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Legislações em

saúde do trabalhador
Prof.º Cylan Marques Delgado

Descrição

Conceituação-histórica de legislações da saúde e da segurança no


ambiente de trabalho. Os fundamentos da convenção da Organização
Internacional do Trabalho (OIT) e da Organização Pan-Americana da
Saúde (OPAS). Adaptações da política nacional da saúde do trabalhador
e os avanços nos programas de segurança nas empresas.

Propósito

A expansão da Psicologia Organizacional e sua aplicação em diversos


campos da empresa tem mostrado a importância de novas atuações,
como a Psicologia do Trabalho e a Psicologia da Segurança. Cada vez é
mais importante prevenir doenças e riscos nas áreas da saúde e da
segurança do trabalhador. A área da segurança do trabalho pode
promover prevenção e intervenção de melhoria contínua, em parceira
com os profissionais de Psicologia.

Objetivos
Módulo 1

Convenção da Organização Internacional do


Trabalho (OIT) e Organização Pan-Americana
da Saúde (OPAS)
Identificar a importância da convenção da OIT e da OPAS para a
proteção do trabalhador.

Módulo 2

Política Nacional de Segurança e Saúde no


Trabalho (PNSST)

Reconhecer a construção da Política Nacional de Segurança e Saúde


do Trabalho (PNSST) e os aspectos de sua atual implementação na
legislação.

Módulo 3

Programa de segurança nas empresas

Reconhecer os programas de segurança nas empresas estabelecidos


pela legislação pela legislação, com as normas regulamentadoras.

meeting_room
Introdução
À primeira vista, um conteúdo denominado Legislações em
Saúde do Trabalhador não parece trazer qualquer tipo de
interesse para alguém que esteja fazendo um curso de
Psicologia. No entanto, conhecer como esse ordenamento
jurídico influencia a vida das pessoas, em especial a do
trabalhador, pode auxiliar o psicólogo a compreender melhor ou
mesmo identificar os motivos de determinado comportamento
em seus pacientes.

Para isso, precisamos conhecer como surgiu a Organização


Internacional do Trabalho (OIT), como funciona, quais são suas
peculiaridades e para que servem suas convenções. Depois
disso, é preciso aprender também sobre a Organização Pan-
Americana de Saúde (OPAS), como atua, como identifica os
países americanos mais carentes em relação à saúde e, ainda,
quais são as formas utilizadas de cooperação entre os países.
Em seguida, vamos estudar seus aspectos e como funciona a
atual Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalho
(PNSST). Entender a base para a sua construção e que tipos de
cuidados foram dados à seguridade do trabalhador nessa
política.

Por fim, vamos conhecer os direitos conquistados pelos


trabalhadores, previstos em lei, e por que são necessárias as
normas que regulamentam vários tipos de atividades
ocupacionais e, ainda, os programas de saúde e segurança
criados por essas normas.
1 - Convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)
Ao final deste módulo, você será capaz de Identificar a importância da convenção da OIT e da
OPAS para a proteção do trabalhador.

Histórico da OIT
As especificidades da relação trabalho e saúde envolvem aspectos de
organização, processo e condições de trabalho. A compreensão da
vivência subjetiva no trabalho e as complexas interações com o
aparelho psíquico humano repercutem de forma positiva ou negativa
sobre a saúde mental dos trabalhadores. Portanto, as convenções da
Organização Internacional do Trabalho (OIT) e suas incorporações nas
leis trabalhistas têm influência no campo de trabalho do psicólogo,
principalmente no estabelecimento da relação causal entre o
adoecimento/sofrimento psíquico e o trabalho.

Após a Primeira Guerra Mundial, em 1919, a OIT foi constituída pelo


Tratado de Versalhes. Sua criação foi inspirada pelo sentimento de
justiça social e pela sua importância para a manutenção da paz. Seu
objetivo era evitar que as condições de trabalho entre as nações fossem
muito distintas, tendo-se em vista o estabelecimento de um padrão
internacional a ser seguido.
A cidade de Genebra, na Suíça, foi estabelecida como sede da OIT em
1920, sendo Albert Thomas seu primeiro diretor-geral. Constituída como
pessoa jurídica de Direito Internacional, a OIT possibilitou que as
imunidades e os privilégios de suas representações fossem
assegurados como pessoas de direito público externo.

Vamos agora conhecer alguns marcos importantes na história da OIT:

hourglass_full Em 1926

Durante a Conferência Internacional do Trabalho, a


OIT criou uma Comissão de Peritos, sendo uma
relevante inovação para supervisionar a aplicação
de normas. Composta por juristas independentes,
essa comissão tinha como função examinar os
relatórios que chegavam dos governos em relação
à aplicação de convenções aprovadas por seus
países, chamadas de “memórias”. Com isso,
relatórios passaram a ser elaborados por essa
comissão para que fossem apresentados
anualmente na conferência. Desde então, o
mandato da Comissão de Peritos teve de ser
ampliado para que fossem incluídas as “memórias”
sobre convenções e recomendações que não foram
ratificadas.
hourglass_full Em 1932

Após treze anos como diretor-geral da OIT, Albert


Thomas faleceu, deixando como legado uma forte
presença da OIT em todo o mundo. Foi sucedido
por Harold Butler, que teve de enfrentar de imediato
um problema de desemprego em massa em
consequência da Grande Depressão, iniciada em
outubro de 1929, com a forte queda da Bolsa de
Valores de Nova York. Contudo, nesse cenário de
recessão, as convenções até então adotadas pela
OIT ofereciam pelo menos um conforto mínimo aos
desempregados.

hourglass_full Em 1940

Durante o começo da Segunda Guerra Mundial, que


irrompeu no coração da Europa, em 1940, a OIT
precisou ser transferida temporariamente para
Montreal, no Canadá. Quatro anos mais tarde, os
delegados da Conferência Internacional do Trabalho
anexaram a Declaração de Filadélfia à Constituição
da OIT, sendo até hoje a sua Carta de princípios e
objetivos.
hourglass_full Em 1944

Refirmando o princípio de que a paz permanente


tem de estar baseada na justiça social, a
Declaração de Filadélfia foi criada para estabelecer
valores e princípios básicos da OIT, que
permanecem até hoje, com quatro ideias
fundamentais: i) o trabalho deve ser fonte de
dignidade; ii) o trabalho não é uma mercadoria; iii) a
pobreza, seja onde for, é uma ameaça à
prosperidade; e iv) todos os seres humanos têm o
direito de perseguir o seu bem-estar material em
condições de liberdade e dignidade, igualdade de
oportunidade e segurança econômica.

Declaração dos Direitos e Princípios


Fundamentais no Trabalho

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, é criada a Organização


das Nações Unidas (ONU), tendo como finalidade a manutenção da paz
por meio do diálogo entre os países. Em 1946, a OIT passa a ser a sua
primeira agência especializada.

No final do século XX, em 1998, a Conferência Internacional do Trabalho


estabeleceu a Declaração dos Direitos e Princípios Fundamentais no
Trabalho. Esses direitos e princípios foram estabelecidos como:

1. respeito à liberdade sindical e de associação e o reconhecimento


efetivo do direito de negociação coletiva;
2. a eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou
obrigatório;
3. a abolição efetiva do trabalho infantil;
4. a eliminação da discriminação em matéria de emprego e
ocupação.

Em junho de 2008, pouco antes da crise econômica de 2008, durante


sessão da Conferência Internacional do Trabalho, foi legitimado pelos
seus representantes um dos mais importantes documentos da OIT:
a Declaração sobre Justiça Social para uma
Globalização Equitativa. Essa declaração é uma das
primeiras manifestações de um organismo
internacional sobre o mundo globalizado.

Naquela época, 80% da população mundial não tinham acesso a


regimes de previdência social e já havia um desequilíbrio crescente no
processo de globalização. Com a eclosão da crise, três meses depois,
as desigualdades de renda aumentaram mais ainda e houve uma
distribuição muito desigual de seus benefícios, tanto entre países como
no seu interior.

Estrutura da OIT
Agraciada com o Prêmio Nobel da Paz em 1969, a OIT é a única agência
da ONU cuja estrutura é tripartite, isto é, participam, em situação de
igualdade nas diversas instâncias da instituição, representantes de
organizações de trabalhadores, de empregadores e de governos de 187
Estados-membros.

A estrutura da OIT é composta por três órgãos, como veremos a seguir:

Conferência Internacional do Trabalho


Assembleia geral de todos os Estados-membros da organização, é o
órgão supremo da OIT. Elabora a regulamentação internacional do
trabalho e de problemas relacionados por meio de convenções,
recomendações e resoluções.

Conselho de Administração
Órgão que administra a OIT, que é feita de forma colegiada.

Repartição Internacional do Trabalho


Órgão que compõe a secretaria técnico-administrativa da OIT. Entre
suas atribuições de destaque estão as publicações periódicas e
eventuais sobre a legislação comparada e os aspectos doutrinários e
técnicos referentes aos problemas que interessam à OIT.
A OIT tem como responsabilidade conceber e aplicar as normas
internacionais do trabalho (convenções e recomendações). Como as
convenções da OIT têm natureza de tratado-lei, de tratado internacional,
uma vez ratificadas por decisão soberana de um país, as convenções
passam a fazer parte de seu ordenamento jurídico.

