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ATOS DOS APÓSTOLOS


n~ Autor '''""'' e trndição, o oome de ''"'· ,
médico _e companheiro de_ Pa~lo em suas segunda
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lhantes na descrição do evento. Os dois relatos, no entanto,
diferem consideravelmente.
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1 e terceira Jornadas m1ss1onarias e na viagem a A opinião de que Lucas e Atos foram escritos antes da des-
"·· ~ Roma, é aceito como o autor de Atos. As evidên- truição de Jerusalém, ocorrida em 70 d.C., é baseada nas seguin-
cias da igreja primitiva apontam para Lucas como sendo o autor. tes considerações: Primeiro, o cap. 28 se encerra com a prisão
lrineu (c. 130-200 d.C.), Clemente de Alexandria (153-217 domiciliar de Paulo. Enquanto esperava para apresentar-se ante
d C.), o antigo documento anônimo - Cânon Muratório lc 170 César, tinha liberdade de pregar àqueles que o procuravam. Isso
d.C.) e Eusébio (c. 325 d.C.): todos creditam a Lucas a autoria deve ter acontecido antes de 64 d.C., ano que marca o grande in-
de Atos. cêndio de Roma, cuJa culpa foi colocada nos cristãos pelo impera-
Também encontramos evidências para a autoria de Lucas dor Nero. Em segundo lugar, o Livro de Atos não menciona a
nos conhecidos trechos "nós". encontrados na segunda metade morte de Paulo, que parece iminente em 2Tm 4 e que ocorreu em
do livro (16.10-17; 20.5-15; 21.1-18; 271-28.16) Estas passa- torno do ano 68 d.C. Em terceiro lugar, quase no final de Atos, Lu-
gens mostram que o narrador de Atos acompanhou Paulo desde cas apresenta o governo romano como benevolente para com o
Trôade, na Ásia Menor, até Filipos, no continente europeu, retor- cristianismo. atitude que mudou depois do ano 64 d.C. Em quarto
nando com ele para Trôade. Mais tarde, ele e Paulo viajaram da lugar, parte do vocabulário utilizado aponta para uma data mais
Palestina para Roma. antiga. Este vocabulário inclui: "discípulo"; "o primeiro dia da se-
O autor era. provavelmente, um gentio com educação formal, mana" (mais tarde tornou-se "o Dia do Senhor", Ap 1.1 O); uma
como demonstra o estilo e o alto nível do grego utilizado tanto no referência ao "povo de Israel", em 4.27 (um termo que, mais
Evangelho de Lucas quanto no Livro de Atos. Em algumas ocasiões tarde. compreenderia tanto os judeus como os gentios; Tt
a linguagem grega empregada chega a ser completamente clássi- 2.14); o título mais antigo "Filho do Homem" (7.56); bem como
ca (Lc 1.1-4). A abordagem metódica do autor à escrita e o interes- a linguagem utilizada na descrição de detalhes geográficos e
se pela pesquisa revelam os traços de uma pessoa educada e de políticos.
treinamento superior. Tanto Lc 1.3 quanto At 1.1 são dirigidos a Teófilo. Parece ter
CI 4.14 mostra que Paulo estava com Lucas, "o médico ama- sido uma pessoa que dava suporte e proteção, uma espécie de
do". No final do século XIX e no início do século XX, vários estudio- benfeitor de Lucas. Certamente era um gentio que havia recebido
sos chamaram atenção para a terminologia médica empregada em instrução cristã ILc 1.4). Como aquele que dava suporte a Lucas,
Lucas e Atos e para o interesse que o autor demonstrava pelas do- Teófilo teria providenciado o sustento necessário à pesquisa e es-
enças (Lc 4.38; 8.43-44; At 3.7; 12.23; 13.11; 20.7-11; 28.3,8) crita dos dois livros. Como comparação, sabemos que o historiador
Nos últimos anos, tem-se argumentado que a utilização de termi- Josefa teve como patrocinadores os generais Vespasiano e Tito,
nologia médica era comum entre os escritores antigos, de tal for- além de outros benfeitores. como, por exemplo, um certo Epafrodi-
ma que o autor não teria, necessariamente, sido um médico. to. a quem dedicou o seu livro Contra Ápio.
Mesmo assim, há um evidente interesse em questões médicas Lucas coletou material de sua própria experiência e de fontes
tanto em Lucas como em Atos. Considerar. portanto, Lucas. o mé- semíticas, dentro e fora da Palestina. Menciona o nome de várias
dico, como o autor é bastante razoável. pessoas que possivelmente o auxiliaram (16.11; 20.4). Pode ter
conversado com Maria, mãe de Jesus, bem como com várias ou-
Data e Ocasião Existem três datas sugeri- tras "testemunhas oculares e ministros da palavra" (Lc 1.2).
das para o Livro de Atos: antes de 70 d.C.; de 80 a 85
d.C. e de 105 a 130 d.C. As duas datas mais recentes
estão baseadas. em parte, na teoria de que Atos tal-
1.--- 1 Características e Temas Livro de o
Atos é uma história cuidadosa do desenvolvimento
vez não tenha sido escrito por Lucas e que este teria obtido suas in- [ da igreja primitiva. Lucas apresentou uma descrição
formações a respeito dos revolucionários Teudas e Judas (5.36-37) ' _""':_J cheia de detalhes políticos e geográficos, dos ocupan-
a partir dos escritos do historiador judaico Josefa 'Antigüidades tes de cargos governamentais e de suas ações, dos procedimen-
18.4-10 e 20.97-98). produzidos na segunda metade do século 1. tos imperiais, de uma viagem marítima à Itália, contendo uma
Mas o Teudas mencionado no Livro de Atos pode ter sido apenas terminologia náutica exata. Todos esses registros procedem de
um dos muitos revolucionários que surgiram por ocasião da morte um pesquisador meticuloso, sendo ele próprio testemunha ocular
de Herodes, o Grande, e não o Teudas mencionado por Josefa. O de muitos desses eventos.
conhecimento que Lucas tinha de Judas não foi, necessariamente, Lucas tinha vários propósitos. Nos vs. 1.1-2, indica que, no
derivado de Josefa, da mesma forma que o de Josefa pode ter sido Evangelho, relatou a vida de Jesus até o momento da ascensão.
derivado de Lucas. Alguns argumentam que Lucas utilizou o relato Resume o tema geral de Atos da seguinte forma: o Senhor irá di-
da morte do rei Herodes Agripa 1, ocorrida em 44 d.C. (12.19-22). fundir a sua obra "em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e
feito por Josefa. uma vez que ambos empregam palavras seme- até os confins da terra". O Livro de Atos é chamado "Atos dos
ATOS 1 1270
Apóstolos'', mas Lucas esboça apenas os ministérios de Pedro que este não representava uma ameaça ao Império Romano. O Li-
(caps. 1-12) e de Paulo (caps. 13-28). Alguns têm detectado, vro de Atos é um mapa do progresso da igreja pelo mundo antigo,
em Lucas, a intenção de defender o cristianismo ou de demonstrar mostrando o surgimento da presente era.

r·Esboço de Ato~
1. Pedro e o evangelho aos judeus em Jerusalém, Judéia e 5. A igreja em Antioquia da Síria (11.19-30)
Samaria (1.1-12.24) 6. A perseguição de Herodes Agripa 1à Igreja
A. Instruções de Jesus e a espera pelo Espírito (cap. 1) e a sua morte (12.1-24)
B. A fundação da igreja em Jerusalém (caps. 2-7) li. Paulo e o evangelho aos gentios (12.25--28.31)
1. O derramamento do Espírito Santo e o primeiro A. Paulo expande o evangelho até a Ásia Menor e à
sermão de Pedro (2.1-41) Europa (12.25-21.16)
2. A comunhão dos crentes (2.42-47) 1. A primeira viagem missionária de Paulo - Chipre
3. A cura do mendigo e o segundo sermão de Pedro e Ásia Menor (12.25-14.28)
(cap. 3) 2. O Concílio de Jerusalém (15.1-35)
4. A perseguição pelo Sinédrio (4.1-31) 3. A segunda viagem missionária de Paulo
5. A igreja: comunidade e disciplina (4.32-5.11) - o retorno à Ásia Menor e à Europa
6. Mais perseguição pelo Sinédrio (5.12-42) (15.36-18.22)
7, A escolha dos sete (6.1-7) 4. A terceira viagem missionária de Paulo
8. Perseguição e morte de Estêvão (6.8-7.60) - o fortalecimento das igrejas da Ásia Menor,
C. Espalhado pela perseguição, o evangelho se propaga Macedônia e Grécia (18.23-21.16)
pela Judéia, Samaria e adiante (8.1-12.24) B. Paulo leva o evangelho a Roma (21.17-28.31)
1. Filipe prega em Samaria e ao eunuco etíope (cap. 8) 1. A prisão de Paulo, o seu julgamento e
2. A conversão de Saulo (9.1-31) encarceramento na Palestina (21.17-26.32)
3. Oministério de Pedro em Lida e Jope (9.32-43) 2. A viagem a Roma (27 .1-28.16)
4. Oministério de Pedro em Cesaréia: o Espírito Santo 3. Os dois anos do ministério de Paulo em Roma
é derramado sobre os gentios (10.1-11.18) (28.17-31)

Prólogo que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a


Escrevi o primeiro livro, ó ªTeófilo, relatando todas as coi· promessa do Pai, a qual, disse ele, ide mim ouvistes. s gPor-
1 sas que Jesus começou a fazer e a ensinar 2 baté ao dia
em que, depois de chaver dado mandamentos por intermédio
que João, na verdade, batizou com água, hmas vós sereis bati-
zados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.
do Espírito Santo aos apóstolos que escolhera, 1 foi elevado às
alturas. 3 dA estes também, depois de ter padecido, se apre- A ascensão de Jesus
sentou vivo, com muitas provas 2 incontestáveis, aparecendo- 6 Então, os que estavam reunidos lhe perguntaram: Senhor,
lhes durante quarenta dias e falando das coisas concernentes será este o tempo em que restaures o reino a Israel? 7 Res-
ao reino de Deus. 4 e E, comendo com eles, determinou-lhes pondeu-lhes: iNão vos compete iconhecer tempos ou épocas

• CAPÍTULO 1 1 a Lc 1-;--~~ ~1-9


15.26] 5 g Mt 3.11 h [JI 2.28]
1 1 Subiu
7i1Ts 5 OMt 24.36
a~s-céus M~3d 16.12, 14 2 in~;uívocas 4 e Lc 24 ~9 flJo 14.16:·1 ;,26;

•1. 1 o primeiro livro. OEvangelho de Lucas, conforme mostrado pela referên- derramamento prometido do Espírito Santo que ocorreu no Pentecostes. no qüin-
cia a Teófilo llc 13) quagésimo dia após a Páscoa.
todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar. Um resumo ade- •1.4 comendo com eles. Jesus freqüentemente comungava com seus amigos
quado do que Lucas registra no Evangelho. e discípulos em torno de uma refeição: na alimentaçáo dos cinco mil ILc 9.16),
•1.2 mandamentos por intermédio do Espírito Santo. Depois da ressurrei- com publicanos e pecadores (Me 2.15-16; Lc 5.29). na casa do fariseu (lc 7.37),
ção, Jesus comunicou a seus apóstolos a realidade de sua ressurreição (Jo na última ceia (Mt 26.21,26) e depois da ressurreição llc 24.42; Jo 21.9-15\
20.21). a verdade de seu chamado como Messias (Lc 2444-49). a bênção do esperassem a promessa do Pai. OEspírito Santo era dom do Pai e dom de Je-
Espírito Santo (Jo 20.22-23) e a realidade do seu corpo físico ressurreto (Lc sus, o Filho (Jo 14.1,26; 15.26).
24.37-43)
•1.5 João, na verdade, batizou com água. João Batista batizou grandes mul-
que escolhera. A referência à escolha original que Jesus fez de seus apóstolos
tidões de pessoas (Mt 3.5-6, 13-15; Me 1.5,9; Lc 3.7-16,21 ). O batismo de arre-
(Lc 6.12-16). um dos quais (Judas) Jesus sabia que se tornaria um traidor.
pendimento de João nas águas !Me 1.4) prenunciava o batismo messiânico com
elevado. Lc 24.50-52 localiza a ascensão perto de Betânia, no lado leste do Jar- o Espírito Santo e com fogo llc 3.16). Ver "O Batismo de Jesus'', em Me 1.9.
dim das Oliveiras, a leste de Jerusalém.
não muito depois destes dias. Uns poucos dias se passariam antes do Pente-
•1.3 se apresentou ... muitas provas incontestáveis. As aparições de Cristo
costes.
após a ressurreição (Mt 28; Me 16; Lc 24; Jo 20; 21. 1Co155-7) foram importan-
tes como uma confirmação inabalável da pessoa e da obra sobrenaturais de Cris- •1.6 será este o tempo em que restaures o reino a Israel. Na base daquilo
to. Era importante que a ressurreição de Jesus fosse vista pelos discípulos (v. 22). que Jesus disse em Mt 19.28, os discípulos pensavam que ele poderia expulsar
quarenta dias. O tempo desde a ressurreição até a ascensão. Depois que Je- os romanos e restaurar o reino físico a Israel.
sus subiu ao céu, os discípulos ficaram dez dias em Jerusalém esperando pelo •1.7 Não vos compete conhecer tempos ou épocas. Os anos ou datas es-
1271 ATOS 1
1
que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade; 8 mas rece- A escolha. de Matias
bereis poder, mao descer sobre vós o Espírito Santo, e nsereis 15 Naqueles dias, levantou-se Pedro no meio dos 5 irmãos
minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Ju- (ora, compunha-se a assembléia de umas cento e vinte epes-
déia e ºSamaria e até aos Pconfins da terra. 9 qDitas estas pala- soas) e disse: 16 Irmãos, convinha que se cumprisse a Escritu-
vras, 'foi Jesus elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o ra !que o Espírito Santo proferiu anteriormente por boca de
encobriu dos seus olhos. 10 E, estando eles com os olhos fitos Davi, acerca de Judas, 8que foi o guia daqueles que prende-
no céu, enquanto Jesus subia, eis que dois varões 5 vestidos de ram Jesus, 17 porque hele era contado entre nós e teve parte
branco se puseram ao lado deles 11 e lhes disseram: Varões gali- 1neste ministério. 18i(Ora, este homem adquiriu um campo

Jeus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que den- com 1o 6 preço da iniqüidade; e, precipitando-se, rompeu-se
tre vós foi assunto ao céu 1virá do modo como o vistes subir. pelo meio, e todas 7 as suas entranhas se derramaram; 19 e
isto chegou ao conhecimento de todos os habitantes de Jeru-
Os discípulos em]erusalém salém, de maneira que em sua própria língua esse campo era
12 ªEntão, voltaram para Jerusalém, do monte chamado chamado Aceldama, isto é, Campo de Sangue.) 20 Porque
Olival, que dista daquela cidade tanto como a jornada de um está escrito no Livro dos Salmos:
sábado. 13 Quando ali entraram, subiram vpara o cenáculo mFique deserta a sua morada; e não haja quem nela ha-
onde se reuniam xpedro, João, Tiago, André, Filipe, Tomé, bite;
Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, 2 Simão, o Zelote, e:
e ªJudas, filho de Tiago. 14 bTodos estes perseveravam 3 unâ- nTome outro o seu 8 encargo.
nimes em 4 oração, com cas mulheres, com Maria, mãe de Je- 21 É necessário, pois, que, dos homens que nos acompa-
sus, e com os dirmãos dele. nharam todo o tempo que o Senhor Jesus andou entre nós,

• 8i[A~21.4],;Lc2449"Lc24~~.;14PCl123 9Hc24~-51TAt1.2 10SJo20.12 1110n7.13 12Ulc24.52


13 V Me 14.15; Lc 22.12; At 9.37.39; 20.8 XMt 10.2-4 Zlc 6.15 ªJd 1 14 bAt 2.1.46 Clc 23.49.55 dMt 13.55 3com um só propósito ou
pensamento 4 Cf. NU; TR e M oração e súplica 15 e Lc 22.32; Ap 3.4 5Cf. NU; TR e M discípulos 16/SI 41.9 8Mt 26.47; Me 14.43; Lc
22.47; Jo 18.3 17 h Mt 10.4 i At 1.25 18 /Mt 27.3-1OIMt18.7; 26.14-15,24; Me 14.21; Lc 22.22; Jo 17.12 ô recompensa. prêmio 7 os
seus intestinos 20 m SI 69.25 n SI 109.8 8 Gr. episkopen, cargo de superintendente
pecíficas (que alguns. em todos os tempos. tentam predizer) da segunda vinda de Zelote. Provavelmente referindo-se à antiga participação de Simão no grupo re-
Cristo (cf. 1Ts 52). volucionário dos Zelotes.
•1.8 ao descer sobre vós o Espírito Santo. Jesus quer dizer que o Espírito Judas, filho de Tiago. Também conhecido como Tadeu (Mt 10.3; Me 3.18).
Santo mostrará o seu controle sobre eles com manifestações visíveis: o soprar de •1.14 perseveravam ... em oração. Jesus estabeleceu um padrão de oração
um vento violento, o aparecimento de línguas de fogo e o falar em línguas estran- na vida de seus discípulos. Para exemplos de Jesus orando, ver Lc 3.21; 5.16;
geiras (cap. 2). 6.12; 9.18,28-29; 11.1; 22.32.41; 23.34.46.
minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Sa- com as mulheres. Certas mulheres que tinham seguido Jesus. sustentado sua
maria e até aos confins da terra. D Livro de Atos segue esta estratégia. Dtes- obra e cuidado dele em sua morte (Mt 27.55-56; 28.1; Me 15.40-41; Lc 8.2-3;
temunho de Jerusalém (cap. 2) apresenta. em miniatura. o ministério mundial de 23.49; 24.1; 24 22)
Deus: os "judeus ... de todas as nações" 12.5) que ouviram e creram carregaram a Maria, mãe de Jesus. Esta é a última referência, no Novo Testamento, à mãe
mensagem para bem longe. No resto de Atos. o evangelho se espalha a Jerusa- de Jesus.
lém (3.1-8.1 ). à Judéia e Samaria, a Antioquia da Síria (8.1-12 25) e aos con-
os irmãos dele. Os meio-irmãos de Jesus. filhos de Maria e José (Mt 13.55; Lc
fins da terra 113.1-28.31).
1426; Jo 7.3.10)
•1.9 foi Jesus elevado às alturas. Ver "A Ascensão de Jesus", em Lc 24.51.
•1.15 Naqueles dias. Os dez dias entre a ascensão e o Pentecostes (2.1 ).
•1.1 Odois varões vestidos de branco. Pessoas descritas como vestidas de
branco são comumente seres sobrenaturais ou glorificados: Jesus Cristo (Mt •1.16 Irmãos. Os homens são particularmente mencionados aqui, porque Pedro
17.2; Me 9.3; Ap 1.14); anjos (Mt 28.3; Me 16.5; Lc 24.4; Jo 20.12) e santos glo- está falando a respeito de substituir Judas lscariotes. um dos doze que Jesus ha-
via originalmente escolhido como apóstolos (Mt 10.2-4).
rificados (Lc 9.30-31; Ap 3.4-5.18; 4.4; 7.14).
•1.11 Varões galileus. Os onze eram da Galiléia; Judas lscariotes era de Oueri- convinha que se cumprisse a Escritura. Os SI 69.25; 109.8, citados no v. 20,
são aplicados por Pedro a Judas lscariotes que, como um inimigo de Deus. tinha
ote, em Judá.
sido deposto de seu apostolado. Agora. "seu cargo" tinha que ser preenchido no-
do modo. Jesus retornará no seu corpo ressurreto. vindo sobre as nuvens do céu
vamente.
(Mt 24.30; 26.64; Me 14.62; 1Ts 4.16-17; Ap 1 7) Ver "A Segunda Vinda de Je-
sus". em 1Ts 4.16. o Espírito Santo proferiu ... por boca de Davi. OEspírito Santo inspirou Davi a
compor estas palavras usando seus talentos poéticos.
•1.12 do monte chamado Olival. Uma colina além do vale de Cedrom. logo a
leste da cidade murada de Jerusalém. Os discípulos tinham estado com Jesus no •1.17 teve parte neste ministério. Em seu plano, Deus permitiu que Judas.
monte perto de Betânia (Lc 24.50). um inimigo do Salvador. servisse por um tempo no ministério dos discípulos.
a jornada de um sábado. A partir da cidade. a distância calculada pelos rabinos •1.18 este homem adquiriu um campo. Judas indiretamente comprou o
como sendo cerca de 1100 metros. campo quando devolveu o dinheiro aos principais sacerdotes e anciãos. que. por
•1.13 subiram para o cenáculo onde se reuniam. Provavelmente onde os sua vez, compraram um cemitério para estrangeiros. chamado "Campo de San-
discípulos tinham estado se escondendo com medo dos judeus. Esta pode ter gue".
sido a mesma sala onde eles tinham celebrado a Páscoa e onde Jesus havia insti- com o preço. As trinta moedas de prata (Mt 26.15). provavelmente valendo cer-
tuído a Ceia do Senhor (Me 14.15). ou uma sala na casa de Maria. a tia de Barna- ca de 120 denários. ou o salário de 120 dias de trabalho (Mt 20.2).
bé (CI 4 1O). onde os cristãos mais tarde se reuniam (12.12) Localizava-se, precipitando-se. Mateus registra que Judas "enforcou-se" (Mt 27.5). Aparen-
provavelmente, próximo aos átrios do templo. onde as multidões de judeus visi- temente durante. ou logo depois do enforcamento, seu corpo caiu no chão e foi
tantes estavam reunidas (2.5-12). rompido ou decomposto.
Bartolomeu. Também conhecido como Natanael (Jo 1.45; 21.2). •1.21 entre nós. Isto inclui todo o tempo do ministério público de Jesus. desde
Tiago, filho de AHeu. Também conhecido como Tiago, o menor (Me 15.40). seu batismo até sua ascensão.
ATOS 1, 2 1272

OS APÓSTOLOS
At 1.26
Ainda que os Evangelhos chamem as mesmas pessoas de "discípulos" e "apóstolos" (Mt 10.1-2; Lc 6.13), os termos não
são sinônimos. "Discípulo" significa "aluno", "aquele que aprende"; "apóstolo" significa "emissário", "representante", alguém
enviado com a autoridade daquele que o enviou. Os doze apóstolos (Ap 21.14), como distintos dos apóstolos ("mensageiros")
das igrejas (2Co 8.23 e a nota sobre o texto) e do resto dos discípulos, foram escolhidos e enviados por Jesus (Me 3.14), exa-
tamente como o próprio Jesus, "o Apóstolo ... da nossa confissão" (Hb 3.1 ), foi preordenado e enviado pelo Pai l1Pe 1.20).
Assim como rejeitar Jesus é rejeitar o Pai, também rejeitar os apóstolos é rejeitar Jesus (Lc 10.16).
Paulo, o "apóstolo dos gentios" (Rm 11.13; GI 2.8), declara-se como um apóstolo nas palavras de abertura da maioria de
suas cartas. Pelo fato de ter visto Cristo no caminho de Damasco e ter sido comissionado por ele (At 26.16-18), ele foi tão ver-
dadeiramente uma testemunha da ressurreição de Jesus (que um apóstolo tinha de ser, At 1.21-22; 10.41-42), como foram
todos os outros. Tiago, Pedro e João aceitaram Paulo no colégio apostólico (GI 2.9), e Deus confirmou sua condição de após-
tolo pelos sinais de um apóstolo (milagres e sinais, 2Co 12.12; Hb 2.3-4) e pelos frutos do seu ministério (1 Co 9.2).
Os apóstolos foram agentes de Deus na revelação das verdades que se tornariam a regra de fé e de vida cristãs. Como tais
e através da escolha deles feita por Cristo como seus representantes autorizados (2Co 10.8; 13.1 O), os apóstolos exerceram
uma autoridade peculiar na Igreja. Não há apóstolos hoje, ainda que alguns cristãos realizem ministérios que, de modo parti-
cular, são apostólicos em estilo. Nenhuma nova revelação canônica está sendo dada; a autoridade do ensino apostólico resi-
de nas Escrituras canônicas. A ausência de nova revelação não coloca a Igreja contemporânea em desvantagem quando
comparada com a Igreja dos dias dos apóstolos, porque o Espírito Santo interpreta e aplica as Escrituras ao povo de Deus con-
tinuamente.
- 1

22 começando no batismo de João, até ao dia em que dentre som, como de um vento impetuoso, e cencheu toda a casa
nós ºfoi levado às alturas, um destes se Ptorne testemunha onde estavam assentados. J E apareceram, distribuídas entre
conosco da sua ressurreição. 23 Então, propuseram dois: José, eles, 2 1ínguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um
chamado qBarsabás, cognominado Justo, e Matias. 24 E, deles. 4 dTodos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram
orando, disseram: Tu, Senhor, rque conheces o coração de e a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia
todos, revela-nos qual destes dois tens escolhido 25 5 para pre- que falassem.
encher a vaga neste ministério e apostolado, do qual Judas se
transviou, indo para o seu próprio lugar. 26 E os lançaram em O dom de línguas
sortes, vindo a sorte recair sobre Matias, sendo-lhe, então, vo- s Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, /homens
tado lugar com os onze apóstolos. piedosos, vindos de todas as nações debaixo do céu. 6 Quan-
do, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a gmultidão, que se
A descida do Espírito Santo possuiu de perplexidade, porquanto cada um os ouvia falar
Ao cumprir-se ªo dia de Pentecostes, bestavam todos na sua própria língua. 7Estavam, pois, atônitos e se admira-
2 1 reunidos no mesmo lugar; 2 de repente, veio do céu um vam, dizendo: Vede! Não são, porventura, hgalileus todos es-

6 ;~;t19PAt18;232
ª
;3;At~~22 24T1Sm16.7 2ss;;~
CAPÍTULO 2 1 Lv 23.15 b At 1.14 I Cf NU; TR e M com o mesmo propósito, de forma unânime 2 eAt 431 3 2Qu línguas repartidas,
como de fogo, asquaispousaramsobrecada um deles 4 dAt 1.5 eMc 16.17 5 /Lc 2.25; At 8 2 6 gAt4.32 7 hMt 2673; At 1.11
•1.23 propuseram dois. Parece que José e Matias foram escolhidos dentre um •2.2 um som ... de um vento impetuoso. Três sinais !vento, fogo e pregação
número maior de testemunhas Ide acordo com o v. 15, cerca de 120 pessoas es- inspirada) da presença de Deus foram testemunhados IÊx 3.2; 13.21; 2417;
tavam presentes). Nenhum deles é mencionado em nenhum outro lugar das 40.38; 1Rs 19.11-13). Vento é um símbolo da presença do Espírito Santo iEz
Escrituras. 37.9, 13; Jo 38). enquanto o fogo é um símbolo de seu poder purificador e julga-
•1.24 Tu ... tens escolhido_ Pedro e os discípulos reconheciam que sua respon- dor (Mt 3.11-12). As línguas eram vários idiomas falados em todas as partes da
sabilidade e escolha humana de um homem para suceder a Judas ocorriam den- região mediterrânea oriental, de Roma à Pérsia.
tro dos limites da soberana vontade de Deus. •2.4 Todos. Todos os 12011.15) Ver JJ 2.28, que fala do Espírito de Deus derra-
•1.26 os lançaram em sortes. Sortes são mencionadas no Antigo Testamento mado "sobre toda a carne"
como uma maneira de averiguar a vontade de Deus IÊx 28.30, nota). cheios do Espírito Santo. Eles estavam sob a direção e influência especiais do
apóstolos. Ver nota teológica "Os Apóstolos" Espírito, particularmente evidenciados pelo seu falar em línguas conhecidas !"ou-
•2.1 dia de Pentecostes. Lit, o "Oúinquagésimo Ora" depois do sábado da sema- tras línguas") que não haviam previamente aprendido !ver 10.46; 19.6) Paulo dis-
na da Páscoa llv 23.4-7, 15-16) OPentecostes era celebrado no primeiro dia da se- cute o dom espiritual de línguas em 1Co 12-14. A vinda do Espírito é o
mana e era uma das três grandes festas anuais de Israel, precedida pela Páscoa llv cumprimento da promessa de Jesus relatada em 1.5,8 e Lc 24.49, mas isto não
23.4-8; Nm 28.16-25) e seguida, quatro meses mais tarde, pela Festa dos Taberná- quer dizer que o Espírito Santo não estivesse presente e atuando com o povo de
culos (Lv 23.33-43; Nm 29. JZ-38; cf. Jo 7.1-44) OPentecostes é também chama- Deus no Antigo Testamento !"Espírito Santo" aparece em SI 51.11; Is 63.10-11;
do de "Festa das Semanas" porque era celebrado sete semanas depois da Páscoa "Espirita do SENHOR", em Jz 310; 1Sm 10.6; Is 11 2). Ver "O Espírito Santo", em
IDt 16.1 O); de "festa da Colheita", porque os primeiros frutos da colheita eram en- Jo 14.26.
tão juntados (Êx 23.16); e de "o dia das primícias" iNm 28.26). o Espírito lhes concedia que falassem. Em toda a vida cristã, nada é realizado
estavam todos reunidos. Todos os apóstolos 11.16) estavam lá, e provavel- à parte de Deus IEf 2.1 O; Fp 2.12-13).
mente muitos dos 120 antes mencionados 11.15). •2.5 judeus, homens piedosos. Ver 8.2; 22.12; Lc 2.25. Provavelmente a maior
no mesmo lugar. Uma expressão idiomática que significa "juntos". parte destes estivesse visitando Jerusalém para o Pentecostes.
1273 ÃTOS2
ses que aí estão falando? 8 E como os ouvimos falar, cada um 16 Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta
3 em nossa própria língua materna? 9 Somos partos, medos, Joel:
elamitas e os naturais da Mesopotâmia, Judéia, iCapadócia, 17 1E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, mque
Ponto e Ásia, 10 da Frígia, da Panfi1ia, do Egito e das regiões derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos fi-
da Líbia, nas imediações de Cirene, e romanos que aqui resi- lhos e nvossas filhas profetizarão, vossos jovens terão vi-
dem, 11 tanto judeus como prosélitos, cretenses e 4 arábios. sões, e sonharão vossos velhos;
Como os ouvimos falar em nossas próprias línguas as grande- 18 até sobre os meus servos e sobre as minhas servas der-
zas de Deus? 12 Todos, atônitos e perplexos, interpelavam ramarei do meu Espírito naqueles dias, ºe profetizarão.
uns aos outros: Que quer isto dizer? 13 Outros, porém, zom- 19 PMostrarei prodígios em cima no céu e sinais embaixo
bando, diziam: Estão embriagados! na terra: sangue, fogo e vapor de fumaça.
20 qO sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, an-
O discurso de Pedro tes que venha o grande e glorioso Dia do Senhor.
14 Então, se levantou Pedro, com os onze; e, erguendo a 21 E acontecerá que rtodo aquele que invocar o nome do
voz, advertiu-os nestes termos: Varões judeus e todos os habi- Senhor será salvo.
tantes de Jerusalém, tomai conhecimento disto e atentai nas 22 Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazare-
minhas palavras. 15 Estes homens não estão embriagados, no, varão aprovado por Deus diante de vós 5 com milagres, pro·
como vindes pensando, isendo esta a 5 terceira hora do dia. dígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio

• 8 3 L1t no próprw dialeto 9'1Pe 1 1


°
~~árabes -~ i1;5~ 59 horas da ma~hã----;;
lls 44.3; Ez~19;
JI 2.28-32; [Zc 12.10; Jo
738] m At 10.45 n At 21 9 18 At 21.4,9; 1Co 12.1 O 19 P JI 2.30 20 q Is 13.1 O; Ez 32.7; Mt 24.29; Me 13.24-25; Lc 21 25; Ap 6.12
21rRm10.13 22 s1s 50.5; Jo 3.2; 5.6; At 10.38
•2.6-7 A multidão estava maravilhada com o fato de que galileus de origem rural, (31-5) Ofato de Pedro usar as palavras "nos últimos dias" (cf. Is 2.2; Os 3.5; Mq
com seus sotaques peculiares, pudessem ter aprendido essas línguas estrangeiras. 4.1; 1Tm 4.1; 2T m 3.1; 1Pe 1.20; 1Jo 2.18) torna explícito que Joel está se refe-
•2.8-11 A lista das pessoas de quinze nações começa com o Leste ("partos. me- rindo aos últimos tempos prometidos por Deus. Pedro interpreta as palavras de
dos e elamitas, e os naturais da Mesopotâmia". onde judeus haviam sido levados Joel como referentes à nova aliança. em contraste com os dias antigos da velha
cativos para a Assíria e Babilônia). A lista prossegue em direção oeste para Ju- aliança (Hb 8.7; 9.1).
déia, e daí ao norte para a Ásia Menor (Capadócia, Ponto, Ásia, Frígia e Panfília), •2.22 Jesus, o Nazareno. Este título é usado nos demais lugares por Lucas
daí para o Norte da Africa (Egito, regiões da Líbia nas imediações de Cirene). e en- (6 14; 10.38; 22.8; 26.9; Lc 18.37; 24 19) No sermão, Pedro enfatiza estes im-
tão para Roma. Finalmente, a lista inclui dois lugares bem separados. Creta e Ará- portantes fatos sobre Jesus: Sua morte (v. 23), sua ressurreição corpórea (vs.
bia. 24-32). sua exaltação (v. 33). sua coroação (vs. 34-36) e a vitória na sua segunda
•2.15 a terceira hora. Considerando as seis da manhã como a primeira hora, vinda (v 35).
faz com que esta seja nove da manhã. Era costume jejuar nos dias de festa pelo aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais. Embo-
menos até a quarta hora. Assim, a embriaguez alegada era muito improvável. ra ter vindo de Nazaré fosse uma pedra de tropeço {cf Jo 1.46), através da confir-
•2.17-21 A citação, do texto grego do Antigo Testamento, é de JI 2.28-32 mação de milagres, Deus demonstrou amplamente que Jesus era o Messias.

Mar Negro

\G\I'

~~ ~ CAPADÓCIA
As nações
do Pentecostes
No século 1da era cristã,
havia comunidades judaicas
especialmente na parte leste
do Império Romano, onde o
grego era o idioma comum.
Mar Mediterrâneo Mas também havia comunida-
des de oeste a leste, desde a
Itália até a Babilônia. Além dos
povos aqui mencionados. a
presença no dia de Pentecos-
tes (At 2.9-11) inclui visitantes
,,_1>-P..~'"' da Mesopotâmia e de regiões
mais distantes do Oriente. da n
'----------------------~-~~----~ Pártia, Média e Elão (atual Irã).
ATOS2 1274
dele entre vós, como vós mesmos sabeis; 23 1sendo este entre- 28 Fizeste-me conhecer os caminhos da vida, encher-
gue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, uvós 6 o me-ás de alegria na tua presença.
matastes, crucificando-o por mãos de iníquos; 24 vao qual, po- 29 Irmãos, seja-me permitido dizer-vos claramente a respei-
rém, Deus ressuscitou, 7 rompendo 8 os grilhões da morte; por- to ªdo patriarca Davi que ele morreu e foi sepultado, e o seu tú-
quanto não era possível fosse ele retido por ela. 25 Porque a mulo permanece entre nós até hoje. 30 Sendo, pois, profeta b e
respeito dele diz Davi: sabendo que Deus lhe havia jurado que um 9 dos seus descen-
xoiante de mim via sempre o Senhor, porque está à mi- dentes se assentaria no seu trono, 31 prevendo isto, referiu-se à
nha direita, para que eu não seja abalado. ressurreição de Cristo, e que nem foi deixado na morte, nem o
26 Por isso, se alegrou o meu coração, e a minha língua seu corpo experimentou corrupção. 32 d A este Jesus Deus res-
exultou; além disto, também a minha própria carne re- suscitou, edo que todos nós somos testemunhas. 33fE.xaltado,
pousará em esperança, pois, gà / destra de Deus, htendo recebido do Pai a promessa do
27 porque não deixarás a minha alma na morte, nem per- Espírito Santo, ;derramou isto que vedes e ouvis. 34 Porque
mitirás que o teu Santo veja 2 corrupção. Davi não subiu aos céus, mas ele mesmo declara:

• 23 ~~t ;64; Lc 22.22, At ;18; ;;:8; l1Pe ~20]~t


5 30 óCf. TR N~ e~acre;centam to--::ian~~~. vós,~~ omi~ ~Rm-;11]
ldestruindoouabolindoBLitasdores 25XSl16.8-11 27"At1330-37 29ªAt13.36 30bSJ132.119Litdofrutodeseuslombos
24

31 cs116.10 32 d At 2.24 e At 1.8; 315 33/[At 5.31] g [Hb 10 12] h [Jo 14 26] i At 21-11,17; 10.45 I Ou pela
•2.23 pelo determinado desígnio e presciência de Deus. Embora por sua crucificando-o. Lucas novamente enfatiza como Jesus morreu llc 24.39).
própria vontade homens ímpios, tanto judeus como gentios 14.27-28), tivessem le- Arqueólogos descobriram na Palestina os ossos do calcanhar perfurados de uma
vado Jesus à morte, suas ações estavam dentro da soberana determinação de Deus vítima de crucificação, do século 1a.e.
lcf. 17.26; 2Cr 25.16; Jr 21.10; Dn 1136) Deus ordenou a morte de seu Filho, mas
•2.25 diz Davi. No SI 16, Davi está em primeiro lugar falando de sua própria ex-
os executores imediatos levam a culpa por crucificarem Jesus 13.17-18; 4.27-28;
periência e sofrimento humano, mas nos versos citados aqui ele está, em última
13.27). Deus ordena tanto os meios quanto os fins dos acontecimentos humanos
análise, falando sobre Jesus lv. 25), o Santo de Deus, cujo corpo não viu corrup-
sem violar a liberdade e a responsabilidade humanas. Os judeus não puderam pas-
ção (v 27)
sar sua culpa aos romanos; eles tinham pedido aos romanos para crucificarem Je-
sus. Pedro ensina que os Judeus eram responsáveis 1315; 4.1 O; 5.30; 10.39). •2.33 Exaltado... à destra de Deus. D plano de Deus foi além da ressurreição

A obra do Espírito Santo (2.4)


No Principio
• Ativo e presente na criação, movendo-se sobre condições ainda não ordenadas (Gn 1.2)

No Antigo Testamento
• A origem de habilidades sobrenaturais (Gn 41.38)
• O doador de talentos artísticos (Êx 31.2-5)
• A fonte de poder e força (Jz 3.9-1 O)
• A inspiração da profecia (1 Sm 19.20,23)
• O que equipa mensageiros de Deus (Mq 3.8)

Nas Profecias do Antigo Testamento


• A purificação do coração para uma vida santa (Ez 36.25-29)

Na Salvação
• Regenera o crente (Tt 3.5)
• Habita no crente (Rm 8. 9-11)
•Santifica o crente (2Ts 2.13)

No Novo Testamento
• Declara as verdades sobre Cristo (Jo 16.13-14)
• Reveste do poder necessário à proclamação do evangelho (At 1.8)
• Derrama o amor de Deus nos corações (Rm 5.5)
• Intercede (Rm 8.26)
• Concede os dons para o ministério (1 Co 12.4-11)
• Possibilita os frutos necessários a uma vida santa (GI 5.22-23)
• Fortalece o ser interior (Ef 3.16)

Na Palavra Escrita
• Inspirou as Sagradas Escrituras (2Tm 3.16; 2Pe 1-21)
1275 ATOS 2, 3
!Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha di- juntos e rtinham tudo em comum. 45 6Vendiam as suas propri-
reita, edades e bens, 5 distribuindo 7 o produto entre todos, à medida
35 até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus que alguém tinha necessidade. 4ó 1Diariamente perseveravam
pés. unânimes "no templo, vpartiam pão de casa em casa e toma-
36 Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de vam as suas refeições com alegria e singeleza de coração,
que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e 47 louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o
Cristo. povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes 8 xo Senhor, dia a dia,
os que iam sendo salvos.
Três mil batizados
37 Ouvindo eles estas coisas, 'compungiu-se-lhes o cora- A cura de um coxo
ção e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que fare- Pedro e João subiam templo para a oração hora
mos, irmãos? 38 Respondeu-lhes Pedro: m Arrependei-vos, e
cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para
3 ªao
nona. Era levado cum homem, coxo de nascença, o
2
qual punham diariamente porta do templo chamada Formo-
à
bda

2 remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito sa, d para pedir esmola aos que entravam. 3 Vendo ele a Pedro
Santo. 39 Pois para vós outros é a promessa, npara vossos fi- e João, que iam entrar no templo, implorava que lhe dessem
lhos e ºpara todos os que ainda estão longe, isto é, para quan- uma esmola. 4 Pedro, fitando·o, juntamente com João, disse:
tos o Senhor, nosso Deus, chamar. 40 Com muitas outras Olha para nós. s Ele os olhava atentamente, esperando rece-
palavras deu testemunho e exortava-os, dizendo: Salvai-vos ber alguma coisa. 6 Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem
desta geração 3 perversa. 41 Então, os que lhe aceitaram 4 a pa- prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: •em nome de
lavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de Jesus Cristo, o Nazareno, anda! 7 E, tomando-o pela mão
quase três mil pessoas. direita, o levantou; imediatamente, os seus pés e tornozelos
se firmaram; Bfde um salto se pôs em pé, passou a andar e
Como l/il/iam os convertidos entrou com eles no templo, saltando e louvando a Deus.
42 PE perseveravam 5 na doutrina dos apóstolos e naco- 9 8Viu-o todo o povo a andar e a louvar a Deus, 10 e reconhe-
munhão, no partir do pão e nas orações. 43 Em cada alma ha- ceram ser ele o mesmo que esmolava, nassentado à Porta For-
via temor; e qmuitos prodígios e sinais eram feitos por mosa do templo; e se encheram de admiração e assombro por
intermédio dos apóstolos. 44 Todos os que creram estavam isso que lhe acontecera.

