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igreja de Cristo
Igrejas fiéis no mundo de hoje
Paschoal Piragine Júnior, compilador
A contextualização da
igreja de Cristo
Igrejas fiéis no mundo de hoje
ál
JUERP
Rio de Janeiro
O Paschoal Piragine Júnior, 2002
CDD 280.286
(") Este livro foi editado em convênio com a CBB e suas entidades de Educação Religiosa
por se tratar do livro-tema do ano de 2003 para a Convenção Batista Brasileira.
A contextualização
da igreja de Cristo
Bibliografia 271
Apresentação
O editor.
Introdução
"Entrando no círculo"
Pastor Paschoal Piragine Júnior
Compilador
círculo e não saia daí sem que tenha resolvido a sua própria vida com
Deus. Este é o segredo!
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Introdução — "Entrando no círculo"
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A contextualização da igreja de Cristo
os olhos dele as realidades que nos cercam e a missão que temos a executar
em seu nome.
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Primeira parte
Fundamentação teológica
Capítulo 1
Que é contextualização?
Na corda bamba entre a fidelidade às
Escrituras e a relevância cultural
Pastor Donald Price
Alguém perguntará: Por que esta aula de história? Pensei que íamos
falar da contextualização!
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Capítulo 1— O que é contextualização
IMR
CULTURA DO
MISSIONÁRIO
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A contextualização da igreja de Cristo
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Capítulo 1— O que é contextualização
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Capítulo 2
Nasci no Rio Grande do Sul, mas mudei para o Paraná quando jovem,
e minha esposa, curitibana, sempre diz que sou gaúcho "fajuto" (jargão do
sul - caipira): não uso bombachas, só tomo chimarrão na casa dos outros,
e o pouco que sei sobre assar churrasco aprendi com um paranaense.
Depois de uma década longe do Rio Grande, voltei para lá para dar
aulas num seminário. Em parte do tempo, pastoreei uma igreja local. A
igreja estava no começo, e o trabalho era missionário, que tem seus lados
bons: todo domingo quando eu voltava do culto da manhã, meu vizinho
estava começando a assar seu churrasco. Enquanto minha esposa preparava
o nosso almoço, eu sentava com ele para fiscalizar quando as lingüicinhas
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Capítulo 2 — Brasil, um país multicultural
Em Lucas 15, Jesus conta três parábolas aos fariseus e escribas que o
criticavam por andar com "pecadores" e até comer com eles. Eles sabiam
que "compartilhar a mesa é compartilhar a vida: é oferecer honra, paz,
confiança, fraternidade, perdão. Jesus celebra antecipadamente o banquete
do fim dos tempos, expressando seu amor redentor" (Bíblia de Jerusalém,
nota). Esta também é a primeira lição para nós, missionários evangelistas:
"A chave para o coração das pessoas está na casa delas", dizia um pastor
que conheci há muitos anos. Cultivar a amizade dos descrentes, visitá-los
e franquear-lhes a nossa casa lhes comunicará o amor autêntico que o
Espírito Santo derramou em nosso coração.
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Capítulo 2 — Brasil, um país multicultural
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Capítulo 2 — Brasil, um país multicultural
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Capítulo 2 — Brasil, um país multicultural
É claro que a adaptação à cultura local não pode nem deve ser total.
Além da impossibilidade de sair de sua pele, o missionário precisa levar
em conta uma progressão de valores de que os missiólogos têm falado:
1)Há valores que não podem ser tolerados. Os que competem pela
lealdade a Cristo, por exemplo, como a idolatria e a adoração de espíritos.
O sincretismo não pode ser tolerado. A fé em Cristo é uma coisa muito
simples, que dispensa o uso de qualquer objeto e não pode ser engessada
por qualquer ritual.
2) Há costumes que têm de ser tolerados por algum tempo. Lourenço
Rega (O jeitinho brasileiro. São Paulo, Editora Mundo Cristão) tem falado
de uma aceitação temporária de situações erradas, pois a alternativa seria
pior. Um exemplo do contexto africano é a poligamia: não se pode jogar
na rua mulheres e crianças que ficariam sem família e sem assistência. É
preciso preparar uma nova geração.
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Capítulo 2 — Brasil, um país multicultural
com um insulto. Ao exigir sua parte na herança, o filho mais moço está
dizendo: "Pai, eu quero que você morra, para eu poder pôr a mão na
grana!" E o pai não lhe deu uma surra: respondeu com amor e graça. O
filho mais velho é tão ou mais culpado quanto o mais novo: também recebeu
(porção dobrada, pela lei) e não disse nada, nem tentou promover a
reconciliação, como era seu dever.
O filho mais moço partiu "poucos dias depois", com pressa, depois
que os fazendeiros vizinhos descobriram por que ele estava vendendo os
bens de seu pai, deixando-o desamparado na velhice, vivendo em usufruto
na casa do mais velho. O pecado o levou à dissolução e ao endurecimento,
até que ele chegou ao fundo do poço. Aí ele imaginou um estratagema:
oferecer-se como empregado ao seu pai e talvez pagar e compensar o que
tinha feito. E se dirigiu para casa. Mas ele ainda tinha de contar com a
possibilidade de ser apedrejado pela gente do povoado. O pai também
sabia disso. Para preveni-lo,-ele se humilha no lugar do filho: um homem
rico correndo pela poeira, com suas roupas esvoaçantes! E o filho esperava
hostilidade! Diante de tamanha bondade, seu arrependimento não é mais
interesseiro: ele aceita a graça e se reconhece indigno dela.
A meu ver, essa é a história mais bonita que Jesus criou para ilustrar a
condição da raça humana: o ser humano estava com Deus no começo e usufruía
de todos os seus bens, mas quis ser independente dele. Queria as coisas de
Deus, mas não a Deus. O fim disso é a sarjeta. E é assim até hoje. Em toda a
terra, as pessoas usam e gastam o que é de Deus, mas não querem saber dele.
Independência ou morte! Acabam recebendo as duas coisas.
Onde Jesus entra nessa história? Ele é Deus que se humilha em nosso
lugar. Como o filho perdido, nós merecemos a morte por nossos atos de
maldade sem limites. Mas, "fora do acampamento", ele "sofreu desonra
por nós" (Hb 13.13). E possibilita sermos recebidos pelo Pai, vestidos da
melhor roupa (a do pai), com seu anel-sinete no dedo (equivalente ao
talão de cheques), usando sandálias como uma pessoa livre (o escravo
andava de pés descalços), com um banquete — toda a aldeia participa da
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A história fica em aberto. Não sabemos o resultado: será que ele entrou
na festa? Será que ficou fora? Como em várias outras histórias contadas por
Jesus, cabe a nós escrever a conclusão: vamos aceitar a reconciliação, com
o pai e com o irmão? Ou vamos nos manter autônomos, independentes,
agindo como se Deus não existisse, perpetuando o pecado de Adão e Eva?
Trazendo a história para bem perto de nós, o desafio que se nos coloca
é o da sinceridade. Queremos mesmo receber pecadores em nosso grupo
santo? Ou damos mais valor aos nossos tapetes vermelhos? Preferimos gastar
nosso dinheiro com construções faustosas do
que com pessoas? É-nos penoso sair de diante
de nossa televisão? Concentramo-nos em
ganhar dinheiro para gastá-lo em nosso lazer?
Então talvez não tenhamos entendido nada.
Não entendemos a graça de Deus, que nos
alcança e transforma. Não entendemos como
somos indignos e perdidos; queremos fazer
negócios com Deus, pagar pela salvação e
ainda ficar com algum por fora.
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Capítulo 2 — Brasil, um país multicultural
Quando seu tumulto interior se acalmou, Deus começou a lhe dar idéias.
Ela trabalhava em um hospital de leprosos antes do acidente e, deitada meses
a fio em seu leito, teve muito tempo para pensar nos procedimentos cirúrgicos
aplicados aos doentes. A lepra é uma doença degenerativa; carne, pele e
tendões vão se deteriorando. No caso das mãos, os tendões superiores dos
dedos enfraquecem primeiro, e a força dos tendões internos faz os dedos
cravarem as unhas na palma da mão, numa distorção grotesca e inutilizadora.
