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A FIDELIDADE E AS

FRUSTRAÇÕES
MINISTERIAIS
DO OBREIRO
UMA SELEÇÃO DOS MELHORES
ARTIGOS DE 25 ANOS DE ESTUDOS DE
GORDON D. FEE
N esta obra, tem o s a oportunidade de vislum brar 2 5 anos da produção intelectual
de um dos m aiores estudiosos p en teco stais do Novo Testam ento da atualidade, Gordon Fee.
S ã o 21 artigos de estud o s textuais, exegéticos e teológicos sob re a s m ais v aria d a s p assag en s
do Novo Testam ento. S ão estu d o s prim orosos que d em o nstram o domínio que Fee tem na
ta re fa exegética e ilustram o objetivo da exegese a serviço da com unidade cristã.

PARA QUÊ?
21 ESTUDOS TEXTUA
GORDON D. FEE
EXEGÉTICOS E TEOLÓG é professor em érito de Estudos do
Novo Testamento no Regent College,
DO NOVO TESTAMEN em Vancouver, C anadá. Além de
destacada atuação como estudioso
do Novo Testamento, tendo publicado
vários livros e artigos em seu cam po
de especialização, a critica textual, é
tam bém reconhecido como profes­
sor e orador brilhante.

g o r d o n d. I

noa 0 8 0 0 0 21 7 3 73
www.cpad.com.br
CB4
CAPTA DA CPAD

Evangelismo,
teologia, família
e ministério
em foco
m dos enfoques da nova revista O breiro Aprovado,

RONALDO R. DE SO UZA
D ire to r-e x e c u tiv o d a CPAD
U como adiantamos na edição passada, é a evangelização,
o crescimento da Igreja. Nesta edição, essa temática, sem
fazer entrar em detrimento as demais que compõem o
perfil da revista, têm um destaque todo especial.
A começar do entrevistado desta edição, o pastor Raul Cavalcanti,
líder da Assembléia de Deus em Imperatriz (MA) e presidente da
Comissão de Evangelismo e Discipulado da Convenção Geral das
Assembléias de Deus no Brasil (CGADB). Ele fala sobre os projetos
de evangelização que tem implementado em sua região e também
sobre a grande mobilização evangelística em nível nacional que a
CGADB estará promovendo em maio do ano que vem. Destaque
também para as matérias da seção "Avançando o Reino de Deus",
Em abril,
que aborda trabalhos evangelísticos que têm dado resultado nas
tivem os uma ADs em Florianópolis e Tauá (CE).
assem bléia geral Em ab ril, tivem os um a assem bléia geral ordinária e outra
ordinária e outra extraordinária da CGADB na cidade de Belém do Pará, com im ­
portantes decisões para a denominação. Saiba tudo nas páginas
extraordinária 12 a 16 desta edição.
da CCA D B na Por fim, queremos destacar ainda os artigos de Teologia, Lide­
cidade de Belém rança e Família desta edição: pastor Osiel Gomes (MA) fala sobre
as divergências de tradução da Bíblia e a fidedignidade do texto
do Pará, com bíblico; o pastor Carlos Kléber Maia (RN) discorre sobre Armínio e
im portantes a Doutrina da Eleição; pastor W agner Gaby (PR) aborda a integri­
d ecisõ es para a dade moral e espiritual do líder; e o pastor Elinaldo Renovato (RN)
fala sobre ter sucesso no ministério sem perder a família. Temos
denom inação também um artigo devocional do pastor Gil Monteiro (RJ) acerca
da fidelidade do obreiro e suas frustrações ministeriais.
Crem os que o conteúdo desta edição será bênção para a sua
vida. Portanto, boa leitura e até a nossa próxima edição!
07. ENTREVISTA
Pastor Raul Cavalcante Batista
Líder da Assembléia de Deus em Imperatriz (MA) e da Comissão de Evangelismo e Discipu-
Presidente da Convenção Geral
José Wellington Costa Junior lado da CGADB fala sobre projetos de evangelização e ad Mobilização Evangelística Nacional
Presidente do Conselho
Administrativo
José Wellington Bezerra da Costa
72. REPORTAGEM
CGADB realiza AGO e AGE no berço do pentecostalism o no Brasil
Diretor-executivo
Ronaldo Rodrigues de Souza Milhares de obreiros de todo o país marcam presença juntamente com suas esposas e
Editor-Chefe
filhos no conclave marcado pela análise de projetos e a ministração da Palavra
Silas Daniel

Editor
Eduardo Araújo
78. TEOLOGIA
A s divergências de tradução da Bíblia e a fidedignidade
Gerente Financeiro
Josafá Franklin Santos Bomfim do texto bíblico
Gerente de Produção e Arte
O pastor e teólogo Osiel Gomes fala acerca a utilidade das diversas traduções
Jarbas Ramires Silva existentes no Brasil da Bíblia Sagrada
Gerente de Publicações
Alexandre Claudino Coelho
22. TEOLOGIA
Gerente Comercial Armínio e a Doutrina da Eleição
Cícero da Silva
O pastor e teólogo Carlos Kléber Maia discorre sobre a Doutrina da Eleição à luz da
Chefe do Setor de Arte e Design
Wagner de Almeida Bíblia, a partir dos escritos do teólogo holandês Jacó Armínio
Projeto Gráfico
Fábio Longo
27. RESENHA
Diagramação O Discipulado Eficaz e o Crescimento da Igreja, de Rayfran Batista;
Leonardo Engel
e Equilíbrio Emocional, da Dra. Elaine Cruz
Ilustrações
Banco de Imagens Shutterstock
Fotografia 2 8 . LIDERANÇA
Arquivo (CPAD) A integridade moral e espiritual do líder
TELEMARKETING O pastor Wagner Gaby, líder da AD em Curitiba (PR), fala sobre esse tema vital para a vida
(2" a 6“ das 8h às 18lt e aos sábados do obreiro cristão
das 8h às Hht
Rio de Janeiro: (2 1 ) 3 1 7 1 -2 7 2 3
Demais localidades: 0800-021-7373
(ligação gratuita)
3 4 . AVANÇANDO O REINO DE DEUS 1
• Atendim ento a Igrejas - ram al 2 Evangelism o aliado ao social em Florianópolis (SC)
• Atendimentos a colportores e seminaristas
ramal 3 Projeto Ide tem vários canais de evangelização que atuam na capital catarinense
• Atendim ento a Livreiros - ram al 4
• Atendim ento a pastores e demais consumidores
- ramal 5
• SAC tServiço d e Atendimento ao Clientet -
ramal 6 3 8 . AVANÇANDO O REINO DE DEUS 2
LIV RA RIA VIRTUAL: Projetos “Tauá para Cristo” e o “Culto do Filho Pródigo”
www.cpad.com.br
Ouvidoria: ouvidoria@cpad.com.br
Assembleianos do interior do Ceará conquistam e discipulam vidas para Cristo por
PAGAMENTO - A CPAD não mantém ne­ meio de ações específicas
nhum tipo de pessoa, representante ou vendedor
de assinaturas autorizado a receber diretamente
do cliente. O pagamento de assinaturas deve ser
feito por meio de boletos em agências bancárias
ou através de cartão de credito. 4 3 . FAMÍLIA E MINISTÉRIO
O BREIR O Revista evangélica trimestral, A família com o apoio ao ministério
criada em outubro de 19//. editada pela
Casa Publicadora das Assembléias de Deus, é O pastor Elinaldo Renovato de Lima, líder da Assembléia de Deus em Parnamirim (RN),
destinada à liderança pentecostal de modo geral.
Registrada sob n." 007.022.328, conforme Lei fala sobre a importância da família na vida do obreiro
de Imprensa.
A correspondência para publicação deve ser
endereçada ao Departamento de Jornalismo e
as remessas de valor (pagamento de assinatura,
publicidade etc.) exclusivamente à CPAD. A
direção é responsável perante a Lei por toda
47. DEVOCIONAL
matéria publicada. Perante a Igreja, os artigos A fidelidade do obreiro e su as frustrações m inisteriais
assinados são de responsabilidade de seus autores,
não representando necessariamente a opinião da O pastor Gil Monteiro (RJ) discorre acerca dos obstáculos que surgem ao longo da
revista. Assegura-se a publicação, apenas, das
colaborações solicitadas. caminhada do obreiro na Seara do Mestre
Casa Publicadora das Assembléias de Deus
At’. Brasil 34.401, Bangu
Cep 21852-002, Rio d e Janeiro. RI
Tels.: (21) 2406-7373 / 2406-7413
Fax: 2406.7370
M EN SAGEN S

R e c la m e s da
A ss e m b lé ia d e D eu s
Eu aprecio a revista Obreiro Aprovado pelo
qualidade de seu conteúdo direcionado aos
obreiros. Através de seus artigos, encontramos
F o rm a çã o d o s o b re iro s não apenas uma indicação à conduta cristã, mas
também um direcionamento quanto aos reclames
O que tenho a dizer sobre a revista Obreiro da Assembléia de Deus no Brasil e seu testemunho
Aprovado? Trata-se de um periódico que só entre seus irmãos e a sociedade.
acrescenta em informação teológica, sendo
indispensável para todo obreiro preocupado em Cristiano Medeiros, Içara (SC)
reciclar seus conhecimentos dentro da Palavra de
Deus. Recomendo e acrescento a sua importância
na formação de novos obreiros dispostos a

anunciar a salvação em Cristo Jesus.

Pr José Martins do Amarante, São Luiz Gonzaga (RS)

Quer também
mandar sua
mensagem?
Então escreva para a revista Obreiro
Aprovado. Pode enviar sua mensagem
para o email obreiro^cpad.com.br
ou, se preferir, enviar sua carta para
o endereço Avenida Brasil, 34.401,
Bangu, Rio de Janeiro (RJ)
' CEP 21852-002.
E s p e ra m o s o seu c o n ta to !
C o n teú d o útil p ara s e u s le ito re s
A revista Obreiro Aprovado tem um
conteúdo atualizado e que torna-se útil para
os seus leitores, considerando que os obreiros
absorvem informações imporantes para o seu A b ra n g ê n cia por to d o o p aís
amadurecimento e, consequentemente, sua melhor Esta revista aborda temas atuais, fator que
atuação na Seara do Mestre. 5 facilita a sua abrangência por todo o país. O
Pr Celso Gregário de Lima, Sena Madureira (AC) novo design também é digno de nota, bem
elaborado.
CARTA A LIDERANÇA PENTECOSTAL

Deus muitas
vezes escolhe
os mais simples
para servir no
ministério
rezados irmãos, se analisarmos atentamente o conteúdo

PR. JO S É WELLINGTON
P de 2 Timóteo 2.15, vamos extrair dele pelo menos três
temas que nos farão corresponder com a expectativa de
nossa escolha para compor o corpo ministerial da Casa
do Senhor: apresentar-se aprovado, não ter do que se envergonhar e
manejar bem a Palavra da Verdade. No mais, Cristo declarou em seu
COSTA JUNIOR último discurso aos discípulos, em João 15.16: "Não me escolhestes
P re sid e n te da Convenção vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades
G eral das A ssem bléias de
e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto
Deus no Brasil
em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda". Você foi escolhido
pelo Senhor Jesus Cristo.
O Senhor é quem transforma a vida do ser humano, levanta
aquele que está desanimado, além de garantir a nossa vocação
ministerial. Mas eu pergunto: quais são os critérios que o Se­
nhor Jesus Cristo aplica na escolha da pessoa que vai servi-lO?
O Senhor Não consigo entender este processo plenamente, mas quando
é quem lembramo-nos do início do ministério terreno do Senhor, após o
transform a seu batismo pelas mãos de João Batista, aprendemos um pouco.
A Bíblia diz que a Santa Trindade manifestou-se ali: Jesus ao
a vida do ser sair das águas do Jordão, o Espírito Santo em forma corpórea
hum ano, levanta de pomba que pousa sobre o Messias, e o Pai, que diz: "Tu és o
aquele que está meu Filho amado em quem me com prazo" (Mc 1.11). A presença
da Trindade naquele momento confirma o ministério do Senhor
desanim ado, Jesus Cristo. Depois disso, o Filho de Deus foi ao deserto orar e
além de garantir jejuar e, em seguida, iniciou a sua jornada ministerial Para tanto,
a nossa vocação Ele realiza a composição de seu ministério.
Para onde Jesus desloca-se a fim de escolher seus coopera-
m inisterial
dores? O Senhor vai escolher dentre os súditos do rei, em seu
palácio, ou no colegiado dos fariseus ou escribas no Templo?
Nada disso, Jesus foi para o Mar da Galiléia. Mas que tipo de
gente o Messias encontraria por lá? Doutores ou autoridades?
Ele encontrou homens simples e incultos, porém, mesmo com a
ausência de vasta cultura, se você se deixa moldar pelo Espírito
Santo, o Senhor te fará ser útil na Sua Casa.
ENTREVISTA

Pastor Raul Igreja torna-se


referência na
Cavalcante evangelização
Batista e ação social
em Imperatriz
Fotos: Arquivo pessoal
(MA)
pastor Raul Cavalcante

O Batista é reconhecido
entre as lideranças as-
sem bleianas por seu
intenso trabalho voltado para a área
de evangelismo e missões. Líder de
uma das grandes igrejas do Brasil, a
Assembléia de Deus em Imperatriz
(MA), o pastor Raul Cavalcante tem
sido referencial para muitos obreiros
e pastores espalhados pelo país e na
América Latina. Nesta entrevista,
concedida à Obreiro Aprovado, ele
comenta sobre assuntos variados
mas todos voltados para a Seara
do Mestre. Dentre os comentários,
o líder pentecostal citou os projetos
visando ao impulso da evangelização
dos povos e a Mobilização Evange-
lística Nacional da Convenção Geral
das Assembléias de Deus no Brasil
(CGADB), agendada para o próximo
ano, precisamente no mês de maio.
Atualmente, o pastor Raul Caval­
cante conjuga a liderança da igreja,
a I a vice-presidêcia da Convenção
dos Ministros da Igrejas Evangélicas
Assembléias de Deus no Maranhão
(COMADESMA) e a presidência da
Comissão de Evangelismo e Disci-
pulado da CGADB.

