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Primeira Epístola de Paulo a

TIMOTEO
Autor De acordo com as saudações, o autor das Segundo, Paulo e os anciãos da igreja impuseram as mãos sobre
três Cartas Pastorais (1 e 2Timóteo e Tito) foi o após- Timóteo para separá-lo e equipá-lo para o ministério (1.18; 4.14;
tolo Paulo. Na tradição da igreja primitiva há consenso. 2Tm 1.6; 2.2).
Não obstante, alguns estudiosos do Novo Testamen- Timóteo acompanhou Paulo ao longo da maior parte de suas
to têm questionado a autoria paulina destas cartas. citando alega- segunda e terceira viagens missionárias (At 17.14-15; 18.5;
das diferenças no vocabulário, estilo e teologia. Tais argumentos 19.22; 20.4) e em parte da quarta. Parece ter-se tornado um apa-
não convencem, e não há razão persuasiva para negar que Paulo drinhado de Paulo, que fala figurativamente de si próprio como
escreveu estas cartas. "pai" de Timóteo (Fp 2.22) e de Timóteo como seu "filho" (1.2.18;
1Co4.17; 2Tm 1.2; 2.1 ). Como cooperador de Pau/o, Timóteo ser-
'~-
- · Data e Ocasião As aparentes inconsistên- viu como representante de Paulo nas igrejas de Tessalônica (1Ts
1 .. ... ,_cias entre as viagens de Paulo, como refletidas nas 3.2,6). Corinto (1 Co 4.17; 16.1 O). Filipos (Fp 2.19,23) e Éfeso
1 ~ cartas pastorais, e suas três viagens missionárias. (1.3).
·~~- como registradas em Atos. têm levado à sugestão de Paulo parece caracterizar Timóteo como tendo um "espírito te-
que as cartas pastorais foram escritas durante o que poderia ser meroso" (2Tm 1.7). Sentiu necessário pedir à igreja de Corinto para
chamada de a "quarta" viagem missionária de Paulo. Atos termina receber Timóteo de uma maneira que o fizesse sentir-se à vontade
não com a morte de Paulo, mas com sua prisão domiciliar em (1Co 16.10-11). Nas Pastorais, Paulo teve que exortar Timóteo a
Roma (At 28.16,30-31). Embora seja um escrito do fim do século 1. não deixar que ninguém o desprezasse por causa de sua juventude
1Clemente sugere que Paulo foi martirizado em Roma. Isso não vin- (4.12). a não negligenciar o dom espiritual que havia recebido
cula necessariamente o seu martírio com o aprisionamento regis- (4.14) e a não se envergonhar de falar ousadamente a favor do
trado em At 28. O historiador da igreja Eusébio, do século IV, evangelho (2Tm 1.8).
preserva a tradição de que Paulo foi solto daquele aprisionamento. Além da declaração em Hb 13.23 de que Timóteo tinha sido
continuou seus trabalhos missionários e foi martirizado por Nero "posto em liberdade" (presumivelmente da prisão). pouco é sabido
em sua segunda viagem a Roma. Esta tradição é sustentada não a respeito do que aconteceu a Timóteo depois que Paulo escreveu
somente pelas cartas pastorais, mas também por Filipenses e File- 2Timóteo.
mom, que. se foram escritas durante o aprisionamento romano re- Paulo escreveu 1Timóteo enquanto estava na Macedônia
gistrado em At 28, provêem evidência de que Paulo esperava ser (1.3). Achou necessário deixar Timóteo para trás em Éfeso por cau-
solto (Fp 1.25-26; Fm 22). Uma quarta viagem missionária e um se- sa da presença de falsos mestres naquela cidade (1.3). Paulo havia
gundo aprisionamento. depois do registrado em At 28, é o cenário estabelecido a igreja de Éfeso no começo de sua terceira viagem
mais provável para as pastorais. missionária. passando cerca de três anos ali (At 19; 20.31). No final
Se houve dois aprisionamentos, Paulo foi solto de seu primei- dessa viagem. havia prevenido os anciãos efésios de que falsos
ro por volta de 62 d.C. De acordo com a tradição posterior, foi mestres. alguns vindos da própria liderança, iriam infestar a igreja
martirizado por Nero, que morreu em 68 d.C. Paulo escreveu 1Ti- (At 20.29-30). e esta carta indica que essa profecia aparentemen-
móteo enquanto estava ainda no meio de sua quarta viagem mis- te se cumpriu (1.6, 19; 4.1-2; 6.3-5, 10,21). Há evidência de que al-
sionária. provavelmente durante a primeira parte deste período. guns dos falsos mestres provinham de posições de liderança na
entre 62-64 d.C. igreja, ou que foram levados a elas (1.7 ,20; 2.12; 3.6; 5.19-20;
Timóteo era um nativo de Listra. uma colônia romana na pro- 6.3-5, 1O). e os falsos mestres pareciam ter especialmente encon-
víncia da Galácia. Filho de um casamento misto, seu pai era gentio trado acolhida entre algumas das mulheres da igreja (2.9-15; 3.11;
e sua mãe, judia (At 16.1 ). Pouco é sabido sobre seu pai, que pare- 5.11-15).
ce não se ter tornado cristão, mas sua mãe e avó parecem ter sido
convertidas como resultado da visita de Paulo a Listra em sua pri- Características e Temas A carta é dig-
meira viagem missionária (2Tm 1.5). Desde sua infância, elas havi- na de nota pelo seu interesse na organização da igreja.
am instruído Timóteo nas Escrituras Judaicas (2Tm 3.14-15) e Provê a mais longa descrição sobre as qualificações
tiveram indubitável influência na própria conversão de Timóteo ao dos "bispos" ou anciãos no Novo Testamento (3.2-7).
cristianismo. juntamente com evidência para dois tipos de anciãos: os que go-
Quando Paulo voltou a Listra em sua segunda viagem missio- vernam e os que ensinam (5.17); comentários a respeito do sus-
nária. alguns dos cristãos chamaram sua atenção para este jo- tento e da repreensão de anciãos (5.17-20); e a única descrição
vem crente e Paulo decidiu levá-lo junto em sua viagem (At explícita no Novo Testamento das qualificações para diáconos
16.2-3). Duas ações específicas parecem ter acontecido neste (3.8-10, 12-13). As diretrizes específicas de Paulo a Timóteo tam-
momento. Primeiro, uma vez que Paulo iria evangelizar judeus. bém contêm muitos conselhos práticos sobre como um líder da
circuncidou Timóteo de acordo com o costume judeu (At 16.3). igreja deve atuar.
1441 1 TIMÓTEO
Esta carta é também digna de nota por sua ênfase na sã i-- Dificuldades de Interpretação Os
doutrina (1.10; 3.\): l\.í)·, ti.31 e contém duas meditações teológicas J
detalhes da quarta viagem missionária de Paulo são in-
a respeito da salvação que Deus oferece em Jesus Cristo (1.13-16; completos, uma vez que a viagem tem de ser recons-
2 3-6). Estas incluem afirmações sobre a salvação pela graça - truída, em grande parte, através de indicações nas
(1.13-16), Cristo como único mediador entre Deus e o homem cartas pastorais. Há alguma evidência de que Paulo cumpriu seu an-
(2 5) e a expiação vicária de Cristo (2.6). 1Timóteo também inclui tigo desejo de ir à Espanha (Rm 15.24,28). Seja na sua volta da Espa-
uma meditação poética sobre a obra de Cristo que afirma sua en- nha ou. se a desejada viagem à Espanha nunca se realizou, após sua
carnação, ressurreição e ascensão (3.16); um prenúncio da segun- partida de Roma, parece ter regressado ao Leste, provavelmente,
da vinda de Cristo (6.14); uma maravilhosa doxologia (6.15-16); e primeiro velejando para Creta (Tt 1.5). Então viajou para Éfeso, ao
testemunho da expansão do conceito de "Escritura" além do Antigo norte (1.3), talvez fazendo uma excursão paralela para Colossos (cf.
Testamento, para incluir elementos da revelação do Novo Testa- Fm 22), eentão seguiu para a Macedônia (1.3; cf. Fp 1.25-26). A par-
mento (5.18, onde são citadas as palavras de Cristo como registra- tir desse momento as coisas ficam menos claras. Paulo parece ter
das em Lc 10. 7) planejado (possivelmente em duas ocasiões diferentes) deixar a Ma-
Também notáveis em 1Timóteo são seus comentários a res- cedônia para ir tanto a Éfeso (3.14-15; 4.13) como a Nicópolis (Tt
peito das mulheres (2.9-15), que incluem uma longa seção sobre o 3.12). A última coisa que ouvimos é que ele está de volta a Roma es-
devido cuidado com as viúvas na igreia (5.3-16), e a informação perando a execução (2Tm 1.8, 12; 2.9; 4.6-7, 16), tendo visitado Trôa-
contextual que o livro provê sobre Timóteo, incluindo prováveis re- de (2Tm 4.13), Mileto e, talvez, Corinto (2Tm 4.20).
ferências tanto ao seu batismo (6.12) quanto à sua ordenação A respeito do falso ensinamento em Éfeso, ver "Introdução a
(1.18; 4.14). 2Timóteo Dificuldades de Interpretação".

