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2 TIMÓTEO 3.

1-13
(Oeiras-PA)

B.Genebra

De acordo com as saudações, o autor das três Cartas Pastorais (1 e 2Timóteo e Tito)
foi o apóstolo Paulo.

MACARTHUR, p. 1652

Parece ser clara a evidência de que Paulo escreveu I Timóteo e Tito pouco depois de

ser libertado de sua primeira prisão em Roma (c. 62-64 d.C.),

e 2Timóteo durante o tempo em que esteve preso pela segunda vez em

Roma (c. 66-67 d.C.), pouco antes de sua morte.

A primeira epístola de Timóteo é uma carta prática que contém instrução pastoral de
Paulo para Timóteo (cf. 3.14-15).

Uma vez que Timóteo era bem versado na teologia de Paulo, o apóstolo não tinha
necessidade de dar-lhe instrução doutrinária extensiva.

p. 1667

Paulo foi libertado de sua primeira prisão em Roma para um curto período de
ministério durante o qual ele escreveu Timóteo e Tito.

No entanto, em 2Timóteo, encontramos Paulo mais uma vez numa prisão romana (1.16;
2.9), ao que parece preso novamente por causa da perseguição de Nero aos cristãos.

Ao contrário da firme esperança de Paulo de ser libertado durante a sua primeira prisão
(Fp 1.19,25-26; 2.24; Fm 22), dessa vez ele não tinha tais esperanças (4.6-8).
Em sua primeira prisão em Roma (c. 60-62 d.C.), antes de Nero ter
começado a perseguição aos cristãos (64 d.C.), ele estava apenas em prisão domiciliar
e tinha a oportunidade de interagir consideravelmente com as pessoas e prosseguir com
o seu ministério (At 28.16-31).

Dessa vez, no entanto, cinco ou seis anos mais tarde (c. 66-67 d.C.), ele estava
numa cela fria (4.13), com algemas (2.9) e sem esperança alguma
de ser libertado (4.6).

HENDRIKSEN, p. 11

A expressão "epístolas pastorais", como um título comum para 1 Timóteo, 2

Timóteo e Tito, data da primeira parte do século 18.

Timóteo e Tito não eram "pastores" no sentido usual e atual do termo. Não eram
ministros de uma congregação local,

mas, antes, delegados apostólicos, enviados especiais ou comissionados do apóstolo


Paulo, enviados por ele para cumprirem missões específicas.

MACARTHUR,

Parece que Paulo pode ter tido razão para temer que Timóteo estivesse
correndo o risco de enfraquecer espiritualmente.

...quando Paulo o exorta a reavivar o seu dom (1.6), a substituir o medo pelo poder,
pelo amor e pela moderação (1.7), a não se envergonhar de Paulo e do Senhor, mas
sofrer voluntariamente pelo evangelho (1.8), e a manter-se apegado à verdade (1.13-14).

Resumindo o possível problema de Timóteo, que talvez estivesse


enfraquecendo sob a pressão da igreja e da perseguição do mundo, Paulo conclama-o

 a fortificar-se, em geral (2.1), a exortação fundamental da primeira parte da


carta,
 2) e a continuar a pregar a palavra (4.2), a principal admoestação da última
parte.

B. Genebra

Como a carta anterior, 2Timóteo mostra uma forte preocupação pela sã doutrina
(1. 13-14; 2. 2; 4 3) e contém meditações maravilhosas sobre a graça de Deus. ( 1 . 9-
11), a fidelidade de Cristo (2.11-13) e a natureza e função das Escrituras (3.15-17).

Há afirmações sobre salvação pela graça (1 9), eleição (1.9; 2. 10, 19) e sobre a
inspiração divina das Escrituras (3.16). 2Timóteo também reafirma a ressurreição
(2.8) e a segunda vinda (4.1,8) de Cristo.

Como a última das cartas de Paulo, 2Timóteo fornece um importante retrato


sobre os últimos momentos do ministério do apóstolo.

