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04/11/2020 Envio | Revista dos Tribunais

O Centenário da OIT frente à Quarta Revolução Industrial

O CENTENÁRIO DA OIT FRENTE À QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


ILO’s Centenary facing Fourth Industrial Revolution
Revista de Direito do Trabalho | vol. 208/2019 | p. 87 - 104 | Dez / 2019
DTR\2019\42227

Claudia Ferreira Cruz


Doutora em Direito do Trabalho pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo em 2013 e Mestre em
Direito do Trabalho pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo em 2001. Professora
Universitária e autora de livros e diversos artigos jurídicos. c.fcruz@uol.com.br

Gabriela Moraes Borges Malta


Pós-Graduada em Direito e Processo do Trabalho pela EPD. Advogada.
gabrielamalta@fcruzadvogados.com.br

Área do Direito: Internacional; Trabalho


Resumo: O presente artigo visa a realizar uma breve análise do primeiro centenário da OIT, em especial
sobre sua história no Brasil e no mundo, suas reafirmações, assim como os desafios enfrentados durante
sua história, para que então fosse possível realizar o aprofundamento do estudo e visualização de possíveis
desafios futuros da Organização, face à rapidez da robotização da mão de obra humana, em busca do
aumento dos lucros e redução dos custos de produção, também chamada de Quarta Revolução Industrial.

Palavras-chave: OIT – Centenário – Trabalho decente – Revolução Industrial – Direitos sociais


Abstract: This article aims to make a brief analysis of the first centenary of the ILO, in particular about its
history in Brazil and the world, its reaffirmations, as well as the challenges faced during its history, so that
it was possible to deepen the study and visualization of potential future challenges facing the Organization,
given the rapid robotization of human labor, seeking to increase profits and reduce production costs, also
called the Fourth Industrial Revolution.

Keywords: ILO – Centenary – Decent Work – Industrial Revolution – Social Rights


Sumário:

1.A origem da OIT enquanto referência na promoção do trabalho decente - 2.As reafirmações da OIT na
história - 3.A OIT no Brasil - 4.O trabalho da OIT e sua importância na promoção dos direitos sociais -
5.Quarta Revolução Industrial: a era da robotização e da inteligência artificial - 6.Desafios da OIT para os
próximos anos - Conclusão

1.A origem da OIT enquanto referência na promoção do trabalho decente


A OIT nasceu em 1919, tendo como sede a cidade de Genebra, na Suíça, com a missão de promover a
justiça social e o respeito aos direitos humanos no mundo do trabalho, sendo atualmente conhecida como
uma agência das Nações Unidas que conta com estrutura tripartite representando 187 países1.
Em sua criação, a OIT já apresentou alguns documentos para reger o início de suas atividades, com
normas de cunho preventivo a alguns direitos dos trabalhadores, sendo lançadas, então, seis convenções
voltadas para a saúde, bem-estar e integridade física em favor dos trabalhadores2.
Por isso, tem-se que
“a missão da OIT é promover oportunidades para que homens e mulheres possam ter acesso a um
trabalho decente e produtivo, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade. Para a OIT,
o trabalho decente é condição fundamental para a superação da pobreza, a redução das desigualdades
sociais, a garantia da governabilidade democrática e o desenvolvimento sustentável.”3
Dessa forma, a promoção do trabalho decente desde então foi seu principal objetivo, por três razões
básicas: a preocupação humanitária, os motivos políticos e as razões econômicas4.
A preocupação humanitária se faz presente pelas más condições de vida e trabalho dos trabalhadores,
explorados pela burguesia industrial que buscava, a todo e qualquer custo, aumentar seus ganhos e