l-Esb~-ço de 1Timóteo
1. Saudação (1.1-2) V. Oproblema das falsas doutrinas (3.14-4.5)
li. Tratando com os falsos mestres da lei (1.3-11) A. Opropósito de Paulo ao escrever a carta (3.14-16)
A. Falsos mestres e suas doutrinas (1.3-7) B. Erros dos falsos mestres (4.1-5)
B. O propósito da lei (1.8-11) VI. Princípios gerais para um jovem pastor (4.6-6.19)
Ili. Otestemunho e encargo de Paulo (1.12-20) A. Admoestações a Timóteo concernentes a seu
A. O chamado de Paulo ao ministério (1.12-17) ministério (4.6-5.2)
B. Exortação à fidelidade (1.18-20) B. Instruções a respeito de grupos específicos
IV. Instruções para a vida da igreja (2.1-3.13) (5.3-6.2)
A. Instruções para oração e adoração (2.1-15) 1. Viúvas (5.3-16)
1. Sobre oração por todos (2.1-7) 2. Anciãos (5.17-25)
2. Instruções para homens (2.8) 3. Escravos (6.1-2)
3. Instruções para mulheres (2.9-15) C. Tratando com falsos mestres (6.3-10)
B. Instruções sobre a liderança da igreja D. Admoestações a Timóteo concernentes a seu
(3.1-13) ministério (6.11-16)
1. Bispos (3.1-7) E. Exortações aos ricos (6.17-19)
2. Diáconos (3.8-13) VII. Conclusão (6.20-21)
1TIMÓTEO1 1442
Prefácio e saudação das, homicidas, to impuros, sodomitas, raptores de homens,
Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, pelo mandato de Deus, mentirosos, perjuras e para tudo quanto 3 se opõe à sã doutri-
1 nosso Salvador, e de Cristo Jesus, nossa esperança, 2 a Ti-
móteo, ªverdadeiro filho na fé, bgraça, misericórdia e paz, da
na, 11 segundo o evangelho da glória do Deus jbendito, do
qual fui 1encarregado.
parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor.
A graça e a sua eficácia
O ministério de Timóteo em Éfeso. na experiência do apóstolo Paulo
Falsas doutrinas e suas características 12 Sou grato para com aquele que me mfortaleceu, Cristo Je-
3couando eu estava de viagem, rumo da Macedônia, te ro- sus, nosso Senhor, nque me considerou fiel, ºdesignando-me
guei permanecesses ainda em Éfeso para 1admoestares a certas para o ministério, 13 a Pmim, que, noutro tempo, era blasfemo,
pessoas, da fim de que não ensinem outra doutrina, 4 enem se e perseguidor, e 4 insolente. Mas obtive misericórdia, pois o qfiz
ocupem com fábulas e genealogias sem fim, que, antes, promo- na ignorância, na incredulidade. 14 'Transbordou, porém, a
vem discussões do que o serviço de Deus, na fé. s Ora, !o intui- graça de nosso Senhor 5 com a fé e o amor que há em Cristo Je-
to da presente admoestação visa ao amor que procede gde sus. 15 1Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que "Cristo
coração puro, e de consciência boa, e de fé 2 sem hipocrisia. Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou
6 Desviando-se algumas pessoas destas coisas, perderam-se em o principal. 16 Mas, por esta mesma razão, me foi concedida
hloquacidade frívola, 7 pretendendo passar por mestres da lei, misericórdia, para que, em mim, o principal, evidenciasse Je-
não compreendendo, todavia, nem o que dizem, nem os as- sus Cristo a sua completa longanimidade, e servisse eu de mo-
suntos sobre os quais fazem ousadas asseverações. delo a quantos hão de crer nele para a vida eterna. 17 Assim,
vao Rei eterno, ximortal, zinvisível, 5 Deus ªúnico, bhonra e
A lei e os seus objetivos glória pelos séculos dos séculos. Amém!
8 Sabemos, porém, que a lei é iboa, se alguém dela se utili-
za de modo legítimo, 9 tendo em vista que não se promulga O bom combate
lei para quem é justo, mas para transgressores e rebeldes, irre- ta Este é 6 0 dever de que te encarrego, ó filho Timóteo, se-
verentes e pecadores, ímpios e profanos, parricidas e matrici- gundo as profecias de que antecipadamente foste objeto:

e CAPITULO 1 2•At16.1-2; Rm 17; 2Tm 1.2; Tt 1.4bGI1.3 3 CAt20.1,3dRm16.17; 2Ca 11.4; GI 1.6-7; 1Tm 6.3 1Lit.ordenaresaa/-
guns que não ensinem 4e1Tm 6.3-4,20; Tt 1.14 5/Rm 13.8-10; GI 514gEf 6.24 2 não fingida, sincera 6 h 1Tm 6.4,20 8 iRm
7.12,16 10 3está contra 1U1Tm6.15 11ca 9.17 12 m1Ca15.10n1 Ca 7.25ºCI1.25 13 PAt 8.3; 1Ca 15.9 q Jo 4.21 4violentamen-
tearrogante 14 'Rm 5.20 s2Tm 1.3; 2.22 15 12Tm 2.11 UMt 1.21; 9.13 17 vs110.16 XRm 1.23ZHb 11.27 aRm 16.27 b 1Cr29.11 5Cf
NU; TR e Mao único Deus sábio 18 ó o mandamento que te dou
•1.1-2 Saudação inicial. incluindo remetente, destinatária e bênção. •1.8-11 Os comentários de Paulo sabre os falsos mestres o induzem a fazer uma
•1.1 apóstolo da Cristo Jesus. Alguém enviada cama representante oficial de rápida abordagem do propósito da lei.
Crista. Essa frase é freqüentemente usada par Paula na introdução de suas car- •1.8 a lei é boa. Ver Rm 7.7-12; GI 3.19-25.
tas, referindo-se a sua própria pessoa. •1.10 sã doutrina. Ou "sãs palavras", um tema que perpassa as cartas pastora-
Deus, nosso Salvador. Na qualidade de autor da aliança da graça, Deus é Sal- is (3.9; 4.6; 6.3; 2Tm 1.13-14; 2.2; 4.3; Tt 1.9, 13; 2.1-2).
vador (2.3; 4.10; Tt 1.3; 2.10; 3.4). •1.11 segundo o avangalh11 da glória. As boas-navas do que Deus fez em
Cristo Jesus, nossa esperança. Jesus é a base da esperança cristã parque Cristo são a norma pela qual são julgadas sadias tanto a doutrina quanto a com-
ele é a mediador da aliança da graça (2.5; 4.10; 5.5; 6.17). Ver "Esperança", em preensão da lei.
Hb6.18.
•1.12-17 Paulo deixa os comentários sabre a lei e passa a tratar do seu chamada
•1.2 verdadeiro filho na fé. Cf. Tt 1.4. Paula considerava Timóteo cama seu fi- recebido de Crista. Além disso, fornece uma exposição da evangelho cama sendo
lha espiritual (v. 18; 1Ca4.17; Fp2.22; 2Tm 1.2; 2.1; Introdução: Data e Ocasião). a graça derramada por Deus sabre os pecadores em Jesus Crista.
graça, misericórdia a paz. Paula substitui freqüentemente "graça" pela sauda-
•1.13 blasfemo, a perseguidor, a insolante. Antes de sua conversão, Paulo
ção mais convencional "saudações" (cf. Tg 1.1). É própria de Paula acrescentar
perseguiu a igreja IAt 8.3; 9.1-5; 22.4-5; 26.9, 11; GI 1.13; Fp 3.6).
também a saudação judaica "paz", que significa "saúde, vida plena". Aqui e em
2Tm 1.2, ele ainda acrescenta "misericórdia". pois o fiz na ignorância, na incredulidada. Deus não concedeu a Paula a que
•1.3-7 Paula se dirige ao carpa da carta. Seu propósito é instruir Timóteo como ele merecia mas o que necessitava (cf. At 3.17-20).
agir em Éfeso na qualidade de representante de Paulo \Introdução: Data e Oca- •1.15 Fiel é a palavra e digna da toda aceitação. Esta expressão chama a
sião). O apóstolo começa pelo problema do ensino falso em Éfeso !Introdução a atenção para um ponto importante. A mesma somente aparece na Nava Testa-
2Timóteo: Dificuldades de Interpretação). mento nas cartas pastorais (3.1; 4.9; 2Tm 2.11; Tt 3.8).
•1.3 não ensinam outra doutrina. Oconflito em Éfeso está centrada no ensino eu sou o principal. Lit. "eu sou o primeira". Paula não se caracterizou assim an-
adequado lv. 10; 4.1-2; 6.3; 2Tm 218). tes de sua conversão. Pelo contrário, na medida em que crescia em Crista, Paulo
•1.4 fábulas. Ver 4.7; 2T m 4.4. Em Tt 1.14, Paulo fala de "fábulas judaicas'', refe- tomou-se mais e mais consciente de sua própria pecaminosidade.
rindo-se, possivelmente. a espécies de lendas sobre personagens do Antigo Tes- •1.16 a vida eterna. Deus concede a todas quantas crêem em Crista não ape-
tamento que são encontradas em muitos dos escritos apócrifos judaicos. nas "vida eterna", mas também vida em toda a sua plenitude lcf. 4.8; 6.12, 19;
genealogias sem fim. Talvez uma referência a uma primitiva forma de espe- 2Tm 1.1,10; Tt 1.2; 37)
culações detalhadas \freqüentemente associadas a mitos judaicas) que se de- •1.18-20 Paulo retorna ao tema dos vs. 3-7, dando menos importância ao poten-
senvolveram no gnosticismo. Estas especulações diziam respeito às origens do cial de Timóteo para obter sucesso como representante de Paula e enfatizando
mundo e aos inúmeros seres espirituais, supostamente envolvidos na criação (cf. mais a contínua fidelidade de Timóteo a Cr!sto Contrasta-a especialmente com
Tt 3.9). dois membros (talvez líderes) da igreja em Efeso, as quais "vieram a naufragar na
•f.5 amor. A ordem de Paula realça a íntima relação entre a fé cristã e a prática fé" lv 19).
lcf. GI 5.6) •1.18 as profecias da que antecipadamente fosta objeto. Essa afirmação
•1.7 lai. A lei de Moisés refere-se a um acontecimento também mencionado em 4.14 e em 2Tm 1.6 (cf.
1443 1 TIMÓTEO 1, 2
combate, firmado nelas, o bom combate, 19 mantendo fé e mem, 6 o qual a si mesmo se deu em resgate por todos: teste-
1