Embora concebida originalmente como uma instituição de


personalidade jurídica própria, já vimos que a OIT passou a atuar como
organismo especializado da ONU logo após a Segunda Guerra Mundial.

Entretanto, sua natureza de pessoa jurídica de Direito Internacional foi


mantida, mesmo com o estabelecimento desse vínculo, preservando-se
assim as imunidades e os privilégios de suas representações.

Tendo assumido o posto de diretor-geral da OIT em 1999, o chileno Juan


Somavia, em um dos seus discursos anteriores à crise econômica de
2008, conseguiu de forma sintética renovar para o século XXI os
principais objetivos da OIT, sem deixar de reafirmar os anteriores.
Enfatizou a importância da organização em fazer do trabalho decente
um objetivo internacional estratégico e promover uma globalização
justa. Destacou também o trabalho como um instrumento de
suavização da pobreza e o papel da OIT em ajudar a alcançar os
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs), incluindo a redução
da pobreza mundial pela metade até 2015.

Convenções da OIT

As convenções da OIT são tratados-leis (normativos) multilaterais que


têm por objetivo regular certas relações sociais abertas à aprovação de
seus Estados-membros. Sendo assim, terminam por estabelecer
obrigações internacionais para os Estados que as ratificam.

As obrigações podem ser classificadas das três formas a seguir:

Autoaplicáveis
Não precisam de regulamentação complementar para que suas
disposições sejam aplicadas.

De princípios
Dependentes de atos regulamentares para serem efetivamente
aplicadas.

Promocionais
Fixam objetivos e definem programas para que sejam executados pelo
Estado-membro.

Essas obrigações internacionais com relação às convenções ratificadas


são de fato cobradas dos Estados-membros, tendo em vista que
constam no art. 19, alínea 5, letra “b” da Constituição da OIT. Em resumo,
essas exigências têm como finalidade transformar as convenções
aprovadas na organização em lei nos Estados-membros ou que sejam
tomadas medidas complementares. Para isso, cada um dos Estados
tem o compromisso de submetê-las à autoridade competente para a
matéria em determinado prazo. Talvez, por causa disso, uma vez
elaborados e apresentados os tratados-leis multilaterais nas
convenções da OIT, os Estados-membros as ratificam só algum tempo
depois, muitas vezes passados dez, até vinte anos.

Desde a sua criação, em 1919, os membros tripartites


da OIT adotaram 189 convenções internacionais de
trabalho e 205 recomendações sobre diversos temas
(emprego, proteção social, recursos humanos, saúde e
segurança no trabalho, trabalho marítimo etc.).

Quando ratificadas, as convenções da OIT têm o condão de influenciar


de alguma forma a condição de vida e o bem-estar do trabalhador e,
consequentemente, interferem nas práticas psicológicas aplicadas à
saúde do trabalhador. Como a atuação da(o) psicóloga(o) pode estar
delimitada por determinações legais (como no caso da vigilância) e
subsidiar a concessão de benefícios previdenciários (auxílio-doença e
aposentadoria por invalidez, por exemplo) e trabalhistas (direito à
reintegração), vamos conhecer um pouco mais de perto o conteúdo de
apenas três das convenções da OIT, que trataram da segurança e saúde
do trabalhador de uma maneira geral:

Convenção 155 expand_more

Adotada na OIT em 1981, foi incorporada no ordenamento


jurídico brasileiro em 1994 e dispõe sobre Segurança e Saúde
dos Trabalhadores e o Meio Ambiente de Trabalho. Estabelece
que cada Estado-membro, consultando as suas organizações
mais representativas de empregadores e trabalhadores, tem o
dever de formular, implementar e rever periodicamente uma
política nacional de segurança e saúde no trabalho. Visa à
prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho
minimizando os riscos à saúde presentes nos locais de trabalho.

Convenção 161 expand_more

Ratificada pelo Brasil em 1990, foi aprovada na OIT em 1985 e


delibera sobre serviços e saúde do trabalho. Estabelece que todo
Estado-membro deve instituir, progressivamente, serviços de
saúde no trabalho para todos os trabalhadores, adequando-se e
correspondendo-se aos riscos específicos das empresas. Visa à
manutenção de um ambiente de trabalho seguro e salubre,
favorecendo uma saúde física e mental ótima em relação ao
trabalho; e à adaptação de atividades laborais às capacidades
dos trabalhadores, de acordo com o seu estado de sanidade
física e mental.

Convenção 187 expand_more

Adotada na OIT em 2006, dispõe sobre a Estrutura de Promoção


da Segurança e Saúde no Trabalho. Embora até 2020 não tenha
sido integrada às leis trabalhistas brasileiras, indica a
necessidade de fomento ininterrupto de uma cultura preventiva,
ressaltando que os Estados-membros devem dar importância e
comprometer-se com uma melhoria contínua da segurança e
saúde no trabalho.

Pessoas e comunidades são afetadas de formas diferentes quando


enfrentam situações de urgência e/ou de crise causadas por desastres
naturais ou acidentes. Estudos realizados pela Organização Mundial de
Saúde (OMS) concluíram que, logo após terem sido expostas a um
evento traumático, as pessoas em situação de estresse agudo deveriam
receber os primeiros cuidados psicológicos em substituição ao
debriefing psicológico. Como isso não envolve uma discussão
detalhada sobre o evento que causou o sofrimento, nem é algo apenas
para profissionais, a OPAS no Brasil traduziu para o português um guia
para trabalhadores de campo com informações simples e acessíveis
para oferecer assistência direta a indivíduos e comunidades.
O exemplo a seguir dá uma pequena ideia da importância e da
contribuição da OPAS na saúde dos povos americanos.

Histórico da OPAS

Sede da OPAS em Washington.

Fundada em 1902, com sede em Washington D.C., Estados Unidos, a


OPAS é a agência internacional especializada em saúde pública mais
antiga do mundo. Com 27 representações nos países e três centros
especializados na região, a OPAS possui um braço executivo, que é
denominado Repartição Sanitária Pan-Americana (RSPA) ou
simplesmente Repartição.

A OPAS tem como objetivos:

looks_one Melhorar e proteger a saúde da população das


Américas.

looks_two Oferecer cooperação técnica em saúde a seus


países-membros.

looks_3 Combater doenças transmissíveis.

looks_4 Atacar as enfermidades crônicas e suas causas.


looks_5 Fortalecer os sistemas de saúde e responder a
emergências e desastres.

Sendo assim, as ações da OPAS terminam por propiciar decisões com


base em evidências, a fim de melhorar e promover a saúde como motor
do desenvolvimento sustentável.

Embora seja uma agência especializada em saúde do Sistema


Interamericano, a OPAS tem ainda outra vertente institucional. Atua
também como escritório regional para as Américas da OMS, a agência
da ONU especializada em saúde.

Com a evolução da saúde nos últimos anos tanto em ambientes


regionais quanto em nível mundial, a OPAS vem se adequando e
expandindo suas capacidades para que seus objetivos sejam mantidos.
Com isso, torna-se capaz de dar apoio aos Estados-membros com mais
eficácia, conforme tem propiciado melhorias à saúde e ao bem-estar na
região.

Essas novas formas de enxergar a saúde em consequência do seu


aperfeiçoamento foram assumidas como uma evolução do papel da
OPAS no desenvolvimento da saúde, sendo assim apresentadas no
Plano Estratégico da OPAS (Equidade, o coração da saúde) para o
período 2020-2025. Três delas estão explanadas na sequência.

Um novo índice de necessidades em saúde

A OPAS possui um índice elaborado em conjunto com Estados-


membros, que tem por objetivo medir as necessidades da saúde.

Conhecido como Health National Index (HNI) (Índice de Necessidades


de Saúde), foi utilizado na sua última atualização (2012) com dois
propósitos: i) determinar que países nas Américas precisam da
assistência da OPAS (países-chave); e ii) calcular o componente
baseado nas necessidades da fórmula da Política do Orçamento de
2012.
Para o período 2020-2025, os Estados-membros propuseram a
concepção de um novo índice de necessidades de saúde e uma política
orçamentária com base no que foi aprendido com HNIs anteriores.

Após uma análise detalhada do grupo consultivo, foi aprovado o Índice


de Saúde Sustentável ampliado mais (SHIe+), calculado pela média
geométrica de seis índices, cujas dimensões são definidas a seguir:

Resultados de saúde
Expectativa de vida ajustada pela saúde no nascimento.

Acesso à saúde
Proporção de partos acompanhados por profissional.

Desigualdade
Coeficiente da desigualdade de renda.

Econômica
Renda nacional bruta per capita (em dólares).

Social
Escolaridade em anos.

Ambiental
Percentual da população com a acesso a fontes melhoradas de água.

Embora esse novo índice seja mais abrangente e preciso, será utilizado
com as mesmas finalidades do anterior, isto é, identificar países-chave e
o componente baseado nas necessidades da Política do Orçamento de
2019. Em geral, os oito países que mais precisam de assistência da
OPAS são tradicionalmente indicados como países-chave.
Acordos de cooperação
Os países que têm preferência para alocação de recursos e prestação
de cooperação técnica de saúde são considerados prioritários pela
OPAS, que os identifica como países-chave. Com base no novo HNI, que
mede o desenvolvimento econômico, social e ambiental de um Estado,
foram designados para o período 2020-2025 oito países-chave, listados
a seguir por ordem alfabética:

location_on Belize

location_on Bolívia

location_on Guatemala

location_on Haiti

location_on Honduras

location_on Nicarágua
location_on Paraguai

location_on Suriname

Em relação à lista do período 2014-2019, houve a saída da Guiana, que


melhorou seus indicadores de desenvolvimento, e a entrada de Belize,
que sofreu um recuo.

