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ÍNDICE

INTRODUÇÃO.........................................................................................................................1

MOÇAMBIQUE E O ESTADO NOVO...................................................................................2

1. Advento de Salazar...........................................................................................................2

1.1. A nova constituição social...........................................................................................3

1.2. A politica economica...................................................................................................3

1.3. O desenvolvimento do sector agrícolas da economia sob Salazar..............................4

2. Os planos de fomento.......................................................................................................5

2.1. A segunda guerra Mundial..........................................................................................5

3. A colonização branca e os colonatos...............................................................................6

3.1. O início da industrialização de Moçambique..............................................................7

3.2. A política do Estado Novo em relação à população africana.....................................7

4. A administração de Moçambique nas dêcadas de 1950 e 1960....................................9

4.1. Progressos sociais e políticos......................................................................................9

4.2. A religião e a educação.............................................................................................10

CONCLUSÃO.........................................................................................................................11

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................12
INTRODUÇÃO

O presente trabalho é de caráter avaliativo, com o seguinte tema: Moçambique e o Estado


Novo, no qual desenvolve-se no âmbito da cadeira de História de Moçambique, no curso de
Filosofia e Ética.

No desenvolvimento do tema supracitado vimos que, a urgência de um Estado Novo


desencadeia-se no período da monarquia, ou seja, republicano onde Portugal passa maus
bocados em relação a assuntos financeiros e como se não bastasse as manifestações e várias
tentativas de anarquia.

O tema desenrola-se no início do século XX, em que o ambiente político português


encontrava-se no caos, após a fundação da república desenrolava-se num autêntico fracasso
financeiro, marcada por dificuldades económicas, instabilidade política, social e militar.
Perante esta crise, os políticos republicanos do País encontravam-se inaptos para a resolução
dos problemas e doutro lado os militares golpeavam o Estado, implantando assim o
denominado ‘’Estado Novo’’. Um Estado que se apoiava sobretudo das suas colónias e de
modo específico Moçambique que era uma das colônias mais ricas. Portanto denominamos
Estado Novo.

O trabalho é de natureza qualitativa e tipo de pesquisa é bibliográfica e documental, isto é, foi


feito, na base de algumas obras, sites de internet e artigos de autores encontrados para
esclarecer o tema que nos-é confiado a desenvolver.

Quanto a abordagem do trabalho tem como objetivo geral: fazer compreender aspectos
ligados ao Estado Novo e o posicionamento de Moçambique diante da política do mesmo
Estado, e como objectivo específico: Identificar o Estado Novo no seu contexto político e
descrever a sua relação com Moçambique.

Numa visão estrutural, o trabalho conta primeiramente com a Introdução que para além de
nos introduzir o tema em estudo ela nos contextualiza o ambiente político e financeiro vivido
em Portugal, como pressuposto para o nascimento do Estado Novo, e segue-se do corpo da
pesquisa com os seus variados títulos e subtítulos em virtude de satisfazer os objectivos e por
fim a Conclusão e Referências Bibliográficas.

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MOÇAMBIQUE E O ESTADO NOVO

1. Advento de Salazar

Segundo Malyn Newitt(2012), após o golpe dado pelos militares ou generais que derrubou o
governo republicano em 1926, passaram-se quatro anos em que os generais apelavam cada
vez mais pelo Professor Antonio de Oliveira Salazar da Universidade de Coimbra.

Em 1928 chamaram o mesmo Salazar, para resolver problemas financeiros, tomando assim o
cargo de Ministro das finanças, em 1930 passou já a controlar o governo como Ministro das
colônias e posteriormente em 1932 tornou-se Primeiro-Ministro até 1968.

