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Segunda Epístola de Paulo aos ,


CORINTIOS
·1~.r-··,.
Autor Há consenso universal de que Paulo foi o igreja de Corinto (7.5-16). Também escreveu para encorajá-los a
autor desta carta (1.1). É uma carta intensamente completar a sua coleta em favor dos cristãos pobres de Jerusalém
. i"· pessoal em que Paulo revela vários detalhes dos seus
J

1 • (caps. 8-9). Além disso, Paulo também mostra preocupação ao


-~'" -~.--=-- movimentos e relacionamentos. longo da epístola em defender o seu ministério contra as acusa-
ções de "falsos apóstolos" l 11.13) em Corinto, que estavam desa-
,~ Data e Ocasião Adõto=i•D"''"'"''" fiando a autoridade de Paulo e a integridade do seu ministério
! / .... ~
epístola é 55 d.C. Paulo a escreveu depois de ter dei- (caps. 10-13; ver também 3.1-6; 7.2).
1 ~~ xado Éfeso (At 20.1), mas antes de chegar novamen-
· Finalmente, Paulo chegou a Corinto e ficou lá por três meses
.
.,,_~-=- te a Corinto (At 20.2). (At 20.2-3) antes de viajar rumo a Jerusalém com a coleta que ha-
Depois de fundar a igreja de Corinto em 51-52 d.C. (At 18.1-8), via sido mandada por várias igrejas para os cristãos dali (At
Paulo retornou a Antioquia, finalizando a sua segunda viagem mis- 20.3-21.17).
sionária (At 18.22). Na sua terceira viagem missionária, Paulo via-
jou para Éfeso e permaneceu lá durante três anos (At 19.1-41; - 1 Características e Temas A segunda
20.31). Durante sua estadia em Éfeso, Paulo recebeu mensageiros ! carta aos coríntios é uma carta pessoal, repleta de

vindos de Corinto com perguntas, as quais respondeu ao escrever •• . expressões de emoção profunda. Como tal, nos pro-
1

1Coríntios (1Co 16.17-18). Um pouco mais tarde, Paulo aparente- 1 - - i porciona uma visão extraordinária do ministério do
mente ouviu falar de dificuldades em Corinto e fez uma rápida via- evangelho apresentado por Paulo. Dois temas principais revelam a
gem marítima, de Éfeso para Corinto, retornando depois a Éfeso. natureza do ministério apostólico de Paulo. Nos caps. 1-7, ele é
Esta visita não foi bem sucedida, e Paulo se refere a ela, mais tarde, um serviço de conforto e encorajamento divino em meio a sofri-
como sendo uma visita feita "em tristeza" (2.1 ). Mesmo não estan- mentos e tribulações (1.3-7; 7.4,7, 13), e, nos caps. 10-13, é uma
do registrada em Atos, esta visita está indiretamente atestada em experiência da força de Deus manifestada na fraqueza humana
2Coríntios, quando Paulo escreve que ele está vindo a eles "pela (12 9-10)
terceira vez" (12.14; 13.1 ). Não sabemos muitos detalhes sobre Entre os temas de apoio, temos a natureza imaculada da con-
o que tornou esta visita triste, mas aparentemente alguém em duta de Paulo (1.12, 17-18; 6.3-10; 7.2-3), seu sofrimento freqüen-
Corinto apresentou oposição ou ofendeu seriamente a Paulo te pela igreja e pela glória de Deus (1.5-11; 4.8-12; 6.4-1 O;
(2.5,10). 11.23-12.9), seu grande amor por todas as suas igre1as, especi-
A maioria dos comentaristas acha que, depois da visita triste, almente pela de Corinto (2.4; 11.2, 7-11; 12.14-15), sua autoridade
Paulo escreveu uma carta bastante dura aos coríntios, normalmen- apostólica para edificá-las e eliminar qualquer oposição (2.9; 10.8;
te chamada de "carta severa", repreendendo-os e exortando-os 13.8-1 O) e a ênfase freqüente de que o julgamento de Paulo não é
para que se arrependessem (2.3-4; 7.8). Parece mais certo que a de acordo com os padrões do mundo, mas de acordo com o reino
carta que é mencionada nestes versículos não foi preservada. Mas espiritual invisível conhecido aos olhos da fé (1.12). Outras ênfases
alguns sustentam que a carta a que se refere é a de 1Coríntios. Ou- distintivas são a glória do ministério da nova aliança (cap. 3) e os
tros acham que a carta, originalmente separada, foi preservada princípios de mordomia cristã (caps. 8-9).
como 2Coríntios 10-13. Paulo mandou Tito adiante, pelo mar, até
Corinto, levando a carta severa, enquanto Paulo fez a jornada maior - Dificuldades de Interpretação
por terra ao redor de Trôade e Macedônia (2.12-13; 7.5-9, 13-15; Ainda que não haja dúvidas sobre a autoria de 2Corín-
At 20.1-2). tios, muitos questionam a unidade da carta, freqüen-
Paulo não sabia como os coríntios iriam receber Tito e a carta temente propondo que os caps. 10-13 deveriam
severa. Quando ele saiu de Éfeso e viajou a Trôade, passou por uma ser considerados uma carta separada, escrita numa ocasião dife-
grande ansiedade por causa da sua preocupação pela igreja de Co- rente, e somente mais tarde anexada aos caps. 1-9. A base de
rinto (2.13; 7.5). Mesmo existindo oportunidade para um ministério apoio para este argumento é que o tom e atitude de Paulo para
efetivo quando chegou a Trôade (2 12), o espírito de Paulo ainda com a igreja de Corinto parece ser bastante positivo e encorajador
estava profundamente conturbado. Deixou Trôade e seguiu para Fi- nos caps. 1-9, mas muito severo e ameaçador nos caps.
lipos, na Macedônia, esperando lá encontrar a Tito. Quando Tito fi- 10-13. Poderiam as duas seções terem sido escritas na mesma
nalmente chegou (provavelmente em Filipos, mas talvez em ocasião e à mesma igreja?
Tessalônica), Paulo ficou cheio de alegria quando ouviu sobre o ar- Certamente existe uma mudança de tom em 10.1. Mas isto
rependimento genuíno dos irmãos de Corinto e da sua profunda pode ser explicado pela mudança do assunto. Na primeira parte da
afeição e lealdade a Paulo (7.6-15). carta, Paulo estava primariamente preocupado em expressar a
Paulo escreveu então 2Coríntios da Macedônia, para expres- sua alegria e gratidão com o arrependimento dos coríntios. Tam-
sar sua gratidão pelo arrependimento e obediência renovada da bém queria dar uma descrição positiva e extensiva do seu próprio
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ministério. Tendo feito isto, apelou então a eles para que comple- compreensível. Desde os tempos mais antigos da história da igreja,
tassem a coleta para os cristãos de Jerusalém (caps. 8-9). Final- nunca houve indicação de divisão nesta carta, tanto na tradição
mente, deixando a tarefa mais desagradável por último, abordou o dos manuscritos quanto nos primeiros escritos históricos da igreja.
problema dos falsos apóstolos e das suas acusações contra ele Ela sempre foi lida e entendida como sendo uma única carta. Essa
(caps. 10-13). À luz das circunstâncias, uma mudança de tom é ainda parece ser a melhor solução.

Esboço de 2Coríntios
1. Saudações (1.1-2) F. A alegria de Paulo com a chegada de Tito (7.5-16)
lt Uma explicação do ministério de Paulo (1.3-7 .16) Ili. A coleta para os cristãos de Jerusalém (caps. g.....,_9)
A. Ações de graça pelo conforto de Deus (1.3-11) A. Oexemplo da Macedônia (8.1-7)
B. Explicação da mudança de planos de Paulo B. Oexemplo de Jesus (8.8-9)
(1.12-2.4) C. Um apelo razoável e justo para contribuir
C. Paulo perdoa um pecador penitente (2.5-11) (8.10-9.15)
D. A jornada de Paulo a Trôade e Macedônia (2.12-13) IV. Defesa contra os falsos apóstolos (10.1-13.10)
E. A excelência do ministério do evangelho (2.14-7.4) A. Overdadeiro poder espiritual de Paulo (10.1-12)
1. Uma procissão triunfal e um bom perfume (2.14-17) B. A "glória" de Paulo (10.13-12.21)
2. Uma carta de recomendação viva (3.1-3) 1. Definição correta de glória (10.13-11.21)
3. Uma nova aliança de glória inacabável (3.4-4.6) 2. Glória no sofrimento e na fraqueza (11.22-33)
4. Um ministério glorioso carregado em vasos de 3. Glória na visão do céu (12.1-1 O)
barro (4.7-5.10) 4. Ocuidado de Paulo pelos coríntios (12.11-21)
5. Um ministério de reconciliação (5.11-6.13) C. Advertência: Paulo virá com o poder do Senhor
6. Um apelo pela separação do mal (13.1-10)
(6.14-7.4) V. Saudações e bênção final (13.11-14)

Prefácio e saudação o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação! 4 É ele que


Paulo, ªapóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus, e nos/conforta em toda a nossa tribulação, para podermos con-
1 o irmão bTimóteo, à igreja de Deus que está em Corinto
e e a todos os santos em toda a Acaia, 2 d graça a vós outros e
solar os que estiverem 1 em qualquer angústia, com a consola-
ção com que nós mesmos somos contemplados por Deus.
paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. s Porque, assim como gos sofrimentos de Cristo se manifes-
tam em grande medida a nosso favor, assim também 2 a nossa
Ação de graças de Paulo pelo conforto divino consolação transborda por meio de Cristo. 6 Mas, se somos
3 eBendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, atribulados, hé para o vosso conforto e salvação; se somos

• CAPÍTULO 1 1ª2Tm1.1 b1Co 16.10cc11.2 2 dRm 1.7 3e1Pe1.3 4Íls 51.12; 66.13 1em alguma tribulação 5 g2Co4.10 2o
nosso conforto 6 h 2Co 4.15; 12.15
•1.1 Apóstolo de Cristo. Paulo descreve a si mesmo como um "apóstolo", mas •1.2 graça. A graça é o favor imerecido de Deus - não apenas quanto ao per-
não aos seus companheiros !ver também 1Co 1.1; CI 1.1 ). Um apóstolo era uma dão inicial dos pecados, mas também aos eventos ordinários da vida diária.
testemunha ocular da ressurreição de Cristo IAt 1.22; 1Co 15.8). que fora pesso- paz. A bênção externa da ordem social e a bênção interna de uma boa relação
almente nomeado por Cristo IMt 10.1-7; At 1.24-26; GI 1.1) para governar a Igreja pessoal com Deus IRm 5.1; 1Tm 2.2).
Primitiva 11Ts 4.8; 2Ts 3.6,14) e para ensinar ou escrever com autoridade l1Co de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. Serve de evidência da divin-
14.37; 1Ts 2.13; 4.15; 2Pe 3.15-16). Esse termo foi usado para os doze discípulos dade de Jesus Cristo o fato de que ele e o Pai tenham sido mencionados igual-
primitivos e para Paulo. Etambém foi usado em urn sentido mais amplo !ver Rm mente como a origem da graça e da paz da igreja em Corinto.
16.7\, ao passo que, em um uso geral ou não técnico, significa "mensageiro" ou
"representante" 18.23; Fp 2.25). •1.3 Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. As três Pessoas da Trindade são
igualmente divinas e, no entanto, são urn único Deus, e não três. Conforme é su-
Pela vontade de Deus. Éa escolha soberana de Deus que, em última análise,
gerido pelos nomes de Pai, Filho e Espírito Santo, certos papéis e atividades cor-
coloca pessoas nos ofícios e nos ministérios da Igreja Oofício apostólico era ex-
respondem mais de perto a uma Pessoa do que a outra. Exemplificando, o papel
traordinário e temporário, e não continuou quando não havia mais testemunhas
de Deus Pai é tomar a iniciativa e dirigir.
oculares sobreviventes da ressurreição e quando o cânon das Escrituras estava
completo. Os ofícios ordinários, porém, continuam sendo necessários e são pre- o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação. Um tema-chave dos
enchidos pelos presbíteros !ver At 20.28) e outros cujos dons espirituais os equi- caps. 1-9. Toda consolação e encorajamento no mundo tem sua origem no pró-
pam para os diversos ministérios 11 Co 12. 7, 11,28). Chamamentos aos ofícios prio Deus.
ordinários são confirmados pelo povo de Deus, à medida em que as igrejas locais •1.4 para podermos consolar os que estiverem em qualquar angústia.
discernem quem recebeu os dons e as qualificações para o trabalho IEf 4.11 ). Deus tem um propósito soberano tanto em nossas tribulações quanto no conforto
os santos. Um termo comumente usado por Paulo para referir-se a todos os que ele nos dá nessas tribulações. Se tivermos experimentado o consolo divino
crentes (Rm 15.25; Fp 1.1). nos sofrimentos, poderemos ser capazes de sustentar aqueles que estiverem so-
em toda a Acaia. Embora esta epístola tivesse sido endereçada primariamente frendo como nós já sofremos.
à Igreja de Corinto, é evidente que Paulo percebeu que ela seria lida pelas igrejas •1.5 assim como os sofrimentos de Cristo se manifestam em grande me-
circunvizinhas na região da Acaia, a parte sul da Grécia moderna. Quanto à cidade dida a nosso favor. Não que possamos acrescentar qualquer coisa aos sofri-
de Corinto, ver At 18.1, nota. mentos de Cristo por nós lls 53.11; Jo 19.30; Hb 9.26-28). mas é que Deus nos
2 CORÍNTIOS 1 1372

r confortados, é também para o vosso conforto, o qual se torna


eficaz, suportando vós com paciência os mesmos sofrimentos
que nós também padecemos. 7 A nossa esperança a respeito
de vós está firme, sabendo que, icomo sois participantes dos
vido no mundo e mais especialmente para convosco. 13 Por·
que nenhuma outra coisa vos escrevemos, além das que ledes
e bem compreendeis; e espero que o compreendereis de
todo, 14 como também já em parte nos compreendestes, 'que
sofrimentos, assim o sereis da consolação. B Porque não que· somos a vossa glória, como igualmente 5 sois a nossa no Dia
remos, irmãos, que ignoreis a natureza da itribulação que nos de Jesus, nosso Senhor.
sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a
ponto de desesperarmos até da própria vida. 9 Contudo, já Paulo explica a sua demora em ir a Corinto
em nós mesmos, tivemos a sentença de morte, para que 1não 15 Com esta confiança, 1resolvi ir, primeiro, encontrar-me
confiemos em nós, e sim no Deus que ressuscita os mortos; convosco, para que tivésseis "um segundo benefício; 16 e, por
10 mo qual nos livrou e livrará de tão grande morte; em quem vosso intermédio, passar à Macedônia, e da Macedônia vvol-
temos esperado que ainda continuará a livrar-nos, 11 najudan- tar a encontrar-me convosco, e ser encaminhado por vós para
do-nos também vós, com as vossas orações 3 a nosso favor, a Judéia. 17 Ora, determinando isto, terei, porventura, agido
para que, por muitos, sejam dadas graças a nosso respeito, com leviandade? Ou, ao deliberar, acaso delibero xsegundo a
ºpelo benefício que nos foi concedido por meio de muitos. carne, de sorte que haja em mim, simultaneamente, o sim e o
não? 18 Antes, como Deus é zfiel, a nossa 5 palavra para con-
A sinceridade de Paulo vosco não é sim e não. 19 Porque ªo Filho de Deus, Cristo Je-
12 Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa sus, que foi, por nosso intermédio, anunciado entre vós, isto
consciência, de que, com santidade e Psinceridade 4 de Deus, é, por mim, e bSiJvano, e cJimóteo, não foi sim e não; dmas
qnão com sabedoria humana, mas, na graça divina, temos vi· sempre nele houve o sim. 20 eporque quantas são as promessas