Conclusão
Essa é a nossa situação diante de Deus. Nossa vida antes não servia
para nada; estávamos perdidos, avançando a passos largos para a morte
eterna. Se agora temos vida, é por graça de Deus; portanto, "nenhum de
nós vive para si mesmo, nem morre para si. [...] Quer, pois, vivamos ou
morramos, somos do Senhor" (Rm 14.7-8).
Como vai ser? Vamos presidir a festa e receber os perdidos que o Pai
está salvando, ou vamos nos retirar, amuados? Vamos ao encontro de
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A contextualização da igreja de Cristo
quem está lá fora, ou vamos nós acabar ficando de fora? Quem de fato
entregou sua vida a Cristo não tem alternativa. E não deve deixar sua
carne, o mundo e o diabo iludi-lo de que tem.
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Capítulo 3
Contextualização:
Ferramenta do Espírito Santo
no livro de Atos
Uma visão bíblica da contextualização
na igreja primitiva
Pastor Russel P. Shedd
Introdução
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Capítulo 3 — Contextualização: Ferramenta do Espírito Santo no livro de Atos
1. O dia de pentecostes
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2. A mensagem de Pedro
Pedro leu o resto do texto que fortemente sugeriu que não demoraria em se
cumprir. "mostrarei maravilhas em cima, no céu, e sinais embaixo, na terra: sangue,
fogo e nuvens de fumaça. O sol se tornará em trevas, e a lua em sangue, antes
que venha o grande e glorioso dia do Senhor. E todo aquele que invocar o nome
do Senhor será salvo" (At 2.19-21). Os ouvintes facilmente acreditaram que
algo muito pior do que os atentados terroristas nos Estados Unidos em 11 de
setembro de 2001 brevemente aconteceria. Como João Batista usou palavras
contundentes três anos antes para convencer multidões de judeus de que o fim se
aproximava, Pedro conclama os milhares a se prepararem para o pior.
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Capítulo 3 — Contextualização: Ferramenta do Espírito Santo no livro de Atos
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A citação de Salmo 110.1 (At 2.34) serviu também para exaltar Jesus
como o Messias divino, uma vez que o título "Senhor" (kúrios em grego e
Adonai em hebraico) teria essa conotação (v. 36). O contexto religioso,
que dava absoluta autoridade à Palavra de Deus, e os milagres que Jesus
operou, persuadiram o auditório de que o crime de promover a crucificação
de Jesus foi o pecado mais horrível que os homens cometeram. Não é de
admirar que os ouvintes tenham ficado "aflitos de coração" e perguntassem:
"Irmãos, que faremos?" (v.38)
3. A cura do coxo
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Capítulo 3 — Contextualização: Ferramenta do Espírito Santo no livro de Atos
O profeta Joel escrevera que apelar para o nome de Deus com fé alcança
a salvação (2.32). Agora Pedro proclama que o nome de Jesus Cristo também
tem poder para salvar. A coragem (parresian — teimosia, liberdade para
falar) dos apóstolos, sem instrução e incultos, mas transformados pela
comunhão com Jesus (v.15), foi instrumental em mudar a oposição do Sinédrio
que tinha taxado Jesus de blasfemo e de falso Messias.
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Capítulo 3 — Contextualização: Ferramenta do Espírito Santo no livro de Atos
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Conclusões
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Capítulo 3 — Contextualização: Ferramenta do Espírito Santo no livro de Atos
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Capítulo 4
Contextualização e tradição
na igreja pós-moderna
Pastor Luiz Sayão
1. A tradição cristã
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Capítulo 4 — Contextualização e tradição na igreja pós-moderna
cristã apresenta uma flexibilidade de posturas tão nítida que ainda hoje
confunde estudiosos fundamentalistas, racionalistas e liberais, que muitas
vezes exigem do texto bíblico uma isonomia maior do que ele promete.
Alguns fatos comprovam essa flexibilidade:
2 Destaque especial deve ser dado aos escritos de Lucas quanto a esta ênfase.
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Capítulo 4 — Contextualização e tradição na igreja pós-moderna
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'Discutido por Carl Hahn em Op. Cit., "Breve Histórico dos Cultos Evangélicos
no Brasil", p. 17-18.
6 William R. Read, Fermento Religioso nas Massas do Brasil, Cristã Unida, p. 228.
Conforme o último censo do IBGE. O crescimento expressivo, porém, ocorre
entre pentecostais e neopentecostais. As denominações históricas têm crescido de
modo mais lento.
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Capítulo 4 — Contextualização e tradição na igreja pós-moderna
an e leo irn ai
Características gerais Elementos positivos Elementos negativos
3. Modernidade e Pós-modernidade
A pós-modernidade é o movimento da
cultura que rejeita os valores da modernidade
e vê com desconfiança os princípios racionais racionais....:
MEMMRINC
supostamente universais, desenvolvidos na
época do iluminismo.rn A filosofia irra-
cionalista do final do século XIX prepara
terreno para a pós-modernidade. A pós-
8 Avaliação principalmente sociológica.
9 Talvez a crítica mais dura do protestantismo histórico é a de Rubem Alves em
Protestantismo e Repressão, Ed. Ática, S. Paulo, 1979.
10 Grenz, S., Guretzki, D & Nordling, C. E Dicionário de Teologia, Ed. Vida, S.
Paulo, p. 107.
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Capítulo 4 — Contextualização e tradição na igreja pós-moderna
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Capítulo 5
A cultura não é única, ela se manifesta diferente para cada povo, região.
Assim temos os fenômenos transculturais, especialmente quando pessoas
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Capítulo 5 — O que significa contextualização em uma igreja local?
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sua essência, pois nesse texto ele mesmo disse: 'fiz-me sem lei para os
que estavam sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo
da lei de Cristo) ..." (v.21). Em outras palavras, Paulo partia de um
referencial — a lei de Cristo — para desenvolver o relacionamento
transcultural.
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a mensagem delas até que elas descobriram que as pessoas daquela região
criam que a limonada era um anticoncepcional (Nida, 1985).
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com essa era dos direitos humanos, pois muita gente valoriza tanto os seus
próprios direitos que acaba esquecendo de inserir o próximo em sua história
pessoal. Como os filósofos dizem, precisamos resgatar o senso da alteridade,
isto é, do outro, do próximo.
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Capítulo 5 — O que significa contextualização em uma igreja local?
Somos enviados ao mundo (Jo 17.18) não para vivermos para ele, mas
para vivermos para Cristo nele (2Co 5.15). Somos cristãos, mas também
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Capítulo 5 — O que significa contextualização em uma igreja local?
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Temos de deixar claro que o evangelho não tem uma opção preferencial
pelos pobres, como dizem os defensores da Teologia da Libertação. A
nossa opção preferencial deve ser por Jesus Cristo. O evangelho não faz
acepção de pessoas, pelo mesmo fato de que sem Cristo todos somos
pecadores, ricos ou pobres.
Dizer que Deus é pelos pobres e que nós precisamos optar por eles é
uma coisa. Outra é proclamar que o pobre é salvo por ser pobre. Ora, se
o pobre é salvo por ser pobre, para que tentar tirar-lhe a pobreza e fazê-
lo perder a salvação? (Sturz, p. 159).
Já vimos que ser cristão não significa isolar-se da vida. Por outro lado,
participar ativamente da vida não significa se isolar da vida eclesiástica.
Num outro estudo já afirmamos que, como cristãos, formamos uma
sociedade de impacto perante a deste mundo e que nossa força motriz é o
amor e a fidelidade a Deus. Não podemos continuar vivendo duas vidas —
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Capítulo 5 - O que significa contextualização em uma igreja local?
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Capítulo 5 — O que significa contextualização em uma igreja local?
Conclusão
Hoje há, por exemplo, a lógica do mercado que tem sido lançada
sobre a vivência eclesiástica. Se no passado temos a famosa luta das duas
espadas — a do poder temporal e político e a do poder espiritual da igreja
— hoje temos essas duas tensões, qual sejam: a do poder empresarial, que
tenta trazer toda a sua racionalidade pragmática, fabril e produtiva para
dentro da igreja, que lida com vidas. Se na lógica empresarial o foco é a
produtividade, o tempo cronológico fabril, como lidar com isso na igreja
em que o foco está em atender pessoas, vidas, e cuja racionalidade está
mais para a cosmovisão do relacionamento do que para o tempo
cronológico, por exemplo?