Pastor Raul Cavalcante, sa­


bemos que o evangelismo é uma
das marcas registradas da AD em
Â
M inistram os
a Palavra de
Deus às fam ílias
além de instruir
os fié is de que
forma eles
podem contribuir
na evangelização
e em m issões de que forma eles podem contri­
tar Jesus como Salvador pessoal
e procurar uma igreja. A equipe buir na evangelização e missões.
responsável por evangelizar os
Como acontece o discipulado
caminhoneiros desloca-se até os
na AD em Imperatriz?
postos de combustível, juntamente
Im peratriz, com destaque para O discipulado é realizado de
com técnicos de enfermagem e de­
projeto Ide e Pregai. Como ele três maneiras: primeiro, através do
mais profissionais com o objetivo de
funciona? pequeno grupo (missão do lar), que
conversar com eles e doar um destes
Este projeto funciona em todas CDs para que ouçam durante a sua é a melhor forma de discipulado; a
as nossas congregações. Trata-se de jornada de trabalho. O trabalho não segunda é conduzindo essa pessoa
um grupo formado por homens e tem sido em vão, temos tido alguns à Escola Bíblica Dominical na qual já
mulheres que realizam evangeliza­ resultados. existe um pequeno grupo aguardan­
ção em cada casa, com distribuição do por ele. O estudo da Palavra de
E quanto às famílias? Como
de literatura evangelística e visita­ Deus é garantido e o convertido tem
conscientizá-las no sentido de
ção de lares. Este trabalho acontece a chance de fazer amizades. Hoje em
que os gru p os fam iliares são
uma vez por semana, aos sábados dia, separamos essa mesma classe da
im p ortantes na evangelização
ou domingos, com fiéis desejosos de EBD e a conduzimos, em outro dia
dos povos?
falar do amor de Deus em cada casa. da semana, na residência de um dos
A nossa igreja desenvolve um fiéis, com todo o grupo junto com o
Sabemos que os caminhonei­
trabalho chamado Ministério Lar objetivo de desenvolver o relacio­
ros são uma classe de trabalha­
Feliz. O projeto é formado por dois namento. O incentivo que temos
dores indispensáveis na m anu­
canais: Curso Lar Feliz, formado oferecido aos novos convertidos visa
tenção da economia do país, mas
por pequenos grupos, com casais ao seu comparecimento aos cultos,
existe um projeto evangelístico
nos lares, voltados para orientar considerando que este é o discipu­
para alcançá-los?
acerca dos aspectos comuns do lado mais eficiente: EBD, cultos de
A nossa igreja coordena há la r; e tam bém aten d em o s aos ensino bíblico e o pequeno grupo.
14 anos um projeto denominado noivos no sen tid o de orien tar
Aqueles que perderam a liber­
"Caminhoneiros para Cristo". Nós quem vai in au g u rar um novo
dade também são contemplados?
preparamos um CD com pequenas núcleo familiar. Nós trabalhamos
É verdade que existe um projeto
mensagens e hinos apropriados a com todo esse contingente, uma
de expansão da EBD nos presí­
fim de atender à demanda. Nor­ vez por mês, ao realizarmos um
dios locais?
malmente, a mensagem é de minha culto específico, e nesta reunião
autoria e, depois dela, um convite ministramos a Palavra de Deus às Nós mantemos uma classe de
é feito a fim de orientá-lo a acei­ famílias, além de instruir os fiéis EBD no interior do presídio. As
reuniões acontecem uma vez por
semana, através da capelania insta­
lada no local. O projeto tem como
meta d esenvolver um trabalho
evangelístico através do estudo das
revistas. A direção da colônia penal
confiou-nos essa oportunidade e
assim realizamos toda a semana o
estudo da Palavra de Deus através
da revista de Escola Dominical. Esse
método tem tido bom resultado.

A igreja em Imperatriz adminis­


tra 112 congregações e existe uma
meta a fim de conduzir, pelo menos,
três pessoas não evangélicas à EBD
e m atriculá-las. Como funciona construção, comunicação, social e procura a nossa ajuda vai encontrar
musical. Todas essas áreas estão alguém capacitado a fim de prestar
esse projeto?
com metas específicas. Mas, o que atendimento através da oração e
Na verdade, o projeto constitui- vem a ser isto? Cada área possui um de conselhos com a intenção de
-se um desafio. Foi acordado que secretário especial que conduz toda recolocá-la entre seus familiares e na
todas as classes da Escola Dominical a rede daquele departamento. Por comunhão dos fiéis, com equilíbrio
de nossa igreja tenham uma meta de exemplo: área musical, que inclui emocional e espiritual. Podemos
colocar três pessoas não evangélicas coreografia, banda de música, corais contemplar diversos casos de pes­
na classe, matriculando-as. Dessa e vocais, isto é, todo o contingente soas que já exerceram liderança,
forma, antes mesmo de ser crente, que está dentro dessa secretaria e que tiveram família e atravessaram
a pessoa é matriculada para ser um ainda o desenvolvimento de um momentos depressivos, mas a nossa
aluno. Ao longo de sua caminhada, projeto visando ao futuro, e com equipe pode ajudá-los, atuando em
a pessoa relaciona-se, aprende a a seguinte pergunta: daqui a dez conjunto com essas pessoas. O Se­
amar a Deus e, no momento em anos, o que vam os desejar ser? nhor trabalha e a bênção é liberada.
que decide entregar a sua vida para Para cada área existe um projeto Lembro-me do caso de um líder que,
Jesus, estará realmente entrosada em que cada ano nos adaptamos à após uma experiência traumática,
com os demais fiéis. Trata-se de uma nova realidade. O nosso interesse caiu em depressão, mas através do
meta que encontra-se em expansão está voltado para o crescimento da trabalho de nossos profissionais e
e em processo de conscientização igreja, com a revitalização do povo, da oração, aconselhamento e desco­
de nossos líderes e professores a voltando aos princípios, à busca dos bertas as razões de sua situação, ele
fim de que eles possam abraçar em dons do Espírito Santo, portanto à revigorou e agora está devidamente
sua totalidade. Está em andamento vida da igreja dinâmica em todas entrosado com os demais fiéis e com
e creio que teremos sua execução as áreas, seja adm inistrativa ou a família.
em plenitude até o final deste ano. espiritual. O projeto Mão no Arado
E quanto aos dependentes
Como funciona o projeto Mão contempla todo esse contexto.
q u ím ico s? C om o fu n cio n a o
no Arado, cuja meta é de revitali­ A depressão tem feito vítimas Centro de Tratamento Esperança
zação e crescimento em dez anos? principalmente entre os jovens, (CET)?
e a Clínica da Alma tem sido um
Este projeto é semelhante ao Trabalhamos com os dependen­
valioso instrumento divino a fim
projeto Década da Colheita, que tes químicos e o fazemos diuturna-
de alcançar vidas. Conte para nós
foi encerrado em 2014. Mas o Mão mente. Realizamos uma triagem e
como tem sido essa experiência.
no Arado contempla todas as ativi­ acompanhamento familiar e depois
dades da igreja. Dividimos a igreja Todos os dias temos uma pessoa conduzimos a pessoa ao centro de
em sete áreas de influência: política, especializada pronta para atender tratamento, onde ela permanece
expansão (evangelização e missões), na Clínica da Alma. A pessoa que entre sete ou oito meses. Hoje, ad-
Á
O nosso interesse está voltado para o crescimento
da igreja, com a revitalização do povo, voltando aos
princípios, à busca dos dons do Espírito Santo;
portanto, à vida da igreja dinâmica em todas as áreas,
seja administrativa ou espiritual
ministramos dois centros: o CET e a 100 missionários nas regiões mais Por favor comente sobre a Mo­
Casa de Davi, dois locais sob a nossa carentes através de um programa bilização Evangelística Nacional
coordenação e onde temos tido re­ que temos por lá, e lançamos um agendada para maio de 2020, pro­
sultados, embora existam casos em desafio para a igreja a fim de aumen­ movida pela CGADB e proposta
que a pessoa volta para as drogas. tar a nossa capacidade financeira pelo senhor na AGO em Belém.
Porém, uma grande parte tem sido para alcançar esses objetivos. Desse
A Comissão de Evangelismo e
recuperada e testifica da bênção modo, o Projeto África ganha corpo
Discipulado que, pela graça divina,
recebida. Acreditamos neste projeto entre os fiéis e eu tenho certeza que,
está sob a minha administração, é
devido aos anos de atividade. Muita em breve, teremos esse número de
portadora de um projeto grandioso
gente que prega a Palavra de Deus, missionários naquele continente.
Nós vamos trabalhar com pessoas para o Brasil. Lançamos um desafio
canta e demais obreiros já foram
nativas, algumas estamos trazen­ agendado para maio de 2020, preci­
tratados por nós e hoje são bênção
do ao Brasil para submeter-se ao samente no último sábado, no Dia da
na Casa do Senhor.
treinamento. Desenvolvemos dois Evangelização Global. O objetivo é
Sabemos que há missionários realizar uma cruzada evangelística
cursos de treinam ento por ano,
na África através do projeto que em todos os estádios do Brasil. Nós
formando em cada turma cerca de
leva o nome do continente, mas vamos estimular os pastores para re­
50 alunos, oriundos de diversas
como funciona esse projeto?
partes do mundo. Ele tem duração alizarem o evento no mesmo dia, se­
Nós temos um grande projeto de de 60 dias e essas pessoas devida­ não, que seja realizado um trabalho
missões que contempla hoje em dia mente treinadas retornam para as de grande porte. Estamos em contato
mais de 25 nações e dez estados bra­ suas bases a fim de desenvolver o com o presidente da CGADB, pastor
sileiros. Dentro deste projeto existe trabalho. Financeiramente, fica mais José Wellington Costa Junior e esta­
outro denominado Projeto África, barato para nós. Este é o projeto que mos no aguardo de apoio financeiro
que tem como meta colocar mais desenvolvemos na área de missões. para a realização do projeto.

10
OB RB a PROVa Dc
Fotos: Tiago Bertulino

torado. Cuidemos das pessoas em


todos os sentidos, principalmente,
como diz a Bíblia, dos 'domésticos
da fé'". Na sequência, a CGADB
entregou placa de homenagem ao
pastor Gilberto Marques por ter
hospedado a AGO e AGE no Pará.
Ainda na manhã do dia 10, os
convencionais retomaram as discus­
sões em tomo da reforma do Estatuto
Social e do Regimento Interno da
CGADB. Dentre as decisões toma­
das, a Mesa Diretora, com a anuência
do plenário, determinou a retirada
da pauta do Tribunal de Ética e Dis­
ciplina para discussão subsequente
junto aos pastores presidentes de
José Wellington Junior convidou o Nilton de Oliveira; CPADERJ - Pr.
Convenções regionais e seus respec­
Quarteto Gileade (CPAD Music) Valdemir Oliveira de Araújo; Co-
tivos representantes jurídicos.
e o pastor e cantor Silvan Santos, maerj - Pr. Izequiel Teixeira; Ceades
Durante a abertura das ativida­
para entoarem canções de louvor (ES) - Pr. João Manoel Rodrigues;
des da tarde do dia 10, o presidente
da AD em Blumenau (SC) e da Con­ a Deus. Comfrademgo (MG) - Pr. Samuel
venção das Igrejas Evangélicas As­ Instalada a 44aAGO, o presiden­ Lopes da Silva; Confradeesto (ES)
sembléia de Deus em Santa Catarina te convidou o primeiro secretário, - Pr. Oscar Domingos de Moura; e
e Sudoeste do Paraná (Ciadescp), pastor Elienai Cabral, para a leitura a reintegração da Comaderj, presi­
pastor Nilton dos Santos, ministrou do Edital de Convocação. Em segui­ dida pelo pastor Jonas Francisco de
a Palavra de Deus. Os trabalhos da da, foram apresentadas as várias Paula, ao quadro de filiadas.
8a AGE foram concluídos às 17h30 autoridades políticas presentes, O líder da Convenção das ADs
após análise e aprovação de todos os entre elas os deputados estaduais do Estado do Amapá e da AD
pontos das reformas do Estatuto e Alex Santiago (PA), Mical Macedo em Santana (AP), e I o secretário
Regimento Interno da CGADB, com (MA), Samuel Junior (BA) e pastor do Conselho Adm inistrativo da
moção de louvor e salvas de palmas José Cavalcante (MA), e os deputa­ CPAD, pastor Lucifrancis Tavares,
ao presidente, pastor José Welling- dos federais pastor Francisco Eurico foi o m inistrante da Palavra de
ton Costa Junior, pela brilhante (PE) e Olival Marques (PA). Depois, Deus no devocional de abertura
condução das reuniões em Belém. houve a apresentação e a aprovação dos trabalhos do período vesper­
No penúltimo dia do conclave, por unanimidade, sem ressalvas, tino. O texto bíblico de Lucas 10.1-
as reuniões foram dedicadas à 44a dos relatórios da CGADB, Emad, 7,24 baseou a sua alocução.
AGO, cuja abertura teve um devo- Senami e CPAD concernentes ao Por sua vez, o pastor Elienai
cional ministrado pelo primeiro- biênio 2017/2018; a homologação Cabral foi apresentado e recebido
-secre tá rio da C G A D B, pastor do registro de novas Convenções como consu ltor doutrinário da
Elienai Cabral que inspirou-se no filiadas à CGADB, todas apresen­ CGADB em substituição ao pas­
texto de Efésios 4.1-7 e intitulou tadas e aprovadas pelo plenário, tor Antonio Gilberto, falecido em
sua reflexão como "O resgate da a saber: Coim adetins (TO) - Pr. 2018. A CGADB emitiu moções de
dignidade do ministério cristão". Claudemir Lopes; Comadeeso (ES) pesar pelo falecimento dos pasto­
O apologista com bateu biblica- - Pr. Nataniron Ribeiro da Cunha; res Antonio Gilberto e Samuel Ro­
m ente o orgulho, a v aid ad e, a CIMADSETA - Pr. Darley Macedo drigues, presidente da Cieadespel,
soberba e a altivez, tendo como Lima; Cimadmube (PA) - Pr. João aos familiares.
referencial o próprio Jesus Cristo Alves da Silva Filho; Comader (RR) O pastor Raul Cavalcante, presi­
como exemplo máximo de humil­ - Pr. Milton Carvalho de Oliveira dente da AD em Imperatriz (MA) e
dade. Finda a ministração, o pastor Filho; Comadar - Argentina - Pr. da Comissão de Planos e Estratégias

14
OB REI RO
P asto r G en iv al B en to (AL)
pregou a mensagem da Palavra
de Deus baseado no texto bíblico
de Atos 3.7,8. O culto foi marcado
por um clima de fervorosa adora­
ção a Deus.
Sob a direção inicial do 4ovice-
-presidente da CGADB, pastor Te-
móteo Ramos de Oliveira, a última
sessão plenária da 44a AGO teve
uma palavra devocional m inis­
trada pelo pastor Ângelo Galvão.
Já na direção do trabalho, pastor
José Wellington Junior, apresentou
os assuntos em pauta: o relatório
da Faculdade Evangélica de Tec­
nologia, Ciências e Biotecnologia
de Evangelismo e Discipulado da Espírito Santo, com renovação de (Faecad), por meio de seu dire­
CGADB, apresentou um projeto de propósitos e muito fervor espiritu­ tor, pastor Isael de Araújo, com
evangelização nacional a ser coloca­ al. Foram contabilizados cerca de 5 apresentação de algumas novida­
do em prática em maio do ano que mil pessoas no evento, que teve a des da instituição de ensino em
vem pelas ADs de todo o Brasil. Em participação da União de Esposas andamento. Entre elas, a Escola
seguida, o pastor Werner Nachtigal, de Ministros das Assembléias de Bíblica on-line, com curso bási­
da Alemanha, interpretado pelo Deus (Unemad). co (gratuito para convencionais
pastor Jônatas Ferreira, divulgou o A celebração foi conduzida adimplentes) e avançado (a custo
projeto do Dia Global de Evangeli­ pelo pastor José Wellington Junior, de R$ 100,00 para público geral e
zação. Com o objetivo de facilitar que in iciou as ativ id ad es com 20% de desconto para os conclu­
a evangelização de diversas áreas oração e hinos da Flarpa Cristã. dentes do curso básico); nomeação
acessíveis apenas por vias pluviais, Em seguida, a presidente da Une­ e hom ologação dos integrantes
durante a AGO, a Faculdade Gama- mad, Lídia Dantas manifestou sua da Comissão Eleitoral; alienação
liel, representada pelo pastor Océlio gratidão com a leitura do Salmo de bem im ó v el in te g ra n te do
Nauar, doou dez motores (rabetas) 133. "Agradecem os inicialmente patrimônio da CPAD, localizado
para a AD no Estado do Amapá, e a Deus, também ao presidente da na cidade de Recife (PE); apresen­
a empresa Vermont Corretora de CGADB, pastor José Wellington tação de relatório da Secretaria
Seguros, na pessoa do pastor André Junior, ao pastor Gilberto Marques N acional de M issões (Senam i)
Tsuchiya, diretor proprietário, doou e sua esposa Alice Marques, e a pelo pastor Claudino, secretário
sete motores (rabetas) para a Con­ todas as irm ãs que com põem a adm inistrativo; apresentação da
venção das ADs no Pará. Unemad, e ao povo paraense pelo Rede A ssem bleiana de Ensino;
Ainda à tarde, foi tratado o acolhimento", ressaltou. Ao termi­ apresentação do projeto 500 Mis­
tema sobre o posicionamento da nar, ela anunciou a data e o local sionários M édicos da Comissão
CGADB em relação à união estável do próximo Encontro Nacional de de Evangelização; apresentação
e, por meio de parecer da Comissão Esposas de M inistros, agendado de relatório de Comissão especial
Especial, foi mantida a resolução an­ para o dia 3 de março de 2020 em composta por membros dos Con­
terior sobre o assunto, rejeitando o Fortaleza (CE). selhos de Educação e Cultura, e
plenário o instituto da união estável. O louvor ficou por conta dos de D outrina e da Com issão de
A ú ltim a n oite de cu lto da cantores Lília Paz, Marcelo Santos, Apologética e para avaliação de
AGO da CGADB, realizado em Sumara Santos, Raphael Dias e o nova versão bíblica para as ADs
11 de abril, no Centro de Eventos Quarteto Gileade, bem como pelo brasileiras. A versão recomendada
Pastor Francisco Alves Ribeiro, Coral da Associação de Esposas de e provada pelo plenário para utili­
foi evidenciado pelo m over do Ministros do Estado do Pará. zação foi a Edição Nova Almeida
Â

A
TEOLOGIA
O siel C o m e s

As divergências d<
O siel G o m e s é pastor
da A D em Tirirical
(MA), professor de
grego e hebraico e

fidelidade do texti
com entarista de Lições
Bíblicas (CPAD).