7 i[Rm 817] Si At 19.23 91Jr17 5,7 10 m [2Pe 2 9] 11nRm15.30 o 2Co 4.15; 9.11 3M a vosso favor 12 P 2Co 217Q [1Co
2.4] 4Cf. TR; NU e M simplicidade. franqueza, em oposição a duplicidade 14 r2Co 5.12 sFp 2.16 15 11Co4.19 uRm 1.11; 1529 16 v1 Co
16.3-6 17 x2co 10.2; 11.18 18 z1Jo 5 20 5mensagem 19 a Me 1.1 b 1Pe 5.12 c2co 1.1 d[Hb 13 8] 20 eiRm 15.8-9]
chamou para sofrer por Cristo e. assim, seguirmos nos passos de Cristo IRm uma consciência limpa e uma conduta moralmente reta. Sua simplicidade e sin-
8.17; CI 1.24; Hb 12 2-3; 1Pe 2.21) Visto que os crentes estão unidos a Cristo e ceridade piedosa não resultam de ele estar seguindo a sabedoria convencional do
fazem parte espiritual de seu corpo, tanto nossos sofrimentos pelo evangelho mundo, mas resultam dele depender da graça de Deus. Quando se gloria. Paulo
como o conforto que Deus nos provê em Cristo resultam de nossa participação não toma crédito para si mesmo. Éo triunfo da graça de Deus nele.
nele IFp 3.10-11 ). Aqui, Paulo dá a entender uma característica constante de seu não com sabedoria humana. Neste versículo, Paulo introduz a sua negação da
ensino. As experiências-chaves de Cristo, especialmente seu sofrimento, sua acusação de que ele tivera motivos mundanos para mudar seus planos de visitar
morte e sua ressurreição. servem de padrão mediante o qual os crentes podem Corinto. Distinguir a sabedoria divina !expressa através da cruz de Cristo) da sabe-
entender seus próprios sofrimentos e seu triunfo final. doria "carnal", era um problema para alguns crentes de Corinto. A sabedoria mun-
•1.6 Paulo vê a mão soberana e o propósito remidor em tudo quanto lhe ocorre, dana levou a divisões na igreja 11 Co 1 10--4 7), e, de acordo com os padrões
quer se trate de angústia ou de conforto. dessa sabedoria. Paulo não era aceito como um apóstolo 110.2-6).
•1.7 como sois participantes dos sofrimentos. Por detrás deste versículo jaz •1.13 Paulo relembra a seus leitores coríntios que seus escritos, tal como o
o ensino paulino de que todos os crentes, como membros do corpo único de Cris- seu ministério, não são desonestos e nem cheios de truques. cheios de signi-
to, estão vinculados uns aos outros. de tal maneira que cada dimensão da vida de ficados ocultos e alvos escondidos, como talvez alguns de seus opositores de
Cristo é compartilhada por eles !ver 1Co 12 26). Quanto mais plenamente essa Corinto tivessem afirmado. Os escritos de Paulo eram suficientemente claros.
realidade influenciar as atitudes e os atos dos crentes. de uns para com os outros, Por semelhante modo, todas as Escrituras foram escritas não principalmente
mais plenamente eles experimentarão uma comunhão satisfatória, por meio de para os eruditos, mas para todos os crentes. Elas são compreensíveis para
Cristo, de uns com os outros. aqueles que as lêem, buscando a ajuda divina para compreendê-las e estando
•1.8 tribulação que nos sobreveio na Ásia. Ao que tudo indica, Paulo relere- dispostos a obedecer a elas IDt 6.6-7; SI 19. 7; 119.130; Mt 12.3,5; 19.14;
se a alguma dificuldade, perseguição, enfermidade ou dano que ele sofrera, des- 21.42; CI 416)
de que vira seus leitores pela última vez. Essas dificuldades devem ter ocorrido •1. 14 somos a vossa glória. Eles deveriam ufanar-se naquilo que Deus tinha
em Éfeso ou entre Éfeso e a Macedônia, embora não sejam mencionadas na de- feito por eles na pessoa de Paulo.
claração sumária de At 20.1. no Dia de Jesus, nosso Senhor. D dia da volta de Cristo.
nos ... nossas. Nesta epístola, Paulo normalmente usa o plural "nós" ou "nosso", •1.15 um segundo benefício. Uma outra tradução é: "uma graça dupla" Paulo
para referir-se somente a ele mesmo. sabe que suas visitas transmitem a graça de Deus às igrejas.
•1.9 em nós mesmos, tivemos a sentença de morte. Paulo estava conven- •1.17 segundo a carne. Tais planos seriam indignos de confiança, vacilantes e
cido de que Deus tinha decidido que chegara o seu tempo de morrer. imprevisíveis. Os opositores estavam lançando o apóstolo no descrédito. ao acu-
para que não confiemos em nós. D propósito de Deus, em nossas aflições, sarem que sua mudança de planos mostrava fraqueza de caráter e ta/ta de inte-
por muitas vezes é conduzir-nos a essa conclusão. gridade. Eles não possuíam todos os fatos mas estavam usando essas
no Deus que ressuscita os mortos. A ressurreição dos mortos é uma revela- circunstâncias para atacar a alguém a quem já haviam condenado.
ção do insuperável poder de Deus IEf 1 20). •1.18 como Deus é fiel. Paulo invoca a fidelidade de Deus como o padrão e a
•1.11 ajudando-nos também vós, com as vossas orações. A oração produz garantia da sua própria fidelidade.
resultados reais. Deus ordenou que a sua relação com o mundo fosse de tal or- a nossa palavra. Ver nota textual. Paulo relembra aos crentes de Corinto que
dem que ele responderia às nossas orações; e até mesmo Paulo precisava das sua mensagem do evangelho era absolutamente digna de confiança, e que tinha
orações de outros crentes. ensejado a salvação deles.
sejam dadas graças. Esses agradecimentos sobem até Deus. porquanto ele li- •1.19 A veracidade absoluta e as palavras de Deus, dignas de confiança como
vrara Paulo da morte (v. 10). Um dos propósitos de Deus. ao responder à oração, elas são em Cristo, eram o padrão que Paulo sempre seguia em seus discursos.
é que nós o louvemos por isso. Isso é coerente com o padrão geral, seguido por Paulo, de derivar os absolutos
•1.12 a nossa glória. Paulo se gloria não em sua própria habilidade, mas em ter morais do caráter moral de Deus.
1373 2 CORÍNTIOS 1, 2
de Deus, tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é O penitente deve ser readmitido na igreja
0 nmém para glória de Deus, por nosso intermédio. 21 Mas sOra, !se alguém causou tristeza, gnão o fez apenas a mim,
aquele que nos confirma convosco em Cristo e nos !ungiu é mas, para que eu não seja demasiadamente áspero, digo que
Deus, 22 que gtambém nos selou e nos hdeu o penhor do em parte a todos vós; 6 basta-lhe a punição hpela maioria. 7 1De
Espírito em nosso coração. modo que deveis, pelo contrário, perdoar-lhe e confortá-lo,
23 iEu, porém, por minha vida, tomo a Deus por testemu- para que não seja o mesmo consumido por excessiva tristeza.
nha de !que, para vos poupar, não tornei ainda a Corinto; B Pelo que vos rogo que confirmeis para com ele o vosso amor.
24 não 1que 6 tenhamos domínio sobre a vossa fé, mas porque 9 E foi por isso também que vos escrevi, para ter prova de que,
somos cooperadores de vossa alegria; porquanto, mpela fé, já em tudo, sois !obedientes. 10 A quem perdoais alguma coisa,
estais firmados. também eu perdôo; 2 porque, de fato, o que tenho perdoado
Isto deliberei por mim mesmo: ªnão voltar a encon- (se alguma coisa tenho perdoado), por causa de vós o fiz na
2 trar-me convosco em tristeza. 2 Porque, se eu vos bentris-
teço, quem me alegrará, senão aquele que está entristecido
presença de Cristo; 11 para que Satanás não alcance vantagem
sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios.
por mim mesmo? 3 E isto escrevi para que, quando for, cnão
tenha tristeza da parte daqueles que deveriam alegrar-me, A intranqüilidade de Paulo não encontrando Tito
d confiando em todos vós de que a minha alegria é também a 12 Ora, 1quando cheguei a Trôade para pregar o evangelho
vossa. 4 Porque, no meio de 1 muitos sofrimentos e angústias de Cristo, e muma 3 porta se me abriu no Senhor, 13 "não tive,
de coração, vos escrevi, com muitas lágrimas, enão para que contudo, tranqüilidade no meu espírito, porque não encon-
ficásseis entristecidos, mas para que conhecêsseis o amor que trei o meu irmão Tito; por isso, despedindo·me deles, parti
vos consagro em grande medida . para a Macedônia.
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21 f[1Jo 2.20,27] 22 g[Ef 4.30] h [Ef 114] 23 iGI 1.20f1Co 4.21 24 1[1 Pe 5.3] m Rm 11.20 ô sejamos senhores. governemos
CAPITULO 2 ta 2Co 1.23 2 b 2Co 7.8 3 e 2Co 12.21 d GI 5.1 O 4 e [2Co 2.9;7.8, 12] 1muitas tnbulações 5 /[1 Co 5.1] gGI 4.12
6h1Co 5.4-5 7 iGI 6.1 9 f2Co 7.15; 10.6 10 2Cf. NU; TR e Mporque se de fato perdoei alguma coisa, euoperdoeiporcausa de vós
12iAt16.8m1co16.9 3Qportunidade 13 n2Co 7.6,13; 8.6
•1.20 tantas têm nele o sim. Cristo cumpre todas as promessas que Deus nos •2.4 não ... entristecidos. Opropósito de Paulo, ao escrever a carta desagradá-
fez, e toda a nossa confiança nas promessas de Deus deve proceder de nossa vel, não foi simplesmente entristecer os coríntios. Ele estava buscando o melhor
confiança em Jesus Cristo como uma pessoa a quem conhecemos e em quem para a igreja, mesmo que isso trouxesse dor, tanto para eles quanto para ele.
podemos confiar. •2.5 se alguém causou tristeza. Poderia ser uma referência ao homem que vi-
•1.21-22 Cristo ... Deus ... Espírito. Esta passagem trinitária aponta para os pa- via com a esposa de seu pai 11 Co 5.1-8), mas é algo duvidoso, pois a ofensa pare-
péis de todas as três Pessoas divinas na salvação. ce ter sido dirigida contra o próprio Paulo (vs. 5, 1O).
•1.21 aquele que nos confirma. A capacidade de perseverar, ou seja, conti- •2.6 basta-lhe a punição pela maioria. Ao que tudo indica, depois que Paulo
nuar na vida cristã, não vem de nós mesmos, mas é uma dádiva divina. Deus deixara Corinto ou, pelo menos, depois que Tito havia chegado ali com a carta de-
continua a conferir essa habilidade a todos quantos nasceram de novo IFp 1.6; sagradável, os crentes de Corinto exerceram disciplina eclesiástica contra o ofen-
1Pe 1.5) Aqueles que são guardados por Deus dessa maneira continuam a con- sor lcf Mt 18.15-20).
fiar em Cristo por toda a vida 113.5; CI 1.23; Hb 3.14), porquanto Deus os prote-
•2. 7 Opropósito da disciplina eclesiástica é restaurar, e não destruir ou tirar vin-
ge por meio da fé que lhes deu lv. 24).
gança 1108)
e nos ungiu. "Ungir" é derramar óleo sobre a cabeça, com freqüência como um
sinal da chamada e capacitação divinas !ver 1Sm 2.1 O; 16.13, e notas) Paulo re- •2.1 OPaulo aceitará o julgamento da congregação coríntia sobre essa questão.
lembra-nos que, assim como Deus ungiu a Jesus para o seu serviço e ministério o fiz na presença de Cristo. Um tema comum nesta carta. Todas as nossas
específicos, também nos tem ungido para nossos ministérios, não com óleo, mas ações são efetuadas não em segredo, mas na presença de Cristo, o Senhor da
com o poder do Espírito Santo 11 Jo 2.20,27). Igreja. Se tanto Paulo quanto Cristo tinham perdoado o ofensor, os crentes de Co-
•1.22 nos selou. Um selo oficial indicava autoridade ou propriedade e garantia rinto deveriam fazer o mesmo lcf. Mt 16.19; Jo 20.23).
a proteção IEt 8.8; Dn 6.17; Mt 27.66; Ap 7.3). Deus nos selou, não com um •2.11 Satanás não alcance vantagem sobre nós. Satanás terá obtido uma
selo material de cera, mas com o Espírito Santo em nossos corações iEf 1.13; vitória se negligenciarmos a disciplina eclesiástica inteiramente, ou se a executar-
4.30). Essa operação interior ocorre uma vez em cada pessoa, quando ela se mos mas permanecermos duros e sem perdão depois de ter havido mudança no
torna cristã. coração.
o penhor. O vocábulo grego correspondente significa um depósito ou primeira •2.12 Trôade. Uma cidade no extremo Noroeste da Ásia Menor (atual Turquia).
prestação que faz parte do pagamento total e que garante que o preço será pago no lado oposto do mar Egeu, defronte da Grécia. Paulo velejou dali para Filipos. Foi
por inteiro. O Espírito Santo é a garantia da salvação completa que ainda terá rea- em Trôade que Paulo teve uma visão de um homem da Macedônia. implorando-
lização 15.5; Rm 8.23; Ef 1.14). Já possuímos em nós mesmos a vida celeste, an- lhe que viesse ajudá-los (At 16.8).
tes mesmo de chegarmos ao céu 11 Co 3.16; CI 1.27). uma porta se me abriu. Deus proveu oportunidades para que Paulo pregasse o
•1.23 tomo a Deus por testemunha. Paulo presta aqui um juramento solene evangelho.
para persuadir os crentes de Corinto quanto à sua veracidade. Ecomo se o após-
tolo estivesse dizendo: "Se não estou dizendo a verdade, peço a Deus que me tire •2.13 não tive ... tranqüilidade no meu espirito. Paulo tinha esperado que
nto visse ao encontro dele em Trôade e lhe desse a notícia de que a carta de re-
a vida".
para vos poupar. Paulo, em sua próxima visita, chegaria com a autoridade e o po- primenda fora bem recebida. Quando Tito não apareceu, Paulo ficou profunda-
mente perturbado.
der do Senhor 110.3-4; 13.2-4,10). e ele queria dar-lhes a oportunidade de se arre-
penderem. Esse foi o motivo pelo qual ele tinha alterado os seus planos e não voltou despedindo-me deles. Uma grande oportunidade de ter um ministério eficaz
a Corinto antes de partir para a Macedônia. Essa alteração não ocorrera por vacila- não fez Paulo desviar-se de seu compromisso anterior de cuidar da igreja em Co-
ção mundana ou por covardia, confonme alguns coríntios estavam afirmando. rinto e endireitar os seus problemas. Paulo continuava a sentir uma profunda
•2.1 em tristeza. Ver Introdução: Data e Ocasião. preocupação por todas as igrejas fundadas por ele 111.28-29).
•2.3 isto escrevi. Após a visita entristecedora lv. 1). Paulo escreveu uma carta de parti para a Macedônia. Paulo dirigiu-se primeiramente a Filipos, depois talvez
repreensão à igreja dos corintios. enviando-a pela mão dento 12.13; 7.6-7, 13-14) a Tessalônica ou Beréia, antes da chegada de Tito. O trecho de At 16.8-18.1
2 CORÍNTIOS 2, 3 1374
A 11itória de Cristo no ministério apostólico bcartas de recomendação para vós outros ou de vós? 2 cvós
14 Graças,porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos sois a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida
conduz em triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lu- por todos os homens, 3 estando já manifestos como carta de
gar a fragrância do seu conhecimento. 15 Porque nós somos Cristo, dproduzida pelo nosso ministério, escrita não com
para com Deus o bom perfume de Cristo, ºtanto nos que são tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não eem tábuas de
salvos Pcomo nos que se perdem. 16 qPara com estes, cheiro pedra, mas fem tábuas de carne, isto é, nos corações. 4 E é
de morte para morte; para com aqueles, aroma de vida para por intermédio de Cristo que temos tal confiança em Deus;
vida. 'Ouem, porém, é suficiente para estas coisas? 17 Porque s Mnão que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar algu-
nós não estamos, como 4 tantos outros, 5 mercadejandos a pa- ma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a hnossa su-
lavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de ficiência vem de Deus, 6 o qual nos habilitou para sermos
Deus, 1com sinceridade e da parte do próprio Deus. ;ministros de iuma nova aliança, não 1da letra, mas do 1 espí-
rito; porque ma letra mata, n mas o espírito vivifica.
A excelência do ministério da nova aliança 7E, se ºo ministério da morte, Pgravado com letras em

3 ªComeçamos, porventura, outra vez a recomendar-nos a pedras, se revestiu de glória, q a ponto de os filhos de Israel


nós mesmos? Ou temos necessidade, como alguns, de não poderem fitar a face de Moisés, por causa da glória do

l S º,\1 Co 1 18] P [2Co 4 3] 16 q Lc 2.34 r [1 Co 15.1 O] 17 s 2Pe 2.3 t 2Co 1.12 4 Mo restante 5 adulterando por lucro
CAPITULO 3 1 ª2Co 5 12, 1012,18, 12 11 bAt 18 27 2 C1Co 9.2 3 d1Co3.5 eÊx 24 12; 31 18; 32.15/SI 40.8 5 8[Jo 15.5] h 1Co
15.10 6 1 1Co3.5iJr31.311Rm227mGl3.10nJo6.63 IOufspírito 7ºRm7.10PÊx34.1 qÊx3429
descreve a anterior viagem de Paulo ao longo dessa rota. Neste ponto é interrom- çào da graça divina, mas nessa obra Paulo e seus cooperadores tinham sido
pida a narrativa de suas relações com a igreja dos coríntios, até 7.5, e Paulo insere instrumentos de Deus.
uma longa digressão sobre a natureza do ministério da nova aliança, no qual ele não em tábuas de pedra. Os Dez Mandamentos.
estava engajado.
mas em tábuas de carne ... nos corações. Oponto frisado aqui por Paulo é du-
•2.14 sempre nos conduz em triunfo. A narrativa de Paulo muda, subitamen- plo. Em primeiro lugar. a "carta" que eram os crentes coríntios era superior às car-
te, da realidade visível de sua ansiedade pelos crentes de Corinto e de seu desa-
tas de papel e tinta de seus oponentes. bem como aos tabletes de pedra da lei
pontamento por não ter encontrado Tito em Trôade, para o terreno espiritual.
mosaica. Em segundo lugar. Paulo apresenta os frutos de seu apostolado como o
Paulo se vê como parte do cortejo triunfal de Deus na cidade celeste, muito pare-
cumprimento de profecias do Antigo Testamento. Conforme fora predito em Jr
cido com uma parada de vitória que um antigo general liderana, ao voltar à sua ci-
3133; Ez 11.19; 36 26. na nova aliança. Deus escreveu suas leis nos corações de
dade, com cativos vencidos seguindo atrás dos carros de combate. Mas aqui
seu povo. dando-lhes um novo desejo e a capacidade de lhe serem obedientes. A
Paulo - ex-inimigo de Deus - é um alegre cativo e participante das bênçãos da
lei escrita nos corações é a imutável e pura lei de Deus. ou seja, o seu padrão mo-
vitória do Rei. Nós também participamos desse modo no domínio espintual, mar-
ral absoluto.
chando na parada de vitóna do nosso grande Rei, enquanto as forças do inimigo
são esmagadas pelo seu avanço. Apesar de retrocessos como Paulo sofreu em •3.~.13 Depois de haver explicado sua mudança de planos sobre a visita aos