• °
34 /SI 68.18; 110.1 37 ILc 3.10,12,14 38 m Lc 2447 2 perdão 39 n JI 2.28,32 Ef 2.13 40 3 pervertida 41 4Cf. NU; TR e M
acrescentam alegremente; NU omite 42PAt1.14 5no ensino 43 q At 2.22 44 rAt 4.32,34,37; 5.2 45 s1s 58.7 ó Venderiam ?repartindo
46 t At 1.14 u Lc 24.53 v At 242; 20.7 47 x At 5.14 8 Cf. NU; TR e M à igreja, NU omite
CAPÍTULO 3 ta At 246 b SI 55.17 2 e At 14.8 d Jo 9.8 6 e At 4.10 8/ls 35.6 9 g At 4.16,21 10 h Jo 9.8
de seu Filho, que deve ser exaltado à posição que ele ocupava com o Pai desde a 2.11-13). Aqui novamente está a mensagem de Atos - o evangelho é para ju-
eternidade IJo 17.5). deus e gentios. Ver "O Batismo Infantil", em Gn 17.11.
tendo recebido do Pai ... Espírito Santo, derramou. A doutrina da Trindade quantos o Senhor, nosso Deus, chamar. A salvação é baseada na escolha e
está implícita: Pedro mostrou como o Pai (vs. 32-33) operava na vida, morte, res- no chamado de Deus IJo 6.37; Ef 14-5).
surreição e exaltação de Jesus, seu Filho, e o Espírito Santo produzia o milagre de •2.42 na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas
fazer com que seus servos falassem em línguas. orações. Este é o resumo dos elementos essenciais necessários no discipulado
•2.36 Nesta declaração culminante, Pedro não somente realça que Jesus é o cristão. Eram elementos que os apóstolos haviam aprendido de sua experiência
Messias de Deus do Antigo Testamento 13.18,20; 4.26; 542; Is 11.1; Lc 4.18-21), com Jesus: seu ensinamento a respeito de sua pessoa e obra (Mt 16.18-19; Lc
mas também que ele é o Senhor exaltado IRm 10.9; Fp 2.9-11) e o Rei vitorioso 2446) e sobre a responsabilidade deles como seus seguidores IMt 5-7}, a co-
11Co 15.24-25; Ap 19.16). munhão de Cristo com seus discípulos (Jo 13), a Ceia do Senhor - o partir do
•2.38 Arrependei-vos, e... seja batizado. O arrependimento !voltar-se para pão (Mt 26.17-30) - e sua vida de oração pelos discípulos e com eles (Mt
Deus com tristeza pelo pecado) e o batismo eram partes importantes da mensa- 6.5-13; Lc 11.1-13; Jo 171
gem de João Batista IMt 3.1; Me 14) e de Jesus IMt 4.17; 11.20; Lc 13.3,5) e •2.44 Todos os que creram estavam juntos. Isto demonstra a unidade do
eram centrais na pregação e no ensino da igreja (Mt 28.18- 19). Ver "O Batismo", Espírito, que Paulo mais tarde advoga iEf 4.3).
em Rm 6.3.
•2.45 Vendiam as suas propriedades. Unificados no Espírito, os crentes esta-
em nome de Jesus Cristo. Um resumo de Mt 28.18-19 (batismo em nome do vam sintonizados com as necessidades físicas dos outros, e voluntariamente
Pai, Filho e Espírito Santo}, mencionando aqui somente o nome de Jesus, uma vez 14.34; 54) contribuíam para suprir aquelas necessidades 14.32, "tudo, porém,
que o sermão de Pedro tinha a ver com Jesus e seu ministério. lhes era comum").
para remissão dos ... pecados. Obatismo é um sinal e um selo da limpeza es- •2.46 partiam pão de casa em case. Isto se refere às refeições diárias co-
piritual que o Espírito efetua através do perdão dos pecados ITt 3.5). muns, compartilhadas nos lares.
o dom do Espírito Santo. O dom da habitação interior da pessoa do Espírito
•2,47 acrescentava-lhes o Senhor. A igreja pertence ao Senhor e ele é aquele
Santo, assim como o dom do perdão iEf 1. 7) e da capacitação para o ministério. É
que soberanamente constrói sua igreja (Mt 16.18; 1Co3.9).
significativo que Pedro não fale aqui sobre o recebimento do dom de línguas. Os
dons do perdão e da habitação interior do Espírito Santo são essenciais para pro- •3.1 ao templo, Os átrios do templo e, particularmente, a porta chamada "For-
duzir o fruto do Espírito na vida dos crentes IGI 5.22-23) e para exercer os dons mosa" (v. 2). Esta porta pode ter sido a "Porta de Nicanor", feita de bronze de Co-
que o Espírito escolhe dar em diferentes tempos a diferentes crentes (1 Co rinto. Sua localização exata é incerta.
124-11). •3.3 iam entrar no templo. Como judeus, Pedro e João podiam andar através
•2.39 Pedro proclama que a salvação através do Messias de Deus é prometida do átrio das mulheres até o átrio de Israel, mas os não-judeus estariam restritos
aos judeus, a seus filhos e a todos que ainda estão longe listo é, os gentios, Ef ao átrio dos gentios.
ATOS 3, 4 1276
O discurso de Pedro no templo profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto
11 Apegando-se ele a Pedro e a João, todo o povo correu atô- vos disser.
nito para junto deles no pórtico 'chamado de Salomão. 12 À 23 Acontecerá que toda alma que não ouvir a esse profeta
vista disto, Pedro se dirigiu ao povo, dizendo: Israelitas, por será exterminada do meio do povo.
que vos maravilhais disto ou por que fitais os olhos em nós 24 E e todos os profetas, a começar com Samuel, assim
como se pelo nosso próprio poder ou piedade o tivéssemos fei- como todos quantos depois falaram, também 4 anunciaram
to andar? 13 iQ Deus de Abraão, de !saque e de Jacó, o Deus de estes dias. 25 fV ós sois os filhos dos profetas e da aliança que
nossos pais, 1glorificou a seu Servo Jesus, a quem vós 111 traístes Deus estabeleceu com vossos pais, dizendo a Abraão:
e nnegastes perante Pilatos, quando este havia decidido soltá- gNa tua descendência, serão abençoadas todas as nações
lo. 14 Vós, porém, negastes ºo Santo Pe o Justo e qpedistes que da terra.
vos concedessem um homicida. 15 Dessarte, matastes o /Au- 26 Tendo Deus ressuscitado o seu Servo, enviou-o hprimei-
tor da vida, 'a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, 5 do ramente a vós outros para vos abençoar, 1no sentido de que
que nós somos testemunhas. 16 1Pela fé em o nome de Jesus, é cada um se aparte das suas perversidades.
que esse mesmo nome fortaleceu a este homem que agora ve-
des e reconheceis; sim, a fé que vem por meio de Jesus deu a Pedro e João presos
este saúde perfeita na presença de todos vós. 17 E agora, ir- Falavam eles ainda ao povo quando sobrevieram os sa-
mãos, eu sei que o "fizestes por ignorância, como também as
vossas autoridades; 18 mas Deus, assim, cumpriu vo que dan-
4 cerdotes, o capitão do templo e os ªsaduceus, ressenti-
dos por ensinarem eles o povo e anunciarem, em Jesus, a
2

tes anunciara xpor boca de todos os profetas: que o seu Cristo ressurreição dentre os mortos; 3 e os prenderam, recolhen-
havia de padecer. 19 z Arrependei-vos, pois, e convertei-vos do-os ao cárcere até ao dia seguinte, pois já era tarde. 4 Mui-
para serem cancelados os vossos pecados, 20 a fim de que, da tos, porém, dos que ouviram a palavra a aceitaram, subindo o
presença do Senhor, venham tempos de refrigério, e que envie número de homens a quase cinco mil.
ele 2 o Cristo, que já vos foi designado, Jesus, 21 ªao qual é ne-
cessário que o céu receba até aos tempos da brestauração de to- Pedro e João perante o Sinédrio
das as coisas, cde que Deus falou por boca dos seus santos s No dia seguinte, reuniram-se em Jerusalém as autorida-
profetas 3 desde a antiguidade. 22 Disse, na verdade, Moisés: des, os anciãos e os escribas 6 com o sumo sacerdote b Anás,
dQ Senhor Deus vos suscitará dentre vossos irmãos um Caifás, João, Alexandre e todos os que eram da linhagem do

e~;0:i;;-o;; 13iJo~i l;o 7;;; 1;-23~3; TnMt2~2 ,;-Mt2~ 2~ o;;c1;~t7~2 ~Jo ~4;- 1~ TAt22~ SAt2~;1o;;
;:;
Príncipe, Chefe, lit. aquele que inicia (torna a frente) ou que causa (dá origem) 16 t Mt 9.22 17 u Lc 23.34 18 v At 26.22 x 1Pe 1.1 O
19 z [At 2.38; 26 20] 20 2TR Jesus Cristo, que 21 a At 1.11 b Mt 17.11 e Lc 170 3 Lit. desde os séculos ou tempos antigos 22 dDt
18.15,18-19 24 ele 24.25 4Cf. NU e M; TRpredisseram 25 /[Rm 94,8] gGn 12.3; 1818; 22.18; 264; 28.14 26 h [Rm 1.16; 2 9] iMt
1.21
CAPÍTULO 4 1 a Mt 22.23 6 b Lc 3.2
•3.11 pórtico chamado de Salomão, Um pórtico construído por Herodes, o dos serviços semanais do templo llc 1.8,23), estavam perto das colunas de Salo-
Grande, ao longo do lado leste da plataforma do templo. Jesus ensinou aqui certa mão e podiam ouvir as declarações de Pedro sobre Jesus, o Messias. Alarmados
ocasião IJo 10.23) com o que era considerado perigoso pregar contra a autoridade judaica, é prová-
•3.13 O Deus de Abraão, de lsaquee deJacó. Oapelo aos patriarcas era im- vel que eles tenham alertado o capitão da guarda do templo. Este capitão era o
portante nos sermões dos servos de Cristo 17.32; 1317). comandante da força policial do templo e um membro de uma das mais impor-
•3.14 negastes o Santo e o Justo, A frase "o Santo", referindo-se a Deus, tantes famílias sacerdotais. Os sacerdotes também alertaram os saduceus, que
aparece várias vezes no Antigo Testamento. A frase "o Santo de Israel" ocorre em tinham posições proeminentes no Sinédrio, o concílio judaico.
Is 1.4; 5.24 lcf Lc 1.35) Isaías também fala de Deus como "o Justo" lls 24.16; cf. •4.2 anunciarem, em Jesus, a ressurreição dentre os mortos. Os sadu-
At 7.52; 22 14) Ao aplicar esta descrição a Jesus, Pedro indica a divindade de ceus estavam aflitos porque os apóstolos estavam ensinando o povo acerca da
Cristo. ressurreição 11 Co 15.12-20). Os saduceus, diferentemente dos fariseus, não
criam na ressurreição do corpo 123.6-8)
•3.18 dantes anunciara por boca de todos os profetas. Ver Lc 24.26-27,
44-47. Pedro poderia também ter citado passagens como Dt 18.15 !citada no v. •4.3 recolhendo-os ao cárcere ... pois já era tarde. Esta atitude era neces-
22); Is 53; SI 2; 16.8-11; 22 lcf. 1Pe 1.10-11) sária porque os sacrifícios do templo haviam sido concluídos e as portas do tem-
plo estavam fechadas; atitudes oficiais teriam que ser tomadas pelo Sinédrio no
•3.19 Arrependei-vos ..• convertei-vos. O sermão de Pedro ilustra os dois la-
dia seguinte.
dos do arrependimento, isto é, desviar-se do pecado com tristeza e voltar-se para
Deus em fé. Ochamado ao arrependimento e à fé é um elemento necessário da •4.4 Apesar da perseguição, a 1gre1a cresceu de três mil no dia de Pentecostes
pregação apostólica 12.38; 17.30; 20.21 ). para cinco mil. A ênfase aqui é nos homens, porque naquele tempo os nomens
teriam se juntado por si próprios para ouvir a mensagem, e as mulheres teriam
cancelados ... pecados. Na ordem do evangelho, arrependimento e fé recebem
estado no átrio das mulheres lcl Jo 6.10) Em Israel, hoje, homens e mulheres fi-
de Deus perdão e remoção de pecados
cam separados na sua adoração no Muro das Lamentações.
•3.20 tempos de refrigério. A frase, como "a restauração de todas as coisas" •4.5 autoridades, os anciãos e os escribas. Estes grupos constituíam o con-
lv. 21) parece se referir à segunda vinda do Messias. selho religioso judaico, o Sinédrio. Lc 22.66 descreve o corpo de principais sacer-
•3.25 dizendo a Abraão: Na tua descendência. Como um clímax, Pedro se dotes e escribas como "a assembléia". Este corpo incluiria o sumo sacerdote,
refere a outro patriarca e profeta, Abraão. através de quem Deus enviou "ades- membros de sua família (v. 6). saduceus e fariseus (Mt 27.62). tais como Nicode-
cendência" de Abraão, o Messias (GI 3.16), para abençoar todos os povos sobre mos !que é chamado de um dos principais dos judeus e "mestre em Israel'', Jo
a terra. Como membros da posteridade de Abraão, todos aqueles que pertencem 3 1, 10) e Gamaliel 15.34; 22.3)
aCristo são chamados também de "descendência de Abraão" IRm 4.16; GI 3.29). •4.6 Os homens listados neste versículo constituíam o que poderia ser chama-
•4.1 os sacerdotes. Diversos sacerdotes, servindo a sua parte determinada do de comitê executivo do conselho. Anás, o sogro de Caifás, que era o sumo
1277 ATOS4

SALVAÇÃO
At 4.12
Otema central do evangelho cristão é a salvação. Oevangelho proclam&'qtJe, assim como Deus salvou Israel cJo Egito e o
salmista da morte (b 15.2; SI 116.6), do mesmo modo salvará do pecado e suas conseqüências a todos os que confiam em
Cristo. Essa salvação do pecado e da morte é obra inteiramente de Deus. "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto
não vem de vós; é dom de Deus" (Ef2.8). ''Ao SENHOR pertence a salvação" (Jn 2.9).
As palavras hebraicas que expressam a idéia de salvação, no Antigo Testamento, têm o sentido geral de "livramento" de
perigo físico ou sofrimento moral (SI 85.8-9; Is 62.11 ). Em tais passagens, a Septuaginta (versão grega do Antigo TeStatnento)
emprega palavras gregas que significam salvar da morte ou de perigos, bem como preservar ou curar. Passagens do Novo
Testamento que falam de salvação usam todas essas idéias para explicar os atos de Deus em favor do perdido.
A salvação livra o crente do juízo de Deus, do domínio do pecado e do poder da morte (Rm 1.18; 3.9; 5.21; 1Ts 5.9). Deus li-
vra os pecadores da condição natural de serem dominados pelo mundo, pela carne e pelo diabo (Jo 8.23-24; Rm 8.7-8; 1Jo
5.19). Deus livra os crentes dos temores gerados por uma vida pecaminosa (Rm 8.15; 2Tm 1.7; Hb 2.14-15) e dos hábitos de-
pravados que os escravizavam (Ef 4.17-24; 1Ts 4.3-8; Tt 2.11-3.6). A salvação não traz apenas a promessa de integTidade
espiritual e de paz, mestambém de cura física (Mt 9.21-22; Me 10.52 e a nota do texto; Tg 5.15-16). Não obstante os cristãos
terem já recebido a salvação, eles experimentarão os benefícios na sua plenitude somente quando Cristo voltar, no fim desta
era (Hb 9.28; 1Pe 1.3-5). ·
A salvação é realizada através daquilo que Cristo fez na história epor aquilo que ele continua a fazer nos crentes através do
Espírito Santo. A base de nossa salvação é a morte de Jesus na cruz (ver "A Expiação", em Rm 3.25) e a justiça que ele alcan-
çou para nós em sua obediência ativa. A salvação é realizada em nossa vida quando Cristo vive em nós (40 15.4; 17.26; CI
1.27) e nós vivemos em Cristo, unidos a ele em sua morte e em sua vida ressurreta (Rm 6.3-1 O; CI 2.12,2013.1). Essa união vi-
tal, sustentada pelo Espírito através da fé e realizada em nós pelo novo nascimento, pressupõe nossa eterna eleição em Cristo
(Ef 1.4-6). Jesus foi preordenado para representar-nos e pagar nossos pecados como nosso substituto (1Pe1.18-20; cf. Mt
1.21 ). Fomos escolhidos para sermos eficazmente chamados, conformados à sua imagem e glorificados pelo poder do Espíri-
to (Rm 8.11,29-30).

sumo sacerdote; 7 e, pondo-os perante eles, os argüiram: e com intrepidez de Pedro e João, isabendo que eram homens iletrados
que poder ou em nome de quem fizestes isto? 8 dEntão, Pedro, e incultos, admiraram-se; e reconheceram que haviam eles esta-
cheio do Espírito Santo, lhes disse: Autoridades do povo e an- do com Jesus. 14 Vendo icom eles o homem que fora curado,
ciãos, 9 visto que hoje somos interrogados a propósito do berre- nada tinham que dizer em contrário. 15 E, mandando-os sair do
fício feito a um homem enfermo e do modo por que foi curado, Sinédrio, consultavam entre si, 16 dizendo: 10ue faremos com
lOtomai conhecimento, vós todos e todo o povo de Israel, ede estes homens? Pois, na verdade, é mmanifesto 1 a todos os habi-
que, em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, a quem vós crucifi- tantes de Jerusalém que um sinal notório foi feito por eles, e não
castes, f e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, sim, em o podemos negar; 17 mas, para que não haja maior divulgação
seu nome é que este está curado perante vós. 11 Este Jesus é gpe- entre o povo, ameacemo-los para não mais falarem neste nome a
dra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tomou a pedra quem quer que seja. 18 nchamando-os, ordenaram-lhes que ab-
angular. 12 hE não há salvação em nenhum outro; porque abai- solutamente não falassem, nem ensinassem em o nome de Je-
xo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os ho- sus. 19 Mas Pedro e João lhes responderam: ºJulgai se é justo
mens, pelo qual importa que sejamos salvos. 13 Ao verem a diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus;

• 7CMt21.23 SdLc12.11-12 1oeAt2.22;3.6,16/At2.24 11gs111s.22 12h[1Tm2.5-6] 1JiMt1125;[1Co1.27] 14/At


3.11 t61Jo 11.47 mAt3.7-10 ibemconhecido 18 nAt5.28,40 19ºAt5.29
sacerdote oficial (Jo 18. 13), é aqui chamado de sumo sacerdote. Ele era o po- esperança para a cura física do homem coxo de nascença, assim também o
der atrás do cargo e, provavelmente, ainda considerado como sumo sacerdote nome de Jesus é a única esperança para a cura espiritual da humanidade. Esta
por muitos judeus, uma vez que o cargo era vitalício. Os romanos tinham depos- exclusiva e total confiança em Jesus para a salvação é o ensinamento claro tanto
to Anás em 15 d.C. João é, possivelmente, Jônatas, filho de Anás, que foi apon- de Jesus como do Novo Testamento em geral (Jo 14.6; 1Tm 2.5). Ver nota teoló-
tado como sumo sacerdote em 36 d.C., ou Jônatas ben laceai, que se tornou gica "Salvação".
presidente da grande sinagoga depois da queda de Jerusalém. Nada é sabido •4.13 incultos. A coragem e o pronto testemunho de Pedro e João são cumpri-
de Alexandre. mento da promessa de Cristo aos discípulos em Mt 1O19-20. A coragem e oco-
•4.7 am nome da quem. A resposta é dada no v. 10: "em nome de Jesus Cris- nhecimento dos iletrados pescadores galileus deixaram atônito o Sinédrio.
to, o Nazareno". Há freqüente ênfase no nome de Jesus ou no nome do Senhor Notando que estes homens "tinham estado com Jesus", o conselho, sem dúvida,
(destacando a pessoa e a obra do Senhor), em Atos (2.21,38; 3.16; 4.10,12; lembrou-se de como Jesus também, embora sem treinamento formal, os tinna
8.16; 9.15,28; 15.26; 16 18). surpreendido com seus ensinamentos (Lc 2.46-47; Jo 7.15).
•4.8 cheio do Espfrito Santo. Ver 2.4; Ef 5.18. •4.19 ouvir-vos antas a vós outros do que a Deus. Odever da adoração e do
•4.11 pedra rejeitada ... pedra angular. Em Atos, a defesa do evangelho fre- testemunho religiosos antecede os direitos do Estado, e o dever de uma cons-
qüentemente inclui referência ao cumprimento das profecias do Antigo Testa- ciência cristã perante Deus em proclamar o evangelho é superior aos direitos do
mento; aqui, o SI 118.22 é citado (também em Mt 21.42; 1Pe 2.7; cf. Rm 9.33). Sinédrio. OEstado é um servo, ordenado por Deus para manter a paz e a ordem
•4.12 nenhum outro nome. Assim como o nome de Jesus tinha sido a única (Rm 13.1-7). Ver "Os Cristãos e o Governo Civil", em Rm 13.1.
ATOS 4, 5 1278
20 Ppois nósnão podemos deixar de falar das coisas que qvimos nidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo 1e, com intrepi-
e ouvimos. 21 Depois, ameaçando-os mais ainda, os soltaram, dez, anunciavam a palavra de Deus.
não tendo achado como os castigar, rpor causa do povo, por-
que todos 5 glorificavam a Deus pelo 'que acontecera. 22Qra, A comunidade cristã
tinha mais de quarenta anos aquele em quem se operara essa 32 Da multidão dos que creram 1era um o coração e a
cura milagrosa. alma. 1Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma
das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum. 33 Com
A igreja em oração "'grande poder, os apóstolos davam "testemunho da ressurrei-
23 Uma vez soltos, "procuraram os irmãos e lhes contaram ção do Senhor Jesus, e em todos eles havia ºabundante graça.
quantas coisas lhes haviam dito os principais sacerdotes e os 34 Pois nenhum necessitado havia entre eles, Pporquanto os
anciãos. 24 Ouvindo isto, unânimes, levantaram a voz a Deus que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valo-
e disseram: vTu, Soberano Senhor, que fizeste o céu, a terra, o res correspondentes 35 qe depositavam aos pés dos apóstolos;
mar e tudo o que neles há; 25 que disseste 2 por intermédio do rentão, se distribuía a qualquer um à medida que alguém ti-
Espírito Santo, por boca de Davi, nosso pai, teu servo: nha necessidade. ·
xpor que se enfureceram os gentios, e os povos imagina-
ram coisas vãs? A oferta de Barnabé
26 Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajun- 36 José, a quem os apóstolos deram o sobrenome de Barna-
taram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido; bé, que quer dizer filho de exortação, levita, natural de Chi-
27 porque zverdadeiramente se ajuntaram nesta cidade pre, 37 ·1 como tivesse um campo, vendendo-o, trouxe o preço
contra o ªteu santo Servo Jesus, bao qual ungiste, Herodes e e o depositou aos pés dos apóstolos.
Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, 28 cpara faze-
. rem tudo o que a tua mão e o teu propósito predetermina-
ram; 29 agora, Senhor, olha para as suas ameaças e concede
aos teus servos d que anunciem com toda a intrepidez a tua
5 Entretanto,
Ananías e Safira
certo homem, chamado Ananias, com sua
mulher Safira, vendeu uma propriedade, mas, em acor- 2
palavra, 30 enquanto estendes a mão para fazer curas, e sinais do com sua mulher, reteve parte do preço e, levando o restan-
e prodígios /por intermédio do nome do gteu santo Servo Je- te, depositou-o aos pés dos apóstolos.
sus. 31 Tendo eles orado, htremeu o lugar onde estavam reu- 3 ªEntão, disse Pedro: Ananias, por que encheu bSatanás

• ~O P~ 8~2 1 3; ;At 22 15~o 1~,31 21 rMt 21.26; Lc 20.6,19; 22.2; At 5.26 sMt ;~1 tAtJ;:~
23 uAt 2.44-46; 12.12 24 vÊx
20.11 25 x SI 2.1-2 2 TA e M pela boca de teu servo Davi 27 z Lc 22.2; 23 1,8 a !Lc 135] b Jo 1036 28 e At 2.23; 3.18 29 d At
4.13,31; 927; 13.46; 143; 19.8; 26.26 30 eAt 2.43; 5.12 l At 36, 16 g At 4.27 31 h At 2.2,4; 16.26 i At 4.29 32 /Rm 15.5-6 1At 2.44
33 m /At 1 8] n At 1.22 °Rm 6.15 34 PAt 2.45 35 q At 437; 5.2 rAt 2.45; 6.1 37 SAt 434-35; 5.1-2
CAPÍTULO 5 3 ªNm 30.2; Dt 23.21; Ec 5.4 bMt 4.10; Lc 223; Jo 13.2,27
•4.24 levantaram a voz a Deus. Esta atividade era um resultado natural do Testamento grego) para traduzir o nome divino Javé. Éusada no Novo Testamen-
treinamento dos apóstolos com Jesus e dos hábitos que eles haviam formado to para referir-se tanto a Deus como a Jesus especificamente 1236; 731)
(2.42). •4.32-35 Por serem os crentes de "um coração" (v. 32), eles estavam conscientes
Tu, Soberano Senhor. Um termo usado para expressar o total poder criativo e dos necessitados na igreja e, conseqüentemente, ajudavam vendendo terras e do-
controle do Senhor sobre sua criação física e sobre os negócios da humanidade ando o valor para os apóstolos, visando aquelas necessidades. Este ato cristão de
(cf. vs 25.26; Jr 1O12). contribuir era proporcional à real necessidade. Era voluntário, não obrigatório (5.4).
•4.25 por boca de Davi... teu servo. Um resumo sucinto de inspiração verbal. •4.33 da ressurreição do Senhor Jesus. A comprovação suprema da salva-
Os autores das Escrituras falaram e escreveram sob a direção do Espírito (2Pe ção completada em Jesus Cristo foi sua ressurreição dentre os mortos. Os
121) apóstolos, como testemunhas principais, tiveram que testificar sobre esse
•4.27 Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel. Os crentes acontecimento redentor (1.22).
entenderam corretamente que tanto judeus como gentios eram responsáveis graça. Graça em testemunhar e viver.
pela crucificação de Jesus. Estes eram Herodes Antipas, que era o filho de Hero- •4.36 José, a quem ... deram o sobrenome de Barnabé ... levita. No Antigo
des, o Grande, e tetrarca listo é, autoridade subordinada aos romanos) da Galiléia Testamento, os levitas não tinham terra herdada, como as outras tribos, embora
e Peréia (Lc 3.1; 23.6-7) e Pôncio Pilatos, que foi procurador romano (governador) lhes coubessem cidades por sorteio (Js 21 ). Contudo, Já nos tempos do Novo
da Palestina de 26 a 36 d.C. (Lc 3.1; 23.1-24). Os principais sacerdotes e anciãos Testamento, é possível que um levita como José Barnabé tenha possuído terras.
persuadiram o povo a rejeitar Jesus e pedir por Barrabás (Mt 27 20-26). Isto talvez fosse o caso num país fora da Palestina, tal como Chipre. Por outro
•4.28 tua mão e o teu propósito. Uma afirmação clara de que nada, nem mes- lado. a terra possuída pode ter pertencido a sua esposa. A introdução de Barnabé
mo a morte injusta do Filho de Deus, acontece à parte da vontade e do controle aqui coloca fundamentos para referência posterior à significativa influência deste
soberanos de Deus. A certeza do plano de Deus para o mundo é estabelecida pelo destacado crente na vida das igrejas judias e gentias e na vida de Paulo.
seu soberano "propósito" e assegurado pela sua "mão" todo-poderosa. Os pri- •4.37 como tivesse um campo, vendendo-o. Como "filho da exortação" (v.
meiros capítulos de Atos ensinam a compatibilidade entre a soberania divina e a 36), Barnabé apresentou urn bom exemplo de um cristão que contribuía para as ne-
responsabilidade humana Embora os assassinos de Jesus tenham agido de acor- cessidades de outros (em contraste com o exemplo egoísta de Ananias e Safira,
do com o que Deus havia determinado, eles eram agentes moralmente responsá- 5.1-11 ). Barnabé também intercedeu por Paulo (9.27), encorajou a igreja em Antio-
veis e eram considerados como aqueles que deveriam prestar contas (3.15). quia na Síria (1122), liderou um trabalho missionário no exterior (13.2-3) e continuou
•4.29 Esta oração da comunidade crente ilustra a maneira pela qual a igreja devia no trabalho missionário apesar de um desentendimento com Paulo (15.37-39).
ser fortalecida e encorajada pela soberania de Deus. Em face da ameaça de vio- •5.2 reteve parte do preço. Ananias e sua mulher Safira tinham o direito de re-
lência física, a igreja afirmava o controle de Deus sobre a situação !v. 28) e, enco- ter todo o produto da venda de sua terra, uma vez que a terra e o dinheiro eram
rajada por isto, pedia maior ousadia. deles (v. 4). O testemunho de toda a igreja estava em risco por causa dos peca-
Senhor. A palavra grega para Senhor é kyrios, usada na Septuaginta (0 Antigo dos de uns poucos (cf. Lv 10.1-2; Nm 16.23-35; Js 7.19-25; 2Sm 6 1-7)
1
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1279 ATOS5
teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando que estavam com ele, isto é, a seita dos saduceus, toma-
)làl:te do va\or do campo? 4 Conservando-o, porventura, não ram-se de inveja, 18 Pprenderam os apóstolos e os recolhe-
seria teu? E, vendido, não estaria em teu poder? Como, pois, ram à prisão pública. 19 Mas, de noite, qum anjo do Senhor
assentaste no coração este desígnio? Não mentiste aos ho- abriu as portas do cárcere e, conduzindo-os para fora, lhes
mens, mas a Deus. 5 Ouvindo estas palavras, Ananias 'caiu e disse: 20 Ide e, apresentando-vos no templo, dizei ao povo
expirou, sobrevindo grande temor a todos os ouvintes. 6 Le- rtodas as palavras desta Vida. 21 Tendo ouvido isto, logo ao
vantando-se os moços, d cobriram-lhe o corpo e, levando-o, o romper do dia, entraram no templo e ensinavam.
sepultaram. 7 Quase três horas depois, entrou a mulher de 5
Chegando, porém, o sumo sacerdote e os que com ele
Ananias, não sabendo o que ocorrera. 8 Então, Pedro, dirigin- estavam, convocaram o 1 Sinédrio e todo o senado dos filhos
do-se a ela, perguntou-lhe: Dize-me, vendestes por tanto de Israel e mandaram buscá-los no cárcere. 22 Mas os guar-
aquela terra? Ela respondeu: Sim, por tanto. 9 Tornou-lhe Pe- das, indo, não os acharam no cárcere; e, tendo voltado, rela-
dro: Por que entrastes em acordo epara tentar o Espírito do taram, 23 dizendo: Achamos o cárcere fechado com toda a
Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu mari- segurança e as sentinelas nos seus postos 2 junto às portas;
do, e eles também te levarão. 10/No mesmo instante, caiu ela mas, abrindo-as, a ninguém encontramos dentro. 24 Quan-
aos pés de Pedro e expirou. Entrando os moços, acharam-na do 3 o 1capitão do templo e os principais sacerdotes ouviram
morta e, levando-a, sepultaram-na junto do marido. 11 gE so- estas informações, ficaram perplexos a respeito deles e do
breveio grande temor a toda a igreja e a todos quantos ouvi- que viria a ser isto. 25 Nesse ínterim, alguém chegou e lhes
ram a notícia destes acontecimentos. comunicou: 4 Eis que os homens que recolhestes no cárcere,
estão no templo ensinando o povo. 26 Nisto, indo o capitão e
Os apóstolos fazem muitos milagres os guardas, os trouxeram sem violência, "porque temiam
12 h Muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas ser apedrejados pelo povo. 27 Trouxeram-nos, apresentan-
mãos dos apóstolos. ;E costumavam todos reunir-se, de co- do-os ao Sinédrio. E o sumo sacerdote interrogou-os, 28 di-
mum acordo, no Pórtico de Salomão. 13 iMas, dos restantes, zendo: vExpressamente vos ordenamos que não ensinásseis
ninguém ousava ajuntar-se a eles; 1porém o povo lhes tributava nesse nome; contudo, enchestes Jerusalém de vossa doutri-
grande admiração. 14 E crescia mais e mais a multidão de cren- na; xe quereis lançar sobre nós o zsangue desse homem.
tes, tanto homens como mulheres, agregados ao Senhor, 15 a 29 Então, Pedro e os demais apóstolos afirmaram: ªAntes,
ponto de levarem os enfermos até pelas ruas e os colocarem so- importa obedecer a Deus do que aos homens. 30 bO Deus
bre leitos e macas, mpara que, ao passar Pedro, ao menos a sua de nossos pais ressuscitou a Jesus, a quem vós matastes,
sombra se projetasse nalguns deles. 16 Afluía também muita e pendurando-o num madeiro. 31 dOeus, porém, com a sua
gente das cidades vizinhas a Jerusalém, levando "doentes e destra, o exaltou a epríncipe e/Salvador, ga fim de conce-
atormentados de espíritos imundos, e todos eram curados. der a Israel o arrependimento e a remissão de pecados.
32 Ora, hnós somos testemunhas destes fatos, e bem assim
A prisão dos apóstolos o Espírito Santo, ique Deus outorgou aos que lhe obede-
17 ºLevantando-se, porém, o sumo sacerdote e todos os cem.

A-5CEz11.1~~t5-;;;-11 ~dJol;,;-~- 9eMt4.7;At5.3-4 10/Ez1113;At5.5 11gAt2.43;5.5;19.17 12hAt2.43;4.30;6.8;


14.3; 15.12; [Rm 1519]; 2Co 1212; Hb 2.4 i At 3.11; 4.32 13 i Jo 9221 At 2.47; 4.21 15 m Mt 9.21. 14.36; At 19.12 16 n Me
16.17-18; [Jo 14 12] 17 °Mt 3.7; At 4 1-2.6 18 Plc 21.12; At 4.3; 16.37 19 qMt 1.20,24; 2.13. 19; 28.2; Lc 1.11, 2.9; At 12.7; 16.26
20 r[Jo 6 63.68; 17.3; 1Jo 5 11 I 21 s At 4.5-6 1 Ou concílio de anciãos 23 2Cf. NU e M; TR acrescenta no lado de fora; NU e M omitem
24 t Lc 22.4; At 4.1; 5.26 3 TR e M acrescentam o sumo sacerdote 25 4 TR acrescenta dizendo 26 u Mt 21.26 28 v At 4.17-18 x At
2 23,36ZMt 23.35 29 ªAt 4.19 30 bAt 3.13, 15 C[l Pe 2 24] 31 d[At 2.33,36] eAt 3.15/Mt 1.21 ilc 24.47 32 hJo 15.26-27 iAt
2.4; 10.44
•5.3 encheu Satanás teu coração. Outro exemplo da influência de Satanás é (Lc 7 28; 8.2-3; 17 .35; 23.27.29.49.55) e em Atos (1.14; 8.3, 12; 9 2.36; 13.50;
vista na vida de Pedro IMc 8.33). Mais tarde. Pedro alertou os cristãos contra a 16.1.13-14; 17.4,12,34; 18.2; 215)
potencial influência de Satanás sobre eles (1 Pe 5.8). •5.15 Pedro ... sua sombra. Assim como quando o poder curador de Jesus fluiu
mentisses ao Espírito Santo. No v. 4 Pedro diz a Ananias que ele tinha mentido de suas vestes ao toque da mulher que havia estado sujeita ao fluxo de sangue
a Deus. As palavras de Pedro indicam que o Espírito Santo é Deus lv 9). (Me 5.27-28). aqui Deus permite que a sombra de Pedro efetue uma cura. assim
•5.11 toda a igreja. Esta é a primeira de mais de vinte ocorrências em Atos da como ele fez também através de panos e aventais que Paulo tinha usado
palavra grega ekkleslii, geralmente traduzida por "igreja". Estêvão usa esta pala- 11911-12)
vra para o que seria, no Antigo Testamento. a "congregação" do povo (7.38]. Na •5.21 o Sinédrio. O grande concílio religioso em Jerusalém, composto de cerca
Septuaginta lo Antigo Testamento grego). a assembléia do povo de Deus que de setenta homens. Ele incluía saduceus, fariseus, e seus associados. Sob os ro-
pratica a adoração é freqüentemente designada por esta palavra. Na Grécia anti- manos. o Sinédrio tinha larga autoridade na Palestina. De acordo com antiga tradi-
ga, a ekklesia era a "assembléia" política dos cidadãos (19.32). O Novo Testa- ção judaica. os membros sentavam-se em semicírculo, com dois empregados e
mento usa a palavra inicialmente para se referir a um corpo organizado de crentes três fileiras de estudantes na frente.
18.1; 11.22; 13.1). •5.28 lançar sobre nós o sangue desse homem. Em 2.23; 3.15-16; 4.10-11.
•5.13 dos restantes, ninguém ousava ajuntar-se a eles. Nenhum dos cren- Pedro e seus companheiros culparam os membros do Sinédrio pela morte de Je-
tes insinceros e superficiais ousava se identificar com a igreja. Os padrões de mo- sus. O povo tinha ouvido esta acusação.
ralidade eram altos. •5.31 Deus ... com a sua destra, o exaltou. Esta declaração seria entendida
•5.14 crentes, tanto homens como mulheres. Crentes apresentavam-se e pelo Sinédrio como uma referência à ressurreição. Tal exaltação por Deus faria
1untavam-se à igreja. Lucas freqüentemente menciona mulheres no Evangelho este Jesus ressurreto igual a Deus (cf. Jo 5.18; 10.33)
ATOS 5, 6 1280
O parecer de Gamaliel hebreus, porque as viúvas deles estavam sendo esquecidas
33 Eles, porém, ouvindo, se /enfureceram e queriam ma- ena distribuição diária. 2 Então, os doze convocaram a comu-
tá-los. 34 Mas, levantando-se no Sinédrio um fariseu, chama- nidade dos discípulos e disseram: dNão é razoável que nós
do 1Gamaliel, mestre da lei, acatado por todo o povo, abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas. 3 Mas,
mandou retirar os homens, por um pouco, 35 e lhes disse: irmãos, e escolhei dentre vós sete homens de boa reputação,
Israelitas, 5 atentai bem no que ides fazer a estes homens. cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos
36 Porque, antes destes dias, se levantou Teudas, insinuando deste /serviço; 4 e, quanto a nós, gnos consagraremos à ora-
ser ele alguma coisa, ao qual 6 se agregaram cerca de quatro· ção e ao ministério da palavra. s O parecer agradou a toda a
centos homens; mas ele foi morto, e todos quantos lhe presta· comunidade; e elegeram Estêvão, hhomem cheio de fé e do
vam obediência se dispersaram e deram em nada. 37 Depois Espírito Santo, 1Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e
desse, levantou-se Judas, o galileu, nos dias do recenseamen- /Nicolau, prosélito de Antioquia. 6 Apresentaram-nos perante
to, e levou muitos consigo; também este pereceu, e todos os apóstolos, e estes, 1orando, lhes mimpuseram as mãos.
quantos lhe obedeciam foram dispersos. 38 Agora, vos digo: 7 Crescia na palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multipli-
dai de mão a estes homens, deixai-os; porque, se este conse- cava o número dos discípulos; também muitíssimos ºsacer-
lho ou esta obra vem de homens, perecerá; 39 mmas, se é de dotes obedeciam à fé.
Deus, não podereis destruí-los, para que não sejais, porventu·
ra, achados n1utando contra Deus. E concordaram com ele. Estêvão perante o Sinédrio
40 ºChamando os apóstolos, Paçoitaram-nos e, ordenando- s Estêvão, cheio de 2 graça e poder, fazia Pprodfgios e gran-
lhes que não falassem em o nome de Jesus, os soltaram. 41 E des sinais entre o povo. 9 Levantaram-se, porém, alguns dos
eles se retiraram do Sinédrio qregozijando-se por terem sido que eram da sinagoga chamada dos Libertos, dos cireneus,
considerados dignos de sofrer afrontas por 7 esse Nome. 42 E dos alexandrinos e dos da Cilícia e Ásia, e discutiam com
todos os dias, rno templo e de casa em casa, 5 não cessavam Estêvão; 10 e qnão podiam resistir à sabedoria e ao Espírito,
de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo. pelo qual ele falava. 11 rEntão, subornaram homens que dis-
sessem: Temos ouvido este homem proferir blasfêmias contra
A instituição dos diáconos Moisés e contra Deus. 12 Sublevaram o povo, os anciãos e os

6 Ora, naqueles dias, ªmultiplicando-se o número dos dis-


cípulos, houve murmuração dos bhelenistas contra os 1
escribas e, investindo, o arrebataram, levando-o ao Sinédrio.
13 Apresentaram testemunhas falsas, que depuseram: Este