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reduzir os custos de produção de bens e serviços, estando, ainda, sujeitos a plena liberdade contratual dos
empregadores à época, que consolidava o capitalismo como modo de produção hegemônico.
Já a motivação política vem da necessidade de criação de normas para promoção de melhores condições
de trabalho e regulação das relações de emprego, tendo em vista os crescentes números de
desempregados em razão da industrialização, fomentadora da injustiça social.
Com a industrialização das linhas de produção, a figura do desemprego mudou: deixou de ser algo
voluntário para se tornar um problema industrial, tendo em vista que o mercado não mais possuía vagas
suficientes a todos os trabalhadores, assim como os cortes de funcionários, fazendo com que o
desemprego se tornasse involuntário.
Por último, têm-se as razões econômicas, vez que as mudanças no cenário social poderiam causar
desvantagem no mercado industrial e redução de lucros, o que trouxe a necessidade de padronização dos
direitos trabalhistas para que houvesse equilíbrio no mercado, possibilitando a concorrência de forma justa.
Em 1940, com o surgimento da Segunda Guerra Mundial, a OIT necessitou alterar temporariamente o local
de sua sede para a cidade de Montreal, no Canadá, vez que sua sede se encontrava no coração da guerra,
o que a obrigou a paralisar, temporariamente, seu trabalho.
Em 1944, a OIT ganhou novos objetivos com a Declaração de Filadélfia, ampliando seu escopo e dando a
liberdade de agir, difundindo e fomentando programas em todos os países na busca de melhores condições
de trabalho à todos5.
“A Declaração de Filadélfia reafirmou o princípio de que a paz permanente só pode estar baseada na justiça
social e estabeleceu quatro ideias fundamentais, que constituem valores e princípios básicos da OIT até
hoje: que o trabalho deve ser fonte de dignidade; que o trabalho não é uma mercadoria; que a pobreza,
em qualquer lugar, é uma ameaça à prosperidade de todos; e que todos os seres humanos tem o direito de
perseguir o seu bem estar material em condições de liberdade e dignidade, segurança econômica e
igualdade de oportunidades.”6
Com o fim da guerra, em 1946 a OIT se uniu à ONU, tornando-se organismo especializado na nas áreas
trabalhista e social, conforme pode-se verificar do acordo firmado entre as organizações:
“As Nações Unidas reconhecem a Organização Internacional do Trabalho como um organismo
especializado, competente para compreender a ação que considere apropriada, de conformidade com seu
instrumento constitutivo básico, para o cumprimento dos propósitos nele expostos.”7
Sendo assim, a OIT trata-se de uma pessoa jurídica de direito público, em âmbito internacional, de forma
permanente e formada pelos Estados, que tomaram para si a responsabilidade de respeitar e observar as
normas e convenções da Organização que forem ratificadas8.
Acerca de sua estrutura tripartite, como já comentado, é formada pela Assembleia Geral (ou Conferência),
formada pelos
“Estados-membros, com sessões pelo menos uma vez por ano, nas quais comparecem delegações
compostas de forma tripartite, ou seja, por membros do governo, representantes dos trabalhadores e dos
empregadores. O seu principal objetivo é o de estabelecer as diretrizes fundamentais a serem observadas
no âmbito da OIT, elaborando as convenções e recomendações”9;
o Conselho de Administração, que é responsável pelas partes executiva e administrativa, composto por
representantes do governo, dos empregadores e empregados, com cerca de 3 reuniões ao ano; e, por fim,
a Repartição Internacional do Trabalho, dirigida pelo Diretor-Geral, tendo como objetivo “documentar e
divulgar as suas atividades, publicando as convenções e recomendações, além de editar publicações sobre
temas de interesse sobre o Direito do Trabalho na comunidade internacional”.10
O relatório do Diretor-Geral da OIT enaltece a estrutura da Organização, como forma de prosseguimento
de suas atividades, em que pese as dificuldades enfrentadas:
“A estrutura tripartida da OIT mostra claramente que para a OIT, os governos, as organizações de
trabalhadores e as organizações de empregadores e o diálogo social que os reúne, são essenciais para a
governação do trabalho. O tripartismo tem prestado um valioso serviço à OIT e aos seus Estados-membros
durante quase um século, apesar dos seus críticos e dos seus desafios.”11
Importante destacar que, em 1969, ano em que completou 50 anos de existência, a OIT recebeu o Prêmio
Nobel da Paz12, ante a importância de seu trabalho.

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Por isso, o trabalho da OIT se faz importante, haja vista que internacionalmente faltava regulação para as
relações laborais, assim como a necessidade de se implementar melhorias nas condições de trabalho por
todo o mundo, o que foi observado no preâmbulo da Constituição da OIT.13
Desde então, a OIT trabalha arduamente para a promoção do trabalho decente, com a busca de melhores
condições de trabalho, saúde e bem-estar dos trabalhadores e melhores recolocações no mercado de
trabalho pelos desempregados, por exemplo.
2.As reafirmações da OIT na história
Durante esses 100 anos de existência da Organização Internacional do Trabalho, esta precisou se reafirmar
por três oportunidades, reforçando seus ideais e compromissos, para que fosse possível prosseguir na
busca do trabalho decente no mundo: a primeira, foi sua afirmação quando de sua criação; a segunda,
com a Declaração de Filadélfia; e a terceira, com a Declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos
Fundamentais no Trabalho e seu Seguimento.
Em sua criação, a OIT elencou em sua constituição o fato de que a paz universal duradoura somente é
possível em conjunto com a justiça social, de modo que tem-se aqui sua primeira reafirmação.
Em 1945, com o surgimento da ONU, houve o fundado receito de que existiriam duas Organizações com os
mesmos objetivos, funções e atribuições.

Em 1946, com a Declaração de Filadélfia14, a Organização após acordo com a ONU, se reafirmou,
transformando-a em organismo especializado inserida na estrutura da Organização das Nações Unidas
(ONU), de modo que ampliou seu escopo e passou a abordar formalmente15 as omissões, assim como
tomou para si a missão de fomentar e difundir o cumprimento das convenções ratificadas pelos Estados-
parte, e, também, passou a atuar perante os demais países16 proporcionando programas para a instituição
e manutenção do trabalho decente, através de diversos mecanismos.
Em 1995, a OIT passou a sofrer forte pressão internacional, em especial porque foram realizadas várias
denúncias perante a Organização Mundial do Comércio (OMC), acerca de países de terceiro mundo que
estavam praticando dumping social.
Desse modo, necessitava instituir uma Declaração que reafirmasse a Organização, sua importância na
seara do trabalho, que pudesse solidificar sua soberania, princípios e objetivos, assim como seu significado
e compromissos perante os Estados-parte.
Assim,
“em junho de 1998, na reunião plenária da Conferência Internacional do Trabalho, em Genebra, foi
submetido um projeto de Declaração de Princípios sobre os Direitos Fundamentais, junto com o
correspondente dispositivo de acompanhamento, supervisão e controle, aos representantes dos governos,
às organizações sindicais e às organizações dos empregadores dos cento e setenta e quatro Estados-Parte
da OIT, para discussão e adoção.”17
Diante de todas essas ocorrências na década de 1990, surge sua terceira reafirmação, que advém da
Declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho e seu Seguimento18, em 1998,
ocorrendo a reafirmação do compromisso tomado pelos estados-membros e pela comunidade
internacional, para que exista boa-fé, respeito e promoção aos princípios fundamentais e direitos no
trabalho19.
Dessa maneira, o preâmbulo da Declaração aduz que
“todos os Membros, ainda que não tenham ratificado as convenções aludidas, têm um compromisso
derivado do fato de pertencer à Organização de respeitar, promover e tornar realidade, de boa fé e de
conformidade com a Constituição, os princípios relativos aos direitos fundamentais que são objeto dessas
convenções, isto é: a liberdade sindical e o reconhecimento efetivo do direito de negociação coletiva; b) a
eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou obrigatório; c) a abolição efetiva do trabalho infantil;
e d) a eliminação da discriminação em matéria de emprego e ocupação.”20
A Declaração, reconhece, ainda, que a
“obrigação da Organização de ajudar a seus Membros, em resposta às necessidades que tenham sido
estabelecidas e expressadas, a alcançar esses objetivos fazendo pleno uso de seus recursos
constitucionais, de funcionamento e orçamentários, incluída a mobilização de recursos e apoio externos,
assim como estimulando a outras organizações internacionais com as quais a OIT tenha estabelecido
relações, de conformidade com o artigo 12 de sua Constituição, a apoiar esses esforços: oferecendo
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cooperação técnica e serviços de assessoramento destinados a promover a ratificação e aplicação das