Trôade, os olhos da fé podem ver o progresso inevitável do reino de Deus. crentes coríntios. Paulo descreve o que é um verdadeiro ministério cristão. Signifi-
ca ser ministro de uma gloriosa nova aliança (3.4--4.6). confiando em Deus em
•2.15 nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo. O fato de que
meio a tribulações (4.7--510) e falando a mensagem da reconciliação
somos como um bom perfume para Deus significa que ele se deleita em nós e em
15 11--613). Paulo insiste. pelo resto da carta, que a fidelidade a essas tarefas
nossas vidas. Esse é o mais real e final cumprimento dos sacrifícios do Antigo Tes-
- - e não a eloqüência, profundos pensamentos filosóficos ou padrões mundanos
tamento, que eram um perfume agradável a Deus [ver Lv 1.17).
de excelência pessoal - é a base de um ministério válido
•2.16 Falando figuradamente, há uma fragrância agradável, espiritualmente per-
cebida. em torno dos crentes verdadeiros. Por outro lado. essa fragrância é um •3.4 tal confiança. Paulo confia, diante de Deus. que o seu ministério é autênti-
"aroma de morte" para os incrédulos. porquanto adverte-os de que estão despre- co e que os crentes coríntios são "carta de recomendação", que testificam dessa
parados para o dia do juízo (Fp 1 28). autenticidade. Paulo não confiava em si mesmo, mas "por intermédio de Cristo".
lluem, porém, é suficiente para estas coisas. Anunciar uma mensagem de •3.5 a nossa suficiência. Paulo responde aqui à pergunta de 2.16: ("Quem. po-
vida ou de morte eternas é uma tremenda responsabilidade. Ninguém é digno de rém. é suficiente para estas coisas?") Antes, Paulo já havia desistido de qualquer
ocupar-se dessa solene tarefa. mas mesmo assim Deus nos qualifica para ela dependência de meras habilidades humanas (1Co 2.1-5). Infelizmente. seus opo-
(3 6) nentes avaliavam as habilidades mundanas como mais valiosas do que aquelas
•2.17 nós não estamos. É uma tragédia que então. como agora. muitos te- que vêm exclusivamente de Deus.
nham pregado o evangelho ou o ensino cristão apenas como um meio de ganhar a nossa suficiência vem de Deus. Temos aqui um dos grandes temas desta
a vida. Oalvo de Paulo não era beneficiar-se pessoalmente ou receber recompen- segunda carta aos Coríntios. Toda habilidade e poder procedem de Deus. e não de
sa financeira. mas era a glória de Deus. nós mesmos.
na presença de Deus. Todo o ministério de Paulo foi efetuado na presença de •3.6 uma nova aliança. O novo relacionamento legal que Deus estabeleceu
Deus, provendo-lhe um poderoso motivo para manter sua consciência limpa com seu povo. através de Jesus Cristo. em sua vida. morte. ressurreição e ascen-
(1.12; At 23.1; 1Tm 1.5; 2Tm 13) são aos céus.
•3.1 Ambas as perguntas deste versículo esperam a resposta "não". Paulo não não da letra. A lei escrita. por si mesma. que requer obediência perfeita mas não
rejeita de modo geral as cartas de recomendação (ver At 15.25-26; 18.27; 1Co dá poder para isso.
16.10-11). mas, ao que parece. os oponentes de Paulo tinham trazido algumas
o espírito vivifica. Essa é a nova vida em Cristo. Nessa nova vida o Espírito San-
cartas de recomendação à igre1a em Corinto, cartas das quais os portadores não
to escreve a lei de Deus em nossos corações (Jr 31.31-34; Hb 8.8-12; 9.13-14).
eram dignos. Paulo mostrou que sua carta era muito melhor. porquanto consistia
conferindo-nos amor pelos padrões morais divinos e poder para obedecê-los lRm
na vida dos crentes de Corinto (v. 2)
8.4; 1Co 7.19) Ao dizer que essa vida não é "da letra", Paulo não quer dar a enten-
•3.2 escrita em nosso coração. Os crentes de Connto tinham um lugar cativo der que na antiga aliança não havia qualquer vida espiritual. Ele quis dizer que a lei
nos afetos do apóstolo. Alguns manuscritos dizem aqui "em vosso coração" escrita. que foi uma das características da antiga aliança. não produzia a vida na
Nesse caso. Paulo está dizendo aos coríntios que. como igreja. eles são uma efi- comunidade crente. OEspírito Santo. cujo ministério poderoso e doador de vida é
caz carta de recomendação para ele 12 17; 1Co 9.2). uma das características da nova aliança. traz-nos a nova vida em medida muito
•3.3 carta de Cristo ... nosso ministério. A igreja em Corinto era uma opera- maior do que o fazia sob a antiga aliança.
1375 2 CORÍNTIOS 3, 4
seu rosto, ainda que desvanecente, 8 como não será de mai- véu lhe é retirado. 17 Ora, bo Senhor é o Espírito; e, onde está
Gt glória ro ministério do Espírito! 9 Porque, se o ministério o Espírito do Senhor, aí há cliberdade. 18 E todos nós, com o
da condenação foi glória, em muito maior proporção será rosto desvendado, contemplando, d como por espelho, ea gló-
glorioso o ministério 5 da justiça. 10 Porquanto, na verdade, ria do Senhor, !somos transformados, de glória em glória, na
o que, outrora, foi glorificado, neste respeito, já não resplan- sua própria imagem, como 2 pelo Senhor, o Espírito.
dece, diante da atual sobreexcelente glória. 11 Porque, se o
que se desvanecia teve sua glória, muito mais glória tem o Paulo cumpre o seu ministério com.fidelidade
que é permanente. Pelo que, ten?o est~
ministério, ªsegundo a misericórdia

Onde há o Espírito do Senhor, aí há liberdade


4 que nos f01 feita, bnao desfalecemos; pelo contrário, re-
2
jeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não an-
12 Tendo, pois, tal esperança, 1servimo-nos de muita ousa- dando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus;
dia no falar. 13 E não somos como Moisés, u que punha véu so- antes, nos erecomendamos à consciência de todo homem, na
bre a face, para que os filhos de Israel não atentassem vna presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se o
terminação do que se desvanecia. 14 Mas os xsentidos deles nosso evangelho ainda está encoberto, dé para os que se per-
se embotaram. Pois até ao dia de hoje, quando fazem a leitura dem que está encoberto, 4 nos quais eo deus deste século Jce-
da antiga aliança, o mesmo véu permanece, não lhes sendo gou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não
revelado que, em Cristo, é removido. 15 Mas até hoje, quan- resplandeça ga luz do evangelho da glória de Cristo, ho qual é

·-8
do é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. a imagem de Deus. 5 iPorque não nos pregamos a nós mes-
16 zouando, porém, algum deles se converte ao Senhor, ªo mos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a inós mesmos como

~~GI 35] ~ s [Rm 117; 321] -~-;-~ ~;~ -~; ~Êx3433-35


Ef v [GI 323] 14 x At 28.26 16 z Rm 11.23 a Is 25.7 17 b [1Co
15.45] e GI 5.1.13 18 d 1Co 13.12 e [2Co 4.4,6] f[Rm 8.29-30] 2 do Senhor que é o Espírito ou do Espírito do Senhor
CAPÍTULO 4 ta1Co 7.25 b2Co4.16 2 CZCo 5.11 3d[1Co1.18] 4eJo1231/Jo 12.4Qg[2Co3.8-9] h[Jo 1.18] 5 ilCo
1.13i1Co9.19
•3.7 o ministério da morte. As palavras escritas da lei do Antigo Testamento Cristo e o Espírito doador de vida estão intimamente identificados em função 11 Co
sozinhas condenavam aqueles que não obedeciam. não lhes dando vida. 15.45). Tarnbérn é possível traduzir por "Ora. o Espírito é o Senhor". O Espírito
não poderem fitar a face de Moisés. A antiga alia~ça não deixava de ter gló- Santo é vera Deus, como o Pai e o Filho. Ele é conhecido simplesmente como "o
ria. embora tivesse sido escrita em tábuas de pedra (Ex 34.29-35). Senhor". no Antigo Testamento. Tal tradução dá um sentido natural à palavra "é".
•3.8 como não será de maior glória. A nova aliança é mais poderosa. mais aí há liberdade. A escravidão era para morte, pecado e esforço inútil de obede-
bela e mais íntima. cer a lei pela nossa própria capacidade.
•3.9 o ministério da justiça. A retidão nos é conferida por ocasião de nossa •3.18 E todos nós. Nós. os crentes. Temos aqui a descrição de urna experiência
justificação, aquela graciosa declaração legal com que começa a vida cristã. Ela característica dos crentes da nova aliança.
continua na santificação, o crescimento progressivo do crente em pensamentos. contemplando, como por espelho. Diferente de Moisés (v. 13). que se apre-
palavras e ações justos. A santificação tem lugar mediante a graça. através da fé. sentava diante do povo de Israel com um véu no rosto. para ocultar a glória que se
mas também requer estudo. oração e esforço consciente. desvanecia em sua fisionomia. Paulo se põe de pé diante do povo, com "o rosto
•3.11 se o que se desvanecia. Isto é. a antiga aliança (Hb 8.13). desvendado", sabedor de que a glória da nova aliança jamais se desvanecerá. Por
•3.12 tal esperança. O esplendor da nova aliança, que não se desvanecerá e semelhante modo. "todos nós" nos pomos de pé diante do mundo. reftetindo em
nem diminuirá. fornece esperança ao apóstolo e serve de combustível para a sua nossas próprias vidas a glória de Cristo. Longe de termos uma glória que se vai
ousadia. desvanecendo, nossa glória vai aumentando cada vez mais. conforme somos
muita ousadia no falar. Paulo de maneira alguma se envergonhava de pôr-se
mais e mais transformados na semelhança de Cristo. Ver ''A Transfiguração de Je-
de pé diante do mundo. a fim de proclamar o evangelho excelente. A referência à sus". em Me 9.2.
"ousadia" vincula a discussão dos vs. 7-11 com a defesa que Paulo faz de seu na sua própria imagem. Uma referência ao crescimento contínuo, ao longo da
apostolado (10.1-2). Ele era ousado, e não vacilante. conforme seus oponentes o vida, que nos torna cada vez mais parecidos com Cristo. Esse crescimento con-
acusaram de ser (1.17-2.4); e a sua ousadia. assumindo a forma de uma fala siste ern urna transformação moral e espiritual "de glória em glória". Estamos
destemida, tão evidente nesta carta. fazia grande contraste corno egoísmo enga- sendo progressivamente restaurados a urna possessão cada vez maior da ima-
nador de seus oponentes (2.17). gem de Deus. que foi corrompida em nós por ocasião da queda de Adão.
•3.13 Alguns têrn pensado que o véu que Moisés usava sobre o rosto visava pro- •4.1 Paulo não desiste de sua esperança. visto que o ministério da nova aliança,
teger os israelitas de serem prejudicados ou de ficarem assustados corn seu res- no poder do Espírito Santo, é tão excelente e poderoso.
plendor. Émais provável. porém, que esse véu fosse para impedi-los de ver que a •4.2 nem adulterando a palavra de Deus. Isto significa "distorcer. falsificar".
glória estava desaparecendo, por causa do caráter temporário e inadequado da Paulo diz que jamais diluiria a Palavra de Deus ou a distorceria para agradar aos
antiga aliança (Êx 34.29-35). Em contraste. Paulo não precisava de qualquer véu, ouvintes. Mas ele deixa entendido que seus oponentes punham em prática tal
pois a glória do ministério do nova aliança não se desvanece. adultério e distorção.
•3.14 o mesmo véu permanece. Até o dia de hoje, declarou Paulo. muitos ju- •4.3 O simbolismo do véu continua aqui, transportado de 3.14-16. Aqueles que,
deus não podem perceber que a aliança mosaica é temporária, e que seu resplen- no presente, estão perecendo (por não confiarem em Cristo) estão cegos para a
dor se desvanece. verdade.
•3.15 o véu está posto sobre o coração deles. A metáfora altera-se leve- •4.4 o deus deste século. Satanás lcf. 1Jo 5.19) influencia fortemente este
mente, conforme ocorre freqüentes vezes nos escritos de Paulo. Agora o véu não mundo caído e perverso. o que continuará até ao tempo da volta de Cristo. trazen-
estava mais no rosto de Moisés. mas nos corações dos israelitas incrédulos. Po- do a era vindoura ern sua plenitude lcf. GI 1.4).
rém o efeito é o mesmo - eles não podiam perceber que a antiga aliança ti- cegou. Oresultado da ação de Satanás é que os incrédulos não podem apreciar
nha-se desvanecido. ou compreender plenamente as reivindicações do evangelho, a menos que Deus,
•3.16 o véu lhe é retirado. Ver "Entendendo a Palavra de Deus", em SI 119.34. por meio do evangelho. os ilumine 14.6; Jo 3.3)
•3.17 o Senhor é o Espírito. Neste versículo. Paulo revela a íntima relação que •4.5 não nos pregamos a nós mesmos. A questão crucial não era se as pes-
há entre Cristo e o Espírito Santo. Ern virtude de sua ressurreição e ascensão, soas aceitam ou rejeitam a Paulo, mas como elas respondem a Cristo. Os opa-
2 CORÍNTIOS 4 1376

A AUTENTICAÇÃO DAS ESCRITURAS


2Co4.6 .
Por que os cristãos crêem que a Bíblia é a Palavra de Deus, sessenta e seis fivros que, juntos, revelam a redenção de Deus
através de Jesus Cristo, o Salvador? A resposta está no fato de que Deus mesmo tem confirmado isso, por meio do que cha-
mamos de o "testemunho interno do Espírito Santo". Nas palavras da Confisséo de Westminster (1647):
"Pelo Testemunho da Igreja podemos ser movidos e incitados a um alto e reverente apreço pela Escritura Sagrada; a
suprema excelência do seu conteúdo, a eficácia da sua doutrina, a rnajeStade do seu estilo, a harmonia de todas as
suas partes, o escopo do seu todo (que é dar a Deus toda a glória), a plena revelação que faz do único meio de salvar-se
o homem, as suas muitas outras excelências incomparáveis e completa perfeição são argumentos pelos quais
abundantemente se evidencia ser ela a Palavra de Deus; contudo, a nossá plena persuasão e certeza da sua infalível
verdade e divina autoridade provém da operação interna do Espírito Santo, que, pela Palavra e com a Palavra, testifica
em nossos corações" (Confissão de Westminster 1.5).
Otestemunho do Espírito com relação às Escrituras é semelhante ao seu testemunho com relação a Jesus, que encontra-
mos referido em Jo 15.26; 1Jo5.7 (ct. 1Jo 2.20,27). Não se trata de fornecer novas informações, mas de iluminar mentes que
.· doUtra forma seriam obscurecidas para discernir a divindade eperceber seu impacto único - oimpacto, no primeiro caso, do
Jesus do evangelho e, no segundo caso, o impacto das palavras das Santas Escrituras. O Espírito brilha em nosso coração
para dar-nos aluz do conhecimento da glória de Deus na face de Jesus Cristo (2Co 4.6) mas também a luz de sua glória no en-
sino das Escrituras Sagradas. Oresultado desse testemunho é um estado de mente no qual tanto o Salvador quanto as Escri-
turas tomam-se evidentes para nós como divinos: Jesus, uma Pessoa divina; as Escrituras, uma Palavra divina, e isso de um
modo tão direto e imediato, como os gostos e as cores impressionam nossos sentidos. A conseqüência disso é que nós não .
achamos mais possível duvidar da divindade de Cristo ou da origem divina da Bíblia.
Opróprio Deus autentica para nós as Sagradas Escrituras como sua Palavra, indo além do argumento humano (por mais
forte que este seja) e do testemunho da Igreja (por mais impressionante que seja). Deus faz isso, mais precisamente, abrindo
onosso coração e iluminaado a nossa mente para perceberem a luz perscrutadora e o poder transformador mediante os quais
as Escrituras comprovam ser divinas. Esse impacto é, em si mesmo, o testemunho do Espirita "pela Palavra e com a Palavra
em nosso coração". Argumentos, testemunhos de outras pessoas e nossas próprias experiências poderão apoiar e esclare-
cer es$0 testemunho, mas transmiti-lo, assim como transmitir afé em Cristo como o Salvador divino, é a prerrogativa exclusi-
va do soberano Espírito Santo.