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Capítulo 6
Contextualizando a visão
para a igreja local
Pastor Paschoal Piragine Júnior
1. Entendendo os processos da
contextualização em uma igreja local
sempre foi uma igreja de vanguarda e que fora a minha casa desde a
minha infância.
Foi então que contextualização passou a ter sentido para mim. Com
bem pouco tempo de ministério, comecei a perceber que certos
procedimentos tão normais para mim eram interpretados pelo staff em
Curitiba de maneira diferente do que imaginava.
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Capítulo 6 — Contextualizando a visão para a igreja local
Todo líder que se vê em uma situação assim só tem uma saída: buscar
com uma intensidade maior o discernimento divino e uma inteira submissão
ao que o Senhor revelar.
Foi em uma dessas visitas que ouvi a coisa mais importante para o
início do meu ministério. Almoçando com um desses líderes e ávido por
informações que me ajudassem a delinear o projeto inicial de ministério,
ele me disse: "pastor, antes de qualquer projeto, eles precisam de um pastor.
Pastoreie a igreja, cure as feridas das ovelhas, conduza-as aos pastos
verdejantes. Seja você o pastor delas!"
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A contextualização da igreja de Cristo
Que palavra sábia! Certamente ela vinha de Deus! Como poderia eu,
uma pessoa tão diferente do meu povo e totalmente desconectada da sua
história e costumes, presumir que me seguiriam e me apoiariam, pagando
os preços que qualquer mudança sempre impõe, sem que seus corações
tivessem sido apascentados, suas feridas tratadas e sem que o amor pastoral
tivesse conquistado os seus corações? Certamente eles não me seguiriam.
2. Ganhando visão
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Capítulo 6 — Contextualizando a visão para a igreja local
Primeiro foi um forte sentimento de que nada poderia ser feito sem
uma busca intensa de um relacionamento íntimo com Deus, tanto da minha
parte quanto da liderança e de cada membro. Precisávamos crescer para
cima , em direção ao Senhor. Sem este crescimento, qualquer tipo de ação
pareceria sem sentido.
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A contextualização da igreja de Cristo
Entendíamos também que, para crescer para o alto, outro valor era
imprescindível. Todo o povo de Deus em nossa comunidade, pastores,
diáconos, líderes e mesmo uma criança de nosso ministério infantil, todos,
sem exceção, precisavam conhecer a bênção e o poder da oração. Sem
que experimentássemos o poder da oração, nunca de fato teríamos crescido
para o alto. Mas como fazer isto? Como levar toda a igreja a esta
experiência?
Mas estes valores sem um lastro seriam perigosos demais. Por isso,
para este nível de crescimento, era necessário um compromisso radical em
conhecer a Deus através da sua palavra. Como poderíamos conduzir toda
a igreja a estes valores?
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Capítulo 6 — Contextualizando a visão para a igreja local
Mas isto não é o que toda igreja faz? Como isto pode ser parte de
uma visão contextualizada? Naturalmente que adoração, oração e palavra
devem fazer parte integrante de qualquer ministério. Mas a grande pergunta
era: se todo ministério faz destes valores o seu estilo de vida e o perfume
preponderante que leva à comunidade, onde está a diferença? É interessante
perceber que às vezes aquilo que dizemos ser valor não se reflete como
valor prático no jeito de ser das pessoas ou mesmo de uma instituição.
Ouvi certa feita um líder dizer que é fácil conhecer os valores de urna
pessoa. Basta pedir que ela mostre o seu talão de cheques e a sua agenda.
Se os seus investimentos têm como concentração o que ela diz ser valor e
se a sua agenda reflete isto em tempo dedicado àquela questão, então de
fato são valores; caso contrário, ainda são meras aspirações .
Pode parecer simples demais , mas este era um valor muito importante.
Significaria um compromisso inalienável com toda a amplitude da obra
missionária, e isto simultaneamente. Hoje em dia existem muitas filosofias
procurando convencer a igreja local a fazer uma obra simplesmente
especializada e focada na própria vocação. Mas se a nossa vocação é ser
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A contextualização da igreja de Cristo
igreja, então tudo o que foi designado à igreja precisa ser nossa vocação,
e teremos que fazê-lo simultaneamente. E o Senhor, pelo seu Espírito, nos
dará os dons necessários para isto, bem como os recursos, à medida que
nos direciona a esta simultaneidade.
Uma outra razão para o desenvolvimento deste valor era que nos
encontrávamos em um Estado que recebia missionários, e a grande tendência
em Estados assim é de que muita gente pense em fazer primeiro missões aqui
e, depois de terminada a obra regional, expandir para Samaria e confins da
tem. Precisávamos lutar para que o valor bíblico da simultaneidade se instalasse.
O crescer para fora tem a ver também com a relevância que a igreja
tem na sua comunidade local. Lembro-me da aula de um professor
universitário de Sociologia que pediu que seus alunos colocassem no mapa
da cidade as entidades de maior relevância para a sociedade. Os alunos
localizaram os hospitais, as creches, as escolas, os postos de saúde , as
delegacias de polícia, o corpo de bombeiros, os clubes sociais. Mas nenhum
deles assinalou qualquer igreja.
Uma outra visão clara que se descortinava diante de nós é que para
crescer precisaríamos ser como o fermento de Deus na cidade de Curitiba.
Apesar de poucos em número diante da população, poderíamos influenciar
e promover crescimento e transformação espiritual através de uma rede
de servos de Deus, cumprindo a sua missão no lugar em que estavam
inseridos pelo próprio Deus. Nós poderíamos ser como o fermento em
meio à massa.
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Capítulo 6 — Contextualizando a visão para a igreja local
Pode parecer estranho não temer o crescimento. Mas este valor era
novo para mim mesmo, pois durante muito tempo pensei que a igreja ideal
era a que possuía 300 membros e que quando uma igreja atingisse este
número, ela deveria desviar todo o crescimento para a plantação de uma
nova igreja. Esta minha idéia tinha um grave erro, pois uma Igreja viva,
comprometida com o Senhor e cumpridora da sua missão neste mundo não
pára de crescer. Crescer é conseqüência da vida. Ela pode plantar dezenas
de novas igrejas, mas continuará crescendo, pois a cada dia o Senhor
acrescenta os que estão sendo salvos e que congregarão onde aqueles que
os ganharam para Jesus congregam, na igreja local a que pertencem. Então,
se toda a igreja vive a evangelização como parar de crescer?
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A contextualização da igreja de Cristo
cultura, cor ou posição social, não encontrasse seu lugar nesta comunidade,
e se não pudéssemos dizer através de ações práticas que as pessoas valem
mais do que as coisas, então tudo seria mero discurso religioso.
Alguns acreditam que a igreja deve ter um público alvo específico, mas
eu tenho grandes dificuldades em ver esta verdade do ponto de vista bíblico.
Creio que as estratégias evangelísticas podem e devem ser articuladas a
grupos homogêneos, mas a igreja é o lugar da família de Deus . Ela sempre
foi e será maior que qualquer estratégia. Ela precisa ser a família de todos os
filhos desgarrados de Deus. E isto não somente no contexto da igreja universal,
mas especialmente na igreja visível para que o mundo veja o milagre que só
Jesus pode fazer, o de quebrar todo muro de separação entre os homens.
4. Contextualizando a visão
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Capítulo 6 — Contextualizando a visão para a igreja local
Sinto que muitos têm sofrido e têm se frustrado não por falta de uma
visão, mas por não entenderem como esta visão pode ser implantada.
Nós, pastores, por natureza, temos a tendência de ser meros realizadores
de eventos. Mas os eventos vêm e vão e não constroem por si mesmos o
futuro desejável. E o pior é que quando surge um vento forte ou uma
tempestade institucional, e elas sempre acontecem, o nosso projeto
desmorona, pois estivemos edificando sobre a areia. São os valores que
darão a sustentação a nossa visão e por isso eles vão precisar ser
trabalhados com cuidado, amor, paciência e fé.
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A contextualização da igreja de Cristo
Primeiro saber onde seu povo está em relação aos valores que vão
sustentar a visão. Identificar os pontos fortes e de fácil edificação, identificar
também os pontos fracos, áreas em que o valor é uma aspiração. Estas
são as áreas que demandarão mais tempo e cuidado para que o projeto
possa andar.