convenções fundamentais; b) assistindo aos Membros que ainda não estão em condições de ratificar todas
ou algumas dessas convenções em seus esforços por respeitar, promover e tornar realidade os princípios
relativos aos direitos fundamentais que são objeto dessas convenções; e c) ajudando aos Membros em
seus esforços por criar um meio ambiente favorável de desenvolvimento econômico e social.”21
Deste então, até os dias atuais, a OIT busca a ratificação das Convenções, conhecidas como as sete
convenções fundamentais da OIT, presentes na Declaração de Direitos Fundamentais dos Trabalhadores de
1998, sendo elas:
Convenção 87 – Liberdade Sindical: conhecida como a principal convenção da OIT, foi adotada em 1948,
sendo que seu conteúdo preserva o direito dos trabalhadores e empregadores o direito de afiliar-se (sem
prévia autorização) e constituir sindicatos para defesa de seus interesses e prevê garantias aos sindicatos
e federações sindicais, para que possam exercer suas atividades sem intercessão pelo Poder Público22.
Cumpre destacar que o Brasil não pode ratificar esta convenção, em razão da existência do princípio da
unicidade sindical, explicando a reforma trabalhista ocorrida em 2017, que alterou significativamente a
presença e atuação dos sindicatos no país.
Convenção 98 – Negociação Coletiva: estimula a negociação coletiva, busca tutelar os trabalhadores
sindicalizados, as organizações sindicais dos empregados e empregadores contra interferências, evitando
atos discriminatórios dentro do sindicato e em seus empregos23.
Convenção 29 – Trabalho Forçado: trata da necessidade de erradicar o trabalho forçado ou obrigatório em
todas as suas formas, obrigando a todos os Estados que a ratificaram. Essa Convenção é, ainda,
responsável por conceituar o que vem a ser trabalho forçado ou obrigatório, assim como suas exceções.
Convenção 105 – Trabalho Forçado: busca abolir todas as formas de trabalho forçado e obrigatório,
obrigando os Estados-parte que a ratificaram a não se utilizar dessa mão de obra, como meio de coerção
ou educação política; como punição pela expressão de opinião política por parte dos empregados ou
manifestação de oposição à ordem social, econômica ou política; como forma de angariar e utilizar-se da
força de trabalho com o intuito de benefício econômico; como meio disciplinar no trabalho ou punição por
participação em greve; assim como forma de discriminação, seja ela religiosa, racial, social ou nacional24.
Convenção 100 – Medidas e proposições contra a discriminação no trabalho: trata da igualdade entre
homens e mulheres, em especial no que tange à remuneração igual para labor de mesmo valor, sendo
responsável por grandes mudanças em muitos países25.
Convenção 111 – Medidas e proposições contra a discriminação no trabalho: se refere à discriminação no
emprego e ocupação, buscando a promoção de igualdade de oportunidades no emprego e na ocupação,
prevendo a obrigação, pelos Estados que a ratificaram, de criar e colocar em prática políticas de promoção
de igualdade de trato e oportunidades, eliminando a discriminação, a exclusão e/ou a preferência com base
em raça, local de nascimento, origem social, cor, religião e/ou opinião política, assim como a de revogar ou
derrogar leis em sentido contrário ao da Convenção26.
Convenção 138 – Idade mínima do trabalhador: visa à erradicação do trabalho infantil e do adolescente,
fixando idade mínima para o início do labor, qual seja a idade em que não seja inferior à de encerramento
do ensino obrigatório (entre os 14 e 15 anos, geralmente), devendo os Estados que a ratificaram aplicar
políticas públicas para seu cumprimento, nos termos prescritos pela Convenção27.
Convenção 182 – Piores maneiras de trabalho infantil: tem como objetivo a erradicação das piores formas
de trabalho infantil, de forma imediata e geral, em favor dos menores de 18 anos. Seu teor especifica o
que se entende por “piores formas de trabalho infantil”, sendo a escravidão ou práticas análogas;
recrutamento, uso e oferta de crianças para prostituição e pornografia, atividades ilícitas (em especial o
tráfico de drogas); e o trabalho que prejudique a saúde, segurança e moralidade das crianças28.
3.A OIT no Brasil
Em que pese o centenário da OIT, verifica-se que a representação da Organização no Brasil surgiu tão
somente em 1950, sendo que no país, os principais objetivos referem-se ao
“apoio ao esforço nacional de promoção do trabalho decente, que envolve temas como o combate ao
trabalho forçado, ao trabalho infantil e ao tráfico de pessoas, assim como a promoção do trabalho decente
para jovens e migrantes e da igualdade de oportunidades e tratamento, entre outros”,
em especial porque cada país possui suas necessidades e objetivos quanto à promoção do trabalho
decente.
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Um marco para a OIT no Brasil ocorreu em 2006, quando foi lançada a Agenda Nacional de Trabalho
Decente (ANDT), que firmou as prioridades das atividades da parceria entre o Brasil e a OIT, quais sejam:
“a geração de mais e melhores empregos, com igualdade de oportunidades e de tratamento; a erradicação
do trabalho escravo e do trabalho infantil, em especial em suas piores formas; e o fortalecimento dos
atores tripartites e do diálogo social como um instrumento de governabilidade democrática.”29
Cumpre destacar que as atividades da OIT no Brasil ganharam maior destaque a partir de 2006 com o
lançamento da ANDT, seguida pelas Agendas Subnacionais de Trabalho Decente e com o novo sistema de
indicadores municipais, que é capaz de mapear as nuances de cada cidade, para que haja a atuação
personalizada pela Organização30.
Em que pese a OIT ter, atualmente, quase 200 convenções, nos últimos anos, tem focado suas atividades
no combate ao trabalho forçado e escravo, trabalho infantil e de adolescentes, a igualdade de gênero e
raça no mercado de trabalho, a inclusão dos deficientes, assim como a promoção do trabalho decente,
principalmente no setor têxtil, de modo que, em 2017, nasceu o Observatório Digital do Trabalho Escravo
no Brasil.
4.O trabalho da OIT e sua importância na promoção dos direitos sociais
Nesses 100 anos de OIT, foram criadas 189 Convenções, além de recomendações, relatórios, parcerias e
cooperações técnicas31 em diversos países.
Além disso, em 1999, a OIT formalizou o conceito de trabalho decente, sendo esse um marco em sua
história, haja vista que um de seus grandes objetivos é a promoção do trabalho decente no mundo. Este
conceito traduz a vontade da OIT em promover
“para que homens e mulheres obtenham um trabalho produtivo e de qualidade, em condições de
liberdade, equidade, segurança e dignidade humanas, sendo considerado condição fundamental para a
superação da pobreza, a redução das desigualdades sociais, a garantia da governabilidade democrática e o
desenvolvimento sustentável.”32
Temos, ainda, que
“nos termos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, desde 1948, o direito que se encontra em
discussão não é ao trabalho, pura e simplesmente, mas sim ao trabalho decente – regido pelos princípios
da liberdade, da igualdade e da segurança (referida esta última às situações de trabalho e de
impossibilidade de trabalho), bem como adequadamente remunerado e capaz de garantir uma vida digna
(aos trabalhadores e a suas famílias). A este respeito, aliás, mencione-se que no conceito de trabalho
decente encontra-se a chamada ‘dignidade humana’ – que, de acordo com a Carta das Nações Unidas e
com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, deve ser o fundamento último da atuação de qualquer
Estado-membro da ONU.”33
A OIT, portanto, no decorrer de sua história, destacou-se por uma busca incessante pelos direitos e pelo
bem-estar do trabalhador, como cuidados com saúde, acidentes de trabalho, proteção aos desempregados,
entre outras, consideradas fundamentais para os direitos básicos do empregado.
Além da importância da OIT em elaborar as normas internacionais, sejam elas convenções ou
recomendações, existe, ainda, por parte da Organização o trabalho de controlar a aplicação das
convenções pelos Estados-membros que as ratificaram, analisando os dados recebidos34.
Tais fatos demonstram que a OIT vem acompanhando as mudanças do mercado de trabalho mundial e
vem se adaptando às novas tecnologias e, consequentemente, às novas necessidades dos trabalhadores.
Não haveria lógica um organismo de tamanha importância se quedar parado no tempo, pois, caso tal fato
ocorresse, hoje não estaríamos estudando e reverenciando a importância da OIT no cenário trabalhista
mundial.
Contudo, o centenário da OIT é apenas o início de uma longa jornada que este organismo enfrentará, haja
vista que as relações de trabalho a cada dia mais se modificam, demonstrando sua plasticidade e a
necessidade de sua firme atuação na promoção dos direitos sociais dos trabalhadores.
5.Quarta Revolução Industrial: a era da robotização e da inteligência artificial
As três revoluções industriais que o mundo já enfrentou tiveram seu estopim em países desenvolvidos,
sendo a primeira mais conhecida, quando nasceram as máquinas movidas à vapor e água na Inglaterra, ao
final do século 18.

