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Heterônomas (podemos dizer que são fontes imperativas/ de origem estatal)- a norma
é formada SEM a participação direta de seus destinatários: Leis; CLT; Constituição
Federal (artigos 7 ao 11); Decretos, regulamentos e atos do Poder Executivo; sentença
normativa (decorrente do processo de dissídio coletivo) proferida pelo Estado (Poder
Judiciário); Súmulas vinculantes editadas pelo STF (CF/88 - Artigo 103-A); Medidas
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provisórias; Emendas à Constituição; e os tratados e convenções internacionais
ratificados pelo Brasil.
- FONTES MATERIAIS: são os fatos sociais, políticos e econômicos que fazem nascer
a regra jurídica. Ou seja, fonte material é o acontecimento que inspira o legislador a
editar a lei. São todas as influências externas, em determinado momento, que levam à
formação das normas jurídicas.
Exemplos: greves; movimentos sociais organizados pelos trabalhadores; lutas de
classes; concentração do proletariado ao redor das fábricas; a Revolução Industrial; os
conflitos entre o capital e o trabalho; e todos os fatos sociais que deram origem à
formação do Direito do Trabalho.
“Art. 5º, CF: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude
de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
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V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização
por dano material, moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
culto e a suas liturgias;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos
imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter
paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas
atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em
julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade
para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;”
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2) Princípios Específicos:
a. Princípio “in dubio pro operário”/"in dubio pro misero”: é aplicado quando uma
mesma norma trabalhista comporta mais de uma interpretação.
Deve-se adotar a interpretação mais favorável ao empregado.
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Exemplo: Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço (artigo 7º, XXI, CF + Lei
12.506 de 11 de outubro de 2011 + artigos 23 e 24 da Lei Complementar 150/2015).
Existe uma questão polêmica sobre a data inicial do acréscimo de três dias a cada ano
trabalho. A questão é: acresce-se 3 (três) dias a partir do primeiro ano completo ou a
partir do segundo ano completo?
A posição majoritária é a de que o acréscimo se dá a partir do primeiro ano completo,
com fulcro no princípio “in dubio pro operário”.
b. Princípio da norma mais favorável:é aplicado quando há mais de uma norma
trabalhista aplicável no caso concreto.
Adota-se então a norma mais favorável, independentemente de sua posição na escala
hierárquica.
Exemplo: Adicional de Horas extras. No confronto entre o artigo 7º, XVI da CF (que
garante o acréscimo mínimo de 50% ao valor da hora normal de trabalho) e o
percentual previsto em Convenção Coletiva, aplica-se ao empregado o percentual que
for mais favorável.
No entanto, o art. 620 da CLT sofreu uma alteração com a reforma trabalhista,
uma vez que passará a aplicar sempre o disposto no acordo coletivo,
independente de ser mais favorável ou não:
Esse princípio não é absoluto, uma vez que deve respeitar as normas estatais
proibitivas e o princípio da supremacia do interessa público (artigo 623, da CLT).
No caso de dois diplomas normativos simultaneamente mais favoráveis, existem três
correntes que resolvem este conflito:
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3. Teoria do Conglobamento Mitigado/ Orgânico/ Por Instituto/ Intermediária: havendo
confronto entre 2 (dois) diplomas normativos, haverá também a criação de um terceiro
diploma, com as regras mais favoráveis, respeitada a unidade da matéria ou instituto.
c. Princípio da condição mais benéfica (condição mais vantajosa):vantagens oriundas
do regulamento empresarial ou do contrato individual do trabalho são incorporadas
definitivamente no contrato do trabalhador.
É uma manifestação da Teoria do Direito Adquirido (Art. 5º, XXXVI, da CF + Art. 6º da
LINDB).
JURISPRUDÊNCIA:
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RECURSO ORDINÁRIO – DIREITO COLETIVO DO TRABALHO – PREVALÊNCIA
DE NORMA COLETIVA REDUTORA DE DIREITOS DO TRABALHADOR SOBRE A
NORMA LEGAL – PRINCÍPIO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL – TEORIA DO
CONGLOBAMENTO – POSSIBILDADE. A possibilidade de transação sobre as
condições de trabalho, prevista no inciso XXVI do art. 7º da CF/88, não constitui salvo
conduto derrogatório do arcabouço legislativo trabalhista. Assim, a existência de
pontos de conflito entre o resultado do processo de negociação coletiva e o
ordenamento jurídico heterônomo resolve-se pelo princípio da norma mais favorável,
cuja aplicação fica viabilizada pela teoria do conglobamento, desde que a norma
heterônoma a ser comparada com a norma autônoma não se revista de
indisponibilidade absoluta. Assim, constatando-se que o produto do processo de
negociação coletiva oferece um padrão de direitos superior à categoria profissional do
reclamante, em cotejo com a legislação correlata, além de tratar tão-somente de
parcelas de indisponibilidade relativa, não há como negar-lhe eficácia, à luz do
preceito contido no inciso XXVI do art. 7º da CF/88.(TRT-15-RO 33997 SP
033997/2011; DES. REL. LUIZ JOSÉ DEZENA DA SILVA; PUB. 03/06/2011)”
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Em regra, não se pode dispor dos direitos trabalhistas. Nesse sentido, encontramos os
artigos 9º e 444, da CLT. A Súmula 276 do TST também exemplifica este princípio
protetivo:
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- PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO: em regra, os
contratos de trabalho são pactuados por tempo indeterminado, havendo exceções:
contrato por tempo determinado e trabalho temporário. A Súmula 212 do TST traz a
redação de que o ônus probandi do término do contrato, quando negados a prestação
de serviços e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da
relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado.
