
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, n. 56, jan.-dez. 2003, p. 270.
86
Na esteira dos incs. II e III (respectivamente), do art. 5º, do Decreto-Lei n. 200/67, no tocante
à composição do capital, nota-se diferença essencial: a empresa pública propriamente dita se municia
unicamente de capital público, enquanto a sociedade de economia mista se abebera no capital público e
privado, prevalecendo aquele sobre este.
87
Conjunto de empresas sob controle direto ou indireto do setor público, na condição de
ramificações da Administração Pública Indireta, o gênero empresas públicas em sentido amplo (Sá),
empresas do setor público (Cunha) ou empresas estatais ou governamentais (Di Pietro) abarca as
definições legais de empresa pública e de sociedade de economia mista trazidas pelo incs. II e III
(respectivamente), do art. 5º, do Decreto-Lei n. 200/67, “mas também as demais que — embora
240 ANUARIO DE DERECHO CONSTITUCIONAL LATINOAMERICANO / 2006
controladas pelo Estado e por isso estatais — com aquelas não se confundem”. Cf. Grau, Eros Roberto.
A ordem econômica na Constituição de 1988. 5. ed. São Paulo: Malheiros, 2000, p. 141.
88
Salgado, Plínio. Op. cit., p. 138.
89
Embora o n. 3 do art. 13 mencione requerimento e solicitação (pedido), a leitura do n. 4 do
mesmo art. esclarece: trata-se, em verdade, de requisição (exigência legal), cujo descumprimento impli-
ca a ocorrência de crime de desobediência qualificada (art. 19.1). Ademais, a exemplo das CPIs brasileiras
pós-CF/88, as CPIs do Parlamento português possuem poderes de investigação de autoridade judicial
(art. 13.1), incompatíveis com a expedição por tais colegiados, nessas circunstâncias, de meros
requerimentos. Explica Tourinho Filho: “Requisição é exigência legal. Requisitar é exigir legalmente. Já
a palavra requerimento traduz a idéia de solicitação de algo permitido por lei.” (grifo do autor) Cf.
Tourinho Filho, Fernando da Costa. Manual de processo penal. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2002, p. 70.
90
Sandoval, Ovídio Rocha Barros. CPI ao pé da letra. Campinas: Millennium, 2001, p. 88.
91
Sandoval, Ovídio Rocha Barros. Op. cit., p. 89.
92
Moreira Neto, Diogo de Figueiredo. Curso de direito administrativo: parte introdutória, parte
geral e parte especial. 12. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2002, p. 80-81.
HIDEMBERG ALVES DA FROTA - TEORIA DAS COMISSÕES PARLAMENTARES... 241
99
Costa JR., Paulo José da. O direito de estar só: tutela penal da intimidade. 2. ed. São Paulo:
RT, 1995, p. 36.
100
Costa JR., Paulo José da. Op. cit., p. 36-37.
101
Garcia, Emerson; Alves, Rogério Pacheco. Improbidade administrativa. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2002, p. 475.
102
Sampaio, José Adércio Leite. Direito à intimidade e à vida privada: uma visão jurídica da
sexualidade, da família, da comunicação e informações pessoais, da vida e da morte. Belo Horizonte: Del
Rey, 1998, p. 412.
103
Szaniawski, Elimar. Direitos de personalidade e sua tutela. São Paulo: RT, 1993, p. 136-137.
HIDEMBERG ALVES DA FROTA - TEORIA DAS COMISSÕES PARLAMENTARES... 243
104
Costa JR., Paulo José da. Op. cit., loc. cit.
105
Brasil. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Mandado de Segurança n. 23.452-RJ.
Relator: Ministro Celso de Mello. Brasília, DF, 16 de setembro de 1999. Diário da Justiça da União,
Brasília, DF, 12 mai. 2000. Disponível em: ‹http://www.stf.gov.br›. Acesso em: 12 jul. 2004.
244 ANUARIO DE DERECHO CONSTITUCIONAL LATINOAMERICANO / 2006
106
Repisem-se estas palavras do Ministro Celso de Mello: o sigilo telefônico incide sobre os
dados/registros telefônicos e [...] não se identifica com a inviolabilidade das comunicações telefônicas.
Cf. Brasil. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Mandado de Segurança n. 23.452-RJ. Relator:
Ministro Celso de Mello. Brasília, DF, 16 de setembro de 1999. Diário da Justiça da União, Brasília,
DF, 12 mai. 2000. Disponível em: ‹http://www.stf.gov.br›. Acesso em: 12 jul. 2004.