Uma vez estabelecidos os países-chave, os seguintes aspectos passam


a ser priorizados nesses países:

Instrumentos de planejamento
Elaboração de uma estratégia de cooperação e suporte para criação de
planos e políticas nacionais de saúde.

Alocação de recursos
Alocação de margens orçamentárias e recursos financeiros, acima de
todas as entidades da organização, assegurando a plena capacidade
operacional para o seu apoio.

Cooperação técnica
Assegurar a plena capacidade das representações da OPAS/OMS e
prestação de cooperação técnica nos níveis regional e sub-regional,
inclusive na resposta a emergências.

Apoio administrativo da sede da OPAS


Ações para que as representações funcionem com segurança o tempo
todo, dando prioridade a nações em que há questões de infraestrutura,
de pessoal e de segurança.
Acordos de cooperação para o
desenvolvimento da saúde

O grande suporte político dos estados-membros da OPAS ao longo da


última década fez com que o foco das atenções do desenvolvimento
passasse a ser a cooperação Sul-Sul (CSS) e a cooperação triangular.

A CSS é uma modalidade da cooperação internacional para o


desenvolvimento construída entre os países do Sul Global. O interesse
nesse tipo de cooperação ocorre especialmente nesses países por
causa de suas simetrias e da identidade compartilhada, em razão de
suas circunstâncias sociais e econômicas semelhantes. Os países em
desenvolvimento têm uma percepção de que existe uma exaustão nas
relações de hierarquia entre países do Norte e países do Sul,
vislumbrando que na CSS há maior probabilidade de benefícios mútuos
entre esses estados. Assim, quando há também o envolvimento de uma
nação desenvolvida, ou uma organização multilateral — entidades
criadas pelas principais nações do mundo — dando suporte à CSS, esse
processo de cooperação é chamado de cooperação Sul-Sul,
cooperação triangular ou cooperação Sul-Sul triangular.

O mecanismo desse tipo de cooperação é apontado como importante


não só para uma parceria de cooperação eficaz entre os países, mas
também para uma nova agenda para o desenvolvimento sustentável e
seus objetivos.

Sendo assim, em 2019, os Estados-membros da OPAS


renovaram seu compromisso com as diversas
modalidades e os vários princípios da cooperação Sul-
Sul e triangular, após a II Conferência de Alto Nível das
Nações Unidas sobre Cooperação Sul-Sul.

A OPAS tem a intenção de continuar a promover a cooperação entre os


países. Os desafios de um país ao enfrentar novos problemas de saúde
pública e reemergentes estarão vinculados às capacidades existentes e
a soluções testadas e aprovadas em outros Estados-membros.

Dessa forma, o valor agregado dessa cooperação técnica será


maximizado quando forem identificados e mobilizados recursos
financeiros e conhecimento técnico dentro dos próprios países,
alavancado assim a experiência e o conhecimento dentro da Repartição
Sanitária Pan-Americana (RSPA), braço executivo da OPAS.
video_library
OIT e proteção do trabalhador
Neste vídeo, o especialista reflete sobre a Convenção da Organização
Internacional do Trabalho, destacando as contribuições, o histórico e a
Declaração dos Direitos e Princípios Fundamentais no Trabalho para a
proteção do trabalhador.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

A OIT tem até hoje seus valores e princípios básicos estabelecidos


com base na Declaração de Filadélfia, reafirmando assim o princípio
de que a paz permanente tem de estar baseada na justiça social.
Sobre as quatro ideias fundamentais da Declaração de Filadélfia,
anexadas à Constituição da OIT ao final da Segunda Guerra
Mundial, podemos dizer que:

I. O trabalho deve ser fonte de dignidade.

II. O trabalho não é uma mercadoria.

III. Havendo prosperidade, existe riqueza.

IV. Todos os seres humanos têm o direito de perseguir o seu bem-


estar material em condições de liberdade e dignidade, igualdade de
oportunidade e segurança econômica.

Assinale a alternativa correta.

A As ideias I, II, III e IV são verdadeiras.

B As ideias I, III e IV são verdadeiras. A ideia II é falsa.

C As ideias II, III e IV são verdadeiras. A ideia I é falsa.


D As ideias I, II e IV são verdadeiras. A III é falsa.

E As ideias I, II e III são verdadeiras. A IV é falsa.

Parabéns! A alternativa D está correta.

Em relação à ideia de prosperidade, a Declaração de Filadélfia


estabelece que a pobreza, seja onde for, é uma ameaça à
prosperidade. Conforme descrita na ideia III, de fato, o conceito de
prosperidade está diretamente relacionado à riqueza. Todavia, não
significa que, havendo prosperidade, não existe pobreza. Além
disso, quando há pobreza, existe prejuízo à prosperidade,
desvirtuando a ideia fundamental da Declaração de Filadélfia.

Questão 2

Com a evolução da saúde nos últimos anos, a OPAS vem se


adequando e expandindo suas capacidades para que seus objetivos
originais sejam mantidos tanto em ambientes regionais como
mundiais. Sobre esses objetivos, podemos citar:

I. Melhorar e proteger a saúde de população das Américas.

II. Fortalecer os sistemas de saúde e responder a emergências e


desastres.

III. Combater doenças transmissíveis.

IV. Oferecer cooperação técnica em saúde a seus países-membros.

Assinale a alternativa correta.

Os objetivos I, II e III são verdadeiros. O objetivo IV é


A
falso.

Os objetivos I, II e IV são verdadeiros. O objetivo III é


B
falso.

Os objetivos I, III e IV são verdadeiros. O objetivo II é


C
falso.
Os objetivos II, III e IV são verdadeiros. O objetivo I é
D
falso.

E Todos os objetivos são verdadeiros.

Parabéns! A alternativa E está correta.

Além dos objetivos da OPAS já listados na própria questão, há ainda


a se considerar o ataque às enfermidades crônicas e suas causas.
Todos esses objetivos proporcionam a PNSST, decisões baseadas
em evidências para melhoria e promoção da saúde como motor do
desenvolvimento sustentável dos países-membros.

2 - Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST)


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a construção da Política Nacional de
Segurança e Saúde do Trabalho (PNSST) e os aspectos de sua atual implementação na
legislação.

Construção de um PNSST

Acidentes no trabalho e doenças profissionais


No mundo todo, algo em torno de 5 mil vidas são perdidas em
consequência de acidentes no trabalho e doenças profissionais. Ou seja,
aproximadamente 1 vida é perdida a cada 15 segundos. Considerando
apenas acidentes no trabalho, todo os anos ocorrem 270 milhões, dos
quais 350 mil são fatais.

Não há dúvidas: o trabalho mata mais do que a guerra,


como afirma a Organização Internacional do Trabalho
(OIT).

No Brasil, a estatística associada a esses eventos causa grande


preocupação, fazendo com que sejam criadas medidas prioritárias que
possam garantir que as pessoas não fiquem mutiladas ou percam a vida
no exercício do trabalho.

Acidentes e doenças relacionadas ao trabalho são fruto do descaso, da


insensibilidade e violência que ainda vivemos em nosso país. Em alguns
casos, a agressão à integridade dos trabalhadores é tão natural que
passa a fazer parte da rotina como algo consentido, inevitável e avesso
a ações preventivas.

Diante desse quadro desolador, em que a possibilidade e a severidade


de doenças, lesões e mortes relacionadas ao trabalho são
extremamente significativas, o poder público tem a obrigação e o dever
de agir. A atual Política Nacional de Saúde e Segurança no Trabalho
(PNSST), criada por decreto em 2011, ainda é uma carta de intenções,
ou um primeiro passo político, para que esse problema seja pelo menos
diminuído. Apesar de ainda estarmos distantes da construção de uma
política de Estado que seja de fato capaz de frear esses impactos, a
PNSST é uma resposta do governo à sociedade.

A seguir, vamos compreender a construção de um plano/política


nacional, os cuidados que devem ser dados à seguridade do trabalhador
e como a PNSST está estabelecida atualmente.

Bases para a construção de uma política


nacional
Com a proliferação de doenças infectocontagiosas, mutilações e mortes
nas fábricas, a saúde no trabalho teve o seu desenvolvimento centrado
na figura do médico e nas teorias de causalidade entre doença e
investigação de sua origem relacionada à atividade laboral.

Atendendo os trabalhadores, a figura do médico, portanto, é aquela


inserida no campo de trabalho que isola seus riscos específicos. A
postura dos governos sobre essa questão ficou pautada na
compreensão dessas relações de causalidade, legitimada pelo que se
chama medicina do trabalho.

A medicalização, no entanto, traz como consequências procedimentos


que reduzem todas as ocorrências da vida ao campo biomédico,
ortopédico-educativo e médico-psicológico.

Exemplo
A medicalização no trabalho se deve ao fato de o Brasil ser o campeão
mundial de fabricação de clonazepam, princípio ativo do Rivotril: são
mais de três toneladas por ano. As condições de trabalho e supostos
transtornos, como déficit de atenção, atingem os professores em sala
de aula, com afastamento por questões psiquiátricas e síndrome do
burnout, além do uso abusivo de medicamentos controlados para
suportar as extensas rotinas nas salas de aula.