,40015e.N
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Capítulo 6 - Contextualizando a visão para a igreja local
Por isso era necessário que eu estivesse próximo deles, que os valores
fossem experimentados por eles, e isto não poderia ser um processo de
decisão parlamentar, mas, sim, um processo de desfrutar do sabor de cada
um dos aspectos destes valores a ponto de eles deixarem de ser apenas
desejáveis e passarem a ser o nosso estilo de vida enquanto líderes.
Para isto alguns dos nossos encontros precisavam mudar de cara; não
poderiam ser apenas para discutir os negócios da igreja, a sua agenda, ou
os conflitos comunitários. Precisava ser um tempo de relacionamentos, de
proximidade, de descobertas espirituais e de um semear de sonhos a
respeito de nosso futuro desejável. Mas como fazer isto diante de toda a
força inercial dos estilos que já foram assimilados no decorrer de tantos
anos? Não havia como mudar abruptamente, mas era possível acrescentar
algo novo que permitisse descortinar novos sentimentos. Por isso
começamos a ter alguns encontros fora da igreja, com os diáconos e
diretores, para ministração mútua e crescimento.
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A contextualização da igreja de Cristo
toda a transformação que nossa igreja tem vivido, pois cada um destes
líderes que compartilham conosco as cargas do ministério são os que nos
ajudarão a implantar os valores e a visão.
As células passaram a ser uma meta prioritária por ser uma máquina
de guerra leve, ágil e feroz, tanto na evangelização quanto no despertamento
dos dons, no ensino da palavra, na vida de oração e no exercício de seu
ministério pessoal.
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Capítulo 7
Contextualizando a celebração
na igreja brasileira.
Introdução
O estilo de ser igreja era bem diferente de nossos dias. Hoje grande
parte das igrejas no Brasil e no mundo estão com seus templos lotados
semanalmente, com muitas programações durante a semana e com ênfases
muito fortes em grupos de comunhão, discipulado, oração e crescimento
cristão.
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Capítulo 7 — Contextualizando a celebração na igreja brasileira
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A contextualização da igreja de Cristo
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Capítulo 7 — Contextualizando a celebração na igreja brasileira
1.3 - Transformação
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A contextualização da igreja de Cristo
Por tudo isso, é importante que estejamos abertos para novos dias, novos
programas e novas estratégias para a igreja batista do novo século.
b) Fé - A fé como fundamento da
esperança na conduta cristã não pode
grelas mudar, independentemente de datas. A
nop oder ria
pessoa de Jesus, a presença do Espírito
oraçao, nos milagres
que Deus contmua Santo como Consolador da igreja e a
aperre e santidade de Deus devem ser lembradas em
todos os cultos, independentemente de
vida ele santi cação época. Precisamos de igrejas que creiam no
poder da oração, nos milagres que Deus
continua operando e na busca permanente
de uma vida de santificação. Os programas de cultos, independentemente
da idade das pessoas, devem levar os adoradores a viver preciosos
momentos de comunhão com Deus através da oração. A vida cristã
individual diária precisa ser fortalecida através da prática de jejuns e
oração.
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Capítulo 7 — Contextualizando a celebração na igreja brasileira
e) Unção - Este termo tem sido evitado em muitas igrejas nestes novos
dias. O significado maior desta palavra, para mim, é a busca constante da
vontade de Deus para os líderes e para o povo de Deus. Os pregadores,
os músicos, os líderes da adoração, os cantores dos coros e conjuntos
devem buscar cada dia mais a orientação de Deus para seu crescimento
espiritual. Mesmo em novos dias não podemos descuidar da importância
de vivermos de um modo digno em vista de nossa vocação. Entendo aqui
unção como busca permanente de uma vida santificada, agradando mais
a Deus do que aos homens. Unção é conseqüência de uma vida que pratica
a oração, jejuns e estudo da Palavra para conhecimento da boa, santa e
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A contextualização da igreja de Cristo
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Capítulo 7 — Contextualizando a celebração na igreja brasileira
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A contextualização da igreja de Cristo
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Capítulo 7 — Contextualizando a celebração na igreja brasileira
Lembrando que uma imagem vale mais que mil palavras, os processos
modernos de comunicação contemporâneos incluem equipamentos que
facilitam a assimilação da mensagem,
aproximando do povo o púlpito.
eatro, computadores,
retroprojetares,
Teatro, computadores, retroprojetores, micro oves sem to,
microfones sem fio, televisor, vídeo e televisor, eo: e
projetores de multimídia, são alguns recursos rojetores ruemultimMia„
com osquais precisamos nos contextualizar o al uns recursos com
cada vez mais, ajudando o povo a ouvir e os !uais precisamos nos
contextualizar
reter os conteúdos transmitidos em cada eaaa vez mais.
culto.
111
A contextualização da igreja de Cristo
112
Capítulo 7 — Contextualizando a celebração na igreja brasileira
113
A contextualização da igreja de Cristo
114
Capítulo 7 — Contextualizando a celebração na igreja brasileira
Não poderia ser diferente, pois era a forma como foram criados,
educados e não tinham nenhum referencial da cultura nativa.
O mais curioso é que isto não foi apenas nas igrejas evangélicas, mas
até na igreja católica. A formação clerical foi muito forte com padres ou
sacerdotes vindos da Europa. Melodias européias predominaram na missa
por mais de quatro séculos.
115
A contextualização da igreja de Cristo
116
Capítulo 7 — Contextualizando a celebração na igreja brasileira
117
A contextualização da igreja de Cristo
É importante que a igreja não tenha uma "cara" só. A igreja de todos
se esforçará para criar programas e celebrações envolventes, contagiantes,
utilizando estilos diferentes com o objetivo único de adoração.
118
Segunda parte
Movimentos contemporâneos
de contextualização
Capítulo 8
122
Capítulo 8 — Igreja com propósitos
Aqui Jesus nos revela os outros três propósitos vitais de sua igreja: o
propósito de missões ("Ide" - Uma igreja não faz missões por conveniência,
e sim em obediência ao propósito de Cristo para sua igreja, isso faz parte
essencial da nossa agenda e missão); em seguida está o propósito do
discipulado (fazer discípulos é tarefa intransferível da igreja de Cristo;
não fomos chamados para fazer prosélitos, e sim pessoas iguais a ele, o
princípio de "vida na vida"); por último temos o princípio da comunhão
("batizando-os": o batismo representa também a entrada "oficial" do novo
membro na família cristã, o início de uma longa jornada como parte do
corpo de Cristo, onde a comunhão cristã verdadeira acontece. Podemos
ter amizade com um não-crente, mas comunhão verdadeira, só com os
irmãos da fé cristã).
123
A contextualização da igreja de Cristo
Uma igreja não pode ser forte naquilo em que seu pastor é forte; a
igreja pertence a Jesus. Ela tem que ser forte naquilo que o Senhor Jesus
deseja. A prática dos cinco propósitos levará a igreja a desenvolver-se da
seguinte forma:
44040
asarás to:
teu roxoxkoma.:E::4 mesmo
ide az.ex acord:
"Bati
nsma o-o a ober- r"
124
Capitulo 8 — Igreja com propósitos
3. O ministério de Jesus
4. A igreja primitiva
125
A contextualização da igreja de Cristo
5. O ministério de Paulo
126
Capítulo 8 — Igreja com propósitos
O que todos precisamos ver é que este e outros modelos que temos
experimentado não significam uma "moda de verão" , algo passageiro; a
realidade hoje é outra. Deus tem nos dado estes princípios que vêm dele
para sua igreja através de líderes visionários, empreendedores e cheios de
coragem, porque Deus usa pessoas que se dispõem a serem usadas por
ele, e acredito sinceramente que você pode ser um delas. Nosso povo e
nossas igrejas precisam ver que Deus usa diferentes estilos, abençoa
diferentes igrejas e ministérios na bela diversidade do seu reino (quem
gosta de padronização são as seitas; a igreja de Jesus ama, como ele e
como Deus, a diversidade, justamente para ganhar mais pessoas para o
louvor da sua glória). Temos visto e testificado que vivemos um tempo
especial da graça de Deus sobre sua igreja aqui no Brasil, o que nos traz
grande responsabilidade e nos aponta para "uma reta final" , confirmando
a profecia bíblica de que a "noiva" (igreja) está se preparando para as
bodas, para o grande encontro com seu noivo (Jesus).