107
Ainda que o Ministro Celso de Mello nomine esfera de intimidade o que nesta monografia se
chama esfera da vida privada em sentido estrito, o seu ponto de vista, em essência, afina-se com o
referencial teórico ora hasteado.
HIDEMBERG ALVES DA FROTA - TEORIA DAS COMISSÕES PARLAMENTARES... 245
108
Brasil. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Mandado de Segurança n. 23.452-RJ.
Relator: Ministro Celso de Mello. Brasília, DF, 16 de setembro de 1999. Diário da Justiça da União,
Brasília, DF, 12 mai. 2000. Disponível em: ‹http://www.stf.gov.br›. Acesso em: 12 jul. 2004.
109
Brasil. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Mandado de Segurança n. 24.749-DF.
Relator: Ministro Marco Aurélio. Brasilia, DF, 29 de setembro de 2004. Diário da Justiça da União,
Brasília, DF, 5 nov. 2004. Disponível em: ‹http://www.stf.gov.br›. Acesso em: 17 jan. 2004.
110
Ibid., loc. cit.
111
Brasil. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Mandado de Segurança n. 24.029-DF.
Relator: Ministro Maurício Corrêa. Brasília, DF, 3 de outubro de 2002. Diário da Justiça da União,
Brasília, DF, 22 mar. 2002. Disponível em: ‹http://www.stf.gov.br›. Acesso em: 17 jan. 2004.
112
Brasil. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Mandado de segurança n. 24.135-DF.
Impetrante: Hugo Wolovikis Braga. Advogados: Esdra Dantas de Souza e outra. Impetrada: Comissão
Parlamentar Mista de Inquérito (CPI do Roubo de Cargas). Relator: Ministro Nelson Jobim. Brasília,
DF, 3 de outubro de 2002. Diário da Justiça da União, Brasília, DF, 6 jun. 2003. Disponível em: ‹http:/
/www.stf.gov.br›. Acesso em: 14 ago. 2004.
113
Brasil. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Mandado de segurança n. 24.217-DF.
Impetrante: José Fuscaldi Cesílio. Advogados: Clésia Pinho Pires e outro. Impetrado: Presidente da
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI do Roubo de Cargas). Relator: Ministro Maurício
Corrêa. Brasília, DF, 28 de agosto de 2002. Diário da Justiça da União, Brasília, DF, 18 out. 2002.
Disponível em: ‹http://www.stf.gov.br›. Acesso em: 14 ago. 2004.
114
Ibid., loc. cit.
246 ANUARIO DE DERECHO CONSTITUCIONAL LATINOAMERICANO / 2006
1. [...]
2. O Tribunal já firmou entendimento de que as Comissões Parlamentares de
Inquérito são dotadas de poder investigatório, ficando assentado que devem elas,
a partir de meros indícios, demonstrar a existência concreta de causa provável
que legitime a quebra do sigilo.
3. Depoimento do impetrante e acareação com testemunha que o acusara de
receptador. Coincidência com declarações de outra testemunha. Relatório da Polícia
Federal. Causa provável ensejadora da quebra dos sigilos fiscal, bancário e
telefônico.
Segurança denegada.115 (grifos nossos)
(5) No MS n. 24.028-DF116 reconheceu ter a quebra dos sigilos bancário, fiscal
e telefônico levada a efeito pela CPI Mista do Roubo de Cargas se estribado “em
indícios já existentes nos autos da CPI e de conhecimento daquele órgão”117;
(6) No MS n. 23.860118 anuiu com a quebra dos sigilos fiscal e bancário pela CPI
do Futebol, em função de o ato baixado por esta ter partido “de fato concreto”119;
(7) No MS n. 23.882120 concedeu segurança para o primeiro impetrante, vítima de
quebra de sigilos bancário e fiscal pela CPI do Futebol (apoiada em “meras conjectu-
ras”121); todavia, indeferiu-a para o segundo impetrante, alvo do descerramento de tais
sigilos, já que havia a CPI se escorado em “fatos concretos com base em indícios”122;
(8) No MS n. 23.843-RJ123 reprisou que a quebra dos sigilos bancário e fiscal se
submete à “fundamentação adequada, contemporânea ao ato que a ordena e escora-
da em fatos idôneos”124;
EMENTA: Comissão Parlamentar de Inquérito. Quebra de sigilo bancário e fiscal.
— Esta Corte, em julgamentos relativos a mandados de segurança contra a
quebra de sigilo bancário e fiscal determinada por Comissão de Inquérito Parlamentar
(assim, entre outros, nos MS’s 23.452, 23.454, 23.851, 23.868 e 23.964), já firmou o
entendimento de que tais Comissões têm competência para isso desde que essa
115
Ibid., loc. cit.
