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DIREITO CONSTITUCIONAL

AULA 4
PROFª FLAVIA BAHIA
Histórico das Constituições Brasileiras.
1824
O voto era censitário, baseado em bens de raízes, ou seja,
tudo que tivesse valor financeiro. Desse modo, não só a
aristocracia votaria, mas o comércio também poderia votar;
Previa um extenso rol de liberdades públicas;
Eram excluídos de votar nas Assembleias Paroquiais os que
não tiverem renda líquida anual de cem mil réis por bens de
raiz, indústria, comércio, ou empregos;
Religião católica apostólica romana;
Poder Legislativo, o Poder Moderador, o Poder Executivo, e
o Poder Judicial.
1891
Não podiam alistar-se eleitores para as eleições federais ou
para as dos Estados os mendigos e os analfabetos. As
mulheres também não votavam;
Foi abolida a pena de morte, reservadas as disposições da
legislação militar em tempo de guerra;
Trouxe o habeas corpus sempre que o indivíduo sofresse ou
se achasse em iminente perigo de sofrer violência ou
coação por ilegalidade ou abuso de poder;
Liberdade religiosa;
Estabeleceu, pela primeira vez na história constitucional do
Brasil, a possibilidade de intervenção federal nos Estados;
Criou o STF e a jurisdição constitucional;
Sistema tripartido de poderes.
O Constitucionalismo Social
Historicamente, é cabível afirmar que a Constituição
Mexicana de 1917 e a Constituição de Weimar de 1919
representam o marco a partir do qual se vislumbra o
reconhecimento explicitado pelo Estado no sentido de que,
a par do cumprimento de seu dever de garantir aos cidadãos
o respeito às liberdades clássicas, a atuação do poder
público é necessária para que os indivíduos possam melhor
desfrutar de seus direitos e de suas garantias, mormente os
concernentes aos objetivos que o Estado-Providência
intenta realizar.
A Constituição Brasileira de 1934 inaugurou a ordem jurídica
inerente a esse Estado Social, com seus preceitos
inovadores e suas disposições nitidamente sensibilizadas
para a problemática social, apesar das dificuldades práticas
para a implementação de suas formalidades.
1934
Implantou a justiça do trabalho, a justiça eleitoral e o voto
secreto;
Primeira Constituição a consagrar os direitos dos
trabalhadores, como a jornada de oito horas e a proibição
do trabalho infantil;
Previu o direito de voto às mulheres na Constituição;
Não podiam alistar-se como eleitores os mendigos e os
analfabetos;
Introduziu o mandado de segurança individual e a ação
popular no texto da Constituição;
Ressalvou que o direito de propriedade não poderia ser
exercido contra o interesse social ou coletivo, na forma
determinada por lei, além de ter incorporado, em seu texto,
regras de Direito Previdenciário.
1937
Inspirada num modelo fascista da Carta ditatorial polonesa
de 1935, foi extremamente autoritária. Conhecida por
Constituição “polaca”;
Além dos casos previstos na legislação militar para o tempo
de guerra, a lei poderia prescrever a pena de morte para
alguns crimes, inclusive os de homicídio cometido por
motivo fútil e com extremos de perversidade;
A perda de direitos políticos poderia ser decretada: pela
recusa, motivada por convicção religiosa, filosófica ou
política, de encargo, serviço ou obrigação imposta por lei
aos brasileiros;
A lei poderia prescrever censura prévia da imprensa, do
teatro, do cinematógrafo, da radiodifusão, facultando à
autoridade competente proibir a circulação, a difusão ou a
representação;
A greve e o lock-out foram declarados recursos anti-sociais
nocivos ao trabalho e ao capital e incompatíveis com os
superiores interesses da produção nacional;
1946
O alistamento e o voto se tornaram obrigatórios para os
brasileiros de ambos os sexos, salvo as exceções previstas em
lei;
Não podiam alistar-se eleitores os analfabetos;
Foi assegurada a manifestação do pensamento, sem que
dependa de censura, salvo quanto a espetáculos e diversões
públicas;
Foi estabelecida a função social da propriedade, prevendo
desapropriação com indenização;
Proibiu a organização, o registro ou o funcionamento de qualquer
partido político ou associação, cujo programa ou ação contrarie
o regime democrático;
Foi a primeira a incluir a Justiça do Trabalho no Poder Judiciário,
conferindo aos juízes do trabalho as garantias asseguradas a
toda a magistratura.
Proibiu a pena de morte, de banimento, de confisco e a de
caráter perpétuo. Foram ressalvadas, quanto à pena de
morte, as disposições da legislação militar em tempo de
guerra com país estrangeiro;
Reconhecido o direito de greve, cujo exercício a lei
regularia.
1967
Criou a ação de suspensão de direitos individuais e
políticos;
Foram aprovados e excluídos de apreciação judicial os atos
praticados pelo Comando Supremo do Golpe de 31 de
março de 1964;
Em 1968, instituem o AI- 5.
EC 1/69
Nesse texto emendado, o poder ficou cada vez mais
centralizado, tanto horizontalmente (legislativo, executivo e
judiciário), quanto verticalmente (União, Estados e
Municípios), nas mãos do Presidente da República;
Eliminou as imunidades parlamentares materiais e
processuais;
Determinou a liberdade de criação de partidos políticos.
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 26, DE 27 DE NOVEMBRO
DE 1985.

Convoca
Assembleia Nacional Constituinte e dá outras providências.
NEOCONSTITUCIONALISMO
Nas palavras de Luís Roberto Barroso, que aborda os
marcos fundamentais para se chegar ao
neoconstitucionalismo:
“[...] Em suma: o neoconstitucionalismo ou novo direito
constitucional, na acepção aqui desenvolvida, identifica um
conjunto amplo de transformações ocorridas no Estado e no
direito constitucional, em meio às quais podem ser
assinalados, (i) como marco histórico, a formação do Estado
constitucional de direito, cuja consolidação se deu ao longo
das décadas finais do século XX;
(ii) como marco filosófico, o pós-positivismo, com a
centralidade dos direitos fundamentais e a reaproximação
entre Direito e ético; e (iii) como marco teórico, o conjunto
de mudanças que incluem a força normativa da
Constituição, a expansão da jurisdição constitucional e o
desenvolvimento de uma nova dogmática de interpretação
constitucional. Desse conjunto de fenômenos resultou um
processo extenso e profundo de constitucionalização do
Direito [...].
Fruto desse processo, a constitucionalização do Direito
importa na irradiação dos valores abrigados nos princípios e
regras da Constituição por todo o ordenamento jurídico,
notadamente por via da jurisdição constitucional, em seus
diferentes níveis. Dela resulta a aplicabilidade direta da
Constituição a diversas situações, a inconstitucionalidade
das normas compatíveis com a Carta Constitucional e,
sobretudo, a interpretação das normas infraconstitucionais
conforme a Constituição, circunstância que irá conformar-
lhes o sentido e o alcance. A constitucionalização, o
aumento da demanda por justiça por parte da sociedade
brasileira e a ascensão institucional do Poder Judiciário
provocaram, no Brasil, uma intensa judicialização das
relações políticas e sociais.
Características:
Constitucionalização do ordenamento jurídico;
Renovação da Teoria das Fontes;
Uma nova Teoria dos Princípios;
Desenvolvimento da teoria dos direitos fundamentais;
Método da Ponderação;
Atuação fortalecida do Poder Judiciário.

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