De acordo com Newitt (2012), Salazar juntamente com o professor Marcelo Caetano
elaboraram uma nova constituição e criaram uma estrutura ideológica que iria controlar os
assuntos portugueses durante quarenta anos seguintes. Para eles, Moçambique simbolizava
tudo o que existia de errado no regime republicano- caos administrativo, falta de políticas
financeiras e econômicas coerentes, inflação e uma moeda sem valor, domínio estrangeiro e
fraqueza e humilhação internacional. (Newitt, 2012, pg.390)

Por mais que o desenvolvimento econômico de Portugal fosse o âmago da missão de Salazar,
que seria por meio das colônias, Salazar teve o objetivo de estabelecer uma economia
nacional. Onde o próprio desenvolvimento de Portugal seria autofinanciado e as colônias
seriam libertadas.
No governo de Salazar toda liberdade era reprimida, a pobreza institucionalizada e o povo
Africano reduzido a mão-de-obra forçada e a servidão. Como consta em (Newitt, 1995, pg.
391), os quarenta anos de regime portugues, foi para eles um longo pesadelo, em que
posteriormente 1974 retomaram os rumos da sua história,que tinham sidos obrigados a
abandonar em 1926.
Com o objectivo de tornar Portugal numa economia industrializada, as colónias e a metrópole
tinham de se unir numa zona de escudo, e assim constituindo uma economia fechada isto para
alcançar um elevado nível de autossuficiência.

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1.1. A nova constituição social

Conta Newitt (2012), que muito antes de Salazar, houve pessoas que chegaram a conclusão
que era necessário uma reforma e análise e minuciosa da posição da constituição e da lei
pública das colônias, dentre essas pessoas, João Belo iniciara uma série de reformas,
divulgando Bases Orgânicas da administração colonial e o Estatuto político civil e criminal
dos indígenas.
Newitt (2012), Baseando-se nestes o noutros decretos do regime monárquico e republicano,
os ministros de Salazar elaboraram uma série de diplomas que definiam a posição
constitucional das colônias, os diplomas mais importantes foram o acto colonial de 1930 e
constituição portuguesa, a Carta orgânica, divulgadas para cada colônia em 1933.

Esta Legislação transformou as colônias numa entidade legal única com a sua própria
metrópole, que era parte do estado Portugues, haveria então uma lei e uma cidadania comuns,
apesar de permanecer ainda a distinção entre indígenas e não-indígenas, porém somente o
não-indigena que gozava da cidadania plena, e isso não exclui a responsabilidade de civilizar
os indígenas e incorporá-los na cultura portuguesa.

A Carta Orgânica, a primeira constituição escrita que Moçambique recebeu, se dividia em


quatro partes intituladas Garantias Gerais, Os Indígenas, O Sistema Político e
Administrativo, e Garantias Econômicas Financeiras. No sentido lato esta carta teve como
objectivo reforçar as relações das colônias com a metrópole, acabar com a autonomia
financeira das colônias e restabelecer a política tradicional, na qual distinguia o indigena e o
não-indigena. Portanto neste âmbito Moçambique pela primeira vez tornou-se num estado
unitário.

1.2. A politica economica

segundo Newitt Maly(2012), às medidas econômicas tomadas por Salazar destinavam-se a


estabilizar o escudo e as moedas coloniais, isto é, as colônias punham-se em serviço com o
intuito de estabilizar a economia da Metrópole, neste caso Moçambique sendo uma das
colônias mais ricas de Portugal, disponibiliza matérias-primas e Mão-de-obra ao serviço da
economia portuguesa.

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Salazar estava decidido a reduzir a dependência de Portugal da importação de
alimentos, matérias-primas e produtos Industriais. Enquanto se faziam planos para o
desenvolvimento industrial do país. Planos esses que incluíam o crescimento do
mercado colonial, as colônias eram incumbidas da missão de fornecer as matérias-
primas e os gêneros alimentícios (Newitt 2012, pg.396).

Segundo Nhapulom(2021), as principais causas ou objetivos desta política são: acabar com O
caos administrativo e económico que se vivia em Portugal e nas colónias; acabar com o
domínio do capital estrangeiro não-português, sobretudo com a hegemonia inglesa;
necessidade de obrigar as colónias ao fornecimento das matérias-primas e ao consumo de
produtos portugueses.