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Em seguida, a segunda revolução industrial nasceu do emprego da energia elétrica, para mover estas
máquinas, proporcionando uma linha de produção mais ágil e produtiva. A terceira, ocorrida no século XX,
se deu em razão do emprego da informática, trazendo ainda mais agilidade.
Essas revoluções tiveram como fundamento o mesmo motivo: maior produção, em menos tempo e com
menores custos, de modo a aumentar os lucros.
A cada dia vivemos com maior dependência do recebimento rápido de informações, produtos e serviços.
Diante disso, a produção e a prestação destes serviços precisa a cada dia ser mais ágil, o que geraria, em
tese, maiores custos com mão de obra especializada.
Ciente disso, a tecnologia avança, retirando do ser humano atividades antes por este realizada, com a
criação de máquinas, robôs e softwares capazes de substituir a mão de obra humana, com ganhos em
velocidade, qualidade e quantidade.
Estima-se que, no mundo, cerca de 192 milhões de pessoas estarão em situação de desemprego no ano de
2017, sendo 5,6% da população mundial, segundo a OIT, números esses com tendência à sensível
alteração nos próximos anos35.
Além disso, espera-se que, até 2025, um a cada três postos de trabalho possa ser extinto, para que
tecnologias equivalentes possam assumir, assim como espera-se que várias profissões deixem de existir36.