As diversas ma profusão de novas lavra estaria embainhada". Mesmo

traduções
existentes são
úteis para o
U versões da Bíblia surge a
cada momento, lançadas
pelo mercado editorial, e
muitos leitores assíduos, de mentes
perspicazes, em contato com o texto
assim, muitos ainda se perguntam:
"Qual o motivo de tantas traduções?
Porque uma determinada Bíblia
apresenta mais palavras do que
outra? Qual é a melhor versão? Qual
bíblico, notam as divergências de a mais correta? E se realmente existe
leitor e não uma para outra, destarte aqueles alguma versão com este perfil, então

comprometem que desejam escamotear a singulari­


dade das Escrituras, especialmente
por que tantas outras versões?"
D evem os con sid erar que as
a f idedignidade sua inspiração divina, e que buscam diversas traduções existentes são
fama, popularidade, devido ao cres­
do texto bíblico cimento de cristãos no mundo, que
úteis. Os tradutores são conhecedo­
res do grego e do hebraico bíblico
tem resultado na maior leitura das e almejam que os leitores tenham
Escrituras. Esses escritores lançam maior aproximação com os escritos
seus livros no mercado ou mesmo "originais". Nesse sentido, há tradu­
aventuram-se na internet afirmando ções que seguem a forma mais genu­
que a Bíblia não é verdadeira, por­ ína possível do grego e do hebraico,
que em suas páginas encontram-se o que pode ser denominado de lite-
diferenças e erros. Mas, o cristão rais-modificadas ou formais. Existem,
verdadeiro deve ter em mente que porém, tradutores que utilizam uma
está diante da Palavra de Deus tradução mais natural, livre em sua
expressa em palavras humanas, expressão, buscando ajudar a todos
e que isso não retira a reverência de modo geral. Essas suas traduções
que deve haver em relação ao texto são chamadas de idiomáticas ou fun­
bíblico (Êx 3.5). A Palavra de Deus cionais, como é o caso da Bíblia Viva
é viva e eficaz em sua essência, mais e da Nova Traduçao na Linguagem
penetrante que qualquer espada de de Hoje. Ambas, porém, formal ou
dois gumes (Hb 4.12). funcionalmente, têm como objetivo
Essas diversas traduções são alcançar o texto original.
imprescindíveis, porque a penetra- Portanto, um texto bíblico pode
bilidade das Escrituras depende do ser traduzido seguindo a forma
entendimento do texto bíblico na mais literal ao que está em grego
língua daquele que há de ter con­ e hebraico; ou de forma mais livre,
tato com a Palavra. A nossa Bíblia, dando um significado ao texto, mas
escrita em hebraico e grego, e parte sendo fiel ao sentido do texto. As
em aramaico, teve que ser traduzi­ duas formas estão corretas, com
da para que a revelação divina nos diferença apenas na forma de tradu­
alcançasse. Se assim não fosse, como ção textual. Essas variantes podem
diz Elizabeth Muriel Ekdahl, "a Pa­ ser percebidas nas seguintes ver-

18
OB REI RO
i tradução da Bíblia e a
& bíblico
sões: ARC; ARA; AVR; BJ; BSV; NVI;
BLH; VIV; CH. Para que você note
as diferenças de traduções, analise
Filipenses 2.1, fazendo comparações
com todas essas traduções citadas
e logo entenderá que a diferença
existente diz respeito apenas à for­
ma como se traduz o mesmo texto,
nada mais.
Mas, por que tantas diferenças
textuais? Vamos entend er essa
história.
Não raro, temos ouvido algum
preletor dizer: "Nos originais...". Na
verdade, ele está dizendo que recor­
reu às cópias do texto bíblico. Escrevo
as palavras "originais" entre aspas
visto que os textos originais mesmo,
escritos à mão por Moisés, Lucas,
Paulo etc, feneceram com o passar
do tempo. Esses artefatos de milhares
de anos não mais existem, mas, antes
de seu desaparecimento, o conteúdo
foi copiado com muita agudeza. São
essas cópias que temos hoje.
O Velho Testamento foi escrito
em hebraico, com pequena parte
em aramaico; o Novo Testamento
foi escrito em grego. Logo, para se
entender o que aquele texto quer
dizer em nossa língua é que se faz
a tradução.
A partir de 1516, com a invenção
da imprensa, o humanista holandês
Erasmo de Roterdã publica o Novo
Testamento Grego. Fundamentado
nas citações de textos bíblicos pelos
líderes cristãos dos primeiros sécu­
los e munido dos manuscritos mais
antigos de que dispunha, buscou
Â
assiduamente entender o que seria o contêm todo o Novo Testamento, o outro não tem. Além disso, você
original grego do Novo Testamento. os quais seriam em um número pode discordar da opção escolhida
Foi um árduo trabalho. Quando de 50. Portanto, muitos seguem o por aquele tradutor ao verter aquele
ele encontrava diferença em uma Textus Receptus enquanto outros, as versículo para nossa língua, mas
palavra em certo manuscrito, fazia traduções que se fundamentam nos nunca se tratará de algo que coloca
seleção daquela que fosse a mais cor­ manuscritos achados recentemente, em xeque a fidedignidade do texto
reta e, somente depois disso, foi que manuscritos estes que são, muitos bíblico ou de alguma doutrina.
escreveu o Novo Testamento Grego. deles, considerados mais antigos
Um caso bem simples está em 1
O texto de Erasmo sofreu revisões do que os manuscritos usados pelo
Coríntios 1.22, que por vezes apa­
por diversas vezes, mas foi a revisão Receptus. Isso deu origem ao cha­
rece, em algumas traduções, com
de 1560 que ganhou mais vulto, pas­ mado Texto Crítico, que por outros
a palavra "sinais" e, em outras, no
sando a ser aceita pela Igreja, o que fi­ é denominado de Westcott-Hort, que
singular "sinal". Na Almeida Revis­
cou conhecido como Textus Receptus, são os sobrenomes dos responsáveis
ta e Corrigida (ARC), consta "sinal"
isto é, Texto Recebido. Foi desse texto pela primeira publicação.
e na Almeida Revista e Atualziada
que João Ferreira de Almeida fez uso Esses dois textos têm seus gran­
(ARA), "sinais".
para sua tradução, considerando que des defensores, uns preferindo o
Portanto, a diferença textual entre
o preâmbulo de sua obra não se fun­ Textus Receptus e outros, o Texto
damentou em manuscritos gregos, Crítico, sendo que a diferença é bem uma tradução e outra é resultante de
mas em traduções do Texto Recebido pouca. As diferenças entre o Textus os tradutores terem escolhido como
que existia em outras línguas. Receptus e o Texto Crítico são pe­ referência o Textus Recebido ou o
queníssimas: eles concordam entre Texto Crítico, e um texto pode conter
Tempos depois, muitos outros
si em mais de 99% do seu conteúdo. certas palavras ou expressões que o
m anuscritos foram achados, de
outro não tem. Isso pode ser visto em
modo que atualmente estão contabi­ As diferenças que se notam entre
lizados mais de 5,3 mil manuscritos ambos os textos não modificam ou passagens como Atos 20.4 e Romanos
em grego do Novo Testamento, alteram qualquer doutrina bíblica, 8.2, por exemplo.
entendendo que alguns deles con­ especialm ente as fundam entais. As versões presentes em nossas
têm alguns versículos ou partes O que pode ocorrer é tão somente livrarias fazem uso tanto de um
de pequenos versículos; outros que um pode ter certa palavra que como de outro. Por exemplo, a tra-

RO
dução Corrigida Fiel da Sociedade caso de Mateus 21.28-31. Em Marcos e que tinham extremo cuidado ao
Bíblica Trinitariana faz uso do Texto 8.48, na ARA aparece "verme", já na escreverem as Escrituras Sagradas.
Recebido; já a Revista e Corrigida faz ARC aparece "bicho". Assim, muitas Concluindo, afirmamos que a
uso do Texto Recebido Modificado, outras frases e palavras aparecem fidelidade do texto do Antigo Testa­
enquanto as demais (ARA, VR, BJ, diferentes ou entre colchetes. mento é, primeiro, confirmada pelo
NVI, BLH, VIV e CH) fizeram uso do Os manuscritos do Antigo Tes­ processo de transmissão feita pelos
denominado Texto Crítico. tamento são em menor quantidade escribas judeus; e, segundo, pelos
Como as diferenças não afetam em relação aos do Novo Testamento. rolos encontrados no Mar Morto.
as doutrinas bíblicas, podemos fa­ Relata-se que, antes da descoberta A fidelidade dos textos do Novo
zer uso dessas traduções diferentes dos Manuscritos Cairo Genizah, o Testamento se dá através da abun­
buscando um melhor entendimento número de manuscritos hebraicos dância de manuscritos, das versões e
daquilo que está escrito, pois elas chegava apenas a 731. Por exemplo, citações patrísticas, sendo que a fonte
soam com tonicidade e expressões a Bíblia de Kittel se alicerçou tão mais importante são os papiros, os
diferentes, de maneira que se toma somente em quatro manuscritos, unciais, os minúsculos.
mais rica e fácil a compreensão do e um em especial foi o Códice de O apóstolo Paulo ensinou que a
que escreveram os homens de Deus Leningrado, que é o maior manus­ revelação divina chegou até nós em
no passado, e que hoje, no universo crito do Antigo Testamento, o mais palavras (ICo 2.13) e que os homens
linguístico de cada um de nós, nos é completo. Pontuam-se, no entanto, que a escreveram estavam sob a ins­
apresentado nas Escrituras Sagradas. outros manuscritos: Códice de Cairo, piração e égide do Espírito Santo (2Pe
Homens de Deus têm trabalhado Códice Babilônico dos Profetas Pos­ 1.21). Além disso, devemos atentar
para que isso seja acessível a todos. teriores, Códice Aleppo, Códice do para o fato de que as diferenças entre
No caso de algumas palavras Museu Britânico, Códice Reuchlin. os vários manuscritos são tão poucas
não constarem no Texto Crítico, No período da padronização que ocupariam mais ou menos dois
como palavras, frases e até mesmo do texto hebraico (século 5 e 6 terços de uma só página do Novo
versículos, isso fica em muitos casos d.C.), feita pelos escribas judeus, Testamento. ■
ressaltado por meio de colchetes os m assoretas, crê-se que foram
(caso da ARA), através dos quais os destruídos, para evitar erros, todos
tradutores sinalizam se tal palavra os manuscritos que discordassem
faz ou não parte do Texto Crítico. da vocalização. Isso fez com que o
Por vezes, as explicações do que está texto que temos hoje do Antigo Tes­
entre colchetes constam em notas de tamento se fundamente em poucos
rodapé, como no caso da BHL. manuscritos. A grande vantagem
Existem muitos exemplos a que é que os poucos manuscritos do
podemos recorrer nos textos bíblicos Antigo Testamento são de boa qua­
para notarmos as diferenças, que lidade, e ainda descendem de um
podem ser de palavras. Observe que, tipo de texto firmado entre 100 a.C.
em Apocalipse 1.5, na ARA, aparece e 100 d.C. Portanto, a confiabilidade
a palavra "libertou", enquanto que do texto do Velho Testamento se
na ARC aparece "lavou". Isso pode respalda prioritariamente na reve­
ser constatado tanto na ARA como rência, habilidade e confiabilidade
na ARC também, por exemplo, no dos escribas que o transmitiram

Bibliografia:
BERKHOF. Louis, Princípios de Interpretação Bíblica: Rio de Janeiro, Casa Publicadora Batista, 1995.
BRUCE, F. Merece Confiança o Novo Testamento? São Paulo: Vida Nova, 1999.
BRUCE, F. O Cânon das Escrituras: com o os livros da Bíblia vieram a ser reconhecidos com o Sagradas Escrituras. São Paulo: Hagnos, 2011.
COMFORT, Philip. A Origem da Bíblia. Rio de Janeiro, CPAD, 1998.
PICKERING, Wilbur. Qual oTexto Original do Novo Testamento. Porto Alegre: Doksa, 2010.
SAWADOGO, Jean-Baptiste; MUNGER, Mareia. The Kingdom, the Power and the Glory. Global University, 1982.
SILVA, Cássio Murilo Dias. Metodologia de Exegese Bíblica. São Paulo: Paulinas, 2000.
WARFIELD. B. B .The Inspiration and the Authority of the Bible.Filadélfia: Presbiterian and Reformed, 1948.
TEOLOGIA
C a rlo s K lé b e r M a la
C arlos K léb er M aia é
pastor da Assembléia
de Deus em Natal (RN),
mestrando em Teologia
(FABAPAR) e pós-
graduado em Teologia
do Novo Testamento
Aplicada (FTBP).
Jacó Armínio e
Doutrina da Salvação pensamento calvinista, foi acusado
O teólogo
holandês
apresentou um
A foi um dos tópicos da
teologia que gerou aca­
loradas discussões ao
longo da história, e foi a doutrina
que provocou a Reforma Protestante
injustamente de defender o pelagia-
nismo2 ou o semipelagianismo, e o
socianismo.3
Armínio era teólogo reformado.
Ele permaneceu dentro da Igre­

entendimento no século 16. Os reformadores con­


cordavam em questões importantes
ja reformada da Holanda toda a
sua vida, mas sua teologia "segue
da eleição desta doutrina, como a justificação
unicamente pela fé em Cristo, por
uma trajetória diferente da teologia
de seus oponentes reform ados"
cristocêntrico meio da graça de Deus, mas outras (STANGLIN; M cCALL, 2016, p.
questões dividiam opiniões. 37). O teólogo holandês conceitua
e muito mais A crença na doutrina da predes­ a eleição4 para a salvação como "o
tinação, que é bíblica, foi compar­ decreto eterno de Deus pelo qual,
coerente com tilhada pela maioria dos teólogos de Si mesmo, desde a eternidade, Ele
cristãos, especialmente os herdeiros decidiu justificar em Cristo (ou por
o texto bíblico da Reforma. Mas várias questões Cristo) os fiéis e aceitá-los na vida
acerca desta predestinação sempre eterna, para o louvor da sua gloriosa
geraram muitas polêmicas entre os graça" (ARMÍNIO, 2015, v3, p. 300).
estudiosos: Qual a base escolhida Armínio fundamenta sua dou­
por Deus, para a eleição ou conde­ trina da eleição na pessoa e na obra
nação dos homens? Qual o papel de Cristo, e seu entendimento acerca
de Cristo e de cada homem neste desta obra é fundamentado no amor
processo? O que esta doutrina revela de Deus, como sendo duplo: amor a
sobre o caráter de Deus? Si mesmo (à Sua justiça e retidão) e
O teólogo holandês Jacó Armínio o amor às Suas criaturas. Dizer que
(1559-1609) rejeitou a dupla predes­ Deus elege alguém para salvação
tinação proposta pelo reformador de sem levar em conta sua fé implica,
Genebra, João Calvino (1509-1564), para ele, dizer que Deus ama estas
que afirma que Deus, por meio de pessoas mais do que ama Sua pró­
um decreto, elege alguns homens pria justiça. Armínio defende a dou­
para salvação e reprova os demais, trina da simplicidade divina, pela
condenando-os à eterna punição no qual não pode haver atributos rivais
inferno, sem levar em conta qual­ ou vontades contraditórias em Deus.
quer ato ou condição destes.1 Porque Deus é o summum bo-
Armínio apresenta um modelo num, Sua volição para com Suas
de eleição que tem Cristo como criaturas é benevolente; Sua primei­
ponto central e rejeita a reprovação ra ação para com elas não pode ser
incond icional tradicionalm ente a condenação. Deus ama até mesmo
atribuída ao pensam ento refor­ o mau e indigno, característica que
mado. Por não concordar com o somos comandados a imitar. A ideia