127
A contextualização da igreja de Cristo
128
Capítulo 8 - Igreja com propósitos
8. Os círculos de compromisso
Missões
Adoração
Comunhão
Discipulado
Serviço
129
A contextualização da igreja de Cristo
130
Capítulo 8 — Igreja com propósitos
131
A contextualização da igreja de Cristo
132
Capítulo 8 — Igreja com propósitos
133
A contextualização da igreja de Cristo
134
Capítulo 8 — Igreja com propósitos
desta uma igreja liderada por ministérios e não por cargos, uma igreja mais
contextualizada em nossa comunidade e mais voltada para as pessoas e
não para a estrutura, o que foi de fundamental importância para a implantação
de uma igreja dirigida por propósitos.
Não creio que "Igreja com Propósitos", como modelo em si, seja a
única visão de Deus para sua igreja hoje (como disse anteriormente, Deus
ama a diversidade), no entanto, estou persuadido de que ela é bíblica e
eficiente, e faz parte de um grande mover do Espírito Santo sobre a igreja
evangélica mundial. Devemos sempre lembrar que Deus não unge modelos;
ele chama, capacita e fornece visão a líderes visionários, que com coragem
vão aplicar os modelos. Deus usa diferentes métodos. Ele usa Células,
Rede Ministerial, Desenvolvimento Natural da Igreja, etc...Os princípios
de Igreja com Propósitos devem ser sempre contextualizados, e
naturalmente o modelo sofrerá mutações. Como toda igreja é singular,
inclusive a de Saddleback tem suas características únicas, existem hoje
milhares de igrejas de centenas de denominações diferentes dirigidas por
propósitos, e cada uma aplica os princípios dentro de sua realidade. Como
já falei anteriormente, eles são bíblicos e, portanto, aplicáveis em qualquer
igreja em todas as partes do mundo.
135
A contextualização da igreja de Cristo
136
Capítulo 8 — Igreja com propósitos
Embora seja algo novo para a grande maioria das igrejas batistas
brasileiras, não estamos falando de nada novo: biblicamente, o trabalho
em equipe foi uma prática muito forte no ministério de Jesus entre nós,
tornando-se assim um modelo a ser seguido, que precisa ser resgatado
para assegurar o crescimento sadio e qualitativo da igreja.
137
A contextualização da igreja de Cristo
c) Convide pessoas que creiam na visão que Deus lhe deu - Deus
dá a visão de ministério para sua igreja local, em primeiro lugar ao líder
humano e espiritual da sua comunidade. Deus coloca um líder, e é a ele que
vai, de uma forma muito pessoal, mostrar a visão a ser seguida. Como diz
meu colega de equipe, Sidney: "orquestra desafinada tem vida curta" .
Bill Hybels diz que você precisa de uma equipe que combine com você.
Ao convidar pessoas para trabalhar com você para liderar uma igreja,
deixe bem claro que você não está apenas convidando auxiliares para o
138
Capítulo 8 - Igreja com propósitos
seu ministério; você está repartindo o seu ministério com eles. Isto implica
em confiança absoluta, implica em dividir glórias e derrotas. Numa equipe
colegiada, unidade é fundamental.
139
A contextualização da igreja de Cristo
140
Capítulo 8 - Igreja com propósitos
Faça uma boa avaliação semanal dos seus cultos e celebrações e veja
o que você e sua equipe podem fazer para melhorá-los.
13.9 - Eventos-pontes
141
A contextualização da igreja de Cristo
Teiidó.J:roeekidó..ali:Çrjst6cdin6inOtt.:.8egheo:aNacjor;.:::ç.::: çoppor4a00.
com a 'DOPI4fg:-:;:atirdéFél:::d.àR::!, Tgffial,agas;::.coni:4,.: 04i.gOw.a::-Postip.ira..,. .
desejo
família de que se reúne tara Primeira Igreja IBâtiátw:erali, ao José dos
Campos.
142
Capítulo 8 - Igreja com propósitos
se mti-(10..'oSi - jf:defe.s.:
143
A contextualização da igreja de Cristo
esco o meusdons e ta en
sendo equipado para ser
desenvolvendo um cora
TeStentunhat a minha fe
Frequentando assiduamente
iven e mo o exemplar
En eganc o o dízimo
ão-Jbse ant
gine
144
Capítulo 8 — Igreja com propósitos
13.11 - A pregação
145
A contextualização da igreja de Cristo
146
Capítulo 8 — Igreja com propósitos
Conclusão
Nossa abordagem
- De uma igreja dirigida por programas para uma igreja
dirigida por propósitos.
147
A contextualização da igreja de Cristo
Nosso alvo
- De uma igreja que trabalhava para alcançar os seus
para uma igreja que vive para ganhar os sem-igreja da
comunidade e do mundo.
Nossa liderança
- De uma igreja liderada por cargos e comissões, para
uma igreja liderada por ministérios.
Nossos pastores
- De uma igreja liderada por um pastor, para uma igreja
liderada por uma equipe ministerial, onde os pastores funcionam
como treinadores de equipe.
Nossa estratégia
- De uma igreja sem um programa sistemático para
envolver os membros, para uma igreja que desenvolve seus
membros naturalmente da multidão para o núcleo do
ministério.
148
Capítulo 9
Rede ministerial
e Projeto Ponte da Fé
Pastor Manoel Xavier dos Santos Filho
A Igreja Batista Memorial da Tijuca é uma igreja que foi organizada pelo
pastor Jerry Stanley Key, em agosto de 1968. Portanto, uma igreja ainda jovem,
situada no tradicional bairro da Tijuca, um bairro que outrora foi marcado pela
existência de muitas casas, inclusive o terreno onde nos reunimos foi ocupado
por duas casas, no passado. Hoje o bairro é cercado por muitos prédios.
150
Capítulo 9 — Rede ministerial e Projeto Ponte da Fé
daí decidimos mobilizar toda a igreja, desde os juniores até a terceira idade
na busca da nossa Missão. Contamos para isto, com a ajuda de um irmão
da Igreja Batista do Bacacheri, Pr. Nossa Missão ficou assim:
151
A contextualização da igreja de Cristo
152
Capítulo 9 — Rede ministerial e Projeto Ponte da Fé
nossa missão. Procuramos conhecer tudo que pode vir a contribuir para
isso e então adicionamos e adequamos. Pode parecer um tanto eclético.
De modo a sistematizar o trabalho, podemos dizer que entendemos que a
igreja precisa privilegiar, esmiuçando a nossa missão:
- deixar de ser uma igreja que está acostumada com o ativismo para
se concentrar no evangelismo pessoal e no discipulado;
- que está acostumada com relacionamentos mais formais, com ênfase
nas várias reuniões administrativas, para ser uma igreja que valoriza os
relacionamentos informais;
- deixar de ser uma igreja cujo ensino é mais cognitivo para ter um
ensino que visa à transformação e mexe nos valores, através do discipulado
e dos grupos pequenos.
153
A contextualização da igreja de Cristo
"Eu plantei, Apolo regou, mas DEUS é quem fez crescer; de modo
que nem o que planta nem o que rega são alguma coisa,
mas unicamente Deus,
que efetua o crescimento." (1Co 3.6,7)
154
Capítulo 10
Igreja em células
Um processo contínuo
de formação e transformação
1. Origens
156
Capítulo 10 — Igreja em células — Um processo contínuo de formação e transformação
3000 pastores e líderes têm participado destes módulos. Este ministério tem
oferecido suporte às igrejas que desejam implementar células em sua estrutura.
157
A contextualização da igreja de Cristo
Hans Küng (1967, p.27) argumenta que "a doutrina da igreja está
necessariamente submetida, como a própria igreja, à mutação constante e tem,
por conseqüência, de ser realizada sempre de novo". Para que isso seja possível,
a igreja precisa pedescobrir sua identiclade mais profunda, sua constituição essencial.
3. Características gerais
158
Capítulo 10 — Igreja em células — Um processo contínuo de formação e transformação
por Deus. Cada uma destas células é única, mas todas trabalham em
conjunto para manter o corpo funcionando e saudável.
159
A contextualização da igreja de Cristo
Nele é dada a oportunidade aos integrantes, para que entre si, abram
os seus corações, com o fim de que as pessoas se ajudem mutuamente. A
célula deve ter intimidade. A maioria dos que estão em células concorda
que as células devem permanecer pequenas, pois todos precisam ter
oportunidade para compartilhar e comunicar.
