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SOARES, Mário Lúcio Quintão. Teoria do Estado. Belo Horizonte, DelRey, 2004 (cap. 9,
10,11).
“O conceito de juridicidade em Kant dissolveu o paradoxo das regras de ação que, exceto
sua valia moral, apenas exigem comportamento correspondente à norma: as normas jurídicas
são simultaneamente, leis de coerção e leis de liberdade.” (p. 190)
“Os quatro status analisados resumem as condições nas quais o indivíduo coloca-se
perante o Estado como seu membro. [...] Esses quatro status formam uma linha ascendente,
primeiro, o indivíduo obrigado à obediência aparece privado de personalidade; depois, obtém
uma esfera independente, livre do Estado; a seguir, o próprio Estado obriga-se a prestações
para com o indivíduo e, por último, a vontade individual é chamada a participar no exercício
do poder político ou vem mesmo a ser reconhecida como investida no imperium do Estado.”
(p. 197)
“Os textos constitucionais dos Estados capitalistas, buscando superar as tensões internas,
configuraram novo tipo de constitucionalismo, recepcionando concepções socialistas e
redefinindo os direitos fundamentais pertinentes à liberdade, à propriedade e à igualdade,
materializando-os, ensejando a ampliação do catálogo de direitos fundamentais.” (p. 199)
“Os socialistas utópicos, primeiro, e depois Engels e Marx, desenvolveram uma profunda
revisão crítica dos direitos fundamentais peculiares ao Estado burguês, denunciando seu
caráter abstrato, formal e classista.” (p. 200)
“Heller preconiza a superação do Estado de direito formal para o Estado social de direito
como alternativa única para se evitar a ditadura.” (p. 205)
3 A cidadania social
“A expansão da cidadania no Estado moderno demonstra o contraste etre suas realizações
e suas limitações. A generalização da cidadania moderna, por meio da estrutura social,
significa que todas as pessoas, como cidadãos, são iguais perante a lei e que, portanto,
nenhuma pessoa ou grupo é legalmente privilegiado.” (p. 208)
“[...] a concessão de cidadania, para além das linhas divisórias das classes desiguais,
parece significar que a possibilidade prática de exercer os direitos ou as capacidades legais,
que constituem o status do cidadão, não estão ao alcance de todos que os possuem.” (p.
208-209)
“Para Marshall, na linha da tradição liberal, a cidadania consiste no conteúdo de pertencer
de forma igualitária a uma determinada comunidade política, devendo ser medida pelas
instituições e pelos direitos e deveres que a configuram; logo, a cidadania é monolítica,
constituída por diferentes tipos de direitos e instituições, e sendo produto das histórias sociais
diferencias protagonizadas por distintos grupos sociais.” (p. 209-210)
“Os defensores do Estado mínimo questionam o Welfare State por suas intervenções
estatais, especialmente as políticas assistencialistas de altos custos, e pela burocratização da
vida social e econômica, que redunda em efeitos mais perniciosos do que os causados pelas
anomalias de mercado que pretendem corrigir: a ineficácia das prestações, falta de
produtividade dos serviços públicos, inflação e déficit público.” (p. 215)