• 33 i At 2 37; 7.54 34 1At 22.3 35 5 tomai cu1~ado


36 6 seguiram 39 m 1Co 1.25 n At 7.51; 9.5 40 o At 4.18 P Mt 10.17
41 q [1 Pe 4.13-16) 7TR seu nome; Mo nome de Jesus 42 r At 2.46 s At 4.20.29
ª
CAPÍTULO 6 1 At 2.41; 4.4 b At 9.29; 11.20 e At 4.35; 11.29 1Judeus que falavam grego 2 d Êx 18.17 3 e 1Tm 3.7f1Tm 3.8-13
4gAt 2.42 S hAt 6.3; 11.24 iAt 8.5,26; 21.8/ Ap 26,15 6 IAt 1.24 m [2Tm 1 6) 7 nAt 12.24 oJo 12.42 8 PAt 2.43; 5.12; 8.15;
14.3 2TR e M fé 10 Qlc 21.15 11r1Rs21.10,13
•5.34 Gamaliel. Um dos mais famosos rabinos de seu tempo. Gamaliel foi pro- satisfazer as necessidades físicas do povo. tal como servir à mesa. Overbo grego
fessor de Paulo (22.31 e provavelmente um neto do rabino Hilel. o líder de uma das é diakoneo ("servir"). do qual deriva a palavra "diácono". Em 6.1, o respectivo
duas grandes escolas de interpretação legal judaica. Em contraste com a escola substantivo é traduzido por "distribuição" e, no v. 4, por "o ministério". Oofício de
de Samai, Gamaliel e a escola de Hilel eram conhecidos por sua indulgente inter- diácono. que pode ter tido seu começo aqui. é descrito em 1Tm 3.8-13.
pretação da lei IMt 19.3 e nota). •6.3 irmãos, escolhei ... sete homens. Os membros da igreja elegeram os
•5.37 Judas, o galileu. Ohistoriador judeu Josefa (Guerras dos Judeus 20.11 B) sete, e os apóstolos puseram-nos à parte (ordenaram) pela oração e pela imposi-
fala de um certo galileu que despertou uma revolta porque ele resistia à subser- ção de mãos (v. 6).
viência e ao pagamento de impostos aos romanos. A revolta falhou, mas pode ter cheios do Espírito e de sabedoria. Os dois requisitos para um ministério de ser-
assentado a base para o partido dos Zelotes. O apóstolo Simão. o Zelote 11.13; viço, em todos os tempos, são obediência ao Espírito e ação guiada pela sabedoria.
Mt 10.4 e nota). pode ter sido anteriormente um membro deste grupo. •6.5 Estêvão... Nicolau. Todos os sete homens tinham nomes gregos, o que
dias do rescenseamento. Não é o censo de Lc 2.1. que foi ordenado pelo impe- pode indicar ofato de serem eles judeus da dispersão, embora muitos judeus pa-
rador Augusto em cerca de 8 a.C. leque se estendeu até 5 ou 6 a C). mas o cen- lestinos também tivessem nomes gregos. Atributos são citados para o primeiro e
so feito catorze anos mais tarde. em 6 d.C., no tempo do procurador Copônio. o último dos sete: para Estêvão ("cheio de fé e do Espírito Santo") que aparece
•5.40 açoitaram-nos. Os apóstolos receberam a tradicional "quarentena de em 6.8-7.60, e para Nicolau, "prosélito de Antioquia". Antioquia logo tornou-se
açoites menos um" (2Co 11.24). um centro de atividade missionária. O ministério posterior de Filipe em Samaria e
•6.1 viúvas ... estavam sendo esquecidas. OAntigo Testamento requeria cui- com o eunuco etíope estão descritos no cap. 8.
dado pelos pobres e necessitados (SI 9.18, nota). Esta solicitude é vista na ação •6.8 Estêvão ... fazia prodígios e grandes sinais. Filipe, outro dos sete, tam-
social que acontece em 2.44-45; 4.34-37. Aqui o velho problema da discrimina- bém fez milagres mais tarde, assim como os apóstolos que os haviam ordenado
ção tinha emergido: as viúvas dos judeus gregos (ou de fala grega) eram conside- 18.6)
radas forasteiras pelos judeus nativos e assim não estavam recebendo sua •6.9 sinagoga ... dos Libertos. Composta de judeus libertos da escravidão, que
porção na distribuição de alimentos, provavelmente derivada em parte da gene- neste caso eram de Cirene, uma cidade bem conhecida do Norte da África.
rosa doação de 4.34-37. Cillcia. Uma província romana da parte sudeste da Ásia Menor, sendo Tarso
•6.2 os doze. Os doze apóstolos, incluindo Matias 11.26). Esta é uma mudança (9.11,30; 11.25). cidade natal de Paulo, uma de suas cidades principais.
de "os onze" 11.26; 2.14; Lc 24 9,33) Ásia. A província romana na parte oeste da Turquia atual.
discípulos. A primeira das várias vezes em que os crentes são chamados "discí- •6.11 blasfêmias contra Moisés e contra Deus. Embora à luz do evangelho
pulos" em Atos (p. ex., v. 7; 9.1, 11.26; 13.52). Paulo não usa este termo para ele possa ter começado a expressar preocupação a respeito da observância vazia
identificar cristãos. dos detalhes técnicos da lei, Estêvão só dizia, como está evidente no cap. 7. que
a palavra de Deus. Nesta organização inicial da igreja do Novo Testamento, dois Moisés, como Jesus - e como o próprio Estêvão - foi rejeitado pelo povo
ministérios estão listados: o ministério da palavra e oração lv. 4) e o ministério de 17.35,39). Isto não poderia ser tomado como blasfêmia contra Moisés e Deus.
1281 ATOS 6, 7
3
homem não cessa de falar contra o lugar santo e contra a lei; no Egito havia trigo, enviou, pela primeira vez, os nossos pais.
14 sporque o temos ouvido dizer que esse Jesus, o Nazareno, 13 Na zsegunda vez, José se fez reconhecer por seus irmãos, e
destruirá este lugar e mudará os costumes que Moisés nos se tornou conhecida de Faraó a família de José. 14 ªEntão,
deu. 15 Todos os que estavam assentados no Sinédrio, fitando José mandou chamar aJacó, seu pai, e btoda a sua parentela,
os olhos em Estêvão, viram o seu rosto como se fosse rosto de isto é, 2 setenta e cinco pessoas. 15 cJacó desceu ao Egito, e ali
anjo. d morreu ele e também nossos pais; 16 e eforam transportados

para Siquém e postos !no sepulcro que Abraão ali comprara a


A defesa de Estêvão dinheiro aos filhos de Hamor.
Então, lhe perguntou o sumo sacerdote: Porventura, é 17 Como, porém, se aproximasse go tempo da promessa
7 isto assim? 2 Estêvão respondeu: Varões ªirmãos e pais,
ouvi. O bDeus da glória apareceu a Abraão, nosso pai, quan·
que Deus jurou a Abraão, ho povo cresceu e se multiplicou
no Egito, 18 até que se ílevantou ali outro rei, que não conhe·
do estava na Mesopotâmia, antes de habitar em cHarã, 3 e lhe eia a José. 19 Este outro rei tratou com astúcia a nossa raça e
disse: dSai da tua terra e da tua parentela e vem para a terra torturou os nossos pais, a ponto de !forçá-los a enjeitar seus fi.
que eu te mostrarei. 4 Então, esaiu da terra dos caldeus e foi lhos, para que não sobrevivessem. 20 'Por esse tempo, nasceu
habitar em Harã. E dali, com a/morte de seu pai, Deus o trou· Moisés, que mera formoso aos olhos de Deus. Por três meses,
xe para esta terra em que vós agora habitais. 5 Nela, não lhe foi ele mantido na casa de seu pai; 21 nquando foi exposto, ºa
deu herança, nem sequer o espaço de um pé; mas li'prometeu filha de Faraó o recolheu e criou como seu próprio filho. 22 E
dar-lhe a posse dela e, depois dele, à sua descendência, não Moisés foi educado em toda a ciência dos egípcios e era Ppo·
tendo ele filho. 6 E falou Deus hque a sua descendência seria deroso em palavras e obras.
peregrina em terra estrangeira, onde seriam íescravizados e 23 qQuando completou quarenta anos, veio-lhe a idéia de
maltratados por quatrocentos anos; 7 eu, disse Deus, !julgarei visitar seus irmãos, os filhos de Israel. 24 Vendo um homem
'a nação da qual forem escravos; me, depois disto, sairão daí e tratado injustamente, tomou-lhe a defesa e vingou o oprimi·
me servirão neste lugar. 8 n Então, lhe deu a aliança da circunci· do, matando o egípcio. 25 Ora, Moisés cuidava que seus ir·
são; 0 assim, nasceu !saque, e Abraão o circuncidou ao oitavo mãos entenderiam que Deus os queria salvar por intermédio
dia; Pde !saque procedeu Jacó, e qdeste, os doze patriarcas. dele; eles, porém, não compreenderam. 26 No dia seguinte,
9 ros patriarcas, invejosos de José, 5 venderam-no para o Egi· aproximou-se de uns que brigavam e procurou reconduzi-los
to; 1mas Deus estava com ele 10 e livrou-o de todas as suas à paz, dizendo: Homens, vós sois irmãos; por que vos ofende·
aflições, uconcedendo·lhe também graça e sabedoria perante is uns aos outros? 27 Mas o que agredia o próximo o repeliu,
Faraó, rei do Egito, que o constituiu governador daquela na· dizendo: rouem te constituiu autoridade e juiz sobre nós?
ção e de toda a casa real. 11 vsobreveio, porém, fome em todo 28 Acaso, queres matar-me, como fizeste ontem ao egípcio?
o Egito; e, em Canaã, houve grande / tribulação, e nossos pais 29 s A estas palavras Moisés fugiu e tornou-se peregrino na ter-
não achavam mantimentos. 12 xMas, tendo ouvido Jacó que ra de Midiã, onde l\he nasceram dois filhos .

• . 13 3Cf. NU; TR e M acrescentam palavras blasfemas, NU omite 14 5At10-;8_;_2-5.-8~~-~~


CAPÍTUL07 2ªAt22.1 bSl29.3CGn11.31-32 3dGn12.1 4eGn11.31;157fGn11.32 5gGn12.7;13.15';15.3,18;17.8;26.3
6 h Gn 1513-14,16; 47.11-12 iÊx 1.8-14; 12.40-41 7 iÊx 14.13-31 IGn 15.14 mÊx 3.12 8 n Gn 17.9-14 °Gn 21.1-5 PGn 25.21-26 qGn
29.31-30.24;35.18,22-26 9'Gn37.4,11,28SGn37.281Gn39.2,21,23 10UGn41.38-44 11 VGn41.54;42.5 laf/ição J2XGn
42.1-2 13 ZGn 45.4, 16 14 aGn 45.9,27 bOt 1O22 20u setenta, Êx 1.5 1S CGn 46.1-7 dGn 49.33 16 eJs 24.32 /Gn 2116 17 gGn
15.13hÊx1.7-9 18íÊx1.8 19iÊx1.22 201Êx2.1-2mHb11.23 21nÊx2.3-4°Êx2.5-10 22Plc24.19 23qÊx2.11-12
27 rÊx 2.14 29 s Hb 11.27 IÊx 2.15,21-22; 4.20; 18.3
•6.13 contra o lugar santo e contra a lei. Estêvão não falou contra o templo, •7.14 setenta e cinco pessoas, Otexto hebraico de Êx 1.5 traz "setenta". Mas
mas somente declarou que Deus não estava confinado a um templo terreno, uma a tradução grega do Antigo fo,stamento, que este sermão está basicamente se-
vez que o céu era seu lar e seu trono 17.48-50). Estêvão, na realidade, sustentava guindo, e os fragmentos de Exodo encontrados entre os Manuscritos do Mar
a lei mosaica e o seu ensino, especialmente naquilo que apontava para o Cristo Morto dizem "setenta e cinco". A explicação dos setenta e cinco deve ser encon-
vindouro 17.37-38). trada nos cinco descendentes adicionais de José incluídos na tradução grega de
•6.14 Jesus, o Nazareno, destruirá este lugar. A liderança judaica tinha ou- Gn 46.20, em que dois filhos de Manassés, dois filhos de Efraim, e um neto de
vido a mal interpretada citação de Jesus em Jo 2.19, mas não há evidência de Efraim estão incluídos.
que Estêvão a tivesse conhecido ou usado. •7.16 Siquém ... no sepulcro que Abraão ali comprara. Estêvão condensou
• 7.2 O Deus da glória. Este título relembra a divina glória que Deus mostrou a os eventos relativos às compras dos sepulcros dos patriarcas. Jacó foi enterrado
seu povo no tempo de Moisés: a coluna de nuvem IÊx 14.19; 16.1 O; SI 105 39), a na caverna de Macpela, em Hebrom IGn 50.13); e de acordo com Josefa (Anti-
coluna de fogo IÊx 14 24), ajllória do Senhor no monte IÊx 24.15-18; 2Co 3.7), e a güidades 2.199), os irmãos de José foram enterrados em Hebrom. Os ossos de
glória sobre o tabernáculo IEx 40.34-35; ct. Jo 114). José, contudo, foram colocados na terra que Jacó havia comprado dos filhos de
•7.4 da terra dos caldeus. Babilônia, no Sul da Mesopotâmia !moderno Ira- Hamor IGn 33.19; 50.25; Êx 13.19; Js 24.32). Os ouvintes de Estêvão sabiam que
que). Jacó e seus filhos haviam sido enterrados em dois lugares diferentes (Hebrom e
Siquém) A narrativa aqui é altamente condensada.
•7.6 quatrocentos anos. Êx 12.40 traz "quatrocentos e trinta anos", mas Estê-
vão está talando em números redondos, e pode ter estado seguindo o texto de Gn •7 ,22 Moisés foi educado em toda a ciência dos egípcios. Êx 2.1 Odeclara
15.13 que traz "quatrocentos anos". que, quando Moisés cresceu, a ama !mãe de Moisés) levou-o para a filha de Fa-
•7.8 aliança da circuncisão, Deus estabeleceu esta aliança com Abraão. Ele raó e ele "tornou-se seu filho", entendendo-se que na casa real lhe seria dada
era o pai de todo Israel, mas viveu séculos antes da vinda de Moisés. Moisés ins- uma completa educação egípcia. Dois estudiosos do século 1, o historiador Josefa
tituiu os costumes que os adversários de Estêvão tentavam proteger 16.14). e o filósofo Filo, contam do extensivo aprendizado de Moisés.
ATOS 7 1282

O REINO CELESTIAL DE JESUS


At 7.55
Do atual papel de Cristo na glória écomumente dito que ele está à des~dé Deus. ONovo Testamento retrata a atividade
celestial de Jesus como estar em pé, pronto para agir (At 7.56; Ap 1.12•~6; 14.1 ), andando entre seu povo (Ap 2.1) e caval-
gando para a batalha (Ap 19.11-16), mas o Novo Testamento expreSllt regularmente, a autoridade atual de Cristo, dizendo
que efi'e!ltá à destra do Pai-não para descansar, mas para goverrtar. Não é uma figura de inatividade, mas de autoridade.
No $11 1O, Deus coloca o Messias àsua direita como Rei e Sacerdote - como Rei, para pôr os seus inimigos debaixo dos
seus pés (v. 1) e, como Sacerdote; para servir a Deus e transmitir a graça de Deus para sempre (v. 4).
Cri~ governa sobre todas as esferas de autoridade, quer angelicais, quer humanas (Mt 28.18; 1Pe3.22). Seu Reino, num
sentido direto, éa Igreja, Corpo cui() C&beça é ele, e ele governa por sua palavra e Espírito (Ef 1.22-23). Quanto ao estado: não
1
·~relacionado com oReino de Deus como o era no Antigo Testamento. Aespada não deve ser usada para impor o Reino (Jo
·1.8~36); porém Cristo usa a autoridade secular para manter a paz ea ordem civis eordena a seus discípulos que se submetam
às autoridades (Mt22.21; Rm 13.1·71.0s cristãos procuram, em todas as esferas da vida, fazer a vontade de Deus, lembran-
do a si mesmos e também aos outros que todos responderão a Cristo como Juiz, qualquer que seja a sua posição na vida (Mt
25.31; At 17.31; Rm 2.16; 2Co 5.10).
· ·... ·&se sentar-se de Cristo continuará até que seus inimigos e os nossos, inclusive a morte, sejam reduzidos a nada. A morte,
•. "i:táttimo inimigo, cessará de existir, quando Cristo, ao retornar, ressuscitar os mortos para ojulgamento (Jo 5.28-29). Uma vez
realltado ojulgamento, a obra do Reino mediador terminará, e Cristo, triunfalmente, entregará oReino ao Pai (1Co 15.24-28).

JO uoecorridos quarenta anos, apareceu-lhe, no deserto 41 PNaqueles dias, fizeram um bezerro e ofereceram sacriff-
do monte Sinai, um 3 anjo, por entre as chamas de uma sarça cio ao ídolo, q alegrando-se com as obras das suas mãos.
que ardia. Jl Moisés, porém, diante daquela visão, ficou ma- 42 Mas 'Deus se afastou e os entregou ao culto s da milícia ce-
ravilhado e, aproximando-se para observar, ouviu-se a voz do lestial, como está escrito no Livro dos Profetas:
Senhor: J2 vEu sou o Deus dos teus pais, o Deus de Abraão, 1
6 casa de Israel, porventura, me oferecestes vítimas e
de !saque e de Jacó. Moisés, tremendo de medo, não ousava sacriffcios no deserto, pelo espaço de quarenta anos,
contemplá-la. 33 Disse-lhe o Senhor: xJira a sandália dos pés, 43 e, acaso, não levantastes o tabernáculo de Moloque e
porque o lugar em que estás é terra santa. 34 zVi, com efeito, a estrela do deus Renfã, figuras que fizestes para as ado-
o sofrimento do meu povo no Egito, ouvi o seu gemido e des- rar? Por isso, uvos desterrarei para além da Babilônia.
ci para libertá-lo. Vem agora, e eu te ªenviarei ao Egito. 44 O tabernáculo do Testemunho estava entre nossos pais
JS A este Moisés, a quem negaram reconhecer, dizendo: no deserto, como determinara aquele que disse a Moisés
bQuem te constituiu autoridade e juiz? A este enviou Deus vque o fizesse segundo o modelo que tinha visto. 4S xo qual
como chefe e libertador, e com a assistência do anjo que lhe também nossos pais, com Josué, tendo-o recebido, o levaram,
apareceu na sarça. 36 dEste os tirou, efazendo prodígios e si- quando tomaram posse das nações zque Deus expulsou da
nais na terra do Egito, /assim como no mar Vermelho ge no presença deles, até aos ªdias de Davi. 46 bEste achou graça di-
deserto, durante quarenta anos. J7 Foi Moisés quem disse aos ante de Deus e lhe e suplicou a faculdade de prover morada
filhos de Israel: hDeus vos suscitará dentre vossos irmãos um para o Deus deJacó. 47 dMas foi Salomão quem lhe edificou a
profeta semelhante a mim. 4 J8 iÉ este Moisés quem esteve casa. 48 Entretanto, não habita e o Altíssimo em casas feitas
na 5 congregação no deserto, com io anjo que lhe falava no por mãos humanas; como diz o profeta:
monte Sinai e com os nossos pais; 1o qual recebeu mpalavras 49/Q céu é o meu trono, e a terra, o estrado dos meus
6 vivas para no-las transmitir. J9 A quem nossos pais nnão qui- pés; que casa me edificareis, diz o Senhor, ou qual é o lu-
seram obedecer; antes, o repeliram e, no seu coração, volta- gar do meu repouso?
ram para o Egito, 40 dizendo a Arão: ºFaze-nos deuses que 50 Não foi, porventura, a minha mão que gfez todas estas
vão adiante de nós; porque, quanto a este Moisés, que nos ti- coisas?
rou da terra do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu. st Homens 7 de hdura cerviz e 1incircuncisos de coração e

• JO u Êx 3.1-10, 3 Cf. NU; TR e Manjo do S~nhor J2,VÊx 3.6, 15 JJ x Êx 3.5.7-8, 10 J4 ZÊx 2.24-25 a SI 105.26 JS b Ê]< 2.14 e Êx
14.21 J6 d Ex 12.41; 33.1 es1105.27 !Ex 14.21 gEx 16.1,35 J7 h Dt 18.15, 18-19 4TR acrescenta a ele ouvireis J8 iEx 19.3 i GI
3.19 iOt 5.27 m Hb 5.12 5Gr.ekk/esia, lit.assembléia ou igreja óda vida J9 ns195.8-11 40 ºÊx 32.1,23 41 PDt 9.16 QÊx 32.6.18-19
42 '[2Ts 2.11] 5 2Rs 21.3 tAm 5.25-27 4J UJr 25.9-12 44 V[Hb 8.5] 45 XJs 3.14; 18.1; 23.9 zs144.2 ª2Sm 6.2-15 46 b2Sm
7.1-13 C1 Cr 22. 7 47 d 1Rs 6.1-38; B.20-21 48 e 1Rs 8.27 49 /Is 66.1-2 50 g SI 102.25 51 h Êx 32.9 i Lv 26.41 ?teimosos
•7 .38 na congregação no deserto. "Congregação" traduz a palavra grega ekk- continha a arca da aliança e as tábuas dos Dez Mandamentos, que eram chama-
lesia !"igreja", ver 5.11, nota). das de "o Testemunho". Mais adiante, representando a presença de Deus e seu
o anjo que lhe falava no monte Sinai. Embora Moisés tenha recebido a lei de poder vivificante, estavam a mesa dos pães consagrados IÊx 37.10-16; Hb 9.2), o
Deus no Monte Sinai IÊx 20.1,21). os anjos tiveram alguma parte na sua institui- candelabro de sete hásteas (Êx 37 .17-23; cf. Jo 8.12; Ap 1.12-18) e o altar de in-
ção (v. 53; Ot 33.2; GI 3.19; Hb 2.2). A respeito do Anjo do Senhor, ver nota em Gn censo (Êx 37.25-29). que simbolizavam as orações do povo de Deus subindo para
16.7 e Jz 2.1. o onipresente Deus !SI 141.2; Ap 8.3-4).
•7.44 O tabernáculo do Testemunho. O tabernáculo do Antigo Testamento •7 .51 Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvi-
1283 ATOS 7, 8
de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como
fizeram vossos pais, também vós o fazeis. 52iQual dos profe-
8 E Saulo consentia na sua morte.
tas vossos pais não perseguiram? Eles mataram os que anteri- A primeira perseguição à igreja
ormente anunciavam a vinda 1do Justo, do qual vós agora vos Naquele dia, levantou-se grande perseguição contra a igre-
tornastes traidores e assassinos, 53 mvós que recebestes a lei ja em Jerusalém; e todos, exceto os apóstolos, ªforam disper-
por ministério de anjos e não a guardastes. sos pelas regiões da Judéia e Samaria. 2 Alguns homens
piedosos sepultaram Estêvão e bfizeram grande pranto sobre
A morte de Estêvão ele. 3 Saulo, porém, e assolava a igreja, entrando pelas casas;
54 nQuvindo eles isto, enfureciam-se no seu coração e ri- e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere.
lhavam os dentes contra ele. 55 Mas Estêvão, ºcheio do Espí-
rito Santo, fitou os olhos no céu e viu a Pglória de Deus e Filipe prega em Samaria
Jesus, que estava à sua direita, 56 e disse: Eis que 0 vejo os 4 Entrementes, d os que foram dispersos iam por toda parte
céus abertos e o rFilho do Homem, em pé à destra de Deus. pregando a palavra. 5 e Filipe, descendo 1 à cidade de Samaria,
57 Eles, porém, clamando em alta voz, taparam os ouvidos e, anunciava-lhes a Cristo. 6 As multidões atendiam, unânimes,
unânimes, arremeteram contra ele. 58 E, lançando-o fora da às coisas que Filipe dizia, ouvindo-as e vendo os sinais que ele
cidade, o apedrejaram. s As testemunhas deixaram suas ves- operava. 7 Pois os !espíritos imundos de muitos possessos
tes aos pés de um jovem chamado Saulo. 59 E apedrejavam saíam gritando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos fo-
Estêvão, que invocava e dizia: Senhor Jesus, 1recebe o meu ram curados. BE houve grande alegria naquela cidade.
espírito! 60 Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: use-
nhor, não lhes imputes este pecado! Com estas palavras, ador- Simão, o mágico
meceu. 9 Ora, havia certo homem, chamado Simão, que ali gprati-

·-~~ i2Cr-;616 i At 314; 22~mÊx


31.5 60 u Mt 5.44; Lc 23.34
20 1 54 nAt 5-;3~~~~~t 65 P[Êx 241;] ~6 o~t 316 rDn 7 13 58 sAt 222~ 59 1s1

CAPÍTULO 8 l a Jo 16.2; At 8.4; 11.19 2 b Gn 23.2 3 e At 7.58; 1Co 15.9; GI 1.13; Fp 3.6; 1Tm 1.13 4 d Mt 10.23 5 e At 6.5;
8.26,30 IOuauma 7/Mc 16.17 9gAt8.11; 13.6
dos. Eles não ouviriam com o coração e não obedeceriam ao Senhor e nem às •8.4 dispersos... pregando a palavra. Através da perseguição, a mensagem
Escrituras que Estêvão havia citado. Estas metáforas são figuras dp Antigo Testa- foi espalhada mais longe e mais rapidamente (11.19). Como disse Tertuliano, "o
mento que significam teimosia e falta de regeneração espiritual (Ex 32.9; 33.3,5; sangue dos cristãos é a semente da igreja"
Dt 9.6; 10.16; 30.6; Jr4.4). •8.9 Simão. Simão, o mago, é freqüentemente mencionado em antigos escritos
•7.52 do Justo. Um título usado para o Senhor Todo-Poderoso (Is 24.16) e para fora da Bíblia como sendo o arquiinimigo da igreja e um dos líderes da heresia
Jesus Cristo (22 14; 1Jo 2.1)
•7 .55 a glória de Deus. Obrilho da presença de Deus (Ap 15.8; 21.11,23)
que estava à sua direita. Normalmente diz-se que Jesus está assentado à di- ................ _
reita de Deus, porque sua obra estava terminada (Rm 8.34; CI 3.1; Hb 10 12),
mas aqui ele está em pé para receber Estêvão ou para defendê-lo. Nesta cena o
Filho do Homem é, ao mesmo tempo, Juiz e Advogado. Ver nota teológica "O Rei-
no Celestial de Jesus"
Mar Mediterrâneo
• 7.56 Eis que vejo ... o filho do Homem. A visão que Estêvão teve do Filho do
Homem no céu deve ter recordado vividamente o Sinédrio que, quando eles per-
guntaram a Jesus, "És tu o Cristo?", ele respondeu "Eu sou, e vereis o Filho do Ho-
mem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo com as nuvens do céu" (Me Mardl .r-···- .. ·
14.61-62). Estêvão viu o mesmo Jesus sentado no céu à mão direita de Deus, Galíléia •·
comprovando a verdade do que ele estava dizendo e condenando o Sinédrio. {Tiberíades -...........
•7 .58 um jovem chamado Saulo. Saulo, mais tarde chamado Paulo, era um fa-
riseu, associado com o Sinédrio (Fp 3.5). Éprovável que ele tenha sido um instiga-
dor do julgamento de Estêvão (8.3; 9 1-2) Neste ponto, Lucas introduz Saulo, a
segunda grande figura deste livro.
Cesaréia • ....._
'
SAMARIA~
.
"-..._
o
~
'\

.. _.-.,.··
• 7.60 não lhes imputes este pecado. Comparar com a declaração de Jesus 7 Samaria

J:::P~~1 ~r
em Lc 23.34.
•8.3 Saulo, porém, assolava a igreja, Overbo grego é enfático, e significa não
somente perseguição, mas um esforço para destruir a igreja.

As viagens missionárias de Filipe


As viagens de Filipe (veja At 6.5) estão registradas em At 8.5-13 Azot// JUDÉIA )erusal ·m
e 8.26-40. Asignificativa resposta à sua pregação em Samaria trou-
xe Pedro e João para lá a fim de ministrarem a novos convertidos. Fili-
pe seguiu a orientação divina de viajar pela estrada do deserto que
e:
~.---r Betogabris Mar
Laquis Morto
-N-
t

vai para o sul, de Jerusalém a Gaza. batizando o etíope eunuco no ca-


""'--.,. 1
IDUMÉIA
minho. Depois disto. Filipe pregou na planície costeira de Azoto a Ce- \ '-.._ .,·
...r-··· -.·.- 40 km
saréia.
....

ATOS8 1284
cava a 2 mágica, hiludindo 3 o povo de Samaria, insinuando Filipe e o eunuco
ser ele grande vulto; to ao qual todos davam ouvidos, do me- 26 Um anjo do Senhor falou a xFilipe, dizendo: Dispõe-te e
nor ao maior, dizendo: Este homem é o poder de Deus, cha- vai para o lado do Sul, no caminho que desce de Jerusalém a
mado o Grande Poder. 11 Aderiam a ele porque havia muito Gaza; s este se acha deserto. Ele se levantou e foi. 27 Eis que
2 um etíope, eunuco, alto oficial de Candace, rainha dos etío-
os iludira com 4 mágicas. 12 Quando, porém, deram crédito a
Filipe, que os evangelizava a irespeito do reino de Deus e do pes, o qual era superintendente de todo o seu tesouro, que
nome de Jesus Cristo, iam sendo batizados, assim homens ªviera adorar em Jerusalém, 28 estava de volta e, assentado
como mulheres. 13 O próprio Simão abraçou a fé; e, tendo no seu carro, vinha lendo o profeta Isaías. 29 Então, disse o
sido batizado, acompanhava a Filipe de perto, observando ex- Espírito a Filipe: Aproxima-te desse carro e acompanha-o.
tasiado os sinais e grandes milagres praticados. 30 Correndo Filipe, ouviu-o ler o profeta Isaías e perguntou:
Compreendes o que vens lendo? 31 Ele respondeu: Como po-
Pedro e joão em Samaria derei entender, se alguém não me explicar? E convidou Filipe
14Quvindo os iapóstolos, que estavam em Jerusalém, que a subir e a sentar-se junto a ele. 32 Ora, a passagem da Escritu-
Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram-lhe Pedro e ra que estava lendo era esta:
João; 15 os quais, descendo para lá, oraram por eles 1para que bFoi levado como ovelha ao matadouro; e, como um cor-
recebessem o Espírito Santo; 16 porquanto mnão havia ainda deiro mudo perante o seu tosquiador, cassim ele não
descido sobre nenhum deles, "mas somente haviam sido bati- abriu a boca.
zados em ºo nome do Senhor Jesus. 17 Então, lhes Pimpu- 33 Na sua humilhação, lhe negaram djustiça; quem lhe
nham as mãos, e recebiam estes o Espírito Santo. 18 Vendo, poderá descrever a geração? Porque da terra a sua vida é
porém, Simão que, pelo fato de imporem os apóstolos as mãos, e tirada.
era concedido o Espírito [Santo], ofereceu-lhes dinheiro, 19 pro- 34 Então, o eunuco disse a Filipe: Peço-te que me expli-
pondo: Concedei-me também a mim este poder, para que ques a quem se refere o profeta. Fala de si mesmo ou de al-
aquele sobre quem eu impuser as mãos receba o Espírito San- gum outro? 35 Então, Filipe explicou; le, começando por
to. 20 Pedro, porém, lhe respondeu: O teu dinheiro seja conti- esta passagem da Escritura, anunciou-lhe a Jesus. 36 Seguin-
go para perdição, pois 0 julgaste adquírir, por meio dele, ro dom do eles caminho fora, chegando a certo lugar onde havia
de Deus. 21 Não tens parte nem sorte neste ministério, porque água, disse o eunuco: Eis aqui água; gque impede que seja
o teu scoração não é reto diante de Deus. 22 Arrepende-te, eu batizado? 37 6[Filipe respondeu: É lícito, hse crês de todo
pois, da tua maldade e roga ao Senhor; 1talvez te seja perdoado o coração. E, respondendo ele, disse: iCreio que Jesus Cristo
o intento do coração; 23 pois vejo que estás ªem fel de amargu- é o Filho de Deus.] 38 Então, mandou parar o carro, ambos
ra e laço de iniqüidade. 24 Respondendo, porém, Simão lhes desceram à água, e Filipe batizou o eunuco. 39 Quando saí-
pediu: vRogai vós por mim ao Senhor, para que nada do que ram da água, io Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, não o
dissestes sobrevenha a mim. vendo mai~ o eunuco; e este foi seguindo o seu caminho,

