• "Islã" deriva do árabe Islām e significa "submissão (a Alá)“. O Islão é descrito em árabe como um "diin", o que significa "modo de vida" e/ou "religião“. Hoje a religião faz-se popular principalmente nas regiões do Oriente Médio e Norte da África. Ao contrário do que alguns Introdução pensam, os muçulmanos não adoram a Maomé como Deus, apenas o reconhecem como o profeta que revelou a sua vontade, e adoram apenas Alá (Deus). Segundo a doutrina islâmica, os ensinamentos de Maomé (e portanto de Deus) teriam sido escritos Alcorão, o principal livro sagrado da religião. História • A história do Islã começa com Maomé, que Na tradição muçulmana é tido como o último de uma série de profetas principais. Durante os últimos 22 anos de sua vida, começando aos 40 anos, em 610, Maomé relatou revelações que ele acreditava serem de Deus, transmitidas a ele através do Arcanjo Gabriel. O conteúdo dessas revelações, conhecido como o Alcorão, foi memorizado e gravado por seus companheiros. Durante esta época, Maomé pregava ao povo na cidade de Meca, implorando-os a abandonar o politeísmo e adorar um Deus. Embora alguns tenham se convertido ao Islão, Maomé e seus seguidores foram perseguidos pelas autoridades de Meca. Isso resultou na migração para a Etiópia de alguns muçulmanos. Muitos dos primeiros convertidos ao Islão eram os pobres e ex-escravos. A elite de Meca acreditava que Maomé iria desestabilizar a ordem social através da pregação de uma religião monoteísta, da igualdade racial. Hégira • Depois de 12 anos de perseguição de muçulmanos por os habitantes de Meca, Maomé, sua família e os primeiros muçulmanos realizaram a Hégira ("emigração") para a cidade de Medina em 622. Lá, com os convertidos de Medina e os migrantes de Meca, Maomé estabeleceu sua autoridade política e religiosa. Um Estado foi estabelecido em conformidade com a jurisprudência econômica islâmica. A Constituição de Medina foi formulada, instituindo uma série de direitos e responsabilidades para os muçulmanos, judeus, cristãos e para as comunidades pagãs de Medina, unindo-os dentro de uma mesma comunidade: a Umma. Morte e Sucessão • Após uma série de guerras e batalhas, Maomé conseguiu dominar todas as tribos árabes. No entanto, ele morreu, em 632, sem deixar filhos homens, e sua sucessão se dividiu entre aqueles que seguiram Abu Bakr, escolhido como primeiro Califa e reconheceram a legitimidade de seus dois sucessores (Sunitas) e aqueles que seguiram o genro de Maomé, Ali, como o único sucessor legítimo, e descartaram Abu Bakr e seus dois seguidores (Xiitas). Fato é que, após vários conflitos pela herança de Maomé, a dinastia Omíada assumiu e conduziu o Califado a uma impressionante expansão. Idade de Ouro Islâmica (séc. VIII ao séc. XIII) • Embora não faça parte da história da religião islâmica em si, a Idade de Ouro Islâmica foi um período de grande progresso científico, filosófico, econômico, cultural e tecnológico, e por isso merece destaque. Estabeleceram-se várias instituições como hospitais públicos, universidades e observatórios astronômicos ao longo da extensão do Califado, e a filosofia Muçulmana já havia resgatado o humanismo, que só se faria presente no ocidente após o Renascimento. O maior exemplo do avanço muçulmano nesse período foi Al-Andalus, a parte da Península Ibérica ocupada pelos árabes, que tornou-se o maior polo científico e tecnológico da época. Atribui-se a tradutores árabes a preservação de textos de filósofos gregos como Aristóteles e Platão que, sem a sua intervenção, poderiam se perder na história. Livros Sagrados e Xaria • Os livros sagrados do Islã são: o Alcorão, a Torá, alguns Evangelhos, a Torá e os Salmos. Além desses, há também a Suna, que serve também como base à Xaria, a Lei Islâmica baseada principalmente nos princípios expostos nesses textos, ela influencia o direito da maioria dos países islâmicos, e pode causar espanto devido à sua dessemelhança a sistemas ocidentais de direito, que tomam o cristianismo como base. A Xaria foi inicialmente um modelo muito avançado de legislação, e contava com progressos inéditos em campos como a liberdade de expressão, solidariedade e previdência social. Inclusive alguns pesquisadores consideram o Califado Islâmico, sob a Xaria como um dos (se não o primeiro) Estado de Bem-Estar Social. Ocorre que a Xaria não sofreu muitas mudanças desde a sua instituição no século VII, e por isso é tida como um sistema que, se aplicado irrestritamente, torna-se defasado e repressivo. Fundamentalismo e Terrorismo
• Recentemente, o Islã tem sido
estigmatizado como uma doutrina violenta em razão dos ataques terroristas feitos por radicais de grupos como Jihad Islâmica, Hamas e Al-Qaeda. O crítico Daniel Pipes cita uma cadeia histórica de reações radicais a críticas e atos humorísticos por parte de extremistas islâmicos, que vão de ameaças a mortes de dezenas de pessoas. Porém, o islamismo moderado mostra-se como vertente desejosa da paz, tanto quanto o budismo, o cristianismo, o judaísmo ou qualquer outra grande religião, aberta ao diálogo e à tolerância, como foi visto na Idade de Ouro Islâmica.