Segundo levantamento pela EPSJV/Fiocruz37,


“[...] estudo apresentado em 2017 pela consultoria americana McKinsey & Company diz que cerca de 800
milhões de profissionais poderão perder seus empregos até 2030. O relatório analisou 800 profissões em
46 países e constatou que até um terço dos trabalhos atuais poderá ser automatizado daqui a 12 anos.”
Dessa forma, vivemos a Quarta Revolução Industrial, vez que os robôs, assim como a inteligência artificial
têm tomado, cada vez mais, o lugar da mão de obra humana em funções braçais, utilizando-se de
verdadeira união das tecnologias, a exemplo das montadoras de veículos e fábricas de alta escala.
Tal fato, a nosso ver, gerará no futuro grande crise no mercado de trabalho, vez que atividades que
demandam de pouca instrução e muito trabalho braçal se tornarão cada vez mais escassas, haja vista que
a tecnologia vem encontrando saídas para tais necessidades.
Ou seja, estima-se que, em alguns anos, haverá um crescente número de desempregados, que perderão
seus empregos para máquinas e robôs, fazendo com que esses futuros desempregados se sujeitem a
trabalhos em piores condições, em verdadeiro retrocesso à todas as conquistas já efetivadas pela OIT.
Klaus Schwab entende que existe
“[...] um cenário desafiador para os países de baixa renda, isto é, saber se a quarta revolução industrial
levara a uma grande ‘migração’ das fabricantes mundiais para as economias avançadas, algo bastante
possível caso o acesso a baixos salários deixe de ser um fator de competitividade das empresas.”38
O autor, ainda, complementa:
“se e como as economias em desenvolvimento podem aproveitar as oportunidades da quarta revolução
industrial será uma questão importantíssima para o mundo; e essencial que sejam feitas mais pesquisas e
reflexões para compreendermos, desenvolvermos e adaptarmos as estratégias necessárias.”
Chamamos a atenção ao Brasil, que possui população com níveis educacional e financeiro baixos, sendo
considerado um país subdesenvolvido e que recebe, com atraso, todas as novidades tecnológicas, de modo
que poderá existir grande impacto na economia do país em razão dos aumentos dos índices de
desemprego, ante a redução do poder econômico do brasileiro.
Importante destacar, inclusive, que o Brasil (bem como outros países subdesenvolvidos), em que pese ter
real aumento do número de vagas nas universidades e, consequentemente, levado ao mercado mais
profissionais em diversas áreas, ainda é conhecido pela quantidade de trabalhadores que destinam sua
mão de obra em serviços que exigem menos ou nenhum estudo, sendo exemplo a grande quantidade de
brasileiros que imigram para países como os Estados Unidos para trabalharem em funções como a de
jardineiro, pedreiro, operador de caixa, atendente de fast food, empurrador de carrinhos em
hipermercados etc.
Por outro lado, tem se tornado realidade que, em grandes redes e empresas, a extinção de funções
tradicionalmente realizadas por pessoas, como operadores de caixa, cobradores em ônibus, ascensoristas,
porteiros etc., o que gera desemprego para essa faixa da população trabalhadora.