boa consciência, porquanto alguns, tendo rejeitado a boa munho que se deve prestar em tempos oportunos. 7 !Para isto
consciência, vieram a naufragar na fé. 20 E dentre esses se fui designado pregador e apóstolo (afirmo a verdade, 4 não
contam cHimeneu e d Alexandre, os quais entreguei a Sata- minto), 'mestre dos gentios na fé e na verdade.
nás, para serem castigados, a fim de não mais e blasfemarem.
Proceder conveniente no culto público
A prática da oração por todos os homens. 8 Quero, portanto, que os varões orem em mtodo lugar,
Um só Mediador n1evantando mãos santas, sem ira e sem animosidade. 9 Da
Antes de tudo, pois, / exorto que se use a prática de súpli- mesma sorte, que as ºmulheres, em traje decente, se ataviem
2 cas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de
todos os homens, 2 em favor ªdos reis e de btodos os que se
com modéstia e 5 bom senso, não com cabeleira frisada e com
ouro, ou pérolas, ou vestuário dispendioso, 10 Pporém com
acham 2 investidos de autoridade, para que vivamos vida boas obras (como é próprio às mulheres que professam ser pie-
tranqüila e mansa, com toda piedade e 3 respeito. 3 lsto é dosas). 11 A mulher aprenda em silêncio, com toda a submis-
cbom e aceitável diante dde Deus, nosso Salvador, 4 eo qual são. 12 E qnão permito que a mulher ensine, nem exerça
deseja que todos os homens sejam salvosfe cheguem ao ple- autoridade de homem; esteja, porém, em silêncio. 13 Porque,
no conhecimento da verdade. s gPorquanto há um só Deus e primeiro, foi formado Adão, depois, Eva. 14 E Adão não foi ilu-
hum só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, ho- dido, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão .
.,A~ .. -~~~~-~e
~ 20 CZTm 2.17-18 d2Tm 4.14eAt13.45
CAPÍTULO 2 1 1 encorajo a 2 a Ed 6.1 O b [Rm 13.1 J 2 em superioridade, proeminência 3 dignidade 3 e Rm 12.2 d 2Tm 1.9
18 23,32 /[Jo 17.3] 5 gGI 3 20 h [Hb 9 15] 6 iMc 10.45 7 i Ef 3.7-8 l[GI 1 15-16] 4 C!. NU; TR e M acrescentam em Cristo
23.34ns1134.2 9º1Pe3.3 5discnÇão 10P1Pe3.4 12q1Co14.34;Tt2.5
2Tm 2 2), quando um grupo de presbíteros, inclusive Paulo, impôs as mãos sobre morte de Cristo foi suficiente para resgatar toda a humanidade, embora que, por
Timóteo (talvez quando Timóteo foi separado para o ministério). Naquela ocasião, desígnio e eleito soberano, nem todos são redimidos. Ver "Redenção Limitada",
Timóteo recebeu um dom espiritual e uma palavra de profecia, designando-o para em Jo 1015.
o serviço (cf At 13 n) •2. 7 afirmo a verdade, não minto. Uma estranha declaração feita a um amigo
•1.19 boa consciência. Ver "A Consciência e a Lei", em 1Sm 24.5. íntimo. Mas Paulo talvez quisesse que a carta fosse lida para toda a igreja (6.21,
•1.20 Himeneu e Alexandre. Odestaque dessas duas pessoas levanta a ques- nota). Possivelmente os falsos mestres colocaram em dúvida o chamado e a mis-
tão se eram líderes na igreja. Himeneu é mencionado novamente em 2T m são de Paulo.
2.17-18, como alguém que se desviou "da verdade" Fica obscuro, porém, se o •2.8-15 Paulo passa ao tratamento do problema do espírito de provocar divisão
"Alexandre" citado aqui e em At 19.33-34; 2Tm 4.14-15 é a mesma pessoa encabeçado pelos falsos mestres, e apresenta admoestações específicas para
entreguei a Satanás. Provavelmente essa seja uma referência à exclusão des- homens e mulheres (nota nos vs. 1-15).
sas duas pessoas da comunhão da igreja. Portanto, foram devolvidos ao mundo •2.8 varões. Paulo supõe, em 1Co 11.5, que mulheres também desejam orar
- o domínio de Satanás (Jo 12.31, 14.30; 16.11; 2Co 4.4; Ef 2.2). Paulo usa uma guando a igreja se reúne em culto. Aqui ele se dirige a um problema específico de
expressão semelhante em 1Co 5.5 (cf Mt 18.17). Efeso.
não mais blasfemarem. Opropósito dessa exclusão é de caráter disciplinar - todo lugar. Provavelmente isso se retira ao culto coletivo.
que os dois reconhecessem seus erros e se arrependessem (2Tm 2.25-26; Tt levantando mãos santas. Sobre essa postura na oração, ver SI 63.4; 141.2.
310) sem ira e sem animosidade. Paulo não se preocupa em ordenar certa postura,
•2, 1-15 Paulo passa a abordar uma série de instruções sobre a oração e o culto, mas deseja encorajar uma atitude apropriada (1.5).
provavelmente em resposta aos abusos causados pelos falsos mestres (ver Intro- •2.9 se ataviem com modéstia ... ou vestuário dispendioso. Paulo não se
dução a 2Timóteo: Dificuldades de Interpretação). preocupa com vestimenta ou jóias como tais, mas com a atitude da pessoa que
•2, 1 todos os homens. Conforme é possível observar através da expressão se- as usa (1 Pe 3.3-4). A sociedade greco-romana se caracterizava pela vestimenta
guinte ("em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade"), extravagante.
não significa "todo ser humano", antes, "todos os tipos de pessoas", seja qual for •2.11 em silêncio. Conforme 1Co 11.5 1nd1ca, Paulo não proíbe toda a participa-
a sua posição na vida. ção oral das mulheres nos cultos. Antes, Paulo recomenda certo tipo de silêncio
•2.4 o qual deseja que todos os homens sejam salvos. Isso não significa - um silêncio que respeita o ensino com autoridade e o papel de governo atribuí-
que Deus deseja soberanamente que todo ser humano seja salvo (isto é, que do aos líderes da igreja (v 12)
Deus salva a cada um). Mas pode referir-se à benevolência geral de Deus de não toda a submissão. Submissão não significa, necessariamente, uma posição in-
ter prazer na morte do ímpio. Ou pode referir-se ao desejo de Deus que todos os terior. Noutro lugar, Paulo aplica o conceito a esposas (Ef 5.22; CI 3.18; Tt 2.5; ct.
tipos de pessoas (v. 1, nota) sejam salvos (isto é, Deus não escolhe seus eleitos 1Co 14 34), a maridos e esposas (Et 5.21 ), a filhos (3.4), a escravos (Tt 2.9), a
de um único grupo apenas). profetas (1Co14.32). a cristãos (Rm 13.1,5; 1Co 16.16; Tt 3.1), à igreja (Ef 5.24) e
•2.5 há um só Deus. Essa é a afirmação fundamental da religião judaica (Dt 6.4; até ao próprio Cristo (1 Co 15.28)
cf Rm 3.30; 1Co 8.6; GI 3.20; Et 4.6). •2.12 E não permito. Aqui Paulo exerce sua autoridade apostólica, restringindo
um só Mediador entre Deus e os homens. Há Um que arbitra entre Deus e a mulheres ao exercício de certo tipo de autoridade e ensino.
humanidade, e os reconcilia. Ver nota teológica sobre "Cristo - O Mediador". exerça autoridade. Esta palavra grega aparece somente aqui no Novo Testa-
Cristo Jesus, homem. Oenfoque de Paulo é sobre a humanidade de Cristo, talvez mento e, provavelmente, seja usada por Paulo para referir-se a certo nível de
porque os falsos mestres haviam negado que Cristo era de fato humano. A plena autoridade judicial ou governamental. Sob a influência dos falsos mestres, certas
humanidade de Cristo é essencial ao seu serviço de mediador da aliança da graça. mulheres possivelmente assumiram posições de autoridade governamental den-
•2.6 o qual a si mesmo se deu em resgate. Mediante a sua morte na cruz, tro da igreja, o que Paulo proibiu (1Co 14.34).
Cristo pagou o preço necessário para livrar as pessoas dos seus pecados (Mt em silêncio. Ver nota no v. 11.
20.28; Me 10.45; Tt 2.14; 1Pe1.18-19) Portanto, ele é o "um só Mediador" (v. 5) •2.13 Paulo apela para a criação (Gn 2 7,21-22). Ele usa um argumento seme-
todos. Em coerência com os vs. 1,4, provavelmente essa seja uma referência a lhante, embora com alguma qualificação, em 1Co 11.8-12.
todos os tipos de pessoas. Por outro lado, expressa a convicção de Paulo que a •2.14 Mais uma vez Paulo faz alusão ao Génesis, dessa vez ao relato da queda
1 TIMÓTEO 2, 3 1444