•. cheio de júbilo. 40 Mas Filipe veio a achar-se em 7 Azoto; e,


25 Eles, porém, havendo testificado e falado a palavra do
Senhor, voltaram para Jerusalém e evangelizavam muitas al- passando além, evangelizava todas as cidades até chegar a
deias dos samaritanos . 1Cesaréia.

~~~~~~~~~~~
hAt 5.36 2feitiçaria (Magia negra) 30u a nação 11 4feitiçaria (Magia negra) 12 iAt 1.3; 8.4 14 i At 5.12,29,40 15 IAt 2.38; 19.2
16 mAt 19.2 n Mt 28.19; At 2.38 o At 10.48; 19.5 17 PAt 6.6; 19.6; Hb 6.2 20 q2Rs 5.16; Is 55.1; Dn 5.17; [Mt 1O8] r[At 2.38; 10.45;
11.17] 21SJr179 22 tDn427; 2Tm2.25 23UHb12.15 24 VGn207,17; Êx8.8;Nm21.7; 1Rs 13.6;Jó42.8;Tg5.16 26XAt
6.5 sou este é um lugar deserto 27 2 SI 68.31; 87.4; Is 56.3; Sf 3.1 Oa 1Rs 8.41-42; Jo 12.20 32 bIs 53.7-8 e Mt 26.62-63; 27.12, 14; Jo
19 9 33 d Lc 23.1-25 e Lc 23.33-46 35/Lc 24.27; At 17.2; 18 28; 28.23 36 g At 10.47; 16.33 37 h Mt 28.19; [Me 16.16; Rm
10.9: 10] i Mt 16.16; Jo 6.69; 9 35,38; 11.27 6 NU e M omitem o v. 37. Éencontrado em textos ocidentais, incluindo-se a tradição latina
39 J 1Rs 18.12; 2Rs 2.16; Ez 3.12, 14; 2Co 12.2 40 1At 21.8 7 Asdode Js 11.22
gnóstica. O gnosticismo (nome que vem da palavra grega gnosis, que significa •8.27 eunuco. A palavra refere-se ou a um oficial emasculado, pertencente à
"conhecimento") ensinava que uma pessoa ganhava a salvação não pelo mérito corte real, ou a um alto oficial do governo. A Etiópia bíblica (ou Cuxe) é a remota
da morte de Jesus pelos pecadores, mas por conhecimento especial a respeito área ao sul do Egito, incluindo partes da moderna Eritréia, Etiópia e Sudão.
de Deus. Justino Mártir (morto cerca de 165 d C ). ele próprio um samaritano, diz Candace. Otítulo da rainha-mãe, que governava em lugar de seu filho. Acredi-
que quase todos os samaritanos consideravam Simão o supremo deus (o "Gran- tava-se que ele era sagrado demais para ser envolvido em negócios seculares.
de Poder", v. 10). lrineu (morto cerca de 180 d.C). que escreveu extensivamente
•8.28 lendo... Isaías. Se o etíope estivesse lendo a passagem sobre a miseri-
sobre os gnósticos, considera Simão como uma das fontes dessas heresias.
córdia do Senhor para com os eunucos (Is 56.3-5; cf. Dt 23.1 ), teria sido natural
Embora o Simão do v. 9 possa ter sido outro Simão, os pais da igreja igualam os
para ele ler também Is 53 (v. 35, nota).
dois, e o contexto de 8.9-11 (seu caráter e a atitude dos samaritanos a respeito
dele) certamente indicam os dois como a mesma pessoa. •8.30 ouviu-o. Nos tempos antigos, as pessoas normalmente liam em voz alta.
•8.35 anunciou-lhe a Jesus. Filipe começou de Is 53 e identificou o servo na
•8.15 recebessem o Espírito Santo. Os crentes samaritanos, até este ponto, passagem como o Servo Sofredor, Jesus. Lucas dá a entender que ele continuou
não haviam recebido a evidência da dinâmica presença interior do Espírito Santo, em outras passagens do Antigo Testamento, para identificar Jesus como o Mes-
embora, como crentes, o Espírito Santo estivesse habitando neles (Rm 8.9). Não sias.
nos é dito qual a evidência que o Espírito concedia.
•8.40 Azoto. Éa Asdode do Antigo Testamento (1Sm 5.1). uma das cinco cida-
•8.22-23 Pelas suas palavras e ações. Simão comprovou que não cria em Cristo. des filistéias, cerca de 32 km ao norte de Gaza e 96 km ao sul de Cesaréia, nacos-
Ele ainda estava em "fel de amargura" (cf. Dt 29.18; Hb 12.15) e "laço de iniqüida- ta. Filipe pregava o evangelho em todas as cidades ao longo da costa, até chegar
de" (ver Rm 6.16; 8.8). Uma profissão de fé sem arrependimento é inválida. a Cesaréia, uma grande cidade que Herodes, o Grande, tinha reconstruído (perto
1285 ATOS9
A conversão de Saulo instrumento escolhido para levar o meu nome perante os
ªSaulo, respirando ainda ameaças e morte contra os dis-
9 cípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote 2 e lhe
pediu bcartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que,
'gentios e mreis, bem como perante os "filhos de Israel;
16 pois ºeu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo
meu Pnome. 17 qEntão, Ananias foi e, entrando na casa,
caso achasse alguns que eram do Caminho, assim homens rimpôs sobre ele as mãos, dizendo: Saulo, irmão, 3 o Senhor
como mulheres, os levasse presos para Jerusalém. 3 e seguin- me enviou, a saber, o próprio Jesus que te apareceu no cami-
do ele estrada fora, ao aproximar-se de Damasco, subitamen- nho por onde vinhas, para que recuperes a vista e 5 fiques
te uma luz do céu brilhou ao seu redor, 4 e, caindo por terra, cheio do Espírito Santo. 18 Imediatamente, lhe caíram dos
ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, dpor que me per- olhos como que umas escamas, e tornou a ver. A seguir, le-
segues? 5 Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? E a resposta vantou-se e foi batizado. 19 E, depois de ter· se alimentado,
foi: Eu sou Jesus, a quem tu persegues; / 6 mas levanta-te e sentiu-se fortalecido. 1Então, permaneceu em Damasco al-
entra na cidade, onde te dirão o que te convém fazer. 7 eos guns dias com os discípulos.
seus companheiros de viagem pararam emudecidos, ouvindo
a voz, não vendo, contudo, ninguém. 8 Então, se levantou Sau- Saulo prega em Damasco
lo da terra e, abrindo os olhos, nada podia ver. E, guiando-o 20 E logo pregava, nas sinagogas, a Jesus, afirmando que
pela mão, levaram-no para Damasco. 9 Esteve três dias sem este é o Filho de Deus. 21 Ora, todos os que o ouviam esta-
ver, durante os quais nada comeu, nem bebeu. vam atônitos e diziam: "Não é este o que exterminava em Je-
rusalém os que invocavam o nome de Jesus e para aqui veio
A visita de Ananias precisamente com o fim de os levar amarrados aos principais
10 Ora, havia em Damasco um discípulo f chamado Ana- sacerdotes? 22 Saulo, porém, mais e mais se fortalecia ve con-
nias. Disse-lhe o Senhor numa visão: Ananias! Ao que res- fundia os judeus que moravam em Damasco, demonstrando
pondeu: Eis-me aqui, Senhor! 11 Então, o Senhor lhe ordenou: que Jesus é o Cristo.
Dispõe-te, e vai à rua que se chama Direita, e, na casa de Judas, 23 Decorridos muitos dias, xos judeus deliberaram entre si
procura por Saulo, apelidado gde Tarso; pois ele está orando tirar-lhe a vida; 24 zporém o plano deles chegou ao conheci-
12 e viu entrar um homem, chamado Ananias, e impor-lhe mento de Saulo. Dia e noite guardavam também as portas,
as mãos, para que recuperasse a vista. 13 Ananias, porém, para o matarem. 25 Mas os seus discípulos tomaram-no de noi-
respondeu: Senhor, de muitos tenho ouvido a respeito desse te e, colocando-o num cesto, ªdesceram-no pela muralha.
homem, hquantos 2 males tem feito aos teus santos em Jeru-
salém; 14 e para aqui trouxe autorização dos principais sa- Saulo em jerusalém e em Tarso
cerdotes para prender a todos 1os que invocam o teu nome. 26 bTendo chegado a Jerusalém, procurou juntar-se com
15 Mas o Senhor lhe disse: Vai, porque ieste é para mim um os discípulos; todos, porém, o temiam, não acreditando que

·-~A;ÍTULO 9 - 1 ªAt 7.57; 81.~; 26.10-11. GI 113; 1Tm 113 2 bAt 22.5 3 cAt 226; 26.12-13; 1Co 15.8 4 d[Mt 25.40] 5 I Alguns
poucos mss. gregos e versões antigas acrescentam Duro é para ti recalcitrar contra os agwlhões no final do v. 5. e Então ele, trêmulo e assusta-
do. disse. Senhor, o que queres que eu faça? Então o Senhor lhe disse: Levanta-te no começo do v. 6 7 e Dn 10.7; Jo 12.29; [At 22.9; 26.13]
to/At 22.12 li gAt 2139; 22.3 13 hAt 9.1 2coisas más 14 iAt 7 59; 9.2.21. 1Co1.2; 2Tm 2.22 15 i At 13.2; 22.21, Rm 1.1; 1Co
15.10; GI 1.15; Ef3.7-8; 1Tm 2.7; 2Tm 1.11iRm1.5; 11.13; GI 2.7-8 mAt 25.22-23; 26.1°At21.40; Rm 1.16; 9.1-5 16 °At 20.23; 2Co
11.23-28; 12.7-1 O; GI 6.17; Fp 1.29-30 P2Co 4.11 17 q At 22 12-13 rAt 8.17 sAt 2.4; 4.31; 8.17; 13.52 JTR o Senhor Jesus; M omite Jesus
19 t At 26.20 21 u At 8.3; 9.13; GI 1.13,23 22 v At 18.28 23 x At 23 12; 2Co 11.26 24 z 2Co 1132 25 a Js 2.15; 1Sm 19.12
26 b At 22 17-20; 26.20; GI 1.17-18
da torre de Estratão). Tinha um excelente porto que Herodes expandiu para im- •9.7 seus companheiros .•. ouvindo a voz. Em 22.9. Paulo diz que eles "não
portante tráfego marítimo (21.8) e servia como quartel general para os procura- perceberam o sentido da voz"; a palavra grega pode significar "som" ou "voz" Os
dores romanos, tais como Pilatos. Félix (2333-24.4) e Festa 125 6). Filipe deve companheiros de Saulo ouviram um som. mas não podiam entender o que estava
ter se radicado em Cesaréia, porque anos depois ele ainda residia lá 121 8) sendo dito.
•9.1 Saulo. Saulo foi apresentado em 7.58 e é o principal personagem de •9. 15 instrumento escolhido ... perante os gentios e reis, bem como pe-
9.1-31. Um terceiro breve vislumbre de Saulo é encontrado novamente em rante os filhos de Israel. Paulo considerava-se um apóstolo para os gentios
11.25-30. antes que Saulo. que logo mais seria chamado de Paulo. se tornasse o (Rm 1.13-14), assim como Pedro o era para os judeus (GI 2.8). embora Paulo pre-
principal personagem nos caps. 13-28. gasse muitas vezes para os judeus, particularmente em suas sinagogas (v. 20;
respirando ainda ameaças. Embora tivesse ajudado a eliminar Estêvão, Saulo Rm 1.16; 1Co 9.20).
continuava a perseguir a heresia cristã. •9.17 Jesus que te apareceu. Saulo não tinha tido um sonho ou uma visão.
•9.2 Caminho. Outros nomes usados ern Atos para os cristãos primitivos são: mas tinha visto o Senhor (cf Is 6.1,5).
"cristãos" (usado somente ern 11.26; 26.28; 1Pe 416). "discípulos" (vs 10.19).
"santos" (v. 13). "todos os que invocam o teu nome" 14) e "irmãos" (v. 30). "O fiques cheio do Espírito Santo. Cf. 2.38. Nada é dito a respeito de quaisquer
Caminho" identifica a causa cristã como composta do' õeguidores de Jesus. que dons sobrenaturais. mas a ênfase recai sobre a poderosa pregação a respeito de
é "o caminho" (Jo 14.6). Éusada várias vezes ern Atos 119.9.23; 22.4; 24 14,22) Jesus como o Filho de Deus (v. 20).
•9.3 uma luz do céu. Urna luz sobrenatural, mais brilhante que o sol. 126.13) •9.18 como que umas escamas. Lucas freqüentemente chama atenção para
chamou sua atenção. as enfermidades físicas (1311; 28.3-8). Ver a Introdução: Autor.
•9.4 Saulo, Saulo. A repetição significa um trato íntimo e pessoal lcf. Gn 22.11, •9.26 Tendo chegado a Jerusalém. De acordo com GI 1.18-19, Paulo viu so-
46.2; Êx 34; 1Srn 3.1 O; Lc 10.41; 22.31 ). mente Pedro e Tiago, o irmão do Senhor, ern Jerusalém. Os outros podem ter
me persegues. Perseguir os discípulos de Jesus era perseguir Jesus (Mt tido medo de encontrar-se com ele. ou estavam pregando o evangelho em ou-
5.10-12; Jo 1519-20) tras áreas.
ATOS 9, 10 1286
ele fosse discípulo. 27 cMas Barnabé, tomando-o consigo, le- A ressurreição de Dorcas
vou-o aos apóstolos; e contou-lhes como ele vira o Senhor no 36 Havia em Jope uma discípula por nome 6 Tabita, nome
caminho, e que este lhe falara, de como em Damasco pregara este que, traduzido, quer dizer 7 Dorcas; era ela notável rpe·
ousadamente em nome de Jesus. 28 e Estava com eles em Je- las boas obras e esmolas que fazia. 37 Ora, aconteceu, na·
rusalém, entrando e saindo, pregando ousadamente em queles dias, que ela adoeceu e veio a morrer; e, depois de a
nome do Senhor. 29 Falava e discutia com os fhelenistas;4 lavarem, puseram-na 5 no cenáculo. 38 Como Lida era perto
gmas eles procuravam tirar-lhe a vida. 30Tendo, porém, isto de Jope, ouvindo os discípulos que Pedro estava ali, envia-
chegado ao conhecimento dos irmãos, levaram-no até Cesa- ram-lhe dois homens que lhe pedissem: Não demores em vir
réia e dali o enviaram para Tarso. ter conosco. 39 Pedro atendeu e foi com eles. Tendo chegado,
conduziram-no para o cenáculo; e todas as viúvas o cerca·
A igreja cresce ram, chorando e mostrando· lhe túnicas e vestidos que Dorcas
31 h A sigreja, na verdade, tinha paz por toda a Judéia, fizera enquanto estava com elas. 40 Mas Pedro, 1tendo feito
Galiléia e Samaria, ;edificando-se e caminhando no itemor sair a todos, "pondo-se de joelhos, orou; e, voltando-se para o
do Senhor, e, no 1conforto do Espírito Santo, mcrescia em corpo, vdisse: Tabita, levanta-te! Ela abriu os olhos e, vendo a
número. Pedro, sentou-se. 41 Ele, dando-lhe a mão, levantou-a; e, cha·
mando os santos, especialmente as viúvas, apresentou-a viva.
A cura de Enéias 42 Isto se tornou conhecido por toda Jope, xe muitos creram
32 Passando Pedro npor toda parte, desceu também aos no Senhor. 43 Pedro ficou em Jope muitos dias, em casa de
santos que habitavam em Lida. 33 Encontrou ali certo ho- um curtidor chamado 2 Simão.
mem, chamado Enéias, que havia oito anos jazia de cama,
pois era paralítico. 34 Disse-lhe Pedro: Enéias, ºJesus Cristo te O centurião Comélio
cura! Levanta-te e arruma o teu leito. Ele, imediatamente, se Morava em ªCesaréia um homem de nome Corné·
levantou. 3SVJram-no todos os habitantes de Lida e PSarona,
os quais se qconverteram ao Senhor.
1O lio, centurião da coorte chamada Italiana, 2 bpiedoso
e e temente a Deus com toda a sua casa e que fazia muitas 1 es·

• 27 e At 4.36; 13.2 d At 9 20.2;··· 28 e GI 1.18 29/At 6.1; 11.20 g At 9.23.; 2Co 11.26 4 Judeus que fala~a~ ~rego
31 h At 5.11, 8.1;
16.5 i[Ef 4.16,29] iSI 34.9 IJo 14.16 mAt 16.5 5TR e MAs igrejas .. tinham paz... e eram edificadas 32 n At 8.14 34 o [At 3.6, 16; 4.10]
35 P1Cr5.16; 27.29; Is 33.9; 35.2; 65.1 Oq At 11.21; 15.19 36 r 1Tm 2.1 O; Tt3.8 ó Lit., em Aram., gazela 7Lit., em Gr, gazela 37 s At
1.13; 9.39 40 tMt 9.25 u Lc 22.41; At 7.60 VMc 5.41-42; Jo 11.43 42 x Jo 11.45 43 z At 10.6
CAPÍTULO 1O 1 a At 8.40; 23.23 2 bAt 8.2; 9.22; 22.12 e [At 10.22,35; 13.16.26] 1dádivas de caridade
•9.35 Sarona. As notícias a respeito da cura do paralítico tiveram dramáticos efeitos; chegaram até a planície de Sarona, que se estende ao norte de Jope em
direção à costa, por 72 km.
•9.36 Jope. Um antigo porto de mar !atualmente Jafa. ao sul de Tel Aviv), cerca
......___... de 60 km a noroeste de Jerusalém, o porto do qual Jonas zarpou IJn 1.3).
Tabita. Significa "Gazela" em aramaico, assim como Dorcas significa "Gazela"
_ _ _ _ _..__,40 mi em grego.
40km •9.37 a lavarem. Provavelmente antes da unção com especiarias lcf. Jo 19.40).
Em Jerusalém, o corpo de Jesus tinha sido enterrado no dia da morte, mas fora
Mar da cidade um período mais longo de até três dias era permitido.
Mediterrâneo •9.43 um curtidor chamado Simão. Os judeus acreditavam que a curtição de
peles era uma profissão imunda. pois envolvia contato com animais mortos llv
5.2). Pedro estava disposto a hospedar-se com um curtidor porque a mensagem
do evangelho estava começando a romper barreiras entre as pessoas. Isto tam-
bém antecipa a visão de Pedro em 10.9-23.
•10.1 Cesaréia. Cesaréia Marítima era um porto no Mediterrâneo, 104 km a no-
.......--··· roeste de Jerusalém. Foi reconstruída e melhorada. numa dimensão ambiciosa .
por Herodes. o Grande.
•10.2 temente a Deus. Um termo que pode indicar que Cornélio era ern parte
convertido ao judaísmo. urn gentio que adorava a Deus mas não era circuncidado
(1316.26).

As viagens missionárias de Pedro


t
-N-
Pedro e João viajaram a Samaria para juntar-se a Filipe no reavi-
vamento que estava acontecendo ali (At 8.14-25). Os esforços mis-
1 sionários de Pedro, em At 9.32-10.48, mostram o poder de Deus em
ação. Ele viajou a Lídia, onde Enéias foi curado. Em Jope, ele ressus-
IDUMÉIA citou Dorcas e ficou muitos dias com um curtidor chamado Simão. A
visão dos animais e aves impuros preparou Pedro para aceitar pron-
\. _,_,,_ ... _ ..·" \ tamente o convite de Cornélia para ir a Cesaréia, onde o evangelho
~--""'-~"------~-~---------~ foi poderosamente recebido por muitos gentios.
1287 ATOS 10
l
molas ao povo e, de contínuo, orava a Deus. 3 Esse homem dro para junto dos homens, 6 disse: Aqui me tendes; sou eu a
ctobservou c\a>amente durante uma visão, cerca da 2 hora quem buscais? A que viestes? 22 Então, disseram: O centu-
nona do dia, um anjo de Deus que se aproximou dele e lhe rião Cornélia, homem reto e temente a Deus e ntendo bom
disse: 4 Cornélia! Este, fixando nele os olhos e possuído de te· testemunho de toda a nação judaica, foi instruído por um san-
mor, perguntou: Que é, Senhor? E o anjo lhe disse: As tuas to anjo para chamar-te a sua casa e ouvir as tuas palavras.
orações e as tuas esmolas subiram para memória diante de
Deus. 5 Agora, e envia mensageiros a Jope e manda chamar Pedro vai com eles
Simão, que tem por sobrenome Pedro. 6 Ele está hospedado 23 Pedro, pois, convidando-os a entrar, hospedou-os. No
com !Simão, curtidor, cuja residência está situada à beira- dia seguinte, levantou-se e partiu com eles; ºtambém alguns
mar. 3 7 Logo que se retirou o anjo que lhe falava, chamou irmãos dos que habitavam emJope foram em sua companhia.
dois dos seus domésticos e um soldado piedoso dos que esta- 24 No dia imediato, entrou em Cesaréia. Cornélia estava es-
vam a seu serviço 8 e, havendo-lhes contado tudo, enviou-os perando por eles, tendo reunido seus parentes e amigos ínti-
a Jope. mos. 25 Aconteceu que, indo Pedro a entrar, lhe saiu Cornélio
ao encontro e, prostrando-se-lhe aos pés, o adorou. 26 Mas
Pedro tem uma 1/isão Pedro o levantou, dizendo: PErgue-te, que eu também sou
9 No dia seguinte, indo eles de caminho e estando já perto homem. 27 Falando com ele, entrou, encontrando muitos re-
da cidade, subiu gPedro ao eirado, por volta da 4 hora sexta, a unidos ali, 28 a quem se dirigiu, dizendo: Vós bem sabeis que
fim de orar. 10 Estando com fome, quis comer; mas, enquanto é qproibido a um judeu ajuntar-se ou mesmo aproximar-se a
lhe preparavam a comida, sobreveio-lhe um êxtase; 11 então, alguém de outra raça; mas 'Deus me demonstrou que a ne-
hviu o céu aberto e descendo um objeto como se fosse um nhum homem considerasse comum ou imundo; 29 por isso,
grande lençol, o qual era baixado à terra pelas quatro pontas, uma vez chamado, vim sem vacilar. Pergunto, pois: por que
12 contendo toda sorte de quadrúpedes, répteis da terra e razão me mandastes chamar? 30 Respondeu-lhe Cornélio:
7 Faz, hoje, quatro dias que, por volta desta hora, estava eu
aves do céu. 13 E ouviu-se uma voz que se dirigia a ele: Levan-
ta-te, Pedro! Mata e come. 14 Mas Pedro replicou: De modo observando em minha casa a hora nona de oração, e eis que
nenhum, Senhor! ;Porque jamais comi coisa alguma comum se apresentou diante de mim sum varão de 1vestes resplande-
e imunda. 15 Segunda vez, a voz lhe falou: i Ao que Deus 5 pu- centes 31 e disse: Cornélio, ua tua oração foi ouvida, e vas tuas
rificou não consideres comum. 16 Sucedeu isto por três ve- 8 esmolas, lembradas na presença de Deus. 32 Manda, pois,

zes, e, logo, aquele objeto foi recolhido ao céu. alguém a Jope a chamar Simão, por sobrenome Pedro; acha-
se este hospedado em casa de Simão, curtidor, à beira-mar. 9
Os enviados de Comélio chegam afope 33 Portanto, sem demora, mandei chamar-te, e fizeste bem
17 Enquanto Pedro estava perplexo sobre qual seria o sig- em vir. Agora, pois, estamos todos aqui, na presença de Deus,
nificado da visão, eis que os homens enviados da parte de prontos para ouvir tudo o que te foi ordenado da parte do Se-
Cornélia, tendo perguntado pela casa de Simão, pararam jun- nhor. 34 Então, falou Pedro, dizendo: xReconheço, por verda-
to à porta; 18 e, chamando, indagavam se estava ali hospeda- de, que Deus não faz acepção de pessoas; 35 pelo contrário,
do Simão, por sobrenome Pedro. 19 Enquanto meditava z em qualquer nação, aquele que o teme e faz o que é justo lhe
Pedro acerca da visão, disse-lhe 1o Espírito: Estão aí dois ho- é ªaceitável. 36 Esta é a palavra que Deus enviou aos filhos de
mens que te procuram; 20 m1evanta-te, pois, desce e vai com Israel, banunciando-lhes o evangelho da paz, por meio de Jesus
eles, nada duvidando; porque eu os enviei. 21 E, descendo Pe- Cristo. cEste é o Senhor de todos. 37Vós conheceis a palavra
.4\a~~~~~
~ 3 d At 10.30; 11.13 215 horas S e At 11.13-14 6/At 9.43 3 Cf. NU e M; TR acrescenta Ele te dirá o que deves fazer; NU e M omitem
9 gAt 10.9-32; 11.5-14 4Meio-dia 11 hEz 1.1; Mt 3.16; At 7.56; Ap 4.1; 19.11 14iLv114; 20.25; Dt 14.3.7; Ez4.14 15 i[Mt 15.11;
Me 7.19]; At 10.28; [Rm 14.14]; 1Co 10.25; [1Tm 4.4; Tt 1.15] 5 Declarou puro 19 1At11.12 20 m At 15.7-9 21 ô Cf. NU e M; TR
acrescenta que lhe foram enviados por Cornélia; NU e M omitem 22 n At 22.12 23 oAt 10.45; 11.12 26 PAt 14.14-15; Ap 19.1 O; 22.8
28 qJo 4.9; 18.28; At 11.3; GI 2.12 '[At 10.14,35; 15.8-9] 30 sAt 1.1 OIMt 28.3; Me 16.5 7Cf. NU; TR Quatro dia atrás, eu estava jejuando
até essa hora; e, à hora nona, eu orava na minha casa. e eis... 31 u Dn 10.12 v Hb 6.1 OB dádivas de caridade 32 9 Cf. NU; TR e M
acrescentam e ele. vindo, te falará; NU omite 34 x Dt 10.17 35 z [Ef 2.13] a SI 15.1-2 36 b Is 57.19 e Rm 10.12
•10.9 ao eirado ... a fim de orar. Éprovável que Pedro orasse três vezes por dia •10.24 No dia imediato. O grupo levou dois dias para viajar 48 km de Jope a
lcf. 3.1; Dn 6.1 O); esta era a oração do meio-dia. As casas típicas tinham um teto Cesaréia.
plano, alcançado por uma escadaria externa. • 10.25 indo Pedro a entrar. Pedro agora estava disposto a entrar na casa de
•10.1 Oum êxtase. A consciência de Pedro foi retirada das coisas externas, em um gentio lv. 28).
preparação para a visão lcf. 22.17). prostrando-se-lhe aos pés, o adorou. Cornélia estava maravilhado com a pre-
•10.12 toda sorte de quadrúpedes, répteis da terra e aves do céu. Tanto sença de Pedro; ele havia sido instruído por Deus para mandar buscar o apóstolo.
animais limpos quanto imundos llv 11). •10.28 Deus me demonstrou. Ele se refere à visão que tinha tido.
•10.13 Mata e come. Pedro não estava disposto a violar as leis do Antigo Testa- •10.34 Deus não faz acepção. O evangelho é tanto para judeus como para
mento que proibiam comer animais imundos lv. 14). gentios 11.8; Rm 1 16).
•10.15 Deus purificou. Através desta ilustração viva, Deus explicou a Pedro •10.36 anunciando-lhes ... paz. por meio de Jesus Cristo. A paz da reconci-
que havia revogado as leis a respeito da impureza ritual; ver Me 7.14-19. liação com Deus através do sangue de Jesus. nossa paz IEI 2.13-14).
•10.16 três vezes. Esta visão foi repetida para impressionar Pedro. Senhor de todos. Jesus é Senhor tanto de judeus quanto de gentios.
ATOS 10, 11 1288
que se divulgou por toda a Judéia, dtendo começado desde a to como se fosse um grande lençol baixado do céu pelas qua-
Galiléia, depois do batismo que João pregou, 38 como e Deus tro pontas e vindo até perto de mim. 6 E, fitando para dentro
ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o dele os olhos, vi quadrúpedes da terra, feras, répteis e aves do
qual !andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos céu. 7 Ouvi também uma voz que me dizia: Levanta-te, Pe-
os oprimidos do diabo, gporque Deus era com ele; 39 e nós so- dro! Mata e come. 8 Ao que eu respondi: de modo nenhum,
mos htestemunhas de tudo o que ele fez na terra dos judeus e Senhor; porque jamais entrou em minha boca qualquer coisa
em Jerusalém; ao qual também 1tiraram a vida, pendurando-o comum ou imunda. 9 Segunda vez, falou a voz do céu: Ao
no madeiro. 40 A este ressuscitou iDeus no terceiro dia e con- que Deus purificou não consideres comum. 10 Isto sucedeu
cedeu que fosse manifesto, 41 1não a todo o povo, mas às tes- por três vezes, e, de novo, tudo se recolheu para o céu. 11 E
temunhas que foram anteriormente escolhidas por Deus, isto eis que, na mesma hora, pararam junto da casa em que está-
é, a nós mque comemos e bebemos com ele, depois que res- vamos três homens enviados de Cesaréia para se encontra-
surgiu dentre os mortos; 42 e nos nmandou pregar ao povo e rem comigo. 12 Então, lo Espírito me disse que eu fosse com
testificar ºque ele é quem foi constituído por Deus Juiz Pde eles, sem hesitar. Foram comigo também gestes seis irmãos; e
vivos e de mortos. 43 qDele todos os profetas dão testemunho entramos na casa daquele homem. 13 h E ele nos contou
de que, por meio de seu nome, rtodo aquele que nele crê re- como vira o anjo em pé em sua casa e que lhe dissera: Envia a
cebe 5 remissão 1 de pecados. Jope e manda chamar Simão, por sobrenome Pedro, 14 o qual
te dirá palavras mediante as quais serás salvo, tu e toda a tua
O Espírito Santo desce sobre os gentios casa. 15 Quando, porém, comecei a falar, caiu o Espírito San-
44 Ainda Pedro falava estas coisas quando caiu 1o Espírito to sobre eles, 1como também sobre nós, no princípio.
Santo sobre todos os que ouviam a palavra. 45 uE os fiéis que 16 Então, me lembrei da palavra do Senhor, quando disse:
eram da circuncisão, que vieram com Pedro, admiraram-se, iJoão, na verdade, batizou com água, mas 1vós sereis batiza-
vporque também sobre os gentios foi derramado o dom do dos com o Espírito Santo. 17 Pois, mse Deus lhes concedeu o
Espírito Santo; 46 pois os ouviam falando em línguas e en- mesmo dom que a nós nos outorgou quando cremos no Se-
grandecendo a Deus. Então, perguntou Pedro: 47 Porventu- nhor Jesus, "quem era eu para que pudesse resistir a Deus?
ra, pode alguém recusar a água, para que não sejam batizados 18 E, ouvindo eles estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram
estes que, xassim como nós, receberam o Espírito Santo? a Deus, dizendo: ºLogo, também aos gentios foi por Deus
48 zE ordenou que fossem batizados ªem nome de Jesus Cris- concedido o arrependimento para vida.
to. Então, lhe pediram que permanecesse com eles por alguns
dias. Os discípulos são chamados cristãos em Antioquia
19 PEntão, os que foram dispersos por causa da tribulação
A defesa de Pedro que sobreveio a Estêvão se espalharam até à Fenícia, Chipre e

11 Chegou ao conhecimento dos apóstolos e dos irmãos


que estavam na Judéia que também os gentios havi-
am recebido a palavra de Deus. 2 Quando Pedro subiu a Jeru-
Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão so-
mente aos judeus. 20 Alguns deles, porém, que eram de Chi-
pre e de Cirene e que foram até Antioquia, falavam também
salém, ªos que eram da circuncisão o argüiram, dizendo: qaos gregos, anunciando-lhes o evangelho do Senhor Jesus.
3 bEntraste em casa de homens incircuncisos ce comeste com 21 r A mão do Senhor estava com eles, e muitos, crendo, se
eles. 4 Então, Pedro passou a fazer-lhes uma exposição dpor 5
converteram ao Senhor. 22 A notícia a respeito deles chegou
ordem, dizendo: 5 e Eu estava na cidade de Jope orando e, aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram
num êxtase, tive uma visão em que observei descer um obje- 1 Barnabé até Antioquia. 23 Tendo ele chegado e, vendo a graça

• ;;-:;Lc 4 14 ;;-ele 18f~t


4 4 238J; 3-;; 8 29 3;,,-At 1 8 iA~2~;-
40 iAt 224 41 l~~;;-1417,19,22;1~27J
mLc 2430.41-43_ _ _
42 nMt 28.19 °Jo 522,27P1Pe 4.5 43 qzc 13.1 rG13.22 sAt 13.38-39 1perdão 44 tAt 4.31 45 u At 10.23 VAt 11.18 47 xAt
2.4; 10.44; 11.17; 15.8 48z1 Co 1.14-17 a At 2.38; 8.16; 19.5
CAPITUL011 2 8 At10.45 3bAt10.28CGl2.12 4dLc1.3 seAt10.9 t2/[Jo1613]gAt1023 t3hAt10.30 tSiAt
2.1-4; 15.7-9 JóiMt 3 11, Me 1.8; Jo 1.26,33; At 1.5; 19.4 i Is 44.3 17 m [At 15 8-9] n At 10.47 18 o Is 42.1,6; 49.6; Lc 2.32; Jo
11.52;Rm10.12-13;15.9,16 19PAt81.4 20qAt6.1,9.29 21rLc1.66;At2.47SAt9.35;14.1 221At4.36;9.27
•10.44 caiu o Espírito Santo sobre todos. Eles foram ungidos pelo poder do temente se estende a toda a família. como aparece constantemente no Antigo
Espírito e estavam louvando a Deus e falando em línguas (v. 46). (p. ex .. Abraão, lsaque. Jacó e suas famílias) e no Novo Testamento 1238-39;
•10.45 da circuncisão ... admiraram-se. Era difícil para judeus rigorosos, que 16.31, Lc 19 9)
não tinham tido a visão de Pedro, entender que Deus não mostrava favoritismo •11.17 eu para que pudesse resistir a Deus. Era a vontade de Deus salvar
em sua oferta. tanto judeus quanto gentios; sem dúvida, alguns daqueles presentes foram lem-
•10.48 em nome de Jesus Cristo. O perdão dos pecados é através do nome brados da promessa de Deus a Abraão: "em ti serão benditas todas as famílias da
de Jesus (v. 43). terra" (Gn 123; GI 3.8).
•11.2 os que eram da circuncisão. Outros crentes judeus criticavam Pedro •11. 18 arrependimento para vida. Oarrependimento bíblico significa tristeza
por aceitar os gentios. pelo pecado e uma mudança do coração que se volta do pecado em direção a
•11.3 comeste com eles. Comer com não-1udeus era uma clara violação da lei Deus (20.21) Os frutos do arrependimento são as boas obras para as quais Deus
cerimonial, porque os gentios não seguiam as leis dietéticas do Antigo Testamen- nos chama (26.20; Lc 3.8; Ef 2.10).
to (Lv 11 ), nem as purificações cerimoniais (Me 7.5). •11.21 A mão do Senhor. Os homens pregavam, mas as pessoas eram salvas
•11.14 serás salvo, tu e toda a tua casa. A graça salvadora de Deus freqüen- à medida que Deus as chamava para crerem nele (1 Co 3.6).
1289 ATOS 11, 12
de Deus, alegrou-se e uexortava a todos a que, com firmeza Pedro é livre da prisão
de coração, permanecessem no Senhor. 24 Porque era ho- 9 Então, saindo, o seguia, e não sabendo que era real o que
mem bom, vcheio do Espírito Santo e de fé. xE muita gente se se fazia por meio do anjo; !parecia-lhe, antes, uma visão.
uniu ao Senhor. 25 E partiu Barnabé para zrarso à procura de 10 Depois de terem passado a primeira e a segunda sentinela,
Saulo; 26 tendo·o encontrado, levou-o para Antioquia. E, por chegaram ao portão de ferro que dava para a cidade, go qual
todo um ano, se reuniram naquela igreja e ensinaram nume- se lhes abriu automaticamente; e, saindo, enveredaram por
rosa multidão. Em Antioquia, foram os discípulos, pela prime· uma rua, e logo adiante o anjo se apartou dele. 11 Então, Pe-
ira vez, chamados cristãos. dro, caindo em si, disse: Agora, sei, verdadeiramente, que ho
Senhor enviou o seu anjo e ;me livrou da mão de Herodes e
Ágabo prediz grande fome de toda a expectativa do povo judaico. 12 Considerando ele a
27 Naqueles dias, desceram alguns ªprofetas de Jerusalém sua situação, iresolveu ir à casa de Maria, mãe de 1João, cog-
para Antioquia, 28 e, apresentando-se um deles, chamado nominado Marcos, onde muitas pessoas estavam congrega-
b Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que estava para vir das e moravam. 13 Quando ele bateu ao postigo do portão,
grande fome por todo o mundo, a qual sobreveio nos dias de veio uma criada, chamada Rode, ver quem era; 14 reconhe-
e Cláudio. 29 Os discípulos, cada um conforme as suas posses, cendo a voz de Pedro, tão alegre ficou, que nem o fez entrar,
resolveram enviar dsocorro aos irmãos que moravam na Ju- mas voltou correndo para anunciar que Pedro estava junto do
déia; 30 eo que eles, com efeito, fizeram, enviando-o aos pres- portão. 15 Eles lhe disseram: Estás louca. Ela, porém, persistia
bíteros por intermédio de Barnabé e de Saulo. em afirmar que assim era. Então, disseram: nÉ o seu anjo.
16 Entretanto, Pedro continuava batendo; então, eles abri-
Herodes persegue a Tiago e a Pedro ram, viram-no e ficaram atônitos. 17 Ele, porém, ºfazendo-
Por aquele tempo, mandou o rei Herodes prender al-
12 guns da igreja para os maltratar, 2 fazendo passar a fio
de espada a Tiago, ªirmão de João. 3 Vendo ser isto agradável
lhes sinal com a mão para que se calassem, contou-lhes como
o Senhor o tirara da prisão e acrescentou: Anunciai isto a Tia-
go e aos irmãos. E, saindo, retirou-se para outro lugar.
aos judeus, prosseguiu, prendendo também a Pedro. bE eram 18 Sendo já dia, houve não pouco 4 alvoroço entre os solda-
os dias dos pães asmos. 4 crendo-o feito prender, lançou-o no dos sobre o que teria acontecido a Pedro. 19 Herodes, tendo-o
cárcere, entregando-o a quatro 1 escoltas de quatro soldados procurado e não o achando, submetendo as sentinelas a in-
cada uma, para o guardarem, tencionando apresentá-lo ao quérito, ordenou que fossem justiçadas. E, descendo da Ju-
povo depois da Páscoa. 5 Pedro, pois, estava guardado no cár- déia para Cesaréia, Herodes passou ali algum tempo.
cere; mas havia oração 2 incessante a Deus por parte da igreja
a favor dele. A morte de Herodes
6 Quando Herodes estava para apresentá-lo, naquela 20 Ora, havia séria divergência entre Herodes e os habitan-
mesma noite, Pedro dormia entre dois soldados, acorrenta- tes de PTiro e de Sidom; porém estes, de comum acordo, se
do com duas cadeias, e sentinelas à porta 3 guardavam o apresentaram a ele e, depois de alcançar o favor de Blasto, 5 ca-
cárcere. 7 Eis, porém, que sobreveio dum anjo do Senhor, e marista do rei, pediram reconciliação, porque a qsua terra 6 se
uma luz iluminou a prisão; e, tocando ele o lado de Pedro, o abastecia do país do rei. 21 Em dia designado, Herodes, vestido
despertou, dizendo: Levanta-te depressa! Então, as cadeias de trajo real, assentado no trono, dirigiu-lhes a palavra; 22 e o
caíram-lhe das mãos. 8 Disse-lhe o anjo: Cinge-te e calça povo clamava: É voz de um deus, e não de homem! 23 No
as sandálias. E ele assim o fez. Disse-lhe mais: Põe a capa e mesmo instante, um anjo do Senhor o 'feriu, por 5 ele não ha-
segue-me. ver dado glória a Deus; e, comido de vermes, 7 expirou.
-~~~~~~~~~~~~
23 UAt 13.43; 14.22 24 VAt 6.5 XAt 5.14; 11.21 25 zAt 9.11,30 27 ªAt 2.17; 13.1; 15.32; 21.9; 1Co 1228; Ef 4.11 28 bJo 16.13;
At 21.10 e At 18.2 29 dRm 15.26; 1Co16.1; 2Co 9.1 30 e At 12.25
CAPÍTULO 12 2 a Mt 4.21, 20.23 3 b Êx 12.15; 23.15; At 20.6 4 e Jo 21.18 1 Gr tetrads, escolta de quatro 5 2 Cf. TR e M; NU
constantemente ou fervorosamente 6 3vigiavam 7 dAt 5.19 9 es11261/At10.3,17; 11.5 10 gAt 5.19; 16.26 11 h [SI 34.7] iJó
5.19 12iAt4.231At13.5,13;15.37mAt12.5 1Sn[Mt18.10] t7oAt13.16;19.33;21.40 184distúrbio 20PMt11.21 Hz
27.17 5 que tinha o encargo dos aposentos do rei ó Lit. se alimentava 23 r2sm 24.16-17 ss1 115.1 7Morreu
•11.26 chamados cristãos. A palavra "cristão" ocorre três vezes no Novo Tes- •12.10 portão de ferro que dava para a cidade. A Torre de Antônia tinha uma
tamento: aqui, em 26.28 e em 1Pe 4.16. Significa uma pessoa que pertence a entrada para os átrios do templo, ao sul, assim como outras entradas para a cidade.
Cristo ou é seguidor dele. O termo pode ter se originado na igreja, ou pode, em •12.15-16 Os discípulos oravam fervorosamente a Deus (cf. 4.23-24) para prote-
princípio, ter sido um termo depreciativo usado pelos de fora. ger e livrar Pedro, mas não conseguiram crer que o Senhor havia feito o que eles
•11.28 todo o mundo. Omundo inteiro, não somente o local. tinham pedido.
•12.3 agradável aos judeus... prendendo também a Pedro. Opropósito so- •12.15 seu. anjo. Eles pensaram que era o guardião angélico pessoal dele \Mt
berano de Deus foi cumprido na vida de seus igualmente dedicados servos: neste 18.1 O; Hb 1.14). O conceito popular era que tal guardião poderia assumir a apa-
tempo, Tiago morreu à espada, enquanto Pedro foi liberto da prisão. rência da pessoa humana protegida.
E eram os dias dos pães asmos. Com tantos judeus zelosos visitando a cidade •12.19 justiçadas. De acordo com a lei romana, se um prisioneiro escapava, o
para a festa, era um momento oportuno para fazer a prisão. guarda era passível de ser punido como o prisioneiro teria sido (cf. 16 27-28)
•12. 7 um anjo do Senhor, e uma luz iluminou. Um anjo era uma garantia da •12.23 não haver dado glória a Deus. Em seu orgulho, ele aceitou para si pró-
presença de Deus, e a luz, provavelmente lembraria Pedro da glória do Senhor no prio o louvor que pertence a Deus.
Antigo Testamento (9.3; Ex 3.2; 13.22; 40.34). comido de vermes. O historiador judeu Josefa !Antigüidades 19.334-350)
ATOS 12, 13 1290
24 Entretanto, 1a palavra do Senhor crescia e se multiplicava. Elimas, o mágico
25 usarnabé e Saulo, vcumprida a sua missão, voltaram de Je- 4 Enviados, pois, pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia
rusalém, x1evando também consigo a 2 ]oão, apelidado Marcos. e dali navegaram para gChipre. 5 Chegados a Salamina,
hanunciavam a palavra de Deus nas sinagogas judaicas; ti-
Barnabé e Saulo. A primeira viagem missionária nham também 1João como auxiliar. 6 Havendo atravessado
Havia ªna igreja de Antioquia profetas e mestres: toda a ilha até Pafos, encontraram ícerto judeu, mágico, falso
1 3 bBarnabé, Simeão, por sobrenome Níger, cLúcio de
Cirene, Manaém, colaço de Herodes, o tetrarca, e Saulo. E, 2
profeta, de nome Barjesus, 7 o qual estava com o procônsul
Sérgio Paulo, que era homem inteligente. Este, tendo chama-
servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Se- do Barnabé e Saulo, diligenciava para ouvir a palavra de
parai-me, d agora, Barnabé e Saulo para a obra ea que os tenho Deus. B Mas 1 opunha-se-lhes 1Elimas, o mágico (porque as·
chamado. 3 Então, /jejuando, e orando, e impondo sobre eles sim se interpreta o seu nome), procurando afastar da fé o pro-
as mãos, os despediram . cônsul. 9 Todavia, Saulo, também chamado Paulo, mcheio do
..,&_____ ----- --- ---- - - ---- - --------
~ 24 tAt 6 7; 19.2025 u At 11.30 VAt 1130 XAt 13.5,13 z At 12.12; 15.37
CAPÍTUL013 _ 1 ªAt14.26bAt11.22CRm16.21 2dGl1.15;29eHb5.4 J/At6.6 4gAt4.36 5 h1At1346] iAt12.25; 15.37
6iAt8.9 81Ex7.11;2Tm3_8 IOuresistia QmAt2.4;4.8
registra que Herodes Agripa 1sofreu dores no coração e no abdome e morreu de- Chipre. Uma ilha na parte leste do Mediterrâneo. habitada principalmente por
pois de cinco dias. Herodes morreu em 44 d.C. o quarto ano de Cláudio César. gregos. mas também por muitos judeus.
•12.25 Barnabé e Saulo, cumprida a sua missão. Esta era a missão de tra- •13.5 Chegados a Salamina. Eles navegaram em direção a oeste cerca de 208
zer a oferta de Antioquia para aliviar a fome de Jerusalém 111.27-30). km. de Selêucia à costa leste de Chipre. Salamina era a mais importante cidade
João ... Marcos. Possivelmente o jovem que fugiu na noite da prisão de Jesus da ilha; a capital da província era Paios, 144 km a sudoeste.
(Me 14 51-52). Marcos, o escritor do segundo Evangelho lcl. 1Pe 5.13). acompa- •13.6 certo judeu, mágico. A palavra grega magos significa "sábio" IMt 2 1).
nhou Paulo e Barnabé a Antioquia, e foi com eles na primeira viagem missionária "feiticeiro", "mágico". A feitiçaria era proibida no judaísmo, mas não era desco-
113.4) até a Perge da Panfília {1313) nhecida Barjesus (filho de Josué) era realmente um falso profeta.
•13.1 Barnabé. Ver nota em 4.36. •13. 7 Sérgio Paulo. Possivelmente Lúcio Sérgio Paulo. que tinha sido um oficial
Simeão, por sobrenome Níger. Seu sobrenome significa "negro" em latim. e no reinado de Cláudio. e então tornou-se procônsul (o oficial chefe numa província
ele pode ter vindo da África. Ele pode ser o mesmo Simão Cireneu ILc 23.26), senatorial) em Paios, Chipre (cf 18.12; 2Co 9 2). Em contraste, a Palestina era
cujos filhos Alexandre e Rufo estavam entre os cristãos em Roma (Me 15.21, uma província imperial e tinha um procurador. que prestava contas diretamente
cf. Rm 16.13). ao imperador.
Lúcio de Cirene. Cirene era a capital da província romana de Cirenaica (na Líbia •13.8 Elimas. Outro nome para Barjesus. Este homem estava na corte do pro-
atual). cônsul; ele tentava impedir Sérgio Paulo de crer na mensagem cristã.
•13.3 impondo sobre eles as mãos. Eles oficialmente colocaram suas mãos •13.9 Saulo ... chamado Paulo. "Saulo" era seu nome judeu e "Paulo". seu
sobre Barnabé e Paulo. em reconhecimento ao que o Espírito Santo tinha já feito nome romano, provavelmente remontando a sua vida em Tarso. Lucas usa a oca-
lv. 2) e do que iria fazer ao enviá-los lv 4; cf. 14.23; 1Tm 414). sião da conversão de um proeminente oficial gentio. Sérgio Paulo. para apresen-
•13.4 Selêucia. Oporto de Antioquia. 25 km a oeste de Antioquia tar o nome familiar do apóstolo dos gentios.

Paulo vai à Galácia


(Primeira viagem
missionária:
At 13-14)
Enviados pela igreja de Mar Mediterrâneo
Antioquia (At 13.1-3), Paulo e
Barnabé foram às cidades da
Galácia, na Ásia Menor. As si-
nagogas judaicas naquelas ci-
dades proporcionaram a Paulo
uma oportunidade para pregar
o evangelho. Algumas vezes, o
porém. encontrou oposição 1
até mesmo das sinagogas. o
1291 ATOS 13
Espírito Santo, fixando nele os olhos, disse: to nó filho do dia- arrependimento. 25 Mas, ao completar João a sua carreira, di-
bo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de zia: PNão sou quem supondes; mas após mim qvem aquele
toda a justiça, não cessarás de perverter os retos caminhos do de cujos pés não sou digno de desatar as sandálias.
Senhor? 11 Pois, agora, eis aí está sobre ti 0 a mão do Senhor, e 26 Irmãos, 6 descendência de Abraão e 'vós outros os que
ficarás cego, não vendo o sol por algum tempo. No mesmo temeis a Deus, 5 a nós nos foi enviada a 7 palavra desta salva-
instante, caiu sobre ele névoa e escuridade, e, andando à ção. 27 Pois os que habitavam em Jerusalém e as suas autori-
roda, procurava quem o guiasse pela mão. 12 Então, o pro- dades, 1não conhecendo Jesus nem os ensinos dos profetas
cônsul, vendo o que sucedera, creu, maravilhado com a dou- que se lêem todos os sábados, quando o condenaram, cum-
trina do Senhor. priram as profecias; 28 "e, embora não achassem nenhuma
causa de morte, pediram a Pilatos que ele fosse morto.
João Marcos volta a jerusalém 29 vDepois de cumprirem tudo o que a respeito dele estava es-
13 E, navegando de Pafos, Paulo e seus companheiros diri- crito, xtirando-o do madeiro, puseram-no em um túmulo.
giram-se a Perge da Panfi1ia. PJoão, porém, apartando-se de- 30 zMas Deus o ressuscitou dentre os mortos; 31 ªe foi visto
les, voltou para Jerusalém. 14 Mas eles, atravessando de muitos dias pelos que, com ele, subiram da Galiléia para Jeru-
Perge para a Antioquia da Pisídia, qindo num sábado à sinago- salém, os quais são agora as suas testemunhas perante o
ga, assentaram-se. 15 'Depois da leitura da lei e dos profetas, povo. 32 Nós vos anunciamos o evangelho da bpromessa feita
os chefes da sinagoga mandaram dizer-lhes: Irmãos, se tendes a nossos pais, 33 como Deus a cumpriu plenamente a nós,
5 alguma palavra de 2 exortação para o povo, dizei-a. seus filhos, ressuscitando a Jesus, como também está escrito
no Salmo segundo:
O testemunho de Paulo em Antioquia cTu és meu Filho, eu, hoje, te gerei.
16 Paulo, levantando-se e fazendo com a mão sinal de si- 34 E, que Deus o ressuscitou dentre os mortos para que ja-
lêncio, disse: Varões israelitas e 1vós outros que também te- mais voltasse 8 à corrupção, desta maneira o disse:
meis a Deus, ouvi. t 7 O Deus deste povo 3 de Israel u escolheu dE cumprirei a vosso favor as 9 santas e fiéis promessas
nossos pais e exaltou o povo vdurante sua peregrinação na feitas a Davi.
terra do Egito, donde os xtirou com 4 braço poderoso; 18 e su- 35 Por isso, também diz em outro Salmo:
portou-lhes os maus costumes zpor cerca de quarenta anos eNão permitirás que o teu Santo veja corrupção.
no deserto; 19 e, havendo destruído ªsete nações na terra de 36 Porque, na verdade, tendo Davi servido 1 à sua própria
Canaã, bdeu-lhes essa terra por herança, 20 vencidos cerca de geração, conforme o desígnio de Deus, /adormeceu, foi para
quatrocentos e cinqüenta anos. Depois disto, lhes cdeu juí- junto de seus pais e 2 viu corrupção. 37 Porém aquele a quem
zes, d até o profeta Samuel. 21 eEntão, eles pediram um rei, e Deus ressuscitou 3 não viu corrupção. 38 Tomai, pois, irmãos,
Deus lhes deparou !Saul, filho de Quis, da tribo de Benjamim, conhecimento de que se vos anuncia remissão de pecados
e isto pelo espaço de quarenta anos. 22 E, gtendo tirado a este, gpor intermédio deste; 39 e, hpor meio dele, todo o que crê é
hlevantou-lhes o rei Davi, do qual também, dando testemu- justificado de todas as coisas das quais vós não pudestes ser
nho, disse: iAchei Davi, filho de Jessé, jhomem segundo o justificados pela lei de Moisés. 40 Notai, pois, que não vos so-
meu coração, que fará toda a minha vontade. 23 1Da descen- brevenha o que está dito nos profetas:
dência deste, conforme ma promessa, trouxe Deus a Israel 5 o 41 ;Vede, ó desprezadores, maravilhai-vos e desvanecei,
n Salvador, que é Jesus, 24 ºhavendo João, primeiro, pregado a porque eu realizo, em vossos dias, obra tal que não crereis
todo o povo de Israel, antes da manifestação dele, batismo de se alguém vo-la contar.
..&~~~~~
~ 10 nMt 13 38; Jo 8.44; [1Jo 3 8] li ºÊx 9.3; 1Sm 5.6; Jó 19.21; SI 32.4; Hb 10.31 13PAt15.38 14 q At 16.13 15 'Lc 4.16 SHb
13 22 2encorajamento 16 t At 10.35 17 uot 7.6-8 VAt 7.17 XÊx 14.8 3M omite de Israel 4Grande poder 18 2 Nm 14.34 19 •Ot
7.1 bJs 14.1-2; 19.51 20 eJz 2.16 d1 Sm 3.20 21 e 1Sm 8.5/1Sm 10.20-24 22 g1Sm15.23,26,28h1Sm16.1.12-13 iSI 89.20 j1Sm
13.14 23 lls 11.1 ms1132.11 n [Mt 1.21] 5M a salvação, havendo João 24 o [Lc 3.3] 25 PMc 1.H Jo 120.27 26 'SI 66.1 fiSMt
10.6 6 /inhagem 7 mensagem 27 t Lc 23.34 28 u Mt 27.22-23 29 v Lc 18.31 x Mt 27.57-61 30 z Mt 12.39-40; 28.6 31 a At
1.3. 11 32 b [Gn 3.15] 33 e SI 2. 7 34 d Is 55.3 8ao estado de decomposição 9coisas santas (conforme LXX; Hebr. as misericórdias, ou
seja, as bênçãos) de [prometidas a) Davi que são fiéis 35 es116.10 36/At 2.29 1 em sua 2sofreu decompos1Ção 37 3não sofreu de-
composição 38 g Jr 31.34 39 h [Is 53.11] 41 iHb 1.5
•13.13 dirigiram-se a Perge da Panfília. A cidade de Perg_e era na Panfília, •13.20 cerca de quatrocentos e cinqüenta anos. Cerca de quatrocentos
uma província romana economicamente pobre na costa sul da Asia Menor (atual anos, mais os quarenta anos no deserto e o período da conquista de Josué (7.6,
Turquia). Perge ficava 8 km para o interior. Foi neste tempo que João Marcos dei- nota)
xou Paulo e Barnabé e voltou para casa. •13.33 Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei. Isto é, hoje, ao levantar-te den-
•13.14 Antioquia da Pisídia. Esta Antioquia estava cerca de 160 km ao norte tre os mortos. estou declarando que tu és meu Filho e eu sou teu Pai (Hb 1.5,
de Perge e 1.100 m acima do nível do mar. Ficava na Frígia, mas perto da Pisídia e. nota).
para distingui-la da outra Antioquia da Frígia, era popularmente chamada "Antio- •13.34 para que jamais voltasse à corrupção. Isto é, para nunca morrer de
quia da Pisídia". novo.
•13.15 leitura da lei e dos profetas. Um culto de adoração na sinagoga inclui- •13.39 A lei conduz o pecador para Cristo (GI 3.24), pois "o homem não é justifi-
ria o credo judaico (Dt 6.4). a oração de "Dezoito Bênçãos", uma leitura da lei e cado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus" (GI 2.16). Ser justifica-
outra dos profetas, uma exposição e aplicação (Lc 4.16-30) e uma bênção de en- do é ser declarado justo por Deus (Rm 3.21-22) e. portanto, receber perdão dos
cerramento. pecados (Ef 1.7). Ver 'justificação e Mérito". em GI 3.11.
ATOS 13, 14 1292
Instados a pregar no sábado seguinte grande multidão, tanto de judeus como de ªgregos. 2 Mas os
42 Ao saírem eles, 4 rogaram-lhes que, no sábado seguinte, judeus incrédulos incitaram e / irritaram 2 os ânimos dos gen-
lhes falassem estas mesmas palavras. 43 Despedida a sinagoga, tios contra os irmãos. 3 Entretanto, demoraram-se ali muito
mtútos dos judeus e dos prosélitos piedosos segtúram Paulo e tempo, falando ousadamente no Senhor, bo qual confirmava
Barnabé, e estes, falando-lhes, os ipersuadiam a perseverar 'na a palavra da sua graça, concedendo que, por mão deles, se fi-
graça de Deus. zessem sinais e cprodígios. 4 Mas d dividiu-se o povo da cida-
de: uns eram pelos judeus; outros, pelos e apóstolos. 5 E,
Paulo e Barnabé vão para os gentios como surgisse um tumulto dos gentios e judeus, associados
44 No sábado seguinte, afltúu quase toda a cidade para ou- com as suas autoridades, !para os ultrajar e apedrejar, 6 saben-
vir a palavra de Deus. 45 Mas os judeus, vendo as multidões, do-o eles, gfugiram para Listra e Derbe, cidades da Licaônia e
tomaram-se de inveja e, blasfemando, mcontradiziam o que circunvizinhança, 7 onde anunciaram o evangelho.
Paulo falava. 4ó Então, Paulo e Barnabé, falando ousadamen-
te, disseram: nCumpria que a VÓS outros, em primeiro lugar, A cura de um coxo em Listra
fosse pregada a palavra de Deus; mas, ºposto que a rejeitais e BhEm Listra, costumava estar assentado certo homem alei-
a vós mesmos vos julgais indignos da vida eterna, eis aí que jado, paralítico desde o seu nascimento, o qual jamais pudera
Pnos volvemos para os gentios. 47 Porque o Senhor assim andar. 9 Esse homem ouviu falar Paulo, que, fixando nele os
no·lo determinou: olhos e vendo que possuía fé para ser curado, 10 disse-lhe em
q Eu te constituí para luz dos gentios, a fim de que sejas alta voz: /Apruma-te direito sobre os pés! Ele saltou e andava.
para salvação até aos confins da terra. 11 Quando as multidões viram o que Paulo fizera, gritaram
48 Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam em língua licaônica, dizendo: iOs deuses, em forma de ho-
a palavra do Senhor, recreram todos os que haviam sido des- mens, baixaram até nós. 12 A Barnabé chamavam 3Júpiter, e
tinados para a vida eterna. 49 E divulgava-se a palavra do Se- a Paulo, 4 Mercúrio, porque era este o principal portador da
nhor por toda aquela região. so Mas os judeus instigaram as palavra. 13 O sacerdote de Júpiter, cujo templo estava em
mulheres piedosas de alta posição e os principais da cidade e frente da cidade, trazendo para junto das portas touros e gri-
5
levantaram perseguição contra Paulo e Barnabé, expulsan- naldas, 'queria sacrificar juntamente com as multidões. 14 Po-
do-os do seu território. 51 1 E estes, sacudindo contra aqueles rém, ouvindo isto, os apóstolos Barnabé e Paulo, mrasgando
o pó dos pés, partiram para Icônio. 52 Os discípulos, porém, as suas vestes, saltaram para o meio da multidão, clamando:
"transbordavam de alegria e vdo Espírito Santo. 15 Senhores, npor que fazeis isto? ºNós também somos ho-
mens como vós, sujeitos aos mesmos sentimentos, e vos
Paulo e Barnabé em Icônio anunciamos o evangelho para que Pdestas coisas vãs vos con-
Em lcônio, Paulo e Barnabé entraram juntos na sina- vertais"ªº Deus vivo, rque fez o céu, a terra, o mar e tudo o
14 gaga judaica e falaram de tal modo, que veio a crer que há neles; 16 5 o qual, nas gerações passadas, permitiu que

6 ~; ~~scen~a iM smago---;a dfüf~eus~s~entio~~gun-s ~s~ si~~goga;;fudeus, o;~entios 43~; 11;;;~t2.1-;-Hb 12~


- 1Pe 5.12
45 mAt 18.6; 1Pe4.4; Jd 10 46 nMt 10.6; At 3.26; Rm 1.16 ºEx 32.10; Dt 32.21; Is 55.5; Mt 21.43; Rm 10.19 PAt 18 6 47 q1s 42.6; 49.6;
Lc2.~2 48T[At2.47] 50SAt7.52;2Tm3.11 5J 1Mt10.14;Mc6.11;[Lc95] 52"Mt512;Jo16.22VAt2.4;4.8,31;13.9
CAPITULO 14 1 a Jo 7.35; At 18.4; Rm 1.14,16; 1Co 1.22 2 l amarguraram 2 Lit. as almas 3 bMc 16.20; At 4.29; 20.32; Hb 2.4 e At
5.12 4dLc12.51 eAt13.2-3 5/2Tm3.11 6gMt10.23 8hAt3.2 10i[ls356] tl/At810;28.6 \23Zeus4Hermes
J31Dn2.46 t4mMt26.65 t5nAt10.26ºTg5.17P1Co8.4q1Ts19TAp14.7 16SSl8112
•13.46 a vós outros, em primeiro lugar... a palavra de Deus. Uma vez que •14.6 Listra e Derbe. Estas duas cidades, junto com lcônio, pertenciam estrita-
Jesus, o Messias, veio através dos judeus IGn 12.3). Paulo constantemente apli- mente à província romana da Galácia, embora fizessem parte do subdistrito cha-
ca o princípio "primeiro do 1udeu e também do grego" IRm 1.16). Ele reconhece mado Licaônia. De 37 a 72 d.C , lcônio esteve lingüística e politicamente no lado
que o plano de Deus também inclui os gentios lls 49.6). um fato a que estes 1u- frígio da fronteira.
deus de Antioquia da Pisídia resistiam. •14.8 Listra. Em 6 a.C .. Augusto fortificou este povoado e fez dele uma colônia
•13.48 e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna. romana da província da Galácia. Ele também povoou a colônia com veteranos do
Deus havia escolhido este povo de antemão e agora. através da convicção e do exército romano.
arrependimento 111.18; 2Tm 2.25) trouxe-os à fé em Cristo IEf 2.8). Lucas usa a •14.1 OEle saltou e andava. Ver "Milagres", em 1Rs 17.22.
voz passiva !"haviam sido destinados") indicando que Deus é o agente. Somente •14.12-13 Circulava em Listra uma antiga lenda de que os deuses gregos Zeus e
Deus concede vida eterna IMt 25.26; Jo 10.28; 17 2) Ver "Eleição e Reprova- Hermes disfarçaram-se como homens e vieram às colinas rurais da Frígia buscan-
ção", em Rm 9.18. do hospitalidade. Somente um casal os acolheu e. em troca, sua cabana foi trans-
•13.51 sacudindo••. o pó dos pés. Um sinal judeu de desagrado e separação formada num templo com teto de ouro e colunas de mármore. As casas daqueles
IMt 1014). que rejeitaram os deuses foram destruídas. As pessoas de Listra poderiam ter
•14.1 Em lcônio. Paulo e Barnabé viajaram 128 km em direção a sudeste, de tido isto em mente quando acolheram Barnabé e Paulo e se prepararam para sa-
Antioquia da Pisídia para lcônio, uma antiga cidade frígia Os gregos fizeram dela crificar touros.
uma cidade-estado. e sob o governo de Augusto ela tornou-se uma cidade da •14.14 rasgando as suas vestes. Um sinal convencional de tristeza e sofri-
província da Galácia. mento.
•14.4 apóstolos. Pela primeira vez em Atos. o tema tem um sentido mais am- •14.15-17 O conteúdo do sermão de Paulo é semelhante ao seu posterior ser-
plo. que rnclui Barnabé junto com os apóstolos escolhidos por Jesus 11.24-26; Mt mão em Atenas 11722-31). Ambos os sermões são endereçados às multidões
10.1-4; 2Co 1.1, nota). pagãs, que não entenderiam citações e explicações das Escrituras do Antigo Tes-
•14.5 os ..• apedrejar. Apedrejamento era a maneira como os judeus executa- tamento. Paulo destacava que o poder criador e providencial de Deus se estendia
vam a pena de morte por blasfêmia religiosa 17 .58-59). a todo lugar. Ver "Revelação Geral", em SI 19 1
1293 ATOS 14, 15
todos os povos andassem nos seus próprios caminhos; gado a Jerusalém, foram bem recebidos pela igreja, pelos
17 1contudo, não se deixou ficar sem testemunho de si mes- apóstolos e pelos presbíteros e relataram tudo o que Deus fi·
mo, fazendo o bem, "dando-vos do céu chuvas e estações fru- zera com eles. 5 Insurgiram-se, entretanto, alguns da seita dos
tíferas, enchendo o vosso coração de vfartura e de alegria. fariseus que haviam crido, dizendo: É necessário circunci-
18 Dizendo isto, foi ainda com dificuldade que impediram as dá-los e determinar-lhes que observem a lei de Moisés.
multidões de lhes oferecerem sacrifícios.
A reunião dos apóstolos e presbíteros em]erusalém
Paulo é apedrejado 6 Então, se reuniram os apóstolos e os presbíteros para
19xSobrevieram, porém, judeus de Antioquia e lcônio e, examinar a questão. 7 Havendo grande debate, Pedro tomou
instigando as multidões e zapedrejando a Paulo, arrastaram-no a palavra e lhes disse: !Irmãos, vós sabeis que, desde há mui-
para fora da cidade, dando-o por ªmorto. 20 Rodeando-o, porém, to, Deus me escolheu dentre vós para que, por meu intermé-
os discípulos, levantou-se e entrou na cidade. No dia seguinte, dio, ouvissem os gentios a palavra do evangelho e cressem.
partiu, com Barnabé, para Derbe. 21 E, tendo anunciado o sora, Deus, gque conhece os corações, lhes deu testemu-
evangelho naquela cidade e bfeito muitos discípulos, voltaram nho, hconcedendo o Espírito Santo a eles, como também a
para Listra, e Icônio, e Antioquia, 22 fortalecendo a alma dos nós nos concedera. 9 ;E não estabeleceu distinção alguma en-
discípulos, e exortando-os a permanecer firmes na fé; e mos- tre nós e eles, ipurificando-lhes pela fé o coração. 10 Agora,
trando que, d através de muitas tribulações, nos importa entrar pois, por que tentais a Deus, 1pondo sobre a cerviz dos discí-
no reino de Deus. 23 E, epromovendo-lhes, em cada igreja, a pulos um jugo que nem nossos pais puderam suportar, nem
eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns, os encomen- nós? 11 Mas m cremos que fomos salvos pela graça do Senhor
daram ao Senhor em quem haviam crido. 24 Atravessando a Pi- 1Jesus, como também aqueles o foram.

sídia, dirigiram-se a Panfília. 25 E, tendo anunciado a palavra


em Perge, desceram a Atália 26 e dali navegaram para Antio- O parecer de Tiago
quia, onde tinham sido recomendados à graça de Deus para a 12 E toda a multidão silenciou, passando a ouvir a Barnabé
obra que haviam já cumprido. 27 Ali chegados, reunida a igreja, e a Paulo, que contavam quantos sinais e prodígios Deus nfi.
!relataram quantas coisas fizera Deus com eles e como gabrira zera por meio deles entre os gentios. 13 Depois que eles 2ter-
aos gentios a porta da fé. 28 E permaneceram não pouco tempo minaram, falou ºTiago, dizendo: Irmãos, atentai nas minhas
com os discípulos. palavras: 14 expôs PSimão como Deus, primeiramente, visi-
tou os gentios, a fim de constituir dentre eles um povo para o
A controvérsia sobre a circuncisão de gentios seu nome. 15 Conferem com isto as palavras dos profetas,
ªAlguns indivíduos que desceram da Judéia ensina- como está escrito:
15 vam aos irmãos: não vos circuncidardes segundo
bSe
o costume de Moisés, não podeis ser salvos. Tendo havido, 2
16 q Cumpridas estas coisas, voltarei e reedificarei o ta-
bernáculo caído de Davi; e, levantando-o de suas ruínas,
da parte de Paulo e Barnabé, contenda e não pequena discus- restaurá-lo-ei.
são com eles, resolveram que cesses dois e alguns outros den- 17 Para que os demais homens busquem o Senhor, e tam-
tre eles subissem a Jerusalém, aos apóstolos e presbíteros, bém todos os gentios sobre os quais tem sido invocado o
com respeito a esta questão. 3 dEnviados, pois, e até certo meu nome,
ponto acompanhados pela igreja, atravessaram as províncias 18 diz o Senhor, que faz estas coisas 3 conhecidas desde
da Fenícia e Samaria e, enarrando a conversão dos gentios, séculos.
causaram grande alegria a todos os irmãos. 4 Tendo eles che- 19 Pelo que, rjulgo eu, não devemos perturbar aqueles
~~~~~~~~~~~~
~ 17 IRm 1.19-20 uot 11.14 vs1145.16 19 XAt 13.45,50; 14.2-5 z2co 11.25 ª[2Co 12.1-4] 21 bMt 28.19 22 CAt 11.23 d[2Tm 2.12;
3.12] 23'Tt1.5 27/At15.4,1U2Co2.12
CAPÍTULO 15 taGI 212 bfp 3.2 2 CGI 2.1 3 dRm 15.24 e At 14 27; 15.4, 12 7 /At 10.20 8 gAt 1.24 hAt 2.4; 10.44,47 9 iRm
10.12iAt10.15,28 lOIMt23.4 11 mRm3.4;5.15 ICf.NUeM;TRJesusCristo 12nAt14.27;15.3-4 13°At12.172pararamdefa-
lar 14 PAt 15. 7 16 q Am 9.11-12 18 3 NU conhecidas desde a eternidade (a antigüidade) 19 r At 15.28; 21.25
•14.16 permitiu que todos os povos. Ver "Conhecimento Divino Acerca da •15.6 reuniram os apóstolos e os presbíteros. Os líderes da igreja tomaram
Culpa Humana", em Rm 1.19. a direção do debate, mas o v. 12 indica que toda a assembléia estava presente.
•14.20 Derbe. Uma cidade da fronteira licaônica, na parte sudeste da Galácia, •15.13 falou Tiago. Tiago era o meio-irmão de Jesus (Mt 13.55; Introdução a
120 km a sudeste de Listra. Tiago: Autor). Ele parece agora ter se tornado um proeminente líder da igreja de
Jerusalém (GI 2.9). Tiago juntou um terceiro testemunho, de que os gentios não
•15.1 Os relatórios dos contatos diretos de Paulo e Barnabé com os gentios, na deviam ser sobrecarregados com a incumbência de observar os detalhes da lei
primeira viagem missionária. podem ter alcançado a Judéia e Jerusalém através
cerimonial dos judeus; seu discurso concentrava-se nas Escrituras do Antigo Tes-
de João Marcos, antes que ele retomasse para casa (13.13). Também, outros de
tamento e sua aplicação, à conversão dos gentios.
Antioquia podem ter trazido a notícia, durante a longa estadia de Paulo e Barnabé
ali. Isto fez com que os judeus cristãos temessem que sua herança judaica esti- •15.19 julgo eu. Tiago encontra apoio nas Escrituras e nos testemunhos de Si-
vesse ameaçada; eles pensavam que os gentios convertidos precisavam ser in- mão Pedro, Barnabé e Paulo de que Deus quer que os gentios sejam livres da lei
troduzidos no judaísmo através da circuncisão. Paulo reconhecia que forçar os cerimonial e das exigências dos judaizantes. Ele propõe que tanto judeus quanto
gentios a serem circuncidados poderia fazê-los pensar que a salvação precisa ser gentios pratiquem a moderação. Os judeus cristãos devem reconhecer que os
merecida (cf. GI 2.15-16). Ele sabia que era preciso opor-se aos judaizantes, para gentios não devem ficar presos à lei cerimonial judaica. Os crentes gentios devem
que eles não impedissem a expansão do evangelho aos gentios (1Ts 2.14-16). considerar os escrúpulos dos judeus cristãos. e não ofendê-los comendo comida
í ATOS 15, 16
que, dentre os gentios, ses convertem a Deus, 20 mas rescre-
1294
paz 9aos que os enviaram. 34 1 [Mas pareceu bem a Silas perma-
ver-lhes que se abstenham udas contaminações dos ídolos, necer ali.] 35 1Paulo e Barnabé demoraram-se em Antioquia, en-
vbem como 4 das relações sexuais ilícitas, xda carne de animais sinando e pregando, com muitos outros, a palavra do Senhor.
sufocados e do sangue. 21 Porque Moisés tem, em cada cida-
de, desde tempos antigos, os que o pregam nas sinagogas, A segunda 11iagem missionária.
2
onde é lido todos os sábados. Separação entre Paulo e Barnabé
36 Alguns dias depois, disse Paulo a Barnabé: Voltemos,
A decisão enviada a Antioquia agora, para visitar os irmãos por todas as cidades nas quais
22 Então, pareceu bem aos apóstolos e aos presbíteros, com anunciamos a palavra do Senhor, para ver como passam. 37 E
toda a igreja, tendo elegido homens dentre eles, enviá-los, jun- Barnabé 2 queria levar também a mJoão, chamado Marcos.
tamente com Paulo e Barnabé, a Antioquia: foram Judas, cha- 38 Mas Paulo não achava justo levarem naquele que se afasta-
mado ªBarsabás, 5 e Silas, homens notáveis entre os irmãos, ra desde a Panfília, não os acompanhando no trabalho.
23 escrevendo, por mão deles: Os irmãos, tanto os apóstolos 39 Houve entre eles tal desavença, que vieram a separar-se.
como os presbíteros, aos irmãos de entre os gentios em Antio- Então, Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para
quia, Síria e Cilícia, saudações. 24 Visto sabermos que b alguns ºChipre. 40 Mas Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu Penco-
[que saíram] de entre nós, sem nenhuma autorização, vos têm mendado3 pelos irmãos à graça do Senhor. 41 E passou pela
perturbado com palavras, e transtornando a vossa alma, 6 25 pa- Síria e Cilícia, q confirmando as igrejas.
receu-nos bem, chegados a 7 pleno acordo, eleger alguns ho-
mens e enviá-los a vós outros com os nossos amados Barnabé e Paulo le11a consigo a Timóteo
Paulo, 26 dhomens que têm exposto a vida pelo nome de nosso Chegou também a ªDerbe e a Listra. Havia ali um
Senhor Jesus Cristo. 27 Enviamos, portanto, Judas e Silas, os
quais pessoalmente vos dirão também estas coisas. 28 Pois pa-
16 discípulo bchamado Timóteo, cfi!ho de uma judia
crente, mas de pai grego; 2 dele davam bom testemunho os ir-
receu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior en- mãos em Listra e lcônio. 3 Quis Paulo que ele fosse em sua
cargo além destas coisas essenciais: 29 eque vos abstenhais das companhia e, dpor isso, circuncidou-o por causa dos judeus
coisas sacrificadas a ídolos, fbem como do sangue, da carne de daqueles lugares; pois todos sabiam que seu pai era grego.
animais sufocados e g das 8 relações sexuais ilícitas; destas coi- 4 Ao passar pelas cidades, entregavam aos irmãos, para que as
sas fareis bem se vos guardardes. Saúde. observassem, as e decisões /tomadas pelos apóstolos e presbí-
teros de Jerusalém. 5 g Assim, as igrejas eram fortalecidas na fé
A leitura da mensagem e, dia a dia, aumentavam em número.
30Qs que foram enviados desceram logo para Antioquia e,
tendo reunido a comunidade, entregaram a epístola. 31 Quando A visão em Trôade
a leram, sobremaneira se alegraram pelo conforto recebido. 6 E, percorrendo a região hfrígio-gálata, tendo sido impedi-
32 Judas e Silas, que eram também hprofetas, iconsolaram os ir- dos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na 1Ásia, 7 defron-
mãos com muitos conselhos e os fortaleceram. 33 Tendo-se de- tando Mísia, tentavam ir para Bitinia, mas o Espírito 2 de Jesus
morado ali por algum tempo, os irmãos os deixaram /voltar em não o permitiu. BE, tendo contornado Mísia, idesceram a