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No Brasil, com a instabilidade gerada pelas crises econômica e política que vêm se arrastando, podemos
experimentar um pouco desse cenário, vez que os números do desemprego e do trabalho informal vêm
crescendo de forma desenfreada, com o fechamento de postos de trabalho e abertura de novos postos
aquém do esperado, com remuneração mais baixa.
Ademais, em recente notícia publicada no site brasileiro das Nações Unidas, tem-se a informação de que
“sem investimentos em educação e infraestrutura, o Brasil “vai ser atropelado” pela revolução digital”39.
Dessa forma, pelos próximos anos o Brasil (assim como países na mesma situação) necessitará de
esforços efetivos por parte do Governo, com apoio e/ou acompanhamento de entidades como a OIT e a
ONU, para que sejam realizadas políticas públicas de prevenção de aumento das taxas de desemprego, em
razão da chegada de novas tecnologias e da inteligência artificial, bem como para capacitar os profissionais
de forma que estes passem a ser competitivos no mercado de trabalho.
6.Desafios da OIT para os próximos anos
As recentes mudanças no cenário do Direito Internacional do Trabalho, que vem sofrendo constantes
adaptações em razão do avanço da tecnologia fez com o que a OIT esteja numa fase de reflexão40 e, até,
de necessidade de se reafirmar, pela quarta vez.
Daí questiona-se: como poderia a OIT se quedar inerte diante deste cenário?
Dessa forma, será um grande desafio para a OIT encontrar meios de equilibrar o avanço da tecnologia com
o mercado de trabalho mundial, em panorama parecido ao da Revolução Industrial, mas com maior grau
de dificuldade.
Tomamos a liberdade de comparar os avanços atuais à Primeira Revolução Industrial, mas com uma nova
roupagem, mais ágil e até agressiva, tendo em vista que com o conhecimento e os subsídios atuais,
novidades surgem a cada dia com o intuito de aumentar os lucros, reduzindo o tempo e o custo da
produção.
Ciente disso, a OIT anunciou que, em antecipação ao seu 100º aniversário, está em fase de
implementação de sete Iniciativas do Centenário, demonstrando que está ciente das mudanças e que “está
se preparando para poder compreender e responder às mudanças no mundo do trabalho e para ter um
papel de liderança perante o desafio global de garantir trabalho decente para todos os homens e
mulheres41”, bem como foi lançado, pelo Diretor-Geral, um relatório, no ano de 2015, durante a
Conferência Internacional do Trabalho (104ª Sessão), que aduz em suas primeiras páginas a preocupação
da OIT com o futuro:
“O Conselho de Administração aprovou de imediato as sete iniciativas 1 e apresentou orientações
importantes para a sua concretização. De qualquer modo, tendo em conta a importância central da
reflexão sobre o futuro do trabalho digno para o processo de reforma em curso no âmbito da OIT, um outro
debate em sessão plenária, a partir deste relatório, parece ser necessário por duas razões. Por um lado,
para destacar a iniciativa sobre o futuro do trabalho e suscitar o interesse político e a mais ampla
participação possível e, por outro lado para dar uma estrutura e uma orientação a uma reflexão que a
priori parece dever centrar-se sobre desafios muito diversos e complexos. Estes dois aspetos condicionam
o sucesso da iniciativa e é muito provável que este sucesso, ele mesmo, determine em grande medida a
pertinência e a influência da ação da OIT ao longo do seu segundo século de existência.”42
Assim, nasceu um relatório na Organização, denominado “Rumo ao centenário da OIT: Realidades,
renovação e compromisso tripartite”43, tendo sido apresentadas várias nuances do que se pode esperar do
segundo centenário da OIT que está próximo de se iniciar, unindo a sociedade ao mundo acadêmico,
interessados e demais atores importantes44, e tendo sido realizados diálogos nacionais abrangendo quatro
áreas: “trabalho e sociedade, trabalho decente para todos, a organização do trabalho e da produção e a
governança do trabalho”, assim como lançou algumas iniciativas a serem tomadas, de forma antecipada ao
primeiro centenário da OIT, como: (I) a iniciativa para o fim da pobreza; (II) iniciativa sobre Mulheres no
Trabalho; (III) Iniciativa verde; (IV) Iniciativa sobre Normas; (V) Iniciativa sobre empresas; (VI) Iniciativa
sobre Governança; e (VII) o futuro da iniciativa do trabalho.
Portanto, entende-se que a OIT se faz cada dia mais essencial na promoção dos direitos trabalhistas e
sociais, uma vez que os trabalhadores dos países que contam com maior implantação de novidades
tecnológicas em suas linhas de produção encontram maiores índices de desemprego e dificuldade de
recolocação no mercado, obrigando-os a (i) mudar de área de atuação; (ii) especializar-se cada vez mais;
ou (iii) ceder a piores condições de trabalho, seja com salários ou benefícios piores, até a renúncia de
direitos básicos45.
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Diante desse cenário, a OIT tem apresentado preocupação, estudos e números acerca dos números de
desempregados, empregos vulneráveis e robôs industriais, mas espera-se a firme atuação na promoção do
trabalho decente, melhores condições de trabalho e salários, assim como mecanismos para que haja o
mínimo impacto possível no número de postos de trabalho.
O Relatório do Diretor-Geral da OIT prevê, ainda, a necessidade de “um amplo campo de reflexão para dar
à iniciativa sobre o futuro do trabalho a estrutura e a orientação que ela precisa para produzir resultados
concretos”46, em especial porque o trabalho ainda é necessidade fundamental no mundo atual e a
produção de subsistência ainda é importante, por absorver grande número de trabalhadores.
E, complementa:
“A evolução do mundo do trabalho, independentemente do que pensarmos sobre o assunto, é o resultado
de uma multiplicidade de decisões tomadas aos níveis nacional e internacional, tanto na esfera pública
como privada e em todos os domínios. Do mesmo modo, e apesar da dinâmica da mudança já observada e
de algumas realidades duras, o futuro do trabalho será o que fizermos dele. O desafio consiste em fazer o
que realmente desejamos.”47
Por outro giro, o Diretor-Geral da OIT, em seu relatório, não vê com total pessimismo as mudanças que o
mercado de trabalho vem enfrentando, de modo que vislumbra, inclusive, a possibilidade das pessoas
alcançarem posições profissionais melhores, vejamos:
“Uma outra visão, menos pessimista, acerca do futuro do trabalho enfatiza as liberdades e oportunidades
que podem surgir de mercados de trabalho dinâmicos, oferecendo, como nunca, opções e recompensas
aos indivíduos dispostos a aproveitar essas liberdades e oportunidades e que têm as necessárias
competências. O crescimento da economia baseada no conhecimento valoriza as capacidades cognitivas e
oferece novas perspectivas para enriquecer o conteúdo e significado do trabalho. Confere ao indivíduo um
maior controle sobre a sua vida profissional, o que representa uma melhoria significativa sobre a
fragmentação e a rotina no trabalho, por vezes extenuante como nos tempos da era industrial ou pré-
industrial.”48
No relatório já exaustivamente citado, o Diretor-Geral da OIT entende como prematura conclusões sobre o
futuro do trabalho diante da evolução da tecnologia, ante o fato de ser um momento incerto e que ainda se
encontra em mudanças. Contudo, reconhece que o número de profissionais assalariados tende a cair,
dando espaço para a informalidade, de modo que a OIT terá que buscar, novamente, entender as
consequências dessa mudança do cenário laboral e como a OIT deverá se posicionar para manter sua
busca pela justiça social49.
Desta feita, como já ocorreu por várias vezes durante seu centenário, a OIT poderá encontrar novos
desafios na busca de seus objetivos, bem como durante a fiscalização do cumprimento das Convenções.
Conclusão
Desde o nascimento da Organização Internacional do Trabalho, é possível notar que o mundo do trabalho
se modificou completamente, o que influenciou no trabalho da própria Organização, haja vista que as
necessidades foram se modificando, tanto pelo avanço da tecnologia, quanto pela conquista de alguns
objetivos da Organização. Contudo, seus objetivos, dentro deles a promoção do trabalho decente não se
alterou, mas o caminho para seu alcance sim.
Exemplo disso são as 189 Convenções, assim como as recomendações e relatórios, parcerias e
cooperações técnicas firmadas neste primeiro centenário e sua participação em momentos sensíveis do
trabalho internacional.
Dessa forma, o momento atual do mercado de trabalho, face à quarta revolução industrial, que mais uma
vez revoluciona com a extinção de postos de trabalho e criação de novas profissões não tem passado em
branco pela Organização, que desde 2015, com a proximidade de seu centenário já observou tais fatos e já
se posicionou sobre, tendo lançado sete iniciativas para serem aplicadas até seu centenário, que ocorrerá
em 2019.
Assim, não se pode descartar a possibilidade de a OIT, em seu centenário, se reafirmar pela quarta vez,
haja vista que o aumento do desemprego mundial, concomitantemente com a extinção de profissões
“braçais” (especialmente em países com baixo nível de instrução) e criação de outras profissões que
poderão depender de grande preparo técnico por parte dos profissionais poderão alterar, novamente, os
caminhos da OIT para o sucesso da promoção do trabalho decente.
Além disso, espera-se (e tem-se certeza) da OIT, pelos próximos anos, que ainda seja destaque na busca
pelos direitos fundamentais e pelo bem-estar dos trabalhadores, haja vista que será cada vez mais
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necessário nos próximos anos, em razão do avanço da tecnologia.