CRISTO, O MEDIADOR
1Tm 2.5
Oministério salvífico de Jesus Cristo se resume na afirmação de que ele é "o Mediador entre Deus e os homens" (1Tm 2.5).
Mediador é aquele que aproxima partes que estão sem comunicação e que podem estar alienadas, separadas ou em guerra
uma com a outra. OMediador deve tratar com ambos os lados, identificando-se com ambos, e defendendo os interesses dos
dois, e representando cada uma das partes com base na boa vontade. Foi assim que Moisés foi mediador entre Deus e Israel
(GI 3.19), falando a Israel da parte de Deus, quando Deus outorgou a Lei (Êx 20.18-21 ), e falando a Deus da parte de Israel.
quando Israel pecou (Êx 32.9-33.17).
Todos os membros de nossa raça rebelde e decaída estão, por natureza, em "inimizade contra Deus" (Rm 8. 7), estando por
isso sujeitos à ira de Deus, à rejeição punitiva, pela qual. como Juiz, ele expressa ira ativa contra os nossos pecados (Rm
1.18; 2.5-9; 3.5-6). A reconciliação das partes alienadas é necessária, porém ela só pode ocorrer se a ira de Deus for aplacada
e o coração humano, que se opõe a Deus e instiga a vida contra Deus, for mudado. Por misericórdia, Deus enviou seu Filho ao
mundo para propiciar a necessária reconciliação. Oque aconteceu não foi o Filho bondoso agindo para aplacar o Pai severo; a
iniciativa foi do próprio Pai. Nas palavras de Agostinho, "de um modo maravilhoso e divino, mesmo quando nos odiava, nos
amou" (Comentário em João, 110.6; cf. Jo 3.16; Rm 5.5-8; 1Jo 4.8-1O). Em todo o seu ministério mediador, o Filho estava fa-
zendo a vontade do seu Pai (ver "A Humilde Obediência de Cristo", em Jo 5.19).
Objetivamente e de uma vez por todas, Cristo completou a reconciliação de seu povo através da substituição penal. Na
cruz, ele tomou o nosso lugar, identificou-se conosco, suportou a maldição que pesava sobre nós (GI 3.13) e, pelo derrama-
mento sacrificial de seu sangue, fez a paz por nós (Ef 2.16-18; CI 1.20). Paz aqui significa o fim da hostilidade, da culpa, da ex-
posição à punição retributiva, que, de outro modo, seria inevitável. Em outras palavras, ela é o perdão para o passado inteiro e
a aceitação pessoal e eterna para o futuro. Os que receberam a reconciliação pela fé em Cristo estão justificados e têm paz
com Deus (Rm 5.1, 1O). A presente obra do Mediador, que ele continua realizando por meio de mensageiros humanos, é persua- '
dir aqueles por quem ele realizou a reconciliação a que de fato a recebam (Jo 12.32; Rm 15.18; 2Co 5.18-21; Ef 2.17).
Jesus é "o Mediador da nova aliança" (Hb 9.15; 12.24), o iniciador de um novo relacionamento de consciente paz com
Deus, indo além daquilo que era conhecido segundo as disposições do Antigo Testamento para tratar com a culpa do pecado
(Hb 9.11-10.18).
Uma das grandes contribuições de Calvino para a compreensão cristã foi sua observação de que os escritores do Novo
Testamento expuseram o ministério mediador de Jesus em termos de três "ofícios" (papéis definidos): de profeta, sacerdote
e rei. Esses três aspectos da obra de Cristo são encontrados juntos na Carta aos Hebreus, onde Jesus é tanto o Rei messiâni-
co, exaltando em seu trono (1.3, 13; 4.16; 2.9) como o grande Sumo Sacerdote (2. 17; 4. 14-5.10; caps. 7-10), que se ofere-
ceu a si mesmo como sacrifício por nossos pecados. Além disso, Cristo é o mensageiro ("Apóstolo'', 3.1 ), que pregou a
mensagem concernente a si mesmo (2.3). Em At 3.22, Jesus é chamado de "Profeta" pela mesma razão que Hebreus o cha-
1 ma de "Apóstolo'', ou seja, porque ele instruiu o povo, proclamando a eles a Palavra de Deus.
1 Enquanto no Antigo Testamento os papéis mediadores de profeta, sacerd~te e rei eram cumpridos por indivíduos separa-
os, todos esses três ofícios, agora, se fundem na pessoa única de Jesus. E sua glória, dada a ele pelo Pai, para ser, desse

u modo, o todo-suficiente Salvador. Nós, que cremos, somos chamados a entender isso e a demonstrar que somos seu povo,
obedecendo-lhe como o nosso Rei, confiando nele como o nosso Sacerdote e aprendendo dele como o nosso Profeta e Mes-
tre. Centralizar-se em Jesus Cristo desse modo é a marca inequívoca do Cristianismo autêntico.

ts Todavia, será preservada através de sua missão de mãe,


se ela permanecer em fé, e amor, e santificação, com bom
. ----·-----· ---------·---~

As qualificações dos bispos e dos diáconos


Fiel é a palavra; se alguém aspira 1 ao episcopado, exce-
senso . 3 lente obra almeja. 2 É necessário, portanto, que o bispo