Sua situação era desoladora. Não podia mais ansiar por um ministério frutífero (cf. Fp
1.22-26) e a maioria de seus amigos o havia deixado (4.10-11). Ainda assim. Paulo
permanecia confiante.

Não estava envergonhado de sofrer pelo Evangelho (1.12) e estava disposto a suportar
tudo por causa dos eleitos (2.1 O).

HENDRIKSEN, p. 271, 272

No capítulo 3, a admoestação a permanecer na verdadeira doutrina recebe uma


ênfase justificável na observação: "Virão tempos difíceis."

Queremos considerar o texto lido refletindo sobre o tema:

COMO SER UM DISCÍPULO DE CRISTO EM UM


MUNDO ÍMPIO (em dois momentos)
1. Atentando para o alerta sobre as dificuldades que assolam nos últimos dias (1);
2. Tendo um entendimento bíblico a respeito dos tempos difíceis; (2-5a);
3. Fugindo das pessoas ímpias por saber quem elas são (5b-9);
4. Vivendo uma conduta espiritual que reflita positivamente em outras pessoas (10-
13).

1 – PAULO FAZ UM ALERTAR SOBRE AS


DIFICULDADES DOS ÚLTIMOS DIAS (1)

(Atentando para o alerta sobre as dificuldades que assolam


nos últimos dias – v. 1)
HENDRIKSEN, p. 347

Tempos... terríveis, penosos ou difíceis (de suportar). Esses tempos, pois, são épocas
de muita pressão para a verdadeira igreja, épocas difíceis da nova dispensação,
definidamente designados no decreto eterno de Deus.

Este alerta é feito depois que Paulo chama a atenção da igreja no capítulo 2
para a prática da doutrina correta, diante dos ataques dos falsos mestres e seus
ensinos carnais.

GENEBRA, p 1452

3.1-9 Paulo continua no tema do ensino falso, voltando-se ao ataque dos próprios
falsos mestres.

Observa o impacto destes sobre a igreja de Éfeso, mas conclui com a afirmação que
eles serão mal sucedidos no fim.

3.1 nos últimos dias. A era inaugurada pela primeira vinda de Cristo e completada por
sua segunda (1T m 4 .1, nota).

MACARTHUR,

tempos difíceis. A palavra "difíceis" é usada para descrever a natureza selvagem de


dois homens possuídos por demônios (Mt 8.28).
A palavra traduzida por "tempos" tem a ver com épocas, e não com o tempo
cronológico ou o calendário.

Essas eras ou épocas selvagens e perigosas serão cada vez mais frequentes e
severas à medida que se aproximar a volta de Cristo (v. 13).

A era da igreja está repleta desses movimentos perigosos que, pelo fato de o fim
estar se aproximando, estão ganhando força. Cf. Mt 7.15; 24 .11-12, 24;
2 Pe 2.1-2.

Mt 7.15

“Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas,


mas por dentro são lobos roubadores”.

Mt 24.11, 12

Levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a


iniquidade, o amor se esfriará de quase todos.

2Pe2.1-3

Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre
vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até
ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos
repentina destruição.

E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o
caminho da verdade; também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com
palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua
destruição não dorme.

O alerta de Paulo à Timóteo e por conseguinte à igreja em Éfeso e a todas as


igrejas ao longo da história cristã, deu-se com o propósito de preparar os servos de
Cristo para os dias futuros.
Diz-se que também que naquela época muitos acreditavam que
depois da primeira vinda de Cristo tudo tranquilo e de muita paz.
Segundo FR. SER (CALVINO) observa, eles achavam

“... que os negócios iriam muito melhor que antes; porque, anteriormente, os profetas,
quando falam do reino de nosso Senhor Jesus Cristo, declaram que tudo seria
espantosamente reformado; que o mundo obedeceria a Deus;

que sua majestade seria adorada pelos grandes e pequenos; que toda boca cantaria seu
louvor; e todo joelho se encurvaria diante dele.

Em suma, quando ouvimos tais promessas, cremos que estaríamos num estado de
santidade angelical, agora que Cristo se manifestou.