116
Brasil. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Mandado de segurança n. 24.028-DF.
Relator: Ministro Néri da Silveira. Brasília, DF, 22 de outubro de 2001. Diário da Justiça da União,
Brasília, DF, 1 mar. 2002. Disponível em: ‹http://www.stf.gov.br›. Acesso em: 17 jan. 2004.
117
Ibid., loc. cit.
118
Brasil. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Mandado de segurança n. 23.860-SP.
Relator: Ministro Maurício Corrêa. Brasília, DF, 31 de outubro de 2001. Diário da Justiça da União,
Brasília, DF, 1 fev. 2002. Disponível em: ‹http://www.stf.gov.br›. Acesso em: 17 jan. 2004.
119
Ibid., loc. cit.
120
Brasil. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Mandado de segurança n. 23.883-PR.
Relator: Ministro Maurício Corrêa. Brasília, DF, 31 de outubro de 2001. Diário da Justiça da União,
Brasília, DF, 1 fev. 2002. Disponível em: ‹http://www.stf.gov.br›. Acesso em: 17 jan. 2004.
121
Ibid., loc. cit.
122
Ibid., loc. cit.
123
Brasil. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Mandado de Segurança n. 23.843-RJ.
Relator: Ministro Moreira Alves. Brasília, DF, 10 de outubro de 2001. Diário da Justiça da União,
Brasília, DF, 1 ago. 2003. Disponível em: ‹http://www.stf.gov.br›. Acesso em: 13 jul. 2004.
124
Ibid., loc. cit.
HIDEMBERG ALVES DA FROTA - TEORIA DAS COMISSÕES PARLAMENTARES... 247
135
Brasil. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Mandado de segurança n. 23.868-DF.
Impetrante: Federação Gaúcha de Futebol. Advogados: Rodrigo Lopes Lourenço e outro. Impetrada:
Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado Federal (CPI do Futebol). Relator: Ministro Celso de
Mello. Brasília, DF, 30 de agosto de 2001. Diário da Justiça da União, Brasília, DF, 21 jun. 2002.
Disponível em: ‹http://www.stf.gov.br›. Acesso em: 14 ago. 2004.
136
Brasil. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Mandado de segurança n. 23.964-DF.
Impetrantes: Rudimar Basso e outros. Advogados: Winícius Alves da Rosa e outros. Advogado: Rogério
Marinho Leite Chaves. Impetrada: Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI do Roubo de Car-
gas). Relator: Ministro Celso de Mello. Brasília, DF, 30 de agosto de 2001. Diário da Justiça da União,
Brasília, DF, 21 jun. 2002. Disponível em: ‹http://www.stf.gov.br›. Acesso em: 14 ago. 2004.
137
Ibid., loc. cit.
138
Brasil. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Habeas corpus n. 80.420-RJ. Relator do
processo: Ministro Sepúlveda Pertence. Relatora do acórdão: Ministra Ellen Gracie. Brasília, DF, 28 de
junho de 2001. Diário da Justiça da União, Brasília, DF, 1 fev. 2002. Disponível em: ‹http://
www.stf.gov.br›. Acesso em: 16 jan. 2005.
139
Brasil. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Mandado de Segurança n. 23.652-DF.
Relator: Ministro Celso de Mello. Brasília, DF, 22 de novembro de 2000. Diário da Justiça da União,
Brasília, DF, 16 fev. 2001. Disponível em: ‹http://www.stf.gov.br›. Acesso em: 16 jan. 2005.
140
Brasil. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Mandado de Segurança n. 23.639-DF.
Relator: Celso de Mello. Brasília, DF, 16 de novembro de 2000. Diário da Justiça da União, Brasília,
DF, 16 fev. 2001. Disponível em: ‹http://www.stf.gov.br›. Acesso em: 16 jan. 2005.
141
Ibid., loc. cit.
142
Brasil. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Mandado de Segurança n. 23.556-DF.
Relator: Ministro Octávio Gallotti. Brasília, DF, 14 de setembro de 2000. Diário da Justiça da União,
Brasília, DF, 7 dez. 2000. Disponível em: ‹http://www.stf.gov.br›. Acesso em: 16 jan. 2005.
143
Brasil. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Mandado de Segurança n. 23.668-DF.
Relator: Ministro Octavio Gallotti. Brasília, DF, 29 de junho de 2000. Diário da Justiça da União,
Brasília, DF, 24 nov. 2000. Disponível em: ‹http://www.stf.gov.br›. Acesso em: 16 jan. 2005.
