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Atravessando uma grave crise económica e social, a Itália foi terreno fértil para a implantação
da primeira ditadura fascista. Servindo-se de ações violentas e de forte propaganda, Benito Mussolini
e as suas milícias armadas (os “camisas negras”) ganharam apoiantes e instalaram o medo em todos
os que se lhes opunham. Em 1922, numa demonstração de força, Mussolini organizou uma “marcha
sobre Roma” levando o rei de Itália, Victor Manuel III, a encarregar Mussolini de formar o governo.
Nas eleições de 1924, o Partido Nacional Fascista obteve larga maioria e Mussolini tornou-se o chefe
todo-poderosos, o “Duce”.
A Alemanha, humilhada pelo Tratado de Versalhes e a braços com uma profunda crise
económica e social, assistiu ao crescimento do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores
Alemães (Partido Nazi), dirigido por Adolfo Hitler desde 1921. Em 1932, era já o partido mais poderoso
do Reichstag (parlamento alemão. Em 1933, Hitler foi nomeado chanceler (Primeiro-Ministro) e, em
1934, após a morte do Presidente Da República, passou a governar em ditadura, tornando-se o
“Führer”.
- O enquadramento de massas começava na mais tenra idade: a Juventude Fascista criada por
Mussolini e, na Alemanha, a Juventude Hitleriana, às quais todos os jovens deviam pertencer e
serviam para controlar a educação dos jovens;
- As grandes paradas militares e desfiles de militantes serviam para mostras ao chefe a obediência
sem limites que lhe era devida pelos cidadãos, num autêntico culto da personalidade do chefe,
considerado o salvador da Nação. Associada a uma poderosa máquina de propaganda, estas
grandiosas manifestações eram apoiadas pelas técnicas audiovisuais de então para mostrar ao Mundo
as multidões que se uniam para homenagear e ouvir o líder;
- A instalação da censura para controlar os órgãos de comunicação social e a forte propaganda (com
a criação do Ministério da Propaganda na Alemanha) difundiam as ideologias, apoiadas nos símbolos
do regime.
- Associações de tempos livres que ocupassem as pessoas nos momentos de lazer e sempre
subordinadas à ideologia fascista.
A obediência cega das massas, enquadradas e educadas a serem fanáticas pelo seu líder, é
uma obsessão dos regimes extremistas, que não toleram a opinião crítica e individual.
A consolidação dos regimes fascistas explica-se pelos resultados obtidos com as respetivas
políticas económicas e sociais. A implementação do nacionalismo económico, baseando-se no
conceito de autarcia, ou seja, no princípio de autossuficiência de um país em termos económicos, era
visível na proteção da agricultura e da indústria e nos investimentos estatais na construção de grandes
obras públicas, fez aumentar a produção e reduzir o desemprego. Também o fim dos sindicatos e a
proibição do direito à greve promoveram à paz social, ainda que fictícia porque construída à custa da
supressão dos direitos sociais.
6) A doutrina nazi
O nazismo foi o expoente máximo do fascismo e do totalitarismo, baseado num Estado forte
que controlava todos os aspetos da vida do indivíduo, até os momentos mais íntimos da família. O
“Führer”, líder incontestado a quem todos devem obediência cega, guiava o seu povo rumo à unidade
nacional e à construção da “Grande Alemanha”, base do imperialismo alemão.
7) As consequências do nazismo
De acordo com a doutrina Nazi os alemães eram os representantes mais puros dos arianos,
uma raça superior que devia dominar o Mundo. Completamente obcecados com o apuramento da
Raça ariana os nazis promoveram uma política de eugenismo, ou seja, de seleção de alemães com
determinadas características (altos, louros e com olhos azuis) que se consideravam mais próximas da
pureza ariana.
Neste sentido, os germânicos tinham o direito de conquistar o seu “espaço vital” - o território
necessário para responder às suas necessidades – e dominar os restantes povos, considerados
inferiores.
Em 1933 deu-se início a primeira vaga de perseguições aos judeus com estes a serem
proibidos de integrar o exército e o ensino a não poderem desempenha cargos na administração
pública e os seus negócios a serem boicotados. Com a segunda vaga de perseguições antissemitas, as
lojas e as sinagogas foram destruídas, os judeus alemães privados da nacionalidade e o casamento
entre judeus e arianos proibido. Enquanto isso, os judeus eram obrigados a identificar-se com a estrela
de David, um símbolo da sua religião, e proibidos de frequentar espaços públicos. A terceira vaga mais
humilhante e violenta passou pela “solução final” da questão judaica: a deportação para campos de
concentração e extermínio onde milhões de judeus foram explorados exterminados - o holocausto.
Contudo não foram apenas os judeus que foram vítimas dos nazis todos os que eram
considerados opositores ao regime ou inferiores (deficientes mentais, doentes, velhos, ciganos,
homossexuais) eram encaminhados para as câmaras de gás onde encontravam o fim dos seus dias.
→ De acordo com os nazis, alemão algum podia envergonhar a pureza da sua raça e consumir
aquilo que a nação lhe garantia sem dar alguma coisa em troca.
8) A instabilidade da Ditadura Militar
Perante esta situação, em 1928, O Presidente da República, general Óscar Carmona, convidou António
de Oliveira Salazar para o Ministério das Finanças. Rapidamente Salazar conseguiu resolver os
problemas financeiros do país, à custa do aumento de impostos, da diminuição dos salários dos
funcionários públicos e de um controlo apertado dos orçamentos de todos os ministérios. No final do
primeiro ano de mandato, Salazar conseguiu equilibrar as contas do Estado, o que lhe conferiu um
grande prestígio e que o aclamou como “Salvador da Nação”. Em 1932, Salazar foi nomeado
Presidente do Conselho, o equivalente ao atual Primeiro-Ministro. Em 1933, foi aprovada uma nova
Constituição que pôs fim ao período de Ditadura Militar e dava início ao Estado Novo, que consistiu
num período de ditadura que só viria a terminar a 25 de abril de 1974.
Foi comum a todos os regimes ditatoriais a criação de mecanismos que mais facilmente controlassem
a população e de organizações de caráter repressivo, no sentido de fragilizar a oposição ao regime.
• A censura prévia aos meios de comunicação social (imprensa, livros, teatro, cinema, rádio,
televisão, literatura e música), cortando todos os assuntos políticos, religiosos, militares,
morais ou sociais que pudessem “ferir” a imagem do regime;
• A polícia política (PVDE - Polícia de Vigilância e Defesa do Estado – mais tarde PIDE - Polícia
Internacional de Defesa do Estado) distinguiu-se pela violência com que interrogava,
torturava e assassinava os opositores ao regime, particularmente os simpatizantes e
militantes do Partido Comunista Português.