·~~ Ts~1.9 ;~-t;;~; 2~01 C;8 1; rn20-,;;:(1~~~9J0;L;;-17 ~~ud~-;;;,;;:~~~ 21 z ~t ~3 ~;,;7- ~ A~-;-;NU ~-::S;b--:-~
z2 eM
bas 24 bTt 1.10-11 CGI U; 5.1 O6TR e M dizendo Deveis circuncidar-vos e guardara lei 25 1um só propósito ou pensamento 26 dAt
13.50; 14.19 29 e At 15 20; 21 25 fLv 17.14 gel 3.5 BQu de formcação 32 h Ef 4.11 iAt 14.22; 18.23 33 /Hb 11.31 9Cf. NU; TA e M
para os apóstolos 34 1 NU e M omitem o texto entre colchetes 35 IAt 13.1 37 mAt 12.12,25 2decidiu 38nAt13.13 39 o At 4.36;
13.4, 40PAt11.23;14.263entregue 41 qAt16.5
CAPITULO 16 l a At 14.6 b,Rm 16.21 e 2Tm 1.5; 3.15 3 d [GI 2.3; 5.2] 4 e At 15.19-21 f At 15.28-29 5 g At 2.47; 15.41 6 h GI
1.1-2 1 A província romana da As ia 7 2 Cf NU; TR e M omitem de Jesus 8 i 2Co 2.12
sacrificada aos ídolos, nem comendo a carne de animais estrangulados ou san- •16.1 um discípulo ... Timóteo. Na pequena comunidade judaica de Listra,
gue llv 1710-14; 19.26) Paulo encontrou este jovem, que ern parte era 1udeu e ern parte, grego. Como seu
•15.23 Os irmãos. Os judeus cristãos usavam esta expressão para deixar os pai, Timóteo havia sido criado corno um grego e, assim, não tinha sido circuncida-
gentios cristãos à vontade. do. Sua mãe era judia. Paulo não pensou que estivesse comprometendo os princí-
•15.28 ao Espírito Santo e a nós. Eles eram cheios do Espírito 12.1-41; 4.8; pios de liberdade dos judeus ao circuncidar Timóteo lv. 3)
6.5; 9.17; 13.4) e reconheciam o papel do Espírito em seu debate e decisão. •16.6 região frígio-gálata. Esta é a parte sul da província maior da Galácia.
•15.32 Judas e Silas ... profetas. Trazer encorajamento e força aos crentes era Incluía o distrito da Frígia, a Antioquia da Pisídia e as áreas ao redor.
uma função primária do profeta do Novo Testamento lum porta-voz de Deus). Espírito Santo ... Ásia. A província da Ásia, localizada no setor oeste da Ásia
•15.39 desavença ... separar-se. A falta de apoio de Barnabé aos cristãos gen- Menor, incluía a famosa cidade de Éfeso, para onde Deus queria que Paulo fosse
tios (GI 2.13) pode ter também contribuído para a discordância a respeito de Mar- numa data posterior (cap. 19). OEspírito Santo é identificado corno Espírito de Je~
cos. Embora o restante de Atos não contenha mais nenhum registro de Paulo sus lv. 7) e como Deus lv. 1O; cf. 2Co 3.17, nota). Estes versículos sugerem a dou-
trabalhando com Barnabé, Paulo menciona Barnabé de uma maneira positiva em trina cristã da Trindade lcf 2Co 13.14)
1Co9.6. Oposterior elevado conceito que Paulo tinha de Marcos é evidente em CI •16.7-8 Mísia ... Trôade. Paulo e Silas vieram de Derbe e Listra em direção noro-
4.10; Fm 24; 2Tm 4.11 este até Mísia, uma região ao sul do Helesponto. Eles não tinham cond.1ções de ir
Barnabé, levando consigo a Marcos ... Chipre. Barnabé levou seu primo para o norte até Bitínia lna direção do mar Negro) e, ern vez disso, foram a oeste
Marcos ICI 4.10) numa viagem missionária à ilha de Chipre, terra de Barnabé. Isto para Trôade, na costa do mar Egeu. Trôade era um porto marítimo bem antigo; o
também forneceria urna oportunidade para Barnabé encorajar 14.36) o jovem. local da antiga Tróia ficava 16 km para o interior.
1295 ATOS 16
Trôade. 9 À noite, sobreveio a Paulo uma visão na qual um nham concorrido. 14 Certa mulher, chamada Lídia, da cidade
ivarão macedônio estava em pé e lhe rogava, dizendo: Passa à de nTiatira, vendedora de púrpura, temente a Deus, nos es-
Macedônia e ajuda-nos. 10 Assim que teve a visão, imediata- cutava; ºo Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas
mente, procuramos partir 1para aquele destino, concluindo que Paulo dizia. 15 Depois de ser batizada, ela e toda a sua casa,
que Deus nos havia chamado para lhes anunciar o evangelho. nos rogou, dizendo: Se julgais que eu sou fiel ao Senhor, entrai
em minha casa e aí ficai. PE nos constrangeu a isso.
Paulo em Filipos. Lídia convertida
11 Tendo, pois, navegado de Trôade, seguimos em direitura A cura de uma jovem adi1/inhadora
a Samotrácia, no dia seguinte, a Neápolis 12 e dali, a mFilipos, ci- 16 Aconteceu que, indo nós para o lugar de oração, nos saiu
dade da Macedônia, 3 primeira do distrito e colônia. Nesta ci- ao encontro uma jovem qpossessa de espírito adivinhador, a
dade, permanecemos alguns dias. 13 No sábado, saímos da qual, adivinhando, dava 'grande lucro aos seus senhores.
cidade para junto do rio, onde nos pareceu haver um lugar de 17 Seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens
oração; e, assentando-nos, falamos às mulheres que para ali ti- são servos do Deus Altíssimo e vos anunciam o caminho da

• 9fAt10.30 10 12Co 2.13 12 mAt20.6; Fp 1.1; 1Ts 2.2 . 12 3apnncipal 14 n~p


111; 218,24 ºLc 2445 15PGn19.3; 33.11; Jz
19.21; Lc 24.29; [Hb 13.2] 16Hv19.31; 20.6,27; Dt 18.11, 1Sm 28.3,7; 2Rs 21.6; 1Cr 10.13; Is 8.19'At19.24
•16.9 Macedônia. A Macedônia era do outro lado do mar Egeu, em relação a terior, Tiatira ficava na Ásia Menor, do outro lado do mar Egeu em relação a Ate-
Trôade. D Monte Olimpo fica no Sul da Macedônia. nas. Tiatira era conhecida pela lã e pelo tingimento. Púrpura era um tingimento
•16.10 procuramos. A primeira de várias passagens usando o pronome plural dispendioso.
"nós" começa aqui, indicando que o autor estava com Paulo e Silas. o Senhor lhe abriu o coração. Iluminação e persuasão divinas são necessárias
para que o coração cego pelo pecado responda ao evangelho (Jr 13.23; Jo
•16.11 Samotrácia. Uma proeminente ilha no norte do mar Egeu, onde as em-
6.44,65; Rm 9.16; 1Co2.14). Este efetivo chamado de Deus garante que todos os
barcações normalmente paravam. Estava a cerca de meio caminho entre Trôade
que foram chamados por Deus irão crer (13.48; 2Ts 2.13-14; 2Tm 1.9-10).
e Neápolis, o porto que servia Filipos.
•16.15 ser batizada, ela e toda a sua casa. Através da história da redenção,
•16.12 Filipos. Filipe li da Macedônia, o pai de Alexandre Magno, tinha estabe-
tem sido freqüente a prática de Deus salvar unidades familiares inteiras ao mes-
lecido uma grande colônia grega aqui, e dado a ela o nome de Filipos. Os romanos
mo tempo (2.38-39; 11.14; 16.31; Gn 17.7-14). Os batismos de famílias em Atos
a conquistaram em 167 a.C. e a fizeram parte da província da Macedônia.
são exemplos marcantes disto (10.47-48; 16.31-33; cf. 1Co 1.16). Tais batismos
•16.13 onde nos pareceu haver um lugar de oração. De acordo com a lei ju- de casas inteiras eram aparentemente prática padrão.
daica, pelo menos dez homens eram necessários para se formar uma sinagoga. •16.16 espírito adivinhador. 1it "um espírito de pitonisa" O termo original-
Não havendo um lugar de oração, poderia ser estabelecido ao ar livre, preferivel- mente se refere a uma serpente mística que, segundo se acreditava, guardava o
mente perto de água. templo e o oráculo do deus grego Apolo, em Delfos. Posteriormente, a frase signi-
mulheres que para ali tinham concorrido. Elas se reuniam para ler e estudar ficou uma pessoa possuída por demônio ou mesmo um ventriloquista. O povo de
as Escrituras, e acolhiam bem a assistência de algum professor judeu que che- Filipos deve ter pensado que ela tivesse um demônio que prediz a sorte.
gasse a visitá-las. •16.17 Deus Altíssimo. Um judeu entenderia que este seria Javé; um gentio
•16.14 da cidade de Tiatira. A sudeste de Pérgamo e cerca de 64 km para o in- aplicaria este nome a Zeus.

Mar Negro

Paulo vai à Grécia


(Segunda viagem
missionária:
At 15.39-18.22)
Partindo de Jerusalém,
Paulo levou Silas consigo para
visitar novamente as igrejas da
Galácia. O jovem Timóteo jun-
Mar Mediterrâneo
tou-se a eles em Listra. Jun-
tos, foram para a Macedônia e
Acaia, atual Grécia. Nesta via-
gem, o carcereiro de Filipos foi
salvo, os cristãos de Beréia
- N-
t examinavam "as Escrituras to-
0 1 dos os dias" (At 17.11) e Paulo
L__ ____::o____3o_o_k_m_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _~~-~~-~---~ pregou no Areópago.
ATOS 16, 17 1296
salvação. 18 Isto se repetia por muitos dias. Então, Paulo, já 5 lavou-lhes os vergões dos açoites. A seguir, foi ele batizado, e
4 indignado, voltando-se, disse ao espírito: Em nome de Jesus todos os seus. 34 Então, levando-os para a sua própria casa,
Cristo, eu te mando: retira-te dela. 1Eele, na mesma hora, saiu. elhes pôs a mesa; e, com todos os seus, manifestava grande ale-
gria, por terem crido em Deus.
Paulo e Silas açoitados e presos
19 ªVendo os seus senhores que se lhes desfizera a espe- Paulo e Silas li11res da prisão
rança do lucro, agarrando em Paulo e Silas, os varrastaram 35 Quando amanheceu, os pretores enviaram 6oficiais de
para a praça, à presença das autoridades; 20 e, levando-os justiça, com a seguinte ordem: Põe aqueles homens em liber-
aos 5 pretores, disseram: Estes homens, sendo judeus, xper- dade. 36 Então, o carcereiro comunicou a Paulo estas pala-
turbam a nossa cidade, 21 propagando costumes que não po- vras: Os pretores ordenaram que fôsseis postos em liberdade.
demos receber, nem praticar, porque somos romanos. Agora, pois, saí e ide em paz. 37 Paulo, porém, lhes replicou:
22 Levantou-se a multidão, unida contra eles, e os pretores, Sem ter havido processo formal contra nós, nos açoitaram pu-
rasgando-lhes as vestes, 2 mandaram açoitá-los com varas. blicamente e nos recolheram ao cárcere, sendo nós cidadãos
23 E, depois de lhes darem muitos açoites, os lançaram no !romanos; querem agora, às ocultas, lançar-nos fora? Não
cárcere, ordenando ao carcereiro que os guardasse com toda será assim; pelo contrário, venham eles e, pessoalmente, nos
a segurança. 24 Este, recebendo tal ordem, levou-os para o ponham em liberdade. 38 Os oficiais de justiça comunicaram
cárcere interior e lhes prendeu os pés no tronco. 25 Por volta isso aos pretores; e estes ficaram possuídos de temor, quando
da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a souberam que se tratava de cidadãos romanos. 39 Então, fo-
Deus, e os demais companheiros de prisão escutavam. 26 ªDe ram ter com eles e lhes pediram desculpas; e, relaxando-lhes
repente, sobreveio tamanho terremoto, que sacudiu os alicer- a prisão, grogaram que se retirassem da cidade. 40 Tendo-se
ces da prisão; abriram-se btodas as portas, e soltaram-se as ca- retirado do cárcere, hdirigiram-se para a casa de Lídia e, ven-
deias de todos. do os irmãos, os confortaram. Então, partiram.