vossos servos, por amor de Jesus. 6 Porque Deus, 1que disse: que a excelência do poder seja de Deus e não de nós. 8 Em
Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo mresplandeceu em tudo somos ºatribulados, porém não angustiados; perplexos,
nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de porém não desanimados; 9 perseguidos, porém não Pdesam-
Deus, na face de Cristo. parados; oabatidos, porém não destruídos; 10 r1evando sem-
pre no corpo o morrer de Jesus, 5 para que também a sua vida
O poder de Paulo vem só de Deus se manifeste em nosso corpo. 11 Porque nós, que vivemos,
7Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, npara 1somos sempre entregues à morte por causa de Jesus, para

• 61Gn1Jm2Pe1.19 7n1co2.5 8º2Co1.8;7.5 9P[Hb13.5]oS137.24 tOrfp3.10SRm8.17 111Rm8.36


nentes de Paulo aparentemente enfocavam a atenção sobre si mesmos. e •4.7 este tesouro. O ministério do evangelho e a companhia do poder na nova
velavam a glória de Cristo com seu próprio orgulho. aliança.
•4.6 Porque Deus. Uma das razões pelas quais não pregamos a nós mesmos é em vasos de barro. Nossa fraca natureza humana, que inclui mas não está limi-
que somente Deus é capaz de conferir vida espiritual. tada a nossos corpos físicos. Essa fraqueza estabelece um grande contraste com
que disse: Das trevas resplandecerá a luz. A soberana iniciativa divina é ne- a glória do evangelho, e Paulo relembra-nos que a maneira de Deus atuar é agir
cessária para capacitar-nos a abraçar a mensagem do evangelho. Tal como a pa- através daqueles que são fracos e nada impressionantes aos olhos do mundo.
lavra criativa original de Deus fez a luz onde não havia luz, assim também agora a de Deus. Um tema característico desta carta. A preocupação de Paulo era sem-
palavra criativa de Deus dá vida e compreensão espiritual do evangelho, onde, an- pre dar glória a Deus, e não a si mesmo.
teriormente, não havia nada disso. Ver a nota teológica, "A Autenticação das
Escrituras". •4.8 O grande evangelista e teólogo também enfrentava grandes desencoraja-
mentos.
da glória de Deus. No Antigo Testamento, a glória de Deus era a luz brilhante
que rodeava a presença de Deus. Essa luz tinha guiado o povo de Israel para fora •4.1 OOs sofrimentos e aparentes derrotas de Paulo servem de evidência, diante
do Egito como un;:ia coluna de nuvem durante o dia e como uma coluna de fogo de todos, de que ele não tem forças eficazes em si mesmo, e que, tal como Cristo
durante a noite (Ex 13.21-22). Mais tarde, tinha enchido o tabernáculo erguido tinha morrido, assim também Paulo sabe que estava "morto", em termos de sua
por Moisés (Êx 33.8-13; 40.34-38) e, mais tarde ainda, encheu o templo de Salo- própria capacidade de realizar qualquer coisa que se revestisse de significação
mão 11Rs 8.10-11 ). Mas afastou-se do templo nos dias de Ezequiel, por causa eterna. Paulo usa as experiênc·1as-chaves de Cristo (sua morte e ressurreição)
dos pecados do povo de Israel (Ez 10.4, 18-19; 11 23) Essa glória só voltou com como padrão para compreender as suas próprias experiências como um apósto-
Jesus, que se tornou carne e habitou entre nós. Escreveu o apóstolo João: "E vi- lo. Por conseguinte, Paulo vê os seus próprios sofrimentos como uma imitação
mos a sua glória, glória como do unigênito do Pai" (Jo 1.14). Em contraste com a dos sofrimentos de Cristo (1.5, e nota).
lace de Moisés, da qual a glória de Deus desvanecia (3.13), a glória de Deus ago- para que também a sua vida. Nas fraquezas de Paulo, o poder de Jesus setor-
ra brilha com um resplendor ofuscante "na lace de Cristo". nava continuamente conhecido (cf. GI 2.20).
1377 2 CORÍNTIOS 4, 5
que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne b não feita por mãos, eterna, nos céus. 2 E, por isso, neste ta-
mortal. \2. De modo que, em nós, opera a morte, mas, em bernáculo, cgememos, aspirando por sermos revestidos da
vós, a vida. 13Tendo, porém, "o mesmo espírito da fé, como nossa 2 habitação celestial; 3 se, todavia, d formos encontrados
está escrito: vestidos e não nus. 4 Pois, na verdade, os que estamos neste
vEu cri; por isso, é que falei. tabernáculo gememos angustiados, não por querermos ser
Também nós cremos; por isso, também falamos, 14 sabendo despidos, emas revestidos, para que o mortal seja absorvido
que xaquele que ressuscitou o Senhor Jesus também nos res- pela vida. s Ora, foi o próprio Deus quem nos preparou para
suscitará com Jesus e nos apresentará convosco. 15 Porque isto, !outorgando-nos o 3 penhor do Espírito.
ztodas as coisas existem por amor de vós, para que a ªgraça, 6 Ternos, portanto, sempre bom ânimo, sabendo que, en-
multiplicando-se, torne abundantes as ações de graças por quanto no corpo, estamos ausentes do Senhor; 7visto que
meio de muitos, para glória de Deus. 11 andamos por fé e não pelo que vemos. 8 Entretanto, estamos

em plena confiança, h preferindo deixar o corpo e habitar com


O desígnio e efeito das aflições o Senhor. 9 É por isso que também nos esforçamos, quer pre-
16 Por isso, bnão desanimamos; pelo contrário, mesmo sentes, quer ausentes, para lhe sermos agradáveis. 10 1Porque
que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de
homem interior se e renova de dia em dia. 17 Porque a d nossa Cristo, ipara que cada um receba segundo o bem ou o mal
leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso que tiver feito por meio do corpo.
de glória, acima de toda comparação, 18 enão atentando nós
nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as O zelo apostólico de Paulo
que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas. 11 E assim, conhecendo 1o temor do Senhor, persuadimos
os homens e somos cabalmente conhecidos por Deus; e espe-
Ausentes do corpo e presentes com o Senhor ro que também a vossa consciência nos reconheça. 12 mNão
Sabemos que, se a ªnossa 1 casa terrestre deste taberná- nos recomendamos novamente a vós outros; pelo contrário,
5 culo se desfizer, ternos da parte de Deus um edifício, casa damo-vos ensejo n de vos gloriardes por nossa causa, para que

·~3 u;;, 1 ;; 1~61~ X[R-mB~~~ 15-~l a2c~~~1


-14 1 24 16 b2Co 4.1 '[Is 40 29.31] 17 dRm 818
CAPÍTULO 5 1 aJó 4.19 bMc 14.58 1 O corpo físico 2 cRm 8.23 2 morada 3 d Ap 3.18 4 ei Co 15.53 5 !Rm 8.23 3 sinal, depó-
~~ ~l~b-1~·;.~3l~-
sito. parcela adiantada como garantia do pagamento total 7 g Hb 11.1 8 h Fp 1.23 1O i Rm 2.16; 14 10.12 i Et 6.8 11 l[Hb 10.31;
12 29] 12 m 2Co 3.1 n 2Co 1.14
•4.12 Embora Paulo tivesse sofrido muitas dificuldades (a exemplo de Jesus). o •5.2 gememos. Suspiramos frustrados diante das limitações desta vida, com
resultado de seu ministério era a vida espiritual e o poder da ressurreição em ou- seu pecado. fraqueza e corrupção (Rm 8 22-23).
tras pessoas. Esse é um paradoxo que o mundo jamais entenderá. Os recebedo- •5.3 nus. Sem o corpo.
res de um ministério podem parecer viver muito melhor neste mundo do que a
•5.4 Paulo anela por receber o corpo ressurreto, livre das fraquezas e das imper-
pessoa que lhes traz o ministério. porquanto aquele que o traz pode estar sofren-
feições desta vida.
do por amor ao evangelho (8.9).
o mortal. O estado de nossos presentes corpos físicos.
•4.13 A fé expressa-se em palavras que afirmam confiança naquilo que Deus
prometeu. Aqui. Paulo cita a Septuaginta lo Antigo Testamento traduzido para o seja absorvido pela vida. A nova vida celestial porvir substituirá a nossa exis-
gregal. no trecho de SI 116.10. tência presente. Ver "Ressurreição e Glorificação", em 1Co 15.21.
•4.15 para glória de Deus. O alvo final de Deus ao responder às nossas ora- •5.5 o penhor. Ver nota em 1.22. O Espírito Santo opera em nós atualmente
ções e ao oferecer-nos as bênçãos da salvação é que lhe sejam oferecidas ações numa renovação diária e num fortalecimento espiritual (3.18; 4.16). E isso é uma
de graça e lhe prestemos glória {Is 43.7; Ef 1.12; Ap 4.111 amostra e garantia do término futuro dessa obra. que culminará em corpos res-
•4.16 não desanimamos. Essa frase repete-se no v. 1. Deus traz glória a si mes- surretos e em uma santificação completa.
mo. inclusive através das fraquezas e desencoraiamentos do ministério de Paulo. •5. 7 Uma vez mais. Paulo especifica um contraste entre o invisível reino espiritual
mesmo que o nosso homem exterior se corrompa. O contraste entre o que da presença e at1v1dade de Deus e o atual mundo visível.
é exterior e o que é interior não abrange somente o corpo e a alma. mas também •5.8 A doutrina do estado intermediário entre a nossa morte e o retorno de Cristo
a antiga natureza decaída e a humanidade renovada. ensina-nos que, quando os crentes morrem. eles. isto é. seus espíritos. vão ime-
•4.17 a nossa leve e momentânea tribulação. Uma declaração incompleta. diatamente para a presença de Cristo e ficam "presentes com o Senhor". en-
Ver as descrições dessas aflições em 4.8-12; 6.4-1 O; 11.23-33. Essas tribulações quanto que seus corpos permanecem aqui e são recolhidos na sepultura (ver Lc
estão preparando uma grande recompensa para os crentes. A nossa fé e obe- 23.43; Fp 1.23). Quando Cristo retornar. os corpos dos crentes serão ressuscita-
diência nos sofrimentos agradam a Deus. e ele não se esquecerá de nós (Rm dos dentre os mortos e serão reunidos aos seus espintos (1Co 15.22-23; 1Ts
8.17-18; 1Pe 1.6-7) 4.14.161. Ver "Morte e Estado Intermediário", em Fp 1.23.
eterno peso de glória. As aflições desta vida são leves e insignificantes, em •5.9 para lhe sermos agradáveis. Ver "Agradando a Deus". em 1Ts 2.4
comparação com a glória importante e significativa de que desfrutaremos por •5.10 Este versículo ensina que haverá graus de galardões no céu. Embora os
toda a eternidade. crentes tenham seus pecados perdoados e nunca sofrerão os castigos próprios
•4.18 as que se não vêem são eternas. Um tema freqüente nesta carta. O do inferno (Rm 6.23; 8.1). todos comparecerão diante de Cnsto no Dia do Julga-
mundo invisível é o mais real e mais importante. enquanto que o mundo visível mento. para receberem vários graus de recompensa pelo que fizeram nesta vida
está se desvanecendo. (Mt 6.20; Lc 19.11-27; 1Co 3.12-151. Esse JUigamento incluirá o desvendamento
•5.1 deste tabernáculo. Nossos corpos tísicos. Se os sofrimentos de Paulo de- e a avaliação dos motivos de nossos corações 11 Co 4.5).
veriam conduzi-lo até à morte tísica. algo muito superior espera por ele. •5.11 conhecendo o temor do Senhor. Não o terror da condenação eterna.
casa ... nos céus. Provavelmente, tenhamos aqui uma alusão aos nossos corpos mas um saudável e reverente temor do desagrado de Cristo pelas escolhas que fi-
ressurretos, embora para alguns eruditos isso signifique o lugar celestial que Deus zemos. o "bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo" (v. 10). Tal temor seria
tem preparado para nós. um saudável corretivo para aqueles crentes de Corinto que estavam causando
2 CORÍNTIOS 5, 6 1378
tenhais o que responder aos que se gloriam na aparência e exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, ro·
não no coração. 13 Porque, ºse enlouquecemos, é para Deus; gamos que vos reconcilieis com Deus. 21 Aquele que não co·
e, se conservamos o juízo, é para vós outros. 14 Pois o amor nheceu pecado, cele o fez pecado por nós; para que, nele,
de Cristo nos constrange, julgando nós isto: Pum morreu por fôssemos feitos djustiça de Deus.
todos; logo, todos morreram. 15 E ele morreu por todos, E nós, na qualidade de ªcooperadores com ele, também
qpara que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas
para aquele que por eles morreu e ressuscitou. 16 rAssim que,
6 vos bexortamos a que não recebais em vão a graça de
Deus 2 (porque ele diz:
nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a car· e Eu te ouvi no tempo da oportunidade e te socorri no dia
ne; e, se antes conhecemos Cristo segundo a carne, 5 já agora da salvação;
não o conhecemos deste modo. 17 E, assim, se alguém 1está eis, agora, o tempo sobremodo oportuno, eis, agora, o dia da
em Cristo, é "nova criatura; vas coisas antigas já passaram; eis salvação); 3 dnão dando nós nenhum motivo de escândalo
que se fizeram xnovas. em coisa alguma, para que o ministério não seja censurado.

O ministério da reconciliação A abnegação de Paulo


18 Ora,tudo provém de Deus, z que nos reconciliou consi- 4 Pelo contrário, em tudo recomendando-nos a nós mes·
go mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da recon- mos e como ministros de Deus: na muita 1 paciência, nas afli-
ciliação, 19 a saber, que ªDeus estava em Cristo reconciliando ções, nas privações, nas angústias, Sinos açoites, nas prisões,
consigo o mundo, não 4 imputando aos homens as suas trans- nos tumultos, nos trabalhos, nas vigüias, nos jejuns, 6 na pu-
gressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. 20 De sorte reza, no saber, na longanimidade, na bondade, no Espírito
que somos bembaixadores em nome de Cristo, como se Deus Santo, no amor 2 não fingido, 7 gna palavra da verdade, hno

• 13º2Co11.1,16;12.11 14P[Rm5.15;6.6] 1Sq[Rm611] 16'2Co10.3S[Mt12.50] 171[Jo6.63]U[Rm8.9]Vls43.18;