A A
a doutrina da eleição
Gravura de iacó Armínio / sem data / divulgação internet

de Deus criar pessoas para que pu­


desse salvar alguns e enviar outros
para o inferno é vista por Armínio
como totalmente inconsistente com
o caráter e a natureza de Deus apre­
sentados na Bíblia. Para ele, isto é
repugnante à sabedoria, à justiça e
à bondade divinas.
Para Armínio, à luz da Bíblia, a
eleição é cristocêntrica, pois acon­
tece inteiramente "em C risto". A
apresentação calvinista da doutrina
não honra adequadamente a Cristo,
fazendo da salvação "apenas uma
causa subordinada da salvação que
já havia sido preordenada" (ARMÍ-
NIO, 2015, v l, p. 230).
Na sua Declaração de Sentimen­
tos, apresentada em 1608, ele expõe
sua visão sobre a predestinação. O
plano abrangente e eterno de Deus
em relação à salvação dos homens
era apresentado pelos teólogos cal-
vinistas como uma ordem lógica de
decretos divinos. Armínio baseou
sua doutrina da eleição não na ló­
gica de decretos divinos, como seus
oponentes, mas na Pessoa e Obra de
Jesus. Porém, ele também apresenta
sua ordem dos decretos e em quatro
desígnios, sendo o primeiro aquele
no qual o Pai elege Cristo como
"M ediador, Redentor, Salvador,
Sacerdote e Rei" (ARMÍNIO, 2015,
vol. 1, p. 226).
Ressalta ele que Cristo é a funda­
ção e o foco da eleição, da salvação
e do próprio cristianismo, Aquele
"em quem o decreto é fundamen­
tado" (ARMÍNIO, 2015, v2, p. 100).
Cristo é a base da eleição e a causa
Â
Retrato do Arminiano Johannes Wtenbogaert / Por Rembrandt / Ano 1633
meritória dela: "Todavia, colocamos
Cristo como a fundação dessa pre­
destinação e como causa meritória
daquelas bênçãos que foram des­
tinadas aos fiéis por esse decreto.
Pois o amor com que Deus ama os
homens completamente para a sal­
vação, e segundo o qual Ele deseja
absolutamente conceder-lhes a vida
eterna, esse amor não tem existên­
cia, exceto em Jesus Cristo, o Filho
do Seu amor que, tanto pela Sua
comunicação eficaz como pelos Seus
muitos dignos méritos, é a causa da
salvação, e não somente o dispensa-
dor da salvação recuperada, mas,
igualm ente, aquele que solicita,
obtém e restaura aquela salvação
que havia sido perdida. Portanto,
a palavra 'suficiente' não é atribu­
ída a Cristo quando Ele é apenas
chamado executor do decreto que
havia sido feito anteriormente e sem
a sua consideração como a pessoa na ordem da natureza, predestinado por Concílios, nem nas Confissões,
sobre quem se baseia esse decreto" para ser a Cabeça, e então nós para nem pelos doutores da igreja; fere
(ARMÍNIO, v2, p. 92).
sermos os membros. Ele foi, em a natureza de Deus e do homem;
Afirma Armínio que Jesus "é mais
primeiro lugar, ordenado para ser o é contrária ao ato da criação e à
do que um meio para realizar um
Salvador, e então fomos ordenados natureza da vida e da condenação
decreto anterior e não cristológico.
nEle para sermos salvos, por Ele e eterna; é incoerente com a natureza
Ele é mais do que o executor do de­
nEle. Aquele que diz: 'Em primeiro do pecado e da graça; faz de Deus o
creto. Ele é o fundamento do decreto,
lugar, Deus predestinou os homens único pecador; é prejudicial à salva­
de maneira que toda a eleição é 'em
e então ordenou Cristo para ser a Ca­ ção, inverte a ordem do Evangelho e
Cristo"' (BANGS, 2015, p. 414). Cristo
beça desses predestinados' inverte a subverte o fundamento da religião
não é apenas o dispensador de uma
ordem apresentada nas Escrituras" (ARMÍNIO, 2015, v l, p. 226-227).
salvação já adquirida (ARMÍNIO,
(ARMÍNIO, 2015, v3, p. 310). Na teologia arminiana, a eleição
2015, v2, p. 92) nem só um meio para
Não poderia haver nenhum lugar deve ser graciosa e evangélica (apre­
salvação já preparada antes da fun­
dação do mundo (ARMÍNIO, 2015, para predestinação, exceto em Cris­ sentar uma boa nova de salvação),
v3, p. 300). Silas Daniel (2017, p. 430) to, "visto que Deus não pode amar pois "uma vez que o Evangelho é
assevera que a obra de Jesus não é um um pecador para a salvação, a não puramente gracioso, essa predes­
instrumento "criado por Deus para ser que o pecador se reconcilie com tinação também o é, conforme a
formalizar a salvação que Ele já havia Ele em Cristo" (ARMÍNIO, 2015, v3, inclinação benevolente de Deus em
determinado dar a apenas algumas p. 287). A condição elementar para a Cristo" (ARMÍNIO, 2015, v2, p. 92).
pessoas as quais Ele já havia escolhido eleição é o "estar em Cristo" (PIN- O teólogo holandês defende ainda
antes da fundação do mundo". NOCK; WAGNER, 2016, p. 145). que a eleição é condicional. Acerca
Colocar a eleição dos homens Armínio rejeitou a doutrina cal- do decreto da eleição individual,5
em primeiro lugar, como acontece vinista da dupla predestinação por ele afirma que este "tem o seu em­
no calvinismo, e a eleição de Cristo diversas razões, entre elas porque basamento na presciência de Deus,
em sequência, é inverter a ordem não é o fundamento do cristianismo, pela qual Ele sabe, desde toda a
bíblica: "Ele foi, em primeiro lugar, nem da salvação; não foi admitido eternidade, que tais indivíduos, por

24
OB RO
meio de sua graça preventiva, cre­ Cristo. Mas ninguém está em Cris­ produzem, durante algum tempo,
ríam, e por sua graça subsequente, to, exceto pela fé; pois Cristo habita nenhum efeito da fé verdadeira,
perseverariam" (ARMÍNIO, 2015, em nossos corações pela fé, e somos nem mesmo a apreensão da graça
v l, p. 227). A explicação de Armí- enxertados nEle e incorporados nEle e das promessas de Deus, nem a
nio da natureza da predestinação pela fé. Portanto, Deus não reconhece confiança em Deus e em Cristo; mas
"é com pletam ente teocên trica" como Seu e não escolhe para a vida é exatamente isso que é necessário
(STANGLIN; McCALL, 2016, p. 43). eterna nenhum pecador, a menos para obter a salvação. Mas o apóstolo
Deus conhece certamente aquele que que o considere como um crente em diz, a respeito da fé, com referência
atende à condição que Ele mesmo Cristo, e feito um só com Ele pela fé" ao fato de ser uma qualidade e uma
estabeleceu para a salvação: a fé. (ARMÍNIO, 2015, v3, p. 303). capacidade de crer: 'Conservando a
Armínio afirma que a própria salva­ A fé necessária para a salvação fé e a boa consciência, a qual alguns,
ção é ofertada a partir da presciência deve ser perseverante, pois "se al­ rejeitando, fizeram naufrágio na fé'
divina da desobediência humana, e
guém cair da fé, cai dessa união e, em (ARMÍNIO, 2015, v l, p. 350,351).
declara que não encontra na Bíblia
consequência disso, da benevolência Deus pode requerer fé do ho­
"algum decreto pelo qual Deus tenha
de Deus pela qual foi aceito previa­ mem decaído, pois "decidiu con­
decidido exibir a sua própria glória,
mente em Cristo". (ARMÍNIO, 2015, ceder aos homens graça suficiente
na salvação destes e na condenação
v3, p. 463). Para Armínio, o crente pela qual os homens podem crer"
daqueles, exceto pela presciência da
precisa perseverar na fé para ser, de (ARMÍNIO, 2015, v l, p. 348). A
queda" (ARMÍNIO, 2015, v3, p. 64).
fato, um eleito: "A eleição para a sal­ graça salvadora objetiva restaurar
Sem este conhecimento divino
vação compreende, em seus limites, a natureza caída e habilitar o ho­
certo e antecipado, não podería haver
não apenas a fé, mas igualmente a mem a crer e buscar a Deus. A fé
eleição condicional. Arm[inio afirma
perseverança na fé; (...) Agostinho é a condição da eleição, não a base
que "Deus não pode 'amar previa­
diz que 'Deus escolheu para a sal­ meritória dela. Armínio afirma num
mente e considerar afetuosamente
como seu' a nenhum pecador", a não vação aqueles que Ele vê que poste­ de seus debates públicos: "Mas da­
ser que Ele o conheça previamente riormente crerão pela ajuda de Sua mos o nome de 'fiéis' [ou crentes]
em Cristo e o considere como um graça precavida ou precedente, e não àqueles que o seriam pelos
crente (ARMÍNIO, 2015, v3, p. 455). A que perseverarão, pela ajuda de Sua seus próprios méritos ou força, mas
fé prevista é condição indispensável graça subsequente ou consequente' àqueles que, pela bondade gratuita
para a eleição: "Aquele que não está (...) Às vezes, os cristãos fiéis estão e peculiar de Deus, creríam em Cris­
em Cristo não pode ser amado em em uma circunstância em que não to" (ARMÍNIO, 2015, v l, p. 507).

Sínodo Nacional de Dordrecht/Pouwel Weyts the Younger/Coleção Doidts Museum, Dordrecht


Â
CPAO/CEMP
no fato de, pela fé, o fiel pertencer ao
corpo eleito de Cristo. As boas novas
da salvação podem, e devem, ser
pregadas a todas as pessoas.
Armínio entendia que a pre­
destinação revela o coração de um
Deus gracioso, cuja característica
fundamental é o amor. Para ele,
1 r
dizer que Deus criou homens já pre­
I %
ii 36. A R M IN 1A N ISM C
PURO
destinados para a ira, a destruição, e
rejeição total, sem que estes possam
SIMPLES
0RMINIANISMO ser alvo da livre graça de Deus, tal
VMECÂNICA mSAUBÇ*) Uma introdução histo'ú ot«‘k‘><
como revelada em Cristo Jesus, é
AfiBAÇA»C*VS«*
simplesmente impensável.
Embora Deus permita que alguns
pereçam, sendo reprovados etema-
mente, isto ocorre de acordo com seu
divino pré-conhecimento de que res­
Estabelecendo, em sua teologia, (ARMÍNIO, v3, p. 343,344) e que esta posta as pessoas darão à Sua graça, se
a necessidade primordial da graça reprovação "necessariamente tem dirão "não" a Seu chamado para sal­
divina para que o homem possa duas coisas que a antecedem: o ódio vação. O homem diz "não" ao resistir
crer, Armínio rebate a acusação de pela injustiça e a presciência de que à graça divina, que prevenientemente
sustentar o pelagianismo, pois a o indivíduo, por sua própria culpa, o capacita a dizer "sim". A eleição de
iniciativa para salvação está exclu­ será culpado de injustiça, por omis­ Cristo como salvador de todos os ho­
sivamente em Deus. são ou por comissão" (ARMÍNIO, mens, como oferta graciosa de Deus
Assim como a eleição para a v3, p. 335). Armínio considera que a a ser recebida em fé por um coração
salvação, Armínio considera que a verdadeira segurança do cristão não que já foi predisposto pela graça, é o
reprovação para a condenação eterna está numa escolha incondicional e ir­ que melhor representa a natureza do
é baseada na presciência divina dos resistível, mas repousa na promessa Deus amoroso que enviou Seu Filho
pecados cometidos pelos homens de salvação para todo o que crer; está para morrer pelos homens. ■

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
'Timothy George (Teologia dos Reformadores, São Paulo, Vida Nova, 1994, p.232) define a predestinação calvinista como absoluta, já que não está con­
dicionada a nenhuma contingência finita; particular, pois pertence a indivíduos e não a grupos; dupla, pois Deus, para Seu louvor, elegeu uns para a vida
eterna e outros para a perdição eterna.
2O pelagianismo é defendido por Pelágio, um monge britânico do século 4; prega que o homem tem capacidade natural de viver uma vida santa e sem
pecado e alcançar a salvação por sua vontade livre; nega o pecado original e minimiza a necessidade da expiação realizada por Cristo e da graça divina
para a salvação, cf. TITULO, Thiago Velozo, A Gênese da Predestinação na História da Teologia, Fonte Editorial, 2013.
3 O socianismo ou socinianismo está ligado a Fausto Socino (falecido em 1604); não crê na Trindade e rejeita o pecado original, entre outras doutrinas.
4 Armínio, como Calvino e outros teólogos, utiliza os termos "predestinação" e "eleição" como sinônimos, de forma intercambiável. Silas Daniel ressalta a
diferença entre estes dois conceitos teológicos, afirmando que "conquanto sejam duas coisas intimamente relacionadas, não são uma e a mesma coisa, e
predestinação não envolve condenação eterna"(DANIEL, 2017, p. 423,424).
5 Muitos arminianos posteriores, como H. Orton Wiley, Robert Shank e William Klein, defenderam uma visão corporativa da eleição. Ver COTTRELL, Jack em
PINNOCK, Clark H.; WAGNER, John D. Graça para Todos: a dinâmica arminiana da salvação, São Paulo, Reflexão, 2016.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARMÍNIO, Jacó. As Obras de Armínio. 3 volumes. Traduzida por Degmar Ribas. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.
BANGS, Carl. O. Armínio - um estudo da reforma holandesa. Traduzida por Wellington Mariano. São Paulo: Reflexão, 2015.
DANIEL, Silas. Arminianismo, A Mecânica da Salvação: Uma exposição histórica, doutrinária e exegética sobre a graça de Deus e a responsabilidade humana.
Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
OLSON, Roger E. História da Teologia Cristã - 2000 anos de tradição e reformas. São Paulo: Vida, 2001.
OLSON, Roger E. Teologia Arminiana - mitos e realidades. Traduzida por Wellington Mariano. São Paulo: Reflexão, 2013.
PICIRILLI, Robert R. Graça, Fé e Livre Arbítrio - visões contrastantes da salvação: calvinismo e arminianismo. São Paulo: Reflexão, 2017.
SHANK, Robert. Eleitos no Filho: um estudo sobre a doutrina da eleição. São Paulo: Reflexão, 2015.
STANGLIN, Keith D.; MCCALL, Thomas H. Jacó Armínio - teólogo da graça. São Paulo: Reflexão, 2016.