• C~PÍTULO 3 t I Lit. ao ofício de;:pervis;- ~ º

(Gn 3.1-6). Oargumento pode parecer injusto, visto que tanto Adão quanto Eva claramente outra alusão a Gênesis, dessa vez à afirmação de Deus feita a Eva
pecaram. Mas o argumento de Paulo está correto: Eva foi a "enganada" pela ser- após a queda acerca de seu papel de dar à luz (Gn 3.16).
pente. O argumento de Paulo aqui, com sua ênfase sobre quem foi enganado, ela. Provavelmente Paulo se refira a qualquer mulher que foi enganada.
provavelmente seja um reflexo do relativo sucesso que os falsos mestres tiveram se ela permanecer em fé, e amor, e santificação, com bom senso. Essa
em Éfeso, desencaminhando mulheres (5.11-15; ZTm 3.6-7) Em outros lugares, qualificação demonstra que Paulo não está sugerindo que o dar à luz é um ato me-
Paulo não demonstra apreensão em lançar a culpa da queda sobre Adão (Rm ritório de salvação, o que contradiria sua doutrina da justificação pela fé. Pelo con-
512-19; 1Co 1521-22) trário, seu argumento parece ser que aquelas mulheres de Éfeso que tinham sido
•2.15 será preservada. Provavelmente não "preservada em segurança", con- enganadas pelos falsos mestres precisam estar atentas à sua verdadeira função
forme alguns sustentaram. Paulo usa o s1gn1ficado normal da palavra "redenção e. especialmente, às suas atitudes (vs 8-10; 15,19). Considerando o uso de Gn
do pecado", contrastando o ser enganada para o pecado (v. 14) com o ser salva 2-3 no seu argumento, bem como o desprezo ao matrimônio pelos falsos mes-
do mesmo. Por outro lado, o termo "preservada" pode indicar o recebimento de tres (4.3). Paulo entende o dar à luz como um símbolo apropr·1ado para a "missão
Deus de algum benefício importante, embora o mesmo não seja especificado. de mãe" (5 14).
missão de mãe. A interpretação "através do nascimento do Menino" (Jesus). é •3.1-13 Paulo volta agora ao assunto da liderança na igreja. Primeiro, ele discute
duvidosa. por mais atraente que possa ser do ponto de vista teológico. Paulo faz sobre os bispos (vs. 1-7; nota textual no v. 1); depois, os diáconos (vs.
1445 1 TIMÓTEO 3, 4
l
se\a irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, só-
brio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; 3 não 2 dado ao
calcançam para si mesmos justa preeminência e muita
intrepidez na fé em Cristo Jesus.
l
vinho, não violento, 3 porém cordato, inimigo de contendas,
não 4 avarento; 4 e que governe bem a própria casa, criando A igreja de Deus, coluna e baluarte da verdade.
os filhos sob disciplina, com todo o respeito s (pois, se alguém O grande mistério da piedade
não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de 14 Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te em breve;
Deus?); 6 não seja 5 neófito, para não suceder que se ensober- IS para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proce-
beça e incorra na condenação do diabo. 7 Pelo contrário, é der na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e
necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim 8 baluarte da verdade. 16 Evidentemente, grande é 9 o misté-

de não cair no opróbrio e no ªlaço do diabo. rio da piedade:


8 Semelhantemente, quanto a diáconos, é necessário que d Aquele 1 que foi manifestado na carne
sejam respeitáveis, de uma só palavra, bnão inclinados a mui- efoi justificado em espírito,
to vinho, não cobiçosos de sórdida ganância, 9 conservando !contemplado por anjos,
6 o mistério da fé com a consciência limpa. 10 Também sejam gpregado entre os gentios,
estes primeiramente experimentados; e, se se mostrarem ir- hcrido no mundo,
repreensíveis, exerçam o diaconato. 11 Da mesma sorte, irecebido na glória.
quanto a mulheres, é necessário que sejam elas respeitáveis,
não 7 maldizentes, temperantes e fiéis em tudo. 12 O diácono A apostasia nos últimos tempos
seja marido de uma só mulher e governe bem seus filhos e a Ora, o Espírito afirma 1 expressamente que, nos últimos
própria casa. 13 Pois os que desempenharem bem o diaconato 4 tempos, alguns apostatarão da fé, por ªobedecerem a