65.17X[Rm 63-10] 18 ZRm 5.10 19 ª[Rm 3 24] 4/ançandona conta dos, atnbumdo 20 bEf 6 20 21 eis 53 6,9 d[Rm 1 17, 3 21]
CAPÍTULO 6 1 ª1Co3.9 b2Co 5.20 2 Cls49 8 3 dRm 1413 4 e1Co41 1pers1stênc1a Sf2Co 11 23 6 2smcero, semh1pocns1a
7 82Co 7.14h1Co 2.4
perturbações para Paulo, e poderia ter corrigido as vidas de muitos crentes des- Os crentes toram eleitos IEf 1.4, 11), justificados (Rm 8 1), santificados 11 Co 1.2)
cuidados através dos séculos. e glorificados 13.18) "em Cristo". Aqui Paulo enfoca a importante significação da
nos reconheça. Novamente, um ponto de vista espiritual, nem sempre evidente união do crente com o Salvador. Visto que Cristo é o "último Adão", aquele em
para aqueles que vivem neste mundo. quem a humanidade é recriada 11 Co 15.45; GI 6.16; Ef 2.10), e que inaugurou a
•5.12 aos que se gloriam na aparência. Temos aqui um método mundano de nova era de bênçãos messiânicas IGI 1.4; ct. Mt 11 2-6), a união espiritual dos
avaliação, contrário ao que se dava com um apóstolo autêntico, o qual suportava crentes com Cristo não é menor do que a participação na "nova criação". A tradu-
as aflições por enfocar a sua atenção sobre o que era invisível e eterno 1418). Os ção "há uma nova criação", em lugar de "é nova criatura", faz essa conclusão res-
falsos apóstolos de Corinto l 11.13) também eram típicos representantes do mun- saltar com maior clareza; mas, em ambos os casos, a idéia se faz presente.
do, orgulhando-se em sua aparência externa, dependendo de si mesmos, aman- •5.18 Ora, tudo provém de Deus. Oplano inteiro da salvação e a história da re-
do o dinheiro, o poder e o prestígio. Se os crentes de Corinto compreendiam a denção centralizam-se em Deus. Paulo percebe que tudo vem do Senhor, é por
autodefesa de Paulo ern um sentido espiritual, então eles teriam uma resposta meio dele e para a sua glória iRm 1136).
para os falsos apóstolos e seus padrões superficiais de julgamento 11 Srn 16.7). •5.20 Paulo pode estar apelando diretamente para os crentes coríntios para re-
•5.13 se enlouquecemos. Provavelmente refira-se aos tempos de adoração e conciliarem-se com Deus. Mas ele também está sumariando o apelo que dirige
oração, quando Paulo era apanhado na mais intensa consciência da presença de ao mundo inteiro. A reconciliação é o estabelecimento ou restauração da comu-
Deus. A linguagem de Paulo não indica que ele perdia totalmente a consciência nhão amorosa depois da desavença. Para os crentes, a reconciliação com Deus é
de seu meio ambiente externo, pois a mesma palavra grega é usada para indicar renovada a cada dia, em certo sentido IMt 6.12; 1Jo 1.9).
pessoas que ficavam "maravilhadas" diante dos milagres operados por Cristo •5.21 Temos aqui um importante resumo da mensagem do evangelho. Oversí-
!Me 5.42; 6.51 ). D ponto Irisado pelo apóstolo é que, quer engajado em adoração culo explica como Deus imputou nossos pecados a Cristo. Deus, como juiz, atri-
particular, quer engajado em ministério público, Paulo vivia para Deus e para o buiu a Cristo a responsabilidade pelos nossos pecados, possibilitando que Jesus
próximo, e não para si mesmo lv. 15). Seus oponentes, por sua vez, não podiam tosse punido com justiça, pelos nossos pecados lls 53.6; 1Pe 2.24). Este versícu-
reivindicar para si mesmos tal coisa. lo mostra que Cristo foi o nosso substituto, tendo aceito receber a pena do peca-
•5.14 o amor de Cristo. Gramaticalmente, isso poderia indicar o amor que te- do em nosso lugar. Ver "A Impecabilidade de Jesus", em Hb 4.15.
mos por Cristo, ou o amor que Cristo tem por nós. Visto que Paulo estava talando para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus. Deus não somente impu-
sobre o que Cristo fizera por ele, provavelmente tenhamos aqui uma menção ao tou nossos pecados a Cr'1sto, como também imputou a perfeita justiça de cr·1sto a
amor de Cristo por nós. nós lou seja, ele contou essa justiça perfeita como se fosse nossa). Essa imputa-
um morreu por todos. Aqueles por quem Cristo morreu são os mesmos que os ção se1Ve de base para a realização progressiva da justiça de Deus em nosso ca-
"todos" que "morreram" com ele, em resultado de sua morte, e que são mencio- ráter moral. Nossos pensamentos e atos vão sendo santificados em medida
nados no fim do presente versículo. crescente, até recebermos, no céu, a perfeita retidão.
•5.16 Paulo enfatiza o julgamento espiritual e o discernimento espiritual nas vidas e •6. 1 a que não recebais em vão. Se os coríntios permitissem que sua igreja
situações das pessoas. Nossa experiência com o amor de Deus move-nos a parar tosse destruída pelos "falsos apóstolos" 111.13), ou se eles se recusassem a puri-
de ver outras pessoas de acordo com os padrões mundanos e a aprender como de- ficar-se de "impureza, tanto da carne como do espírito" 17.1), a vida deles glorifi·
vemos vê-las do ponto de vista do grande ato salvífico de Deus em Jesus Cristo. caria a Deus cada vez menos, e o evangelho que ouviram produziria fruto de
a ninguém conhllClllllOI segundo a carne. Quando Cristo foi considerado de pouca duração.
um ponto de vista mundano, os homens o rejeitaram e o crucificaram como um •6.2 eis, agora, o dia da salvação. Quando Deus nos oferece livramento, é sá-
blasfemador e um perturbador da ordem. Do ponto de vista divino, porém, Cristo bio responder imediatamente, antes que o oferecimento seja retirado. "Agora",
é o Messias e o Pilho de Deus, em quem recebemos a nova criação e a reconcilia- em um sentido mais amplo, refere-se à era do evangelho, enquanto que, em um
ção com Deus. sentido especffico, refere-se ao tempo quando um indivíduo ouviu o olerecimento
•5.17 em Cristo. A união com Cristo resume a nossa experiência de redenção. da salvação divina.
1379 2 CORÍNTIOS 6, 7
poder de Deus, pelas iarmas da justiça, quer ofensivas, quer 1 6
e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente,
defensivas; 8 por honra e por desonra, por infâmia e por boa como ele próprio disse:
fama, como enganadores e sendo verdadeiros; 9 como des- "Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles
conhecidos e, ientretanto, bem conhecidos; 1como se esti- serão o meu povo.
véssemos morrendo e, contudo, eis que vivemos; mcomo 17 Por isso, vretirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o
castigados, porém não mortos; 10 entristecidos, mas sempre Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos recebe-
alegres; pobres, mas nenriquecendo a muitos; nada tendo, rei,
mas possuindo tudo. 18 xserei vosso Pai, e vós sereis para mim zfilhos e filhas,
diz o Senhor Todo-Poderoso.
O amor com amor se paga
11 Para vós outros, ó coríntios, 3 abrem-se os nossos lábios,
e ºalarga-se o nosso coração. 12 Não tendes limites em nós;
7 ªTendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos
de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aper-
feiçoando a nossa santidade no temor de Deus.
mas Pestais limitados em vossos próprios afetos. 13 Ora, como
justa retribuição Q(falo-vos como a filhos), dilatai-vos também O afeto de Paulo para com os coríntios
vós. 2 Acolhei-nos em vosso coração; a ninguém tratamos
com injustiça, a ninguém corrompemos, ba ninguém explo-
Nenhuma comunhão com os incrédulos ramos. 3 Não falo para vos condenar; porque já cvos tenho
14 rNão vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; dito que estais em nosso coração para, juntos, morrermos e
porquanto 'que 4 sociedade pode haver entre a justiça e a ini- vivermos. 4 d Mui grande é a minha franqueza para convos-
qüidade? Ou que 5 comunhão, da luz com as trevas? 15 Que co, e emuito me glorio por vossa causa; !sinto-me grande-
harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente mente confortado e transbordante de júbilo em toda a nossa
com o incrédulo? 16 Que ligação há entre o santuário de Deus tribulação.

· - iRm 13.12; 2Co 1-0; 9i-2Co 4.2; 5.11 11Co4-; 11 m SI 1m18 10n1Co 1.5; [2Co 8.9] 11 ºIs 60.5; 2Co 7.3 3Lit. nossa
aberta 12 P2Co 12.15 13q1Co4.14 14 rDt7.2-3; 22.10; 1Co5.9 s1Sm5.2-3; 1Rs18 21; Ef 5.6-7,11; 1Jo 1.6 4em comum Sassoci-
b~o~ca~e~s~tá~~~
ação 16 1[1 Co J 16-17; 6 19]; Ef 2 21; [Hb 3 6] u Êx 29.45; Lv 26.12; Jr 31.33; 32.38; Ez 37.26-27; Zc 8.8 6 Cf. NU; TR e M vós sois
17 VNm 33.51-56; Is 52 11; Ap 18.4 18 X2Sm 7.14; Jr 31 1,9; [Ap 21.7] z [Jo 1.12; Rm 8.14; GI 4.5-7]; Fp 2.15; 1Jo 3.1
CAPÍTUL07 ta[1Jo3.3] 2bAt20.33 3c2Co6.11-12 4d2Co31U1Co1.4Í2.17;Cl1.24
•6.6 Um verdadeiro ministro do evangelho é conhecido por sua linguagem pura, •6.15 o Maligno. Um dos nomes de Satanás.
pela sua conduta pura, pelos seus motivos puros e pelo profundo amor que ele •6. 16 nós somos santuário do Deus vivente. No Antigo Testamento, o lugar
tem pelas pessoas. de habitação de Deus com seu povo era o tabernáculo e, mais tarde, tornou-se o
no Espírito Santo. D poder do Espírito Santo evidenciava-se no ministério de templo erigido por Salomão. Quando Cristo veio, ele era, em si mesmo, o verda-
Paulo, infundindo poder à sua pregação, convencendo os incrédulos do pecado deiro templo ou lugar de habitação de Deus IMt 1.23; Jo 2.21; CI 2.9). Agora,
lcf. Jo 16 8- 11 ), ou conferindo aos crentes dons espirituais 11 Co 12. 7-11) Essa Deus Espírito Santo veio residir em nós e, por essa razão, somos o novo santuário
obra do Espírito Santo era outra maneira mediante a qual o ministério de Paulo de Deus l1Co 6.19; 1Pe 2 5)
era recomendado. como ele próprio disse. A promessa veterotestamentária de que Deus habi-
•6. 7 na palavra da verdade. Paulo jamais comprometerá a santidade da verda- taria entre o seu povo !citação paulina de Lv 26.11-12) transformou-se na pro-
de ou dirá uma mentira a fim de lograr algum alvo desejável. messa da nova aliança de que Deus viveria naqueles que confiassem em Cristo.
no poder de Deus. Geralmente esse poder se manifestava para operar milagres, •6.17 Esta citação é, principalmente, de Is 52.11 e Ez 20.34, embora a ordem das
produzir alguma cura ou silenciar os inimigos lcf. At 14.3,9-1 O; 19.11-12; 20.1 O; palavras tenha sido alterada. Estas ordens, por serem distintas, têm tudo a ver
28 8-9; Rm 1519). com os incrédulos lcf. o v. 14; note que Is 52.11 ordena a Israel que saia da Babi-
pelas armas da justiça. Ou seja, todo o armamento que deve ser usado contra lônia incrédula). Estes versículos não encorajam a separação dos crentes que de-
a oposiçao humana ou demoníaca 110.5-6; At 13.11, 16.18; Ef 6 10-18) fendem pontos de vista diferentes quanto a certas questões.
•6.8-1 OUma série de paradoxos novamente ilumina o contraste entre o ponto de •6.18 Ver 2Sm 7.14,27. Paulo combinou várias promessas do Antigo Testamento
vista deste mundo e o ponto de vista da era vindoura, um ponto de vista invisível atinentes à presença e ao favor divinos, mas ele faz o cumprimento dessas pro-
para o olho natural, mas visto pelo olho da fé. messas depender claramente dos crentes separarem-se da impureza moral. De-
•6.11 alarga-se o nosso coração. Paulo revela seus sentimentos internos sistir da contaminação moral e obter a presença do Deus vivo, em lugar da
mais nesta carta do que em qualquer outra. Seu "coração aberto" revela o amor contaminação, é uma escolha sábia e desejável.
dele por eles. •7.1 Tendo ... tais promessas. As promessas do Antigo Testamento, citadas
•6.14 Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos. Paulo percebe em 6.16-18.
uma realidade espiritual mais profunda na proibição contra o jugo desigual encon- purifiquemo-nos. Devemos desempenhar um papel ativo e vigoroso na santifi-
trado em Dt 22.1 O. cação IFp 2.12-13).
com os incrédulos. Os falsos apóstolos em Corinto afirmavam-se crentes, mas, de toda impureza. Paulo está pensando em toda espécie de pecados, sem im-
na realidade, eram servos de Satanás 111.14-15). Aliar-se a eles seria distorcer toda portar como eles se expressavam na vida. A higiene física não está em pauta IMt
a vida e o ministério da Igreja. A proibição contra ser posto em jugo desigual com os 7.15; 1Pe 321).
incrédulos deve ser considerada em situações em que um controle significativo so-
bre as próprias ações seria entregue voluntariamente a um incrédulo, mediante •7 .2 a ninguém tratamos com injustiça. Uma vez mais, defendendo-se da-
uma associação ou sociedade. Nem Paulo e nem o resto do Novo Testamento nos queles que o acusavam, Paulo apela para um testemunho irrepreensível no mi-
dizem para não termos qualquer associação com os incrédulos IMc 2.15-17; 1Co nistério.
5.9-1 O). Mas somos instruídos a não nos pormos em "jugo desigual" com eles de • 7.3 Paulo revela aqui quão profundamente ele ama a igreja em Corinto; e não te-
tal modo que eles possam influenciar significativamente a direção e o resultado de mos aqui uma linguagem enganadora, mas uma expressão de seu "amor não fin-
nossas decisões morais e de nossas atividades espirituais. gido" 166).
2 CORÍNTIOS 7, 8 1380
A chegada de Tito pelo contrário, como, em tudo, vos falamos com verdade,
s Porque, gchegando nós à Macedônia, nenhum alívio ti- também a nossa exaltação na presença de Tito se verificou ser
vemos; pelo contrário, hem tudo fomos atribulados: ;lutas por verdadeira. 15 E o seu entranhável afeto cresce mais e mais
fora, temores por dentro. 6 Porém iDeus, que conforta os aba- para convosco, lembrando-se uda obediência de todos vós, de
tidos, nos consolou com 1a chegada de Tito; 7 e não somente como o recebestes com temor e tremor. 16 Alegro-me por-
com a sua chegada, mas também pelo 1 conforto que recebeu que, em tudo, vposso confiar em vós.
de vós, referindo-nos a vossa saudade, o vosso pranto, o vosso
zelo por mim, aumentando, assim, meu regozijo. B Porquan- A oferta das igrejas da Macedônia
to, ainda que vos tenha mcontristado com a carta, não me ar-
rependo; nembora já me tenha arrependido (vejo que aquela
carta vos contristou por breve tempo), 9 agora, me alegro não
8
para os pobres dafudéia
Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus
concedida às igrejas da Macedônia; z porque, no meio de
porque fostes contristados, mas porque fostes contristados muita prova de tribulação, manifestaram abundância de ale-
para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus, gria, e a ªprofunda pobreza deles superabundou em grande
para que, de nossa parte, nenhum dano sofrêsseis. 10 Porque riqueza da sua generosidade. J Porque eles, testemunho eu,
a ºtristeza segundo Deus produz arrependimento para a sal- na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostra-
vação, que a ninguém traz pesar; Pmas a tristeza do mundo ram voluntários, 4 pedindo-nos, com muitos rogos, 1 a graça
produz morte. 11 Porque quanto cuidado não produziu isto de bparticiparem da assistência aos santos. s E não somente fi-
mesmo em vós que, segundo Deus, fostes contristados! Que zeram como nós esperávamos, mas também e deram-se a si
qdefesa, que indignação, que temor, que saudades, que zelo, mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós, pela dvontade de
que vindita! Em tudo destes prova de estardes rinocentes nes- Deus; 6 o que nos levou a e recomendar a Tito que, como co-
te assunto. 12 Portanto, embora vos tenha escrito, não foi por meçou, assim também complete esta graça entre vós.
causa do que fez o mal, nem por causa do que sofreu o agra- 7 !Como, porém, em tudo, manifestais superabundância, tan-
vo, smas para que a vossa solicitude a nosso favor fosse mani- to na fé e na palavra como no saber, e em todo cuidado, e em
festa entre vós, diante de Deus. 13 Foi por isso que nos nosso amor para convosco, assim também gabundeis nesta
sentimos confortados. E, acima desta nossa consolação, mui- graça.
to mais nos alegramos pelo contentamento de Tito, cujo espí- B hNão vos falo na forma de mandamento, mas para pro-
rito ttoi recreado por todos vós. 14 Porque, se nalguma coisa var, pela diligência de outros, a sinceridade do vosso amor;
me gloriei de vós para com ele, não fiquei envergonhado; 9 pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, ique,