26
OB ro
OBRAS PARA O
ENRIQUECIMENTO DA
SUA VIDA MINISTERIAL

(0 | R aykran B a t is t a d \ S il v a
DISCIPULADO EFICAZ E
CWD CRESCIMENTO DA IGREJA
Rayfran Batista da Silva

Discipulado é um processo que revela o propósito divino para restaurar


O Discipulado a humanidade, transmitindo vida e aperfeiçoando o caráter. Nesta obra,
o pastor Rayfran Batista, líder da Assembléia de Deus em Santa Inês
EFICAZ e o (MA), preocupado com o acompanhamento que as igrejas devem dar aos
Crescimento novos crentes em Cristo, ensina o que é ser discipulador e a importância
do discipulado para que a igreja cresça de forma saudável. O livro é di­
da IGREJA vidido em três partes: "A Teologia do Discipulado e do Crescimento da
Igreja"; "Princípios e Dimensões do Discipulado Eficaz"; e "Estratégias,
Orientações e Sugestões para a Prática do IDiscipulado Eficaz".
A obra apresenta estratégias que começam na evangelização, passam
pela consolidação e continua até que o novo crente esteja apto a discipular
outras pessoas. Destacando que este trabalho é fruto não apenas de um
estudo aprofundado sobre a questão à luz da teologia bíblica, mas tam­
bém da prática cristã, posto que o autor tem aplicado esses princípios na
igreja em que lidera e tem experimentado os resultados esperados. Obra
indicada para quem deseja o crescimento sadio de sua igreja.

EQUILÍBRIO EMOCIONAL
Elaine Cruz
Dra. E la in e C ru z
A partir do novo nascimento em Cristo e da consequente presença do
Espírito Santo em nós, adquirimos todas as possibilidades para mol­
dar nosso temperamento, reformar nosso caráter e reconstruir uma
personalidade saudável, dentro dos padrões estabelecidos para nossa
vida por Deus, os quais são evidenciados em Sua Palavra. Nesta obra,
a professora e psicóloga Elaine Cruz, especialista em psicologia clínica e
escolar, discorre de forma objetiva sobre as virtudes do fruto do Espírito
necessárias para nos ajudar a não adoecer ou, se for o caso, quando já
adoecidos, a nos direcionar na cura da nossa psiquê.
A obra começa descrevendo o que é a personalidade e destacando a
importância de termos uma personalidade saudável e como isso é pos­

EQUILÍBRIO sível a partir da aplicação do fruto do Espírito em nossas vidas. A E>ra.


Elaine trata sobre o equilíbrio emocional não apenas tecnicamente, mas
EMOCIONAL biblicamente, com orientações práticas que irão abençoar a vida do leitor.
Esta é uma obra indicada não apenas para pessoas que estão buscando
PERSONALIDADE TRANSFORMADA
equilíbrio para as suas emoções, mas também para pastores, conselheiros
PELO FRUTO DO ESPIRITO
e psicólogos cristãos que militam na área do aconselhamento.
L ID E R A N Ç A W a g n e r Ta d e u dos S a n to s G aby
Wagner Tadeu dos Santos

A
Gaby é líder da Assembléia

Integridade moi
de Deus em Curitiba (PR),
membro fundador da
Cassa de Letras Emilio
conde, membro da
Academia Evangélica de
Letras do Brasil

te rm o in te g r id a d e nados pelos ímpios. O resultado


A integridade
é um bem
precioso
O vem da palavra latina
integrare, (inteiro, uno,
total) e está ligada à
ideia de totalidade, unicidade e
indivisibilidade. Trata-se de uma
de sua conduta é que ele terá uma
vida longa e feliz. Ademais, não
será lançado no descrédito por
parte de palradores insensatos;
pelo contrário, estará a salvo de
suas críticas, de suas palavras cor­
que deve ser palavra que oferece um sentido de
completude, ou seja, tem conexões tantes (SI 112.8). Encontramos na

preservado com o indivíduo. O perfil de um carta do apóstolo Paulo à Tito 2.7,


a palavra grega aphthoria, a qual
líder íntegro está relacionado a uma
peio cristão pessoa completa e que não apresen­ só é mencionada uma vez no Novo
Testamento, e a sua tradução para
ta deficiência em alguma área. As
o português significa integridade.
pessoas podem confiar nele, pois
trata-se de um indivíduo que cum­ "Torna-te, pessoalm ente, pa­
pre as suas promessas. O seu proce­ drão de boas obras. No ensino,
dimento em público é o mesmo em mostra integridade, reverência"
sua vida particular, junto aos seus (ARA).
amigos e familiares. Dessa forma, "Em tudo seja você mesmo um
o termo latino integritate significa exem plo para eles, fazendo boas
a qualidade de alguém ser íntegro, ob ras. Em seu en sin o , m ostre
conduta reta, pessoa de honra, ética, integridade e seriedade" (NVI).
educada, brioso, pundonoroso, al­ Mas podemos verificar em ou­
guém cuja natureza de ação oferece tras versões, porém, aparece como
uma imagem de inocência, pureza incorruptibilidade ou santidade.
ou castidade; o que é íntegro, é justo Neste texto, a integridade, como
e perfeito, é puro de alma e de espí­ uma virtude, aparece como uma
rito (Tg 1.2-4; Mt 5.44-48; 2 Tm 3.17; das qualidades que os líderes das
Cl 2.10; Fp 3.15-21). A integridade igrejas cristãs devem possuir. A
engloba a coerência, honestidade, Bíblia com reflexões de Lutero
(SBB), traz o seguinte comentário:
equilíbrio e previsibilidade; por sua
vez a integridade oferece poder às "A m aior q u alid ad e de um
nossas palavras, força aos nossos bispo consiste em expor a Pala­
planos e impacto às nossas ações. vra com retidão, porque ensinar
é sua principal atividade, e ele
"A jornada da vida, para o ho­
deve dedicar-se ao máximo para
mem correto é segura: íntegro; no
preservar a doutrina. Mostra, isto
hebraico tom, significa completo,
é, na d ou trin a m ostrarás in te­
são" (Charles Fritsch). gridade, seriedade, uma palavra
Este homem será resguardado sadia e irrepreensibilidade. Todos
de perturbações como acidentes, esses quatro aspectos devem ca­
enferm idades e ataques m aqui­ racterizar o ensino: integridade,
ral e espiritual do líder
seriedade, uma pregação sadia e
irrepreensibilidade".
Mostrar integridade no ensino
é ser íntegro naquilo que você
prega e an un ciar por inteiro a
m en sag em de D eus. Em A tos
20.27, o apóstolo Paulo deixou o
seu exemplo aos obreiros de Éfeso,
dizendo: "porqu e nunca deixei
de vos anunciar todo o conselho
de Deus". Agindo dessa maneira,
estaremos glorificando o nome do
Senhor e oferecendo iluminação
para muitos. "E le reserva a ver­
dadeira sabedoria para os retos;
e escudo para os que caminham
em integridade" (Pv 2.7). "A bo­
m ináveis para o Senhor são os
perversos de coração, mas os que
andam em integridade são o seu
prazer" (Pv 11.20).
Integridade Moral
A integridade m oral indica a
inteireza moral e dignidade de um
indivíduo. A integridade refere-
-se à higidez m oral, a condição
daqueles indivíduos possuidores
de um autêntico caráter m oral,
con trastan do com aqueles cuja
natureza inclui o engodo, a astú­
cia e a malícia. Em Gênesis 25.27
en con tram os um a com paração
en tre Jacó e Esaú. O p rim eiro
surge com o um homem íntegro,
em contrapartida o seu irm ão é
descrito como um homem dotado
de habilidades violentas.
Um fazendeiro m anobrou o
cam inhão até a balança no silo
para arm azenagem de cereais e
Á

RO
depois saiu da boleia (gabina). A nossa família contempla se significado de raiz aquilo que é
Q uando o operador da balança as nossos feitos estão de acordo "com pleto" ou "inteiro" (Lv 25.30;
estava prestes a fazer a leitura, com o que proferimos em público. Js 10.13; Pv 1.12).
o fazendeiro pisou serenam ente A integridade não é o que você Tam (SI 37.37b) significa íntegro,
na balança, acrescentando o seu aparenta m anter quando todos piedoso, gentil, reto e plano. Tradu­
peso ao da colheita. Na crença de te observam , m as é justam ente zido como sincero ou sinônimo (SI
que ninguém testemunhou a sua quem você é quando ninguém está 64.4; Jó 1.1,8; 2.3;8.20;9.20-22).
manobra, o fazendeiro esvaziou o observando. Quando somos ínte­ Ta-mím é usado diversas vezes
caminhão e voltou à balança para gros, estamos dispostos a viver se­ para referir-se à inteireza física, ou
pegar o recibo. Embora o opera­ gundo nossos princípios, mesmo sanidade, e à ausência de defeitos,
dor da balança tivesse percebido que ninguém esteja observando. por exemplo, quanto aos animais
a ação dissimulada do fazendeiro, É um n ív e l de m o ra lid a d e sacrificiais (Êx 12.5; 29.1; Lv 3.6).
preferiu não confrontar a desones­ excelente, sem importar-se com o Mais vezes, porém, estes ter­
tidade diretamente. Em vez disso, que está acontecendo ao seu redor. mos denotam sanidade moral ou
entregou o recibo ao fazendeiro É um alto padrão de honestidade, a qualidade de inculpe. Porém
e disse: veracidade, decência e honra inal­ quando aplicado a Deus, ta-mím
"A ch o que você gostaria de terável. É fazer ao próximo o que pode ser apropriadamente tradu­
saber. Você acaba de vender-se gostaria que lhe fizessem (Mt 7.12). zido por "perfeito", como ao se
por oito dólares e cinquenta e seis Uma pessoa moralmente íntegra, referir à atividade e às obras de
centavos". m antém a sua palavra, m esm o Jeová, sua m aneira de agir, seu
A integridade envolve a ho­ que venha a lhe causar danos. O conhecimento e sua lei (Dt 32.4;
nestidade (dignidade, probidade, íntegro não usa jogo de palavras, Jó 36.4; 37.16; SI 18.30; 19.7). To­
decência e pureza). O caráter e não fala com meias verdades e não das estas qualidades e expressões
a integridade de um líder sem ­ deixa dúvidas ao se pronunciar, divinas manifestam uma inteireza
pre estão em ev id ên cia. O ser ou seja, não há dubiedade. O seu e plenitude tão inigualáveis, tão
h u m an o faz as su as esco lh a s, linguajar resume-se ao "sim é sim, salutares e isentas de defeitos ou
diariamente. As pessoas ao nosso e não é não" (Mt 5.37). falhas, que claramente identificam
redor observam a nossa conduta sua Fonte com o sendo o único
junto aos dem ais e concluem se Integridade espritual Deus verdadeiro (Rm 1.20).
estam os sendo corteses ou não. O s term os hebraicos relacio­ Os padrões bíblicos do pastor
O público observa como reagimos n a d o s com in te g rid a d e (tom , descrito pelo apóstolo Paulo em 1
às críticas. tum-máh, tam, ta-mím) têm como Timóteo 3.1,2 são principalmente

A
m orais e esp iritu ais. O caráter c) O p atriarca era um hom em isto mais importante do que a sua
íntegro de quem aspira o pasto- convicto dos propósitos divinos posição social e os bens do Egito.
rado é mais im portante do que em sua vida. d) Ele não temeu a ira do rei, por­
personalidade influente, dotes de d) Ele foi um adolescente mimado, que contem plava a recom pensa
pregação, capacidade administra­ mas sem empáfia, ou dificuldade de Deus.
tiva ou graus acadêmicos. O enfo­ na convivência. e) M anteve seu relacionam ento
que das qualificações ministeriais e) Jovem totalmente comprometi­ com o Senhor com integridade.
concentra-se no com portam ento do com Deus f) Moisés era um homem paciente.
daquele que persevera na sabedo­ f) José era competente em tudo o g) Mais humilde do que qualquer
ria divina, nas decisões acertadas que realizava. pessoa na face da Terra.
e na santidade devida. Os postu­ g) Ele não recorria a desculpas h) Orientado sempre e constante­
lantes ao ministério pastoral sejam quando a integridade ficava am e­ mente por Deus.
prim eiram ente provados quanto açada. i) Administrou a formação de jui­
à sua trajetória espiritual (1 Tm h) José não alimentou rancor, mes­ zes a fim de atender aos israelitas.
3.10 ). P artin d o d aí, o E sp írito mo depois do mal perpetrado por D avi
Santo estabelece o elevado padrão seus irmãos.
a) O monarca não foi uma pessoa
para o candidato, isto é, que ele i) O patriarca concebeu um plano
perfeita, pois o mesmo Deus que
precisa ser um crente que se tenha bem-sucedido para alimentar uma
o classifica como homem segun­
mantido firme e fiel a Jesus Cristo grande população
do Seu coração, não permite que
e aos seus princípios de retidão, j) O filho de Jacó não procurou
construa o tem plo por ter sido
e que por isso pode servir como tomar o lugar de seu chefe.
um homem envolvido em muitas
exemplo de fidelidade, veracida­
guerras (1 Cr 22.8).
de, honestidade e pureza.
M oisés b) O importante é a maneira como
Noutras palavras, seu caráter
Davi reage quando confrontado
deve mostrar o ensino de Cristo a) O libertador foi criado como fi­
pelo seu pecado. Davi pede por
em Mateus 25.21 de que ser "fiel lho da filha de Faraó, de modo que
misericórdia e grande compaixão.
sobre o pouco" conduz à posição ele teria a chance de ser, talvez, o
c) Não faz nenhuma tentativa de
de governar "sobre o m uito". próximo Faraó.
suavizar ou banalizar o pecado
b) E d u ca d o em um am b ien te
onde existia as melhores escolas Â
E x e m p lo s B íb lico s de seculares, ele passou a conhecer
In te g rid a d e E sp iritu a l os valores do mundo.
c) Mas o jovem mantinha a sua fé
em Deus e escolheu ser maltratado
N oé com seus irm ãos por ju lgar ser
a) O patriarca andava com Deus
(Gn 6.9 - ARA).
b) Ele achou graça aos olhos do
Senhor.
c) Noé foi considerado por Deus
com o o pregador da justiça, foi
preservado do dilúvio (2 Pe 2.5).

Jo s é (filho de Jacó )
a) O Senhor revelou ao adoles­
cente que seria um líder, e várias
pessoas se inclinariam ante ele.
b) A maneira pelo qual Deus gerou
essa integridade que caracterizou
José até o fim.