3 2viciado 3Cf. NU; TA e M acrescentam não ávido por dinheiro 4amante de dinheiro 6 Srecém-convertido 7ª1Trn 6.9; 2Trn 2.26 8 bEz
44.21 9 óa verdade oculta 11 lmexeriqueiras maliciosas 13 CMt 25.21 IS Bfundação, suporte principal 16 d[Jo 1.14; 1Pe 1.20;
1Jo 1.2; 3.5,8] e[Mt 3.16; Rrn 14]/Mt 28 2 gAt 10.34; Rrn 10 18 hRrn 16.26; 2Co 1.19; CI 1.6,23 iLc 24.51 9a verdade oculta 1Cf. NU; TR e
MDeus
CAPÍTULO 4 1 a 2T rn 3.13; Ap 16.14 I explicitamente
8-1O,12-13, fazendo uma rápida referência às mulheres no v. 11) Paulo concentra- 6.19; CI 1 26-27; 2.2; 4.3). Talvez alguns dos diáconos de Éfeso tenham sido en-
se nas qualidades pessoais daqueles que serviriam nessas posições de liderança, redados pelo falso ensino.
e não nos seus deveres. Esse procedimento aponta claramente para a preocupa- •3.1 O primeiramente experimentados. Provavelmente esta não seja uma
ção do apóstolo em instalar as pessoas certas, talvez porque alguns dos falsos alusão a um período específico de teste, pelo contrário, um exame cuidadoso de
mestres provinham de posições de liderança ou almejavam as mesmas. sua conduta e comprometimento ao são ensino.
•3.1 Fiel é a palavra. Ver nota em 1.15. O uso dessa expressão aqui reflete a se mostrarem irrepreensíveis. Paulo usa a mesma palavra grega em relação
importância dada por Paulo à tarefa do bispo. aos bispos em Tt 1.6-7; sua exigência que os presbíteros sejam "irrepreensíveis",
episcopado. Ver nota textual. Pessoa dentre um grupo de indivíduos encarrega- no v. 2 Inata), usa um sinônimo grego.
da do cuidado geral da igreja lv. 5; Fp 1.1). A palavra é usada alternadamente com •3. 11 quanto a mulheres. Este versículo interrompe abruptamente a seção so-
"presbítero" IAt 20.17,28; Tt 1.5-7). Ver "Pastores e Cuidado Pastoral", em 1Pe bre diáconos. Seu sentido é contestado. As "mulheres" são, provavelmente, as es-
5.2. posas dos diáconos ou, de fato, diaconisas. O caráter abrupto da inserção deste
•3.2 irrepreensível. Virtude que encabeça as qualificações do presbítero ou bis- assunto talvez reftita a preocupação de Paulo de que as mulheres, em particular,
po. Essa expressão não significa "sem pecado", o que desqualificaria cada um, não se tinham distanciado totalmente das mãos dos falsos mestres 12.14; 5.15).
mas "acima de reprimenda escandalosa". A grande preocupação de Paulo é que •3.12 marido de uma só mulher. Ver nota no v. 2.
os bispos !presbíteros) tenham boa fama entre não-cristãos lv. 7). Sobre as quali- •3.14-16 Após dar instruções específicas a Timóteo sobre oração, culto e ofícios
ficações dos bispos !presbíteros), ver Tt 1.6-9. eclesiásticos. Paulo agora declara motivo pelo qual escreveu a carta !Introdução:
esposo de uma só mulher. Essa difícil expressão lv. 12; Tt 1.6; cf 5.9) tern sido Data e Ocasião). Ele discute a natureza da Igreja e apresenta urna reflexão poética
compreendida como uma proibição à poligamia, novo casamento após um divór- sobre a obra de Cristo.
cio ou infidelidade marital. Considerando-se a imoralidade generalizada no mundo •3.15 coluna e baluarte. Ambos os vocábulos têm a conotação de prover supor-
greco-romano, parece que a última das interpretações é a que melhor se enqua- te. Ointuito de Paulo é enfatizar, em oposição aos falsos mestres, que a verdade do
dra no enfoque de Paulo. evangelho é encontrada na Igreja de Deus e sustentada pela mesma l2Tm 2.19).
apto para ensinar. Éimportante mencionar o asp~cto do ensino na tarefa dos •3.16 mistério da piedade. Vernota nov. 9. Otexto seguinte pode ser um frag-
bispos !presbíteros) tendo em vista o problema de Efeso 15 17). mento de um antigo hino cristão.
•3.5 cuidará da igreja de Deus. Urna afirmação geral sobre a responsabilidade Aquele que foi manifestado na carne. Referência à encarnação, incluindo
do bispo !presbítero). uma alusão à preexistência de Cristo.
•3.6 não seja neófito, para não ... se ensoberbeça. Para um cristão assumir justificado em espírito. Referência à ressurreição de Cristo IRm 14)
muito rapidamente essa posição poderia ser uma ocasião para orgulho.
contemplado por anjos. Referência à ascensão IAt 1.10-11).
incorra na condenação do diabo. Paulo não encara com superficialidade a
pregado entre os gentios. Ver 'A Autenticação das Escrituras", em 2Co 4.6.
queda daqueles que detêm este ofício, talvez porque alguns presbíteros se deixa-
ram envolver nos falsos ensinos lv. 1). recebido na glória. Referência à exaltação Cristo à mão direita de Deus \At
7.56)
•3.8 diáconos. Diáconos são oficiantes na igreja juntamente com os bispos ou
presbíteros lcf. Fp 1.1 ). As tarefas específicas do diácono não são detalhadas •4.1-5 Retornando novamente ao seu tema principal (1.3-20), Paulo continua seu
nesta passagem. A Igreja geralmente entendeu o ministério nos termos da fun- ataque aos falsos mestres e seus ensinamentos.
ção dos sete escolhidos para ajudar os apóstolos, conforme At 6.1-6, embora a •4.1 o Espírito afirma expressamente. Presumivelmente uma revelação es-
palavra "diácono" não seja usada naquela passagem em relação aos sete. pecífica que o Espírito Santo concedeu a alguém, talvez ao próprio Paulo IAt
•3.9 o mistério. Um termo usado por Paulo em outros lugares para referir-se à 20.22-31; cf. 21.11).
verdade revelada do evangelho lv. 16; Rrn 16.25-26; 1Co 2.7; 4.1; Ef 1.9; 3.3-9; nos últimos tempos. Esse não é um período imediatamente antes da segunda
1 TIMÓTEO 4, 5 1446
espíritos enganadores e a ensinos de demônios, 2 pela hipocri- tua mocidade; pelo contrário, torna·te ipadrão dos fiéis, na
sia dos bque falam mentiras e que têm ccauterizada a própria palavra, no procedimento, no amor, 5 na fé, na pureza. 13 Até
consciência, 3 que proíbem o casamento e exigem abstinên- à minha chegada, aplica-te à leitura, à exortação, ao ensino.
cia de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com 14 INão te faças negligente para com o dom que há em ti, o
ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plena- qual te foi concedido mediante profecia, mcom a imposição
mente a verdade; 4 pois tudo que Deus criou é bom, e, recebi- das mãos do presbitério. 15 Medita estas coisas e nelas sê dili-
do com ações de graças, nada é recusável, s porque, pela gente, para que o teu progresso a todos seja manifesto.
palavra de Deus e pela oração, é 2 santificado. ló Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes
deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo
Exortação à.fidelidade e à diligência no ministério como aos teus ouvintes.
6 Expondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de
Cristo Jesus, d alimentado com as palavras da fé e da boa dou- Os det1eres dos pastores
trina que tens seguido. 7 Mas erejeita as fábulas profanas e de para com várias crasses de pessoas
velhas caducas. !Exercita-te, pessoalmente, na piedade. Não repreendas ao homem idoso; antes, exorta-o como a
8 Pois o gexercício físico para pouco é proveitoso, mas a pie-
dade para tudo é proveitosa, porque htem a promessa da vida
5 pai; aos moços, como a irmãos; 2 às mulheres idosas,
como a mães; às moças, como a irmãs, com toda a pureza.
que agora é e da que há de ser. 9 Fiel é esta palavra e digna de
inteira aceitação. 10 Ora, é para esse fim que 3 labutamos e Das lliú11as
nos esforçamos sobremodo, porquanto temos posto a nossa 3 Homa as viúvas verdadeiramente viúvas. 4 Mas, se algu-
esperança no Deus vivo, ;Salvador de todos os homens, espe- ma viúva tem filhos ou netos, que estes aprendam primeiro a
cialmente dos fiéis. exercer piedade para com a própria casa e a ªrecompensar a
11 Ordena e ensina estas coisas. 12 Ninguém 4 despreze a seus progenitores; pois isto é 1 aceitável diante de Deus.
..,&~
~ 2bMt7.15CEf4.19 S2colocadoàparte ód2Tm3.14 7e2Tm2.16;Tt114/Hb5.14 881Co8.8hSl379 toiSl36.63Cf.NU;
TR e M labutamos e sofremos reprovação 12 /Fp 3.17; Tt 2.7; 1Pe 5.3 4 olhe com desdém para 5Cf. NU; TR e M acrescentam no espínto
t412Tm1.6mAt66; 1Tm5.22
CAPÍTULO 5 4 a Gn 45.1 O 1 TR acrescenta bom e
vinda de Cristo. Pelo contrário, de acordo com a perspectiva geral do Novo Testa- •4. 13 Até à minha chegada. Ver 3.14-15 e Introdução: Data e Ocasião.
mento, trata-se da era inaugurada pela primeira vinda de Cristo e concluída na sua aplica-te ... ao ensino. Esses são métodos positivos de desmascarar o falso en-
segunda vinda (At 2.17; Hb 1.2; 1Pe 1.20; 1Jo 2.18; cf. 2Tm 3 1). sino e neutralizar seu impacto (cf. 1.3-4).
alguns apostatarão ... demônios. Uma referência aos falsos mestres que sur- •4.14 o dom. Ver nota em 1.18.
giram dentro da igreja. •4.15 o teu progresso. Uma referência ao aperfeiçoamento da vida espiritual
•4.3 que proíbem o casamento e exigem abstinência de alimentos. Os de Timóteo, do seu ministério ou, quem sabe, de ambos. Importante observar