·~ 1526; 2Co 2 13 h2Co 4.8 iDt32.25 ~


ils 49 13; 2Co 13-4 12Co 213;7 13 7 !consolação 8 m2Co 2 2 n2Co 2.4 10
12.13;Sl32.10;Mt26.75PPv17.22 11 Hf5.11 r2Co2.5-11 12SZCo2.4 1JlRm15.32 1su2Co2.9;Fp2.12 16V2Co2.3;
º2~S~m~~~
8 22;,ZTs 3.4; Fm B.21
CAPITULO 8 2ªMe12.44 4 b Rm 15.25-26 I Cf. NU e M; TR acrescenta para que recebêssemos, desta forma lendo rogos, para que
recebêssemos a graça e a comunhão da assistência S C[Rm 12.1 -2] d [Ef 6 6] 6 e 2Co 8.17; 12.18 7 f [1 Co 1.5; 12.13] g 2Co 9 8
8h1Co7.6 9iFp2.6-7
• 7.5 Este versículo reinicia a narrativa que ele interrompeu em 2.13. Mostra a diante de Deus. A vida cristã é vivida diante dos olhos de Deus.
perturbação de alma de Paulo, quando uma igreja local, à qual ele amava profun- • 7. 13 cujo espírito foi recreado por todos vós. Ocontato pessoal dos cren-
damente, desviava-se da obediência ao Senhor. tes de Corinto com Tito tinha encorajado a este último espiritualmente, obtendo
à Macedônia. Ao norte da Grécia, no caminho para Corinto 1212-13, notas). uma mudança notável nele.
•7.6 Tito, finalmente, chegara na Macedônia, trazendo boas novas sobre os co- •7.15 com temor e tremor. Ao que tudo indica, antes mesmo da chegada de
ríntios e a reação deles para com a "carta severa" de Paulo. Tito com a carta de admoestação, o Espírito Santo tinha operado o arrependimen-
•7.8 A "carta severa" de Paulo (que não mais existe) foi escrita para repreender aos to na igreja de Corinto.
crentes de Corinto por causa da conduta deles durante a visita anterior do apóstolo •8. 1-9.15 Esta seção diz respeito à coleta de dinheiro para os crentes pobres
(2.3-4, notas e Introdução: Data e Ocasião). Éprovável que o problema fosse o fato de Jerusalém lcf. At 19.21-22; Rm 15.25-28; 1Co 16.1-4)
de eles, como igreja, não defenderem Paulo contra a pessoa que o atacara. Este
•8.1 a graça. Contribuir com dinheiro para a1udar outros crentes em necessida-
versículo mostra claramente que um pastor amoroso algumas vezes deve causar
de era resultado da graça divina. Deus proveu tanto os recursos como a disposi-
tristeza àqueles de quem éle cuida, se porventura caírem em pecado.
ção de serem usados esses recursos.
•7.10 produz arrependimento. Évoltar-se do pecado, uma decisão sincera de
abandonar um pecado lou pecados) específico e começar a obedecer a Deus. às igrejas da Macedônia. Isto é, Filipos, Tessalônica e Beréia
Neste caso, o termo não se refere especificamente ao arrependimento inicial que •8.3 Paulo conta à comparativamente rica igreja de Corinto a generosidade das
deve acompanhar a verdadeira fé salvadora (Me 1.15; At 3.19; 17.30; 26.20), igrejas empobrecidas da Macedônia, mais ao norte.
mas ao abandono do pecado na vida cristã. •8.5 E não somente. Eles fizeram muito mais do que os líderes cristãos espera-
para a salvação. "Salvação", neste caso, não indica a conversão inicial, mas o vam.
crescimento e o progresso na vida cristã. O crescimento cristão ordinário inclui deram-se a si mesmos. Eles dedicaram suas vidas ao serviço do Senhor e, en-
tempos de profunda tristeza por causa de algum pecado remanescente. tão, a Paulo, como seu servo.
a tristeza do mundo. Lamentação e tristeza de diferentes tipos, mas que não •8. 7 em tudo, manifestais superabundância. Apesar de suas dificuldades, a
busca o perdão que há em Cristo. igreja em Corinto era uma igreja forte em muitos sentidos. Eles eram possuidores
•7 .11 Os crentes coríntios tinham reagido a Paulo conforme ele imaginara, quan- de muitos dons espirituais (1Co 12-14), vários dos quais são alistados aqui.
do Tito levou a eles a carta de admoestação. •8.8 Não vos falo na forma de mandamento. Paulo queria que as contribui-
•7.12 não foi por causa do que fez o mal. Provavelmente, não o homem que ções fossem dadas voluntariamente. De modo geral, embora Paulo tivesse gran-
se fizera culpado de incesto, segundo se vê em 1Co 5.1, embora muitos tenham de autoridade, ele preferia pedir do que ordenar (Fm 14 e nota), um bom padrão
entendido Paulo dessa maneira 12.5, nota) para aqueles que estão revestidos de autoridade (Mt 20.25-26).
1381 2 CORÍNTIOS 8, 9
sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua mos nosso irmão cujo zelo, em muitas ocasiões e de muitos
pobreza, vos tomásseis /ricos. 10 E nisto 1dou minha opinião; modos, temos experimentado; agora, porém, se mostra ainda
mpois a vós outros, que, desde o ano passado, nprincipiastes mais zeloso pela muita confiança em vós. 23 Quanto a "Tito,
não só a prática, mas também o querer, convém isto. 11 Com- é meu companheiro e cooperador convosco; quanto a nossos
pletai, agora, a obra começada, para que, assim como revelas- irmãos, são vmensageiros 3 das igrejas e glória de Cristo.
tes prontidão no querer, assim a leveis a termo, segundo as 24 Manifestai, pois, 4 perante as igrejas, a prova do vosso amor
vossas posses. 12 Porque, ºse há boa vontade, será aceita con- e da nossa x exultação a vosso respeito na presença destes ho-
forme o que o homem tem e não segundo o que ele não tem. mens.
13 Porque não é para que os outros tenham alívio, e vós, so-
brecarga; mas para que haja igualdade, 14 suprindo a vossa Instruções de Paulo em referência à grande coleta
abundância, no presente, a falta daqueles, de modo que a Ora, quanto ªà assistência a favor dos santos, é desneces-
abundância daqueles venha a suprir a vossa falta, e, assim,
haja igualdade, 15 como está escrito:
9 sário escrever-vos, 2 porque bem reconheço a vossa pres-
teza, da qual me glorio junto aos macedônios, dizendo que a
PQ que muito colheu não teve demais; e o que pouco, Acaia está preparada desde o bano passado; e o vosso zelo
não teve falta. tem estimulado a muitíssimos. 3 e contudo, enviei os irmãos,
para que o nosso louvor a vosso respeito, neste particular, não
O novo encargo de nto se desminta, a fim de que, como venho dizendo, estivésseis
16 Mas graças a Deus, que 2 pôs no coração de Tito ames- preparados, 4 para que, caso alguns macedônios forem comi-
ma solicitude por amor de vós; 17 porque atendeu ao nosso go e vos encontrem desapercebidos, não fiquemos nós enver-
apelo e, mostrando-se mais cuidadoso, partiu voluntariamen- gonhados (para não dizer, vós) quanto a esta confiança.
te para vós outros. 18 E, com ele, enviamos qo irmão cujo lou- 5 Portanto, julguei conveniente 1 recomendar aos irmãos que
vor no evangelho está espalhado por todas as igrejas. 19 E não me precedessem entre vós e preparassem de antemão a vossa
só isto, mas foi também 'eleito pelas igrejas para ser nosso dádiva já anunciada, para que esteja pronta como expressão
companheiro no desempenho desta graça ministrada por nós, de generosidade e não de 2 avareza.
5
para a glória do próprio Senhor e para mostrar a nossa boa
vontade; 20 evitando, assim, que alguém nos acuse em face A sementeira e a colheita
desta generosa dádiva administrada por nós; 21 1pois o que ó dE isto afirmo: aquele que semeia pouco pouco também
nos preocupa é procedermos honestamente, não só perante o ceifará; e o que semeia com fartura 3 com abundância tam-
Senhor, como também diante dos homens. 22 Com eles, envia- bém ceifará. 7 Cada um contribua segundo tiver proposto no

·f~m ;;;--10 7.;5~4~~ ·;;_~~~n 9.2-1~u~ ~c~2.43~4 ~-15


11co [Hb 2Co PÊx 16.18 16 2NLJ tem posto ou mantém 18 q 2Co
12.18 19 r1co 16.3-•'.\5 2Co 4.15 21 IRm 12.17 23 2Co 7.13-14 vFp 2.25 3 Lit apóstolos. "enviados" 24 x2co 7.4, 14; 9.2 4TR
acrescenta para com eles e perante
CAPÍTULO 9 1 a GI 2.10 2 b2Co 8.1 O 3 e 2Co 8.6, 17 5 I exortar, animar 2 Lit. cobiça 6 d Pv 11.24; 22.9 3 com bênçãos
•8.9 sendo rico. Na glória e na honra que ele possuía eternamente, no céu. •8.17 Paulo está enviando Tito de volta a Corinto. antes dele mesmo ir.
se fez pobre. O Filho de Deus abdicou de sua glória celestial e veio à terra viver •8.18 o irmão. Nenhum norne pessoal é aqui fornecido. mas Lucas tem sido a
corno urn homem, a firn de sofrer e morrer. Os crentes coríntios, à semelhança de sugestão mais freqüente.
Cristo. deveriam entregar-se pelo bern de outras pessoas. Ver "A Humilde Obe- •8.19 foi também eleito pelas igrejas. Havia algum papel congregacional na
diência de Cristo", ern Jo 5.19. seleção de representantes que acompanhassem Paulo.
•8.1 OAqueles crentes tinham começado a contribuir. em harmonia com as ins- para a glória do próprio Senhor. Doar dinheiro e administrá-lo não é algo mun-
truções de Paulo, em 1Co 16.1-3. dano ou sem espiritualidade. mas algo que honra o Senhor.
•8.11 Como em todos os aspectos da vida cristã, assim se dá com as contribui- •8.20-21 Paulo jamais gastaria inutilmente qualquer parte da dádiva enviada a
ções. Bons motivos não são suficientes. mas devem levar às boas ações, em Jerusalém. Mas insistiu que representantes de confiança, de várias igrejas, o
consonância com nossas habilidades. acompanhassem (ver At 20.4). para que se evitasse até a suspeita de desonesti-
•8.12 Conforme nos ensina a oferta da viúva pobre, em Me 12.41-44. a disposi- dade. Quanto a esta passagem, Calvino comentou que "coisa alguma. com maior
ção para doar com generosidade é agradável a Deus, embora a dádiva possa ser certeza, convida ataques caluniosos do que estar manuseando dinheiro público".
pequena. por ser pobre o doador. Outrossim. os representantes agiriam como uma espécie de guarda-costas para
não segundo o que ele não tem. Essa é uma advertência contra dar ou prome- alguém que transportava tantos valores.
ter dar uma quantia que você realmente não tem, na esperança de que Deus re- •8.22 nosso irmão. Não foi identificado.
compense. Fazer isso força uma prova sobre Deus (Lc 4.12). As pessoas •9.2 a Acaia. A parte sul da Grécia, onde Corinto ficava localizada.
deveriam doar conforme Deus as faz prosperar (1 Co 16.2). Ainda assim. a ofensa •9.5 e preparassem de antemão a vossa dádiva. Paulo quer preservar o mo-
mais comum consiste ern deixar de doar. imediata e generosamente. quando tivo de doações voluntárias e generosas. e a quantia real que ele levaria a Jerusa-
Deus aumenta os rendimentos pecuniários. lém era de importância secundária.
•8.14 haja igualdade. Não que Paulo quisesse que todos os crentes tivessem •9.6 semeia ... ceifará. Uma metáfora baseada na vida agrícola - o agricultor
iguais possessões ou iguais rendimentos, mas o que ele desejava é que houvesse que planta muito semeia uma grande ceifa, mas uma plantação pequena produz
uma justa distribuição de encargos. A palavra aqui traduzida por "igualdade" tam- uma colheita pequena. Essa promessa também diz uma verdade dentro do terre-
bém poderia ser traduzida por "justiça" (CI 4.1 ). Paulo requeria eqüidade. e não no espiritual. Aqueles que derem generosamente colherão do reino com abun-
urna estrita igualdade. dância. Aquilo que é doado nunca se perde; é semeado. Embora Deus. às vezes.
•8.15 Quando os israelitas recolhiam rnaná no deserto, aqueles que recolhiam proveja uma colheita generosa no terreno físico e material àqueles que contri-
rnais compartilhavam cornos que tinham menos, e aqui, no tocante a dinheiro, os buem, esse não é o padrão e nem é a promessa do Novo Testamento (8.9; 11.27;
ricos deveriam compartilhar com os necessitados. Lc 6.20-21.24-25; Tg 2 5)
2 CORÍNTIOS 9, 10 '\382
coração, enão com tristeza ou por 4 necessidade; porque do para convosco, 2 sim, eu vos rogo e que não tenha de ser
!Deus ama a quem dá com alegria. 8 gDeus pode fazer-vos ousado, quando presente, servindo-me daquela firmeza com
abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, que penso devo tratar alguns que nos julgam como se andás-
ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra, 9 como semos em disposições de mundano proceder. 3 Porque, em·
está escrito: bora andando na carne, não militamos segundo a carne.
hDistribuiu, deu aos pobres, a sua justiça permanece 4 d Porque as armas e da nossa milícia não são 1 carnais, e sim
para sempre. !poderosas em Deus, gpara destruir fortalezas, anulando nós
to Ora, aquele que idá semente ao que semeia e pão para sofismas s he toda altivez que se levante contra o conheci-
alimento também 5 suprirá e aumentará a vossa sementeira e mento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obe-
6 multiplicará os frutos da vossa ijustiça, 11 enriquecendo-vos, diência de Cristo, 6 ie estando prontos para punir toda
em tudo, para toda generosidade, a qual faz que, por nosso in- desobediência, uma vez completa a ivossa submissão.
termédio, 1sejam tributadas graças a Deus. 12 Porque o servi- 7 10bservai o que está evidente. mse alguém confia em si
ço desta assistência não só msupre a necessidade dos santos, que é de Cristo, pense outra vez consigo mesmo que, assim
mas também redunda em muitas graças a Deus, 13 visto como ele é de Cristo, também nnós o somos. 8 Porque, se eu
como, na prova desta ministração, ng1orificam a Deus pela me gloriar um pouco mais ºa respeito da nossa autoridade, a
obediência da vossa confissão quanto ao evangelho de Cristo qual o Senhor 2 nos conferiu para edificação e não para des-
e pela liberalidade com que ºcontribuís para eles e para todos, truição vossa, Pnão me envergonharei, 9 para que não pareça
14 enquanto oram eles a vosso favor, com grande afeto, em ser meu intuito intimidar-vos por meio de cartas. to As cartas,
virtude da superabundante Pgraça de Deus que há em vós. com efeito, dizem, são graves e fortes; mas a 0 presença pessoal
ts Graças a Deus opelo seu dom inefável! dele é fraca, e a rpalavra, desprezível. 11 Considere o tal isto:
que o que somos na palavra por cartas, estando ausentes, tal
Paulo defende a sua autoridade apostólica seremos em atos, quando presentes. 12 5 Porque não ousamos

1O E ªeu mesmo, Paulo, vos rogo, pela mansidão e be-


nignidade de Cristo, beu que, na verdade, quando
presente entre vós, sou humilde; mas, quando ausente, ousa-
classificar-nos ou comparar-nos com alguns que se louvam a si
mesmos; mas eles, medindo-se consigo mesmos e comparan-
do-se consigo mesmos, revelam insensatez.