Conclui-se, portanto, que a OIT se faz cada dia mais essencial na promoção e na fiscalização dos direitos
trabalhistas e sociais, vez que os trabalhadores dos países que contam com maior implantação de
novidades tecnológicas em suas linhas de produção poderão encontrar maiores índices de desemprego e
dificuldade de recolocação no mercado.

1 OIT Brasília. Conheça a OIT. Disponível em: [www.ilo.org/brasilia/conheca-a-oit/lang--pt/index.htm].


Acesso em: 08.10.2018.

2 OLIVEIRA, Sebastião Geraldo de. Estrutura normativa da segurança e saúde do trabalhador no Brasil.
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg. Belo Horizonte, v. 45, n. 75, p.107-130. jan.-jun. 2007.

3 OIT Brasília. Ob. cit.

4 VALTICOS, Nicolas. Derecho internacional del trabajo. Madrid: Tecnos, 1977. p. 90.

5 MORAES FILHO, Evaristo de. Tratado elementar de direito do trabalho. 2. ed. Rio de Janeiro: Freitas
Bastos, 1965. v. 1. p. 348.

6 OIT Brasília. Ob. cit.

7 SÜSSEKIND, Arnaldo. Convenções da OIT. 2. ed. São Paulo: LT R, 1998. p. 19.

8 SÜSSEKIND, Arnaldo. Direito internacional do trabalho. 3. ed. São Paulo: LTr, 2000. p. 122.

9 GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Trabalho decente na organização internacional do trabalho e direitos
fundamentais sociais no estado democrático de direito.Rev. De Direito Constitucional e Internacional.
RDCI, v. 99. jan.-fev. 2017.

10 GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Ob. cit.

11 ILO. Relatório do Diretor-Geral. Relatório I: O futuro do trabalho: iniciativa do centenário. p. 17.

12 THE NOBEL PRIZE. The Nobel Peace Prize 1969. Disponível em: [http://nobelprize.org/nobel_prizes/
peace/laureates/1969/]. Acesso em: 15.10.2018.

13 PADILHA, Norma Sueli; PIETRO, Josilene Hernandes Ortolan Di. A contribuição da OIT na construção da
tutela internacional do direito ao meio ambiente do trabalho equilibrado. Rev. Fac. Direito UFMG. Belo
Horizonte, n. 70, p. 529- 559. jan.-jun. 2017. p. 529-559.

14 ILO. Constituição da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e seu anexo (Declaração de Filadélfia.

15 VALTICOS, Nicolas. Ob. cit., p. 92-93.

16 MORAES FILHO, Evaristo de. Tratado elementar de direito do trabalho. 2. ed. Rio de Janeiro: Freitas
Bastos, 1965. v. 1. p. 348.

17 CRUZ, Claudia Ferreira. A declaração sociolaboral do Mercosul: histórico, conteúdo e perspectivas


atuais. In: MANNRICH, Nelson; FERNANDES, Reinaldo de Francisco. (Org.). Temas contemporâneos de
direito do trabalho. São Paulo: LTr, 2016. v. p. 51-58.