Muitos concluíram, em sua fantasia equivocada que, desde a vinda do Redentor, nada
senão a mui correta virtude e modéstia seriam vistas, e que tudo seria tão plenamente
regulado, que não mais haveria vícios no mundo”.

CALVINO, p. 249, 250

Quando as coisas caminham como queremos, a tendência é nos tornarmos mais


displicentes; a necessidade, porém, nos põe em alerta.

Assim Paulo adverte a Timóteo, dizendo que a igreja estará sujeita a terríveis
enfermidades que demandarão de seus pastores incomum fidelidade, diligência,
prudência, sabedoria e incansável constância.

É como se estivesse ordenando a Timóteo que se preparasse para as mais árduas e


profundamente desesperantes lutas que o aguardavam.

 E daqui aprendemos que, em vez de desistir, ou aterrorizar-nos por causa das


dificuldades, qualquer que seja sua natureza, devemos, ao contrário, incitar
nosso coração a resistir.

APLICAÇÃO:

(COMO SER UM DISCÍPULO DE CRISTO EM UM MUNDO ÍMPIO)


2 – PAULO EXPLICA COMO SÃO OS TEMPOS DIFÍCEIS
QUE CARACTERIZAM OS ÚLTIMOS DIAS (2-5)

(Tendo um entendimento bíblico a respeito dos tempos difíceis


nos últimos dias – v. 2-5)
O pr. Paulo Júnior observa que, nestes versos temos uma amostra do
pragmatismo (quando o valor é considerado a partir do resultado prático – isso em si
não é errado, o problema consiste em aplicar esse conceito à prática religiosa), e o
hedonismo (tudo se justifica pelo prazer, a satisfação).

HENDRIKSEN, p. 348

Virão tempos terríveis, porque as pessoas serão... É o povo (os membros da raça
humana; os homens genericamente falando, não os "homens" distinguidos das
"mulheres".

EGOÍSTAS

No grego – philautos – “amantes de si mesmos”. Aristóteles disse: “não se trata tanto


do amor-próprio, mas de amar indevidamente, tal como o amor ás possessões
materiais”.

AVARENTOS

No grego – philarguros – “amantes da prata” (forma de dizer que são “amantes do


dinheiro”, sendo “uma forma de idolatria” (Champlin).

JACTANCIOSOS

No grego – alazon – significa “presunçoso”, “arrogante” – (são os fingidos e


enganadores).

ARROGANTES

No grego – uperephanos – “altivo, orgulhoso”.

BLASFEMADORES
No grego – blasfemos – diz-se daquele que fala palavras abusivas e degradantes
(Champlin) – “falar com profanação” por desonrar um objeto de culto – a exemplo dos
gnósticos que desonravam a Cristo colocando-o como mais um ser angelical (os aeons).

DESOBEDIENTES AOS PAIS

Mostram completo desamor e respeito para com os pais – ousam insultá-los...

INGRATOS

No grego – acharistos – “sem gratidão”.

IRREVERENTES

No grego – anosios – “sem santidade, iníquo.

DESAFEIÇOADOS

No grego – astorgos – “sem afeição natural”.

IMPLACÁVEIS

No grego – aspondos – “irreconciliável”.

CALUNIADORES

No grego – diábolos – exagero nas palavras, distorcendo a verdade e à mentira.

... outros nomes...

TRAIÇOEIROS

No grego – prodotes – “traiçoeiro”.

AMIGOS DOS PRAZERES

No grego – philedonos – “Está aqui em foco o hedonismo, que indica aquela filosofia
que

Exalta os prazeres como o sumo bem e o alvo de toda a existência” (Champlin).

MACARTHUR,
3 .5 tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. "Forma " refere-se
a um aspecto ou aparência exterior.
Como os escribas e fariseus incrédulos, os falsos mestres e seus seguidores estão
preocupados com meras aparências externas (cf. Mt 23 .25; Tt 1.16. Sua forma exterior
de cristianismo e de virtude os torna ainda mais perigosos.