·~ ª 7 eDt 15.7 /Rm 12.8 4compu!são 8g[Pv11.24] 9 hSI 112.9 10 ils 55.10iOs10.12 5TR e Msupra e aumente óTR eMmultip/ique
lll;>Col.11 12m2Co8.14 J3n[Mt516Jº[Hb13.16J 14P2Co8.1 lSQ[Tgl.17]
CAPITULO 10 1 Rm 12.1 b 1Ts 2.7 2 C1 Co 4.21; 2Co 13.2, 10 4 dEf 6.13 e 1Co 9.7; [2Co 6 7]; 1Tm 1.18/At 7.2U Jr 1.10; [2Co
10.8; 131 O] 1 da carne 5 h 1Co1.19 6 i2Co 13.2, 10 nco
7.15 7 l[Jo 7 24]; 2Co 5.12 m 1Co 112; 14.37 n [Rm 14.8; 1Co 3.23]
8 o 2Co 13.10 P 2Co 7.14 2Cf. TR e M; NU omite nos 1Oo1 Co 2.3-4; 2Co 12.7; GI 4.13 r[1Co 1.17]; 2Co 11.6 12 s 2Co 5.12
•9. 7 Deus ama a quem dá com alegria. Nossas ofertas podem e devem ser servos de Satanás em seus ataques contra Paulo. Paula já havia salientado a dife-
feitas com alegria. rença entre a sabedoria do mundo e a sabedoria espiritual manifestada na cruz de
•9. 14 Por meio de tais doações, as necessidades são satisfeitas e Deus é alvo de Cristo, e tinha advertido aos crentes de Corinto para não se deixarem iludir pela
nossos agradecimentos. As orações dos recebedores pelos doadores constituem sabedoria do mundo (ver 1Co 1 18-2.16) Agora Paulo vê que seus oponentes
não pequena recompensa. tinham penetrado tão funda, com sua falsa sabedoria, que ele tinha de opor-se de
•9.15 Nossas doações são apenas uma pequena imitação da própria excelente novo a ela, com os termos mais vigorosos e, ao mesmo tempo, recuperar a leal-
generosidade de Deus para conosco, especialmente no caso do "dom indescrití- dade e a obediência dos crentes coríntios.
vel" de seu Filho (Jo 3.16). levando cativo todo pensamento. Se todo pensamento, então a pessoa intei-
•10.1-13.10 Nesses quatro capítulos, Paulo aborda o problema dos falsos ra - nossas próprias idéias, motivos, desejos e decisões - pertence a Cristo.
apóstolos (11.13), que tinham chegado a Corinto e que se opunham à sua autori- •10.6 Se os crentes coríntios se aliam aos falsos apóstolos, Paulo está pronto
dade. Tito tinha trazido boas novas sobre os problemas anteriores de Corinto, mas para puni-los, devido ao prejuízo espiritual que eles causam
agora um novo problema requeria a atenção de Paulo. O apóstolo confiava na •10.8 Paulo sabe que ele deveria invocar a autoridade que Cristo lhe dera e ad-
igreja de Corinto (7.16), mas nem todos os crentes de Corinto confiavam igual- vertir aos crentes de Corinto que ele estava pronto para usar essa autoridade (v.
mente em Paulo. Entre 9.12-15 e 10.1, o tom do apóstolo muda abruptamente, 4, nota).
de algo positivo para a exasperação, quando Paulo defende o caráter genuíno de •10. 10 e a palavra, desprezível. Paulo não dependia do tipo de oratória treina-
seu chamado como apóstolo de Cristo. Quanto a uma discussão sobre essa mu- da, que o mundo tanto admira, e cujo desígnio é obter glória para o orador. Aque-
dança de tom, ver Introdução: Dificuldades de Interpretação les que estavam sendo influenciados pelas oponentes do apóstolo atacavam o
•10.3 Um tema repetido nesta carta é viver não de acordo com os padrões deste ministério de Paulo ao dizerem que lhe faltava essa habilidade.
mundo ou de acordo com as perspectivas desta vida, mas de acordo com o poder •10.11 Ver nota no v. 4.
espiritual e com a realidade espiritual. •10.12 não ousamos classificar-nos ou comparar-nos com alguns. Agora
•10.4 as armas. A oração, a proclamação da poderosa Palavra de Deus e a au- veio à tona a questão que fez Paulo defender seu apostolado tão vigorosamente.
toridade de expulsar a oposição demoníaca (ver At 16.18; Ef 6.10-18). Ademais, Encorajados pelos "apóstolos" rivais, alguns crentes coríntios influentes tinham
também havia uma espécie de poderosa autoridade apostólica que não era discu- começada a comparar esses recém-chegados com Paulo - em uma compara-
tida com freqüência, mas que se mostrou evidente na sorte de Ananias e Safira ção na qual Paulo se saía como o perdedor. Ele foi julgado deficiente como orador
(At 51-11) e na de Elimas (At 138-12) (v. 1O; 11.5), fraco em seu relacionamento com a igreja (vacilando entre a ousadia
para destruir fortalezas. Paulo está falando sobre fortalezas espirituais, ou quando ausente e a timidez quando presente, v. 10-11), sem amar para com eles,
seja, centros de oposição demoníaca ao evangelho (1 Pe 5.8-9; 1Jo 5 19). Paulo (ao recusar uma doação monetária que, do ponto de vista deles, tratava-os como
sabia que seus oponentes, em Corinto, eram servos de Satanás (11 .14-15), mas inferiores, 11.7-11; 12.14-18), e deficiente quanto a certas experiências religio-
isso não o assustou, pois o poder do Espírita Santo, que nele estava, era muito sas de "poder" (12.1-5, e notas). Paulo, porém, recusava-se a comparar-se com
maior que o poder de Satanás. seus aponentes em seus pobres termos de jactância pessoal e de autopromoção.
•10.5 toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus. Uma E quando ele cedeu e se gloriou diante deles (11.16-18), ele o fez com ironia,
falsa sabedoria e argumentos sofisticadas eram algumas das armas usadas pelas usando a forma de comparação, mas sempre rejeitando as valores falsos deles.
1383 2 CORÍNTIOS 10, 11
A esfera da ação missionária de Paulo pregado, ou se aceitals espírito diferente que não tendes rece-
13 1N6s, potém, não nos gloriaremos sem medida, mas bido, ou hevangelho diferente que não tendes abraçado, a
· respeitamos o limite da esfera de ação que Deus nos demar- esse, de boa mente, o tolerais. s Porque suponho em nada ter
cou e que se estende até vós. 14 Porque não ultrapassamos os isido inferior a esses tais apóstolos. 6 E, embora iseja falto no
nossos limites como se não devêssemos chegar até vós, "pos- falar, não o sou 1no conhecimento; mas, em tudo e por todos
to que já chegamos até vós com o evangelho de Cristo; 15 não os modos, 2vos mtemos feito conhecer isto.
nos gloriando fora de medida vnos trabalhos alheios e tendo
esperança de que, crescendo a vossa fé, seremos sobremanei- O desprendimento do apóstolo
ra engrandecidos entre vós, dentro da nossa esfera de ação, 7 Cometi eu, porventura, algum pecado pelo fato 3 de vi-
16 a fim de anunciar o evangelho para além das vossas frontei-ver humildemente, para que fôsseis vós exaltados, visto que
ras, sem com isto nos gloriarmos de coisas já realizadas em n gratuitamente vos anunciei o evangelho de Deus? 8 Despo-
campo alheio. 17 x Aquele, porém, que se gloria, glorie-se no jei outras igrejas, recebendo salário, para vos poder servir, 9 e,
Senhor. 18 Porque znão é aprovado quem a si mesmo se lou- estando entre vós, ao passar privações, ºnão me fiz pesado a
va, e sim ªaquele a quem o Senhor louva. ninguém; pois Pos irmãos, quando vieram da Macedônia, su-
priram o que me faltava; e, em tudo, me guardei e me guarda-
Paulo continua a sua defesa rei de vos ser pesado. 10 qA verdade de Cristo está em mim;
Quisera eu me suportásseis um pouco mais na minha por isso, rnão me será tirada esta glória nas regiões da Acaia.
11 ªloucura. Suportai-me, pois. 2 Porque bzelo por vós 11 Por que razão? É 5 porque não vos amo? Deus o sabe.
com zelo de Deus; visto que vos ctenho preparado dpara vos 12 Mas o que faço e farei t é para cortar ocasião àqueles que a
apresentar e como virgem pura a um só esposo, que é Cristo. buscam com o intuito de serem considerados iguais a nós, na-
3 Mas receio que, assim como la serpente enganou a Eva com quilo em que se gloriam. 13 Porque os tais "são falsos apósto-
a sua astúcia, assim também gseja corrompida a vossa mente los, vobreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos
e se aparte da simplicidade 1 e pureza devidas a Cristo. 4 Se, de Cristo. 14 E não é de admirar, porque o próprio Satanás se
na verdade, vindo alguém, prega outro Jesus que não temos transforma em xanjo de luz. ts Não é muito, pois, que os seus
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~ 13t7Co1015 14"1Co3.5-615VRm15.20 17Xls65.16;Jr9.24;1Co1.31 18 2 Pv27.2ªRm2.29;[1Co4.5]
CAPITULO 11 1 ª2Co 11.4,16, 19
2 bGI 4.17 cos 2 19 dCI 1.28 eLv 21.13 J/Gn 3.4, 13 gEf 6.24 ITR e M omitem e pureza 4 hGI
1.6-8 5 i2Co 12.11 6j[1Co 1.17] l[Ef 3.4] m [2Co 12 12] 2TR e M vos temos sido conhecidos 7n1Co 9.18 3Lit. de ter-me feito humilde
9ºAt20.33PFp4.10 10QRm1.9;9.P1Co9.15 ll52Co6.11;12.15 1211Co9.12 13UFp1.15VFp3.2 14XGl1.8
•10.13 não nos gloriaremos sem medida. Paulo tomará o crédito somente pe- 14.7-18; 6.4-10; cf. 1Co 4.8-13)-eram desprezados e rejeitados em favor de
las coisas que Deus lhe havia permitido fazer, mas isso incluía ter chegado a Corinto ministérios que satisfaziam o gosto corrente pela eloqüência, pela sabedoria filo-
como apóstolo deles. Ele deixa entendido que seus oponentes, em Corinto, com sófica e por exibições espetaculares de poder espiritual lcf. 1Co 1 22-251.
suas vanglórias, estavam se intrometendo em sua área de responsabilidade. •11.5 a esses tais apóstolos. No original grego, há um indício de zombaria no
•10.16 para além das vossas fronteiras. Paulo tinha a esperança de que os uso que Paulo faz do título destacado llit. "superapóstolos"), para seus oponentes
crentes de Corinto prosperariam espiritualmente e se tornariam uma base da qual em Corinto. Talvez esse fosse até um título que eles aplicassem a si mesmos. E
ele poderia partir para evangelizar outros povos fora das fronteiras deles, presumi- outros pensam que eles usavam esse título para referirem-se aos apóstolos em
velmente em Roma e depois na Espanha IAt 19.21; Rm 15 22-29) Jerusalém.
•10.17 Uma citação extraída de Jr 9.24. "Gloriar-se" em alguma coisa significa •11.6 embora seja falto no falar. Ver nota em 10.1 O.
declarar quão grandiosa é tal coisa, ufanar-se de algo. Toda a ufania de Paulo, nes- •11.7 gratuitamente. Quando esteve em Corinto, Paulo providenciou seu pró-
ta epístola, termina por dar glória a Deus. prio sustento IAt 18.3) e também aceitou ajuda de outras igrejas lv. 8). Alguns
•10.18 aquele a quem o Senhor louva. Ojulgamento do Senhor é final, e colo- dos coríntios parecem ter ficado ofendidos porque Paulo se recusou a aceitar
cará de lado todo juízo humano. Paulo tem sido cuidadoso em não fazer qualquer suas dádivas, provavelmente oferecidas ao apóstolo devido à sua prédica do
reivindicação, exceto o que estivesse alicerçado sobre os propósitos de Deus e evangelho a eles. Dar e receber presentes eram, muitas vezes, meios para se es-
sobre aquilo que Deus tivesse realizado. Ele conclui esta seção com o princípio tabelecer e manter amizades entre pessoas de idêntica classe social. Dentro des-
muito básico de que uma pessoa deveria buscar a aprovação de Deus, e não do se sistema, a recusa de Paulo em receber ofertas pode ter sido tomada como um
homem IMt 6.1-4; Jo 5.44; Rm 2.29; GI 1.10). insulto, uma orgulhosa recusa de deixar-se envolver com pessoas de classe infe-
•11.2 zelo por vós. Paulo anela que os crentes de Corinto permaneçam leais a rior. Mas o apóstolo vê seu relacionamento com os coríntios não do ponto de vista
Cristo. Ele usa a metáfora do noivado e do casamento. Se os coríntios seguissem das convenções sociais 15.16), mas do ângulo da nova criação 15 17), na qual ele
os falsos apóstolos, eles se desviariam de Cristo e lhe seriam infiéis. Então não fora chamado para ser um apóstolo e pai espiritual. Como pai, ele pode ter dado
mais poderiam aproximar-se dele como uma "virgem pura" Fica suposto que o corretamente algo aos seus filhos, sem nada receber em troca 112.14-15).
ideal divino para o casamento não envolve relações sexuais anteriores - que •11.9 quando vieram da Macedônia, Provavelmente de Filipos IFp 4.15-16).
uma noiva deveria chegar a seu marido como uma "virgem pura", e seu marido
•11.1 O esta glória. Paulo havia ministrado aos coríntios com grande sacrifício
chegar-se-ia a ela também como tal.
pessoal e gastos - diferentemente dos apóstolos falsos, que, aparentemente,
•11.3 Paulo sabe que os falsos apóstolos eram uma perigosa ameaça espiritual, demandavam apoio financeiro por parte da igreja lcf. vs. 7,20).
comparável à serpente (vs. 14-15; GI 3.1 I.
nas regiões da Acaia. A região ao redor de Corinto.
•11.4 outro Jesus ... espírito diferente,,, evangelho diferente. Estão em
pauta as fortalezas, os argumentos e as pretensões 110.4-5) dos oponentes de •11.13 Os oponentes de Paulo em Corinto não eram irmãos na fé que diferiam
Paulo para distorcer a verdade de que o "Jesus", o "espírito" e o "evangelho" de- em certas questões não essenciais; eles eram, realmente, servos de Satanás
les diferiam radicalmente daquilo que Paulo pregava l1Co 1.18-2.16; cf. GI dentro da igreja, competindo para obter posições de liderança.
1.6-9). O"evangelho diferente" dos oponentes conforma-se tanto com as manei- •11.14 Uma das artimanhas de Satanás consiste em reivindicar estar fazendo
ras mundanas de pensar que Paulo e seu ministério apostólico - um ministério o bem e, especificamente, enviar a uma igreja servos seus que se dizem cren-
que manifestava a morte de Jesus através da adversidade e dos sofrimentos tes, mas que produzem apenas divisão, calúnia, imoralidade e toda espécie de
2 CORÍNTIOS 11, 12 1384
próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, Pem
z o fim deles será conforme as suas obras. perigos entre patrícios, q em perigos entre gentios, em peri-
gos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar,
Os sofrimentos de Paulo por amor do evangelho em perigos entre falsos irmãos; 27 em trabalhos e fadigas,
16 Outra vez digo: ninguém me considere insensato; to- r em vigHias, muitas vezes; sem fome e sede, 1em jejuns, mui-
davia, se o pensais, recebei-me como insensato, para que tas vezes; em frio e nudez. 28 Além das coisas exteriores, há
também me glorie um pouco. 17 O que falo, ªnão o falo se- o que pesa sobre mim diariamente, a ºpreocupação com to-
gundo o Senhor, e sim como por loucura, nesta confiança de das as igrejas. 29 vouem enfraquece, que também eu não
gloriar-me. 18 E, posto que muitos se gloriam segundo a car- enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu não me inflame?
ne, também eu me gloriarei. 19 Porque, bsendo vós sensa- 30 Se tenho de gloriar-me, x gloriar-me-ei no que diz respei-
tos, de boa mente tolerais os insensatos. 20 Tolerais e quem to à minha 4 fraqueza. 31 2 0 Deus e Pai do Senhor Jesus, ªque
vos escravize, quem vos devore, quem vos detenha, quem é eternamente bendito, sabe que não minto. 32 bEm Damas-
se exalte, quem vos esbofeteie no rosto. 21 Ingloriamente o co, o governador preposto do rei Aretas montou guarda na ci-
dconfesso, como se fôramos fracos. Mas, enaquilo em que dade dos damascenos, para me prender; 33 mas, num grande
qualquer tem ousadia (com insensatez o afirmo), também cesto, me desceram por uma janela da muralha abaixo, e as-
eu a tenho. 22 São !hebreus? Também eu. São israelitas? sim me livrei das suas mãos.
Também eu. São da descendência de Abraão? Também eu.
23 São ministros de Cristo? (Falo como fora de mim.) Eu ain- As 11isões e re11elações do Senhor
da mais: gem trabalhos, muito mais; muito mais em prisões; Se é necessário que me glorie, ainda que não con-
hem açoites, sem medida; 1em perigos de morte, muitas ve-
zes. 24 Cinco vezes recebi dos judeus iuma quarentena de
12 passarei às ªvisões e brevelações do Senhor.
vém,
Conheço um homem cem Cristo que, há catorze anos, dfoi
2
1açoites menos um; 25 fui três vezes mfustigado com varas;
arrebatado até ao terceiro céu (se no corpo ou fora do corpo,
numa vez, apedrejado; em ºnaufrágio, três vezes; uma noite não sei, Deus o sabe) 3 e sei que o tal homem (se no corpo
e um dia passei na voragem do mar; 26 em jornadas, muitas ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe) 4 foi arrebatado ao
.,,&~
~
----~~--~~

15 2 [Fp3.19] 17ª1Co7.6 t9b1Co4.10 20C[Gl2.4;43.9;51] 21d2Co10.10eFp3.4 22/Fp3.4-6 23g1Co15.10hAt