A con11ersão do carcereiro Paulo e Silas em Tessalônica


27 O carcereiro despertou do sono e, vendo abertas as por-
tas do cárcere, puxando da espada, ia suicidar-se, supondo que
os presos tivessem fugido. 28 Mas Paulo bradou em alta voz: 2
7 Tendo
1Paulo, passado por Anffpolis e Apolônia, chegaram a
ªTessalônica, onde havia uma sinagoga de judeus.
segundo o seu costume, bfoi procurá-los e, por três
Não te faças nenhum mal, que todos aqui estamos! 29 Então, o sábados, e arrazoou com eles acerca das Escrituras, 3 expondo
carcereiro, tendo pedido uma luz, entrou precipitadamente e, e demonstrando d ter sido necessário que o Cristo padecesse e
trêmulo, prostrou-se diante de Paulo e Silas. 30 Depois, trazen- ressurgisse dentre os mortos; e este, dizia ele, é o Cristo, Je-
do-os para fora, disse: csenhores, que devo fazer para que seja sus, que eu vos anuncio. 4 e Alguns deles foram persuadidos e
salvo? 31 Responderam-lhe: d Crê no Senhor Jesus e serás salvo, unidos a Paulo e fSiJas, bem como numerosa multidão de gre-
tu e tua casa. 32 E lhe pregaram a palavra de Deus e a todos os gos piedosos e muitas distintas mulheres. 5 Os judeus, / po-
de sua casa. 33 Naquela mesma hora da noite, cuidando deles, rém, 2 movidos de ginveja, trazendo consigo alguns homens

·~~==~
ª
18 sMc 1.25,34 tMc 16.17 4incomodado 19UAt16.16; 19.25-26VMt10.18 2ox1Rs 18.17; At 17.8 5magistrados 22 z2co 6.5;
11.23,25; 1Ts 2.2 26 At 4.31 b At 5.19; 127,10 30 e Lc 3.10; At 237; 9.6; 22.10 31 d[Jo 3.16,36; 6.47; At 13.38-39; Rm 10.9-11;
1Jo~.10) 34eMt5.4;Lc5.29;19.6 356fictores,lit.,carregadoresdevaras 37/At22.25-29 39gMt8.34 40hAt16.14
CAPITULO 17 1 a At 17.11, 13; 20.4; 27.2; Fp 4.16; 1Ts 1.1; 2Ts 1.1; 2tm 4.10 2 b Lc 4.16; At 9.20; 13.5, 14; 14.1; 16.13; 19.8e1Ts
2.1-16 3 dLc 24.26,46; At 18.5.28; GI 3.1 4 eAt 28.24/At 15.22,27,32.40 5 gAt 13.45 1 Cf. NU; TR e M acrescentam desobedientes,
os que se opuseram ao evangelho; NU omite 2 M omite movidos de inveja
•16.18 nome de Jesus Cristo... retira-te. Seguindo o entendimento comum •16.33 batizado. Ver"O Batismo", em Rm 6.3.
da expressão "O Deus Altíssimo", todos perceberiam que Paulo pretendia expres-
•16.37 romanos. Cidadãos romanos eram isentos de açoitamento e tortura. Se
sar o pensamento de que Jesus, como divindade, expulsava os demônios.
cidadãos romanos fossem julgados numa corte romana, eles tinham o direito de
•16.19 agarrando em Paulo e Silas. Porque Paulo e Silas eram ambos judeus apelar sua causa a César 125.11; 26.32).
e líderes do grupo missionário, eles foram presos. Seus companheiros eram gen-
tios (Lucas, um gentio da Antioquia da Síria, e Timóteo, um meio gentio de Listra) •16.40 casa de Lídia. Os cristãos primitivos freqüentemente se reuniam em ca-
e não foram acusados. sas particulares (Fm 2).
•16.21 propagando costumes ... não podemos ... praticar... romanos. A •16.40 vendo os irmãos. "Irmãos" incluiria todos os crentes - Lídia, sua casa,
acusação era que Paulo e Silas estavam propagando uma religião ilegal e pertur- o carcereiro, Lucas e outros.
bando a paz. A acusação era inflamada por preconceitos culturais e religiosos.
•17 .1 Anfípolis e Apolônia ... Tessalônica. Anffpolis ficava 48 km a sudoeste
•16.22 açoitá-los. Paulo e Silas eram cidadãos romanos (v. 37) e deveriam ter de Filipos, e Apolônia, 40 km mais além. na estrada para Tessalônica. Paulo e seus
ficado livres de tal tratamento. Mas, no clima de agitação, isto foi ignorado. companheiros ansiavam por chegar a Tessalônica, 40 km além de Apolônia. Tes-
•16.24 no tronco. Eles foram tratados como criminosos. salônica tinha uma população de 200.000 habitantes e era a capital provincial da
•16.27 abertas as portas do cárcere. Ver 5 19; 12.10. Macedônia.
ia suicidar-se. Ocarcereiro era passível de punição se os prisioneiros fugissem •17 .2 três sábados. As epístolas paulinas sugerem que Paulo ficou em Tessa-
112.19). lônica muito mais do que três semanas. De acordo com Fp 4.16, a igreia de Fili-
•16.31 tu e tua casa. Para outros exemplos de salvação de casas inteiras. ver v. pos repetidamente lhe mandava ajuda, e a epístola aos Tessalonicenses indica
15, nota; 2.38-39; 10.24.48; 1Co 1.16. Quando uma pessoa aceitava uma reli- que Paulo tinha podido dar extensa instrução doutrinária aos cristãos tessaloni-
gião, toda a família estava envolvida (v. 34). Ver ''A Família Cristã", em Ef 5.22. censes.
1297 ATOS 17
maus dentre a malandragem, ajuntando a turba, alvoroçaram se revoltava 3 emface da idolatria dominante na cidade.
a cidade e, assaltando a casa de hJasom, procuravam trazê-los 17 Por isso, dissertava na sinagoga entre os judeus e os gentios
para o meio do povo. 6 Porém, não os encontrando, arrasta- piedosos; também na praça, todos os dias, entre os que se en-
ram Jasom e alguns irmãos perante as autoridades, clamando: contravam ali. 18 4 E alguns dos filósofos epicureus e estóicos
iEstes que têm transtornado o mundo chegaram também contendiam com ele, havendo quem perguntasse: Que quer
aqui, 7 os quais Jasom hospedou. Todos estes procedem con- dizer esse 5 tagarela? E outros: Parece pregador de estranhos
tra os decretos de César, i afirmando ser Jesus outro rei. 8 Tanto deuses; pois pregava a qJesus e a ressurreição. 19 Então, to-
a multidão como as autoridades ficaram agitadas ao ouvirem mando-o consigo, o levaram ao 6 Areópago, dizendo: Podere-
estas palavras; 9 contudo, soltaram Jasom e os mais, após te- mos saber que nova doutrina é essa que ensinas? 20 Posto que
rem recebido deles a fiança estipulada. nos trazes aos ouvidos coisas estranhas, queremos saber o
que vem a ser isso. 21 Pois todos os de Atenas e os estrangei-
Paulo e Silas em Beréia ros residentes de outra coisa não cuidavam senão dizer ou ou-
10 E logo, durante a noite, 1os irmãos enviaram Paulo e Si- vir as últimas novidades. 22 Então, Paulo, levantando-se no
las para Beréia; ali chegados, dirigiram-se à sinagoga dos jude- meio do 7 Areópago, disse: Senhores atenienses! Em tudo vos
us. 11 Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de vejo acentuadamente religiosos; 23 porque, passando e obser-
Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, vando os objetos de vosso culto, encontrei também um altar
m examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas no qual está inscrito: Ao DEUS DESCONHECIDO. Pois esse que
eram, de fato, assim. 12 Com isso, muitos deles creram, mu- adorais sem conhecer é precisamente aquele que eu vos
lheres gregas de alta posição e não poucos homens. 13 Mas, anuncio. 24 ro Deus que fez o mundo e tudo o que nele exis-
logo que os judeus de Tessalônica souberam que a palavra de te, sendo ele 5 Senhor do céu e da terra, 1não habita em san-
Deus era anunciada por Paulo também em Beréia, foram lá tuários feitos por mãos humanas. 25 Nem é servido por mãos
excitar e perturbar o povo. 14 nEntão, os irmãos promove- humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mes-
ram, sem detença, a partida de Paulo para os lados do mar. mo é quem a todos "dá vida, respiração e tudo mals; 26 de um
Porém Silas e Timóteo continuaram ali. 15 Os responsáveis só fez 8toda a raça humana para habitar sobre toda a face da
por Paulo levaram-no até Atenas e regressaram ºtrazendo or· terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e
dem a Si!as e Timóteo para que, o mais depressa possível, fos- os vlimites da sua habitação; 27 xpara buscarem a Deus se,
sem ter com ele. porventura, tateando, o possam achar, zbem que não está
longe de cada um de nós; 28 pois ªnele vivemos, e nos move-
0 discurso de Paulo em Atenas mos, e existimos, bcomo alguns dos vossos poetas têm dito:
16 Enquanto Paulo os esperava em Atenas, Po seu espírito Porque dele também somos geração. 29 Sendo, pois, geração

• hAt17.6-7,9;Rm16.21 6i[At1620) 7hc23.2;Jo19.12;1Pe2.13 lOIAt925;17.14 11m1s34.16;Lc16.29;Jo5.39 14nMt


10.23 15 o At 18.5 16 P 2Pe 2.8 3 Lit. ao ver que a cidade estava repleta de ídolos 18 q 1Co 15.12 4 Cf. NU e M acrescentam uma
conjunção; TR omite 5 Lit. colhedor de grãos, um preguiçoso que junta migalhas para viver 19 6 Lit. Monte de Ares, de Marte 22 7 Lit.
Monte de Ares, de Marte 24 r At 14.15 s Mt 11.25 t At 7.48-50 25 u Is 42.5 26 v Dt 32.8 8 Cf. NU; TR e M acrescentam de um só
sangue; NU omite 27 X[Rm 1.20) z Jr 23.23-24 28 a [Hb 13) bTt 1.12
•17.7 contra os decretos de César. Uma acusação política tinha sido trazida auto-suficientes. Ambas as escolas destacavam a busca pela paz da mente. Ze-
contra Paulo, que tinha falado sobre o reino espiritual de Deus 114.22; 19.8; não tinha um conceito panteísta de Deus como a "alma do mundo".
20.25; 28.23,31 ). Seus oponentes pareciam ter distorcido a mensagem, para que tagarela, Um termo depreciatório significando um calador de fragmentos ou um
significasse oposição política a Roma. Neste tempo, Cláudio César 149-50 d.C.) camelô de idéias variadas.
expulsou os judeus de Roma, por causa dos distúrbios alegadamente instigados
por "Cresto", uma provável referência a Cristo. •17 .19 Areópago. O nome significa "Colina de Marte". É uma colina perto da
Acrópole onde, em tempos antigos, um conselho tinha se reunido. O conselho
•17 .10 Beréia. A atual Verria, 80 km a sudoeste de Tessalônica, no sopé dos tornou-se o conselho da cidade de Atenas e, nos tempos romanos, era a corte
Montes Olímpios. que supervisionava a moral, educação e religião. Nos tempos de Paulo, a corte se
•17, 11 examinando as Escrituras todos os dias. Os bereanos comparavam reunia no Pórtico Real, na região do mercado, abaixo da Acrópole
o ensinamento de Paulo com a Palavra escrita de Deus, estabelecendo um bom •17.23 Ao DEUS DESCONHECIDO. Possivelmente uma referência ao Altar dos
exemplo para a igreja através da história. Doze Deuses em Atenas, erigido para assegurar que nenhum deus tivesse ficado
•17 .16 Atenas. A principal cidade da Grécia, servida pelo porto de Pireu, no mar fora de sua adoração. Paulo usou este ponto de contato para começar seu discur-
Egeu. Atenas atingiu seu ápice no século Va C. sob Péricles 1495-429 a.C.), quan- so sobre o Deus que fez o mundo, que não é esculpido em pedra ou confinado a
do o Partenon e outras magníficas estruturas foram construídas. Os poetas clássi- algum templo, e que controla os tempos e os lugares onde as pessoas vivem.
cos Ésquilo, Sófocles, Eurípedes e Aristófanes floresceram neste tempo. Embora •17.26 de um só. Ver "A Queda", em Gn 3.6.
conquistada pelos romanos em 146 a.C., Atenas continuou a ser um grande cen- •17 .28 nele vivemos, e nos movemos, e existimos. Paulo diz que Deus trou-
tro intelectual e cultural. xe todas as pessoas à existência e que elas só existem por sua providêílcia. ~o
idolatria dominante. Havia estátuas de deuses e deusas no Partenon e em ou- mundo antigo, os três grandes mistérios da filosofia e da ciência eram as ques-
tros templos da Acrópole, assim como nos edifícios públicos, comerciais e tem- tões de vida, movimento e existência. Ver "Revelação Geral", em SI 19.1.
plos da cidade. alguns dos vossos poetas. Paulo sabia que os atenienses não conheciam o
•17, 18 epicureus e estóicos, Epicuro 1342-270 a.C.) ensinava que o propósito Antigo Testamento, e ele fez citações de três de seus próprios poetas. Embora
da vida era o prazer e a liberdade da dor, paixões e medos. Por outro lado, o ci- suas palavras originalmente se referissem a Zeus, o chefe dos deuses gregos,
priota Zenão 1340-265 a.C), fundador do estoicismo, enfatizava o viver em har- Paulo aplicou as citações ao Deus vivo do céu. Os poetas são Epimênides lc 600
monia com a natureza, e também o depender da razão e de outros poderes a C ), Cleanto 1331-233 a.C.) e Arato lc. 315-240 a.C.).
ATOS 17, 18 1298
de Deus, enão devemos pensar que a divindade é semelhante Paulo anuncia afesus
ao ouro, à prata ou à pedra, trabalhados pela arte e imagina- s d Quando Silas e Trrnóteo desceram da Macedônia, Paulo
ção do homem. 30 Ora, não levou Deus em conta dos tempos 1 se eentregou totalmente à palavra, testemunhando aos judeus
da ignorância; e agora, porém, notifica aos homens que todos, que o Cristo é Jesus. ó/Opondo-se eles e blasfemando, gsacudiu
em toda parte, se arrependam; 31 porquanto estabeleceu um Paulo as vestes e disse-lhes: nsobre a vossa cabeça, o vosso san-
dia em que há de /julgar o mundo com justiça, por meio de gue! iEu dele estou limpo e, idesde agora, vou para os gentios.
um varão que destinou e acreditou diante de todos, gressusci- 7Saindo dali, entrou na casa de um homem chamado 2 Tício
tando-o dentre os mortos. Justo, que era temente a Deus; a casa era contígua à sinagqga.
8 1Mas Crispo, o principal da sinagoga, creu no Senhor, com toda
Uns zombam, outros crêem a sua casa; também muitos dos coríntios, ouvindo, criam e eram
32 Quando ouviram falar de ressurreição de mortos, uns batizados. 9Teve Paulo durante a noite uma visão em que mo
escarneceram, e outros disseram: A respeito disso te ouvire- Senhor lhe disse: Não temas; pelo contrário, fala e não te cales;
mos noutra ocasião. 33 A essa altura, Paulo se retirou do meio 10 nporquanto eu estou contigo, e ninguém ousará fazer-te mal,
deles. 34 Houve, porém, alguns homens que se agregaram a pois tenho muito povo nesta cidade. 11 E ali permaneceu um
ele e creram; entre eles estava Dionísio, o areopagita, uma ano e seis meses, ensinando entre eles a palavra de Deus.
mulher chamada Dâmaris e, com eles, outros mais.
Paulo perante Gálio
Paulo em Corinto 12 Quando, porém, Gálio era procônsul da Acaia, levan-
Depois disto, deixando Paulo Atenas, partiu p~ra Co- taram-se os judeus, concordemente, contra Paulo e o leva-
18 rinto. 2 Lá, encontrou certo judeu chamado ª Aqüila,
natural do Ponto, recentemente chegado da Itália, com Pris-
ram ao 3 tribunal, 13 dizendo: Este persuade os homens a
adorar a Deus por modo contrário à lei. 14 Ia Paulo falar,
cila, sua mulher, em vista de ter Cláudio decretado que todos quando Gálio declarou aos judeus: Se fosse, com efeito, al-
os judeus se retirassem de Roma. Paulo aproximou-se deles. guma injustiça ou crime da maior gravidade, ó judeus, dera-
3 E, posto que eram do mesmo ofício, passou a morar com zão seria atender-vos; 15 mas, se é ªquestão de palavra, de
eles b e ali trabalhava, pois a profissão deles era fazer tendas. nomes e da vossa lei, tratai disso vós mesmos; eu não quero
4 cE todos os sábados discorria na sinagoga, persuadindo tan- ser juiz dessas coisas! 16 E os expulsou do tribunal. 17 Então,
to judeus como gregos. 4 todos agarraram PSóstenes, o principal da sinagoga, e o es-

-~~~~~~~~~~~
29 eis 40.18-19 30 d [Rm 3.25) e [Tt 2.11-12) 31/At10.4U At 2.24
CAPÍTULO 18 2 ª 1Co 16.19 3 b At 20.34 4 eAt 17 .2 5 d At 17 .14-15 e At 18.28 1 Ou compelido pela palavra; TR e M no espírito
ou pelo Espírito 6 f At 1345 gNe 5.13 h 2Sm 1.16 i [Ez 3 18-19) i At 13.46-48; 28.28 7 2 Cf. NU; TR e M apenas Justo 8 11 Co 1.14
9 m At 23.11 1OnJr1.18-19 12 3Gr. bema, a plataforma sobre a qual ficava o juiz 15 o At 23.29; 25.19 17P1Co 1.1 4 Cf. NU;
TR e M todos os gregos
•17.29 não ... semelhante ao ouro, à prata. Ver "A Auto-Existência de Deus", cial ou ter sido mais proeminente no negócio de fabricação de tendas que o casal
em SI 90.2. possuía.
•17 .30 não levou Deus em conta os tempos da ignorância. Isto é. Deus le- •18.6 Sobre a vossa cabeça, o vosso sangue. Eles eram responsáveis por
vou em consideração as limitações do conhecimento deles a seu respeito, mas seus próprios pecados.
agora Paulo revelou-lhes a verdade a respeito do Deus vivo. Com todos os povos,
•18.7 casa de ... Justo. A primeira casa da igreja coríntia. Tito Justo era um
eles são chamados a se arrependerem de seus pecados.
gentio que aderiu à fé cristã na sinagoga, e era cidadão romano. Ele pode ter per-
•17.31 um dia em que há de julgar... por meio de um varão que destinou. tencido a uma das famílias que Júlio César enviou para colonizar Corinto. Ele pode
Odia do juízo final (Ap 20.12-15). A rejeição pelos atenienses do homem a quem ter sido o Gaio de Rm 16.23, que foi batizado por Paulo (1 eo 1 14). Gaio pode ter
Deus designou resultará em Jesus rejeitá-los definitivamente com toda a justiça, sido um terceiro nome, usado antes de Tício Justo.
no dia do juízo. Paulo enfatiza que o chamado de Deus ao arrependimento e à fé
não é um convite, mas uma ordem. •18.8 Crispo, o principal da sinagoga. Como principal da sinagoga, Crispo es-
tava encarregado das disposições físicas para os cultos da sinagoga. Foi este
ressuscitando-o Ver ''A Ressurreição de Jesus", em Lc 24.2. Crispo (e presumivelmente sua casa) que Paulo batizou (1 Co 1.14).
•18.1 Corinto. Desde 27 a.C., esta cidade tinha sido a capital da província roma- toda a sua casa. Ver 16.15 e nota; 16.31-33.
na da Acaia. Ficava 80 km a sudoeste de Atenas, perto do istmo que junta a Ática
ao Peloponeso. Corinto foi grande e próspera nos séculos VIII ao VI a.C., mas de- •18.1 Otenho muito povo nesta cidade. Jesus promete que os trabalhos
clinou e foi capturada em 338 a.C. por Felipe li da Macedônia. Em 196 a.C., foi to- de Paulo em Corinto serão frutíferos porque o próprio povo de Deus (aqueles a
mada pelos romanos. Eles a saquearam, em 146 a.e., em punição a uma revolta, quem Deus designou para a vida eterna, 13.48) habita naquela cidade. Mes-
mas foi restaurada por Júlio César como colônia em 44 a.e. Nos tempos do Novo mo que os coríntios eleitos ainda não tivessem crido no evangelho, e alguns
Testamento. Corinto tinha mais de 200.000 habitantes. incluindo gregos, ainda nem mesmo tivessem ouvido, eles não obstante eram conhecidos por
ex-escravos da Itália, veteranos do exército romano, empresários, oficiais do go- Deus.
verno, gente do Oriente Próximo, um grande número de judeus e muitos escra- •18.12 Quando ... Gálio era procônsul da Acaia. A identificação por Lucas do
vos. Corinto era completamente pagã e imoral. A cidade era cheia de templos chefe administrativo desta província senatorial como um procônsul é correta.
pagãos e, na parte sul, havia uma alta acrópole com um templo de Afrodite. A Uma inscrição encontrada em Delfos, Grécia, identifica Gálio como procônsul em
partir do século V a.C., a expressão "corintianizar" significava ser sexualmente 52 d.C.
imoral.
•18.13 contrário à lei. Isto é, contrário à lei romana que proíbe a prática de reli-
•18.2 Áqüila, natural do Ponto ... Priscila. Ponto ficava na costa norte da giões não legalmente reconhecidas por Roma. O judaísmo era legalmente reco-
Ásia Menor'(atual Turquia). Priscila é freqüentemente mencionada antes de seu nhecido e o cristianismo, como um ramo do judaísmo, também era uma religião
marido (vs. 18-19,26; Rm 16.3; 2Tm 4.19). Ela pode ter tido superior status so- lícita (religio licita).
1299 ATOS 18, 19
pancavam diante do tribunal; Gálio, todavia, não se incomo- de Alexandria, chamado Apolo, homem eloqüente e poderoso
àava com estas coisas. nas Escrituras. 25 Era ele instruído no caminho do Senhor; e,
sendo zfervoroso de espírito, falava e ensinava com precisão a
O final da segunda viagem missionária de Paulo respeito de Jesus, ªconhecendo apenas o batismo de João.
18 Mas Paulo, havendo pennanecido ali ainda muitos dias, 26 Ele, pois, começou a falar ousadamente na sinagoga. Ouvin-
por fim, despedindo-se dos irmãos, navegou para a Síria, levando do-o, porém, Priscila e Áqüila, tomaram-no consigo e, com
em sua companhia Priscila e Áqüila, depois de qter raspado a ca- mais exatidão, lhe expuseram o caminho de Deus. Z7 Queren-
beça em rcencréia, porque tomara voto. 19 Chegados a Éfeso, do ele percorrer a Acaia, animaram-no os irmãos e escreveram
deixou-os ali; ele, porém, entrando na sinagoga, pregava aos ju- aos discípulos para o receberem. Tendo chegado, auxiliou
deus. 20 Rogando-lhe eles que permanecesse ali mais algum bmuito aqueles que, mediante a graça, haviam crido; 28 por-
tempo, não acedeu. 21 Mas, despedindo-se, disse: 5 5 Se Deus que, com grande poder, convencia publicamente os judeus,
quiser, voltarei para vós outros. E, embarcando, partiu de Éfeso. cprovando, por meio das Escrituras, que o Cristo é Jesus.
22 Chegando a 1Cesaréia, desembarcou, subindo a Jerusalém; e,
tendo saudado a igreja, desceu para Antioquia. 23 Havendo pas- Paulo em Éfeso
sado ali algum tempo, saiu, atravessando sucessivamente a re- Aconteceu que, estando ªApolo em Corinto, Paulo,
gião da "Galácia e Frígia, vconfinnando todos os discípulos. 19 tendo passado bpelas regiões mais altas, chegou a
Éfeso e, achando ali alguns discípulos, 2 perguntou-lhes: Re-
A terceira viagem missionária de Paulo. cebestes, porventura, o Espírito Santo quando crestes? Ao
Apolo em Éfeso que lhe responderam: cpeJo contrário, nem mesmo ouvimos
24 xNesse meio tempo, chegou a Éfeso um judeu, natural que existe o Espírito Santo. 3 Então, Paulo perguntou: Em

·~-;;~~;,-;m 16~ 21 5 1Co 4.19 NU; TRS~f


Jerusalém;NUomite 221At8.40 23UGl1.2VAt14.22;15.32,41
e~ a~resc;~t~-Cump~~-:~
24XTt3.13
de-tod;s ~s
modos
25ZRm12.11"At19.3
obs~rvar esta próxima festa em
27b1Co3.6 28CAt
9.22; 17.3; 18.5
CAPÍTUL019 1ª1Co1.12; 3.5-6bAt18.23 2 C1Sm3.7
•18.18 tomara voto. Embora esta frase pudesse ser aplicada a Áqüila, é prova- •19.1 regiões mais altas. Quando tinha encerrado seu ministério na Galácia frí-
velmente Paulo que está em questão. O voto de nazireu requeria rigorosa pureza gia (18 23). Paulo continuou em direção oeste por terra, através da região de Co-
cerimonial que teria sido impraticável em terras gentias (Nm 6.1-21). portanto lossos, Laodicéia e Hierápolis (CI 4 13). no vale de Lico, e finalmente chegou a
este era mais propriamente um voto privado tomado por Paulo como um exercí- Éfeso. Aqui ele ministrou por cerca de três anos (vs. 8, 10), de 53 d.C. a 56 d.C.
cio religioso. Deixava-se o cabelo crescer durante o período do voto, e cortá-lo
marcava a conclusão do voto e era talvez uma expressão de gratidão a Deus. Éfeso. Capital da província romana da Ásia, Éfeso tinha sido fundada cerca do sé-
•18.23 ali algum tempo. Presume-se que Paulo esteve em Antioquia por vários culo XII a.C. por jónios de Atenas. Tornou-se uma grande potência comercial, mas
meses, mais ou menos do outono de 52 d.C. à primavera de 53 d.C. sua prosperidade econômica declinou, principalmente porque a erosão invadiu o
Galácia e Frígia. Paulo começou sua terceira viagem missionária na parte frígia rio, causando aluvião e entupimento do porto. A cidade devia sua riqueza e prestí-
da Galácia, no sul da Ásia Menor, a área mais próxima ao seu trabalho anterior. gio ao templo de Ártemis, construído em honra da deusa da fertilidade. A Éfeso

Mar Negro

Ásia e Grécia
são revisitadas
(Terceira viagem
missionária:
At 18.23-21.16)
Paulo visitou a Galácia
•o
pela terceira vez e. então, per-
maneceu em Éfeso por mais
de dois anos. Ao deixar Éfeso.
Mar Mediterrâneo
Paulo viajou novamente para a
Macedônia e Acaia (Grécia).
permanecendo ali três meses.
Retornou à Ásia. indo pela
Macedônia.
t Nesta terceira viagem.
0
- N- Paulo escreveu 1Coríntios na
1 ' 1 1 Macedônia, e a carta aos Ro-
L __ _ o___________________________~---~ manos em Corinto.
ATOS 19 1300
que, pois, fostes batizados? Responderam: dNo batismo de tra 3 eles, que, desnudos e feridos, fugiram daquela casa.
João. 4 Disse-lhes Paulo: eJoão realizou batismo de arrependi- 17 Chegou este fato ao conhecimento de todos, assim judeus
mento, dizendo ao povo que cresse naquele que vinha depois como gregos habitantes de Éfeso; veio 1 temor sobre todos
dele, a saber, em Jesus. 5 Eles, tendo ouvido isto, foram bati- eles, e o nome do Senhor Jesus era engrandecido. 18 Muitos
zados/em o nome do Senhor Jesus. 6 E, gimpondo-lhes Paulo dos que creram vieram "confessando e denunciando publica-
as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto hfaJavam em mente as suas próprias obras. 19 Também muitos dos que
línguas como profetizavam. 7 Eram, ao todo, uns doze ho- haviam praticado artes mágicas, reunindo os seus livros, os
mens. queimaram diante de todos. Calculados os seus preços,
achou-se que montavam a cinqüenta mil denários. 20 v Assim,
Paulo na escola de Tirano a palavra do Senhor crescia e prevalecia poderosamente.
8 iDurante três meses, Paulo freqüentou a sinagoga, onde
falava ousadamente, dissertando e persuadindo i com respeito Paulo enl'ia à Macedônia Timóteo e Erasto
ao reino de Deus. 9 1Visto que alguns deles se mostravam em· 21 xcumpridas estas coisas, Paulo zresolveu, no seu espírito,
pedernidos e descrentes, falando mal mdo Caminho diante da ir a Jerusalém, passando pela ªMacedônia e Acaia, consideran-
multidão, Paulo, apartando-se deles, separou os discípulos, do: Depois de haver estado ali, bifnporta-me ver também Roma.
passando a discorrer diariamente na escola de Tirano. 10 nDu- 22 Tendo enviado à Macedônia dois daqueles que lhe ministra·
rou isto por espaço de dois anos, dando ensejo a que todos os vam, cTunóteo e dErasto, permaneceu algum tempo na Ásia.
habitantes da Ásia ouvissem a palavra do Senhor, tanto jude-
us como gregos. 11 E ºDeus, pelas mãos de Paulo, fazia mila- Demétrio excita grande tumulto
gres extraordinários, 12 Pa ponto de levarem aos enfermos 23 epor esse tempo, houve grande alvoroço acerca Ido Ca-
lenços e aventais do seu uso pessoal, diante dos quais as en- minho. 24 Pois um ourives, chamado Demétrio, que fazia, de
fermidades fugiam das suas vítimas, e os espíritos malignos se prata, nichos de 4 Diana e que dava gmuito lucro aos artífices,
retiravam. 13 °E alguns judeus, exorcistas ambulantes, rten- 25 convocando-os juntamente com outros da mesma profis-
taram invocar o nome do Senhor Jesus sobre possessos de es- são, disse-lhes: Senhores, sabeis que deste ofício vem a nossa
píritos malignos, dizendo: 1 Esconjuro-vos por Jesus, a quem prosperidade 26 e estais vendo e ouvindo que não só em Éfe-
Paulo 5 prega. 14 Os que faziam isto eram sete filhos de um ju- so, mas em quase toda a Ásia, este Paulo tem persuadido e de-
deu chamado Ceva, sumo sacerdote. 15 Mas o espírito malig- sencaminhado muita gente, afirmando hnão serem deuses os
no lhes respondeu: Conheço a Jesus e sei quem é Paulo; mas que são feitos por mãos humanas. 27 Não somente há o peri-
vós, quem sois? 16 E o possesso do espírito maligno saltou so- go de a nossa profissão cair em descrédito, como também o
bre eles, 2 subjugando a todos, e, de tal modo prevaleceu con- de o próprio templo da grande deusa, Diana, ser estimado em
~~~~~~~~~~~~~~
~ 3dAt18.25 4eM13.11 5/At8.12.16;10.48 6gAt6.6;8.17hAt2.4;10.46 8iAt17.2;18.4iAt1.3;28.23 912Tm1.15mAt
9.2; 19.23; 22.4; 24.14 10 n At 19.8; 20.31 11 o Me 16.20 12 P At 5.15 13 oMt 12.27 rMc 9.38 s 1Co 1.23; 2.2 1 Cf. NU; TA e M
Esconjuramo-vos, solenemente ordenamos 16 2M e os subjugaram 3Cf. TR e M; NU ambos 17 ILc 1.65; 7.16 18 UMt 3.6 20 VAt
6.7; 12.24 21xRm 15.25ZAt20.22ªAt20.1bRm1.13; 15.22-29 22cnm 1.2dRm 16.23 23e2co 1.8/At9.2 24gAt
16.16, 19 4 Gr. Artemis 26 h Is 44.10-20
dos tempos de Paulo tinha já passado do seu apogeu, mas era ainda um impor- sado religioso pagão. os efésios estavam acostumados a empregar meios
tante centro comercial e religioso. supersticiosos lv. 19). Deus ajustou sua obra de graça à ignorância deles.
alguns discípulos. De acordo com o v. 7, "uns doze". lenços e aventais do seu uso pessoal. Isto é, agasalhos ou aventais de traba-
•19.2 Recebestes ... o Espírito Santo. Como seguidores de João Batista. es- lho que Paulo usava enquanto trabalhava fazendo tendas ou toldos 118.3).
tes crentes não tinham sido instruídos a respeito da vinda do Espírito. Note-se
•19.13 espíritos malignos. Nos tempos antigos era prática comum usar no-
que todas as categorias de pessoas recebiam o batismo do Espirita Santo: judeus,
mes mágicos para expulsar maus espíritos. Uns judeus em Éfeso pretendiam "in-
gregos tementes a Deus. samaritanos e gentios.
vocar o nome do Senhor Jesus" sobre aqueles que estavam possessos. tentando
•19.4 batismo de arrependimento ... que vinha depois dele ... Jesus. Oba- imitar o que Paulo fazia lv. 12; 16.18).
tismo de arrependimento de João (Me 1.4; Lc 3.3) era direcionado para o arre-
pendimento de pecados. aguardando ansiosamente a obra redentora de Jesus. •19.19 seus livros. Estes eram pergaminhos com os nomes e encantamentos
usados em suas mágicas.
•19.6 falavam em línguas ... profetizavam. A experiência que os gentios de
Éfeso tiveram quando receberam o Espírito Santo é paralela àquela dos judeus •19.23 do Caminho. Ver nota em 9.2.
12.4, 11 ). dos samaritanos 18.14-17) e dos gentios tementes a Deus 110.44-46) •19.24 ourives ... Demétrio. Uma importante agremiação de ourives tinha se
Este episódio é uma extensão da experiência do Pentecostes para ainda um outro desenvolvido em Éfeso por causa do grande número de peregrinos religiosos. Os
grupo de pessoas lv. 2, nota). "Profetizavam". nesta passagem, pode ser equiva- peregrinos vinham adorar a deusa Diana (Ártemis, em grego}, que era retratada
lente a "falar. .. as grandezas de Deus" 1211 ). ou falando e "engrandecendo a por uma famosa estátua em Éfeso como uma deusa da fertilidade com muitos
Deus" 110.46). seios. Sua suposta imagem. que tinha alegadamente caído de "Zeus" (v. 35), era
•19.9 escola de Tirano. Nada além é sabido acerca de Tirano. Alguns manus- wovavelmente um meteorito que o povo tinha começado a adorar. Otemplo de
critos acrescentam "da quinta à décima hora" (das onze da manhã às quatro da Artemis era uma das sete maravilhas do mundo antigo. Não só era o objeto de
tarde). Pode ser que Tirano usasse a sala nas horas frescas da manhã e a cedesse peregrinação religiosa. mas era também um repositório bancário. Fazer santuá-
a Paulo para o resto do dia. rios e imagens de prata da deusa era um importante negócio.
•19.10 Ásia. A província romana na parte oeste da Ásia Menor. Como resultado •19.27 templo da grande deusa, Diana. Otemplo jônico arcaico de Diana me-
deste ensinamento. grupos de crentes foram formados em diversos lugares ICI dia 67 por 130 m, com 127 colunas de mármore, tendo cada uma 19 m de altura.
4.13,16;Ap2;3). As bases inferiores das 36 colunas do lado oeste eram esculpidas com relevos. A
•19.12 aos enfermos. Isto não foi da iniciativa de Paulo; por causa de seu pas- estátua da deusa era exposta numa sala interna do templo.
1301 ATOS 19, 20
nada, e ser mesmo 5 destruída a majestade
daquela que toda a De no110, Paulo llisita a Macedônia e a Grécia
Ásia e o mundo adoram. Cessado o tumulto, Paulo mandou chamar os discípu-
28 Ouvindo isto, encheram-se de furor e clamavam:
Grande é a Diana dos efésios! 29 Foi a cidade tomada de con-
2O los, e, tendo-os confortado, despediu-se, e ªpartiu para
a Macedônia. 2 Havendo atravessado aquelas terras, fortale-
fusão, e todos, à uma, arremeteram para o teatro, arrebatando cendo os discípulos com muitas exortações, dirigiu-se para a
os macedônios ;Gaio e iAristarco, companheiros de Paulo. bGrécia, 3 onde se demorou três meses. cTendo havido uma
30 Querendo este apresentar-se ao povo, não lhe permitiram conspiração por parte dos judeus contra ele, quando estava
os discípulos. 31 Também 6 asiarcas, que eram amigos de para embarcar rumo à Síria, determinou voltar pela Macedô-
Paulo, mandaram rogar-lhe que não se arriscasse indo ao tea- nia. 4 Acompanharam-no [até à Ásia] Sópatro, de Beréia, filho
tro. 32 Uns, pois, gritavam de uma forma; outros, de outra; de Pirro, d Aristarco e Secundo, de Tessalônica, e Gaio, de Der-
porque a assembléia caíra em confusão. E, na sua maior par- be, e !Timóteo, bem como gTíquico e hTrófimo, da Ásia; ses-
te, nem sabiam por que motivo estavam reunidos. 33 Então, tes nos precederam, esperando-nos em iTrôade. 6 Depois idos
tiraram Alexandre dentre a multidão, impelindo-o os judeus dias dos pães asmos, navegamos de Filipos e, em cinco dias, fo-
para a frente. 1Este, macenando com a mão, queria falar ao mos ter com eles 1naquele porto, onde passamos uma semana.
povo. 34 Quando, porém, reconheceram que ele era judeu,
todos, a uma voz, gritaram por espaço de quase duas horas: Paulo em Trôade
Grande é a Diana dos efésios! 35 O escrivão da cidade, tendo 7 mNo primeiro dia da semana, estando nós reunidos
apaziguado o povo, disse: Senhores, efésios: quem, porven- n com o fim de partir o pão, Paulo, que devia seguir viagem no
tura, não sabe que a cidade de Éfeso é a guardiã do templo dia imediato, exortava-os e prolongou o discurso até à meia-
da grande 7 Diana e 8 da imagem que caiu de Júpiter? 36 Ora, noite. 8 Havia muitas lâmpadas ºno cenáculo onde 1 estáva-
não podendo isto ser contraditado, convém que vos mante- mos reunidos. 9 Um jovem, chamado Êutico, que estava sen-
nhais calmos e nada façais precipitadamente; 37 porque es- tado numa janela, adormecendo profundamente durante o
tes homens que aqui trouxestes não são sacrílegos, nem prolongado discurso de Paulo, vencido pelo sono, caiu do ter-
blasfemam contra a 9 nossa deusa. 38 Portanto, se Demétrio ceiro andar abaixo e foi levantado morto. 10 Descendo, po-
e os artífices que o acompanham têm 1 alguma queixa con- rém, Paulo Pinclinou-se sobre ele e, abraçando-o, disse: qNão
tra alguém, há audiências e procônsules; que se acusem uns vos perturbeis, que a vida nele está. 11 Subindo de novo, par-
aos outros. 39 Mas, se alguma outra coisa pleiteais, será deci- tiu o pão, e comeu, e ainda lhes falou largamente até ao rom-
dida em assembléia regular. 40 Porque também corremos per da alva. E, assim, partiu. 12 Então, conduziram vivo o
perigo de que, por hoje, sejamos 2 acusados de sedição, não rapaz e sentiram-se grandemente confortados.
havendo motivo algum que possamos alegar para justificar
este ajuntamento. 41 E, havendo dito isto, dissolveu a as- Paulo embarca em Assôs. Chega a Mileto
sembléia. 13 Nós, porém, prosseguindo, embarcamos e navegamos

·-27 °50~ prejudic~ifa.-diminuíd~amajestade d~quela


que ou des~uída ~ua maje-;;~~ a~~:
de la que. 29 iR~ iCI~
16 23 1O 31 Ô
governadores da Asia. a província 33 i 2Tm 4.14 m At 12.17 35 7 Gr. Artemis 8 Lit. da que caiu de Zeus. ou seja. dos céus. uma imagem
as7;;;as~- -·~
daquela deusa 37 9 Cf. NU; TR e M vossa 38 I Lit. algum assunto 40 2 Ou acusados de rebelião concernente ao dia de hoje
CAPÍTULO 20 1 a 1Co 16.5; 1Tm 1.3 2 b At 17 15; 18.1 3 e At 923; 23.12; 25.3; 2Co 11.26 4 dAt 19.29; CI 4.10 e At 19.29/At
16.1 g Ef 6 21; CI 4.7; 2Tm 4.12; Tt 3.12 h At 21.29; 2Tm 4.20 5 i2Co 2.12; 2Tm 4.13 6 iÊx 12.14-15 1At16.8; 2Co 2.12; 2Tm 4.13
7 m 1Co 16.2; Ap 1.10 n At 242,46; 20.11, 1Co 10.16 8 oAt 1.13 I Cf. NU e M; TR estavam 10P1Rs17.21; 2Rs 4.34 q Mt 9.23-24;
Me 5.39
•19.32 assembléia. A palavra grega ekklesia é usada aqui e nos vs. 39,41 refe- Novo Testamento. Gaio pode ser diferente do Gaio macedônio mencionado em
rindo-se a uma assembléia secular de pessoas (5.11, nota). 19.29. A respeito de Timóteo, ver a Introdução a 1Timóteo: Data e Ocasião. Tíqui-
co foi. posteriormente, representante de Paulo a várias igrejas, durante o aprisio-
•19.37 não são sacnlegos, nem blasfemam contra a nossa deusa. Estas
namento do apóstolo (Ef 6.21; CI 4.7-9; 2T m 4.12). Trófimo acompanhou Paulo a
eram acusações comuns de gentios contra judeus e cristãos judeus (Josefa.Anti-
Jerusalém, onde sua presença na cidade levou à prisão do apóstolo (21.29). Ele
güidades 4.207; Contra Ápio 2.237). aparentemente acompanhou Paulo depois que o apóstolo foi solto do primeiro
•20.1 partiu para a Macedônia. Paulo subiu a costa da Ásia Menor a partir de aprisionamento em Roma l2Tm 4.20)
Éfeso, ou por estrada ou por navio, provavelmente até Trôade, e então foi de navio
até a Macedônia (cf. 16.8-10) e Filipos (cf. 16.11-40). visitando grupos de crentes •20.5 esperando-nos. Lucas novamente usa o pronome da primeira pessoa do
pelo caminho. Enquanto na Macedônia, Paulo pode ter estendido seu ministério plural. indicando que ele via1ava com Paulo para Jerusalém.
até o llírico (atual Albânia; Rm 15 19). •20. 7 primeiro dia da semana. Domingo.
•20.2 dirigiu-se para a Grécia. Paulo chegou em Corinto, onde passou o inver- partir o pão. Desde que eles estavam reunidos para adoração no primeiro dia da
no de 56-57 d.C. Durante este tempo ele escreveu Romanos IRm 15.26; semana, o dia do Senhor (Ap 1.10). esta celebração incluía a Ceia do Senhor
1623-24). 12.42) e não era apenas uma refeição de confraternização (2.46).
•20.4 Os companheiros de viagem de Paulo estão relacionados por nome. Po- Paulo... exortava-os. Este era um culto de pregação e ensinamento de domin-
dem ter sido representantes da igreja oficial. designados para viajar com Paulo a go à tarde.
fim de entregar o dinheiro coletado para ajudar a igreja de Jerusalém 11Co16.1-4;
2Co 9.1-5). Sópatro pode ser o "Sosípatro" mencionado em Rm 16.21. Aristarco •20.8-12 Lucas registra que Êutico foi "levantado morto", resultado natural de
tinha fielmente acompanhado Paulo durante a terceira viagem missionária uma tal queda. A restauração à vida do jovem por Paulo é uma das duas ressurrei-
119 29) e acompanhou o apóstolo a Roma (27.2), onde compartilhou de seu apri- ções de mortos operadas por apóstolos registradas em Atos (9.40; cf Lc
sionamento (CI 4.1 O). Secundo não é mencionado em nenhum outro lugar do 7.11-17; 8.49-56; Jo 111-44).
ATOS 20, 21 1302
para Assôs, onde devíamos receber Paulo, porque assim 2 nos todos; 21 porque jamais 5 deixei de vos anunciar ;todo o desíg-
fora determinado, devendo ele ir por terra. 14 Quando se reu- nio de Deus. 1.BiAtendei por vós e por todo o rebanho sobre o
niu conosco em Assôs, recebemo-lo a bordo e fomos a Mitile- qual o Espírito Santo vos 1constituiu bispos, para pastoreardes a
ne; 15 dali, navegando, no dia seguinte, passamos defronte de igreja óde Deus, ma qual ele comprou ncom o seu próprio san-
Ouios, no dia imediato, tocamos em Sarnas e, um dia depois, gue. 29 Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetra-
chegamos a Mileto. 16 Porque Paulo já havia determinado rão 0 lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. 30 E que,
não aportar em Éfeso, não querendo demorar-se na Ásia, por- Pdentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas
quanto se rapressava com o intuito de passar 5 0 dia de Pente- ?pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles. 31 Portanto,
costes 1em Jerusalém, caso lhe fosse possível. vigiai, lembrando-vos de que, 0 por três anos, noite e dia, não
cessei de admoestar, com lágrimas, a cada um. 32 Agora, pois,
Em Mileto, fala aos presbíteros da igreja de Éfeso encomendo-vos ao Senhor e rà palavra da sua graça, que tem
17De Mileto, mandou a Éfeso chamar os presbíteros da poder para vos 5 edificar e dar rherança entre todos os que são
igreja. 18 E, quando se encontraram com ele, disse-lhes: Vós santificados. 33 De ninguém cobicei prata, nem ouro, nem ves-
bem sabeis como foi que me conduzi entre vós em todo o tem- tes; 34 8 vós mesmos sabeis "que estas mãos serviram para o
po, "desde o primeiro dia em que entrei na Ásia, 19 servindo ao que me era necessário a mim e aos que estavam comigo. 35 Te-
Senhor com toda a humildade, lágrimas e provações que, vpe- nho-vos mostrado em tudo que, vtrabalhando assim, é mister
las ciladas dos judeus, me sobrevieram, 20 xjamais deixando de socorrer os necessitados e recordar as palavras do próprio Se-
vos anunciar coisa alguma proveitosa e de vo-la ensinar publi- nhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber.
camente e também de casa em casa, 21 ztestificando tanto a ju-
deus como a gregos o ªarrependimento para com Deus e a fé Paulo ora com eles
em nosso Senhor Jesus [Cristo]. 22 E, agora, constrangido em 36 Tendo dito estas coisas, ajoelhando-se, orou com todos
meu espírito, bvou para Jerusalém, não sabendo o que ali me eles. 37 Então, houve 9grande xpranto entre todos, e, zabra-
acontecerá, 23 senão que ca Espírito Santo, de cidade em cida- çando afetuosamente a Paulo, o beijavam, 38 entristecidos es-
de, me assegura que me esperam cadeias e tribulações. 24 3 Po- pecialmente pela palavra que ele dissera: que não mais
rém em dnada considero a vida preciosa para mim mesmo, veriam o seu rosto. E acompanharam-no até ao navio.
econtanto que complete a minha carreira/e o ministério gque
recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça Paulo chega a Tiro
de Deus. 25 Agora, eu sei que todos vós, em cujo meio passei Depois de nos apartarmos, fizemo-nos à vela e, cor-
pregando o reino, não vereis mais o meu rosto. 26 Portanto, eu
vos protesto, no dia de hoje, que 4 estou h!impo do sangue de
21 rendo em direitura, chegamos a Cós; no dia seguinte,
a Rodes, e dali, a Pátara. 2 Achando um navio que ia para a
~~~~~~~~~~~~
~ 13 2e/e o havia ordenado ou disposto 16 rAt 18.21; 19.21; 21.4 SAt 2.1; 1Co16.8 1At 24.17 18 "At 18.19; 19.1, 10; 20.4, 16 19 VAt
20.3 20XAt20.27 2tzAt18.5;1910•Mc1.15 22bAt19.21 23CAt21.4,11 24dAt21.13e2Tm4.7fAt1.1UGl1.13Cf.
NU; TR e M Nenhuma dessas coisas me importa, nem tenho minha vida como preciosa para mim 26 h At 18.6 4 Sou inocente 27 i Lc
7.30 5 esquivei-me de anunciar-vos 28i1Pe 5.2 11co 12.28 m Ef 1.7, 14 n Hb 9.14 6 M do Senhor e Deus 29 o Mt 7.15 30P1Tm
1.20 7 enganosas 31 q At 19.8, 10; 24.17 32 rHb 139 s At 9.31 l[Hb 9.15] 34 u At 18.3 8 Cf. NU e M; TR acrescenta Sim; NU e M
omitem 35 VRm 15.1 37 XAt 21.13 ZGn 45.14 ºLit muito
•20. 13 navegamos para Assôs. Paulo percorreu por estrada os 32 km de Trôa- vez. Contudo, parece que, mais tarde, Paulo conseguiu voltar a Éfeso depois de
de a Assôs, enquanto Lucas 1oi de navio. ser solto da prisão em Roma (1Tm 1.3).
•20.15 no dia seguinte ... Ouios ... Samos ... Mileto. Eles navegaram pela cos- •20.27 todo o desígnio de Deus. A revelação de Deus culminando em seu filho
ta até Mileto, cerca de 48 km ao sul de Éfeso Jesus Cristo. Paulo não suprimiu nenhuma das verdades do evangelho, mas pre-
gou o evangelho completo a judeus e gentios Ele sempre usava tato e discrição,
·2~.17 presbíteros. Estes eram os representantes ordenados da congregação
mas nunca comprometeu as boas novas.
de Efeso. chamados para serem b"1spos e pastores da igreja de Deus (v. 28; cf.
1Tm 3.1-7; Tt 1.5-9) •20.28 com o seu próprio sangue. A expressão é notável pelo modo como re-
conhece que o sangue de Cristo é o sangue de Deus. Muitos manuscritos antigos
•20.20 vo-la ensinar publicamente e também de casa em casa. D ensina- têm uma diferente ordem de palavras, dizendo "o sangue de seu próprio", isto é,
mento de Paulo durante a estadia de três anos (v. 31) em Éfeso foi extensivo, in- de Cristo.
cluindo discursos públicos na sinagoga e na escola de Tirano (19.8-10). assim
•20.29 não pouparão o rebanho. Ver "Pastores e Cuidado Pastoral", em 1Pe5.2.
como instrução· mais particular nas casas.
•20.30 dentre vós mesmos. A advertência profética de Paulo neste versículo
•20.21 arrependimento ... fé. Ver nota em 3.19. Tanto judeus como gentios de- foi cumprida, já que a igreja de Éfeso logo foi infestada por falsos mestres, alguns
vem vir a Deus da mesma maneira - em arrependimento pelo pecado (26.20; Lc dos quais aparentemente eram líderes da igreja (1Tm 1.3,7, 19-20; 6.3-5; Introdu-
24.47) e fé em Jesus Cristo. ção a 2Timóteo: Dificuldades de Interpretação).
•20.22 constrangido em meu espírito. Provavelmente, isto se refira à instiga- •20.37 o beijavam. A antiga prática do beijo cristão de saudação (Lc 7.45; 1Ts
ção do Espírito Santo. Tal direção explícita dada pelo Espírito Santo ocorria fre- 5,26; 1Pe 5.14) é ainda praticada hoje em algumas culturas.
qüentemente durante o ministério de Paulo (16.6-10) •21.1 Cós ... Rodes ... Pátara. Eles navegaram numa rota direta através das
•20.25 não vereis mais o meu rosto. A declaração de Paulo era mais baseada ilhas fora da costa da Ásia Menor. até o porto de Pátara. A pequena ilha de Cós
em seu próprio julgamento da situação do que na revelação divina. Por causa das era um estado livre na província da Ásia. Rodes, a capital no extremo norte da ilha
contínuas conspirações contra sua vida pelos judeus (v. 3). a revelação divina de de Rodes, era famosa e próspera no período grego anterim. Pátara, 11m \)\lrt\l l\a
que "cadeias e tribulações" esperavam por ele (v. 23) e sua própria intenção de costa sudoeste da Ásia Menor, foi um importante porto para navios antigos que
enfocar seu futuro ministério no Mediterrâneo ocidental (Rm 15.23-29). Paulo velejavam pelo Mediterrâneo oriental, fazendo assim com que a Síria, a Palestina
considerava provável que estivesse vendo os presbíteros de Éfeso pela última e o Egito tivessem contato com a Ásia Menor. a Macedônia e a Acaia.
Fenícia, embarcamos nele, seguindo viagem. 3 Quando Chi-
1303 ATOS 21
l
bimos para Jerusalém; 16 e alguns dos discípulos também vi-
pre já estava à vista, deixando-a à esquerda, navegamos para a eram de Cesaréia conosco, trazendo consigo Mnasom,
Síria e chegamos a Tiro; pois o navio devia ser descarregado natural de Chipre, velho discípulo, com quem nos devería-
ali. 4 Encontrando 1os discípulos, permanecemos lá durante mos hospedar.
sete dias; e ªeles, movidos pelo Espírito, recomendavam a Pau-
lo que não fosse a Jerusalém. s Passados aqueles dias, tendo- Paulo chega aferusalém
nos retirado, prosseguimos viagem, acompanhados por to- 17 mTendo nós chegado a Jerusalém, os irmãos nos recebe-
dos, cada um com sua mulher e filhos, até fora da cidade; ram com alegria. 18 No dia seguinte, Paulo foi conosco en-
bajoelhados na praia, oramos. 6 E, despedindo-nos uns dos contrar-se com nTiago, e todos os presbíteros se reuniram.
outros, então, embarcamos; e eles voltaram para e casa. 19 E, tendo-os saudado, ºcontou minuciosamente o que Deus
fizera entre os gentios Ppor seu ministério. 200uvindo-o, de-
Paulo em Cesaréi.a ram eles glória a Deus e lhe disseram: Bem vês, irmão, quan-
7 Quanto a nós, concluindo a viagem de Tiro, chegamos tas dezenas de milhares há entre os judeus que creram, e
a Ptolemaida, onde saudamos os irmãos, passando um dia todos são q zelosos da lei; 21 e foram informados a teu respeito
com eles. 8 No dia seguinte, 2 partimos e fomos para dCesa· que ensinas todos os judeus entre os gentios a apostatarem de
réia; e, entrando na casa de Filipe, eo evangelista, !que era Moisés, dizendo-lhes que não devem circuncidar os filhos,
um dos sete, ficamos com ele. 9 Tinha este quatro filhas don- nem andar segundo os costumes da lei. 22 3 Que se há de fa-
zelas, gque profetizavam. 10 Demorando-nos ali alguns dias, zer, pois? Certamente saberão da tua chegada. 23 Faze, por-
desceu da Judéia um profeta chamado h Ágabo; 11 e, vindo tanto, o que te vamos dizer: estão entre nós quatro homens
ter conosco, tomando o cinto de Paulo, ligando com ele os que, voluntariamente, aceitaram voto; 24 toma-os, purifica-te
próprios pés e mãos, declarou: Isto diz o Espírito Santo: com eles e faze a despesa necessária para que 'raspem a cabe-
1Assim os judeus, em Jerusalém, farão ao dono deste cinto e
ça; e saberão todos que não é verdade o que se diz a teu respei-
o entregarão nas mãos dos gentios. 12 Quando ouvimos estas to; e que, pelo contrário, andas também, tu mesmo,
palavras, tanto nós como os daquele lugar, rogamos a Paulo guardando a lei. 2s Quanto aos gentios que creram, 5 já lhes
que não subisse a Jerusalém. 13 Então, ele respondeu: iQue transmitimos decisões para 4 que se abstenham das coisas sa-
fazeis chorando e quebrantando-me o coração? Pois estou crificadas a ídolos, do sangue, da carne de animais sufocados
pronto não só para ser preso, mas até para morrer em Jerusa- e 5 das relações sexuais ilícitas. 26 Então, Paulo, tomando
lém pelo nome do Senhor Jesus. 14 Como, porém, não o per- aqueles homens, no dia seguinte, tendo-se purificado com
suadimos, conformados, dissemos: 'Faça-se a vontade do eles, 1entrou no templo, uacertando 6 o cumprimento dos
Senhor! dias da purificação, até que se fizesse a oferta em favor de