GENEBRA

3.5 tendo forma de piedade, negando-lhe entretanto, o poder. A aparência que os


falsos mestres têm de cristãos é que os torna tão perigosos (Mt 7.15, 21-23).

(COMO SER UM DISCÍPULO DE CRISTO EM UM MUNDO ÍMPIO)

(Retomar daqui em Açailândia 22123)

COMO SER UM DISCÍPULO DE CRISTO EM UM


MUNDO ÍMPIO
1. Atentando para o alerta sobre as dificuldades que assolam nos últimos dias (1);
2. Tendo um entendimento bíblico a respeito dos tempos difíceis; (2-5a);

3. Fugindo das pessoas ímpias por saber quem elas são (5b-9);
4. Vivendo uma conduta espiritual que reflita positivamente em outras pessoas (10-
13).

3 – PAULO MANDA FUGIR DAS PESSOAS ÍMPIAS


DIZENDO (ou exemplificando-as) QUEM ELAS SÃO (5B-9)

(Fugindo das pessoas ímpias por saber

quem elas são – v. 5b-9)


CALVINO, p. 252
5. Afasta-te também desses. Esta exortação evidencia plenamente que Paulo não está
falando de uma posteridade distante, ou profetizando o que aconteceria depois de
muitos séculos,

mas está destacando os males presentes e assim aplicando ao seu próprio tempo o

que disse acerca dos últimos dias. Pois como poderia Timóteo fugir
daqueles que não apareceriam senão depois de muitos séculos?

6. Porque desse rol fazem parte os que invadem casas.

(Os falsos mestres) ... insinuando-se no seio das famílias; fazendo-se de redes para

apanhar mulheres fáceis; entregam-se aos galanteios; impõem-se às pessoas


através de variadas superstições. ...

A frase os que invadem casas significa entrar clandestinamente ou fazendo uso de


subterfúgios.

GENEBRA,

3.6 mulherinhas sobrecarregadas. O argumento de Paulo não é que todas as mulheres

são assim. Mas que algumas foram especialmente vulneráveis ao


engano. Os falsos mestres de Éfeso tiveram especial sucesso no engano de mulheres
11Tm 2.14; 5.13-15).

CALVINO, p. 253

Levam cativas mulheres néscias. Aqui ele fala de mulheres em vez de homens, porque
são mais fáceis de serem presas de tais impostores.

Ele diz que são levadas cativas, visto que os falsos profetas desse gênero conseguem
influenciá-las com vários artifícios, em parte por despertar sua curiosidade sobre
diversos assuntos e em parte através de galanteios.
Imediatamente acrescenta que tais mulheres são carregadas de pecados, pois se não
estivessem agrilhoadas por uma má consciência, não se deixariam levar cativas, de
todas as formas possíveis, pela vontade de outrem.

(Calvino, p. 253 apud. Crisóstomo) disse:

Crisóstomo prefere adotar o sentido de desejos impuros e obscenos; mas, à vista do


contexto, prefiro minha própria explicação.

Transviadas por diversas paixões. Tomo paixões no sentido geral de desejos tolos e
frívolos pelos quais as mulheres que não buscam sinceramente a Deus são transviadas,
apesar de seu desejo de serem tidas na conta de religiosas e santas.

MACARTHUR,

3.6 mulherinhas. Fracas quanto à virtude e ao conhecimento da verdade,


sobrecarregadas de culpa emocional e espiritual por causa de seus próprios pecados,

essas mulheres eram presas fáceis dos falsos mestres e enganadores.


Veja notas em ITm 2.13-14; 5.11-12.

7. Sempre aprendendo sem jamais chegar ao conhecimento da


verdade.

CALVINO, p. 253

Elas aprendem porque são curiosas e têm uma mente incansável, mas de tal modo que
nunca alcançam alguma certeza ou verdade. Essa é uma forma absurda de aprender e
totalmente distinta do real conhecimento.