9.16i1Co 15.30 24 iDt 253 12Co 6.5 25 m At 16.22-23; 21.32 n At 145.19 o At 27.1-44 26 P At 9.23-24; 13.45,50; 17.5.13 q At
14.5.19; 19.23; 27.42 27 r At 20.31 s 1Co 4.11 t At 9.9; 13.2-3; 14.23 28 u At 20.18 29 v [1 Co 8.9.13; 9 22] 30 x [2Co
12.5.9-1 O] 4 debilidade 31 z 1Ts 2.5 a Rm 95 32 b At 9.19-25
ª
CAPÍTULO 12 1 At 16.9; 18.9; 22.17-18; 23.11; 26.13-15; 27.23 b [GI 1.12; 2.2] 2 e Rm 16.7 d At 22.17

destruição. Disse Jesus a seus discípulos: "Por seus frutos os conhecereis" IMt em At 20.2 lquando Paulo estava na Macedônia). Os três naufrágios de que Paulo
7.20; cf. At 20.29-30; 2Pe 2). foi vítima devem ter acontecido durante suas primeiras viagens missionárias.
•11.15 Ofim deles. Acabarão sendo julgados e condenados por Deus. •11.26 Oalvo de Paulo não era seu próprio conforto ou segurança. Muitas das di-
•11.20 Uma descrição de algumas das ações ousadas dos falsos apóstolos. ficuldades que ele registrou nesta seção mais ampla não foram registradas no Li-
·~1.22-12.10 Esta seção da epístola é conhecida como "Discurso do Tolo". vro de Atos. Édifícil imaginar uma existência mais cheia de percalços do que a de
Nela, Paulo descreve o seu ministério em termos que não poderiam ser igualados Paulo e. no entanto. ele era obediente a Deus e deixou a sua vida nas mãos cio Se-
pelos falsos apóstolos. Contudo, ele não se vangloriou de seu próprio conheci- nhor.
mento, de sua capacidade de falar ou de outras habilidades. mas apenas de falsos irmãos. Pessoas fingindo ser crentes. que chegaram à igreja para causar
quanto tinha sofrido por amor a Cristo. Aqui a jactância de Paulo é irônica - ele problemas.
se "vangloriou" de coisas normalmente consideradas vergonhosas, sinais de fra- •11.28 Paulo sentia profundamente as necessidades e os sofrimentos de suas
queza e derrotas. Portanto. essa jactância do apóstolo imitava ou parodiava a jac- igrejas. Sua confiança no cuidado soberano de Deus não o deixam frio e sem
tância de seus oponentes, que louvavam a si mesmos diante dos coríntios em emoções.
discursos extravagantes. Os tópicos desta seção progridem até um clímax onde
•11.32-33 Este incidente foi narrado sob um ponto de vista diferente em At
Paulo aborda aquilo que era o principal fator nas mentes de seus críticos - expe-
9.24-25. Aparentemente. os oponentes judeus em Damasco persuadiram o go-
riências religiosas incomuns 112.1-9).
vernador a cooperar em seu complô contra Paulo. Embora estes dois versículos
•11.22 São hebreus. Os oponentes de Paulo eram judeus. talvez vindos de Je- possam parecer um tanto quanto surpreendentes no contexto, eles mencionam a
rusalém e reivindicando serem endossados pelos apóstolos que residiam em Je- primeira - e bastante humilhante - experiência de perseguição por amor ao
rusalém. evangelho. Oapóstolo teve um escape precário de uma autoridade civil relativa-
•11.23-27 Paulo. ao enumerar os sinais de um autêntico servo de Cristo. salien- mente menor. como se fosse um fugitivo comum. Ele não estava se apresentan-
tou o sofrimento e a humilhação. enfatizando de novo !conforme fez em 1Co do como um herói.
1--4) a Cristo crucificado.
•12.1-6 Nestes seis versículos. Paulo continua a sua "jactância" com o tópico de
•11.23 Paulo revelou uma extrema hesitação ao falar em favor próprio. uma visão celestial. Sua narrativa contém alguns elementos inesperados. Paulo
•11.24 uma quarentena de açoites menos um. Quarenta chibatadas eram o não teve permissão de repetir as coisas que ouviu na visão, e mais tarde ele rece-
máximo que podia ser aplicado a uma pessoa. de acordo com Dt 25.3. Era um beu um "espinho" doloroso lv. 7, nota) enviado por Deus para mantê-lo humilde.
costume judaico limitar o número um pouco abaixo desse máximo, como salva- •12.2 Conheço um homem em Cristo. Embora estivesse falando indiretamen-
guarda contra uma contagem errônea. te. Paulo aponta claramente para si mesmo.
•11.25 três vezes fustigado com varas. Uma dessas ocasiões ficou registra-
ao terceiro céu. De acordo com uma enumeração comum, o primeiro céu era a
da em At 16.22.
atmosfera das aves e das nuvens; o segundo céu era o firmamento onde vemos
uma vez, apedrejado. Em Listra, durante a primeira viagem missionária de Pau- as estrelas; e o terceiro seria o céu pmpriamente ditll. \l lugar da habitaçãll de
lo IAt 14.19). onde a multidão julgou havê-lo matado. Deus. Durante catorze anos, Paulo não fizera dessa experiência um enfoque em
uma noite e um dia passei na voragem do mar. Há o relato de um naufrágio seu ensino, conforme alguns teriam feito. Seu enfoque era a mensagem de Cris-
em At 27.39-44. mas 2Coríntios foi escrita antes disso, no tempo mencionado to: "Não nos pregamos a nós mesmos. mas a Cristo Jesus como Senhor" (4.5).
1385 2 CORÍNTIOS 12

e paraíso e ouviu
palavras inefáveis, as quais não é lícito ao ho- 1poderes miraculosos. 13 Porque, em que tendes vós sido in-
mem referir. s De tal coisa me / gloriarei; não, porém, de mim feriores às demais igrejas, senão neste fato de não vos ter sido
mesmo, salvo nas minhas fraquezas. 6 Pois, se eu vier a gloriar- pesado? Perdoai-me esta injustiça.
me, não serei néscio, porque direi a verdade; mas abstenho-
me para que ninguém se preocupe comigo mais do que em Paulo deseja 11isitá-los
mim vê ou de mim ouve. 14 "Eis que, pela terceira vez, estou pronto a ir ter convos-
co e não vos serei pesado; pois vnão vou atrás dos vossos
O espinho na carne bens, mas procuro a vós outros. xNão devem os filhos ente-
7 E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das sourar para os pais, mas os pais, para os filhos. IS Eu de boa
revelações, foi-me posto um gespinho na carne, hmensageiro vontade me gastarei e ainda me deixarei gastar zem prol da
de Satanás, para me 1 esbofetear, a fim de que não me exalte. vossa alma. ªSe mais vos amo, serei menos amado? 16 Pois
8 'Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse seja assim, beu não vos fui pesado; porém, sendo astuto, vos
de mim. 9 Então, ele me disse: A minha graça te basta, por- prendi com dolo. 17 Porventura, vos explorei por intermédio
que o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, de algum daqueles que vos enviei? 18 Roguei a Tito e enviei
mais 'me gloriarei nas fraquezas, 'para que sobre mim repou- com ele outro e irmão; porventura, Tito vos explorou? Acaso,
se o poder de Cristo. 10 Pelo que msinto prazer nas fraquezas, não temos andado no mesmo espírito? Não seguimos nas
nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústi- mesmas pisadas?
as, por amor de Cristo. "Porque, quando sou fraco, então, é
que sou forte. Paulo apel.a para o juiz de todos
19 dHá 3 muito, pensais que nos estamos desculpando con-
As credenciais de um apóstolo vosco. e Falamos em Cristo perante Deus, /e tudo, ó amados,
11 Tenho-me tornado ªinsensato; 2 a isto me constranges- para vossa edificação. 20 Temo, pois, que, indo ter convosco,
tes. Eu devia ter sido louvado por vós; porquanto Pem nada não vos encontre na forma em que vos quero, e que também
fui inferior a esses tais apóstolos, ainda que qnada sou. vós me gacheis diferente do que esperáveis, e que haja entre
12 'Pois as credenciais do apostolado foram apresentadas no vós contendas, invejas, iras, porfias, detrações, intrigas, orgu-
meio de vós, com toda a persistência, por sinais, 5 prodígios e lho e tumultos. 21 Receio que, indo outra vez, o meu Deus

·~eL~;~~~ 5f;~o1~;0 -;~~z;~24hJÓ271b~;; 8~t26.44 -9i2-Co113~-l-[1Pe~14]-- tom[Rm53;8.35]n2Co13.4


11 ozco 5.13; 11.1,16; 12.6 P2Co 11.5 q1Co 3.7; 13.2; 15.9 2Cf. NU; TR e M acrescentam em vangloriar-me; NU omite 12'Rm15.18 SAt
15.12 tAt 148-10; 16.16-18; 19.11-12; 206-12; 28.1-10 14 uzco 1.15; 13.1-2 V[1Co 10.24-33]X1Co 4.14 15 2 [2Tm 2.10] a2co
6.12-13 16b2Co11 9 18 c2co 8.18 19 d2Co 5.12 '[Rm 9 1-21 /1Co10.33 3TR e M Oe novo, pensais .. convosco? 20 g1Co 4.21
•12.4 paraíso. Esse é o mesmo "terceiro céu" do v. 2. A palavra grega para "pa- tos como razões para regozijar-se, porquanto sabia que em todos eles o poder de
raíso" é usada com vários sentidos fora do Novo Testamento, mas no Novo Testa- Cristo estava atuando.
mento todas as três ocorrências referem-se ao céu, o lugar onde os santos •12.11 a isto me constrangestes. Paulo teve que se "jactar" de suas fraque-
habitam com Deus (Lc 23.43; Ap 2.7; e aqui). zas corno apóstolo, porque a isso os crentes de Corinto o haviam compelido,
•12.6 mas abstenho-me. Paulo queria que as pessoas o avaliassem com quando, apesar de o conhecerem bem, não o tinham defendido contra os falsos
base no conhecimento prévio que possuíam dele. apóstolos, mas, pelo contrário, haviam sido seduzidos (11.1-3) por destacadas
•12.7 um espinho na carne. Muitas possibilidades têm sido sugeridas quanto reivindicações e por falsas críticas contra Paulo.
a esse "espinho", como uma enfermidades física de alguma espécie ("na carne"), •12.12 as credenciais do apostolado. De acordo com a compreensão co-
um mensageiro demoníaco que o incomodava ["mensageiro de Satanás"). ou os mum, as "credenciais do apostolado" eram simplesmente "sinais, prodígios e po-
ataques constantes de perseguidores judeus. Através da história da Igreja, ne- deres miraculosos". No entanto, nesta carta, Paulo apontou para outros sinais
nhum acordo foi atingido entre centenas de comentadores. Conforme as coisas que o distinguiam dos falsos apóstolos: as vidas transformadas dos crentes de
se apresentam, o "espinho" das experiências de Paulo é aplicado prontamente a Corinto 13 2-3). o caráter impoluto de seu ministério (6.3-1 O; 7.2; 8.20-21 ), seu
uma certa variedade de testes, que ele teve de enfrentar durante a vida. Poucos amor genuíno pelas igrejas (6.11-12; 7.3; 11.7-11) e o fato de que ele suportava
dos servos de Deus têm vivido livres de pelo menos alguma espécie de empeci- sacrificialmente os sofrimentos (6.3-1 O; 11 23-33). Em adição a esses sinais,
lho, fraqueza ou oposição. Paulo está pronto para mencionar sinais miraculosos, mas sem demorar-se sobre
•12.8 ao Senhor. Expressão usual de Paulo para referir-se a Cristo, e não a os mesmos. Ver 1Co 13.2; "Os Apóstolos", em At 1.26.
Deus Pai. Embora as orações no Novo Testamento, mais freqüentemente sejam •12.14 pela terceira vez. Ver Introdução: Data e Ocasião. A primeira visita
dirigidas a Deus Pai, este é um exemplo de oração dirigid~ a Cristo (outros ocorrera durante a segunda viagem missionária de Paulo [At 18.1-18). A segunda
exemplos estão em At 1.24; 7.59; 1Co16.22 e Ap 22 20). E notável que, em visita não ficou registrada, mas deu-se em algum tempo durante a permanência
sua "jactância", Paulo testifique sobre um pedido que ele fez mas que Deus não de Paulo em Éfeso (At 19.1-411.
atendeu. Não vou atrás dos vossos bens, mas procuro a vós outros. Nisso, Paulo
•12.9 o poder se aperfeiçoa na fraqueza. Deus realizaria os seus propósitos se diferenciava daqueles pregadores cuja meta era sua própria vantagem finan-
sem tirar de seu servo o espinho que parecia servir-lhe de entrave. Apesar das de- ceira.
bilidades humanas, a graça de Deus atinge seus propósitos em um mundo decaí- •12.16 sendo astuto, vos prendi com dolo. Talvez os oponemest!ePau!oes-
do. Essa promessa da parte de Deus sem dúvida conferiu forças e encorajamento tivessem dizendo que seu aparente altruísmo era um ardil para enganá-los. Paulo
em sofrimentos subseqüentes. Resumidamente Paulo vincula o princípio geral à respondeu que ele nunca os explorara através de outros (v. 17).
sua ordem - a cruz de Cristo (13.4). A reação inteira de Paulo aos ataques à sua •12.18 Tito iria à frente de Paulo (8.6, 16-17).
autoridade apostólica era moldada conscientemente sobre Cristo, e este crucifi- •12.19 Paulo novamente enfatiza que ele não vinha falando a favor de sua própria
cado, e não no chamado 'Jesus" e no "evangelho" diferente que seus oponentes reputação ou glória, mas visando o bem da igreja e a glória de Deus. Enovamente
impingiam sobre os equivocados crentes coríntios (11.4, nota). ele revelou uma forte consciência de que tudo quanto escrevia e fazia, era feito
•12.10 A visão espiritual de Paulo era tão clara que ele podia ver seus sofrimen- "perante Deus".
2 CORÍNTIOS 13 1386
me hhumilhe no meio de vós, e eu venha a chorar por muitos orando a Deus para que não façais mal algum, não para que,
ique, outrora, pecaram e não se arrependeram da impureza, simplesmente, pareçamos aprovados, mas para que façais o
iprostituição e lascívia que cometeram. bem, embora nsejamos tidos como reprovados. 8 Porque
nada podemos contra a verdade, senão em favor da própria
Paulo promete investigar e castigar verdade. 9 Porque nos regozijamos ºquando nós estamos fra-
Esta é ªa terceira vez que vou ter convosco. bPor cos e vós, fortes; e isto é o que pedimos: Po vosso aperfeiçoa-
13 boca de duas ou três testemunhas, toda questão será
decidida. cJá o disse anteriormente e torno a dizer, como fiz
2
mento. to qPortanto, escrevo estas coisas, estando ausente,
para que, estando presente, não venha a usar de rigor segun-
quando estive presente pela segunda vez; mas, agora, estan- do a rautoridade que o Senhor me conferiu para edificação e
do ausente, / o digo aos d que, outrora, pecaram e a todos os não para destruir.
mais que, se outra vez for, e não os pouparei, 3 posto que bus-
cais prova de que, !em mim, Cristo fala, o qual não é fraco Saudações
para convosco; antes, é poderoso gem vós. 4 hPorque, de fato, li Quanto ao mais, irmãos, adeus! Aperfeiçoai-vos, 5 con-
foi crucificado em fraqueza; contudo, ;vive pelo poder de solai-vos, sede do mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de
Deus. Porque inós também somos fracos nele, mas vivere- amor 'e de paz estará convosco. 12 ºSaudai-vos uns aos ou-
mos, com ele, para vós outros pelo poder de Deus. tros com ósculo santo. Todos os santos vos saúdam.
5 Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé;
provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis 1que Jesus A bênção
Cristo está em vós? Se não é que já estais mreprovados. 6 Mas 13 vA graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e xa
espero reconheçais que não somos reprovados. 7 2 Estamos comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós.

·~1h2C-;;1.47;°coª 13Vico~1
CAPÍTULO 13 1 2Co 12.14 b Dt 17.6; 19.15 2 e 2Co 10.2 d 2Co 12.21 e 2Co 1.23; 10.11 / TR e M acrescentam eu escrevo 3 !Mt
10.20 g\1Co 9 2) 4 h [1Pe 3 18) i[Rm 14; 64) i[2Co 103-4) S l[GI 4.19) m 1Co9.27 7 nzco
6 9 2TR e M Estou 9o1Co4.1 OP [1Ts
310) IOq1Co421'2Co10.8 115Rm12.16,181Rm1533 12ºRm16.16 IJVRm16.24XFp2.1
•12.21 Os laços paternais de Paulo com a igreja de Corinto eram fortes, e ele •13.4 A vida de Paulo (como a de todos os crentes) estava unida a Cristo em sua
sabe que se retornasse e encontrasse a alguns deles (seus "filhos", v. 14) ainda morte e ressurreição, e ele continuou a compartilhar no poder ressurreto de Cristo
desobedientes, isso seria humilhante para ele, tal como os pais são humilhados enquanto permaneceu vivo.
pelo mau comportamento de seus filhos.
muitos que, outrora, pecaram e não se arrependeram. Os falsos apóstolos •13.5 Examinai-vos a vós mesmos ... provai-vos. Ver 1Co 11.28; GI 6.4. As
não eram o único problema em Corinto. Havia alguns crentes ainda envolvidos no palavras de Paulo ajudam a esclarecer a doutrina da certeza da fé. Paulo pede aos
pecado, e Paulo os advertiu. crentes de Corinto que examinem as próprias vidas pela evidência da salvação.
•13.1 terceira vez. Ver nota em 12.14. Paulo cita Ot 17.6; 19.15. As "duas ou Tal evidência inclurria a confiança em Cristo (Hb 3.6). a obediência a Deus (Mt
três testemunhas" mui provavelmente não signifiquem que Paulo tenha feito 7.21), o crescimento na santidade (Hb 12.14; 1Jo 3.3), o fruto do Espírito (GI
duas ou três visitas a Corinto (prns Paulo continuaria sendo para sempre uma úni- 5.22-23). o amor entre os cristãos (1Jo 3.14), a influência positiva sobre outras
ca testemunha). mas antes, é um lembrete de que, quando ele chegasse, todas pessoas (Mt 5.16), a aderência ao ensino dos apóstolos (1Jo4.2) e o testemunho
as acusações seriam Julgadas com iustiça e tratadas de forma justa. do Espírito Santo dentro deles (Rm 8 15-16).
•13.3 de que, em mim, Cristo fala. Uma forte declaração da autoridade apos- •13.12 Todos os santos. Crentes da igre1a para a qual Paulo esta~a es1:11Nenllo
tólica de Paulo. Opróprio Cristo estava falando por intermédio de Paulo, e as pala- (Introdução Data e Ocasião).
vras de Cristo por meio dele haveriam de silenciar poderosamente quaisquer
ofensores . •13.13 Uma bênção trinitária. Ver "Um e Três: A Trindade", em Is 44.6.

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