Você está na página 1de 6

MINISTÉRIO DO TRABALHO, MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO E

JUSTIÇA DO TRABALHO

O Ministério do Trabalho e Emprego é o órgão administrativo do Governo Federal,


responsável em regulamentar e fiscalizar todos os aspectos referentes às relações de
trabalho no Brasil. Para cumprir essa função o MTE edita normas regulamentadoras,
instruções normativas, portarias, resoluções, entre outras espécies normativas. O MTE
também emite a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), que registra todo o
histórico do trabalhador.
A competência do Ministério do Trabalho estão dispostas no artigo 1º do Anexo 1 do
Decreto nº 5.063/2004:

 Política e diretrizes para geração de emprego e renda e de apoio ao


trabalhador;
 Política e diretrizes para a modernização das relações de trabalho;
 Fiscalização do trabalho, bem como aplicação das sanções previstas na
legislação;
 Política salarial;
 Formação e desenvolvimento profissional;
 Segurança e saúde no trabalho;
 Política de imigração;
 Cooperativismo e associativismo urbano.

Cabe ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho:

 Cadastrar o fabricante ou importador de Equipamento de Proteção Individual


(EPI);
 Receber e examinar a documentação para emitir ou renovar o Certificado
de Aprovação (CA) de EPI;
 Eestabelecer, quando necessário, os regulamentos técnicos para ensaios
de EPI;
 Eemitir ou renovar o CA e o cadastro de fabricante ou importador;
 Ffiscalizar a qualidade do EPI;
 Ssuspender o cadastramento da empresa fabricante ou importadora; e e
 cancelar o CA.
Sempre que julgar necessário o órgão nacional competente em matéria de segurança
e saúde no trabalho, poderá requisitar amostras de EPI, identificadas com o nome do
fabricante e o número de referência, além de outros requisitos.
Cabe ao órgão regional do MTE:

 Ffiscalizar e orientar quanto ao uso adequado e a qualidade do EPI;


 Rrecolher amostras de EPI; e,
 Aaplicar, na sua esfera de competência, as penalidades cabíveis pelo
descumprimento da NR-6.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) é o ramo do MPU que tem como atribuição
fiscalizar o cumprimento da legislação trabalhista quando houver interesse público,
procurando regularizar e mediar as relações entre empregados e empregadores. Cabe
ao MPT promover a ação civil pública no âmbito da Justiça do Trabalho para defesa
de interesses coletivos, quando desrespeitados direitos sociais constitucionalmente
garantidos aos trabalhadores. Também pode manifestar-se em qualquer fase do
processo trabalhista, quando entender existente interesse público que justifique. O
MPT pode ser árbitro ou mediador em dissídios coletivos e pode fiscalizar o direito de
greve nas atividades essenciais.
Compete, ainda, ao MPT propor as ações necessárias à defesa dos direitos e
interesses dos menores, incapazes e índios, decorrentes de relações de trabalho,
além de recorrer das decisões da Justiça do Trabalho tanto nos processos em que for
parte como naqueles em que oficie como fiscal da lei.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) é um dos ramos do Ministério Público da
União. Atua principalmente nas áreas de erradicação do trabalho infantil, combate ao
trabalho escravo e a todas as formas de discriminação no trabalho, preservação da
saúde, segurança do trabalhador e regularização do trabalho do adolescente, do
indígena e dos contratos de trabalho em geral. Sua atuação envolve o recebimento de
denúncias, a instauração de procedimentos investigatórios, inquéritos civis públicos e
outras medidas administrativas ou o ajuizamento de ações judiciais, quando
comprovada a irregularidade. Além disso, o MPT desempenha papel de defensor da
lei para intervir nos feitos judiciais em curso nos quais haja interesse público a
proteger, emite pareceres em processos de competência da Justiça do Trabalho,
participa das sessões de julgamento e ingressa com recursos quando há desrespeito à
legislação.
As funções do Ministério Público do Trabalho são:

 Promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;


 Zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância
pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas
necessárias a sua garantia;
 Promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio
público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
 Promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de
Intervenção da União e dos Estados nos casos previstos nesta Constituição;
 Defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
 Expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência,
requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei
complementar;
 Exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar
mencionada no artigo anterior;
 Requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial,
indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
 Exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com
sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria
jurídica de entidades públicas.
O artigo 83 da LC 75/93 traz a atuação do MPT especificamente:
Art. 83. Compete ao Ministério Público do Trabalho o exercício das seguintes
atribuições junto aos órgãos da Justiça do Trabalho:
I - promover as ações que lhe sejam atribuídas pela Constituição Federal e pelas leis
trabalhistas;
II - manifestar-se em qualquer fase do processo trabalhista, acolhendo solicitação do
juiz ou por sua iniciativa, quando entender existente interesse público que justifique a
intervenção;
III - promover a ação civil pública no âmbito da Justiça do Trabalho, para defesa de
interesses coletivos, quando desrespeitados os direitos sociais constitucionalmente
garantidos;
IV - propor as ações cabíveis para declaração de nulidade de cláusula de contrato,
acordo coletivo ou convenção coletiva que viole as liberdades individuais ou coletivas
ou os direitos individuais indisponíveis dos trabalhadores;
V - propor as ações necessárias à defesa dos direitos e interesses dos menores,
incapazes e índios, decorrentes das relações de trabalho;
VI - recorrer das decisões da Justiça do Trabalho, quando entender necessário, tanto
nos processos em que for parte, como naqueles em que oficiar como fiscal da lei, bem
como pedir revisão dos Enunciados da Súmula de Jurisprudência do Tribunal Superior
do Trabalho;
VII - funcionar nas sessões dos Tribunais Trabalhistas, manifestando-se verbalmente
sobre a matéria em debate, sempre que entender necessário, sendo-lhe assegurado o
direito de vista dos processos em julgamento, podendo solicitar as requisições e
diligências que julgar convenientes;
VIII - instaurar instância em caso de greve, quando a defesa da ordem jurídica ou o
interesse público assim o exigir;
IX - promover ou participar da instrução e conciliação em dissídios decorrentes da
paralisação de serviços de qualquer natureza, oficiando obrigatoriamente nos
processos, manifestando sua concordância ou discordância, em eventuais acordos
firmados antes da homologação, resguardado o direito de recorrer em caso de
violação à lei e à Constituição Federal;
X - promover mandado de injunção, quando a competência for da Justiça do Trabalho;
XI - atuar como árbitro, se assim for solicitado pelas partes, nos dissídios de
competência da Justiça do Trabalho;
XII - requerer as diligências que julgar convenientes para o correto andamento dos
processos e para a melhor solução das lides trabalhistas;
XIII - intervir obrigatoriamente em todos os feitos nos segundo e terceiro graus de
jurisdição da Justiça do Trabalho, quando a parte for pessoa jurídica de Direito
Público, Estado estrangeiro ou organismo internacional.
A Justiça do Trabalho concilia e julga as ações judiciais entre trabalhadores e
empregadores e outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, bem como
as demandas que tenham origem no cumprimento de suas próprias sentenças,
inclusive as coletivas. Os órgãos da Justiça do Trabalho são o Tribunal Superior do
Trabalho (TST), os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) e os Juízes do Trabalho.
A função da Justiça do Trabalho é pacificar conflitos originados das relações de
trabalho, tanto individualmente como também os conflitos sindicais e demais questões
de interesse coletivo. É reconhecida merecidamente como “Justiça Especializada” nos
termos do artigo 114 da Constituição:
“Compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos
entre trabalhadores e empregadores, abrangidos os entes de direito público externo e
da administração pública direta e indireta dos Municípios, do Distrito Federal, dos
Estados e da União, e, na forma da lei, outras controvérsias decorrentes da relação de
trabalho, bem como os litígios que tenham origem no cumprimento de suas próprias
sentenças, inclusive coletivas”. Portanto, a Justiça do Trabalho pertence ao Poder
Judiciário e somente nela se podem processar ações judiciais para condenar o
empregador ou o tomador dos serviços que deixou de cumprir as exigências da
legislação trabalhista.
A competência em razão das pessoas:
  A Justiça do Trabalho tem competência para dirimir conflitos entre
trabalhadores e empregadores, que farão parte, respectivamente, do polo ativo e
passivo da reclamação trabalhista. Desta forma, toda matéria trabalhista e decorrente
de emprego será processada e julgada perante a Justiça Laboral.
  Para fins legais trabalhador é toda a pessoa natural que prestar serviços a
tomador. Como a relação de emprego é espécie da relação de trabalho, todas as
questões levadas a juízo pelo empregado referente às condições laborais e verbas
rescisórias devidas pelo empregador serão julgadas pelas varas trabalhistas. Quanto
aos empregados estão abrangidos não só os urbanos como também os rurícolas que
tem seus direitos disciplinados na Lei nº 5.889/73.
A competência em razão da matéria:
Só cabe à Justiça do Trabalho solucionar as causas de cunho trabalhistas que
envolvam relação de trabalho. (Art. 114 da Constituição Federal). Anteriormente não
competia a Justiça Laboral decidir sobre causas decorrentes de relação de trabalho,
mas de vínculos empregatícios, de tal forma que só seriam avaliados os processos se
constatados os elementos: pessoalidade, não eventualidade, subordinação e
onerosidade. A Emenda Constitucional nº 45/2004 ampliou a competência do Juiz do
Trabalho.
A competência em razão da função:
A competência funcional diz respeito à função que exerce cada juiz trabalhista.
Na Justiça do Trabalho são distribuídos encargos aos diferentes órgãos, essas
atribuições são previstas pela Constituição Federal, pela Consolidação das Leis
Trabalhistas (lei complementar) e pelos regimentos internos de cada respectivo
Tribunal. Essa modalidade de competência faz referência às funções típicas dos
órgãos trabalhistas especializados para solucionar controvérsias de caráter
estritamente trabalhista.
A competência em razão do lugar:
  A competência em razão do lugar é delimitada com base no espaço geográfico
em que atua o órgão jurisdicional. Quase sempre essa competência é instituída aos
órgãos de primeira instância da justiça do trabalho designados de Varas do Trabalho,
porém há certos casos em que o município não possui vara especializada para dirimir
conflitos trabalhistas, dessa forma a lei atribui essa árdua tarefa aos juízes comuns.
BIBLIOGRAFIA:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/decreto/D8894.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/compet%C3%AAncias-da-justi%C3%A7a-do-
trabalho
http://portal.mpt.mp.br/
Martins, Sergio Pinto, Direito Processual do Trabalho, 2011.

Você também pode gostar