IS Passados aqueles dias, tendo feito os preparativos, su- cada um deles.

CAPÍTULO 21 4 a [At 20 23; 21 12] 1 Cf. NU; TR e M discípulos S b Lc 22.41; At 9.40; 20.36 6 e Jo 1.11 8 d At 8.40; 21.16 e At
8.5.26.40; Ef 4.11; 2Tm 4.5 I At 6.5 2 Cf. NU; TR Paulo. e nós que com ele estávamos, M Paulo e os que com ele estavam. NU omite 9 g JI
2.28; At 2.17 1O h At 11.28 11 i At 20.23; 21.33; 22.25 13 i At 20.24,37 14 i Mt 6.1 O; 26.42; Lc 11.2; 22.42 17 m At 15.4
18 nAt 15.3; GI 1.19; 2.9 19 o At 15.4, 12; Rm 15.18-19 PAt 1.17; 20.24; 1Tm 2.7 20 q At 15.1; 22.3; [Rm 102]; GI 1.14 22 3TR e M
E então? A multidão ou a assembléia se reunirá, pois certamente 24 r Nm 6.2, 13.18; At 18.18 25 s At 15.19-20.29 4 Cf. NU; TR e M
acrescentam que nada disto observem, exceto; NU omite 5 da fornicação 26 t Jo 11.55; At 21.24; 24.18 u Nm 6.13; At 24.18 6 Lit
notificando ou anunciando
•21.2 Fenícia. A Síria controlava a Fenícia no período romano. Páscoa, estava se aproximando depressa (eles haviam passado pelo menos trinta
•21.3 Tiro. Este porto. famoso nos tempos do Antigo Testamento e conquistado e seis dias viajando de Filipos a Cesaréia, e passaram vários dias em Cesaréia) e
por Alexandre Magno, ficava cerca de 660 km a sudeste de Pátara. uma viagem Paulo queria estar em Jerusalém para essa festa.
por mar de cerca de cinco dias. •21.20 zelosos da lei. Milhares de judeus cristãos em Jerusalém observavam
•21.4 movidos pelo Espírito. Paulo não era desobediente ao Espírito; o Espírito estritamente a lei mosaica. Enquanto muitos destes se ressentiam pelo fato de
Santo o estava compelindo a ir a Jerusalém 120.22, nota). Foi através do Espírito que aos gentios não era requerido observarem a lei cerimonial de Moisés (v. 25;
que os amigos de Paulo entenderam que logo ele iria sofrer prisão e aflições 15.1-31 ), a acusação aqui era que Paulo estava encorajando os judeus a, domes-
120.23) e, em resposta a esta revelação. eles tentaram persuadir Paulo para "que mo modo, abandonarem a lei (v. 21 ). Tais acusações podem ter sido provocadas
não subisse a Jerusalém" lcf. vs. 11-12). pelo fato de que o próprio Paulo não seguia a lei cerimonial judaica quando estava
•21. 7 Ptolemaida. Um porto 40 km ao sul de Tiro. onde os navios desembarca- em companhia de gentios. Embora Paulo não tivesse objeção quanto aos judeus
vam sua carga. seguirem seus costumes ancestrais. ele se opôs a qualquer tentativa de fazer
•21.8 Cesaréia. Um porto de mar, construído por Herodes. o Grande, era a capi- com que tal observância fosse. de algum modo, necessária para a salvação IRm
tal provincial da Judéia. Ficava 52 km ao sul de Ptolemaida 110.1, nota). 14.1-8; GI 5.2-6). Sempre cuidadoso para evitar ofensas desnecessárias, a flexibi-
Filipe ... um dos sete. Um dos sete escolhidos para tomar conta da distribuição lidade de Paulo em tais matérias mostra que os interesses do evangelho estavam
de comida (6.1-6). Ele havia pregado aos samaritanos. ao eunuco etíope e ao sempre em primeiro lugar em sua mente llCo 9.19-23).
povo ao longo da costa palestina (cap. 8). •21.24 purifica-te ... despesa. Este era o voto nazireu (Nm 6.1-21). durante o
•21.1 Oprofeta chamado Ágabo. Omesmo Ágabo que quinze anos antes pro- qual o devoto deixava seu cabelo crescer. Quando o período do voto tivesse ter-
fetizara a severa fome na Judéia e nas regiões vizinhas (11.27-28). minado, ele rapava o cabelo. dedicava-o ao Senhor e o queimava junto com o sa-
•21.11 diz o Espírito Santo. No contexto dos apóstolos no século /, Ágabo, crifício para a oferta pacífica INm 6.18). Paulo pagou as despesas para quatro
como um profeta, era guiado diretamente pelo Espírito para dar a mensagem ins- nazireus, foi com eles ao sacerdote para os sacrifícios, e participou dos ritos de
pirada de Deus. purificação. Desta maneira. Paulo publicamente demonstrou que era um judeu
•21.15 subimos para Jerusalém. O Pentecostes, qüinquagésimo dia após a cumpridor da lei.
ATOS 21, 22 1304
A prisão de Paulo 3 cEu sou judeu, nasci em Tarso da Cilícia, mas criei-me
27 Quando já estavam por findar os sete dias, vos judeus vin- nesta cidade e aqui fui instruído d aos pés de ecamaliel, /se-
dos da Ásia, tendo visto Paulo no templo, alvoroçaram todo o gundo a exatidão da lei de nossos antepassados, gsendo zelo-
povo e o xagarraram, 28 gritando: Israelitas, socorro! Este é o so para com Deus, nassim como todos vós o sois no dia de
homem 2 que por toda parte ensina todos a serem contra o hoje. 4 iPersegui este Caminho até à morte, prendendo e me-
povo, contra a lei e contra este lugar; ainda mais, introduziu tendo em cárceres homens e mulheres, 5 de que são testemu-
até gregos no templo e profanou este recinto sagrado. 29 Pois, nhas o sumo sacerdote e /todos os anciãos. 1Destes, recebi
7 antes, tinham visto ªTrófimo, o efésio, em sua companhia cartas para os irmãos; e ia para Damasco, no propósito de
na cidade e julgavam que Paulo o introduzira no templo. mtrazer manietados para Jerusalém os que também lá estives-
30 Agitou-se btoda a cidade, havendo concorrência do povo; sem, para serem punidos.
e, agarrando a Paulo, arrastaram-no para fora do templo, e 6Qra, naconteceu que, indo de caminho e já perto de Da·
imediatamente foram fechadas as portas. 31 cprocurando eles masco, quase ao meio-dia, repentinamente, grande luz do céu
matá-lo, chegou ao conhecimento do comandante da 8 força brilhou ao redor de mim. 7 Então, caí por terra, ouvindo uma
que toda a Jerusalém estava amotinada. 32 dEntão, este, levan· voz que me dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? B Per·
do logo soldados e centuriões, correu para o meio do povo. Ao guntei: quem és tu, Senhor? Ao que me respondeu: Eu sou Je·
verem chegar o comandante e os soldados, cessaram de espan- sus, o Nazareno, a quem tu persegues. 9 ºOs que estavam
car Paulo. n Aproximando-se o e comandante, apoderou-se de comigo viram a luz, / sem, contudo, perceberem o sentido da
Paulo e f ordenou que fosse acorrentado com duas cadeias, per- voz de quem falava comigo. 10 Então, perguntei: que farei, Se-
guntando quem era e o que havia feito. 34 Na multidão, uns nhor? E o Senhor me disse: Levanta-te, entra em Damasco,
gritavam de um modo; outros, de outro; não podendo ele, po· pois ali te dirão acerca de tudo o que te é ordenado fazer.
rém, saber a verdade por causa do tumulto, ordenou que Paulo 11 Tendo ficado cego por causa do fulgor daquela luz, guiado
fosse recolhido à fortaleza. 35 Ao chegar às escadas, foi preciso pela mão dos que estavam comigo, cheguei a Damasco.
que os soldados o carregassem, por causa da violência da multi- 12 PUm homem, chamado Ananias, piedoso conforme a
dão, 36 pois a massa de povo o seguia gritando: gMata-o! lei, qtendo bom testemunho de todos os 'judeus que ali mo·
37 E, quando Paulo ia sendo recolhido à fortaleza, disse ao ravam, 13 veio procurar-me e, pondo-se junto a mim, disse:
comandante: É-me permitido dizer-te alguma coisa? Respon· Saulo, irmão, recebe novamente a vista. Nessa mesma hora,
deu ele: Sabes o grego? 38 hNão és tu, porventura, o egípcio recobrei a vista e olhei para ele. 14 Então, ele disse: so Deus
que, há tempos, sublevou e conduziu ao deserto quatro mil de nossos pais, de antemão, 'te escolheu para uconheceres a
sicários? 39 Respondeu-lhe Paulo: iEu sou judeu, natural de sua vontade, vveres o Justo xe ouvires uma voz da sua própria
Tarso, cidade não insignificante da Cilícia; e rogo-te que me boca, 15 zporque terás de ser sua testemunha diante de todos
permitas falar ao povo. 40 Obtida a permissão, Paulo, em pé os homens, das coisas ªque tens visto e ouvido. 16 E agora,
na escada, ifez com a mão sinal ao povo. Fez-se grande silên- por que te demoras? Levanta-te, recebe o batismo be lava os
cio, e ele falou em 1língua hebraica, dizendo: teus pecados, "invocando o nome dele.
17 dTendo eu voltado para Jerusalém, enquanto orava no
Paulo apresenta a sua defesa templo, sobreveio-me um êxtase, 18 e evi aquele que falava

22 ªI;mãos e pais, ouvi, agora, a minha defesa perante


vos.
2 Quando ouviram que lhes falava em blíngua hebraica,
comigo: / Apressa-te e sai logo de Jerusalém, porque não rece-
berão o teu testemunho a meu respeito. 19 Eu disse: Senhor,
8eles bem sabem que eu encerrava em prisão e, nas sinago·
guardaram ainda maior silêncio. E continuou: gas, naçoitava os que criam em ti. 20 iQuando se derramava o

·~v~~9; xAt262~ 2 [Mt2415]:At6~;-;-~-29


24.18 28 aAt204 l~omiteant~~ 30b2Rs11.15;At 1619;-26.21
11.23 Bcoorte, tropas romanas 32 dAt 23.27; 24.7 33 e At 24.7 /At 20.23; 21.11; Ef 6.20; 2Tm 1.16; 2.9 36 8Lc 23.18; Jo 19.15; At
31~2Co ~"·
22.24 38 h At 5.36 39 i At 9.11, 22.3; 2Co 11.22; Fp 34-6 40 i At 12.17 1Jo 5.2; At 22.2
CAPITULO 22 1 a At 7.2 2 b At 2140 3 e At 21.39; 2Co 11.22 d Dt 33 3 e At 5.34/At 23.6; 26.5; Fp 3.6 g At 21.20; GI 1.14 n [Rm
10.2] 4 iAt8.3; 26.9-11; Fp 3.6; 1Tm 1.13 5 i At 23 14; 24.1; 25.15 ILc 22.66; At 4.5; 1Tm 4.14 mAt 9.2 6 nAt 9.3; 26.12-13 9 ºDn
10.7; At 9.7 I Cf. NU; TR e M acrescentam e se atemorizaram muito, NU omite 12 PAt 9.17 q At 10.22 rnm 3.7 14 sAt 3.13; 5.30 1At
9.15; 26.16; GI 1.15 u At 3.14; 7.52 VAt 9.17; 26.16; 1Co 9.1; 15 8 x1co 11.23; GI 1.12 15 zAt 23.11 ªAt 4.20; 26.16 16 bAt 2.38; 1Co
6.11; [Ef 5 26]; Hb 10.22 e At 9.14; Rm 10.13 17 dAt 9.26; 26.20; 2Co 12.2 18 e At 22.14/Mt 10.14 19 8At 8.3; 22.4hMt10.17; At
26.11 20iAt754~8.1
•21.37 Sabes o grego. Otribuno estava surpreso por ouvir Paulo falar grego; ele go era a língua comum do mundo romano e mediterrâneo.
tinha pensado que Paulo fosse um judeu insurreicionista do Egito, que três anos •22.3 Tarso. Uma importante cidade localizada na Cilícia, na costa oriental do
antes tinha aparecido lá, alegando ser um profeta !Josefa, Guerras dos Judeus Mediterrâneo, a norte de Chipre. Era um notável centro intelectual.
2 261-263)
•22.12 Ananias. Uma pessoa apropriada para encontrar Saulo, que era um zelo-
•21.38 sicários. Lit. "homens de adaga", nacionalistas judeus militantes.
so fariseu, "um hebreu de hebreus" IFp 3.5-6). Ser conhecido de Ananias reco-
.. 21.40 na escada. Provavelmente, as escadas que levavam da área do templo mendaria Paulo a outros judeus na cidade que, de outra maneira, suspeitariam
à Torre de Antônia !reconstruída por Herodes, o Grande, e assim chamada por dele (9.10-19).
causa de Marco Antonio), na beirada norte da plataforma do templo.
•22. 16 recebe o batismo. Obatismo no Novo Testamento é o sinal exterior de
língua hebraica. Isto é, aramaico, como era comumente falado pelos judeus na uma limpeza interior. Como tal, é correspondente à circuncisão no Antigo Testa-
Palestina, embora os sacerdotes e levitas soubessem também o hebraico. Ogre- mento (Dt 10.16; 30.6; Ez 44 7).
sangue de Estêvão, tua testemunha, eu também estava pre-
sente, iconsentia 2 nisso e até guardei as vestes dos que o ma-
tavam. 21 Mas ele me disse: Vai, 'porque eu te enviarei para
1305
e, econtra a lei, mandas agredir-me? 4 Os que estavam a seu
lado disseram: Estás injuriando o sumo sacerdote de Deus?
5 Respondeu Paulo: dNão sabia, irmãos, que ele é sumo sa-
ATOS 22, 23
l
longe, aos gentios. cerdote; porque está escrito:
eNão falarás mal de uma autoridade do teu povo.
Paulo li'll'a-se de ser açoitado 6 Sabendo Paulo que uma parte do Sinédrio se compunha
22 Ouviram-no até essa palavra e, então, gritaram, dizen- de saduceus e outra, de fariseus, exclamou: Varões, irmãos,
do: mTira tal homem da terra, porque nnão convém que ele ! eu sou fariseu, filho de fariseus! gNo tocante à esperança e à
viva! 23 Ora, estando eles gritando, arrojando de si as suas ca- ressurreição dos mortos sou julgado! 7 Ditas estas palavras, le-
pas, atirando poeira para os ares, 24 ordenou o comandante vantou-se grande dissensão entre fariseus e saduceus, e a
que Paulo fosse recolhido à fortaleza e que, sob açoite, fosse multidão se dividiu. 8 hPois os saduceus declaram não haver
interrogado para saber por que motivo assim clamavam con- ressurreição, nem anjo, nem espírito; ao passo que os fariseus
tra ele. 25 Quando o estavam amarrando com correias, disse admitem todas essas coisas. 9 Houve, pois, grande vozearia.
Paulo ao centurião presente: ªSer-vos-á, porventura, lícito E, levantando-se alguns escribas da parte dos fariseus, conten-
açoitar um cidadão romano, sem estar condenado? 26 Ouvin- diam, dizendo: iNão achamos neste homem mal algum; 1 e
do isto, o centurião procurou o comandante e lhe disse: Que iserá que algum espírito ou anjo lhe tenha falado? 10 Toman-
estás para fazer? Porque este homem é cidadão romano. do vulto a celeuma, temendo o comandante que fosse Paulo
27Vindo o comandante, perguntou a Paulo: Dize-me: és tu espedaçado por eles, mandou descer a guarda para que o reti-
romano? Ele disse: Sou. 28 Respondeu-lhe o comandante: A rassem dali e o levassem para a fortaleza.
mim me custou grande soma de dinheiro este título de cida-
dão. Disse Paulo: Pois eu o tenho por direito de nascimento. O Senhor aparece a Paulo
29 Imediatamente, se afastaram os que estavam para o inqui- 11Na 1noite seguinte, o Senhor, pondo-se ao lado dele, dis-
rir com açoites. O próprio comandante sentiu-se receoso se: 2 Coragem! Pois do modo por que deste testemunho a
quando soube que Paulo era romano, porque o mandara meu respeito em mJerusalém, assim importa que também o
amarrar. faças em n Roma.
30 No dia seguinte, querendo certificar-se dos motivos por
que vinha ele sendo acusado pelos judeus, soltou-o, e orde- A cilada dos judeus
nou que se reunissem os principais sacerdotes e todo o Siné- 12Quando amanheceu, ªos judeus se reuniram e, sob aná-
drio, e, mandando trazer Paulo, apresentou-o perante eles. tema, juraram que não haviam de comer, nem beber, enquanto
não Pmatassem Paulo. 13 Eram mais de quarenta os que entra-
Paulo perante o Sinédrio ram nesta conspirata. 14 Estes, indo ter com os principais sacer-
Fitando Paulo os olhos no Sinédrio, disse: Varões, ir- dotes e os qanciãos, disseram: Juramos, sob pena de anátema,
23 mãos, ªtenho andado diante de Deus com toda a boa
consciência até ao dia de hoje. 2 Mas o sumo sacerdote, Ana-
não comer coisa alguma, enquanto não matarmos Paulo.
15 Agora, pois, notificai ao comandante, juntamente com o Si-
nias, mandou aos que estavam perto dele bque lhe batessem nédrio, que vo-lo apresente 3 como se estivésseis para investi-
na boca. 3 Então, lhe disse Paulo: Deus há de ferir-te, parede gar mais acuradamente a sua causa; e nós, antes que ele
branqueadal Tu estás af sentado para julgar-me segundo a lei chegue, estaremos prontos para assassiná-lo.
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~ ilc 11.48 2Cf. NU;TR e M acrescentam na sua morte; NU omite 21 IAt 9.15; Rm 1.5; 11.13; GI 2.7-8; Ef37-8; 1Tm 2.7; 2Tm 1.11 22 mAt
21.36; 1Ts 2.16 n At 25.24 25 o At 16.37
CAPÍTULO 23 1 a At 24.16; 1Co 4.4; 2Co 1.12; 4.2; 2Tm 1.3; Hb 13.18 2 b 1Rs 22.24; Jr 20.2; Jo 18.22 3 e Lv 19.35; Dt 25.1-2; Jo
7.51 5 d Lv 5.17-18 e Êx 22.28; Ec 10.20; 2Pe 2.1 O 6/ At 26.5; Fp 3.5 g At 24.15,21; 26.6; 28.20 8 h Mt 22 23; Me 12.1 B; Lc 20.27
9 iAt25.25; 26.31iJo12.29; At 22.6-7,17-18 1 Cf. NU; TA e Me se algum espírito ou anjo lhe falou, não resistamos a Deus; NU omite última
frase 11 1At18.9; 27.23-24 m AI 21.18-19; 22.1-21 n At 28.16-17,23 2tende ânimo 12 o AI 23.21,30; 25.3 PAt 9.23-24; 25.3; 26.21;
27.42; 1Ts 2.15 14 q At 4.5,23; 6.12; 22.5; 24.1; 25.15 15 3 Cf. NU; TR e M acrescentam amanhã; NU omite
•22.24 sob açoite. Oaçoite romano era um chicote de tiras de couro carregado •23.3 parede branqueada. Os túmulos eram freqüentemente branqueados
com pedaços de metal ou osso; podia aleijar para sempre ou matar. Jesus foi para fazê-los mais visíveis (Mt 23.27-28). Paulo deu um epíteto adequado a um
açoitado com tal chicote (Jo 19.1). Haviam batido em Paulo (2Co 11.24-25), mas oficial corrupto.
ele nunca tinha sido submetido a esta punição específica antes.
•22.25 amarrando. Os soldados ou esticavam os braços de Paulo em torno de contra a lei. De acordo com a lei judaica, Paulo tinha de ser julgado e pronuncia-
um poste para expor suas costas, ou arnarravarn suas mãos e o suspendiam do do culpado antes de ser punido.
chão para aplicar o chicoteamento.
•23.6 saduceus ... fariseus. Estes dois grupos emergiram durante o período
•22.26 romano. Paulo apelou novamente para sua cidadania romana, sabendo entre o Antigo e o Novo Testamento. Eles tinham opiniões políticas e religiosas di-
que iria ser punido sem julgamento (16.37). A cidadania romana era tida em alta ferentes. Paulo aproveitou a oportunidade para enfatizar suas diferenças, identifi-
conta, e normalmente concedida somente àqueles de alta posição, ou àqueles cando-se como um fariseu e um crente na ressurreição dos mortos, contra os
que tinham prestado algum serviço valioso ao estado. Era então passada para a saduceus que negavam a ressurreição e a existência de anjos e espíritos (Mt
família da pessoa. 22 23-32)
•23.2 sumo sacerdote, Ananias. Filho de Nebedeu, um homem brutal e vio-
lento que governou de 48 a 59 d.C. Este não é o anterior Anás, de Jo 18.13. Ana- •23.9 escribas da parte dos fariseus. Estes eram mestres, intérpretes espe-
nias toi assassinado no começo da guerra com Roma (66-70 d.C.). cialistas da lei dos judeus.
ATOS 23, 24 1306
16 Mas o filho da irmã de Paulo, tendo ouvido a trama, foi, 32 no dia seguinte, voltaram para a fortaleza, tendo deixado
entrou na fortaleza e de tudo avisou a Paulo. 17 Então, este, aos de cavalaria o irem com ele; 33 os quais, chegando a bCe-
chamando um dos centuriões, disse: Leva este rapaz ao co- saréia, entregaram a e carta ao governador e também lhe apre-
mandante, porque tem alguma coisa a comunicar-lhe. 18 To- sentaram Paulo. 34 Lida a carta, perguntou o governador de
mando-o, pois, levou-o ao comandante, dizendo: O preso que província ele era; e, quando soube que era da dCilícia,
Paulo, chamando-me, pediu-me que trouxesse à tua presença JS disse: eouvir-te-ei quando chegarem os teus acusadores. E
este rapaz, pois tem algo que dizer-te. 19 Tomou-o pela mão o mandou que ele fosse detido no fpretório 5 de Herodes.
comandante e, pondo-se à parte, perguntou-lhe: Que tens a
comunicar-me? 20 Respondeu ele: ros judeus decidiram rogar- Ananias e Tértulo acusam Paulo perante Félix
te que, amanhã, apresentes Paulo ao Sinédrio, como se hou- ªCinco dias depois, desceu o sumo sacerdote, bAna-
vesse de inquirir mais acuradamente a seu respeito. 21 Tu,
pois, não te deixes persuadir, porque mais de quarenta entre
24 nias, com alguns anciãos e com certo orador, chama-
do Tértulo, os quais apresentaram ao governador libelo
eles estão pactuados entre si, sob anátema, de não comer, contra Paulo. 2 Sendo este chamado, passou Tértulo a acusá-
nem beber, enquanto não o matarem; e, agora, estão prontos, lo, dizendo: Excelentíssimo Félix, tendo nós, por teu inter-
esperando a tua promessa. 22 Então, o comandante despediu médio, gozado de paz perene, e, também por teu providente
o rapaz, recomendando-lhe que a ninguém dissesse ter-lhe cuidado, se terem feito notáveis reformas em benefício deste
trazido estas informações. 23 Chamando dois centuriões, or- povo, 3 sempre e por toda parte, isto reconhecemos com toda
denou: Tende de prontidão, desde a hora terceira da noite, a gratidão. 4 Entretanto, para não te deter por longo tempo,
duzentos soldados, setenta de cavalaria e duzentos lanceiros rogo-te que, 1 de conformidade com a tua clemência, nos
para irem até s Cesaréia; 24 preparai também animais para fa- atendas por um pouco. s cporque, tendo nós verificado que
zer Paulo montar e ir com segurança ao governador Félix. este homem é uma peste e promove sedições entre os judeus
2s E o comandante escreveu uma carta nestes termos: esparsos por todo o mundo, sendo também o principal agita-
dor da seita dos nazarenos, 6 d o qual também tentou profanar
A carta de Cláudio a Félix o templo, nós o prendemos 2 [com o intuito de ejulgá-lo se-
26 Cláudio Lísias ao excelentíssimo governador Félix, saú- gundo a nossa lei. 7 !Mas, sobrevindo o comandante Lísias, o
de. 27 1Este homem foi preso pelos judeus e estava prestes a arrebatou das nossas mãos com grande violência, 8 g ordenan-
ser morto por eles, quando eu, sobrevindo com a guarda, o li- do que os seus acusadores viessem à tua presença]. Tu mes-
vrei, por saber que ele era romano. 28 "0uerendo certifi- mo, examinando-o, poderás tomar conhecimento de todas as
car-me do motivo por que o acusavam, fi-lo descer ao coisas de que nós o acusamos. 9 Os judeus também 3 concor-
Sinédrio deles; 29 verifiquei ser ele acusado de coisas vrefe- daram na acusação, afirmando que estas coisas eram assim.
rentes à lei que os rege, xnada, porém, que justificasse morte
ou mesmo prisão. 30 zsendo eu informado 4 de que ia haver Paulo apresenta a sua defesa
uma cilada contra o homem, tratei de enviá-lo a ti, sem demo- 10 Paulo, tendo-lhe o governador feito sinal que falasse, res-
ra, ªintimando também os acusadores a irem dizer, na tua pondeu: Sabendo que há muitos anos és juiz desta nação, sinto-
presença, o que há contra ele. [Saúde.] me à vontade para me defender, 11 visto poderes verificar que
não há mais de doze dias desde que subi a Jerusalém hpara
Paulo no pretório de Herodes adorar; 12 ie que não me acharam no templo discutindo com
31 Os soldados, pois, conforme lhes foi ordenado, toma- alguém, nem tampouco amotinando o povo, fosse nas sinago-
ram Paulo e, durante a noite, o conduziram até Antipátride; gas ou na cidade; 13 nem te podem provar as acusações que,