GENEBRA, p. 1452

3.8 Janes e Jambres. Na tradição judaica, estes nomes foram dados a dois
mágicos egípcios que se opuseram a Moisés diante de Faraó (Êx 7 – 8).
O que aqueles mágicos ou magos fizeram, foram atos de
oposição a Deus – ousaram opor-se (resistir, lutar contra,
combater).
Paulo exortou a igreja em Éfeso a fugir daqueles que se opuseram contra a
vontade de Deus.

CALVINO, p. 254

Paulo nos recorda que não devemos estranhar que os inimigos se ergam contra Cristo e

resistam ao seu evangelho, visto que Moisés tinha os que contendiam com
ele da mesma forma. Esses exemplos extraídos da antiguidade devem
proporcionar-nos profunda consolação.

É geralmente aceito que os dois homens aqui nomeados eram mágicos designados por
Faraó; não obstante, não fica claro de que fonte Paulo extraiu seus nomes,

embora seja provável que muitos fatos relativos aos eventos do êxodo passaram de mão
em mão e que Deus nunca deixou que sua memória perecesse.

... visto que Deus havia suscitado para seu povo dois líderes, Moisés e Arão, Faraó
decidiu opor-se a eles fazendo uso do mesmo número de mágicos.

9. Mas não irão longe.

O apóstolo encoraja Timóteo a enfrentar o conflito com a


confiante certeza da vitória. Pois ainda que os falsos mestres o perturbem,
Paulo promete que dentro de pouco tempo serão vergonhosamente confundidos.

(COMO SER UM DISCÍPULO DE CRISTO EM UM MUNDO ÍMPIO)

4 – PAULO FALA SOBRE SUA CONDUTA ESPIRITUAL


ENCORAJANDO TIMÓTEO A FAZER O MESMO (10-13)
(Vivendo uma conduta espiritual que reflita positivamente em
outras pessoas – v 10-12)
CALVINO, p. 256, 257

10. Tu, porém, tens seguido o meu ensino.

Paulo mesmo o havia formado na academia de seu próprio ensino. Sua referência não se
limita só à doutrina...

... ele nos pinta um quadro vivido de um bom mestre, um que molda seus alunos não só
por meio de suas palavras, mas, por assim dizer, também lhes abre seu próprio coração
para que tenham a experiência de que todo o seu ensino é sincero.

Ele adiciona outras provas práticas de uma sinceridade solícita e transparente, fé,
amor, longanimidade, paciência. Lições fundamentais como essas foram
comunicadas a Timóteo na escola de Paulo.

O apóstolo o exalta como alguém que imitava suas próprias virtudes, como se
quisesse dizer: “Há muito estás acostumado a seguir minhas instruções; continua, pois,
como começaste”.

CALVINO. p. 257

11. E o Senhor de todas me livrou.

Relacionar com 2Tm 4.18 “O Senhor me livrará também de toda obra

maligna e me levará salvo para o seu reino celestial. A ele, glória pelos
séculos dos séculos. Amém!”.

... o apóstolo nem mesmo se encontrava em liberdade. Mas quando nos livra algumas
vezes, Deus testifica que ele está conosco e que sempre será assim.

12. E todos quantos querem viver piedosamente em Cristo.


A reminiscência (lembrança, memória) de suas próprias perseguições o leva a
acrescentar que tudo quanto lhe acontecera também se dará com todas as pessoas
piedosas.

“Et tous ceux aussi qui veulent vivre en la crainte de Dieu." — “E todos os que
também desejam viver no temor de Deus.”

GENEBRA,

3.10-17 Conservando plenamente diante de si o problema dos falsos mestres, Paulo


passa a encorajar mais uma vez Timóteo à fidelidade, primeiramente em termos do
exemplo dado por ele e, depois, como obediência à Escritura.

3.10-11. Mais uma vez Paulo apela para a sua própria vida como um exemplo para
Timóteo (1.11-13; 2.8-10).

2Tm 1.11-13

Para o qual eu fui designado pregador, apóstolo e mestre e, por isso, estou sofrendo
estas coisas; todavia, não me envergonho, porque sei em quem tenho crido e estou
certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia. Mantém o
padrão das sãs palavras que de mim ouviste com fé e com o amor que está em Cristo
Jesus.

2Tm 2.8-10

Lembra-te de Jesus Cristo, ressuscitado de entre os mortos, descendente de Davi,


segundo o meu evangelho; pelo qual estou sofrendo até algemas, como malfeitor;
contudo, a palavra de Deus não está algemada. Por esta razão, tudo suporto por causa
dos eleitos, para que também eles obtenham a salvação que está em Cristo Jesus, com
eterna glória.

3.11 Antioquia, lcônio e Listra. Três cidades da província romana da Galácia


onde Paulo pregou o evangelho na sua primeira viagem missionária (At 13.14 – 14.20).

Apesar de significativa oposição, Paulo teve sucesso em estabelecer uma igreja em


cada uma dessas cidades (At 14.21-23).
Paulo menciona essas cidades, incluindo Listra, a cidade natal de Timóteo, a fim de
apelar para as raízes da fé mostrada por Timóteo (vs. 14-15; 1.5).

3.12 todos quantos querem viver piedosamente ... serão perseguidos. O Novo

Testamento ensina que cristãos devem esperar perseguição (Mt 10.17-18; Jo


15.20; 1 Pe 4.12; 5.9).

Mt 10.17, 18

E acautelai-vos dos homens; porque vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão
nas suas sinagogas; por minha causa sereis levados à presença de governadores e de
reis, para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios.

Jo 15.20

Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se
me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha
palavra, também guardarão a vossa.

1Pe 5.8, 9

Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que
ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé, certos de que
sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo
mundo.

CONCLUSÃO:

COMO SER UM DISCÍPULO DE CRISTO EM UM MUNDO ÍMPIO

 Atentando para o alerta sobre as dificuldades que assolam nos últimos dias;
 Tendo um entendimento bíblico a respeito dos tempos difíceis;
 Fugindo das pessoas ímpias por saber quem elas são;
 Vivendo uma conduta espiritual que reflita positivamente em outras pessoas.
APÊNDICE/COMENTÁRIO DOS VERSOS 2-5 POR HENDRIKSEN

p. 349...

Essas pessoas, pois, são, primeiramente, egoístas. Cf. Tito 1.7: "que agrada (m) a si
mesmo." ...(cJuAccuioç, amante de si mesmo, egoísta).

Uma vez que amam a si próprios, são também naturalmente amantes do


dinheiro (AVARENTOS) (amantes da prata)...

São presunçosos (jactanciosos) e arrogantes (cf. Rm 1.30). Essa palavra


originalmente se referia a uma pessoa que viaja pelo país. Pode estar vendendo
medicamentos, jactando-se de suas virtudes curativas, de onde vem "charlatão". Nesta
passagem, porém, o sentido é jactância em geral.

Enquanto se jactam de si próprios e de suas mercadorias, seus logros ou talentos, tais


pessoas são altivas (cf. Rm 1.30; então, Lc 1.51; Tg 4.6; lPe 5.5) em sua atitude para
com os demais. Também são do tipo soberbo, arrogante.

Não surpreende que tais pessoas também sejam classificadas como blasfemas.
Quando falam, elas ferem ou prejudicam. Usam linguagem desdenhosa, a qual insulta
a Deus e aos homens (ver sobre lTm 6.4). O grupo de palavras formado em torno desta
raiz conta com muitos exemplos no Novo Testamento.

Quanto ao adjetivo blasfemo (usado aqui em 2 Timóteo como substantivo), ver


também Atos 6.11; 2 Pedro 2.11 (cf. Jd 9). Quanto ao verbo relacionado (blasfemar),
ver sobre 1 Timóteo 1.20; quanto ao substantivo relacionado (blasfêmia), ver sobre 1
Timóteo 6.4.