Surge, então, o campo da saúde ocupacional que, a partir de um olhar


clínico e de indicadores de exposição e seus efeitos, busca uma relação
do ambiente com o corpo do trabalhador, verificando assim as muitas
causas do adoecimento ou da lesão. Esse olhar elimina uma visão
ampla do problema, ignorando todos os aspectos biopsicossociais e
culturais. Apresenta como suporte o modelo de causalidade, algo que já
consta em documentos da Organização Internacional do Trabalho (OIT)
e da Organização Mundial de Saúde (OMS) em relação à saúde no
trabalho.

Em relação ao lado humano no processo de trabalho, a saúde do


trabalhador certifica o trabalhador como agente de transformações,
realçando o valor de uma análise e uma prática multiprofissional.

Em função da complexidade do fenômeno, a saúde do


trabalhador é um campo que exige uma intensa
articulação entre diferentes disciplinas, pois
compreende práticas teóricas interdisciplinares —
técnicas, sociais e humanas — e interinstitucionais.
Isso vem do encontro de diferentes setores dos
trabalhadores e de movimentos sociais como os
técnicos, profissionais de serviços, pesquisadores,
entre outros. O entrelaçamento desses diversos
saberes e práticas facilita a construção de um olhar
abrangente em benefício do bem-estar e respeito ao
trabalhador.

Com isso, vimos a existência de três racionalidades no campo da saúde


no trabalho:

Medicina do trabalho
Centrada no diagnóstico e medicalização dos trabalhadores.

Saúde ocupacional
Foca em procedimentos, diagnósticos e prevenção em torno do
discurso de risco no trabalho.

Saúde do trabalhador
Tem um olhar interdisciplinar com um entendimento relacionado às
diversas áreas no campo do trabalho, dando voz à emergência dos
trabalhadores.

Essas três racionalidades evidenciam a construção de concepções


opostas e conflitantes no campo da saúde no trabalho, como o trabalho
como risco versus o trabalho como produção de subjetividade (trabalho-
risco x trabalho-subjetividade). Portanto, se o trabalho é risco, a saúde
funciona como o controle dos riscos (saúde-controle). De outra forma,
se o trabalho é produção de subjetividade, a saúde funciona como
atenção integral ao trabalhador (saúde-integralidade).

Essas visões apresentadas terminam por trazer duas maneiras de


pensar a saúde no campo laboral:

Trabalho-risco/ saúde-controle
Trabalho-subjetividade/ saúde-integralidade
Sendo assim, podemos considerar que essas racionalidades de atenção
no campo da saúde, relacionadas a esses parâmetros, podem configurar
dois conceitos polarizados: saúde ocupacional, como trabalho-
risco/saúde-controle; e saúde do trabalhador, como trabalho-
subjetividade/saúde-integralidade.

Isso significa que uma análise da política de saúde deve considerar um


diálogo entre os documentos oficiais e os saberes constituídos e
criados a todo momento, em uma mobilização transdisciplinar e
múltipla dentro do seu processo histórico de construção.

A importância das primeiras


Conferências Nacionais de Saúde do
Trabalhador (CNSTs)

Política de saúde do trabalhador no Brasil

Como política pública, a Política de Saúde do Trabalhador no Brasil


começa a ser debatida em 1986, durante a I Conferência Nacional de
Saúde do Trabalhador (CNST). Portanto, o debate sobre uma política
nacional nesse sentido ocorre no momento de maior fortalecimento da
Reforma Sanitária no Brasil, estando muito ligado ao processo social
em que estava inserido.

A PNSST foi um dos três temas discutidos nessa primeira CNST,


deixando marcado uma primeira mobilização para seu desenvolvimento.
Em um primeiro momento, visualizava-se um discurso pautado no polo
trabalho-subjetividade, demonstrando que a articulação de saberes e
poderes estava mais voltada à abertura da circulação da palavra e
escuta aos trabalhadores, compreendendo os aspectos sociais e
históricos da saúde e do trabalho.

Na abordagem do tema da PNSST, os discursos em sua maioria tiveram


como foco os direitos básicos de saúde do trabalhador, sendo
relacionada uma série de direitos. A discussão da política ficou pautada
não somente como uma questão de saúde, mas como uma questão
legal.

Entre as proposições destacam-se a inclusão da política de saúde do


trabalhador na política geral de saúde brasileira, desde a criação de um
conselho de saúde específico e a inserção do Sistema Único de Saúde
(SUS) para atendimento do trabalhador.

Tendo como central o desenvolvimento da PNSST, a II CNST foi


realizada em 1994. Depois de quase nove anos da primeira conferência,
o desenvolvimento de linhas e estratégias para a implementação da
PNSST continua a ser proposto. Ou seja, em relação à política, nada
havia sido implementado até então. No conjunto de análise das relações
de poder que se articularam nesse evento, a reinserção da saúde
ocupacional retorna explícita enquanto racionalidade de atenção à
saúde dos trabalhadores.

Na abertura da conferência, por exemplo, o discurso de Vigilância


Sanitária ficou no centro dos debates, reinserindo a questão dos riscos
a ser evitados. Isso acaba produzindo um caráter específico na gestão
da vida da população em nome da saúde e da segurança: a proposta de
prevenção a partir do controle de doenças e agravos à saúde.

Nessa segunda conferência começam a surgir as


primeiras tensões entre saúde ocupacional e saúde do
trabalhador. Diferentemente da primeira, conduzida por
uma visão do trabalho-subjetividade/saúde-
integralidade, a segunda conferência deu maior
relevância à visão trabalho-risco/saúde-controle.

Em 2004, o governo resolveu agir criando grupos de trabalho entre as


áreas ministeriais da Previdência Social, Saúde e Trabalho para serem
responsáveis, entre outras atribuições, pela confecção da PNSST. Cada
área elaborou um documento inicial, colocado em debate para
formulação dos pontos básicos da proposta, que resultou em uma
versão definitiva no final daquele ano.

Depois de vários dias de prazo para contribuições no texto, foi discutido


também nos encontros preparatórios da III Conferência Nacional em
Saúde do Trabalhador, que ocorreu no ano seguinte. Vamos ver o que
prevê a PNSST em sua versão inicial.

Noções de cuidado e saúde do trabalhador na


PNSST
De um modo geral, a primeira versão apresentada da PNSST deixa clara
uma tensão, já vista aqui, nas duas racionalidades no campo da saúde
no trabalho — a saúde ocupacional e a saúde do trabalhador —,
apresentando algumas vezes pequenos traços da medicina do trabalho.

Em seu início, essa PNSST dá enfoque à construção de uma política


estruturada na saúde do trabalhador com caráter transversal a
diferentes áreas e com caráter intersetorial misturando diversos órgãos
e setores do país. Enaltece, ainda, o mérito de ações articuladas;
questiona a ausência de políticas sociais; dignifica o direito à saúde; e
abrange todas as classes trabalhadoras do país.

Em seguida, recupera uma visão da saúde ocupacional ao valorizar o


discurso do risco no trabalho, que dá relevância às questões financeira e
administrativa e à perspectiva epidemiológica dos trabalhadores
adoentados.

Reflexão
Em relação ao cuidado, vigora nessa PSST um olhar focado nas
dimensões relevantes no paradigma biomédico, não havendo
valorização nas dimensões subjetivas dos trabalhadores quanto a sua
noção de saúde – isto é, não houve como proposta a escuta do
indivíduo. Assim, as ações de cuidado ficaram restritas a tópicos
assistenciais relacionados a modelos tecnocientíficos.

O cuidado como integralidade fica perdido no texto do documento,


revelando que essa questão está longe dos processos de construção da
política de saúde do trabalhador.

Em todo o texto dessa PNSST, o cuidado é apresentado


como um modo de promoção da cura e diagnóstico de
quadros patológicos. Sendo assim, está mais próximo
do campo da saúde ocupacional, ficando a saúde no
trabalho no âmbito do risco e do controle (trabalho-
risco/saúde-controle).

No sentido do cuidado em relação à saúde do trabalhador, o


entendimento de saúde no trabalho é composto por duas
racionalidades: a da saúde do trabalhador, descrita sinteticamente no
começo do documento, e a da saúde ocupacional, que consta nas
justificativas relacionadas a investimentos financeiros e formas de
cuidado marcadas pelo discurso do risco.
Nessa PNSST, o trabalho é conceituado como um direito fundamental
de cunho social. Assim, fica estabelecido que é de grande relevância
que o trabalho seja realizado em circunstâncias apropriadas para que
possa promover a qualidade de vida e a realização pessoal e social.

Em sua primeira versão, a PNSST apresentou algumas lacunas no


campo específico da Psicologia, por exemplo, doenças relacionadas à
saúde mental no trabalho. Embora tenham sido citadas por serem
decorrentes de intoxicações por metais pesados e agrotóxicos, não
houve qualquer referência a questões organizacionais, sociais e de
relações interpessoais.

Contudo, no trecho em que esse tema é debatido, o


texto já considerava o sofrimento mental como uma
das doenças mais frequentes no campo da saúde no
trabalho, assim como as lesões por esforços
repetitivos (LER).

Por fim, apesar de falhas, lacunas e desacertos, é essa primeira versão


da PNSST que estrutura a construção de novos rumos para a saúde no
Brasil, dando-lhe a direção que hoje está em vigor. Vamos conhecer
então, a seguir, seus aspectos.