OUTROS PRINCÍPIOS:
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- PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE:não é um princípio específico do Direito do
Trabalho. Trata de um padrão de conduta humana, ou seja, o ser humano deve
proceder conforme a razão, de qualquer homem médio ou comum (proporcional à
razão de um homem comum);
- PRINCÍPIO DA BOA-FÉ: também não é um princípio específico do Direito do
Trabalho e corresponde à convicção de que empregado e empregador agirão sempre
com honestidade e lealdade, durante o pacto laboral(previsão na relação contratual).
AULA 02
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empresa, bastando trabalhar uma ou duas vezes por semana, desde que, nos
mesmos dias das semanas e nos mesmos horários.
O vínculo de emprego é informal. Não precisa de documento solene para que tenha
existência legal (princípio da primazia da realidade)
Art. 442 e 443, CLT – o contrato pode ser tácito ou expresso, verbal ou escrito; prazo
determinado e indeterminado.
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● Contrato tácito: inexistência de palavras escritas ou verbais, depreende em
decorrência de um comportamento. “Quem cala consente”. Ex: subempregos –
nada é formalizado, mas o empregador se beneficiou do seu trabalho e o
obriga como empregador.
● Contrato expresso escrito: contrato escrito de trabalho. Não há exigência legal,
exceto para contratos de atleta profissional, de artistas e de aprendizagem.
● Contrato expresso verbal: trata-se de um acordo de vontades oralmente,
obrigando reciprocamente os interlocutores.
● Determinados – ocorre quando há um ajuste no seu termo final. No seu término
ou na rescisão antecipada, não dá direito ao aviso prévio. O prazo máximo é de
2 anos, sendo que pode ser prorrogado por uma vez em igual período ao que
se fixou.
Art. 443, § 2º - O contrato por prazo determinado só será válido em se
tratando:
a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do
prazo;
b) de atividades empresariais de caráter transitório;
c) de contrato de experiência.
O contrato de experiência tem o prazo máximo de 90 dias, sendo que na maioria das
vezes estipula-se um prazo de 45 dias, podendo ser prorrogado por mais 45 dias.
Ex: Empregador dispensa empregado faltando 10 dias para o termo final do contrato.
Deve-se pagar, a título de indenização, a proporção de 5 dias (somente saldo de
salário, férias e 13° salário e FGTS proporcionais- não se paga aviso prévio e nem
multa de 40% de FGTS).
Exceto se no contrato houver a “cláusula assecuratória” (art. 481, CLT), que permite
às partes a rescisão imotivada antes do termo final, sendo que, neste caso, o contrato
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passa a vigorar como “contrato indeterminado” e deve-se pagar as verbas rescisórias
com direito ao aviso prévio e multa de 40% de FGTS. Normalmente isso ocorre em
contrato de período maior, como por ex. 2 anos (contratos de obra certa), pois em
caso da rescisão ocorrer no começo do contrato, fica menos oneroso o pagamento de
30 dias do aviso prévio do que a metade do que faltar do contrato.
Entende-se por empregado toda pessoa física que seja subordinada, prestando
serviços de natureza não-eventual (contínua), mediante salário (art. 3º, CLT) e que
tenha a prestação pessoal de serviços (pessoalidade – art. 2°, CLT), sendo que para
outros tipos de trabalhadores, não estão incluídos no âmbito de aplicação do direito do
trabalho.
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Contudo, aplicam-se ao rural os preceitos traçados pela Lei nº 5.889/73 e o Decreto nº
73.626/74, no que se refere às peculiaridades de sua atividade, são elas:
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revogação da NR-31, norma que regulamenta os procedimentos de segurança e
saúde no campo e instituição da jornada intermitente no campo (em que o funcionário
pode trabalhar em horários específicos do dia, quando houver demanda, sem uma
jornada contínua).
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Considerando a flexibilização inerente aos trabalhos desempenhados à distância, a
doutrina passou a conferir uma acepção mais ampla ao vocábulo “domicílio”,
compreendendo-o, genericamente, como o lugar destinado à prestação de serviço ao
empregador, desde que desenvolvido sem a fiscalização imediata/direta deste último e
fora do estabelecimento comercial.
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*Art. 414, CLT: se o menor trabalhar em dois empregos, os dois serão computados
juntos.
*Art. 440, CL: não há prescrição para o menor.
*Art. 793, CLT: menor de 18 anos, poderá ingressar com RT por meio do seu
representante legal. Na falta deste, pela Procuradoria da JT, sindicato, MP estadual ou
curador nomeado em juízo.
