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Portugal: O Estado Novo

O Estado Novo, liderado por António de Oliveira Salazar, marcou uma era de repreensão e
conservadorismo em Portugal durante grande parte do século XX. Este regime, que se estendeu de
1933 a 1974, foi pautado por uma combinação de características autoritárias, corporativistas e
nacionalistas. A ideia de uma nação forte, unida sob o estandarte da Pátria, era constantemente
enfatizada como um pilar essencial para a estabilidade do país. O nacionalismo exacerbado não só
permeava a retórica oficial, mas também era utilizado como justificação para a repressão de qualquer
forma de oposição.
O conservadorismo moral era uma característica proeminente do Estado Novo. A ditadura salazarista
defendia valores tradicionais, onde a família era considerada a base da sociedade. A promoção de
uma moralidade conservadora refletia-se na legislação, que, por exemplo, restringia a liberdade de
expressão e impunha censura em nome da preservação dos "valores nacionais".
O corporativismo foi outra característica principal do Estado Novo. Salazar defendia a harmonia e
equilíbrio social, mas, na prática, isso resultava em sindicatos controlados pelo Estado e numa
supressão da liberdade sindical o que mais uma vez evidencia uma aproximação ao modelo fascista
italiano. Por outro lado, também a censura desempenhou um papel crucial na manutenção do poder
do Estado Novo. A imprensa, a cultura e a educação foram estritamente controladas para promover a
mensagem oficial do regime. A disseminação de ideias consideradas contrárias ao pensamento
salazarista era alvo de uma repressão severa.O colonialismo também desempenhou um papel
significativo no Estado Novo, com Portugal a manter o controlo sobre as suas colónias africanas. A
guerra colonial gerou tensões e desafios económicos, contribuindo para a instabilidade do regime.
Por fim Salazar em nome de Deus e da Pátria, consolidou uma ditadura que moldou a história de
Portugal durante décadas. O Estado Novo, apesar de proclamar estabilidade e ordem, deixou um
legado controverso e repressivo que só acabaria com a Revolução dos Cravos em 1974, quando a
busca por liberdade e democracia finalmente prevaleceu sobre as amarras da repressão salazarista.

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