OB A
que havia cometido (SI 51.10-12). c) Paulo demonstra nesse versículo meta deve ser em como agradar
d) Antes de sua morte, Davi pediu que para sermos servos de Cristo a Deus e fazer o que é certo. Uma
ao Senhor que contemplasse a seu não podemos agradar as pessoas. pessoa pode ser muito estimada
filho Salom ão com um coração d) Paulo estava convicto de sua pelos hom ens, mas abom inável
íntegro a fim de guardar os seus vocação, e este fator o tornava aos olhos de Deus (Lc 16.15).
m an d am en to s, testem u n h o s e íntegro perante Deus.
estatutos (1 Cr 29.19 - ARA).
Crise de Integridade
Jesus: o maior líder de E sta m o s v iv en d o d ias nos
Jó todos os tempos quais as pessoas estão preocupa­
a) A sua reputação fez dele um líder a) O maior líder de todos os tem­ das com o caráter e a integridade
forte na sua família e comunidade. pos apresenta características que dos líderes políticos, empresariais
b) O patriarca acumulou fortuna apenas o Deus encarnado pode­ e profissionais. As falhas de caráter
considerável e demonstrou gran­ ría demonstrar. Ao longo de seu dos líderes religiosos e das figuras
de sabedoria nos negócios e em ministério, o Senhor transformou de destaque da mídia, divulgadas
questões comunitárias. hom ens habituados a rudeza de pelos veículos de com unicação,
c) Apesar de sua tristeza e ator­ sua profissão, em pescadores de têm alim entado o ceticism o da
m en tad o d ian te do co m p o rta ­ homens. população diante dos que encon­
m ento de sua esposa, aquele h b) Observamos no capítulo 8 do tram-se em cargos de liderança. Se
homem demonstrou fé inabalável Evangelho de Marcos o Senhor a os líderes que ensinam acerca de
em Deus (Jó 2.9,10 - ARA). revelar a dureza do coração dos uma conduta transparente e não
d) Jó desafiou os seus am igos a discípulos, e ouvidos moucos. conseguem praticar o que divul­
identificarem as faltas dele (Jó 6.1- gam, em quem confiar? Existe uma
7.21 - ARA) a fim de detectarem crise de credibilidade em relação
A confiança de Deus as pessoas que assumem cargos
alguma falha por ele cometida.
em nossa integridade de liderança. Os especialistas afir­
e) O que habilitou Jó a possuir tal
"Julga-m e, Senhor, segundo a mam que o descrédito dos líderes
integridade como líder?
minha retidão, e segundo a inte­ evangélicos perante a sociedade
gridade que há em m im " (SI 7.8). deve-se, em grande parte, a desli­
• S e g u ra n ç a fo rte : s e n tiu -se
A nossa conduta pode ser conside­ zes éticos e morais cometidos pela
em ocionalm ente seguro para
rada íntegra diante do Altíssimo? própria Igreja.
aceitar críticas.
E quanto ao nosso testem unho O secretário da C om u n id a­
• Consciência limpa: conservou
diante da corrupção que assola o de Internacional de Estudantes
consciência lim pa e sensível
mundo hodierno? Qual a opinião Evangélicos (CIEE), historiador
em relação a pecados.
de nossos irmãos ou daqueles que Ziel M achado, não tem dúvidas
• M otivos puros: recusou-se a
não comungam a nossa fé diante de que a crise de integridade das
alim en tar m otivos de auto-
do que apuram sobre nós? Temos lideranças religiosas é a principal
piedade.
condição de reiterar o conteúdo responsável por essa queda na
• Caráter sólido: o seu compro­
da oração de Davi acima descrita, cre d ib ilid a d e das in stitu içõ e s
misso com a verdade era um
na qual ele solicita a Deus que o evangélicas.
fator inquestionável.
julgue segundo a sua integridade? "Basta observar nas livrarias
• Ele estava convicto que Deus
A maior fonte de poder espi­ cristãs. Nunca se observou uma
não rejeita o íntegro (Jó 8.20
ritual que podemos dem onstrar quantidade tão grande de obras
-A R A ).
às p esso a s de n o sso co n v ív io que abordam a crise de integri­
é uma vida de relacionam ento dade entre os pastores", afirma o
Paulo com o A ltíssim o. O ensino que historiador. A in t e g r id a d e
a) O apóstolo afirma sua identi­ Deus nos oferece resum e-se nas m oral e espiritual é a condição
dade e quem havia gerado nele seguintes palavras: "Sede santos, sinequa non para a sustentação e
tamanha convicção (G 11.1). porque Eu sou santo" (lP e 1.16). estabilidade da vida de cada obrei­
b) A sua honestidade dem onstra­ Todos devemos preservar a nossa ro. Como está a sua integridade
va sua integridade. integridade a cada dia. A nossa moral e espiritual? |

A
CONHEÇA O PREGADOR
SEM TÍTULO:

FILIPE
Usando o seu já consagrado estilo leve e bem-humorado,
Zibordi nos brinda com um estudo abrangente da vida de
Filipe que tornou-se o protagonista do segundo capítulo da
história da Igreja nascente ao realizar um feito inédito, depois
do dia de Pentecostes: anunciar o evangelho aos samaritanos.

FILIPE
o PRIMEIRO EVANGELISTA DA IGREJA

PEDRO JOÀO
SANCHES Z ib o r d i BATISTA
Ciro
ZlBORDl

noa 0 8 0 0 021 7 3 7 3
www.cpad.com.br
CB4D
AD em Florianópolis
leva vidas a Cristo
promovendo
evangelismo com
ação social
A ssem bléia de Deus do evangelismo em nossa cidade".

A em Florianópolis (SC)
tem se destacado em
sua observância quanto
aos reclames da Grande Comissão
outorgada pelo Mestre à sua Igreja.
A proposta foi colocada em pauta
pelo pastor João Marcos Barbosa,
que recebeu total apoio da diretoria
da igreja e demais lideranças dos
departamentos eclesiais. Depois,
A "Ilha da Magia", como ficou co­ foram adicionados outros projetos
Idealizadores nhecida a capital catarinense, tem de evangelização anteriormente
iniciados. "Entendemos que unificar
sido alvo de intensa evangelização
do Projeto conjugada à ação social desen­ todos esses projetos nos fornecería
volvida pela igreja liderada pelo maior capacidade de chegarmos a
Ide têm como pastor Josué Fernando Cipriano, um resultado mais eficaz para a ex­
que, juntamente com a sua equipe pansão do Reino de Deus", assevera
meta alcançar de obreiros, elaborou o Projeto Ide o pastor Cipriano.

toda a capital a fim de alcançar cada setor da


sociedade com a Palavra da Vida
Mas, como alcançar todos os
moradores de uma grande capital
catarinense Eterna, que é "mais penetrante do
que espada alguma de dois gumes,
como Florianópolis? Ainda mais
quando se trata de uma cidade que
com a Palavra e penetra até à divisão da alma e do concentra importantes fontes de
espírito, e das juntas e medulas, e é economia como Tecnologia da Infor­
de Deus apta para discernir os pensamentos mação, Serviços (vasta gama de ati­
e intenções do coração" (Hb 4.12). vidades que vão desde o comércio
Os crentes de Florianópolis não de mercadorias à administração
esqueceram os municípios vizinhos pública, passando por transportes,
em seu projeto evangelístico. atividades financeiras e imobiliárias,
O pastor catarinense contou à serviços a empresas ou pessoais,
revista Obreiro Aprovado como educação, saúde e promoção social)
tudo começou e os passos dados e recebe milhares de pessoas todos
até atingir as metas programadas os dias a fim de desfrutar de suas
nas reuniões, bem como os aconse­ belezas e demais oportunidades.
lhamentos junto aos seus auxiliares. Os fiéis e sua liderança indicaram
"O Projeto Ide nasceu da obediência estratégias para cada segmento da
à ordem imperativa de Jesus Cristo, sociedade a ser alcançado.
baseado em Marcos 16.15, por en­ As principais estratégias antes
tendermos a necessidade e urgência do Projeto Ide são m antidas: o

A
tradicional evangelism o pessoal
de "porta em porta", com os fiéis
distribuindo literaturas bíblicas
para a população; a propagação
do Evangelho de Jesus através das
mídias sociais; cultos evangelísiticos
com momentos de oração; e, por fim,
assistência social. Mas e os demais
setores da sociedade, uma vez que
a meta era alcançar a capital para o
Mestre? O pastor Cipriano explica
que os demais segmentos estão in­
seridos no Projeto Ide e que existem
outras ações evangelísticas e assis-
tenciais que atuam em muitas áreas
da sociedade florianopolitana e ar­
redores, dentre as quais ele destaca:
Capelania: O grupo é composto O Projeto Ide nasceu da obediência
por pessoas formadas em curso mi­ à ordem imperativa de Jesus Cristo,
nistrado pela igreja local que pres­
tam assistência religiosa e realizam
baseado em Marcos 16.15,
cultos e discipulado nos presídios por entendermos a necessidade e a
da grande Florianópolis. As ativi­ urgência do evangelismo em nossa cidade
dades dos fiéis incluem batismos
em água de novos convertidos nos
presídios e o registro de pessoas que
cas registradas dos componentes do movem corridas visando a ações
decidem-se para Cristo. A mesma
grupo é representar o amor de Cristo evangelísticas e à distribuição de
linha de trabalho é colocada em
através de um sorriso e um abraço. literaturas cristãs.
prática nos hospitais.
O Bom Samaritano: Casa de Ceifeiros: Grupo de fiéis que
Projeto Centro Pop: Trata-se de
Apoio Social que recebe apoio da realiza cultos nos mais diversos
uma equipe que, juntamente com
igreja catarinense e cujo objetivo pontos turísticos da cidade.
a Prefeitura, alimenta e evangeliza
é abrigar pessoas que desejam O pastor Cipriano explica que,
semanalmente centenas de mora­
abandonar a dependência química além destas atividades, existem
dores de rua, prostitutas e demais
e alcoólica. O tratamento inclui muitos outros projetos em anda­
necessitados. O propósito nesses também a mensagem da Palavra mento em Florianópolis.
encontros é comunicar o amor de
de Deus como a revelação divina e E como se desenvolve o Projeto
Deus através do Evangelho.
libertadora para aqueles que crêem. Ide? Existem etapas a serem obede­
Casa de Oração: Grupos de es­ Good for All: Equipe de jovens cidas?
tudos bíblicos formados nos lares que realiza cultos regulares nas De acordo com o líder pentecos-
para cultuar e estudar a Palavra praças, terminais urbanos e locais tal, o avanço do Evangelho na popu­
de Deus. com grande fluxo de pedestres. lação obedece a um minucioso pla­
Pregadores da Alegria: Equipe AD AD (A d o le sce n te s que nejamento que envolve capacitação,
de evangelização devotada ao lema Amam a Deus): Projeto evangelístico liderança, fiéis, mapeamento e co­
"pregar e sorrir". Os integrantes que tem com o alvo alcan çar e nhecimento urbano (ruas, avenidas,
apresentam-se vestidos à caráter aperfeiçoar adolescentes filiados à passagens e demais logradouros) a
(estilo "clow n") e interagem nos igreja ou não, inserindo e atraindo fim de que a atividade evangelística
orfanatos, tribos indígenas, casas suas famílias ao ambiente cristão. seja bem sucedida e as pessoas que
geriátricas, asilos e eventos com Correndo com Cristo: Equipe se decidam por Cristo sejam alvo de
crianças em comunidades. As mar­ cristã de personal trainers que pro- total contemplação. As estapas sã:
Á
Temos, inclusive, a sinalização do poder público de que
a igreja é uma entidade que contribui para paz social em
razão da propagação do Evangelho de Cristo

Etapa 1: Treinamento e formação Etapa 4: Os crentes são municia­ O pastor Cipriano manifesta a
de líderes que após esse processo, dos de literaturas específicas para sua alegria em dizer que o esforço
preparam as equipes, form adas alcançar diferentes faixas etárias dos evangelizadores tem tido boa
pelo pastor local, líderes de missões e saem a campo; a evangelização receptividade por parte das pessoas
e evangelismo e demais membros acontece em todas as casas da re­ na capital catarinense. "Felizmente,
da igreja. gião: os fiéis recebem permissão a grande maioria das pessoas tem
Etapa 2: E confeccionado o ma­ e adentram os lares, anunciam o sido muito receptivas a esta ação,
peamento da localidade onde está Evangelho e convidam as pessoas muitos, inclusive, abrem seus lares
implantada cada congregação (são a participarem dos cultos na igreja para orações, cultos, e pregação do
aproximados 100 templos no mu­ Evangelho. Sempre existe alguém
local.
nicípio), depois os evangelizadores que oferece alguma resistência, mas
E tapa 5: Ao fin al da ação,
concebem mapas e maquetes dos neste caso, agimos com a máxima
os r e s p o n s á v e is p re e n ch e m
bairros com o objetivo de facilitar
formulários que indicam quantas cautela para não sermos indelicados
a visualização e localização das
casas e pessoas foram alcançadas, ou inconvenientes, sempre tendo a
residências.
o número de conversões, nome, sabedoria como companheira e tra­
Etapa 3: Após o mapeamento,
endereço, etc. tando as pessoas com cordialidade
algum as ruas são selecionadas
Etapa 6: Ao longo da semana são e amor, sentimentos que ajudam a
para serem evangelizadas pelos
realizadas novas visitas e contatos quebrar as barreiras".
fiéis durante a atividade já pro­
gramada pela liderança. A ação com o objetivo de iniciar o proces­ O v eteran o p asto r tam bém
evangelística faz parte da agenda so de discipulado com os novos reserva experiências armazenadas
de congregações do campo ecle­ convertidos; para que aconteça a em sua trajetória neste importante
siástico no último final de semana indicação das ruas que serão alvo departamento da igreja catarinense.
de cada mês. de evangelização no próximo mês. "Eu quero destacar a visita a uma

RO
senhora que após muita relutância lém, cuja liderança e demais fiéis 1) Alcançar todos os bairros,
em atender a nossa equipe, abriu com partilhavam as Boas Novas condomínios, ruas e lares de nossa
a porta de sua residência. Os nos­ de C risto e efetuavam sinais e cidade, atingindo o maior número
sos irmãos, sem perda de tempo, maravilhas, de modo que o povo de pessoas com a mensagem da
falaram do am or de Deus para comprovava que estava sendo alvo Palavra de Deus para que aceitem
ela e dentro de alguns instantes das bênçãos de Deus. Jesus como Salvador pessoal, im­
aquela senhora começou a chorar Mas e quanto aos resultados? plementando o Reino de Deus em
e confidenciou que estava decidida Não é nenhuma novidade que a Florianópolis.
a cometer suicídio naquela tarde. Igreja foi criada a fim de anunciar a 2) Já está em curso o treinamen­
Os nossos irmãos oraram por ela e Palavra de Deus e que os frutos de to, através do discipulado, para que
depois ela não hesitou em receber uma boa semeadura aparecem de em 2020 haja pessoal devidamente
Jesus como Salvador pessoal de sua modo a surpreender os trabalhado­ capacitado para alcançar os condo­
vida e este ato foi acompanhado por res da Seara do Mestre. O veterano mínios fechados (acesso restrito)
lágrimas. A sua filha, portadora de pastor relaciona os benefícios pro­ que apenas os fiéis que moram nes­
necessidades especiais, também porcionados no cumprimento dos ses imóveis tem entrada garantida;
aceitou a Cristo. Atualmente mãe reclames da Grande Comissão do o objetivo é implantar o curso piloto
e filha estão sendo discipuladas e Senhor Jesus aos seus seguidores: de estudos bíblicos chamado Casa
assistidas pela igreja local". de Oração, atividade semelhante
A ação ev a n g eliz a d o ra dos aos cultos domésticos, rápidos e
• U n i d a d e da igreja na
crentes em Florianópolis reserva com uma palavra de ensino e es­
evangelização.
também outros relatos gloriosos perança.
• Crescimento numérico de mem­
que confirmam a necessidade da Diante de tão nobre tarefa, o
bros na igreja local.
alma humana em ter comunhão pastor Cipriano manifestou o desejo
com Deus, além de testemunhos • Lares e famílias sendo alcançados de que as pessoas cujo coração arde
de salvação de vidas, curas de e transformados pela Palavra de em ganhar almas para Jesus venha a
enfermidades e demais milagres Deus. cerrar fileiras com os demais crentes
ocorridos na vida dos novos con­ • Uma maior interação entre igreja e povoar o céu através da divulga­
vertidos. Mas este projeto tem tido e comunidade. ção da Palavra de Deus.
a participação das autoridades? • Expansão do Reino de Deus. "A s pessoas engajadas neste
Considerando o benefício físico m inistério são aquelas que tem
que o cid ad ão recebe ao ter a dentro de si o ardor missionário,
Mas existem projetos reservados
vida transformada pela graça de paixão por almas e esteja disposto
pela igreja florianopolitana para
Deus, a Assembléia de Deus em a ser treinado para uma capacitação
o futuro? Sim e são projetos que
Florianópolis desfruta de bom re­ básica para o evangelismo", disse o
visam tão somente alcançar cada
lacionamento com as autoridades e pastor catarinense. _
vida na capital catarinense.
com a administração pública. "G e­
ralmente temos tido autorização
para realizarmos eventos públicos
que visam anunciar o Evangelho.
Temos inclusive a sinalização do
Poder Público de que a igreja é uma
entidade que contribui em razão
de propagar do Evangelho que
traz paz social", explica o pastor
Cipriano.
Semelhante panorama é regis­
trado no livro de Atos dos Apóstolos
2.47 em que o evangelista Lucas
registra a simpatia da população
mediante a novel igreja em Jerusa­