1.3. O desenvolvimento do sector agrícolas da economia sob Salazar

O fim dos poderes concessionárias da campanha do Niassa e das grandes companhias dos
prazos em 1929/ 1930 constituiu uma fase importante no desenvolvimento da economia de
Moçambique. As grandes companhias concessionárias tinham agido como senhores feudais,
obtendo os seus lucros do controlo directo da tribulação e da mão-de-obra, da obtenção de
monopólios comerciais e do direito de arrendar subconcessões. Newitt ( 2012)

Tendo cedido todas as suas terras e responsabilidades administrativas. Salazar acabou


com o feudalismo de grupo em Moçambique. O estado, e não os grandes barões
feudais, iria agora beneficiar directamente do potencial humano e dos recursos
financeiros da sua população. Está revolução teve por efeito a eliminação de partes da
classe feudal, deixando ficar apenas empresas produtivas e que efectuavam que
investimento (Newitt, 2012, pg. 400).

Enquanto a compra e o açúcar conheciam tempos difíceis, a economia Moçambicana


revelava uma extraordinária capacidade de diversificação numa altura propícia. No início da
década de 1930, a produção de chá disparou no Milanje, onde Sena Sugar tomou a
companhia Lugella e criou o famoso chá Oriental, e nas terras de Namuli. Newitt (2012).

Caju foi outra história de êxito na década de 1930, até então, o caju tinha sido
recolhido principalmente para destilação das bebidas alcoólicas e somente na década
de 1920 começaram a ser exportadas pequenas quantidades. Por via de regra, o caju
era uma colheita rural, e tornou-se rapidamente uma grande fonte de receitas para os
camponeses (Newitt, 2012, pg. 400).

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2. Os planos de fomento

Em 1973 foi publicado um plano de fomento sexenal. O plano completava a


construção do caminho-de-ferro para o interior da Ilha de Moçambique, os esquemas
de irrigação do vale do Limpopo e do Umbeluzi, o caminho-de-ferro de Tete, o
desenvolvimento do porto de Nacala e algum investimento agrícola e rodoviário. Na
década de 1950, foram cancelados dois planos outros planos de fomento abrangendo
os anos de 1953-1958 e 1959-1964 (Newitt, 2012, pg. 402).
Como afirma Newitt (2012), O primeiro plano de Fomento reservou 1,7 milhões de contos de
investimento que incluía a ligação férrea entre Lourenço Marques e Salisbúria; um
prolongamento do caminho-de-ferro do Incomáti e a continuação do ramal de Nacala; a
conclusão do esquema do vale do Limpopo; as barragens dos rios Rivubwe e Movene e a
criação do aeródromo.

O segundo plano, para os anos de 1959-1964, foi traçado em circunstâncias completamente


diferentes. A descolonização iniciara-se na África britânica e francesa, e Portugal estava a ser
abertamente desafiado pelos nacionalistas para desistir do seu império. Salazar ambicionava
desenvolver o Norte e os trabalhos sofreram atrasos durante a guerra e só concluídos em
1947.

As linhas aéreas começaram a desenvolver-se na década de 1940. Criou-se um


departamento da Administração de Serviços dos portos, caminho-de-ferro e
Transportes (DETA) para pôr a funcionar voos comerciais internos e uma rede de
dezoito aeródromos, três deles ( Lourenço Marques, Beira e Lumbo) de nível
internacional (Newitt, 2012, pg. 403)

2.1. A segunda guerra Mundial

Salazar manteve a neutralidade durante a segunda guerra Mundial, decidido a que nem
Portugal nem as suas colónias se vissem envolvidos no conflito. No início da guerra, Portugal
favoreceu as potências do Eixo e continuou a vender volfrâmio às indústrias de armamento
alemãs. Salazar começou a pajear abertamente os aliados ocidentais e em 1944 permitiu que a
força aérea dos Estados Unidos usasse os Açores para guerra no Atlântico. Depois da guerra,
Salazar abandonou muitas das características do fascismo e, em 1949, Portugal entrou para a
NATO. Newitt (2012, pg.403-404)

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Para a África portuguesa, a guerra foi um período de grande oportunidade e mesmo
prosperidade. As colónias não foram acertadas pelo conflito em curso. Os preços mundiais
dos produtos das colónias dispararam, e Moçambique e Angola podiam vender a preços
elevados praticamente qualquer produto que retirassem da terra. Moçambique em participar,
beneficiou no sector de plantações. A produção e as vendas de açúcar e chá atingiram novos
máximos e o governo promoveu a cultura organizada de algodão e arroz. No entanto, a
prosperidade dos anos da guerra fez sair finanças de Moçambique da depressão da década de
1930. Idem

3. A colonização branca e os colonatos

Segundo Maly (2012), os imperialistas portuguesas tinham privilégios sempre a transferência


dos fluxos de migrantes de Portugal e das ilhas de África, e o Estado Novo iria escrever outro
capítulo na relação longa e ambivalente de Portugal com o conceito de emigração. No século
XIX, o Brasil ou os Estados Unidos foram os principais destinos de emigrantes cujas
remessas cobriam normalmente os défices da balança de pagamento de Portugal.