160
Capítulo 10 — Igreja em células — Um processo contínuo de formação e transformação
Nós fomos criados para exaltar e adorar a Deus, e sabemos que "Deus
habita no meio dos louvores...", e que a adoração é levada a todas as
partes da cidade através das orações e cânticos.
161
A contextualização da igreja de Cristo
Células não são simplesmente reuniões sociais que dão ênfase à comunhão
e lazer, células devem transformar pessoas para que venham a ser autênticos
cristãos. As células devem ter um propósito além de si mesmas. Células devem
permanecer abertas para os não-crentes. Os pequenos grupos que se encontram
fora da igreja procuram alcançar pessoas no lugar onde vivem e trabalham.
Este é um princípio em todas as igrejas em células que mais crescem no mundo.
O coração da estratégia de célula é o evangelismo de penetração. Deve haver
uma sensação constante de urgência para que todo membro da célula possa
162
Capítulo 10 — Igreja em células — Um processo contínuo de formação e transformação
Numa entrevista de Cho a Carl George em 1993, ele explica a sua estratégia
para alcançar os perdidos: Temos 50.000 células, e cada célula irá amar duas
pessoas para Cristo durante o próximo ano. Eles escolhem alguém que não é
163
A contextualização da igreja de Cristo
cristão por quem eles podem orar, a quem podem amar e servir. Eles levam
refeições, ajudam a varrer aloja de alguém — qualquer coisa que possa mostrar
que realmente se importam com as pessoas... Depois de três ou quatro meses
desse tipo de amor, a alma mais endurecida amolece e se rende a Cristo.
4.1 - Treinamento
164
Capítulo 10 — Igreja em células — Um processo contínuo de formação e transformação
Sem líderes novos, não pode haver multiplicação de células. Por fim,
deve haver uma sensação constante de urgência para que todo membro
da célula possa ganhar alguém para Cristo dentro dos seis meses de vida
do grupo. Se o evangelismo não for considerado o propósito primário, o
grupo pára de crescer e morre.
165
A contextualização da igreja de Cristo
4.3 - Liderança
Nossa missão
Nossa visão
166
Capítulo 10 — Igreja em células — Um processo contínuo de formação e transformação
167
A contextualização da igreja de Cristo
168
Capítulo 10 — Igreja em células — Um processo contínuo de formação e transformação
169
A contextualização da igreja de Cristo
170
Capítulo 11
Igreja em células
Investindo em relacionamentos
Por quase toda a minha vida tenho crido na centralidade dos relacionamentos,
mas após 17 anos no pastoreio, cheguei a perceber bem claramente que, na
prática, nem eu nem a igreja onde sirvo investíamos intencionalmente o melhor
do nosso tempo e dos nossos recursos nessa visão. Foi aí que Deus nos colocou
numa caminhada de mudança de foco, onde as instituições servem às pessoas,
as estruturas favorecem os relacionamentos (na prática) e o estilo de vida (o que
sou) está acima do desempenho (o que faço).
172
Capítulo 11 — Igreja em células — Investindo em relacionamentos
2. Formando a consciência
Em toda igreja há pessoas para quem tudo está sempre bom, outras
que acham tudo errado sempre, mas lá estão também aquelas que estão
dispostas a pagar o preço de mudar para melhor. Estas pessoas farão a
diferença.
3. Desenvolvendo os valores
173
A contextualização da igreja de Cristo
174
Capítulo 11 — Igreja em células — Investindo em relacionamentos
4. Repensando a estrutura
Enquanto os princípios da palavra de Deus são eternos e imutáveis,
as estruturas que usamos precisam ser flexíveis, uma vez que
175
A contextualização da igreja de Cristo
176
Capítulo 11 - Igreja em células - Investindo em relacionamentos
5. Administrando os conflitos
177
A contextualização da igreja de Cristo
A Igreja Batista em Jardim Camburi tem sido uma boa igreja, mas
está se tornando melhor:
178
Capítulo 11 — Igreja em células — Investindo em relacionamentos
Creio que estamos um pouco mais próximos da igreja que Deus deseja
venhamos a ser.
179
Capítulo 12
Igreja em células
182
Capítulo 12 — Igreja em células — Células com DNA batista
183
A contextualização da igreja de Cristo
Il. ::41 Ac ma
184
Capítulo 12 — Igreja em células — Células com DNA batista
185
Terceira parte
Exemplos brasileiros de
contextualização da igreja local
Capítulo 13
190
Capítulo 13 — Usando a tecnologia como ferramenta de contextualização
191
A contextualização da igreja de Cristo
e por isso a igreja americana nos cede sua propriedade apenas para um
culto noturno. Esta não é uma realidade só nossa, mas da quase totalidade
das igrejas brasileiras na América, e a única oportunidade de levar a
mensagem à família reunida. Durante a semana, a nossa comunidade está
espalhada pela Bay Area em pequenos grupos familiares.
192
Capítulo 13 — Usando a tecnologia como ferramenta de contextualização
Todos os bebês que nascem na igreja têm o seu link dentro de nossa
página, para que todos possam se alegrar
com os pais na América e seus familiares no
Brasil.
193
A contextualização da igreja de Cristo
194
Capítulo 13 — Usando a tecnologia como ferramenta de contextualização
195
A contextualização da igreja de Cristo
196
Capítulo 14
Alcançando as pessoas
do nosso bairro
Pastor Lysâneas Moura
198
Capítulo 14 — Alcançando as pessoas do nosso bairro
igreja foi investir seu dinheiro no reino e cuidar daqueles que o serviam.
Perto do restaurante onde almoçava havia um rapaz que cuidava dos carros
estacionados na rua. Percebendo a tenacidade com que Jeremias enfrentava
a vida, resolveu ajudá-lo e comprou para ele um tabuleiro de doces e
salgados.
199
A contextualização da igreja de Cristo
numa atmosfera e ambiente que tenha a ver com o jeito dele. Estas não são
condições sine qua nom para que o evangelho seja eficiente na vida de
uma pessoa. De jeito nenhum. Mas, como líderes de igrejas, se queremos
alcançar o homem de um modo significativo precisamos descobrir de que
maneira podemos apresentar o evangelho de forma relevante tanto no seu
conteúdo quanto em sua forma, para aquele que ouve e para aquele que
queremos alcançar.
200
Capítulo 14 — Alcançando as pessoas do nosso bairro
201
A contextualização da igreja de Cristo
Na realidade, foi isto que aconteceu com Pedro. Ele não se sentiu à
vontade na primeira igreja que procurou. Nem sempre é assim que acontece.
Quando Deus quer alcançar seja o rico ou o pobre, ele não depende dos
nossos métodos. Mas, ele também nos deu inteligência para pensar sobre
como comunicar melhor o evangelho a toda criatura respeitando a
individualidade de cada um.
202
Capítulo 14 - Alcançando as pessoas do nosso bairro
203
A contextualização da igreja de Cristo
Parece mais atingir a favela do que o bairro nobre. É mais fácil falar de
Cristo à empregada doméstica do que ao presidente da empresa. Com os
humildes chega-se sempre por cima, como provedor ou como salvador.
Para pregar aos pobres, achamos que não precisamos depender tanto de
Deus,porque somos superiores. Daí surge um questionamento pessoal —
Focamos mais o pobre porque ele precisa mais ou porque esta é uma situação
mais fácil para nós, uma situação em que nos sentimos mais à vontade?
Tanto para o que mora na favela como para o que mora na Avenida
Beira Mar, a resposta é a mesma: - Eles têm somente a igreja como
esperança, pois a igreja é a esperança do mundo, tanto para o rico como
para o pobre.
Mas, por que Pedro não se sentiu bem na visita que fez à primeira
igreja evangélica? E ainda, por que Pedro não se sentiu bem na igreja de
Jeremias? Pedro precisava de um local mais contextualizado com ele
mesmo.