Aspectos da PNSST em vigor no Brasil

Objetivos e diretrizes da PNSST

Aprovada pelo Decreto nº 7.602/2011, a PNSST tem os seguintes


objetivos:
spa Promoção

da melhoria da qualidade de vida e da saúde do


trabalhador.

spa Eliminação ou diminuição

dos riscos nos ambientes de trabalho, por meio da


prevenção de acidentes e de danos à saúde
oriundos do trabalho ou a ele relacionados, ou que
ocorram no curso dele.

Esses objetivos da PNSST devem ser alcançados por meio de uma


articulação ininterrupta das ações de governo no campo das relações de
trabalho, produção, consumo, ambiente e saúde, incluindo a
participação voluntária das organizações representativas de
trabalhadores e empregadores.

A implementação e execução da PNSST está a cargo das áreas


governamentais da Saúde, Previdência Social e Trabalho, cujas ações
que tiverem como propósito atingir os objetivos dessa política nacional
devem ser desenvolvidas em consonância com as seguintes diretrizes:

Inclusão
de todos os trabalhadores brasileiros no sistema nacional de promoção
e proteção da saúde.

Harmonização
da legislação e a articulação das ações de promoção, proteção,
prevenção, assistência, reabilitação e reparação da saúde do
trabalhador.

Adoção
de medidas especiais para atividades laborais de alto risco.

Estruturação
de rede integrada de informações em saúde do trabalhador.

Promoção
da implantação de sistemas e programas de gestão da segurança e
saúde nos locais de trabalho.

Reestruturação
da formação em saúde do trabalhador e em segurança no trabalho.

Estímulo
à capacitação e à educação continuada de trabalhadores.

Promoção
de agenda integrada de estudos e pesquisas em segurança e saúde no
trabalho.

Cabe ressaltar que naturalmente outros órgãos e instituições do


governo que também atuem na área de saúde e segurança do trabalho
estão aptos a participar de ações que buscam atingir os objetivos da
PNSST.

A gestão participativa da PNSST é de responsabilidade da Comissão


Tripartite de Saúde e Segurança no Trabalho (CTSST), constituída
paritariamente por representantes dos trabalhadores, empregadores e
do governo nas áreas da Saúde, Previdência Social e Trabalho.

Comentário
Essa gestão tripartite propõe uma revisão periódica da PNSST,
sugerindo métodos que visem a uma melhoria contínua e definindo
procedimentos de validação e controle social. Portanto, é sua função
confeccionar, assessorar e fazer reavaliações frequentes da PNSST,
publicizando os resultados e avanços conquistados, além de promover
uma rede de informações sobre saúde e segurança no trabalho.

Em relação à execução, a gestão da PNSST é conduzida por um comitê


formado por três áreas governamentais (Saúde, Previdência Social e
Trabalho). Tem como tarefas a elaboração e a articulação de propostas
orçamentárias de saúde e segurança no trabalho para os diferentes
programas de governo relacionados ao gerenciamento das ações
específicas e integradas no âmbito da PNSST.

Além disso, está incumbida de elaborar um relatório anual das


atividades que foram produzidas; divulgar periodicamente para a
sociedade informações sobre essas ações; e promover campanhas que
tratam de saúde e segurança no trabalho.

O que significa trabalho decente?

A PNSST expressa o compromisso de governo, trabalhadores e


empregadores em promover o trabalho decente, em condições de saúde
e segurança. Em sua elaboração, a PNSST é fundamentada na
Constituição Federal de 1988 (C/1988), na Convenção nº 155 e nas
Recomendações da OIT, assim como no Plano de Ação Global em Saúde
do Trabalhador da OMS. Dessa forma, fica evidente a adesão do Estado
à abordagem global em relação à segurança e saúde no trabalho que
essas instituições multilaterais preconizam.

O conceito de trabalho decente expressa a síntese do mandato histórico


e dos objetivos estratégicos da OIT:

Promoção
das normas internacionais do trabalho; do diálogo social e da
cooperação entre organizações de empregadores, de trabalhadores e
dos governos para proporcionar a justiça social.

Geração e Extensão
de mais e melhores empregos para homens e mulheres; e extensão da
proteção social.

A noção de trabalho decente integra as dimensões qualitativa e


quantitativa do emprego. Ela propõe medidas dirigidas à geração de
postos de trabalho e ao enfrentamento do desemprego. Mais do que
isso, essas medidas também são direcionadas a melhorar formas de
trabalho que não produzam renda suficiente de tal modo que os
indivíduos e suas famílias consigam resistir a uma situação de pobreza
sem precisar recorrer a atividades perigosas, insalubres, inseguras e/ou
degradantes. Afirma ainda a condição de que o emprego esteja
associado à proteção social e aos direitos do trabalho, entre eles os de
associação, representação, organização sindical e negociação coletiva.
Exemplo
Temos o relatório “Política para melhorar o acesso e a qualidade de
emprego das mulheres da América Latina e do Caribe”, lançado pela
ONU. O documento aponta a necessidade de as autoridades criarem
sistemas de proteção social, empregos decentes e a incorporação do
trabalho produtivo no exercício dos direitos das mulheres. No centro da
discussão, a criação de políticas públicas que promovam a igualdade de
gêneros.

Contudo, o relatório aborda várias possibilidades que envolvem a


contribuição feminina para melhorar a qualidade de vida mundial. As
mulheres trabalham no campo e ajudam a aumentar a segurança
alimentar; dessa forma, o documento afirma que se elas recebessem o
mesmo salário que os homens, essa contribuição poderia aumentar, e
uma quantidade maior de comida poderia ser produzida para alimentar
mais de 150 milhões de pessoas.

Há uma relação muito estreita entre o conceito de trabalho decente e a


noção da dignidade humana. Como os objetivos econômicos e sociais
das pessoas são canalizados no âmbito ocupacional, o trabalho, além
de supor produção e rendimentos, significa também integração social,
identidade e dignidade pessoal.

Se o vocábulo decente quer dizer algo que é, ao mesmo tempo,


desejável e suficiente, um trabalho decente significa uma atividade
ocupacional na qual o seu rendimento e as condições em que ela é
exercida estão dentro das aspirações razoáveis que as pessoas
sensatas possam ter.

Resumindo
Podemos dizer que um trabalho decente é uma ocupação produtiva
adequadamente remunerada e exercida em condições de liberdade,
equidade e segurança, sendo capaz de proporcionar uma vida digna
para as pessoas.

video_library
Qualidade de vida no trabalho e
prevenção de acidentes
Neste vídeo, o especialista reflete sobre a Política Nacional de
Segurança e Saúde do Trabalho, destacando a sua importância para a
qualidade de vida no trabalho e a prevenção de acidentes.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

O campo da saúde no trabalho pode ser dividido em três formas de


racionalidade: medicina do trabalho, saúde ocupacional e saúde do
trabalhador. Suas definições estão descritas a seguir.

I. Medicina do trabalho – Focada em procedimentos, diagnósticos


e prevenção em torno do discurso de risco no trabalho.

II. Saúde ocupacional – Centrada no diagnóstico e na


medicalização dos trabalhadores.

III. Saúde do trabalhador – Olhar interdisciplinar com um


entendimento relacionado às diversas áreas no campo do trabalho,
dando voz à emergência dos trabalhadores.

Assinale a alternativa correta.

Apenas a definição I é verdadeira. As definições II e


A
III são falsas.

As definições I e III são verdadeiras. A definição II é


B
falsa.

Apenas a definição II é verdadeira. As definições I e


C
III são falsas.

As definições II e III são verdadeiras. A definição I é


D
falsa.

Apenas a definição III é verdadeira. As definições I e


E
II são falsas.
Parabéns! A alternativa E está correta.

As definições de medicina do trabalho e saúde ocupacional estão


trocadas. Ou seja, a medicina do trabalho tem como foco o
diagnóstico e a medicalização dos trabalhadores; e a saúde
ocupacional está centrada em procedimentos, diagnósticos e
prevenção em torno do discurso de risco no trabalho.

Questão 2

Atualmente em vigor, a PNSST foi aprovada pelo Decreto nº


7.602/2011. Dando uma demonstração de adesão à abordagem
global em relação à segurança e saúde no trabalho preconizadas
pela OMS e pela OIT, a PNSST traduz o compromisso de governo,
trabalhadores e empregadores em propiciar o trabalho decente, em
condições de saúde e segurança. Sobre o conceito de trabalho
decente, leia as afirmativas a seguir.

I. Significa uma atividade ocupacional na qual seu rendimento e as


condições em que é exercida estão dentro de aspirações razoáveis
que as pessoas sensatas possam ter.

II. Tem o sentido de uma atividade ocupacional suficiente, de


subsistência. Ou seja, que permita ao trabalhador uma forma de
sobrevivência.

III. É uma ocupação produtiva adequadamente remunerada e


exercida em condições de liberdade, equidade e segurança, sendo
capaz de proporcionar uma vida digna para as pessoas.

Assinale a alternativa correta.

A asserção II é verdadeira. As asserções I e III são


A
falsas.

B As asserções I, II e III são verdadeiras.

As asserções II e III são verdadeiras. A asserção I é


C
falsa.
D As asserções I e II são verdadeiras. A asserção III é
falsa.

As asserções I e III são verdadeiras. A asserção II é


E
falsa.

Parabéns! A alternativa E está correta.

O trabalho decente é uma atividade laboral que não é só suficiente,


mas também desejável. O vocábulo decente tem, ao mesmo tempo,
dois sentidos: desejável e suficiente. Portanto, a noção de
dignidade e o conceito de trabalho decente têm uma relação muito
estreita, pois a atividade laboral não só supõe produção e
rendimentos, mas também expressa integração social, identidade e
dignidade pessoal. Assim, o trabalho decente não é apenas uma
forma de subsistência ou de sobrevivência – é mais do que isso.

3 - Programa de segurança nas empresas


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer os programas de segurança nas
empresas estabelecidos pela legislação com as normas regulamentadoras

Gestão de riscos e segurança


Segurança e direito do trabalhador

Há um grande número de doenças e acidentes relacionados ao trabalho


diariamente no mundo envolvendo lesões, mutilações, sofrimentos
psicológicos e perda de vidas. Tudo isso ainda gera um custo que só no
Brasil pode ultrapassar anualmente R$ 100 bilhões de reais. Assim, fica
evidente que a segurança no trabalho é uma ferramenta essencial para
que haja desenvolvimento humano e econômico.

Se há riscos em algumas atividades e os trabalhadores


quando as executam utilizam técnicas de prevenção da
vida, existe crescimento humano. Com maior
tranquilidade para fazer seu serviço, o trabalhador é
menos afetado psicologicamente. As pessoas que o
esperam em casa, dependentes dele para sobreviver,
têm menos preocupações, ou seja, a segurança no
trabalho é realmente um fator que está inserido no
desenvolvimento humano.

Da mesma forma, a economia também tem a segurança do trabalho


como um de seus fatores de crescimento. Uma empresa que prioriza a
segurança tem maior reconhecimento de um mercado altamente
competitivo, exigente, que não preza somente pelo bom serviço. A
preocupação de quem pretende adquirir, por exemplo, um carro, um
elevador, um avião, não está somente na avaliação do seu preço, mas
também no quanto seu uso é seguro. Além disso, a equipe que fabrica
esses produtos precisa estar protegida, prevenida de possíveis
acidentes. Dessa forma, é capaz de produzir com mais qualidade,
fazendo com que cada produto colocado à venda também esteja
adequado e seguro para sua utilização.

Em síntese, o trabalho quando realizado em um ambiente seguro,


permite que as pessoas se sintam valorizadas e entusiasmadas para
desenvolver suas atividades e consequentemente terminem por gerar
bons resultados para as empresas.

No entanto, infelizmente, companhias que já têm programas de


prevenção de acidentes, embora capacitem, treinem e motivem,
padecem ainda com questões do comportamento humano – por
exemplo, excesso de confiança, insubordinação, heroísmo,
improvisação, criação de atalhos, desatenção, cansaço etc. Não é sem
motivo, que, entre as causas de acidente, o descaso seja uma das
principais.

Equipamentos de proteção utilizados no combate a Covid-19.

Com o objetivo de evitar esse tipo de comportamento, regras são


criadas nas organizações para exigir, por exemplo, que seus
colaboradores utilizem equipamentos de segurança. São
imprescindíveis porque muitos ainda não têm consciência dos riscos e
do que pode vir a causar um acidente, não só em sua vida, mas também
em um possível desamparo para suas famílias.

Reduzir acidentes é um dos grandes obstáculos que a inteligência


humana vem tentado ultrapassar. Embora muito trabalho físico e mental
e grande volume de recursos já tenham sido aplicados em prevenção, os
acidentes continuam a ocorrer, desafiando constantemente todos esses
esforços.

Tendo em vista essa dificuldade, além da imprevisibilidade, torna-se


essencial que os trabalhadores tenham direitos previstos em lei relativos
à proteção e à prevenção de acidentes de trabalho.

Assim, a legislação em vigor no Brasil estabelece


benefícios amparados na Constituição Federal de 1988
(CF/1988), em seu art. 7º, que visam à melhoria da
condição social do trabalhador.

Podemos destacar, da Carta Magna, os seguintes pontos:

Redução
dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene
e segurança.

Seguro
contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador.

Proibição
de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 anos e de
qualquer trabalho aos menores de 14 anos (exceto na condição de
aprendiz).

Igualdade
de direitos entre o trabalhador que tem vínculo empregatício
permanente e o trabalhador avulso.

Esses são apenas alguns dos direitos de proteção e benefícios


conquistados ao longo do tempo pelos trabalhadores. Há ainda
regulamentações e programas de segurança obrigatórios, os quais
veremos a seguir.

Normas Regulamentadoras (NRs)

Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e NRs

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é a legislação que garante o


direito dos trabalhadores no Brasil. Nela estão especificadas as regras
que regulam os contratos entre as empresas e seus colaboradores. No
entanto, tendo em vista a necessidade de esclarecimento de aspectos
da CLT que precisavam ser aprofundados, em 1978, o governo elaborou
normas regulamentadoras, conhecidas como NRs, com a finalidade de
definir condições mínimas para os locais de trabalho com o objetivo de
promover segurança e saúde para os trabalhadores.

As NRs são de execução obrigatória. Seu não


cumprimento pode acarretar falta grave, passível de
multa. No entanto, curiosamente, a responsabilidade
pelo seu cumprimento é solidária, estando atribuída ao
próprio governo, aos empregadores e aos
trabalhadores.

Cabe, então, o esclarecimento de que esse conceito de responsabilidade


solidária é bastante difundido na segurança do trabalho, tendo sido
originário na CLT, que induz no seu texto que a empresa tem tanto o
dever de cumprir as normas de segurança do trabalho como de fazer
cumpri-las.

Tendo como principal função promover a garantia de um trabalho digno,


sem que cause danos ou sofrimento ao trabalhador, as NRs devem tanto
possibilitar a subsistência da pessoa humana quanto gerar a sua
realização profissional. Devem também descrever e identificar as
condições dos locais de trabalho para que possam, no mínimo,
assegurar a preservação da saúde do trabalhador. Há situações
específicas, no entanto, em que algumas organizações não podem ser
enquadradas no que está disposto nessas normas. Para essas
organizações, as NRs têm como função nortear o desenvolvimento da
segurança do trabalho em suas atividades.

Alguns equipamentos de proteção que em algumas atividades devem ser usados diariamente.

Existem hoje 36 NRs em vigor (a NR-27 foi revogada recentemente),


cada uma regulando um tema distinto e atendendo a segmento
específico. Portanto, em geral, são normas extensas, contendo
características bastante técnicas, que estabelecem como devem ser os
ambientes de trabalho, tipos de equipamentos de proteção etc.,
exigindo, muitas vezes, um estudo mais aprofundado para o seu
completo conhecimento.

Sendo assim, vamos conhecer somente algumas NRs que, por lei,
exigem uma avaliação psicossocial feita por psicólogos. Alguns
detalhes pertinentes a essas avaliações, que são feitas
obrigatoriamente a cada ano, estão resumidos a seguir:

NR-20: Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e


Combustíveis expand_more

Trabalhadores que exercem essas atividades precisam ser


avaliados tanto física quanto psicologicamente. São
profissionais que lidam com riscos à vida, ao patrimônio, ao
meio ambiente e à população. Além de treinados, precisam estar
sempre com 100% da sua atenção voltada para o trabalho. Por
isso, podem ser reavaliados sempre que necessário.

NR-33: Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços


Confinados expand_more
Estabelece requisitos básicos para garantir a saúde física e
mental, bem como a segurança dos trabalhadores desse
segmento, e os procedimentos para reconhecer, avaliar,
monitorar e controlar os riscos existentes.

A empresa é obrigada a realizar a avaliação psicossocial do


colaborador antes da sua contratação (verificar a aptidão para a
função), durante o período das funções (reavaliar as condições
de trabalho) e ao final do contrato (checar se as funções
causaram lesões mentais e emocionais).

NR-34: Condições e Meio Ambiente de Trabalho na


Indústria da Construção e Reparação Naval expand_more

Para que a empresa e o trabalhador obtenham esta certificação,


é obrigatória a realização de um curso aplicado por profissionais
capacitados na área e uma avaliação psicossocial, tendo em
vista que o trabalhador desse segmento pode apresentar déficit
emocional, durante a realização de suas funções.

NR-35: Trabalho em Altura expand_more

Colaboradores que trabalham em altura devem realizar uma


avaliação psicossocial. Aqueles que realizam esse tipo de
atividade podem apresentar algum pico de distúrbio psicológico.
Portanto, torna-se necessário identificar histórico de transtornos
e distúrbios, assim como o uso de álcool e outras substâncias
psicoativas.

Programas de segurança obrigatórios

Os principais programas de segurança obrigatórios, geralmente, são


criados com o nome da própria NR ou estão inseridos como parte de
alguma, ou algumas, NR. Assim, em geral, são essas NRs que
estabelecem as diretrizes, os modos de funcionamento e as finalidades
desses programas.
As NRs têm sido constantemente aprimoradas pelo governo e, por isso,
alguns desses programas, descritos a seguir, podem no futuro ter seu
nome modificado, seu objetivo ligeiramente alterado ou ser incorporado
a outro programa antigo ou mais atual.

Como houve recentemente algumas alterações nas NRs, e isso


modificou a apresentação de alguns programas, vamos conhecer alguns
deles de forma resumida, na forma como estão concebidos atualmente
e, quando for o caso, apontar aqueles que sofreram alterações.

Gerenciamento de Riscos
Ocupacionais
Estabelecido pela atual NR-1, Disposições Gerais e Gerenciamento de
Riscos Ocupacionais, o Programa de Gestão de Riscos (PGR) deve ser
utilizado para fins de prevenção e gerenciamento de riscos ocupacionais
em atividades ou operações insalubres ou perigosas (especificadas na
NR-15, Atividades e Operações Insalubres, e na NR-16, Atividades e
Operações Perigosas).

Sendo assim, as organizações com essas características devem


constituir um PGR para gerenciamento de riscos ocupacionais. Esse
programa pode ser atendido por sistema de gestão, desde que
cumpridos os dispositivos legais e as exigências, devendo estar
integrado ou contemplado com planos, programas e outros documentos
previstos na legislação de segurança e saúde no trabalho.

Os seguintes documentos precisam estar contidos no PGR:

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Inventário de riscos Plano de ação

Quanto ao inventário de riscos, deve contemplar, no mínimo, as


informações descritas a seguir:

receipt_long Caracterização dos processos e ambientes de


trabalho.
receipt_long Caracterização das atividades.

receipt_long Descrição de perigos e de possíveis lesões ou


agravos à saúde dos colaboradores, identificadas as
fontes ou circunstâncias.

receipt_long Descrição de riscos gerados pelos perigos, indicados


os grupos de trabalhadores sujeitos a esses riscos.

receipt_long Descrição de medidas de prevenção implementadas.

receipt_long Informações da análise preliminar ou do


monitoramento das exposições a agentes físicos,
químicos e biológicos e os resultados da avaliação
ergonômica.

receipt_long Avaliação dos riscos com a sua classificação para


fins de elaboração de plano de ação.
receipt_long Critérios utilizados para avaliação dos riscos e
tomada de decisão.

Embora o PGR também esteja inserido em outras NRs que estabelecem


normas para atividades que possam apresentar riscos ocupacionais,
vamos conhecer um pouco mais de perto a sua inserção na NR-22,
Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração. É uma forma de dar
mais detalhes de uma atuação mais específica do PGR em uma
atividade que desde a Antiguidade apresenta operações insalubres e
perigosas.

A NR-22 estabelece que o PGR deve contemplar também aspectos da


própria norma, cujo objetivo é disciplinar os preceitos que devem ser
verificados na organização e no ambiente de trabalho, tornando
compatível o planejamento e o desenvolvimento da atividade mineira
com a busca da segurança e saúde dos trabalhadores.

Como a NR-22 deve ser aplicada a trabalhadores de minerações


subterrâneas, minerações a céu aberto, garimpos, beneficiamentos
minerais e pesquisa mineral, no mínimo, o PGR deve avaliar os seguintes
aspectos:

riscos físicos, químicos e biológicos;


atmosferas explosivas;
deficiências de oxigênio;
ventilação;
proteção respiratória;
investigação e análise de acidentes do trabalho;
ergonomia e organização do trabalho;
riscos decorrentes do trabalho em altura, em profundidade e em
espaços confinados;
equipamentos de proteção individual de uso obrigatório;
estabilidade do maciço;
plano de emergência;
outros resultantes de modificações e introduções de novas
tecnologias.

Para essa norma, o PGR deve cumprir ainda as seguintes etapas:


looks_one Antecipação e identificação de fatores de risco.

looks_two Estabelecimento de prioridades, metas e


cronograma.

looks_3 Acompanhamento das medidas de controle


implementadas.

looks_4 Monitorizarão da exposição aos fatores de riscos.

looks_5 Registro e manutenção dos dados (mínimo: vinte


anos) e análise crítica do programa (uma vez ao ano)
contemplando a evolução do cronograma, com
registro das medidas de controle implantadas e
programadas.

Programa de Controle Médico e Saúde


Ocupacional (PCMSO)

Instituído pela NR-7, que leva o nome do Programa de Controle Médico e


Saúde Ocupacional (PCMSO), estabelece diretrizes e requisitos para o
desenvolvimento do programa em questão nas organizações visando à
proteção e preservação da saúde dos trabalhadores em relação aos
riscos ocupacionais, de acordo com a avaliação de riscos da
organização feita no PGR.
Saiba mais
O PCMSO contempla todos os exames necessários nas organizações
(admissão, periódico, retorno ao trabalho, mudança de função e
demissão de trabalhadores) estabelecidos pelo médico laboral,
conforme o resultado apontado pelo levantamento dos riscos.

Após a realização dos exames clínicos ocupacionais, o médico emite


um documento denominado Atestado de Saúde Ocupacional (ASO), que
deve ser comprovadamente disponibilizado ao empregado. Há ainda um
cronograma de ações que devem ser desenvolvidas no decorrer do ano
para promover a saúde dos colaboradores.

Anualmente, são feitos relatórios estatísticos dos exames realizados e


seus resultados, cujos dados devem ser discutidos com os
responsáveis por segurança e saúde no trabalho da organização, sendo
utilizados para que medidas de prevenção sejam adotadas.

Prevenção de acidentes e saúde


ocupacional

Programa de Conservação Auditiva (PCA)

Previsto no Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional


(PCMSO), o Programa de Conservação Auditiva (PCA) faz parte dos
exames médicos clínicos e complementares necessários, conforme os
riscos ocupacionais identificados no PGR, atendendo ao determinado no
Anexo II da norma NR-7, que regulamenta o PCMSO.

O Anexo II da NR-7 é chamado de Controle Médico Ocupacional da


Exposição a Níveis de Pressão Sonora Elevados e tem como objetivo
estabelecer diretrizes para avaliação e controle médico ocupacional da
audição de trabalhadores expostos a níveis de pressão sonora elevados.
O programa tem a finalidade de monitorar o nível de ruído no ambiente
de trabalho e seu impacto na capacidade auditiva dos colaboradores.

Todos os empregados que exerçam atividades em ambientes cujos


níveis de pressão sonora estejam acima dos níveis de ação, conforme
informado no PGR da organização, precisam ser submetidos a exames
audiométricos de referência e sequenciais, independentemente do uso
ou não de protetor auditivo.

Atenção!
Devem ser motivo de especial atenção aqueles expostos a substâncias
ototóxicas — isto é, capazes de lesar estruturas da orelha interna — e/ou
vibração, de forma isolada ou simultânea à exposição a ruído
potencialmente nocivo à audição.

Os exames audiométricos e o acompanhamento dos resultados visando


à identificação de perdas na audição ou agravos devem ser executados
por médico ou fonoaudiólogo, conforme resoluções dos respectivos
conselhos federais profissionais. No entanto, as medidas de controle do
ruído e ações para a conscientização do trabalhador já estão previstas
de forma geral no próprio PCMSO.

Nos anexos I e II da NR-15, Atividades e Operações Insalubres, há o


estabelecimento de limites para a exposição a ruídos, que estão
resumidos a seguir.

Anexo I – Denominado Limites de Tolerância


para Ruído Contínuo ou Intermitente
Define uma tabela que indica a máxima exposição diária permissível em
horas, de acordo com o nível de ruído em decibéis. Além disso,
estabelece que, para trabalhadores que não estejam adequadamente
protegidos, não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115
dB.

Anexo II – Denominado Limites de Tolerância


para Ruídos de Impacto
Define inicialmente que ruído de impacto é aquele que apresenta picos
de energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos
superiores a 1 (um) segundo. Estabelece como limite de tolerância 130
db para medidores que possuem circuito de resposta para impacto.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes


(CIPA)
Instituído pela NR-5, que leva o nome da Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes (CIPA), estabelece os parâmetros que
objetivam a prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho,
tornando compatível permanentemente o trabalho com a preservação
da vida e promoção da saúde do trabalhador.

A CIPA é constituída por estabelecimento e composta de representantes


da organização e dos empregados, com um número de componentes
definido de acordo com o dimensionamento da organização. Seus
membros são eleitos por escrutínio secreto, tendo mandato de um ano,
com direito à reeleição.

Entre suas atribuições, podemos citar:

acompanhar o processo de identificação de perigos e avaliação de


riscos, assim como a adoção de medidas de prevenção
implementadas pela organização;
registrar a percepção dos riscos dos trabalhadores;
verificar os ambientes e as condições de trabalho visando à
identificação de situações que possam trazer riscos para a
segurança e saúde dos trabalhadores;
elaborar e acompanhar plano de trabalho que permita a ação
preventiva em segurança e saúde no trabalho;
participar no desenvolvimento e na implementação de programas
relativos à segurança e saúde no trabalho;
acompanhar a análise de acidentes e doenças do trabalho;
promover anualmente a Semana Interna de Prevenção de
Acidentes do Trabalho (SIPAT).

Para o funcionamento da CIPA, é de responsabilidade da organização:

expand_more Proporcionar aos seus membros os meios


necessários para desempenhar suas atribuições,
garantindo tempo suficiente para que as tarefas
previstas no plano de trabalho possam ser
realizadas.
expand_more Permitir que os trabalhadores colaborem nas ações
da CIPA.

expand_more Fornecer à CIPA, quando preciso, informações


relacionadas às suas atribuições.

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais


(PPRA)

Previsto anteriormente na NR-9, que levava o nome do Programa de


Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), mas que a partir de 2022
passou a ser chamada de Avaliação e Controle das Exposições
Ocupacionais a Agentes Físicos, Químicos e Biológicos, o Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), contemplava a realização de
identificação, reconhecimento e avaliação dos riscos físicos, químicos e
biológicos. A partir dessa análise, eram descritas as medidas de
controle a serem empregadas e estabelecidos os tipos de EPIs
(Equipamentos de Proteção Individual) e EPCs (Equipamentos de
Proteção Coletiva) que deveriam ser utilizados pelos trabalhadores.

Com a nova redação da NR-9, há indicação de que parte do PPRA


passou a integrar o PGR, previsto na NR-1. O objetivo em vigor da NR-9 é
estabelecer requisitos para a avaliação das exposições ocupacionais a
agentes físicos, químicos e biológicos quando identificados no PGR,
subsidiando-o quanto às medidas de prevenção para os riscos
ocupacionais. Ou seja, após feita a avaliação dos riscos pelo PGR, a NR-
9 passa a dar suporte para mitigá-los.

Saiba mais
Essa integração do PPRA ao PGR fica mais evidente na redação da NR-
22, Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração. Consta no item
22.3.7.1.3 dessa norma que as empresas que tiverem implantadas o
PGR estão desobrigadas de implantar o PPRA.

Embora previsto antes da entrada em vigência da nova redação da NR-


18, o Programa de Condições e Meio Ambiente (PCMAT) foi
incorporado ao PGR, deixando de ter validade após o término das obras
que ainda o utilizam.

video_library
Gestão de Riscos, Segurança e Saúde
do Trabalhador nas Organizações
Neste vídeo, o especialista reflete sobre a Gestão de Riscos e Segurança
nas empresas, destacando o seu papel estratégico para o alcance dos
resultados organizacionais e a saúde do trabalhador.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Um dos grandes problemas que a inteligência humana vem


tentando resolver é a redução do número de acidentes de trabalho.
Muito esforço físico e mental e enorme volume de recursos têm
sido aplicados em prevenção. Sobre esses aspectos podemos dizer
que:

I – Companhias que têm programas de prevenção de acidentes por


possibilitarem capacitação, treinamento e motivação de seus
empregados conseguem eliminar questões inerentes ao
comportamento humano que resultam em acidentes de trabalho,
como excesso de confiança, insubordinação, heroísmo,
improvisação etc.

PORQUE

II – O trabalho, quando realizado em um ambiente seguro,


possibilita que os empregados se sintam valorizados e
entusiasmados para exercer suas atividades, e consequentemente
geram bons resultados para as empresas.

Assinale a alternativa correta.

A As asserções I e II são verdadeiras.


B A asserção I é falsa, mas a asserção II é verdadeira.

C A asserção II é falsa, mas a asserção I é verdadeira.

As asserções I e II são verdadeiras, e a asserção II é


D
uma justificava da I.

As asserções I e II são verdadeiras, mas a asserção


E
II não é uma justificava da I.

Parabéns! A alternativa B está correta.

A asserção I não é verdadeira porque mesmo empresas que já


implementaram programas de prevenção de acidentes,
infelizmente, ainda sofrem com questões básicas do
comportamento humano, como excesso de confiança,
improvisação, heroísmo, criação de atalhos, insubordinação etc.
Embora muito esforço físico e mental e enorme volume de recursos
já tenham sido aplicados em prevenção, os acidentes continuam a
ocorrer, desafiando constantemente todo esse empenho.

Questão 2

Previsto na atual NR-1, Disposições Gerais e Gerenciamento de


Riscos Ocupacionais, o Programa de Gestão de Riscos (PGR) deve
ser utilizado para prevenir e gerenciar riscos no ambiente de
trabalho em atividades ou operações insalubres ou perigosas.
Sobre o PGR, podemos dizer que:

I – Todas as organizações com mais de cem funcionários devem


utilizar o PGR para gerenciar seus riscos ocupacionais.

II – Inventário de Riscos e Plano de Ação são os documentos que


precisam estar contidos no PGR.

III – O Inventário de Riscos do PGR deve conter informações da


análise preliminar ou do monitoramento das exposições a agentes
físicos, químicos e biológicos e os resultados da avaliação
ergonômica.
As asserções II e III são verdadeiras. A asserção I é
A
falsa.

As asserções I e III são verdadeiras. A asserção II é


B
falsa.

Apenas a asserção I é verdadeira. As asserções II e


C
III são falsas.

Apenas a asserção II é verdadeira. As asserções I e


D
III são falsas.

E As asserções I, II e III são verdadeiras.

Parabéns! A alternativa A está correta.

Apenas organizações que realizam atividades insalubres ou


perigosas devem constituir obrigatoriamente um PGR para
gerenciar seus riscos ocupacionais. Essas atividades estão
especificadas na NR-15 (Atividades e Operações Insalubres) e na
NR-16 (Atividade e Operações Perigosas).

Considerações finais
Com uma compreensão mais profunda do que se trata o tema
“Legislações em Saúde do Trabalhador”, você já consegue ter uma boa
ideia da importância desse conhecimento para quem está fazendo um
curso de Psicologia. Fica bem mais fácil entender o motivo pelo qual a
vida do trabalhador é afetada por esse ordenamento jurídico sobre
saúde e segurança ocupacional. E, ainda, como isso acaba
influenciando, de alguma forma, a atuação do psicólogo, no sentido de
identificar ou compreender melhor o quanto questões relacionadas ao
trabalho podem causar sofrimentos mentais nas pessoas.

Para abranger esse tema com mais detalhes, conhecemos como surgiu
a Organização Internacional do Trabalho (OIT), como atua e qual a
importância de suas convenções para ordenamento jurídico brasileiro.
Depois disso, aprendemos também sobre outra organização multilateral:
a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Vimos como ela
funciona, compreendemos como é composto o índice que define os
países americanos prioritários em relação à saúde para receber ajuda e,
ainda, de que maneira os países conseguem estabelecer cooperação
entre eles.

Em seguida, estudamos como foi a construída a Política Nacional de


Segurança e Saúde do Trabalho (PNSST), atualmente em vigor.
Verificamos os tipos de cuidados dados à seguridade do trabalhador na
construção dessa política e aprendemos aspectos atuais da legislação.
Por fim, vimos na legislação os direitos e benefícios já conquistados
pelos trabalhadores, por que as normas regulamentadoras precisaram
ser criadas, bem como seus objetivos, e, ainda, aprendemos os
programas de saúde e segurança criados por essas normas. Tudo isso
para que um futuro psicólogo tenha um pouco mais de conhecimento
sobre o poder de influência na vida do trabalhador das leis do trabalho
relacionadas à saúde ocupacional.

headset
Podcast
Neste podcast, o especialista demonstrará a importância das
legislações em saúde do trabalhador, com exemplos de intervenções
para melhoria contínua, prevenção de acidentes e promoção de saúde
em parceria com o campo da Psicologia.
Explore +
Na internet, você conseguirá pesquisar e conhecer mais sobre os
seguintes assuntos:

as Convenções da OIT que foram ratificadas pelo Brasil;

a Cooperação Sul-Sul e a Cooperação Triangular;

as Normas Regulamentadoras que vigoram no Brasil, em especial a


NR-1 (Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos
Ocupacionais).

Referências
ABRAMO, Laís. Trabalho decente: o itinerário de uma proposta. Bahia
Análise & Dados, Salvador, v. 20, n. 2-3, p. 151-171, 2010.

BRASIL. Ministério do Trabalho. Política Nacional de Segurança e Saúde


do Trabalhador. Brasília: Ministério do Trabalho, 2004.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Normas


regulamentadoras. Brasília: MTP, 2022.

BITTENCOURT, Claudia. OPAS lança guia de primeiros cuidados


psicológicos para trabalhadores de campo. Brasília: UNA-SUS, 2015.

CHAGAS, Ana Maria de Resende; SALIM, Celso Amorim; SERVO, Luciana


Mendes Santos. Saúde e segurança no trabalho no Brasil: aspectos
institucionais, sistemas de informação e indicadores. 2. ed. São Paulo:
Fundacentro, 2012.

CRUZ, Amanda Pereira de Carvalho; FERLA, Alcindo Antônio; LEMOS,


Flávia Cristina Silveira. Alguns aspectos da política nacional de saúde
do trabalhador no Brasil. Psicologia & Sociedade, v. 30, 2018.

MAAS, Larissa; GRILLO, Luciane Peter; SANDRI, Juliana Vieira de Araújo.


A saúde e a segurança do trabalhador sob competência de normas
regulamentadoras frágeis. Revista Brasileira de Tecnologias Sociais, v.
5, n. 1, p. 22-32, 2018.
OIT – ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. As convenções
da Organização Internacional do Trabalho e o Direito Brasileiro. Brasília:
OIT, 2022.

OPAS. Plano Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde.


Equidade, o coração da saúde. Consultado na internet em: abr. 2022.

RODRIGUES, Otávio Kolowski; SCIENZA, Luiz Alfredo. Grave e iminente


risco à integridade dos trabalhadores: superando a morte e a
desinformação. Saúde e Segurança do Trabalho no Brasil, 2011.

SILVA, Keylamara Pereira; NASCIMENTO, Rossicléa Ferreira; BOTELHO,


Maria Augusto da Silva. Segurança no trabalho: uma ferramenta
competitiva. In: Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, 13.,
2016, Resende, Rio de Janeiro. Anais [...] Resende, RJ: AEDB, 2016.

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