O Estado colonial português promoveu uma política de povoamento das colónias


portuguesas a partir dos meados dos anos 1950 com objectivos económicos, políticos
e ideológicos que incluíam, entre outros, o desenvolvimento de uma agricultura
comercial colona, melhoria das condições de vida dos colonos desempregados e
pobres e reforço das relações entre Portugal e suas colónias num contexto marcado
pela ascensão do nacionalismo africano e pelo surgimento dos primeiros estados
independentes do colonialismo europeu em África e Ásia. (Filipe. V. Eléusio, 2019.
Pg, 3)
Segundo Newitt (2012), os que haviam instalado nas zonas rurais vinham-se embora,
mudavam para as cidades, onde ficavam no desemprego ou se estabeleciam como
comerciantes itinerantes e mais tarde motoristas de pesadas, ou então migravam outra vez
para a África do Sul ou a Rodésia. Consequentemente, em 1928 existiam provavelmente
apenas 18.000 portugueses brancos em Moçambique.

Quando Salazar veio ocupar o poder, viu que as somas gastas com os emigrantes
brancos podiam ser objecto de cortes, permitindo o equilíbrio dos orçamentos
colonias. Durante anos, a emigração branca foi fortemente desencorajada, e no início
da década de 1930, a população branca das colónias terá diminuído. (Newitt, 2012,
Pg. 404).

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3.1. O início da industrialização de Moçambique

A questão de se incentivar ou não as colónias a estabelecer indústrias foi debatida acesamente


na década de 1930, com os interesses têxteis Portugueses a fazerem forte oposição a
implantação de fábricas no terreno. Em 1936, o governo decidiu que as novas indústria
necessitariam do consentimento do Ministro das Colónias e a sua decisão deveria ter em
conta os interesses da indústria portuguesa.
No final de década de 1950, o mercantilismo rígida dos primeiros anos modificou-se
ou pouco e ameaçou a ser incentivada a industrialização das colónias. A grande
expansão na produção de algodão, caju, arroz, chá, e outras colheitas durante a guerra
levou á criação de imensas fábricas de transformação. Depois, nos anos que mediaram
entre o fim de guerra e 1960, a imigração contínua aumentou a população branca para
100, 000 e o mercado de consumo moçambicano começou a expandir-se. (Newitt
Malyn, 2012. Pg. 406).

Dos primeiros e segundos planos para a comercialização permitiu que aparecesse um umas
das indústrias locais e os grandes bancos e das pessoas que se associaram para associarem as
suas finitudes profissionais das indústrias portuguesas foram encorajados para a investigar
nas colónias e criar-se nas suas grandes fábricas, sobretudo nas duas principais cidades a
saber: Lourenço Marques que actualmente chama-se da cidade de Maputo e a cidade da
Beira. Que a fábrica mais importante era a de refinação de petróleo.

Mais tarde Moçambique tornou-se produtor de cimento, tijolos e ladrilhos, revestimento de


amianto, cabos eléctricos, e fundição de aço, contraplacado de madeira, arame e artigos de
consumos como chapéus-de-chuva, panelas, plásticos para uso doméstico e muito mais.

Conta Newitt (2012), uma fábrica em Matola, província de Lourenço Marques actualmente
Maputo, especializou-se na refinação de pesado para um significativo mercado de exportação
na África do Sul criando mais um elo industrial vital entre os dois países. Por último
verificou-se um aumento da construção em grande escala nos principais centros urbanos.