204
Capítulo 14 — Alcançando as pessoas do nosso bairro
A classe média e a rica não têm carência material. Por isto mesmo,
muitas vezes são marginalizadas por nós cristãos, porque achamos que o
evangelho é para os pobres deste mundo. Por isso, não contextualizamos
a mensagem das boas-novas para os ricos, mas que são pobres e
necessitados emocional e espiritualmente. Falhamos quando não nos
preocupamos com o "hoje" das pessoas, com as necessidades mais
profundas do homem. Comumente damos atenção apenas às necessidades
materiais e falamos apenas da vida depois da morte. O pobre tem pouco
tempo para ficar deprimido porque sua preocupação maior é com a próxima
refeição. Por outro lado, o rico, que tem suas necessidades básicas supridas,
precisa lidar com a depressão. Um nega e o outro enfrenta o problema,
mas os dois precisam de ajuda. Um precisa deixar de negar, e o outro,
saber como enfrentar.
Voltando aos nossos personagens iniciais, seria mais fácil Jeremias ser
alcançado na igreja de Pedro do que Pedro na igreja de Jeremias. Para
Jeremias existem várias igrejas, mas, para Pedro, existem poucos lugares
onde ele se sentiria à vontade para ouvir o evangelho. Por isso, é preciso
entender um pouco o que vai na cabeça de Pedro, um empresário de
classe média.
205
A contextualização da igreja de Cristo
numa crise. Ele precisa ter a certeza de que não será um prêmio a ser
mostrado numa certa igreja como o mais novo prosélito. Ele não quer ser
o projeto de um outro crente. Ele quer experimentar uma amizade genuína
de um cristão. Foi assim que Jesus nos ensinou - ele criava pontes de
ligação com as pessoas. Ele não nos mandou trazê-las para a igreja; ele
nos mandou pregar o evangelho a elas. Mas para que a pregação seja
efetiva, precisa ser precedida de um interesse genuíno pela pessoa. Depois
de ouvir seu amigo cristão falar sobre o que Deus tem feito em sua vida e
sentir que é amado pelo amigo simplesmente porque é Pedro, Pedro vai
estar pronto para atender a um convite para assistir a um culto ou algum
evento na igreja (Mt 28.20; G16.2).
206
Capítulo 14 — Alcançando as pessoas do nosso bairro
Quinto: Pedro também descobriu que havia algo para sua família
e não somente para ele.
207
A contextualização da igreja de Cristo
como o dele de fato estava, poderia encontrar socorro ali. Viu ainda que
temas relevantes como ansiedade, depressão, drogas, sexo etc., eram
tratados de uma forma direta e honesta. Outra coisa que Pedro percebeu
foi que, embora o salão de reuniões ficasse longe de sua casa, durante a
semana poderia estudar a Bíblia com um grupo pequeno de pessoas que
se reuniam no seu bairro (Dt 6.1-9; Ef 5.22-6.4).
Ao perceber tudo isto, Pedro não viu nenhuma placa naquela igreja
dizendo: "Aqui é um lugar para os de classe média e alta". Não. Apenas
percebeu que aquele lugar era adequado para ele e para sua família. Viu
que tanto o presidente de sua empresa como a empregada de sua casa
poderiam sentir-se acolhidos naquele lugar. Isto é o evangelho
contextualizado e focado em uma classe, mas que pode atingir outras
classes de cima para baixo. Este tipo de mensagem não exclui o pobre,
pelo contrário; um modelo focado apenas no pobre exclui o rico. Mas um
modelo que visa a pregar o evangelho de uma forma relevante em uma
linguagem compreensível, com conteúdo e forma contextualizados, atinge
o rico e o pobre.
208
Capítulo 14 — Alcançando as pessoas do nosso bairro
A Igreja Batista do Morumbi não foi planejada para ser uma igreja de
ricos e excluir o pobre. Não! Ela foi planejada e ainda hoje procura "levar
para o caminho os que estão a caminho" , (declaração da "missão" da
IB do Morumbi), fazendo isto de forma que a classe média e a alta possam
ouvir uma mensagem contextualizada em um ambiente adequado. Um lugar
onde tanto o presidente de uma empresa como um "office boy" sintam-se
acolhidos.
Para isto:
209
A contextualização da igreja de Cristo
210
Capítulo 14 — Alcançando as pessoas do nosso bairro
211
A contextualização da igreja de Cristo
Conclusão
212
Capítulo 14 — Alcançando as pessoas do nosso bairro
1) Pastor, qual a visão que Deus lhe deu ao iniciar a Igreja Batista
do Morumbi?
A visão não veio assim, de repente; foi uma coisa paulatina, que
foi se concretizando pouco a pouco. Às vezes Deus dá uma visão como
deu a Paulo no caminho de Damasco. Em outras ocasiões, ele vai
mostrando pouco a pouco. Algumas vezes você vê algo que já está
sendo feito em algum lugar e percebe que aquilo pode ser aproveitado
em outro lugar. Estas são maneiras de Deus nos levar a ter uma visão.
213
A contextualização da igreja de Cristo
214
Capítulo 14 — Alcançando as pessoas do nosso bairro
Razões errôneas para não falar de Cristo aos ricos. Por exemplo:
Má interpretação das Escrituras:
215
A contextualização da igreja de Cristo
216
Capítulo 14 — Alcançando as pessoas do nosso bairro
217
Capítulo 15
Contextualização em
uma igreja centenária
220
Capítulo 15 — Contextualização em uma igreja centenária
repetição de outros lugares. Este era outro lugar e outro tempo. As respostas
mostravam que seria preciso trabalhar no fortalecimento da igreja por meio
de mensagens e estudos bíblicos, pequenos cursos que a levassem a ter
ainda mais prazer na Bíblia, nas suas verdades, nas vitórias e derrotas dos
seus santos; sobre a igreja de Cristo, métodos do Novo Testamento. Fico
feliz que ainda hoje as mensagens mais concentradas na Bíblia são as que
minha igreja mais ama. Também era preciso trabalhar a carência de
comunhão bíblica, trabalhar os relacionamentos pessoais, de lideres, de
famílias e articular a membresia através dos dons de Deus dados a cada
um, permitindo assim, que funcionassem no corpo da igreja local o mais
rápido possível, naquilo que mais gostariam de fazer para Cristo.
221
A contextualização da igreja de Cristo
Fui conectando com eles naquilo que era seu sonho: servir a Deus. As
propostas bíblicas pregadas foram despertando a igreja para a realização
de projetos para Deus, e nós fomos traçando juntos o nosso rumo. Para
isso, reunimos durante cinco anos a liderança uma vez por ano, para traçar
o perfil de igreja que eles queriam até o ano do centenário e depois traçamos
para além do ano 2000.
222
Capítulo 15 — Contextualização em uma igreja centenária
223
A contextualização da igreja de Cristo
mais ao Senhor juntos com seu pastor, pastores e lideres. A igreja sentia e
dizia isso. Pregadores de outros Estados que nos visitaram afirmaram a
mesma coisa sobre a nossa igreja. Foi uma festa de união, muito linda
mesmo, e a essa altura já tínhamos feito as reformas possíveis para aumentar
nosso espaço físico, de classes, de departamentos, que já estavam
pequenos. Os cultos mais especiais requeriam o uso de telão num segundo
auditório. Estávamos na internet com o nosso site. Na comunicação, ainda
fixamos um outdoor, que é o único na Praça da Republica (a principal da
cidade), e é nosso, para divulgação de nossas atividades. Os hotéis exibiam
e ainda têm um cartão com o nosso convite e endereço para os cultos.
224
Capítulo 15 — Contextualização em uma igreja centenária
Isso nos deu pessoas reconciliadas e novos, muitos novos crentes em Cristo.
Desses, muitos fazem parte da nossa membresia hoje. Nosso convívio
com outras denominações através do Encontro de Casais não representou
perda da nossa identidade, nem perda de membros para outras igrejas.
Esta cooperação foi e tem sido feita com respeito e amor, repartindo
experiência nessa área. Vivemos em permanente "Congresso de Família
na Igreja" porque os casais e jovens são acompanhados em estudos bíblicos
e outras formas de Encontros.
225
!
Capítulo 16
Contextualização e
revitalização
Pastor Rafael Antunes Vieira
Deus nos chamou para mudar nossa forma de ação como igreja nesta
cidade.
Num primeiro momento, Deus nos fez perceber que precisávamos melhorar
o relacionamento entre os irmãos e veio à nossa mente uma mudança: a Escola
Dominical. Passamos a trabalhar com classes mistas onde familias inteiras poderiam
estudar juntas as lições que começaram a tratar objetivamente dessa questão.