falsos mestres promovem um rigoroso estilo de vida (cf. CI 2.20-23). Alguns que se trata de "progresso", e não de chegada.
gnósticos argumentavam que, visto o mundo material ser mau, o ser espiritual •4.16 de ti mesmo e da doutrina. Ofato de Paulo resumir dessa maneira suas
deveria evitá-lo. instruções a Timóteo é uma indicação de onde os falsos mestres se haviam des-
que. Oargumento seguinte foca a atenção sobre alimentos. Paulo já reiterou o viado e, portanto, de onde cristãos geralmente podem se desviar.
casamento em 3.2. 12. salvarás. Somente Deus outorga salvação (v. 1O; 1.1; 2.3), mas ele tem prazer
•4.4 tudo que Deus criou é bom. Ao contrário dos falsos mestres, o cristão em usar seu povo como instrumento para trazer salvação a outros. A salvação
afirma a bondade essencial da criação de Deus (Gn 1). não é completada quando uma pessoa chega à fé. A bem da verdade, a fé traz
•4.6---5.2 Tendo desmascarado os falsos mestres. mostrando o que realmente justificação e certeza da salvação. Mas a fé também inicia o processo permanen-
são, Paulo continua com uma série de admoestações pessoais a Timóteo sobre o te de santificação, que continua até à glorificação final do cristão no céu.
seu ministér'10. a ti mesmo. A santificação é uma obra de Deus que requer ação cooperativa do
•4.6 alimentado. O"bom ministro" deve ser nutrido continuamente por doutrina cristão (Fp 2.12).
verdadeira. •5. 1 Não repreendas ao homem idoso. Mandamento que dá equilíbrio ao que
•4.7 fábulas profanas e de velhas caducas. Ver nota em 1.4. está em 4.12. Timóteo não deve abusar da autoridade que ele possui.
Exercita-te ... na piedade. Por toda esta seção. Paulo entrelaça disciplina espiri- exorta-o. Ou "encoraja" O bom ministro apela a outros crentes com o respeito
tual com deveres do ofício. que merecem os membros da própria família.
•4.9 Ver nota em 1.15. •5.3~.2 Paulo volta agora sua atenção para três grupos na igreja de Éfeso
•4.1 OSalvador de todos os homens. Ochamado geral ao arrependimento e à nos quais, provavelmente, tivessem surgido problemas: viúvas, presbíteros e
salvação é estendido a todas as pessoas (Mt 11.28). Ver ""Redenção Limitada", servos.
em Jo 10.15. •5.3-16 A preocupação de Paulo em identificar viúvas necessitadas e prover o
especialmente dos fiéis. A salvação é dom de Deus, especialmente para aque- devido cuidado para elas forma o pano de fundo para uma discussão dos proble-
les que confiam na provisão divina em Cristo (Mt 22.14; Rm 8.30). mas das viúvas mais jovens. Algumas delas, ao que parece, tinham sido influenci-
•4.12 Ninguém despreze a tua mocidade. As ordenanças negativas, aqui e adas pelo falso ensino de Éfeso (Introdução: Data e Ocasião).
no v. 14. talvez indiquem que Timóteo tinha tendência ao acanhamento ou timi- •5.3 Honra. Isto é, cuida de.
dez. Além disso, alguns na igreja de Éfeso podem não ter aceito a sua autoridade verdadeiramente viúvas. Ocuidado pelas viúvas, que freqüentemente tinham
(Introdução: Data e Ocasião). Timóteo estava, provavelmente, com uns trinta grandes necessidades materiais, é um tema importante no Antigo Testamento
anos de idade e era, portanto, mais jovem do que muitos dos cristãos (e presbíte- (Dt 24.19-21; Is 1.17; Jr 22.3; Zc 7.9-10; MI 3.5) e também foi uma preocupação
ros) de Éfeso. especial da Igreja Primitiva (v. 16; At 6.1; Tg 1 27).
torna-te padrão ... na pureza. Cabia a Timóteo estabelecer a sua autoridade, •5.4 Mas, se alguma viúva tem filhos ou netos. A verdadeira viúva necessi-
não através de ostentação, mas dando bom exemplo de vida piedosa (Tt 2.7). tada não tinha família da qual pudesse receber apoio (vs 8, 16).
1447 1 TIMÓTEO 5, 6
5 Aquela, porém, que é verdadeiramente viúva e não tem am- norários os presbíteros que presidem bem, com especialidade
J>ãl'D espera em Deus e persevera em súplicas e orações, bnoite os que se afadigam na palavra e no ensino. 18 Pois a Escritura
e dia; ó entretanto, a que se entrega aos 2 prazeres, mesmo declara:
viva, está morta. 7 Prescreve, pois, estas coisas, para que sejam !Não amordaces o boi, quando pisa o trigo.
irrepreensíveis. 8Qra, se alguém não tem cuidado dos seus ce E ainda:
especialmente dos da própria casa, dtem negado a fé ee é pior go trabalhador é digno do seu salário.
do que o descrente. 9 Não seja inscrita senão viúva que conte 19 Não aceites denúncia contra presbítero, senão exclusi-
ao menos sessenta anos de idade, tenha sido esposa de um só vamente sob o depoimento hde duas ou três testemunhas.
marido, to seja recomendada pelo testemunho de boas obras, 20 Quanto aos que vivem no pecado, repreende-os na presen-
tenha criado filhos, exercitado hospitalidade, lavado os pés aos ça de todos, para que também os demais temam. 21 Conju-
santos, socorrido a atribulados, se viveu na prática zelosa de ro-te, perante Deus, e Cristo Jesus, e os anjos 7 eleitos, que
toda boa obra. 11 Mas 3 rejeita viúvas mais novas, porque, guardes estes conselhos, sem iprevenção, nada fazendo com
quando se tornam levianas contra Cristo, querem casar-se, parcialidade. 22 A ninguém imponhas precipitadamente as
12 tornando-se condenáveis por anularem o seu primeiro mãos. Não te itornes cúmplice de pecados de outrem. Con-
4 compromisso. 13 Além do mais, aprendem também a viver serva-te a ti mesmo puro. 23 Não continues a beber somente
ociosas, andando de casa em casa; e não somente ociosas, mas água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e
ainda tagarelas e intrigantes, falando o que não devem. 14 Quero, das tuas freqüentes enfermidades.
portanto, que as viúvas mais novas se casem, criem filhos, sejam 24 Os pecados de alguns homens são 1notórios e levam a
boas donas de casa e não dêem ao adversário ocasião favorável de juízo, ao passo que os de outros só mais tarde se manifes-
maledicência. 15 Pois, com efeito, já algumas se desviaram, se- tam. 25 Da mesma sorte também as boas obras, antecipada-
guindo a Satanás. 16 Se 5 alguma crente tem viúvas em sua famí- mente, se evidenciam e, quando assim não seja, não podem
lia, 6 socorra-as, e não fique sobrecarregada a igreja, para que ocultar-se.
esta possa socorrer as que sãD verdadeiramente viúvas.
Dos senhores e dos servos
Acerca dos presbíteros. Vários conselhos Todos os ªservos que estão debaixo de jugo considerem
17 Devem ser considerados merecedores de dobrados ho- 6 dignos de toda honra o próprio senhor, para que o nome
~~~~~~~~~~~~~
~ 5bAt26.7 62indulgência 8Cls58.7;2Co12.14d2TmJ5eMt18.17 11JRecusainscrever t24Lit.fé,promessasolene 165Cf.
NU; TR e M acrescentam algum crente ou ó lhes dê ajuda 18/Dt 25.4; 1Co 9.7-9 Hv 19.13; Dt 24.15; Mt 10.10; Lc 10.7; 1Co 9.14
19 h Dt 17.6; 19.15; Mt 18.16 21 iDt 1.17 7 escolhidos 22 iEf 5.6-7; 2Jo 11 24 IGI 5.19-21
ª
CAPÍTULO 6 1 Ef 6.5; Tt 2.9; 1Pe 2.18
•5.5 espera em Deus. Pobreza genuína muitas vezes conduzia viúvas a vidas •5.15 Paulo dá muita atenção a viúvas porque algumas das mais jovens estavam
exemplares de oraçáo e fiel dependência de Deus. Para tais viúvas, a igreja deve sob a influência dos falsos mestres l2Tm 3.6-7).
ser a mão visível de Deus na providência das necessidades. •5.17-25 Tal como fizera com as viúvas, Paulo aborda conjugadamente dois as-
•5.6 morta. Espiritualmente morta. suntos: a honra devida a presbíteros e como tratar com aqueles que pecam.
•5, 7 Prescreve ... para que sejam irrepreensíveis. Talvez não uma referência •5.17 presbíteros. Ver nota em 3.1; "Pastores e Cuidado Pastoral", em 1Pe 5.2.
à igreja toda, mas precisamente às viúvas. merecedores de dobrados honorários. A honra da posição bem como da re-
•5.9 viúva que conte. Alguns têm considerado esta afirmaçáo como sendo muneração financeira (v 18).
uma ordem oficial para viúvas no sentido de cumprirem deveres (vs. 5, 1O); outros
com especialidade ... ensino. Essa é uma referência à duas espécies de presbí-
têm considerado isso um acordo segundo o qual algumas viúvas realizam certos teros: àqueles que governam a igreja e àqueles que, além isso, efetuam o minis-
serviços para a igreja em troca de apoio material. É mais provável que se trate tério mais especializado de pregação e ensino.
simplesmente duma lista de viúvas que devem receber apoio da igreja (v. 16)
Essa lista constitui uma parte do grupo maior de viúvas, tratada nos vs. 3 a 5. •5.18 Pois a Escritura declara. Ofato de Paulo citar Dt 25.4 e uma declaração
de Jesus, registrada em Lc 10.7, como sendo "Escritura", é uma indicação de
ao menos sessenta anos de idade. Um número redondo que reflete, naquela
quão cedo escritos cristãos foram postos no mesmo nível de autoridade do Anti-
cultura, a expectativa da idade sob a qual um novo casamento ainda seria possí-
go Testamento l2Pe 3.15-16).
vel (cf. os vs. 11-14)
•5.20 Quanto aos que vivem no pecado. Presbíteros que pecam (aparente-