A
Projetos Tauá
p a ra Cristo e o
Culto do Filho
Pródigo fazem
a diferença
Investimento
em cidade
voltado para cearense
evangelizar
Nordeste brasileiro é Pastor Sérgio Almeida, líder da
tanto não-
crentes
quanto
O conhecido, indiscu­
tivelmente, por suas
belezas naturais, jus­
tificando, assim, a vasta quanti­
dade de turistas que procuram
Assembléia de Deus em Tauá (CE),
tem se esforçado a fim de que a men­
sagem da Cruz de Cristo se torne
realidade na vida de seus conterrâ­
neos, diante da crescente onda de
desviados dá as suas praias e demais recantos corrupção destes últimos tempos. O
naturais. Em função dessa re­ líder cearense e o corpo de obreiros
resultados alidade, o turismo é uma das da igreja que lidera no interior do
principais atividades que aju­ estado conceberam estratégias a
dam a movimentar e dinamizar fim de garantir que a Palavra de
a economia local. Mas, ao mesmo Deus tenha acesso aos lares, ruas e
tempo, o Nordeste é também demais logradouros de sua cidade.
conhecido por sua grande ne­ Foi assim que surgiram os projetos
cessidade da mensagem do "Tauá para Cristo" e "O Culto do
Evangelho, que dissipa as trevas Filho Pródigo" a fim de alcançar
da idolatria e ainda reacende a as pessoas que não comungavam a
chama da esperança no coração fé evangélica e, simultaneamente,
dos nordestinos, preocupados trazer de volta para os apriscos do
em como agradar a Deus, mas Mestre aqueles que um dia já com­
que necessitam de pessoal habi­ partilharam as Boas Novas de Cristo
litado para indicar o verdadeiro em seu cotidiano.
caminho que conduz ao perdão: "Os dois projetos nasceram por
Jesus Cristo. causa da influência do sincretismo

A A
A Cruzada Tauá para Cristo tem sido bem sucedida em anunciar a Palavra de Deus nas ruas e dem ais logradouros da cidade do interior cearense

Os dois projetos nasceram em resposta à influência do


sincretismo religioso que opera nessa região

religioso que opera nessa região, para essas pessoas. O cuidado como Salvador pessoal desde que
principalmente em nossa cidade, para que toda a equipe envolvida o projeto teve início há 20 anos em
onde as pessoas que se autoprocla- na missão fosse devidamente ca­ nossa pequena cidade. Lembro-me
mam cristãs não sabem discernir a pacitada para o cumprimento da de dois casos que impactaram os
mão esquerda da mão direita. Há missão reuniu músicos, pregadores, integrantes da equipe: João Alves
também um ambiente extremamen­ cantores e a equipe da sonoplastia a Neto estava preso a grilhões havia
te religioso em nosso território", fim de chamar a atenção das pessoas 26 anos, pois os demônios o haviam
explica o pastor Sérgio Almeida. que moram nesses lugares", conta aprisionado, mas a igreja passou a
Cm o propósito de que o tra­ o líder. orar em seu favor e o homem ficou
balho dos evangelizadores fosse A Cruzada Tauá para Cristo teve liberto da possessão maligna, e hoje
realizado com eficácia, o líder início no dia 20 de fevereiro de 1999 ele comunga a fé de Cristo. Antônio
pentecostal, juntam ente com os e a responsabilidade pelo projeto foi Alves de Lima havia sofrido um
demais obreiros envolvidos com dado ao diretor da cruzada, presbí­ acidente automobilístico e os médi­
os dois projetos, concluíram que tero Daniel Soares, que, ao longo cos disseram que jamais voltaria a
havia a necessidade de mapear de uma caminhada de 20 anos na andar sem a ajuda de muletas, mas
as principais localidades em que condução de diversos encontros o Senhor o curou enquanto estáva­
encontravam-se os principais focos evangelísticos no município cearen­ mos na cruzada, nas ruas de Tauá,
onde o Evangelho ainda não fazia se, passou a colecionar testemunhos e ele testemunhou sua cura publi­
parte da vida das pessoas e que do que o Senhor é capaz de realizar camente. A minha esposa Aurinete
eram influenciados por mensagens na vida do homem que entrega a Souza, que passou a tocar e cantar,
espúrias, sem nenhum vínculo com sua vida a Ele. acabou desenvolvendo câncer, mas
a Palavra de Deus. "Iniciamos as "Nós conseguimos contabilizar foi curada pela graça divina durante
nossas atividades evangelísticas 3.060 pessoas que receberam Jesus a cruzada enquanto os crentes ado-
Á
com poltronas confortáveis e ar-
-condicionado no templo-sede. Lá
os alunos aprendem os primeiros
passos, mais tarde esses converti­
dos estarão aptos para descerem
as águas batismais como acontece
anualmente em todo terceiro sába­
do de setembro, simultaneamente
com o aniversário do templo-sede.
Quanto aos convertidos que moram
no interior, nós vamos até eles",
conta pastor Almeida.
O coordenador geral do disci­
pulado, presbítero Hélder Sales,
destaca a conscientização aos novos
convertidos quanto ao ensino da
Palavra de Deus e a importância
da oração e demais assuntos con­
cernentes a uma vida com Deus. O
coordenador também apresenta o
testemunho do militar reformado
da Marinha do Brasil, o advogado
Armando Martins, que, ao rece­
ber Jesus como Salvador pessoal,
deixou de lado os rituais da Igreja
ravam ao Senhor publicamente", aceito no ambiente onde acabou de Católica Romana a fim de abraçar
relata irmão Daniel. ingressar, ele sente-se desprezado o Evangelho de Cristo. "Agora eu
O pastor Sérgio Almeida de­ e volta para as antigas amizades. conheço verdadeiramente a Palavra
monstra a sua satisfação ao contem­ Qual a receita para evitar a evasão de Deus", alegra-se o convertido.
plar a graça divina relevando-se na do novo crente? Como absorvê-lo Destaque também para o "Culto
população tauaense, e o número de e ainda ensiná-lo a abandonar as do Filho Pródigo". É sabido quão
pessoas a frequentar as reuniões na antigas práticas pecaminosas? E difícil é atrair de volta aqueles que
igreja regional. "Verificamos o cres­ os demais féis? Quais estratégias a já com partilharam a mensagem
cimento quantitativo de nossa igreja, fim de levá-los a "abraçar" o novo da salvação e agora encontram-se
isto é, o templo-sede e as congrega­ irmão de fé? afastados de Jesus. Qual estratégia
ções. Percebemos que as pessoas "Para suprir essa necessidade, utilizada para convidar essas pessoas
eram impactadas pela mensagem criam os o Departamento de Re­ a fim de participar do Culto do Filho
evangelística, incluindo a libertação cepção no qual os componentes Pródigo? O pastor Sérgio Almeida
de gente oprimida por espíritos ma­ submetem-se a critérios a fim de explica que a principal estratégia é
lignos. No momento em que convi­ participar dessa missão. O princi­ ter em mãos o endereço de cada pes­
damos as pessoas para um encontro pal a ser observado é o carisma e a soa que, por alguma razão, seguiu
com Jesus, fazemos uma oração para visão de apoiar os recém chegados. seu próprio caminho. A Secretaria é
a cura do corpo e da alma também Esse departamento é o responsável a responsável em enviar uma carta
e o Senhor age soberanamente, com em encaminhar o novo convertido para esses destinatários, incluindo
experiências impactantes". ao representante do discipulado o seguinte tema: "Voltando a Casa
E o cuidado com o novo conver­ que, em seguida, vai providenciar do Pai, seu lugar te espera". Entre-
tido? Os líderes de igrejas e demais a entrega das apostilas ao novo mentes, as demais congregações do
coordenadores de departamentos convertido e direcioná-lo para as campo eclesiástico tem a missão de
eclesiais sabem que se o novo con­ aulas, o curso tem duração de três descobrir outros endereços de pes­
vertido não se sentir devidamente meses e realizado em um auditório soas que, outrora, já comungaram

A
Percebemos que as pessoas estão sendo impactadas pela
mensagem evangelística, incluindo a libertação de gente
oprimida por espíritos malignos

a fé cristã, desconectaram-se com o entre os demais fiéis e a sociedade. vidas. Os jovens conceberam a es­
Reino de Deus e seguiram seu pró­ Esse cuidado por parte da liderança tratégia do projeto denominado Ide:
prio caminho. Os nomes arrolados local inclui aquele que já havia sido eles escolhem um bairro carente,
são entregues aos discipuladores que membro registrado nos anais da entram em contato com o dirigente
logo telefonam a fim de convidá-los igreja, e sua conduta servirá como da congregação local e com a prefei­
a assistir aos cultos; outros disponi­ alerta a fim de recebê-lo de volta tura, esta por sua vez disponibiliza
bilizam seus veículos e deslocam-se como membro ativo ou não. um colégio nas imediações. Antes,
até a casa dos idosos que desejam Entretanto, para alegria dos fiéis porém, um carro de som anuncia a
participar do culto; após a reunião, em Tauá, já houve casos em que o cruzada evangelística com a distri­
eles voltam para casa nos carros dos desviado voltou acompanhado de buição de cestas básicas. Os jovens
voluntários". O Culto do Filho Pró­ seus familiares. "Aconteceu sim, distribuem senhas para as pessoas
digo acontece dentro do templo, em isto porque os familiares descobri­ a fim de participarem do sorteio de
um lugar destacado para receber os ram que enquanto a pessoa desfru­ 10 a 20 cestas básicas. Entrementes,
convidados. Ao longo do culto, as tava das benesses de sua comunhão uma equipe formada por médicos,
pessoas assistem uma peça teatral com o Pai, a família experimentou psicólogos, cabeleireiros, manicure
em que o enredo retrata a vida do m om entos felizes, e quando a e enfermeiros atendem as pessoas
homem sem Deus, as bênçãos que pessoa sentiu a necessidade de reunidas na cruzada evangelística.
desfrutava quando ainda mantinha reconciliar-se com Jesus, os demais "Desejamos adquirir um ônibus
comunhão com o Criador e o estrago membros da família vieram até o e um caminhão-palanque a fim de
perpetrado pelo Maligno na vida altar com o familiar". auxiliar na divulgação da Palavra
de quem está fora dos apriscos do A juventude também mobiliza- de Deus em nossa cidade", planeja
Senhor. -se a fim de anunciar a Palavra de pastor Sérgio Almeida. H
Mas também existe um período Deus e contribuir na salvação de
no qual os crentes preparam-se a fim
de capacitarem-se a fim de reunirem
forças e enfrentar as oposições, o
líder cearense explica que os cren­
tes reúnem-se duas vezes por ano
(meses de julho e dezembro). Toda
a igreja fixa um único propósito: cla­
mor a Deus para que Ele neutralize
a atuação do Mal e traga os "filhos
pródigos" de volta. Além disso, o
pastor Sérgio Almeida explica quais
ESTÁ VOLTANDO
as providências a fim de receber as
pessoas que retomam para os apris­ PREPARA-TE /
n
cos do Senhor. Em primeiro lugar, os
discipuladores conscientizam a pes­ J
soa em ficar sob observação quanto Os assembleianos tauaenses estão cumprindo os reclames da Grande Comissão outorgada por Cristo ã Igreja
a sua frequência e seu testemunho

O B S lR O
A IMPORTÂNCIA DE 0 DISCIPULADO EFICAZ
E 0 CRESCIMENTO DA IGREJA

DISCIPULAR OS NOVOS A u to r: R a y fra n B a t is ta

MEMBROS PARA QUE D is c ip u la d o é um p ro ce sso que re ve la o


propósito divino p a ra re sg a ta r a h u m a n id a d e ,

A IGREJA CRESÇA tra n s m itin d o v id a e a p e rfe iç o a n d o o c a rá te r.

EM QUANTIDADE E O Pr. R a y fra n B a t is ta , p re o c u p a d o co m o


a c o m p a n h a m e n to do s n o vo s m e m b ro s,
ensina o que é ser discipulador e a im p ortân cia
QUALIDADE d o discipulado p a ra que a igreja cresça saudável.

O liv ro a p re s e n ta e s tra té g ia s q u e c o m e ç a m
n a e v a n g e liz a ç ã o , p a s s a m p e la c o n s o lid a ç ã o
e p e rd u ra m a té que ele ta m b é m e s te ja a p to

R ayfran B at a d is c ip u la r o u tra s p e s s o a s .

O Discipulodo
EFICAZ e o
Crescimento
da IGREJA

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Elinaldo R enovato de • Ser trabalhador e esforçado (1 o obreiro pode (e deve) comportar-
Lima é pastor, líder da
AD em Pamamirim (RN), Ts 2.9). -se como esposo? Vejamos pois:
escritor e conferencista na 1) Amando a esposa (Ef 5.25-29).
• O sábio relacionam ento com
área de família.
todos os segmentos da igreja Esse compromisso exige demonstra­
(Fp 2.3). ções práticas de carinho e afeto. (Pv
• O devido cuidado com o pa­ 31.29; Ct 4.1; 1.16). O homem deve
trimônio espiritual, humano e externar os seus sentimentos através
abemos que a partir do

S
físico da obra. de palavras e gestos (cf. 1 Jo 3.18).
m om en to em que as Para muita gente, as expressões "eu
atividades ministeriais te amo", "gosto de você" e outras
avolum am -se, tendem Relacionamos aqui essas carac­ reservam-se ao passado. Sem aten­
a causar dificuldades no terísticas e desejamos que outras
relacio­ tar para esses importantes detalhes,
namento entre o obreiro e a sua evidências surjam como prova de o matrimônio torna-se azedo, sem
família. O envolvimento cada vez um ministério bem sucedido. Em graça, e ainda surge oportunidade
maior do obreiro em seu ministério amplos aspectos, deve ser o desejo para a ação dos demônios. Lembro-
bem sucedido leva-o, por vezes, de todo homem de Deus. Porém, -me que durante um sem inário
a negligenciar a família. Quando nada justifica o prejuízo na família para obreiros, pudemos enfatizar
isto torna-se realidade, o Maligno e no matrimônio devido ao sucesso a necessidade do amor do obreiro
investe pesado e suas investidas ministerial. para com sua esposa, não apenas
tem conduzido não poucos obreiros O Obreiro e o Relacionamento com palavras, mas através de ges­
ao fracasso em sua lida e no am­ Familiar tos concretos de afeto e carinho.
biente do lar. Mas a Bíblia Sagrada Mas ao longo de minha prédica,
ensina que a família é prioridade
na vida do homem de Deus, a fim
de evitar surgirem oportunidades
44 alguns obreiros disseram que tais
expressões de sentimento íntimo
eram incompatíveis com o cargo
que podem ser aproveitadas pelos
O ministério não de pastor. Nesse instante mostra­
demônios (sempre atentos no sen­ dispensa o obreiro mos, através da Palavra de Deus,
tido de destruir a a fé do homem de dos deveres de que o verdadeiro amor conjugal, se
Deus). Neste artigo, vamos abordar expressa em gestos de afeto.
importantes aspectos que vão corro­
esposo, de modo
2) Comunicando-se com a es­
borar o relacionamento do obreiro que ele deve posa. O obreiro precisa manter a
com a sua família. O obreiro precisa agir da melhor sua comunicação com a esposa,
ser exemplo do rebanho (1 Pe 5.3) e
maneira possível” considerando que a ausência de
exemplo dos fiéis (1 Tm 4.12). diálogo tem sido uma das causas
(subtítulo A Vida
O Sucesso Ministerial. É desejá­ do desgaste do matrimônio. A vida
vel que todos os obreiros sejam bem Conjugal do agitada, o stress provocado pela lida
sucedidos, em termos ministeriais: Obreiro). diária de um pastor, os encargos
na administração, viagens, com­

• A manifestação dos sinais da ?? promissos diversos, atendimento


pastoral, visitas pastorais, muitas
aprovação divina em seu mi­
vezes, acum ulam a agenda do
nistério (At 2.43; 8.6,13; 14.3).
1. A Vida Conjugal do Obreiro pastor, não sobrando tempo para
• Crescimento na graça e no co­
o obreiro dedicar-se à esposa. O
nhecimento (2 Pe 3.18). O m inistério não dispensa o
resultado, em muitos casos, é o
• Desenvolvimento numérico da obreiro dos deveres de esposo, de
esfriamento do amor conjugal. De
igreja sob seus cuidados (At 6.7; modo que ele deve agir da melhor
acordo com pesquisas, a ausência de
16.5). maneira possível. Nenhuma outra
diálogo, conversa a dois e atenção
atividade exige da família identi­
• Reconhecido pelos demais fi­ mútua, torna-se combustível mais
ficação com o trabalho do esposo eficaz para a realização de adultério
éis, "caindo na graça" do povo
como a atividade de obreiro. Como do que a atração ou sedução sexual.
(At 2.47).

