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Resumos de História

🌷 Fascismo, Nazismo e o Estado Novo 🌷

1) Identificar as causas da crise das democracias liberais

Desgastadas pelas consequências da Grande Depressão e pela instabilidade política e social


que reinava no seu seio, as democracias liberais foram sendo contestadas e desacreditadas por não
conseguirem apresentar soluções para os momentos de crise económica e social.

Isto favoreceu o crescimento de adeptos das propostas extremistas:

→ Extrema-esquerda, inspirada pela Revolução Russa: URSS;


→ Extrema-direita, apoiada na ideia de um Estado Forte: Alemanha, Polónia, Itália, …

1) A ascensão do fascismo: onde e quem

Atravessando uma grave crise económica e social, a Itália foi terreno fértil para a implantação
da primeira ditadura fascista. Servindo-se de ações violentas e de forte propaganda, Benito Mussolini
e as suas milícias armadas (os “camisas negras”) ganharam apoiantes e instalaram o medo em todos
os que se lhes opunham. Em 1922, numa demonstração de força, Mussolini organizou uma “marcha
sobre Roma” levando o rei de Itália, Victor Manuel III, a encarregar Mussolini de formar o governo.
Nas eleições de 1924, o Partido Nacional Fascista obteve larga maioria e Mussolini tornou-se o chefe
todo-poderosos, o “Duce”.

2) A ascensão do nazismo: onde e quem

A Alemanha, humilhada pelo Tratado de Versalhes e a braços com uma profunda crise
económica e social, assistiu ao crescimento do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores
Alemães (Partido Nazi), dirigido por Adolfo Hitler desde 1921. Em 1932, era já o partido mais poderoso
do Reichstag (parlamento alemão. Em 1933, Hitler foi nomeado chanceler (Primeiro-Ministro) e, em
1934, após a morte do Presidente Da República, passou a governar em ditadura, tornando-se o
“Führer”.

3) Princípios ideológicos do fascismo e do nazismo

• Totalitarismo: Partido único; Recusa do Sistema tripartido do poder; Reforço do poder


executivo; Proibição da oposição; Censura; Controlo da vida pública e privada dos cidadãos.
• Líder Forte: Estado forte em torno de uma figura que o conduz; Culto de personalidade;
Obediência e submissão dos cidadãos.
• Corporativismo: Associativismo e patronato controlados pelo Estado;
• Imperialismo: Superioridade racial sobre os demais povos; Política de expansão territorial;
• Nação: Nacionalismo; Valorização da história.

4) O enquadramento de massas e a repressão à oposição

O fascismo e o nazismo desenvolveram formas de enquadramento de massas e órgãos de


repressão dos opositores ao regime que instalaram autênticos regimes de terror. Exemplo disso são:

- O enquadramento de massas começava na mais tenra idade: a Juventude Fascista criada por
Mussolini e, na Alemanha, a Juventude Hitleriana, às quais todos os jovens deviam pertencer e
serviam para controlar a educação dos jovens;

- As Secções de Assalto (SA) e as Secções de Segurança (SS) intimidavam e perseguiam os opositores


ao regime nazi;

- As grandes paradas militares e desfiles de militantes serviam para mostras ao chefe a obediência
sem limites que lhe era devida pelos cidadãos, num autêntico culto da personalidade do chefe,
considerado o salvador da Nação. Associada a uma poderosa máquina de propaganda, estas
grandiosas manifestações eram apoiadas pelas técnicas audiovisuais de então para mostrar ao Mundo
as multidões que se uniam para homenagear e ouvir o líder;

- As polícias políticas, como a OVRA (Organização de Vigilância e Repressão do Antifascismo) em Itália,


e a GESTAPO na Alemanha nazi, controlavam e reprimiam a atividade da oposição;

- A instalação da censura para controlar os órgãos de comunicação social e a forte propaganda (com
a criação do Ministério da Propaganda na Alemanha) difundiam as ideologias, apoiadas nos símbolos
do regime.

- Associações de tempos livres que ocupassem as pessoas nos momentos de lazer e sempre
subordinadas à ideologia fascista.

A obediência cega das massas, enquadradas e educadas a serem fanáticas pelo seu líder, é
uma obsessão dos regimes extremistas, que não toleram a opinião crítica e individual.

5) As políticas económicas e sociais

A consolidação dos regimes fascistas explica-se pelos resultados obtidos com as respetivas
políticas económicas e sociais. A implementação do nacionalismo económico, baseando-se no
conceito de autarcia, ou seja, no princípio de autossuficiência de um país em termos económicos, era
visível na proteção da agricultura e da indústria e nos investimentos estatais na construção de grandes
obras públicas, fez aumentar a produção e reduzir o desemprego. Também o fim dos sindicatos e a
proibição do direito à greve promoveram à paz social, ainda que fictícia porque construída à custa da
supressão dos direitos sociais.

6) A doutrina nazi

O nazismo foi o expoente máximo do fascismo e do totalitarismo, baseado num Estado forte
que controlava todos os aspetos da vida do indivíduo, até os momentos mais íntimos da família. O
“Führer”, líder incontestado a quem todos devem obediência cega, guiava o seu povo rumo à unidade
nacional e à construção da “Grande Alemanha”, base do imperialismo alemão.