• 20 ~At23 12 23 SAt8.40; 23.33 -271At2130,33; 24 7 28 UAt2;30 . 29VAt1815;;5 19XAt 25 25; 2631 3~ ZAt23 20 ªAt
24.8; 25.6 4 Cf. NU; TR e M de que os judeus preparavam um cilada 33 b At 8.40 e At 23.26-30 34 d At 6.9; 21.39 35 e At 24.1, 1O;
25.16/Mt 27.27 5palácio
CAPÍTULO 24 1 a At 21.27 b At 23.2,30,35; 25.2 4 1 por tua boa vontade S C1 Pe 2.12, 15 6 d At 21.28 e Jo 18.31 2 NU termina a
oração aqui e omite o restante do v. 6, todo o v. 7 e a primeira oração do v. 8. Conteúdo dos colchetes conforme TR; NU e M omitem 7 f At
21.33; 23.10 8 g At 23.30 9 3 Cf. NU e M; TR consentiram 11 h At 21.15, 18,26-27; 24.17 12 i At 25 8; 28.17
•23.16 o filho da irmã de Paulo. Segundo parece, alguns membros da família •23.31 Antipátride. Uma cidade construída por Herodes, o Grande, em honra
de Paulo estavam em Jerusalém. de seu pai Antipater, cerca de 48 km a noroeste de Jerusalém.
avisou a Paulo. Os prisioneiros recebiam, de parentes e amigos que regular- •23.35 pretório de Herodes. A residência oficial construída por Herodes, o
mente os visitavam, o seu suprimento necessário. Grande. Tornou-se um pretório romano ou residência oficial e incluía celas para
•23.23-24 A infantaria e cavalaria com equipamentos pesados entregaram Paulo prisioneiros (Jo 18.28; Fp 1 13).
com segurança a Félix, o procurador da província imperial da Judéia. Os quartéis •24.1 Tértulo. Como orador, Tértulo era um tipo de advogado, possivelmente
oficiais da província ficavam em Cesaréia. um judeu (ele se refere à lei judaica como "nossa" lei, v. 6).
•23.26 governador Félix. Félix tinha sido escravo e, como homem livre, tinha
•24.5-7 Tértulo acusava Paulo de ser um encrenqueiro crônico, líder de uma seita
ascendido a uma influente posição no governo romano. Em 52 d.C., o imperador
religiosa de má reputação, e uma pessoa que ameaçava protanar o tem\]lo. ~aula
Cláudio enviou-o como governador a Cesaréia. Félix era chamado de" excelentís-
respondeu a estas acusações em sua defesa perante Festa (vs. 10-21).
simo Félix" (24.2) durante a sua administração de oito anos. Ohistoriador romano
Tácito disse que Félix "ocupava a posição de um rei, enquanto tinha a mente de •24.5 dos nazarenos. Os cristãos eram identificados como seguidores de Je-
um escravo, saturada com crueldade e lascívia" (História 5.9). sus de Nazaré. Nazaré pode ter sido um termo de desprezo (Jo 1.46).
1307 ATOS 24, 25
agora, fazem contra mim. 14 Porém confesso-te que, segundo f o 2 be, logo, 1os
principais sacerdotes e os maiorais dos judeus
Caminho, a que chamam seita, assim eu sirvo ao 1Deus de nos- lhe apresentaram queixa contra Paulo e lhe solicitavam, 3 pe-
sos pais, acreditando em todas as coisas que estejam de acordo dindo como favor, em detrimento de Paulo, que o mandasse
com ma lei e nos escritos dos profetas, 15 ntendo esperança em vir a Jerusalém, e armando eles cilada para o matarem na es-
Deus, como também estes a têm, 0 de que haverá ressurreição, 4 trada. 4 Festo, porém, respondeu achar-se Paulo detido em
tanto de justos como de injustos. 16 PPor isso, também me esfor- Cesaréia; e que ele mesmo, muito em breve, partiria para lá.
ço por ter sempre consciência pura diante de Deus e dos ho- s Portanto, disse ele, os que dentre vós estiverem habilitados
mens. 17Depois de anos, qvim trazer esmolas à minha nação e que desçam comigo; e, dhavendo contra este homem qual-
também fazer oferendas, 18 'e foi nesta prática que alguns jude- quer crime, acusem-no. 6 E, não se demorando entre eles
us da Ásia me encontraram já 5 purificado no templo, sem ajun- mais de oito ou dez dias, desceu para Cesaréia; e, no dia se-
tamento e sem tumulto, 19 1os quais deviam comparecer diante guinte, assentando-se no tribunal; ordenou que Paulo fosse
de ti e acusar, se tivessem alguma coisa contra mim. 20 Ou estes trazido. 7Comparecendo este, rodearam-no os judeus que
mesmos digam 5 que iniqüidade acharam em mim, por ocasião haviam descido de Jerusalém, e trazendo muitas e graves acu-
do meu comparecimento perante o Sinédrio, 21 salvo estas pala- sações contra ele, as quais, entretanto, não podiam provar.
vras que clamei, estando entre eles: hoje, sou eu julgado por vós 8 Paulo, porém, defendendo-se, proferiu as seguintes pala-
u acerca da ressurreição dos mortos. vras: !Nenhum pecado cometi contra a lei dos judeus, nem
contra o templo, nem contra César. 9 Então, Festo, gqueren-
Paulo perante Félix e Drusíla do assegurar o apoio dos judeus, respondeu a Paulo: hQueres
22 Então, Félix, conhecendo mais acuradamente as coisas tu subir aJerusalém e ser ali julgado por mim a respeito destas
com respeito ao vcaminho, adiou a causa, dizendo: Quando coisas? 10 Disse-lhe Paulo: Estou perante o tribunal de César,
descer o comandante xusias, tomarei ir1teiro conhecimento onde convém seja eu julgado; nenhum agravo pratiquei con-
do vosso caso. 23 E mandou ao centurião que conservasse a tra os judeus, como tu muito bem sabes. 11 1Caso, pois, tenha
Paulo detido, tratando-o com indulgência e znão impedindo eu praticado algum mal ou crime digno de morte, estou pron-
que os seus próprios o servissem. 24 Passados alguns dias, vin- to para morrer; se, pelo contrário, não são verdadeiras as coi-
do Félix com Drusila, sua mulher, que era judia, mandou cha- sas de que me acusam, ninguém, para lhes ser agradável,
mar Paulo e passou a ouvi-lo a respeito da ªfé em Cristo Jesus. pode entregar-me a eles. f Apelo para César. 12 Então, Festa,
25 Dissertando ele acerca da justiça, do domínio próprio e do tendo falado com o conselho, respondeu: Para César apelas-
Juízo vindouro, ficou Félix amedrontado e disse: Por agora, te, para César irás.
podes retirar-te, e, quando eu tiver vagar, chamar-te-ei; 26 es-
perando também, ao mesmo tempo, que Paulo lhe desse bdi- Festo expõe a Agrípa o caso de Paulo
nheiro; 6 pelo que, chamando-o mais freqüentemente, 13 Passados alguns dias, o rei Agripa e Berenice chegaram a
conversava com ele. 27 Dois anos mais tarde, Félix teve por Cesaréia a fim de saudar a Festo. 14 Como se demorassem ali
sucessor Pórcio Festa; e, e querendo Félix assegurar o apoio alguns dias, Festa expôs ao rei o caso de Paulo, dizendo: 1Félix
dos judeus, manteve Paulo encarcerado. deixou aqui preso certo homem, 15 ma respeito de quem os
principais sacerdotes e os anciãos dos judeus apresentaram
Paulo perante Festo. Apela para César queixa, estando eu em Jerusalém, pedindo que o condenasse.
Tendo, pois, Festa assumido o governo da província, 16 nA eles respondi que não é costume dos romanos 2 conde-
25 três dias depois, subiu de ªCesaréia para Jerusalém; nar quem quer que seja, sem que o acusado tenha presentes os
~~~~~~~~~~~~
~ 14 f At 9.2; 24.22 12Tm 1.3 mAt 26.22; 28.23 15 n At 23.6; 26.6-7; 28.20 o [Dn 12.2] 4 Cf. NU; TR e M acrescentam dos mortos; NU omite
16 P At 23.1 17 q Rm 15.25-28 18 r At 21.27; 26.21 s At 21.26 19 t[At 23.30; 25.16] 20 5 Cf. NU; TR e M se alguma iniqüidade
21 u [At 23.6; 24.15; 28.20] ?2 VAt 9.2; 18.26; 19.9,23; 22.4 XAt 23.26; 24.7 23 z At 23.16; 27.3; 2ª.16 24 a [Jo 3.15; 5.24; 11.25;
12.46; 20.31; Rm 10.9] 26 bEx 23.8 6Cf. NU; TR e M acrescentam para que o soltasse; NU omite 27 eEx 23.2; At 12.3; 23.35; 25.9, 14
CAPÍTULO 25 1 a At 8.40; 25.4,6, 13 2 b At 24.1; 25.15 1 Cf. NU; TR e M o sumo sacerdote 3 e At 23.12, 15 S d At 18.14; 25.18
7 e Me 15.3; Lc 23.2, 1O; At 24.5, 13 81 At 6.13; 24.12; 28.17 9 g At 12.2; 24.27 h At 25.20 11 i At 18.14; 23.29; 25.25; 26.31 f At
26.32; 28.19 14 1At 24.27 15 m At 24.1; 25.2-3 16 n At 25.4-5 2 Lit. entregar; TR e M entregar à destruição
•24.14 eu sirvo ao Deus. Paulo assegurava a Félix que, como judeu, ele seguia •25.4 Festa tinha que proteger Paulo enquanto ele estivesse sob custódia roma-
uma religião protegida por Roma. Como seguidor do "Caminho", Paulo servia "ao na e recusou o pedido dos judeus, salvando Paulo da conspiração deles.
Deus de nossos pais" e cria na ressurreição dos mortos IDn 12.1-2; 1Ts 4.13-18; •25.11 Apelo para César. Temendo que Festa fosse conceder aos judeus os
2Ts 1 8) seus pedidos, Paulo exercitou seu direito, como cidadão romano, de ser julgado
•24.21 ressurreição dos mortos. Paulo fez uma declaração crítica que não per- perante César !Nero) em Roma. Nesta época, Nero estava sob a benevolente in-
tencia à esfera dos interesses políticos romanos, mas à teologia judaica e cristã. fluência do filósofo estóico Sêneca, e ainda não havia mostrado sua hostilidade ao
•24.23 conservasse a Paulo ... com indulgência. Como cidadão romano cujo cristianismo. Paulo podia ter esperança de ser inocentado por César.
caso ainda estava pendente, a Paulo era dada certa liberdade 12816).
•24.24 Drusila. Filha de Herodes Agripa 1112.1-23) e irmã de Herodes Agripa 11 •25.13 rei Agripa. Este era Herodes Agripa li, filho de Agripa 1e bisneto de Hero-
des, o Grande 126.3, nota).
125.13; 26.3, nota) e de Berenice 125.13, nota). Drusila deixou Azizo, rei de Emesa
na Síria, para se casar com Félix. Ela provavelmente tenha morrido junto com seu Berenice. Filha mais velha de Herodes Agripa I, Berenice ficou viúva duas vezes
filho Agripa na erupção do Vesúvio, em Pompéia, em 79 d.C. antes de entrar numa relação incestuosa com seu irmão Herodes Agripa li. Ape-
•24.27 Pórcio Festa. Festa provinha de uma família nobre em Roma. Embora sar do escândalo deste relacionamento, ela era freqüentemente apresentada
Félix tivesse sido ambicioso e mau, Festa era sábio e honrado. como a rainha de Herodes em ocasiões oficiais lp. ex., vs. 13,23).
ATOS 25, 26 1308
seus acusadores e possa defender-se da acusação. 17 De sorte ciência. 4 Quanto à minha vida, desde a mocidade, como de-
que, chegando eles aqui juntos, ºsem nenhuma demora, no correu desde o princípio entre o meu povo e em Jerusalém,
dia seguinte, assentando-me no tribunal, determinei fosse tra- todos os judeus a conhecem; 5 pois, na verdade, eu era co-
zido o homem; 18 e, levantando-se os acusadores, nenhum de- nhecido deles desde o princípio, se assim o quiserem teste-
lito referiram dos crimes de que eu suspeitava. 19 PTraziam munhar, porque vivi fariseu conforme da seita mais severa da
contra ele algumas questões referentes à sua própria religião e nossa religião. 6 eE, agora, estou sendo julgado por causa da
particularmente a certo morto, chamado Jesus, que Paulo afir- esperança Ida promessa que por Deus foi feita a nossos pais,
mava estar vivo. 20 Estando eu perplexo quanto ao modo de in- 7 a qual as gnossas doze tribos, servindo a Deus fervorosa-
vestigar estas coisas, perguntei-lhe se queria ir a Jerusalém para mente de hnoite e de dia, ;almejam alcançar; é no tocante a
ser ali julgado a respeito disso. 21 Mas, havendo Paulo qapela- esta esperança, ó rei, que eu sou acusado pelos judeus. 8 Por
do para que ficasse em custódia para o julgamento de César, que se julga incrível entre vós que Deus ressuscite os mortos?
ordenei que o acusado continuasse detido até que eu o envias- 9 iNa verdade, a mim me parecia que muitas coisas devia eu
se a César. 22 Então, r Agripa disse a Festo: Eu também gostaria praticar 1 contra o nome de 'Jesus, o Nazareno; 10 me assim
de ouvir este homem. Amanhã, respondeu ele, o ouvirás. procedi em Jerusalém. Havendo eu recebido autorização
ndos principais sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas
Festo, de novo, fala a Agripa prisões; e contra estes dava o meu voto, quando os matavam.
23 De fato, no dia seguinte, vindo Agripa e Berenice, com 11 °Muitas vezes, os castiguei por todas as sinagogas, obrigan-
grande pompa, tendo eles entrado na audiência juntamente do-os até a blasfemar. E, demasiadamente enfurecido contra
com oficiais superiores e homens eminentes da cidade, 5 Pau- eles, mesmo por cidades estranhas os perseguia.
lo foi trazido por ordem de Festo. 24 Então, disse Festo: Rei 12 PCom estes intuitos, parti para Damasco, levando auto-
Agripa e todos vós que estais presentes conosco, vedes este rização dos principais sacerdotes e por eles comissionado.
homem, por causa de quem 1toda a multidão dos judeus re- 13 Ao meio-dia, ó rei, indo eu caminho fora, vi uma luz no
correu a mim tanto em Jerusalém como aqui, clamando que céu, mais resplandecente que o sol, que brilhou ao redor de
"não convinha que ele vivesse mais. 25 Porém eu achei que mim e dos que iam comigo. 14 E, caindo todos nós por terra,
vele nada praticara passível de morte; entretanto, xtendo ele ouvi uma voz que me falava em língua hebraica: Saulo, Sau-
apelado para o imperador, resolvi mandá-lo ao imperador. lo, por que me persegues? Dura coisa é recalcitrares contra os
26 Contudo, a respeito dele, nada tenho de positivo que es- aguilhões. ts Então, eu perguntei: Quem és tu, Senhor? Ao
creva ao soberano; por isso, eu o trouxe à vossa presença e, que o Senhor respondeu: Eu sou Jesus, a quem tu persegues.
mormente, à tua, ó rei Agripa, para que, feita a argüição, te- 16 Mas levanta-te e firma-te sobre teus pés, porque por isto te
nha eu alguma coisa que escrever; 27 porque não me parece apareci, qpara te constituir ministro e testemunha, tanto das
razoável remeter um preso sem mencionar, ao mesmo tem- coisas em que me viste como daquelas pelas quais te aparece-
po, as acusações que militam contra ele. rei ainda, 17 2 livrando-te do povo e dos gentios, rpara os quais
eu 3 te envio, 18 spara lhes abrires os olhos e os 1converteres
Paulo discursa perante o rei Agripa das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus, "a
A seguir, Agripa, dirigindo-se a Paulo, disse: É permi-
26 tido que uses da palavra em tua defesa. Então, Paulo,
estendendo a mão, passou a defender-se nestes termos:
fim de que recebam eles remissão de pecados e vherança en-
tre os que são xsantificados 4 pela fé em mim.
19 Pelo que, ó rei Agripa, não fui desobediente à visão ce-
2 Tenho-me por •feliz, ó rei Agripa, pelo privilégio de, lestial, 20 mas zanunciei primeiramente aos de Damasco e em
hoje, na tua presença, poder produzir a bminha defesa de to- Jerusalém, por toda a região da Judéia, e aos gentios, que se
das as e acusações feitas contra mim pelos judeus; 3 mormen- arrependessem e se convertessem a Deus, praticando ªobras
te porque és versado em todos os costumes e questões que há dignas de arrependimento. 21 Por causa disto, alguns judeus
entre os judeus; por isso, eu te peço que me ouças com pa- me prenderam, estando eu no templo, e tentaram matar-me.
e~~~~ ~~~~~~
17°Mt27.19;At256,10 19PAt18.14-15;23.29 21 qAt25.11-12 22rA19.15 23SAt9.15 241At25.2-3,7UAt21.36;
22.22 25 V At 23.9,29; 26.31 X At 25.11-12
CAPÍTULO 26 2 a [1Pe3 14; 4 14] b[1Pe 3.15-16] cAt21.28; 24.5-6 5 dFp 3.5 6 eAt 23.6/At 13.32 7 ng 1.1 h 1Ts3.10 iFp3.11
9j1Tm 1.12-13 1At 2.22; 10.38 1 Ou opostas ou contrárias ao 10 m At 8.1-3; 9.13 n At 9.14 11 o At 22.19 12 P At 9.3-8; 22.6-11;
26.12-18 16 q At 22.15 17 rAt 22.212resgatando-te3Cf. NU EM; TR acrescenta agora; NU e M omitem 18 s1s 35.5; 42.7,16 llPe
2.9 u Lc 1.77 vc1 1.12 x At 20.32 4 colocados à parte 20 z At 9.19-20.22; 11.26 a Mt 3.8; Lc 3.8
•26.3 versado em todos os costumes e questões ... entre os judeus. com os fariseus (Fp 3.5-6). para mostrar a legitimidade de seu judaísmo. Paulo
Como bisneto de Herodes, o Grande, e filho de Herodes Agripa 1, que tinha per- argumentou que Deus havia prometido a ressurreição do corpo. Embora esta
seguido a igreja (12.1-23). Herodes Agripa li (27-100 d.C.) conhecia intimamen- fosse a crença dos judeus em geral e dos fariseus em particular, estava sendo
te as questões judaicas. Embora influente nas questões religiosas judaicas, pois usada como base das acusações contra ele.
tinha autoridade política para designar o sumo sacerdote. Agripa li não era po-
pular entre os judeus por causa de sua relação incestuosa com sua irmã Bereni- •26.12-14 A experiência de Paulo na estrada de Damasco (9.1-19). foi tão im-
ce (25.13. nota). portante que ele a contou duas vezes, uma perante a multidão de judeus em Je-
rusalém (22.6-16) e outra vez diante desta audiência principalmente pagã em
Cesaréia.
•26.5 vivi fariseu ... seita mais severa. Conhecendo o passado de Agripa,
Paulo enfatizou sua dependência no Deus de seus pais (cf. 24.14) e seu vínculo •26.20 Ver 2.38; 3.19 e nota; 17.20; 20.21; nota teológica "Arrependimento".
1309 ATOS 26, 27
ARREPENDIMENTO
At28.20
Arrependimento significa mudança de mente, de modo que os pontos de vista de uma pessoa arrependidi, seus valores,
objetivos e comportamentos são mudados e toda a sua' vida é vivida de um modo diferente. Sua mente, seu discernimento,
sua vontade, suas afeiÇóes, seu comportamento, seu estilo de vida, seus motivos e seus planos, tudo está envolvi® nessa
mudança. Arrepender-se significa começar a viver uma nova vida. , . , :"'º·;·
A chamada ao arrependimento era a convocação fundamental na pregação de João Batista (Mt 3,1), • JeSllS_(_ 4.17),
dos Doze (Me 6.12), de Pedro no Pentecostes (At 2.381, de Paulo aos gentios (At 17 .30; 26.20)e do Cristo~- cinco
das sete igrejas da Ásia (Ap 2.5, 16,22; 3.3, 19). Era parte do resumo feito por Jesus do evangelho que devia ser piewido em
todo o mundo (lc 24.471. Corresponde ao constante apelo dos profetas a Israel para que retomasse a Deus, de quem se tinha
extraviado (p. ex., Jr 23.22; 25.4-5; Zc 1.3-6). Oarrependimento é sempre descrito como o cáminho parà.a'r~de peca-
dos e a testauração do favor de Deus, ao passo que a impenitência é o caminho para a rufna (p. ex., 13:1~8). ·
A fé e o arrependimento são, em si mesmos, frutos da regeneração. Porém, como uma questão prátiea, o à1T81M .. 1Qrneirt1
inseparável da fé~ Voltar-se para Cristo em fé é impossível sem o abandono do pecado pelo arrependimento. A que
pode haver fé salvadora sem arrependimento e de que alguém pode ser justificado apenas aceitando a (;!isto or,
mas recusando-se a aceitá-lo como Senhor, é um erro perigoso. A verdadeira fé reconhece a Cristo conig~/défato, ele é,
isto é, nosso Rei escolhido por Deus, bem como nosso Sacerdote, que Deus nos deu, e a fé que confia nele como Sàfvador, se
submeterá a ele co"'*~énhor também. Recusar isso éprocurar justificação com urna fé impeni~tà, q~~.'14~iíma.
A Confissão de Westminster declara que, no arrependimento, ' '·· ··' ·' ' · ·
•movido pelo reconhecimento e sentimento não só do perigo, mas também da impureza e odiosidade de ~JMIC8dos.
como contrários à santa natureza e justa lei de Deus, e conscientizando-se da misericórdia diviu ~ em
Cristo aos qu• são penitentes, o pecador, pelo arrependimento, de tal maneira sente e abOITece seus ~ que,
deixando-os, se volta para Deus, tencionando e procurando andar com ele em todos os caminhdl de seus
mandamentos· (Confissão de Westminster, XV.2). '"'' ;;.•::yõf,<'
Sentimentos de remorso, auto-reprovação e tristeza pelo pecado gerados pelo temor de punição, sem::~~º ou
decisão de deixar de pecar, não devem ser confundidos com o arrependimento. Davi expressa o verdadeiro a~
no SI 51; revelando em seu coração o propósito sério de não pecar mais e de viver uma vida justa (Lc 3.8; At 26:20fr:

22 Mas, alcançando socorro de Deus, permaneço até ao dia respondeu: ;Assim Deus permitisse que, por pouco ou por mui-
de hoje, dando testemunho, tanto a pequenos como a gran- to, não apenas tu, ó rei, porém todos os que hoje me ouvem se
des, nada dizendo, senão bo que os profetas e cMoisés disse- tomassem tais qual eu sou, exceto estas cadeias.
ram haver de acontecer, 23 disto é, que o Cristo devia padecer
e, e sendo o primeiro da ressurreição dos mortos, /anunciaria Paulo teria sido solto, se não tivesse apelado
a luz ao povo e aos gentios. para César
30 A essa altura, levantou-se o rei, e também o governador,
Paulo é interrompido por Festo e Berenice, bem como os que estavam assentados com eles;
24 Dizendo ele estas coisas em sua defesa, Festa o interrom- 31 e, havendo-se retirado, falavam uns com os outros, dizen·
peu em alta voz: gEstás louco, Paulo! As muitas letras te fazem do: iEste homem nada tem feito passível de morte ou de pri-
delirar! 25 Paulo, porém, respondeu: Não estou louco, ó exce- são. 32 Então, Agripa se dirigiu a Festa e disse: Este homem
lentíssimo Festa! Pelo contrário, digo palavras de verdade e de bem podia ser 1solto, mse não tivesse apelado para César.
bom senso. 26 Porque tudo isto hé do conhecimento do rei, a
quem me dirijo com franqueza, pois estou persuadido de que
nenhuma destas coisas lhe é oculta; porquanto nada se passou
em algum lugar escondido. 27 Acreditas, ó rei Agripa, nos pro-
2 7 Quando
Paulo enviado para a Itália
ªfoidecidido que navegássemos para a Itá-
lia, entregaram Paulo e alguns outros presos a um
fetas? Bem sei que acreditas. 28 Então, Agripa se dirigiu a Paulo centurião chamado Júlio, da Coorte Imperial. 2 Embarcando
e disse: Por pouco me persuades a me fazer cristão. 29 Paulo num navio adramitino, que estava de partida para costear a

• 22 bLc 24.27; At 24, 14; 2R23; Rm 3,21 eJo 5.46 23 áLc 24,26 e 1Co15,20,23; CI l, 18; Ap 1,5 /Is 42,6; 49,6; Lc 2.32; 2Co 4.4 24 g2Rs
9, 11; Jo 10.20; [1Co 1.23; 2.13-14; 4,1 O] 26 h At 26,3 29 i1Co n 31iAt23,9,29; 25.25 32 1At28.18 mAt 25, 11
CAPITULO 27 1 a At 25, 12,25
•26.23 Cristo devia padecer... ressurreição dos mortos. Os judeus tinham •26.28 Por pouco me persuades a me fazer cristão. O rei estava usando
dificuldade para aceitar a idéia de que o Messias iria sofrer e morrer. Jesus e seus uma tática para retardar. argumentando que um discurso de meia hora era insufi-
discípulos ensinaram esta doutrina a partir das Escrituras (17,2·3; Lc 24,27; 1Co ciente para torná-lo um cristão, No século 1, "cristão" (cf. 11.26) era provavelmen-
15.3-4) e ainda assim os judeus a rejeitaram, prenderam Paulo e queriam matá·lo, te um termo de desprezo 11Pe4, 16),
•26.27 Acreditas... nos profetas. Agripa estava diante de um dilema: se dis· •27 .2 adramitino. De Adramítio. na costa entre Trôade e Pérgarno,
sesse não. iria enraivecer os judeus; se dissesse sim, iria perder prestígio, porque estava de partida. Este capítulo está cheio de termos e direções náuticas, evi-
Paulo pediria a ele que cresse no evangelho, dência de que o autor era testemunha ocular.
ATOS 27 1310
Ásia, fizemo-nos ao mar, indo conosco b Aristarco, macedô- balhosa, com dano e muito prejuízo, não só da carga e do na-
nio de Tessalônica. 3 No dia seguinte, chegamos a Sidom, e vio, mas também da nossa vida. 11 Mas o centurião dava mais
Júlio, ctratando Paulo com humanidade, permitiu-lhe ir ver crédito ao piloto e ao mestre do navio do que ao que Paulo di-
os amigos e obter assistência. 4 Partindo dali, navegamos sob zia. 12 Não sendo o porto próprio para invernar, a maioria deles
a proteção de Chipre, por serem contrários os ventos; s e, ten- era de opinião que partissem dali, para ver se podiam chegar a
do atravessado o mar ao longo da Cilícia e Panfi1ia, chegamos Fenice e aí passar o inverno, visto ser um porto de Creta, o qual
a Mirra, na Lícia. 6 Achando ali o centurião dum navio de Ale- olhava para o nordeste e para o sudeste.
xandria, que estava de partida para a Itália, nele nos fez em- 13 Soprando brandamente o vento sul, e pensando eles ter
barcar. 7 Navegando vagarosamente muitos dias e tendo alcançado o que desejavam, levantaram âncora e foram coste-
chegado com dificuldade defronte de Cnido, não nos sendo ando mais de perto a ilha de Creta. 14 Entretanto, não muito
permitido prosseguir, por causa do vento contrário, navega- depois, desencadeou-se, do lado da ilha, um tufão de vento,
mos sob a proteção de ecreta, na altura de Salmona. B Coste- chamado 2 Euroaquilão; 15 e, sendo o navio arrastado com vio-
ando-a, penosamente, chegamos a um lugar chamado Bons lência, sem poder resistir ao vento, cessamos a manobra e nos
Portos, perto do qual estava a cidade de Laséia. 3fomos deixando levar. 16 Passando sob a proteção de uma
ilhota chamada 4 Cauda, a custo conseguimos recolher o bote;
Os perigos da viagem 11 e, levantando este, usaram de todos os meios para cingir o
9 Depois de muito tempo, tendo-se tomado a navegação pe- navio, e, temendo que dessem na Sirte, arriaram os aparelhos,
rigosa, !e já passado o tempo do 1 Dia do Jejum, admoestava-os e foram ao léu. 18 Açoitados severamente pela tormenta, no
Paulo, 10 dizendo-lhes: Senhores, vejo que a viagem vai ser tra- dia seguinte, já aliviavam o navio. 19 E, ao terceiro dia, gnós

e~
2 bAt 19.29
-----~-- -~~-

3 CAt 24.23; 28.16 6 dAt 28.11 7 eAt 2.11, 27.12,21; Tt 1.5, 12 9/Lv 16 29-31, 23.27-29; Nm 297 1Lit ojejum, o Dia
da Expiação (Lv 16). entre fins de setembro e meados de outubro 14 2 Ct. NU, Gr euroc/ydon. vento nordeste; TR e M. Gr euro/ydon. vento
sudeste que levanta grandes ondas 1S 3 fomos à deriva 16 4 Ct. NU; TR e M Clauda 19 g Jn 1.5
conosco Aristarco. Paulo tinha dois companheiros com ele: Lucas como seu •27 .11-12 Ocapitão e o proprietário queriam alcançar o porto de Fênix, maior e
médico (CI 4.14) e Aristarco (CI 4.1 O; Fm 24) de Tessalônica, provavelmente seu mais seguro, a 64 km a oeste. mas ao ir em direção oeste, passado o Cabo Ma-
assistente. laia, o navio estaria exposto a ventos de noroeste.
•27 .3 chegamos a Sidom. Um porto no Mediterrâneo oriental, hoje no Líbano. •27 .17 usaram de todos os meios. Por causa do perigo de violentas tempes-
•27 .4 a proteção de Chipre. Isto é, logo abaixo do ponto oriental da ilha, para tades no Mediterrâneo. antigas embarcações carregavam cordas para reforçar o
estar protegidos dos ventos ocidentais do verão e do outono. casco e. numa emergência, amarravam-nas em volta delas. pelos lados.
•27 .5 ao longo da Cilícia e Panfília. O navio subiu a costa síria, passou por arriaram os aparelhos. Temendo que pudessem ser arrastados para Sirte (uma
Antioquia da Síria e depois foi a oeste para Mirra. Mirra era um importante região de areias perto das atuais Líbia e Tunísia). os marinheiros arriaram as velas.
porto de parada para navios graneleiros que navegavam entre Alexandria e A descrição em grego pode também significar que eles baixaram a âncora para
Roma. diminuir a velocidade do navio.

Mar Negro

Indo para Roma


(Quarta viagem
de Paulo:
At 27.1-28.16)
Após a terceira viagem
missionária, Paulo discutiu
com os judeus em Jerusalém,
os quais o acusaram de profa-
nar o templo (At 21.26-34).
Ele foi posto sob custódia ro-
ma na em Cesaréia durante
Mar Mediterrâneo dois anos, mas, após apelar a
César, foi enviado por navio a
Roma. Depois de deixar a ilha
de Creta, os companheiros de
Paulo naufragaram em Malta
devido à uma forte tempesta-
0 aoo mi de. Três meses depois, ele fi-
,____.....,_..., ....._ __,, nalmente chegou à cidade
õ 300 km
~-----------------------=--_,._..___....._____ _ J imperial.
1
1311 ATOS 27, 28 1

mesmos, com as próprias mãos, lançamos ao mar a armação do comer. 36 Todos cobraram ânimo e se puseram também a
nã'J\I). 2.0 E, nãl) â\)ãrecendo, havia já alguns dias, nem sol nem comer. 37 Estávamos no navio duzentas e setenta e seis ºpes-
estrelas, caindo sobre nós grande tempestade, dissipou-se, afi- soas ao todo. 38 Refeitos com a comida, aliviaram o navio,
nal, toda a esperança de salvamento. lançando o trigo ao mar.
21 Havendo todos estado muito tempo sem comer, Paulo, 39 Quando amanheceu, não reconheceram a terra, mas
pondo-se em pé no meio deles, disse: Senhores, na verdade, avistaram uma enseada, onde havia praia; então, consulta-
era preciso terem-me atendido e não partir de Creta, para evi- ram entre si se não podiam encalhar ali o navio. 40 7 Levan-
tar este dano e perda. 22 Mas, já agora, vos aconselho 5 bom tando as âncoras, deixaram-no ir ao mar, largando também as
ãnimo, porque nenhuma vida se perderá de entre vós, mas amarras do leme; e, alçando a vela de proa ao vento, dirigi-
somente o navio. 23 hPorque, esta mesma noite, um anjo de ram-se para a praia. 41 Dando, porém, 8 num lugar onde duas
Deus, de quem eu sou e 'a quem sirvo, esteve comigo, 24 di- correntes se encontravam, Pencalharam ali o navio; a proa
zendo: Paulo, não temas! É preciso que compareças perante encravou-se e ficou imóvel, mas a popa se abria pela violência
César, e eis que Deus, por sua graça, te deu todos quantos na- do mar. 42 O parecer dos soldados era que matassem os pre-
vegam contigo. 25 Portanto, senhores, tende bom ânimo! sos, para que nenhum deles, nadando, fugisse; 43 mas o cen-
iPois eu confio em Deus que sucederá do modo por que me turião, querendo salvar a Paulo, impediu-os de o fazer; e
foi dito. 26 Porém 1é necessário que vamos dar a uma ilha. ordenou que os que soubessem nadar fossem os primeiros a
lançar-se ao mar e alcançar a terra. 44 Quanto aos demais, que
O naufrágio se salvassem, uns, em tábuas, e outros, em destroços do na-
27 Quando chegou a décima quarta noite, sendo nós bati- vio. E foi assim qque todos se salvaram em terra.
dos de um lado para outro no mar Adriático, por volta da meia-
noite, pressentiram os marinheiros que se aproximavam de A ilha de Malta
alguma terra. 28 E, lançando o prumo, acharam vinte braças;
passando um pouco mais adiante, tornando a lançar o prumo,
28 Uma vez em terra, verificamos que ªa ilha se chamava
Malta. 2 Os bbárbaros 1 trataram-nos com singular hu-
acharam quinze braças. 29 E, receosos de que fôssemos atira- manidade, porque, acendendo uma fogueira, acolheram-nos a
dos contra lugares rochosos, lançaram da popa quatro ânco- todos por causa da chuva que caía e por causa do frio. 3 Tendo
rase 6 oravam para que rompesse o dia. 30 Procurando os Paulo ajuntado e atirado à fogueira um feixe de gravetos, uma
marinheiros fugir do navio, e, tendo arriado o bote no mar, a vibora, fugindo do calor, prendeu-se-lhe à mão. 4 Quando os
pretexto de que estavam para largar âncoras da proa, 31 disse bárbaros viram a víbora pendente da mão dele, disseram uns
Paulo ao centurião e aos soldados: Se estes não permanece- aos outros: Certamente, este homem é assassino, porque, salvo
rem a bordo, vós não podereis salvar-vos. 32 Então, os solda- do mar, a Justiça não o deixa viver. 5 Porém ele, sacudindo o
dos cortaram os cabos do bote e o deixaram afastar-se. réptil no fogo, e não sofreu mal nenhum; 6 mas eles esperavam
33 Enquanto amanhecia, Paulo rogava a todos que se alimen- que ele viesse a inchar ou a cair morto de repente. Mas, depois
tassem, dizendo: Hoje, é o décimo quarto dia em que, espe- de muito esperar, vendo que nenhum mal lhe sucedia, mudan-
rando, estais sem comer, nada tendo provado. 34 Eu vos rogo do de parecer, ddiziam ser ele um deus.
que comais alguma coisa; porque disto depende a vossa segu-
rança; mpois nenhum de vós perderá nem mesmo um fio de Públio hospeda a Paulo
cabelo. 35 Tendo dito isto, tomando um pão, ndeu graças a 7 Perto daquele lugar, havia um sítio pertencente ao 2 ho-
Deus na presença de todos e, depois de o partir, começou a mem principal da ilha, chamado Públio, o qual nos recebeu e

• 2-; 5aterd~sc~ragem--;; hAt 189; 23-~;;~ 4~ iD~ 6 ;-Rm ~~; 2T~~


2SJLc 145; ~
4-;21; ;m~1~1-; 26-~~;81 -~º~
29 6 Ou pediam, rogavam ou dese;avam que, faziam votos de que 34 m lRs 1.52; [Mt 10.30; Lc 12.7; 21.18] 35 n 1Sm 9.13; Mt 15.36;
Me 8 6; Jo 6.11, [1Tm 43-4] 37 o At 241. 7.14; Rm 13.1, 1Pe 3.20 40 7 Desprendendo 41 P 2Co 11.25 8 Em um recife 44 q At
27 72,31
CAPÍTUL028 1 ªAt27.26 2bAt284;Rm114;1Co14.11,Cl3.11 INativosdailha scMc16.18;Lc10.19 6dAt12.22;14.11
7 2 Magistrado
•27 .24 deu todos quantos ... contigo. Em sua bondade, Deus salvou todos que 29 km e está 96 km ao sul da Sicília e 256 km a nordeste de Cirene, no Norte da
estavam no navio. África.
•27 .26 a uma ilha. A ilha de Malta, ao sul da Sicília. •28.3-5 Por terem sangue frio, as cobras podem tornar-se rígidas e sem movi-
•27.34 nenhum de vós perderá nem mesmo um fio de cabelo. Deus está mento no clima frio, e Paulo deve ter pego a serpente junto com os gravetos.
no controle dos mínimos detalhes da vida (Lc 21.18) Alguns sugerem que a serpente não era venenosa, mas a palavra grega traduzida
•27 .37 no navio duzentas e setenta e seis pessoas. Este número de passa- por "víbora", no v. 4, é usada para designar animais perigosos e cobras veneno-
geiros numa antiga embarcação marítima não era incomum. Alguns navios desse sas, e há pouca razão para duvidar da identificação pelos ilhéus da cobra como
período podiam carregar consideravelmente mais. sendo venenosa.
•27 .41 Dando... num lugar onde duas correntes se encontravam. Este é o •28.6 mudando de parecer. Existe alguma ironia na reavaliação que os ilhéus
estreito canal na Baía de São Paulo entre Malta e a ilha de Salmonela, onde as fizeram do caráter de Paulo~ de um assassino destinado à morte para o de um
correntes criam bancos de areia. Este tipo de detalhe náutico indica que Lucas foi deus. Isto relembra os eventos de Listra, onde primeiro o povo aclamou Paulo e
uma testemunha ocular do evento. Barnabé como deuses, e então apedrejaram Paulo quase até à morte (14.11-20).
•28.1 Malta. A antiga Malta (o nome significa "um lugar de refúgio") foi po- •28. 7 homem principal ... Públio. Otávio Augusto instalou um governador ro-
voada pelos fenícios que chegaram ali cerca de 1000 a.C. Malta mede 13 por mano em Malta que, de acordo com as inscrições, era o "principal homem sobre
ATOS 28 1312
hospedou benignamente por três dias. BAconteceu achar-se e foi assim que nos dirigimos a Roma. 15 Tendo ali os irmãos
enfermo de disenteria, ardendo em febre, o pai de Públio. Pau· ouvido notícias nossas, vieram ao nosso encontro até à Praça
lo foi visitá-lo, e, e orando, /impôs-lhe as mãos, e o curou. 9À de Ápio e às Três Vendas. Vendo-os Paulo e dando, por isso,
vista deste acontecimento, os demais enfermos da ilha vie- graças a Deus, sentiu-se mais animado.
ram e foram curados, 10 os quais nos distinguiram com muitas
8homarias; e, tendo nós de prosseguir viagem, nos puseram a Paulo em Roma
bordo tudo o que era hnecessário. 16 Uma vez em Roma, foi permitido a 'Paulo morar por sua
conta, tendo em sua companhia o soldado que o guardava.
A continuação da Viagem 17Três dias depois, ele convocou os principais dos judeus
11 Ao cabo de três meses, embarcamos 'num navio alexan- e, quando se reuniram, lhes disse: Varões irmãos, mnada ha-
drino, que invernara na ilha e tinha por emblema 3Dióscuros. vendo feito contra o povo ou contra os costumes paternos,
12 Tocando em Siracusa, ficamos ali três dias, 13 donde, borde· contudo, nvim preso desde Jerusalém, entregue nas mãos dos
jando, chegamos a Régio. No dia seguinte, tendo soprado ven· romanos; 18 os quais, ºhavendo-me interrogado, quiseram
to sul, em dois dias, chegamos a Putéoli, 14 onde achamos soltar-me sob a preliminar de não haver em mim nenhum cri·
alguns /irmãos que nos rogaram ficássemos com eles sete dias; me passível de morte. 19 Diante da oposição dos 4 judeus,

• 8 e At 9.40; [Tg 5.14-15] /Mt 9.18; Me 5.23; 6.5; 7.32; 16.18; Lc 4.40; At 19.11-12; [1Co 12.9,28] 10 gMt 15.6; 1Tm 5.17 h [Fp 4.19]
11 i At 27.6 3 Lit. filhos de Zeus, Castor e Pólux, filhos gêmeos de Zeus (Júpiter) e Leda, aos quais se atribuía a proteção aos marinheiros, cujo
símbolo era utilizado nas embarcações 14/Rm 1.8 16 1At 23.11; 24.25; 27.3 17 m At 23.29; 24.12-13; 26.31 n At 21.33 18 o At
22.24; 24.1 O; 25.8; 26.32 19 4 Autoridades judaicas
toda a municipalidade de Malta". Isto encaixa bem na descrição que Lucas faz de ques febris. A doença tem sido diagnosticada em tempos modernos como sendo
Públio como sendo o "homem principal da ilha". Públio mostrou aos visitantes febre de Malta, causada pelo leite das cabras maltesas.
hospitalidade em sua propriedade na ilha. •28.16 morar por sua conta ..• guardava, Sob prisão domiciliar. Paulo morava
em sua própria casa alugada. Ali ele podia receber seus amigos e ministrar para
•28.8 enfermo de disenteria ... febre. A palavra grega sugere repetidos ata- grupos tais como os judeus romanos.

O ministério do apóstolo Paulo (28.31) 1

Origem: Tarso, na Cilícia (At 22.3)


Tribo de Benjamim (Fp 3.5)

Treinamento: Aprendeu a arte de fazer tendas (At 18.3)


Estudou com Gamaliel (At 22.3)

Religião Anterior: Hebreu e fariseu (Fp 3.5)


Perseguidor dos cristãos (At 8. 1-3; Fp 3.6)

Salvação: Encontrou o Cristo ressurreto no caminho de Damasco (At 9.1-8)


Cheio do Espírito Santo e batizado em uma rua chamada Direita
(At9.17-18; 22.12-16)
Chamado às Missões: A igreja de Antioquia foi ordenada pelo Espírito Santo a enviar Paulo
em uma missão (At 13.1-3)
Levou o evangelho aos gentios (GI 2.7-10)
Eventos: Falou em favor da igreja de Antioquia no concílio de Jerusalém
(At 15.1-4,12)
Opôs-se a Pedro (GI 2.11-21)
Disputou com Barnabé sobre João Marcos (At 15.36-41)
Realizações: Três extensas viagens missionárias (At 13-20)
Fundou várias igrejas na Ásia Menor, na Grécia e, possivelmente, na
Espanha (Rm 15.24,28)
Escreveu cartas a várias igrejas e a vários indivíduos, que agora formam
uma quarta parte do nosso Novo Testamento
Final de Sua Vida: Após ser preso em Jerusalém, foi enviado a Roma (At 21.27; 28, 16-31)
De acordo com a tradição cristã, foi solto da prisão e empreendeu
trabalho missionário adicional. Foi preso novamente em Roma e
decapitado num local fora da cidade.
1313 ATOS 28
Psenti-me compelido a apelar para César, não tendo eu, po- 5
palavras: Bem falou o Espírito Santo a vossos pais, por inter-
rém, nada de que acusar minha nação. 20 Foi por isto que vos médio do profeta Isaías, quando disse:
chamei para vos ver e falar; porque é qpela esperança de Isra- 26 xvai a este povo e dize-lhe: De ouvido, ouvireis e não
el que estou preso com 'esta cadeia. 21 Então, eles lhe disse- entendereis; vendo, vereis e não percebereis.
ram: Nós não recebemos da Judéia nenhuma carta que te 27 Porquanto o coração deste povo se tornou endureci-
dissesse respeito; também não veio qualquer dos irmãos que do; com os ouvidos ouviram tardiamente e fecharam os
nos anunciasse ou dissesse de ti mal algum. 22 Contudo, gos- olhos, para que jamais vejam com os olhos, nem ouçam
taríamos de ouvir o que pensas; porque, na verdade, é corren- com os ouvidos, para que não entendam com o coração,
te a respeito desta seita que, por toda parte, 5 é ela impugnada. e se convertam, e por mim sejam curados.
28 Tomai, pois, conhecimento de que esta salvação de Deus
Paulo prega em Roma foi enviada 2 aos gentios. E eles a ouvirão. 29 6 [Ditas estas pala-
23 Havendo-lhe eles marcado um dia, vieram em grande vras, partiram os judeus, tendo entre si grande contenda.]
número ao encontro de Paulo na sua própria residência.
Então, desde a manhã até à tarde, 1lhes fez uma exposição Paulo prisioneiro durante dois anos
em testemunho do reino de Deus, procurando persuadi-los a 30 Por dois anos, permaneceu Paulo na sua própria casa,
respeito de Jesus, "tanto pela lei de Moisés como pelos profe- que alugara, onde recebia todos que o procuravam, 31 ªpre-
tas. 24 Houve valguns que ficaram persuadidos pelo que ele gando o reino de Deus, e, com toda a intrepidez, sem impedi-
dizia; outros, porém, continuaram incrédulos. 25 E, havendo mento algum, ensinava as coisas referentes ao Senhor Jesus
discordância entre eles, despediram-se, dizendo Paulo estas Cristo.

- - - -· - ---=-=-=-

PAt 25.11,21,25 20 q At 26.6-7 r At 26.29; Ef 3.1, 4.1; 6.20; 2Tm 1.8,16; Fm 10, 13 22 Slc 2.34; At 24.5,14; [1Pe 2.12; 3.16; 4.14, 16]
23 ILc 24.27; [At 17.3; 19 8] "At 26.6,22 24 VAt 14.4; 19.9 25 5Cf. NU; TR e Mnossos 26 x1s 6.9-10; Jr 5.21; Ez 12.2; Mt 13.14-15;
Me 4.12; Lc 8.1 O; Jo 12.40-41, Rm 11.8 28 z1s 42.1,6; 49.6; Mt 21.41; Lc 2.32; Rm 11.11 29 6 Conteúdo dos colchetes conforme TR e
M; NU omite 31 •At4.31, Ef6.19
•28.30-31 De 60 a 62 d.C., Paulo esteve sob prisão domiciliar pregando e ensi- 1.18; 4.12; Trôade, 2T m 4.13; Mileto, ZTm 4.20). Possivelmente ele foi até a
nando a qualquer um que quisesse ouvir. Seu assunto pode ser resumido como o Espanha (Rm 15.23-24,28), como o escrito do século I que /Clemente parece in-
reino de Deus e Jesus Cristo. No final de Atos, Paulo ainda não tinha sido julgado dicar. Em cerca de 67 d.C., Paulo foi preso novamente por Nero e executado. Em
perante Nero, como o Senhor disse que iria acontecer (27.24). Parece que Paulo 2T m 4.6-8, Paulo prevê o fim de sua vida.
esperava ser inocentado e solto (Fp 1.25; 2.24; Fm 22). Isto deve ter ocorrido an-
tes de 64 d.C., quando Nero incendiou Roma e acusou os cristãos desse crime. •28.31 com toda a intrepidez, sem impedimento algum. Para Paulo, Lucas e
Quando solto, Paulo parece ter retomado seu ministério, )ndo até a Grécia (Nicó- todos que vieram depois, a mensagem sobre Jesus e o glorioso reino de Deus de-
polis, Tt 3.12; Tessalônica, 2Tm 4.10). Creta (Tt 1.5) e Asia Menor (Efeso, 2Tm veria seguir em frente em triunfo.

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