RO
Assim, é indispensável o obreiro sejam caminhos para a destruição 4) Zelando pela esposa (Ef 5.29).
reavaliar a sua agenda, e reservar do casamento e do seu ministério. Existe uma classe de obreiros que
tempo para dialogar com a esposa. Vamos observar mais um exem­ busca o seu próprio bem estar e
3) Tempo para a esposa. O obreiro
plo: um pastor era reconhecimento descuida de seu cônjuge. O des­
precisa dedicar tempo para conver­ por seu ministério. Ele mantinha controle acaba por atingir a esfera
sar com a esposa e saber ouvir (Tg uma "agenda cheia" de compro­ espiritual, emocional e física; con­
1.19; Pv 18.23). Há uma tendência, missos para pregar ou ensinar em siderando que muitos deles sentem
no relacionamento conjugal, em que m uitas igrejas pelo Brasil afora. envergonha da esposa, devido a
determinados aspectos invertem-se Porém ele não soube priorizar a aparência física. O zelo dedicado a
após o casamento: no período do na­ sua esposa e a família. O tempo esposa inclui não somente os cui­
moro, o homem sente-se estimulado passou e o relacionamento foi es­ dados de provedor, mas a atenção
a passar horas a fio em conversas friando paulatinamente. A mulher, e o afeto demonstrado através do
com a namorada; mas, quando a após diversos pedidos a fim de que amor com carinho.
vida promove mais experiências, o o marido diminuísse os convites 5) Honrando a esposa (1 Pe 3.7).
marido abandona o hábito. Falta de para pregar e oferecer mais atenção Não é novidade de que existem
assunto? Acredito que não. Parece a ela e aos filhos, acabou emocio­ obreiros que envergonham-se de
ser falta de interesse. O rei Davi nalmente esgotada e pediu divór­ suas esposas. O tempo faz o seu
possuía um harém com diversas cio. Mas antes, o pastor resumia-se trabalho e o viço da juventude dá
mulheres e concubinas. Mas, com o apenas em responder à esposa: "Eu lugar às transformações no corpo
passar do tempo, o monarca desgas­ vou melhorar nesse aspecto". Mas da mulher e este detalhe acaba
tou o seu relacionamento com suas nunca cumpriu a sua promessa. O servindo como "argumento" para
esposas, e acabou caindo em adul­ Senhor não tem interesse nenhum o desinteresse do obreiro para com
tério, de modo gratuito e perigoso. em instrumentalizar um obreiro, a sua esposa. A carência de afeto
O obreiro deve alimentar o melhor pastor ou evangelista, ensinador torna-se uma oportunidade de o
relacionamento com sua esposa, ou pregador, a fim de edificar sua Maligno perpetrar seus ardis no
para que os impulsos carnais não igreja mas destruir seu casamento. relacionamento. Honrar a esposa,
Â
O obreiro precisa manter a sua
comunicação com a esposa,
considerando que a ausência
de diálogo tem sido uma das causas
do desgaste do matrimônio.

dando-lhe o devido apreço e o res­ amor, o desastre é inevitável. Esse O obreiro não deve provocá-los à
peito necessário, é fator decisivo sentimento deve ser dominado pelo ira (Ef 6.4); não irritá-los (Cl 3.21).
para uma vida conjugal ajustada e amor "ágape" (cf. 1 Co 13). Solicitar o perdão ao errar. Há
gratificante. obreiros que não dispensam tempo
8) Cuidar do contexto sexual (1
para os filhos. Veja este exemplo:
6) Zelando pelo casamento: Co 7.3,5). Quando o casal não se en­
um pastor não dispensava tempo
a) Sem pre fazer uso de sua tende nesse setor, o Maligno inves­
para o filho que foi morar em um
aliança. te pesado contra o relacionamento.
quarto, em bairro distante. O pastor
O objetivo é destruir o ministério
b) Conter no gabinete pastoral procurou pelo filho e ao entrar em
e a fam ília. A Bíblia demonstra
adereços que lembrem esposa e sua casa, ouviu o seguinte: "Não
o valor da união conjugal, basta
filhos. tenho interesse em v oltar para
esquadrinhar o livro de Cantares
c) Evitar envolvim ento com casa. Só agora o senhor lembrou-se
de Salomão. O Reino das Trevas
pessoas da igreja que, de alguma de que sou seu filho?". O filho de
trabalha con stan tem en te a fim
m an eira, possa p reju d icar seu um médico procurou o pai e disse:
de conduzir o obreiro ao pecado.
ministério e o casamento; durante "Pai, quanto custa uma hora de
Carreiras ministeriais têm sido des­
o aconselham ento, jam ais d es­ seu trabalho?" O pai respondeu:
truídas por conta da infidelidade
cuidar da vigilância quanto ao "cinquenta reais, por quê?". O filho
conjugal de muitos ministros pelo
envolvimento com mulheres que respondeu. "Eu economizei algum
mundo afora. dinheiro para pagar-lhe uma hora
atravessam dificuldade em seu
matrimônio. de sua atenção".

7) União com a esposa (1 Co 2. O Obreiro e seus filhos f) Disciplina (Hb 12.7; Pv 19.18;
1.10). A união não deve ser apenas a) O relacionam ento com os Jr 31.20.
espiritual, mas amorosa e afetiva; filhos. Deve ser ao lado da esposa e Os obreiros do Senhor necessi­
o obreiro deve, não só amar sua o que se espera de todo pai cristão. tam reformular suas prioridades
esposa, mas saber demonstrar esse b) Afeto. (Fp 2.1,2; SI 2.12; Os no m in istério, e an alisar o seu
amor, através de afeto, carinho e pa­ 11.1a,4a). relacionam ento com a esposa e
lavras (Ct 4.1,0; Pv 31.29). Investir filhos, para que não venham sofrer
c) C uidados esp iritu ais (Dt
na intimidade com a esposa. Gestos, grandes decepções em sua vida.
11.18-21; Ef 6.4). A realização do
abraços e carícias (1 Jo 3.18; 1 Pe Se o Maligno encontra brechas na
culto doméstico é indispensável.
3.8); é preciso manter o namoro no vida conjugal e familiar, ele não vai
casamento. O obreiro deve zelar e d) Cuidados gerais: Alimento, desprezar a oportunidade de preju­
fazer o possível em favor do cônjuge educação, saúde e demais neces­ dicar o casamento, lar e ministério.
(Ef 5.25,29). O amor deve ser o elo sidades. O Senhor nos ajude a refletir melhor
principal no relacionamento entre o e) Comunicação. É preciso dar sobre esse importante tema na vida
obreiro e sua esposa. Se não houver tempo para conversar com os filhos. ministerial.

OB
A fidelidade do
obreiro e suas
frustrações
ministeriais
O que fazer quando surgem as
adversidades no caminho?
Gil M onteiro é pastor mesmo assaltar o seu coração com diferente: muitas frentes de bata­
na Assembléia de Deus
Jardim Alvorada em
dúvidas e incertezas quanto aos lha, novos campos de trabalho na
Nova Iguaçu (RJ), pós- planos de Deus para a sua trajetória obra de Deus, conquista de espaço
graduando em História
ministerial. e visibilidade diante do povo, etc.
da Igreja, bacharel em
Teologia e professor. As Sagradas Escrituras regis­ Entrementes, Arão e Hur viram
tram exp eriên cias v iv en ciad as a batalha de longe, no cume do
por obreiros no Antigo e Novo outeiro. Na Terra, os dois homens
Testam entos que servem como foram meros coadjuvantes, mas
sab id o que v ersíc u lo s

E
tratamento divino quanto ao aper­ no céu foram protagonistas; além
bíblicos isolados de seu
feiçoamento do ministério cristão, de M oisés e Josué, som ente os
contexto conseguem in­
dependendo das atitudes e reações "coadjuvantes" têm os seus nomes
duzir o crente - inclusive o
conduzidas pelo obreiro quando citados e lembrados para a poste­
obreiro - a conclusões deturpadas e
confrontado com suas frustrações ridade na grande vitória do povo
distorcidas quanto à sua caminhada
ministeriais (2Co 4.8,9). de Deus naquele dia.
cristã e os planos de Deus para o
O povo israelita experim en­ Mais tarde, Arão pagou um alto
seu ministério (Is 43.13; Mt 7.7,8; Jo
tava o alvorecer de sua história; preço para descobrir que no âmbito
14.13). As circunstâncias e adversi- o general Josué rompeu arraial de liderança do povo, a sua chama­
dades, mormente quando não são adentro para escolher os soldados da era para ser líder (obreiro) auxi­
esperadas e também contrárias às que formaria o batalhão a fim de liar, e não líder (obreiro) principal
nossas expectativas, podem resultar combater contra os amalequitas. (Êx 4.14-16; 32.1,2,21-24; ICo 7.20).
em frustrações de tal magnitude, ao Era tempo de mostrar valor, e até Esta questão era tão mal resolvida
ponto de levar o obreiro a atravessar mesmo atos de heroísmo para a no coração de Arão, a ponto de se
uma crise no seu ministério, e até posteridade da nação. Hoje não é deixar incitado pela irmã Mirian

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O B 0 ÍR O
As Sagradas Escrituras registram
experiências vivenciadas por obreiros no
Antigo e Novo Testamentos que servem
como tratamento divino quanto ao
aperfeiçoamento do ministério cristão

e vir a questionar a autoridade Israel, os rejeitados, excluídos, seu ministério, cerca de vinte anos
espiritual de Moisés (Nm 12.1-15). imprestáveis, inúteis. mais tarde, já burilado e acriso-
Obreiros com este perfil precisam Neste contexto dramático, Davi lado pelo Espírito, João Marcos
apenas de um "em purrãozinho" escreveu o Salmo 34, quem sabe fon­ é lembrado pelo apóstolo Paulo
para envolverem-se em rebeliões e te de inspiração - dez séculos depois como um obreiro muito útil para
divisões no seio da Igreja, trazendo - para Paulo e Silas no cárcere em o ministério (2Tm 4.11).
graves consequências para o Corpo Filipos (At 16.23-25). Mas a pergunta Mas e quando o próprio Após­
de Cristo, por não aceitarem a vo­ que fica é: havia algum propósito tolo dos Gentios ainda era apenas
cação para a qual foram chamados. divino n este "d esen co n tro " de Saulo de Tarso? Apenas Barnabé
A inda que seja som ente no promessa? Naquele lugar o futuro acreditou no potencial e valor do
apoio e num trabalho invisível aos rei descobriu trinta valentes que o ex-perseguidor do Evangelho, até
olhos do povo, nós não trabalha­ apoiaram valorosamente quando então desacreditado pelos segui­
mos para homens, mas para o pró­ passou a governar. Aqueles homens dores do Caminho, mesmo depois
prio Deus !! Tudo está patente aos realizaram proezas (lCr 11.10-47, cf de três anos na Arábia (At 9.26,27;
Seus olhos, e Ele é justo e fiel para v. 15). Quem sabe se na caverna onde G11.17). Cerca de oito anos depois,
reconhecer, honrar e recompensar hoje estamos, o Senhor prepara a Barnabé busca Saulo na cidade de
todos os níveis de trabalho e labor equipe, o grupo que unirá forças no Tarso, e o leva para Antioquia da
na Sua obra em prol do Seu reino e futuro no nosso ministério? Síria, onde florescia uma promissora
para glória do Seu nome (ICo 3.8; Quando o exercício ministerial igreja cristã (At 11.25).
4.5; 2Co 5.10; Rm 14.10). não é devidamente precedido de Barnabé lidera um trabalho de
A Bíblia Sagrada traz para nós ex p eriên cias p ro p iciad o ras de discipulado cristão com o auxílio
o exemplo de Davi e a promessa amadurecimento nas "cavernas" de Saulo tão frutífero, que pela
de Deus de que ele seria rei de e "vales" que Deus nos oferece, primeira vez os discípulos tornam-
Israel. O seu ministério começou o risco é m aior de "o lh a r para -se conhecidos e chamados cristãos
de vento em popa (IS m 17.50; trás" ao lançar mão do arado (Lc naquela comunidade (At 11.26).
18.7; 19.8), mas inesperadamente, 9.62). Observamos o exemplo de Nos preparativos para a primeira
o vento torna-se contrário (ISm um jovem obreiro no Novo Tes­ grande viagem missionária da Igreja
20.1; 21.10; Mt 14.24). Os sonhos e tamento cham ado João Marcos, Primitiva, ninguém menos que o Es­
projetos de Davi estavam fadados que não suportando as lides da pírito Santo diz aos líderes da igreja
ao fracasso em uma caverna escura obra m issionária, decidiu voltar em Antioquia: "Separai-me agora a
e sombria. Para piorar o quadro, para Jerusalém (At 13.5,13). Não Barnabé e a Saulo para a obra a que
para lá foi enviada a escória de obstante este "refugo" inicial no os tenho chamado" (At 13.2).
No início da viagem, Barnabé desenvolvesse, ainda que à custa
tem o seu nome citado primeiro, da "dim inuição" do seu ministé­
quando a dupla é convocada para rio.
falar com o procônsul Sérgio Paulo A Palavra de Deus revela que
A Palavra de (At 13.7). Contudo, ainda no de­ não basta ser um obreiro, é neces­
correr do empreendimento, agora sário ser um bom obreiro (lTm 4.6),
Deus revela já conhecido como Paulo, o discí­ conhecido pelo seu Senhor (2Tm

que não basta pulo suplanta o mestre e assume


a liderança do trabalho (At 13.9), a
2.19), exemplo para os fiéis (Tt 2.7),
em contínuo crescimento (lPe 2.2),

ser um obreiro, tal ponto que a equipe é designada


doravante como "Paulo e os que
de caráter imaculado e irrepreensí­
vel (2 Pe 3.14), verdadeiramente un­
é necessário estavam com ele" (At 13.13). gido (1 Jo 2.20), mas, acima de tudo,
O que aconteceu neste contex­ sempre disposto a ser tratado pelo
ser um bom to que Barnabé atravessou esta Mestre e vencido pela Palavra de
experiência e não naufragasse na Deus, pois Ele, O Divino Carpintei­
obreiro fé? O texto bíblico revela que ele ro, tem muito mais a fazer em nós do
era um homem de bem e cheio que através de nós (ICo 10.23; 13.11;
do Espírito Santo (At 11.24), ou 2Co 12.10; G1 6.2-4); consciente de
se ja , para B arn abé im p o rtav a que esta importante obra somente
que o nome (Reino) de Cristo se findará na glória (Fp 1.6). ■
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A braão muda-se de H arà para Canaà. 2091

Destruição de Sodoma e Gomorra 2085

aào 2081?

m énca do S u l 2200

U r na Sum éria

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do tempo
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