Semelhantes em diversos aspetos, o nazismo distinguia-se do fascismo italiano pelo seu


carácter racista, particularmente em relação aos judeus, e por ter colocado em prática o extermínio
em massa desse grupo humano, vítimas de um autêntico genocídio.

7) As consequências do nazismo

De acordo com a doutrina Nazi os alemães eram os representantes mais puros dos arianos,
uma raça superior que devia dominar o Mundo. Completamente obcecados com o apuramento da
Raça ariana os nazis promoveram uma política de eugenismo, ou seja, de seleção de alemães com
determinadas características (altos, louros e com olhos azuis) que se consideravam mais próximas da
pureza ariana.

Neste sentido, os germânicos tinham o direito de conquistar o seu “espaço vital” - o território
necessário para responder às suas necessidades – e dominar os restantes povos, considerados
inferiores.

Profundamente racistas os nazis consideravam os judeus os responsáveis por todos os males


da sociedade e, portanto, deviam ser eliminados – antissemitismo.

Em 1933 deu-se início a primeira vaga de perseguições aos judeus com estes a serem
proibidos de integrar o exército e o ensino a não poderem desempenha cargos na administração
pública e os seus negócios a serem boicotados. Com a segunda vaga de perseguições antissemitas, as
lojas e as sinagogas foram destruídas, os judeus alemães privados da nacionalidade e o casamento
entre judeus e arianos proibido. Enquanto isso, os judeus eram obrigados a identificar-se com a estrela
de David, um símbolo da sua religião, e proibidos de frequentar espaços públicos. A terceira vaga mais
humilhante e violenta passou pela “solução final” da questão judaica: a deportação para campos de
concentração e extermínio onde milhões de judeus foram explorados exterminados - o holocausto.

Contudo não foram apenas os judeus que foram vítimas dos nazis todos os que eram
considerados opositores ao regime ou inferiores (deficientes mentais, doentes, velhos, ciganos,
homossexuais) eram encaminhados para as câmaras de gás onde encontravam o fim dos seus dias.

→ De acordo com os nazis, alemão algum podia envergonhar a pureza da sua raça e consumir
aquilo que a nação lhe garantia sem dar alguma coisa em troca.
8) A instabilidade da Ditadura Militar

Durante os primeiros anos de Ditadura Militar em Portugal (1926-1928) continuou a viver-se


um período de instabilidade política, financeira e económica. Os chefes de governo sucediam-se a um
ritmo acelerado, fruto dos desentendimentos entre os militares na chefia. A sua capacidade para
reduzir o défice orçamental e criar condições para a estabilidade fracassou, fazendo esmorecer a
adesão da sociedade que se fizera sentir nos primeiros tempos.

9) António de Oliveira Salazar no poder

Perante esta situação, em 1928, O Presidente da República, general Óscar Carmona, convidou António
de Oliveira Salazar para o Ministério das Finanças. Rapidamente Salazar conseguiu resolver os
problemas financeiros do país, à custa do aumento de impostos, da diminuição dos salários dos
funcionários públicos e de um controlo apertado dos orçamentos de todos os ministérios. No final do
primeiro ano de mandato, Salazar conseguiu equilibrar as contas do Estado, o que lhe conferiu um
grande prestígio e que o aclamou como “Salvador da Nação”. Em 1932, Salazar foi nomeado
Presidente do Conselho, o equivalente ao atual Primeiro-Ministro. Em 1933, foi aprovada uma nova
Constituição que pôs fim ao período de Ditadura Militar e dava início ao Estado Novo, que consistiu
num período de ditadura que só viria a terminar a 25 de abril de 1974.

10) Os princípios do Estado Novo

O Estado Novo apresentava algumas semelhanças com os regimes fascista e nazi:

• Estado forte e autoritário;


• Repressão: censura e polícia política;
• Nacionalismo;
• Doutrinação juvenil;
• Culto do líder;
• Partido único (União Nacional);
• Corporativismo.

Mas também apresentava diferenças:

• Conservadorismo: defesa dos valores tradicionais – Deus, Pátria e Família;


• Não é abertamente violento;
• Colonialismo: Pretende a manutenção e não a expansão do Império;
• Não é ideologicamente racista.
11) As organizações repressivas e o controlo da população

Foi comum a todos os regimes ditatoriais a criação de mecanismos que mais facilmente controlassem
a população e de organizações de caráter repressivo, no sentido de fragilizar a oposição ao regime.

De forma a enquadrar as massas, surgiram, em Portugal, em 1936:

• A Mocidade Portuguesa, uma organização juvenil de inscrição obrigatória entre os 7 e os 14


anos, que se destinava a incutir na juventude os valores nacionalistas e patrióticos do Estado
Novo;
• A Legião Portuguesa, uma organização paramilitar (armada) quer defendia o regime e lutava
contra o comunismo;

O aparelho repressivo do Estado Novo assentava em dois organismos violentos e eficazes:

• A censura prévia aos meios de comunicação social (imprensa, livros, teatro, cinema, rádio,
televisão, literatura e música), cortando todos os assuntos políticos, religiosos, militares,
morais ou sociais que pudessem “ferir” a imagem do regime;
• A polícia política (PVDE - Polícia de Vigilância e Defesa do Estado – mais tarde PIDE - Polícia
Internacional de Defesa do Estado) distinguiu-se pela violência com que interrogava,
torturava e assassinava os opositores ao regime, particularmente os simpatizantes e
militantes do Partido Comunista Português.

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