O resultado começou a aparecer de forma impressionante, pois percebemos
o quanto precisávamos uns dos outros e que juntos, estaríamos fortes para
enfrentar o pecado.
228
Capítulo 16 — Contextualização e revitalização
Durante muito tempo, fomos vistos por alguns como uma igreja que
perdeu sua identidade de batista. Isso porque mudamos nossa forma de
administrar. O que pensamos é simples: o dinheiro que Deus nos dá é para
uso nos projetos que ele indica e não naquilo que imaginamos. Pensamos
que o povo de Deus não pode continuar usando tão mal os recursos que
recebe em suas mãos.
229
A contextualização da igreja de Cristo
A igreja por sua vez, entendeu que é melhor atuar diretamente nas
necessidades básicas de sua gente do que ficar sustentando coisas que
não chegam onde de fato há necessidade. Estamos firmados na Palavra de
Deus e vendo um crescimento fantástico na igreja, sendo um referencial na
cidade onde outras 46 igrejas se fazem presentes.
230
f
Capítulo 17
Introdução
232
Capítulo 17 — A igreja subsistindo num centro urbano sem comunidade
233
A contextualização da igreja de Cristo
234
Capítulo 17 — A igreja subsistindo num centro urbano sem comunidade
235
A contextualização da igreja de Cristo
236
Capítulo 17 — A igreja subsistindo num centro urbano sem comunidade
propósito para que foram criadas. Aqui quanto maior for a Igreja, tanto
maiores serão as dificuldades que aparecerão para se aplicar a analogia
bíblica. Não queremos radicalizar contra os conceitos outros que se têm
levantado para definir o que venha a ser a Igreja de Cristo, mas que existe
muita coisa difícil de se aplicar ao conceito de edificação que encontramos
nos ensinos de Jesus e Paulo, isso é verdade mesmo. Muitos estão
construindo verdadeiros aglomerados humanos sem perceber nem de perto
aonde vai dar tudo isto. Devemos estar acordados para tudo que ocorre
ao nosso redor e sempre recorrer a Palavra de Deus para não nos
distanciarmos tanto daquilo que com simplicidade o nosso Senhor quis
nos ensinar.
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Capítulo 17 — A igreja subsistindo num centro urbano sem comunidade
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do Espírito, mas que se possa ver as coisas de Deus com um pouco mais
de cuidado e planejamento. Ouvir as idéias e pensamentos da congregação
em nada diminui a nossa função diante do povo. Por que não dá o direito
ao povo de escolher seus hinos prediletos? Por que não descobrir quais as
necessidades espirituais do povo de Deus, e tentar satisfazê-las nos cultos
de oração? Por que não se procura dinamizar as reuniões de modo simples
e emocionalmente tocante? Qual o pecado que há em se desejar um culto
mais espiritual e agradável? Nós cremos que o nosso culto deve ser cheio
da presença gloriosa do Espírito de Deus. Não é o caso de acontecer uma
vez ou outra, mas sempre estar prontos para adorar de um modo verdadeiro,
e espiritualmente correto.
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a) O dom da fé. Este dom nos mostra a capacidade que alguém possui
de abrir os olhos do espírito para ver conquistas e desafios que a maioria
ainda não pode ver. É como o desbravamento da caminhada da igreja de
Cristo. Alguém precisa ver primeiro para depois os outros seguirem seus
passos.
b) O dom de governar. O corpo de Cristo necessita de liderança
capacitada pelo Espírito para orientar e dirigir a comunidade.
c) O dom da liberalidade. O dom sobremodo feliz de participar com
aquilo que Deus nos dá de modo liberal.
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Deus amou esta obra de verdade não teríamos tão poucos irmãos e
igrejas engajados na mesma. Precisamos acordar urgentemente para a
verdade de que Deus considera de modo especial o grupo de pessoas
que se dedica à obra de missões no mundo. A vitalidade de nossa igreja,
num bairro tão sem condições de proporcionar um crescimento mais
abundante, é, sem dúvida, devida à obra de missões abraçada por nós
desde o início.
A visão que Deus nos deu, acerca dos problemas sociais que
enfrentamos na grande cidade, e bem perto das favelas mais pobres, não
foi a de discutir sobre as estruturas injustas da sociedade e como conseguir
modificá-las. Através daqueles que possuem o dom da misericórdia,
propusemos em nosso coração descobrir como minorar o sofrimento dos
nossos semelhantes que vivem tão perto de nós; a partir dos que estão
dentro da igreja.
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para edificar a igreja de Cristo: - Não façam nada que não seja a orientação
do Espírito de Deus. Não esperem nada de mim se estão dispostos a
trabalhar para o Senhor. O Senhor é quem toma conta de sua obra e pode
com clareza dizer o que precisa ser feito por cada um que ele chama para
o serviço do reino.
10.1 - A igreja simples parece mais com Jesus. Esta é uma verdade
que muitos ainda não conseguiram descobrir. Sofisticam tanto o templo
como os clérigos; tanto o altar como o modo de adorar; tanto o aparato
físico como o linguajar humano, e, por incrível que pareça, ainda pensam
que estão agradando a Deus. Nós já descobrimos que a igreja é o corpo
vivo de Cristo e deve ser semelhante em tudo ao seu Senhor.
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Conclusão
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Quarta parte
A batalha
da contextualização
Capítulo 18
Os principais desafios
1. A secularização
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Capítulo 18 — Os principais desafios
2. A irrelevância
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3. A rejeição
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Capítulo 18 - Os principais desafios
4. A adequação
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Capítulo 19
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Capítulo 19 — Os problemas que enfrentamos
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Conclusão
Mas ao fim daquela jornada ficamos reunidos por 2 dias para uma
reflexão como equipe. O nosso grande alvo era tentar sintetizar o que
havíamos aprendido naqueles dias. Lembro-me muito bem de minha
resposta à equipe: Saio daqui com duas grandes questões que preciso
responder para mim mesmo:
Quando olhamos para estas questões descobrimos que elas não têm
uma resposta simples. E mais, percebemos que para realizar tal obra
precisaremos dedicar a nossa vida a este processo.
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Conclusão
Matin Loyd Jones, falando sobre autoridade e poder, fez uma crítica
veemente a algumas tentativas evangélicas de ser relevante, quando
trocamos a santidade e a unção desta poderosa identificação com o Senhor
da Igreja pelos títulos dos nossos pregadores, pelos seus paramentos, pela
pompa e circunstância de nossas reuniões que não são capazes de produzir
transformação e nem tão pouco são relevantes.
É tão fácil assumir uma postura crítica, achar que sabemos e podemos,
mas no momento em que amamos e sofremos com aqueles que Deus amou
primeiro entendemos que o mais importante não é se apartar dos publicanos e
pecadores. O mais importante é comer com eles, como Jesus, fez. É curar as
suas feridas. É ter o coração perdoador que pela força do amor transforma.
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A contextualização da igreja de Cristo
Lembro-me ter lido, mas confesso que não sei onde, a história de um
movimento de avivamento na África que começou com um ouvir a voz de
Deus por um missionário que ainda não havia entendido o sentido e o
poder da contextualização. Ele estava orando com um grupo de irmãos
negros, que ao estilo africano, gesticulavam, andavam, falando alto, quando
ele percebeu um grupo de europeus do lado de fora da sala onde estavam.
Num ímpeto muito natural, sabendo que aqueles europeus não entenderiam
o que se processava naquela sala, ele se levantou para fechar a janela.
Naquela hora, o Espírito de Deus o tocou profundamente, ele podia ouvir
a sua voz no seu coração lhe dizendo: "Se você fechar a janela eu ficarei
do lado de fora".
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Conclusão
Uma beleza que era dela na intimidade com o seu Senhor, mas que era
minha na intimidade que ela tinha comigo e no zelo amoroso pela minha
conversão.
Uma identificação que a fez entender que algo impedia a minha entrega
total a Cristo e por isso, apesar de idosa, foi procurar algum lugar onde
jovens e adolescentes falassem de Cristo a outros jovens e adolescentes.
Uma santa contextualização!
Podemos falar muito, teorizar mais ainda, mas se você não estiver
disposto a pagar o preço desta santa identificação com o Senhor e com o
povo que ele ama, você nunca será relevante nem será um agente de
transformação na história.
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Bibliografia