*Art. 439, CLT: o menor não poderá dar a rescisão do o contrato
6- Empregado público: é aquele que presta serviços a órgãos públicos, sem possuir,
no entanto, as qualidades de funcionário público. Não se inclui no quadro do
funcionalismo público. Sua relação é contratual, são contratados, em regra, para
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trabalhar em pessoas jurídicas de direito privado, mas vinculadas à Administração
Pública, como ocorre, por exemplo, na Caixa Econômica Federal e no Banco do Brasil.
Esses empregados são regidos pela CLT, tal como ocorre com os funcionários da
iniciativa privada.
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• celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do
estágio e a instituição de ensino;
• compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas
no termo de compromisso;
• acompanhamento efetivo pelo professor orientador da instituição de ensino e por
supervisor da parte concedente, comprovado por vistos nos relatórios
10- Trabalhador autônomo: é a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade
econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não. Não é subordinado, presta
serviços com habitualidade, e assume os riscos inerentes à sua atividade.
* Com a Reforma Trabalhista, tanto o autônomo quanto os serviços prestados
por pessoas jurídicas (pejotização),poderão trabalhar de forma contínua, com
exclusividade, sem ser caracterizado como vínculo empregatício.
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AULA 03
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1. Comum: art. 2º, caput
No entanto, trabalhando a mais de uma empresa do mesmo grupo, não significa que
terá vínculo entre as duas empresas. Neste sentido:
- Arts. 10 e 448 da CLT: proteção irrestrita aos direitos dos empregados – portanto,
sucessora adquire ativo e passivo da empresa sucedida em sua integralidade.
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“Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos
adquiridos por seus empregados.”
“Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará
os contratos de trabalho dos respectivos empregados.”
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· Certidão de nascimento dos filhos menores de 14 anos ou inválidos de qualquer
idade, necessária para o pagamento do salário-família.
· Caderneta de vacinação e comprovação escolar: até seis anos de idade caderneta de
vacinação, e a partir dos sete anos de idade, comprovação semestral de frequência à
escola para pagamento do salário-família.
· Ao menor estudante: declaração da escola que confirme estar frequentando algum
curso.
Na hipótese de admissão do empregado e após solicitar os documentos listados
acima, a empresa deverá proceder ao seu registro na CTPS fazendo constar a
remuneração do empregado e data de admissão, sendo certo que a prestação falsa
dessas informações constitui crime, nos termos do art. 299 do Código Penal.
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de igual valor a cada reincidência. Antes a multa era de um salário mínimo
regional por empregado, acrescida de igual valor a cada reincidência.
● Nos termos do art. 29, § 4º. CLT: “É vedado ao empregador efetuar anotações
desabonadoras à conduta do empregado em sua Carteira de Trabalho e
Previdência Social”, como por exemplo, informar que o empregado foi demitido
por justa causa. Além de pagamento de multa de igual à metade do salário
mínimo, nos termos do art. 52 da CLT, ainda pode pagar indenização por
danos morais ao empregado.
“Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir
ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação.”
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Também são admitidas algumas mudanças (exceções) em decorrência do ius variandi
que é a faculdade derivada do poder de direção pela qual o empregador pode
determinar alterações no contrato de trabalho em circunstâncias especiais como, por
exemplo, as variações de horário, local e função, que não atingem substancialmente o
contrato de trabalho.
Ou seja, só é possível a redução salarial nas hipóteses de:
* Exceções permitidas em lei quanto às alterações no Contrato de Trabalho:
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a) Alterações quanto à função desempenhada pelo empregado
Quanto aos ocupantes de cargos de confiança, permite-se a reversão ao cargo
anterior, com supressão da gratificação de função:
“Art. 468, Parágrafo único, CLT - Não se considera alteração unilateral a determinação
do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo,
anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança.”
* A substituição de empregados vem regida pela Súmula 159 do TST:
SUMÚLA 159, TST. SUBSTITUIÇÃO DE CARÁTER NÃO EVENTUAL E VACÂNCIA
DO CARGO
I - Enquanto perdurar a substituição que não tenha caráter meramente eventual,
inclusive nas férias, o empregado substituto fará jus ao salário contratual do
substituído.
II - Vago o cargo em definitivo, o empregado que passa a ocupá-lo não tem
direito a salário igual ao do antecessor.
b) No que se refere à jornada de trabalho, regra geral, não deverá ser superior a 8
(oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, sendo facultada a
compensação de horários e a redução da jornada de trabalho, mediante acordo ou
convenção coletiva (art. 7º, XIII da CF).
São permitidas alterações unilaterais de horário, desde que dentro do mesmo turno
(salvo se, comprovadamente, acarretarem prejuízos ao empregado). Se a
transferência envolve turnos diferentes, têm-se duas situações:
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* Transferência do horário diurno para o noturno: há discussões sobre sua
admissibilidade, por implicar prejuízo à saúde do trabalhador. A quantidade de trabalho
pode ser reduzida unilateralmente, desde que mantido o salário. Reduzido o salário ou
ampliada a jornada, a alteração é considerada nula.
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