A tais pessoas faltam as qualidades excelentes da submissão, gratidão,


santidade, afeto por sua própria família (desobedientes os pais) e a
atitude que revela perdão. Está implícito em cada caso que elas possuem a atitude
oposta; são não só desobedientes, mas rebeldes; não só indomáveis, mas ferozes, não
só carentes de santidade, mas iníquas, etc.
Tomando estas cinco características, uma a uma, tais pessoas são classificadas como

sendo, em primeiro lugar, desobedientes a seus pais (cf. Rm 1.30; então, Lc


1.17; At 26.9; Tt 1.16; 3.3).

Isto mostra que são ingratas (cf. Lc 6.35), que não apreciam os muitos atos de
bondade que seus pais derramaram sobre elas; não apreciam as demais pessoas nem a
Deus (cf. Rm 1.21, "nem deram graças"). Ainda que as bênçãos sejam bastante
comuns, neste mundo não há "gratidão comum". "Graça comum" (a bondade de Deus
para com todas suas criaturas, SI 145.9, 17; Jn 4.10, 11; Mt 5.43-45; Lc 6.35), sim;
"gratidão comum", não!

Com respeito às coisas que têm sanção divina, são profanas ou ímpias (cf. lTm 1.9).

Não reverenciam a santidade estabelecida.

Isso implica que são (desafeiçoados) faltos de sentimentos, ou carentes


de compreensão, desapiedadas, carentes mesmo de afeto natural como o
que os pais sentem pelos filhos e os filhos, pelos pais (cf. Rm 1.31).

São implacáveis, irreconciliáveis.

O último grupo mostra como estas atitudes interiores ou deficientes se expressam


exteriormente em palavras de ódio e atos de crueldade. Tais pessoas, pois, proferem
epítetos falsos e/ou hostis e lançam acusações umas contra as outras.

São caluniadoras e falsas, imitadoras do grande Diabolos (lTm 3.6, 7; Ef 4.27; 6.11,
etc., palavra de frequente presença no Novo Testamento).

Jamais aprenderam a controlar-se; daí, são irrefreáveis, "desinibidas",


(sem domínio de si) absolutamente carentes de autodomínio, desprovidas de poder de
refrear suas próprias tendências ou impulsos.

Não havendo "criado juízo" jamais, são indômitas, selvagens, ferozes (cruéis).

Desprezam as virtudes; são aborrecedoras do bem (inimigos do bem).


Seus associados são entregues por elas a seus inimigos, mesmo antes de sua ruína se
tornar evidente.

Portanto, são traidoras, que recebem salário de antemão, como Judas (cf. Lc 6.16; At
7.52). Nada as delem.

Apressadamente se precipitam adiante em sua maldade, são impetuosas ou


precipitadas em seus atos de violência (cf. At 19.36).

Ninguém pode dizer-lhes nada, porque elas "sabem tudo ", tão cegas ' sido pela
presunção (ver sobre lTm 3.6; 6.4).

Além do mais, essa i rgueira tem uma causa moral, espiritual. Sua raiz está no coração
e na vontade, porque tais pessoas são completamente egoístas (note que a inscrição,
ao chegar ao seu clímax, volta ao seu ponto de partida: "amantes de si mesmos").

São amantes dos prazeres antes que [ou mais do t/ue | amantes de
Deus. ...Significa que não amam a Deus absolutamente (quanto a "antes que" ou
"mais do que", neste sentido, ver também Jo 3.19; 12.43; At 4.19; 17.11; lTm 1.4; cf.
expressões semelhantes em Lc 15.7; 18.14).

Este tipo de pessoas não é encontrado apenas fora da igreja. Elas


têm se infiltrado na igreja (e não só na igreja, ver v. 6). E mesmo
quando são excluídas da igreja, ainda reivindicarão o título de cristãs eminentes.

São ostensivas como tendo uma forma, um exterior ou aparência (cf. Rm 2.20) de
piedade (ver sobre lTm 2. '; 3.16; 4.7, 8; 6.3, 5, 6, 11); negando, porém
(literalmente, "havendo negado de uma vez por todas"), seu poder.

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