18 Para uma melhor compreensão dos aspectos históricos e principais detalhes referentes à adoção desta
Declaração ver, entre outros, CRUZ, Claudia Ferreira. Os direitos fundamentais dos trabalhadores e a Carta
Sociolaboral do Mercosul. São Paulo: LTr, 2006.

19 OIT. Declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho. Disponível em:
[www.ilo.org/public/english/standards/declaration/declaration_portuguese.pdf]. Acesso em: 07.10.2018.

https://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/delivery/document 9/11
04/11/2020 Envio | Revista dos Tribunais

20 ILO. Declaração da OIT sobre os princípios e direitos fundamentais no trabalho. Disponível em:
[www.ilo.org/public/english/standards/declaration/declaration_portuguese.pdf]. Acesso em: 17.10.2018.

21 ILO. Ob. cit.

22 CRUZ, Claudia. Os direitos fundamentais dos trabalhadores e a carta sociolaboral do Mercosul. São
Paulo: LTr, 2005. p.42-43.

23 CRUZ, Claudia. Ob. cit., p. 43.

24 CRUZ, Claudia Ferreira. Ob. cit., p. 43-44.

25 CRUZ, Claudia Ferreira. Ob. cit., p. 44.

26 CRUZ, Claudia Ferreira. Ob. cit., p. 44-45.

27 CRUZ, Claudia Ferreira. Ob. cit., p. 45-46.

28 CRUZ, Claudia Ferreira. Ob. cit., p. 47.

29 OIT Brasília. OIT no Brasil. Disponível em: [www.ilo.org/brasilia/conheca-a-oit/oit-no-brasil/lang--pt/


index.htm]. Acesso em: 08.10.2018.

30 OIT Brasília. Ob. cit.

31 ILO. Conheça a OIT. Disponível em: [www.ilo.org/brasilia/conheca-a-oit/lang--pt/index.htm]. Acesso


em: 15.10.2018.

32 ILO. Trabalho Decente. Disponível em: [www.ilo.org/brasilia/temas/trabalho-decente/lang--pt/


index.htm]. Acesso em: 15.10.2018.

33 CAMPOS, André Gambier. Direito ao trabalho: considerações gerais e preliminares. Texto para discussão
1587. Brasília: IPEA, 2011.

34 PADILHA, Norma Sueli; PIETRO, Josilene Hernandes Ortolan Di. Ob. cit., p. 529-559.

35 OIT. Perspectivas Sociais e de Emprego no Mundo: Tendências 2018. OIT: desemprego e déficits de
trabalho decente continuarão altos em 2018. Publicado em: 22.01.2018. Disponível em: [www.ilo.org/
brasilia/noticias/WCMS_615927/lang--pt/index.htm]. Acesso em: 28.09.2018.

36 EVANGELISTA, Ana Paula. Seremos líderes ou escravos da Indústria 4.0? EPSJV/Fiocruz. Disponível em:
[www.epsjv.fiocruz.br/noticias/reportagem/seremos-lideres-ou-escravos-da-industria-40]. Acesso em:
30.09.2018.

37 EVANGELISTA, Ana Paula. Ob. cit.

38 SCHWAB, Klaus. A quarta revolução industrial. Trad. Daniel Moreira Miranda. São Paulo: Edipro.
Disponível em: [https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4212041/mod_folder/content/0/
Schwab%20%282016%29%20A%20quarta%20revolucao%20industrial.pdf?forcedownload=1].

39 ONU. Brasil ‘vai ser atropelado’ por revolução digital e automação, avalia especialista. Publicado em
23.09.2018. Disponível em: [https://nacoesunidas.org/brasil-vai-ser-atropelado-por-revolucao-digital-e-
automacao-avalia-especialista/]. Acesso em: 30.09.2018.

40 BARROSO, Márcia Regina. A OIT, o Ministério do Trabalho e Emprego, e o Ministério Público do Trabalho:
o “trabalho decente” no Brasil. Ciências Sociais Unisinos. São Leopoldo, v. 51, n. 3, p. 361-374, set.-dez.
2015.

41 OIT Brasília. Futuro do trabalho. Disponível em: [www.ilo.org/brasilia/temas/fow/lang--pt/index.htm].


Acesso em: 08.10.2018.

https://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/delivery/document 10/11
04/11/2020 Envio | Revista dos Tribunais

42 ILO. Relatório do Diretor-Geral. Relatório I: O futuro do trabalho: iniciativa do centenário, p. 2

43 ILO. Reporte of the Director-General – I(A). Towards the ILO centenary: Realities, renewal and
tripartite commitment. Disponível em: [www.ilo.org/ilc/ILCSessions/102/reports/reports-submitted/
WCMS_213836/lang--pt/index.htm], p. 1. Acesso em: 08.10.2018.

44 PARANÁ, Tribunal Regional do. OIT e o Futuro do Trabalho. Publicado em 18.04.2017. Disponível em:
[www.trt9.jus.br/portal/noticias.xhtml?id=6416140]. Acesso em: 08.10.2018.

45 ILO. Ob. cit., p. 28.

46 ILO. Ob. cit., p. 9

47 ILO. Relatório do Diretor-Geral. Relatório I: O futuro do trabalho: iniciativa do centenário, p. 7-8.

48 ILO. Ob. cit., p. 10-11.

49 ILO. Ob. cit., p. 14-15.

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