esposa de um só marido. Ver nota em 3.2.
mente alguns foram envolvidos nos falsos ensinamentos).
•5.1 Otenha criado filhos. Os verbos deste versículo estão no tempo passado.
A preocupação de Paulo não é com o que a viúva ainda podia fazer pela igreja, •5.21 os anjos eleítos. Aqueles que possivelmente servirão corno testemu-
mas com o que ela realizou durante a sua vida. nhas por ocasião do juízo (cf. Mt 25.31; Ap 14.10).
lavado os pés aos santos. Uma expressáo comum de hospitalidade numa cul- •5.22 A ninguém imponhas precipitadamente as mãos. Participar na orde-
tura onde pessoas calçavam sandálias e caminhavam por estradas poeirentas nação dum presbítero reconhecidamente desqualificado é aprovar os seus peca-
(cf. Jo 13.4-5). Jesus ordenou que seus discípulos lavassem os pés uns dos ou- dos e arriscar-se a dividir a culpa dos mesmos.
tros (Jo 13.14-15). Conserva-te a ti mesmo puro. Ver 4.12, 16.
•5.11 se tornam levianas contra Cristo. lit. "quando vivem sensualmente". •5.23 Não continues ... somente água. A prática da abstenção de vinho como
•5, 12 anularem o seu primeiro compromisso. Isso provavelmente não se re- uma questão de princípio talvez reflita a influência do conceito de pureza dos fal-
fira ao voto de celibato ou de dedicação à igreja, mas ao seu comprometimento sos mestres (4.3).
básico com Cristo (vs. 11,15). usa um pouco de vinho ... enfermidades. Paulo reconhece o valor medicinal
•5.13 tagarelas. Lit. "aqueles que falam sem senso". Essa é, provavelmente, do vinho.
uma referência a falsos ensinos (v. 15; 1.3; 4.7). •5.24 Os pecados de alguns homens ... juízo. Outra referência à importância
•5.14 Criem filhos. Ver nota em 2.15. do cuidado na escolha de candidatos para ordenação.
1TIMÓTEO6 1448
de Deus e a doutrina não sejam blasfemados. 2 Também os dão. 12 Combate o bom combate da fé. Toma posse da vida
que têm senhor fiel não o tratem com desrespeito, porque é eterna, para a qual também foste chamado e de que fizeste a
irmão; pelo contrário, trabalhem ainda mais, pois ele, que boa confissão perante muitas testemunhas. 13 Exorto-te, pe-
partilha do seu bom serviço, é crente e amado. Ensina e reco- rante Deus, que preserva a vida de todas as coisas, e perante
menda estas coisas. Cristo Jesus, gque, diante de Pôncio Pilatos, fez a boa confis-
são, 14 que guardes o mandato imaculado, irrepreensível, até
Os falsos mestres e os perigos da riqueza à manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo; 15 a qual, em
3 Se alguém ensina 1 outra doutrina e não concorda com as suas épocas determinadas, há de ser revelada pelo bendito e
bsãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo ce com o ensino único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores; 16 o
segundo a piedade, 4 é enfatuado, nada entende, mas tem único que possui imortalidade, que habita em hluz inacessí-
mania por questões e contendas de palavras, de que nascem vel, ;a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver. A
inveja, provocação, difamações, suspeitas malignas, s 2 alter- ele honra e poder eterno. Amém!
cações sem fim, por homens cuja mente é pervertida e priva-
dos da verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro. 3 Acerca dos ricos
6 De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o d contenta- 17Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgu-
mento. 7 Porque nada temos trazido para o mundo, enem 4 lhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da /ri-
coisa alguma podemos levar dele. 8 Tendo sustento e com queza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente
que nos vestir, estejamos f contentes. 9 Ora, os que querem fi- para nosso 1aprazimento; 18 que pratiquem o bem, sejam ricos
car ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupis- de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir; 19 mque
cências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o
na ruína e perdição. 10 Porque o amor do dinheiro é raiz de futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida.
todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a
si mesmos se atormentaram com muitas dores. O conselho final e a bênção apostólica
20 E tu, ó Timóteo, nguarda o que te foi confiado, ºevitan-
Apelo para Timóteo do os falatórios inúteis e profanos e as contradições do saber,
11 Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas; antes, como falsamente lhe chamam, 21 pois alguns, professando-o,
segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constãncia, a mansi- se desviaram da fé. A graça seja convosco.

3 b2Tm 1.13 CTt 1.1 1outro ensino 5 2 Cf. NU e M contínuas provocações; TR a futilidade contenciosa de homens corruptos de mente 3 Cf.
NU; TR e M acrescentamApat1a-te dos tais, NU omite 6 dFp 4.11; Hb 13.5 7 e Jó 1.21; SI 49.17; Ec 5.15 4 Cf. NU; TR e M acrescentam e
certo é que, NU omite 8/Pv 30.8-9 13 g Mt 27.2; Jo 18 36-37 16 h Dn 2.22 i Jo 6.46 17 jjr 9.23; 48.7 1Ec 5 18-19 19 m [Mt
6.20-21; 19.21] 20 n [2Tm 1.12,14] ºTt 1.14
•6.1-2 Finalmente, Paulo aborda o problema de escravos que não haviam de- batismo de Timóteo. A "boa confissão" de que alguém chegou à fé em Cristo con-
monstrando devido respeito a seus senhores cristãos. duz naturalmente ao "bom combate" de procurar viver fielmente a ele.
•6.1 debaixo de jugo. Paulo fornece instruções a escravos ern Ef 6.5-8; CI •6.13 diante de Pôncio Pilatos, fez a boa confissão. Isso pode referir-se ao
3.22-25 e Tt 2.9-10. julgamento de Jesus perante Pilatos (MI 27.11; Me 15.2; Lc 23.3; Jo 18.33-37;
a doutrina. Presumivelmente isso está posto em contraste corn o falso ensino 19 8-11) Porém, é mais provável que seja uma alusão à sua morte.
que pode ter encorajado a insubordinação entre alguns dos escravos cristãos. •6.14 o mandato. Possivelmente uma referência a tudo quanto Paulo determi-
•6.3-10 Paulo retorna pela última vez ao problema dos falsos mestres, destacando nou a respeito da disciplina pessoal de Timóteo e seus deveres de ofício.
especialmente sua tendência de causar divisões e sua ganância. Isso leva-o a refle- manifestação. A segunda vinda de Cristo l2Tm 4.1,8; Tt 2.13).
tir sobre a perspectiva correta que se deve ter sobre a posse de bens materiais. •6.15 o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Essa expressão é aplicada a
•6.4 questões e contendas de palavras. A mania de contender era uma das Cristo em Ap 19.16; cf. 17.14.
principais características dos falsos mestres (1.4; 2Tm 2.14,23; Tt 39) •6.17-19 Havendo condenado o amor ao dinheiro e afirmado a futura orientação
•6.5 fonte de lucro. Talvez alguns dos falsos mestres, por motivo de cobiça, es- da esperança cristã, Paulo apresenta uma exortação para aqueles que se consi-
tavam buscando a posição de presbítero (v. 1O; Tt 1.11). deram ricos neste mundo (presumivelmente não de ganância).
•6.6 contentamento. Cristãos podem viver contentes porque suas necessida- •6.17 para nosso aprazimento. Ver nota em 4.4.
des são satisfeitas por Cristo (2Co 12.9-1 O; Fp 4.11, 13). •6.19 acumulem ... sólido fundamento. Ver Mt 6.20.
•6.10 alguns ... se desviaram da fé. Ver nota em v. 5. se apoderarem da verdadeira vida. Ver nota no v. 12.
•6.20-21 Paulo encerra a carta com uma incumbência final a Timóteo, rnais uma
•6.11-16 Conforme fez anteriormente, Paulo prossegue seus comentários sobre
vez no contexto do trato com os falsos mestres.
os falsos mestres com exortações pessoais a Timóteo concluindo com uma ma-
ravilhosa doxologia. •6.20 guarda o que te foi confiado. Isto é, a sã doutrina do evangelho
(110-11; cf. 2Tm 1.14)
•6.12 Combate o bom combate da fé. Uma metáfora para a vida cristã, vista
em termos de fidelidade a Cristo (2Tm 4.7). saber, como falsamente lhe chamam. Os falsos mestres enfatizam o "saber"
!grego gnosis, donde provém a palavra gnosticismo; Ver Introdução a 2Tirnóteo:
Toma posse da vida eterna. Isto é, não tornar-se complacente. Enquanto a fé Dificuldades de Interpretação). ·
em Cristo dá início à nova vida (4 8), o alvo da vida cristã sempre é futuro (v. 19;
•6.21 A graça seja convosco. Essa conclusão abrupta, sem a costumeira sau-
1.16, nota; Fp 3.12; 2T m 4.8)
dação pessoal de Paulo, sugere que ele considerava bastante séria a situação tra-
para a qual também foste chamado. Vida eterna não é algo que escolhemos tada por ele. Ouso do plural na bênção, como consta em alguns dos mais antigos
naturalmente, mas algo para o qual Deus nos chama sobrenaturalmente (Rm manuscritos gregos ("convosco", como em 2Tm 4.22; Tt 3.15), sugere que Paulo
8.30). desejava que a carta, embora endereçada à uma única pessoa, fosse lida para
boa confissão perante muitas testemunhas. Isso provavelmente se refira ao toda a igreja.

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