144
Brasil. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Mandado de Segurança n. 23.619-DF.
Relator: Ministro Octavio Gallotti. Brasília, DF, 4 de maio de 2000. Diário da Justiça da União,
Brasília, DF, 7 dez. 2000. Disponível em: ‹http://www.stf.gov.br›. Acesso em: 16 jan. 2005.
HIDEMBERG ALVES DA FROTA - TEORIA DAS COMISSÕES PARLAMENTARES... 249
145
Brasil. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Mandado de Segurança n. 23.480-RJ.
Relator: Ministro Sepúlveda Pertence. Brasília, DF, 4 de maio de 2000. Diário da Justiça da União,
Brasília, DF, 15 set. 2000. Disponível em: ‹http://www.stf.gov.br›. Acesso em: 16 jan. 2005.
146
Brasil. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Mandado de Segurança n. 23.466-DF.
Relator: Ministro Sepúlveda Pertence. Brasília, DF, 4 de maio de 2000. Diário da Justiça da União,
Brasília, DF, 6 abr. 2001. Disponível em: ‹http://www.stf.gov.br›. Acesso em: 16 jan. 2005.
147
Ibid., loc. cit.
148
Brasil. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Mandado de Segurança n. 23.455-DF.
Relator: Ministro Néri da Silveira. Brasília, DF, 24 de outubro de 1999. Diário da Justiça da União,
Brasília, DF, 7 dez. 2000. Disponível em: ‹http://www.stf.gov.br›. Acesso em: 16 jan. 2005.
149
Ibid., loc. cit.
150
Brasil. Supremo Tribunal Federal (decisão monocrática). Mandado de Segurança n. 23.444-
DF. Relator: Ministro Maurício Corrêa. Brasília, DF, 29 de junho de 1999. Diário da Justiça da União,
Brasília, DF, 28 mar. 2000. Disponível em: ‹http://www.stf.gov.br›. Acesso em: 17 jan. 2005.
151
Ibid., loc. cit.
152
Brasil. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Habeas corpus n. 71.231-RJ. Relator:
Ministro Carlos Velloso. Brasília, DF, 5 de maio de 1994. Diário da Justiça da União, Brasília, DF, 31
out. 1996. Disponível em: ‹http://www.stf.gov.br›. Acesso em: 16 jan. 2005.
153
Brasil. Supremo Tribunal Federal (decisão monocrática). Mandado de Segurança n. 23.452-
RJ. Relator: Ministro Celso de Mello. Brasília, DF, 1º de junho de 1999. Diário da Justiça da União,
Brasília, DF, 8 jun. 1999. Disponível em: ‹http://www.stf.gov.br›. Acesso em: 17 jan. 2005.
154
Ibid., loc. cit.
250 ANUARIO DE DERECHO CONSTITUCIONAL LATINOAMERICANO / 2006
8. Conclusão
1. No Direito Constitucional do Sistema Romano-Germânico a consagração do
instituto das Comissões Parlamentares de Inquérito ocorre com o advento da Consti-
tuição alemã de 1919 (art. 34.1, 1ª parte), na qual se inspira a Constituição brasileira
de 1934 (art. 36 c/c art. 92, § 1º, inc. VI), cujo modelo é seguido e aprimorado pelas
Cartas Políticas pátrias de 1934 (art. 36 c/c art. 92, § 1º, inc. VI), 1946 (art. 53), 1967
(art. 39), 1969 (art. 37) e 1988 (art. 58, § 3º), estando esta última no patamar evolutivo
das Constituições alemã de 1949 (art. 44), italiana de 1948 (art. 82), japonesa de 1946
(art. 62), portuguesa de 1976 (art. 178), espanhola de 1978 (art. 76) e venezuelana de
1999 (arts. 223 a 224);
155
Ibid., loc. cit.
156
Brasil. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Habeas corpus n. 71.039-RJ. Relator:
Ministro Paulo Brossard. Brasília, DF, 7 de abril de 1994. Diário da Justiça da União, Brasília, DF, 6
dez. 1996. Disponível em: ‹http://www.stf.gov.br›. Acesso em: 13 jul. 2004.
157
Brasil. Supremo Tribunal Federal (Tribunal Pleno). Habeas corpus n. 71.039-RJ. Relator:
Ministro Paulo Brossard. Brasília, DF, 7 de abril de 1994. Diário da Justiça da União, Brasília, DF, 6
dez. 1996. Disponível em: ‹http://www.stf.gov.br›. Acesso em: 13 jul. 2004.
HIDEMBERG ALVES DA FROTA - TEORIA DAS COMISSÕES PARLAMENTARES... 251
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