3.2. A política do Estado Novo em relação à população africana

Conta Newitt (2012), os escândalos com a mão-de-obra na década de 1920 vieram


sucessivamente à superfície pondo em causa a dignidade da República e fazendo perigar todo
o futuro de Moçambique. A ameaça de ver as suas colónias incluindo nas da Alemanha, ao
abrigo do sistema de Mandato, conseguiu ser evitada apenas em virtudes da conferência de

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paz de versalhês, mas a África do Sul continuou a pressionar Lourenço Marques, as
condições deploráveis dos territórios da companhia do Niassa.

A evolução económica e social da África Central e do sul criara reservas naturais de


mão-de-obra nos locais onde a pobreza do solo, o aumento do excesso populacional e
a falta de qualquer outro tipo de emprego bastavam para tomar o pulso de emigrante e
sentir a sua necessidade de um contrato de trabalho. A cada ano que passava era
menos necessário mandar os cipais recolher trabalhadores e ou impor o trabalho
correccional- a pobreza e a necessidade encarregavam-se de fazer o seu trabalho.
Além disso, o imposto de palhota deixara de ser tão importante para finanças
coloniais, (Newitt, 2012, Pg. 408).

A estrutura legal da política implementada pelo Estado Novo estava presente no acto
colonial, na carta Orgânica do império colonial Português, publicado em 1930, e na
constituição de 1933. Como afirma Omar Ribeiro Thomaz, essa legislação era produto de
uma ideologia e uma tradição do podre colonial português, que tinha por objectivo de traduzir
como o império deveria ser e actuar em seus territórios.

O acto e a carta orgânica do império colonial Português, reforçavam os princípios legais


estabelecidos em 1926. Esses documentos foram pensados como uma espécie de constituição
para os territórios de além-mar e tinha como característica principal o ultra-nacionalismo,
típico do governo de Salazar (Acto colonial, 1945).

Os Portugueses tinham em mãos um problema que iria continuar a afectar a Frelimo


após a independência. Colocando uma questão muito interessante e pertinente para o
seu tempo: Como é que que um país relativamente pobre e subdesenvolvido se
desenvolve quando o mercado de trabalho, de bens de consumo e capitai sé dominado
por uma economia vizinha, muito maior e relativamente melhor desenvolvida?
(Newitt, 2012, Pg. 409).

Conta Newitt (2012), A política do aldeamento intensificou-se durante a guerra da


independência, altura em que foi considerada a melhor forma de isolar a população da
propaganda da Frelimo. Após a independência, o governo da Frelimo adoptou a ideia e
transformou-a na solução da sua política de desenvolvimento rural.

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4. A administração de Moçambique nas dêcadas de 1950 e 1960

Como nos mostra Newitt (2012), com a vitória dos aliados na segunda guerra mundial,
Salasar achou oportuno mudar o carácter fascista do Estado Novo e adoptar as formas
exteriores de uma democracia liberal.
No início da década de 1950, o direito civil de Portugal e do seu império foi apreciado muito.
Em 1951, a Constituição portuguesa foi objecto de uma revisão e o termo “colónia”, de modo
a evitar que Portugal fosse considerado nos fórus internacionais como uma potência colonial,
e passou-se a se designar por Província Ultramarina, acentuando a reivindicação do regime de
que os territórios africanos e Portugal constituiam um único País indivisível. “Em 1953, foi
publicada a lei orgânica de Portugal Ultramarino e em 1955 seguiu-se um Estado para
Província de Moçambique”, Newitt (2012).

Em 1954, atualizou-se a legislação respeitante à população africana com a aprovação do


Estado do indígena. Este em 1954 foi rejeitado, altura em que todos os habitantes de
Moçambique tinham plenos direitos de cidadania como parte de outra grande apreciação do
direito público da colónia, destinada a combater a crescente campanha internacional contra o
domínio colonial português.

Em 1959 foi criado um conselho de coordenação económica. O governo geral exercia o seu
cargo através do Conselho do Governo, constituido por secretários provinciais, militares, o
procurador geral da Reupública, o Ministro das Finanças e dois membros da assembleia
legislativa. Ao nível local havia nove distritos: Lourenço Marques, Gaza, Inhambane, Manica
e Sofala, Tete, Zambézia, Cabo-Delgado e Niassa.

