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A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é a agência das Nações Unidas que tem
por missão promover oportunidades para que homens e mulheres possam ter acesso a um
trabalho decente e produtivo, em condições de liberdade, equidade, segurança e
dignidade.
O Trabalho Decente, conceito formalizado pela OIT em 1999, sintetiza a sua missão
histórica de promover oportunidades para que homens e mulheres possam ter um trabalho
produtivo e de qualidade, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade
humanas, sendo considerado condição fundamental para a superação da pobreza, a
redução das desigualdades sociais, a garantia da governabilidade democrática e o
desenvolvimento sustentável.
O Trabalho Decente é o ponto de convergência dos quatro objetivos estratégicos da OIT: o
respeito aos direitos no trabalho.
Para alcançar seus objetivos, a OIT desenvolve atividade normativa, por meio da qual
formula normas internacionais do trabalho (Convenções, Recomendações e Resoluções).
- Convenções e Recomendações segundo a OIT:
1- Convenções:
2 – Recomendações:
A OIT elabora um relatório sobre a legislação nos diferentes países, juntamente com um
questionário, para enviar aos governos pelo menos 18 meses antes da abertura da
sessão da Conferência na qual a questão deverá ser discutida.
Já durante a Conferência agendada, a proposta de Convenção irá passar por uma fase de
discussão e posteriormente será colocada em votação.
- Etapa de discussão do texto da Convenção:
Esta discussão poderá ser simples ou dupla (ou seja, uma discussão realizada em duas
sessões da Conferência), conforme definido pelo Conselho de Administração.
- A aprovação:
A aprovação da Convenção exige votação pela maioria de dois terços dos votos
expressos pelos delegados presentes (Constituição da OIT, artigo 16º, 3).
2.2 – Ratificação:
Quando o país não der seu assentimento a uma convenção, nenhuma obrigação terá
o Estado-Membro a não ser a de informar o Diretor-Geral da Repartição Internacional do
Trabalho sobre a sua legislação e prática observada relativamente ao assunto de que trata
a convenção.
Deverá, também, precisar nestas informações até que ponto aplicou, ou pretende aplicar,
dispositivos da convenção, por intermédio de leis, por meios administrativos, por força de
contratos coletivos, ou, ainda, por qualquer outro processo, expondo, outrossim, as
dificuldades que impedem ou retardam a ratificação da convenção.
Após celebrada a convenção OIT, internamente o Poder Legislativo irá "decidir sobre a
sua viabilidade, conveniência e oportunidade”, segundo Pedro Lenza e, caso concorde, irá
se manifestar por meio de decreto legislativo, por meio do qual se referenda e se aprova
a decisão do Chefe do Executivo de celebrá-lo.
O mesmo autor ressalta que "ratificar" significa "confirmar perante a ordem internacional
que aquele Estado, definitivamente, obriga-se perante o pacto firmado. Tecnicamente, a
ratificação não é ato do Parlamento, mas de competência privativa do Chefe do
Executivo, típico ato de direito internacional público".
Além disso, uma vez ratificado, os países-membros da OIT devem encaminhar relatório
anual sobre as medidas efetivamente adotadas para promover o cumprimento da
convenção:
Artigo 22: Os Estados-Membros comprometem-se a apresentar à Repartição Internacional
do Trabalho um relatório anual sobre as medidas por eles tomadas para execução das
convenções a que aderiram. Esses relatórios serão redigidos na forma indicada pelo
Conselho de Administração e deverão conter as informações pedidas por este Conselho.
O país-membro da OIT (como o Brasil) pode ratificar as Convenções, e, com isso, passam
a fazer parte do seu ordenamento jurídico.
Neste caso, inclusive, as Convenções passam a ser fontes formais do Direito do
Trabalho (CF, art. 7º, XXVI).
Em regra, tais diplomas ingressam em nossa ordem jurídica com status de norma
infraconstitucional (como leis ordinárias e complementares).
No caso específico de tratados que versem sobre direitos humanos e que tenham sido
aprovados com o rito e quórum de emendas constitucionais, entretanto, a situação é
distinta: tais diplomas ingressam em nossa ordem jurídica com status constitucional ou
supralegal.
CF/88, art. 5º, §3º: Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por 3/5 dos
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
b) Retirada:
2.4 – Denúncia:
Esta representa o processo pelo qual um país deixa de anuir ao texto da convenção.
A denúncia precisa ser comunicada formalmente ao Diretor-Geral da OIT.
Em geral, a denúncia produz efeito 1 ano após seu registro (seguindo as normas
definidas sobre denúncia em cada convenção).
- A denúncia, por simetria, igualmente exige internamente a aprovação do poder
legislativo, para que possa ocorrer:
STF, ADC 39, 6 - À luz da Constituição de 1988, decorre do próprio Estado Democrático
de Direito e de seu corolário ‒ o princípio da legalidade ‒ que a denúncia de um tratado
internacional, embora produza efeitos no âmbito externo diante da manifestação de
vontade do presidente da República, requer a anuência do Congresso Nacional para
que suas normas sejam excluídas do direito positivo interno.
As denúncias ocorridas antes de 2023 não ficam condicionadas à aprovação pelo Poder
Legislativo, porém aquelas que vierem a ocorrer posteriormente dependerão de sua
ratificação legislativa.
2.5 – Revisão: