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O ESTADO NOVO (o Nacionalismo Económico de Salazar): 1930-1962

Antecedentes:

 No dia 05 de Outubro de 1910, Teófilo Braga liderou o governo provisório em Portugal


com a queda da monaquia. Era a criação da República de Portugal;
 Depois da queda da Monarquia, as condições de vida continuavam precárias, e isso
voltou-se a agravar por causa da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), na qual Portugal
e nas colónias conheceram muitas greves o que condicionou o termo da Primeira
República;
 No dia 28 de Maio de 1926, os militares chefiados por General Gomes da Costa fizeram
Golpe militar, era o fim da primeira Républica (1910-1926) e instaurou-se a ditadura
fascista e o Estado Novo (1933-1974);
 No periódo de 1890-1930, a moeda que tinha peso era Libra esterlina, essa que vigorava
nas Companhias de Moçambique, nos caminhos de ferro e portos de Moçambique, nas
minas e plantações da África do Sul;
 Com a queda da Primeira República, Oliveira Salazar (professor universitário) foi
convidado para ocupar o cargo de Ministro das Finanças em 1928, e ascende rapidamente
na hierarquia governativa como ministro das Colónias em 1930, e em 1932 como
Primeiro-Ministro de Portugal.

O ano de 1930 é caracterizado pela crise económica mundial. Devido a crise, as colónias
portuguesas passaram a contar com as suas receitas, como fonte quase exclusiva de
financiamento.

O nacionalismo económico de Salazar ou Estado Novo tinha como objectivos:

 Acabar com o “caos” administrativo;


 Acabar com o domínio do capital estrangeiro não português;
 Garantir a centralização administrativa;
 Intensificar as culturas forçadas e os impostos.

Para acabar com o “caos” administrativo e o domínio do capital estrangeiro não português, o
Estado Novo do António de Oliveira Salazar teve de adoptar uma política centralizada em torno
das Colónias quebrando a política de autonomia que vigorava desde 1914. Foi nesse âmbito que
a Companhia do Niassa foi encerrada, em 1929. Em 1942, foi a vez da companhia de
Moçambique.

Com o encerramento das duas Companhias Majestáticas, Portugal conseguiu unificar todo o
território nacional (Moçambique).
Os fundamentos do Estado Novo foram implementados por António Oliveira Salazar (1932-
1968), portanto era um regime ditatorial (fascismo português) que tinha um carácter autoritário,
nacionalista e anti-comunista.

O Nacionalismo do António de Oliveira Salazar tinha dois (2) documentos fundamentais: Acto
Colonial e Carta orgânica do Império Colonial Português (1930).

O período de 1930-1962 é do apogeu do colonialismo português, pois Portugal:

 A partir de 1930, o governo colonial português transformou o Sul de Moçambique (Sul


do Paralelo 22º) numa reserva de mão-de-obra para as minas da África do Sul, por isso o
governo colonial ganhava divisas com essa mão-de-obra;
 Conseguiu administrar todo o país formalizou aliança com a Igreja Católica. A Igreja
católica assumiu o papel do educador e civilizador do africano que era visto como
selvagem;
 Encerrou as Companhias Majestáticas do Niassa (1929) e de Moçambique (1942);
 Criação da zona de escudo (1932) com o objectivo de proibir o uso da moeda esterlina
(estrangeira), centralizando todas as dívisas nos cofres do Estado;
 Em 1937, criação de planos fomentos para absorver uma massa enorme de
desempregados em Portugal;
 Em 1938, criou-se a JEAC (Junta de Exploração do algodão Colonial), incrementando a
agricultura familiar de culturas obrigatórias de algodão para fornecer a indústria textil
portuguesa;
 Fim do domínio do capital estrangeiro não português;
 Centralização do poderes legislativos e financeiros nas mãos do ministro das colónias;
 As colónias tem a função de exportar matéria-prima para a metrópole e consumir os
produtos manufacturados de má qualidade vindos da Europa;
 Prática do racismo e da censura de informação nas rádios e jornais;
 Uso de livrete para controlar os indígenas;
 Surgimento de colonatos do Limpopo (Gaza), de Révuè e Sussungenga (Manica), de
Nova madeira nas terras altas de Lichinga (Niassa) e de Montepuez (Cabo Delgado);
 O Estado Colonial passou a controlar a mão-de-obra através da Direcção dos Serviços e
Negócios Indígenas, representada na base pelos administradoress, também conhecidos
por curadores;
 Abandono de algumas actividades não rentáveis; e
 Em 1940, é assinado entre o governo colonial portugues e o Vaticano a Concordata que,
entre outros aspectos, preconizava a obrigatoriedade do ensino da língua portuguesa aos
indígenas. Assim, houve formalização da aliança entre o Governo Colonial e a Igreja
Católica.
O acto colonial de 1930 - É um documento que definia os princípios da política colonial e as
instituições que a implementaram. As colónias portuguesas em África passaram a fazer parte do
Império Colonial Português e cada colónia passou a ser chamada por província ultramarina,
como se fosse de mais uma região de Portugal.

O ACTO COLONIAL era uma espécie de Constituição para os territórios ultramarinos,


havia definido a administração e a cobrança de imposto e mesmo a exploração dos portos como
competência exclusiva do Estado. Houve centralização do poderes legislativos e financeiros nas
mãos do ministro das colónias.

Quando se divulga o acto colonial, Portugal passou a dominar as áreas poltica e económica das
colónias, intensificando-se a exploração colonial. A opressão era praticada pelos sipaios em
conexão com os chefes de postos e régulos; criou-se a Polícia Política, a PIDE (Polícia
Internacional e de Defesa do Estado) a qual a partir de 1969, passou a chamar-se DGS (Direcção
Geral de Segurança) para controlar as pessoas e reprimí-las. Ainda se fazia o trabalho forçado e o
cultivo obrigatório do algodão, tabaco, cana-de-açúcar, chá e sisal até 1961, ano da sua abolição..

Em 1951, Portugal passou a chamar as suas colónias por províncias ultramarinas, como forma de
escapar à pressão internacional e para que não concedesse as independências de Moçambique,
Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Princípe.

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