4.1. Progressos sociais e políticos

De acordo com Newitt (2012), a população africana de Moçambique iniciou o seu


crescimento relativamento lento de 3960261 habitantes em 1930 para os 6430530 registados
no censo de 1960.

O rítimo lento do aumento populacional esteve sem dúvida ligado à falta de uma assistência
médica adequada que caracterizou Moçambique até à dêcada de 1960. As doenças mais
comuns eram: a malária, a doença do sono, a lepra e a bilharzíase, Newitt (2012).

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Em 1929, o governo havia criado unidades de combate à malária e doença do sono e a pós
segunda guerra mundial, a bilharzíase, a tuberculose e a lepra foram acrescentadas à lista.
Em 1940, o departamento de saúde empregava 78 médicos, 166 enfermeiros de diversos
graus e 102 enfermeiros africanos.

4.2. A religião e a educação

A história inicial do catolicismo em Moçambique fora completamente dominada pelas ordens


missionárias. Todavia, no século XX, a Lei de Salazar manteve a separação formal da Igreja e
do Estado, mas conferiu à Igreja o reconhecimento especial como “instrumento de civilização
e influência nacional”, Newitt (2012).

De 1941 até à guerra da independência verificou-se uma estreita cooperação entre a


instituição católica e o regime, e o catolicismo tornou-se uma religião oficial do Estado,
recebendo subsídios e muitos outros privilégios.
Os professores africanos só conseguiam acesso aos estabelecimentos de ensino se fossem
católicos, e o acesso a outros graus de ensino, de um modo geral, dependia também da adesão
à religião oficial do Estado.

Samora Machel, por exemplo, entendia que o progresso na educação lhe estava vedado a
menos que se tornasse católico baptizado, e assim, para progredir, aderiu à Igreja, Idem.
A família Machel era Metodista Livre, sem uma grande vontade de enviar para uma escola
católica, mas era isso ou nada, Christie Iain (1996).

Esta imposição, como nos narra Christie Iain, enraiveceu muitos josvens moçambicano. No
caso de Samora Machael a raiva não derivava de uma piedade protestante ferida, mas da
percepção de que o objectivo era, citando próprio Samora, “não educar mas ensinar doutrina
(...) O objetivo principal da Missão era endoutrinar-nos, fazer de nós católicos romanos”.
Idem

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CONCLUSÃO

Ao concluirmos o nosso trabalho, esperamos que tenhamos sido claros e objetivos na


elaboração do mesmo. Resta-nos agora realçar alguns pontos, de modo a solidificar o nosso
conhecimento sobre Moçambique e o Estado Novo.

Como vimos, Estado Novo foi uma organização política económica, isto é, um governo,
formado em Portugal sob o comando de António de Oliveira Salasar. Em que anteriormente,
o governo

O Estado surgiu num contexto de crise económica, eis a razão de alguns generais chamarem
Salasar em 1928 para resolver problemas financeiros, tomando assim o cargo de Ministro das
finanças. E em 1930 tornou-se Ministro das colônias.

As medidas económicas tomadas por Salasar tinham como objetivo, estabilizar o escudo e as
moedas coloniais, isto é, as colónias punham-se em serviço com o intuito de manter a
economia da Metrópole, neste caso, Moçambique sendo uma das colónias mais ricas de
Portugal, disponibilizava matérias primas e Mão-de-obra ao serviço da economia portuguesa.

A educação estava ao confiada aos missionários católicos, e se um africano quisesse


frequentar um alto nível tinha que ser um católico ou um Padre da Igreja Católia. Caso ao
contrário se limitava apenas no ensino técnico e profissional.

Queremos terminar com as nossas huldes gratidões ao docente, que nos recomendou fazer
este trabalho, e nós estamos bem contentes, por que deu para saber o que antes não sabiamos,
a todos que duma ou doutra forma nos ajudaram a elaborar o mesmo trabalho, endereçamos o
nosso muito obrigado.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Christi, Iain. (1996). Samora Uma biografia. Editora Njira; Maputo.

Newitt, Malyn. (2012). Historia de Moçambique, Publicacoes Europa-America, Lisboa

Nhopolo, Telastero de Jesus. (2021), Pré – Universitário História, Plural Editores,

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