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UNIDADE 07
A origem formal do constitucionalismo está ligada às Constituições escritas e rígidas dos Estados Unidos
da América, em 1787, após a independência das 13 Colônias. E a Constituição da França, em 1791, a partir da
Revolução Francesa.
A Constituição apresenta dois traços marcantes:
Organização do Estado;
Limitação do poder estatal, por meio da previsão de direitos e garantias fundamentais.
O Direito Constitucional é um ramo do Direito Público, destacado por ser fundamental à organização e
funcionamento do Estado, à articulação dos elementos primários do mesmo e ao estabelecimento das bases da
estrutura política.
Deve ser entendida como a lei fundamental e suprema de um Estado, que contém normas referentes à
estrutura do Estado, à formação dos poderes públicos, forma de governo e aquisição do poder de governar,
distribuição de competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos.
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A Constituição do Império do Brasil, jurada a 25-3-1824, previa em seu Título VIII - "Das
disposições geraes, e garantias dos direitos civis e políticos dos cidadãos brazileiros "- extenso rol de direitos
humanos fundamentais. O artigo 179 possuía 35 incisos, consagrando direitos e garantias fundamentais, tais
como: princípios da igualdade e legalidade, livre manifestação do pensamento, impossibilidade de censura prévia,
liberdade religiosa, liberdade de locomoção, inviolabilidade de domicílio, possibilidade de prisão somente em
flagrante delito ou por ordem da autoridade competente, fiança, princípio da reserva legal e anterioridade da lei
penal, independência judicial, princípio do juiz natural, livre acesso aos cargos públicos, abolição dos açoites, da
tortura, da marca de ferro quente e todas as mais penas cruéis, individualização da pena, respeito à dignidade do
preso, direito de propriedade, liberdade de profissão, direito de invenção, inviolabilidade das correspondências,
responsabilidade civil do Estado por ato dos funcionários públicos, direito de petição, gratuidade do ensino
público primário.
A existência de um rol onde os direitos humanos fundamentais fossem expressamente declarados
foi novamente repetida pela 1ª Constituição republicana, de 24-2-1891, que em seu Título III - Seção II, previa a
Declaração de Direitos.
Além dos tradicionais direitos e garantias individuais que já haviam sido consagrados pela
Constituição anterior, podemos destacar as seguintes previsões estabelecidas pelo artigo 72: ampla defesa,
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abolição das penas das galés e do banimento judicial, abolição da pena de morte, reservadas as disposições da
legislação militar em tempo de guerra, habeas-corpus, propriedade de marcas de fábrica, Instituição do Júri....
A tradição das Constituições brasileiras preverem um capítulo sobre direitos e garantias foi
mantida pela Constituição de 16-7-1934, que repetiu- em seu artigo 113 e seus 38 incisos - o extenso rol de
direitos humanos fundamentais acrescentando: consagração do direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa
julgada, irretroatividade da lei penal, impossibilidade de prisão civil por dívidas...
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A Carta de 1988, com marco jurídico da transição ao regime democrático, alargou de forma
significativa o campo dos direitos e garantias fundamentais, colocando-se entre as Constituições mais
avançadas do mundo no que diz respeito à matéria.
Os trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte são marcados pela tensão constante entre os
deputados que pretendiam implantar no Brasil um verdadeiro “estado social”, e aqueles que
pretendiam um “estado liberal”;
O resultado dessa tensão permanente está no texto constitucional que, por um lado, é pródigo em
direitos e garantias fundamentais – individuais e coletivas mas, por outro lado, adota o capitalismo
e prioriza a iniciativa privada e a livre concorrência;
Mas a Constituição Federal de 1988 é um avanço, um marco histórico significativo na reconstrução
do Estado Democrático de Direito no Brasil.
“ Quando, após tantos anos de lutas e sacrifícios promulgamos o Estatuto do Homem, da Liberdade e
da Democracia, bradamos por imposição de sua honra: temos ódio à ditadura. Ódio e nojo.
Amaldiçoamos a tirania onde quer que ela desgrace homens e nações, principalmente na América
Latina.” Deputado Federal Ulysses Guimarães – trecho do discurso pronunciado em 05.10.88, na
sessão de promulgação da Constituição Federal.