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1. Introdução.................................................................................................................................1
1.1. Objectivos.............................................................................................................................1
1.2. Metodologia..........................................................................................................................1
2.1.3. A economia das colónias portuguesas durante a segunda guerra mundial (1939 – 1945)5
2.1.4.1. A Industrialização........................................................................................................10
3. Conclusão...............................................................................................................................13
Bibliografia....................................................................................................................................14
1. Introdução
O presente trabalho trata da situação económica das colónias portuguesas durante a segunda
guerra mundial: a política colonial portuguesa no pós segunda guerra concretamente entre 1945 –
1974: a função económica das colónias para a metrópole. No entanto, este tema enquadra-se no
período entre 1939 com início da segunda guerra mundial e vai até 1974 com a queda do estado
novo, ou seja do o fim do nacionalismo económico do Salazar.
1.1. Objectivos
Geral:
Conhecer a situação económica das colónias portuguesas durante a 2ª Guerra Mundial.
Específicos:
Mencionar a situação económica das cinco colónias portuguesas em África
nomeadamente Moçambique, Angola, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau e Cabo verde;
Destacar as principais colónias portuguesas em termos de dimensão dos recursos
existentes e o rendimento da metrópole na exploração das mesmas;
Compreender a função económica das colónias portuguesas durante e depois da segunda
guerra mundial, a política portuguesa depois da guerra e a função económica das colónias
para Portugal.
1.2. Metodologia
Para a realização deste trabalho, a autora aplicou o método de pesquisa bibliográfica.
2. A Situação Económica das Colonias Portuguesas durante a 2ª Guerra Mundial:
características.
2.1. A economia das colónias portuguesas
2.1.1. A economia das colónias portuguesas entre 1926 – 1939
Portugal apesar de ser um dos países pioneiros da expansão europeia em África, devido seu
subdesenvolvimento económico não conseguiu ocupar um grande número de colónias em África.
Assim sendo, Portugal ocupou, administrou e explorou cinco países do continente africano como
pode se pode observar no mapa abaixo e a respectiva tabela.
Segundo Enders (1997: 79) “o golpe de estado militar de (....) 1926 faz entrar Portugal num
período de ditadura que se prolonga até 25 de Abril de 1974”.
Com base nessa citação entende-se que durante todo período que vai até 1974 foi um momento
em que Portugal muda do seu regime político, economico e social e consequentemente muda
também o regime político, económico e social das respectivas colónias.
Portanto, em 1928 dois anos mais tarde, o chefe do estado, o General Óscar Carmona, chamou ao
governo a 27 de Abril o Doutor António de Oliveira Salazar, professor de economia na
Universidade de Coimbra que graças a uma crise colonial se aproximou ao poder, tendo dirigido
os destinos de Portugal e das respectivas colónias durante 40 anos.
Foi em 1930 que a política africana afirmou-se quando Salazar então ministro das finanças e das
colónias fez provar o acto colonial um documento que estabelecia o quadro institucional das
colónias. No referido documento, anunciava-se que:
Assim sendo, Salazar começou por repor ordens nas finanças das colónias e pondo uma estrita
fiscalização das trocas, dá prioridade aos capitais nacionais privados ou público e começou uma
luta de desgaste contra as grandes companhias. Salazar internamente baniu todos partidos
políticos, construiu um Estado forte; nas colónias instituiu uma moeda única e acabou com a
desorganização dos capitais. É preciso frisar que mesmo antes da instituiçã do Estado Novo, os
capitais portugueses sempre circularam nas colónias principalmente nos territórios que estavam
sobcontrole directo de Portugal.
O estado novo procedeu de maneira a encontrar nas suas colónias matéria-primas de que tem
necessidade afim de retirar o melhor proveito possível da zona de escudo (império português em
África). Ainda neste momento, Portugal importou da África produtos como o algodão, o açúcar,
o café e os óleos vegetais.
2.1.3. A economia das colónias portuguesas durante a segunda guerra mundial (1939 –
1945)
Parafraseando Newitt (1997: 403) ”Salazar manteve a neutralidade durante a segunda guerra
mundial, decidido a que nem Portugal nem as suas colónias se vissem envolvidos no conflito”.
Portanto, Portugal ao adoptar esta política de neutralidade visava tirar proveito da guerra de
modo a recuperar a sua economia intensificando a sua exploração colonial e revender os
produtos explorados nas colónias às potências beligerantes. Contudo, os primeiros anos da guerra
(1939 - 1942), causaram para as colónias portuguesas enormes dificuldades económicas devido
as seguintes razões:
Desta maneira, viveu-se nas colónias portuguesas uma especulação interna acompanhada de uma
quebra das cotações dos géneros e por uma consequente retração dos rendimentos das
exportações pela diminuição do comércio interno e pela contração das despesas públicas de
fomento.
Segundo Smith in Rosas (1995: 240) “o ponto de viragem do Slump para o boom nas economias
coloniais dá-se em 1942”.
Subida generalizada das cotações internacionais dos principais géneros coloniais, a partir
de 1941/ 42 como algodão, açúcar, café, oleaginosas, borracha, tabaco, chá, cacau, cisal,
peles, madeiras, etc, objecto de uma intensa procura mundial, especialmente por parte dos
países beligerantes, mas também da metrópole.
Essa valorização dos produtos coloniais originou um aumento global das transações das
principais colónias (Angola e Moçambique) como também assistiu-se a uma subida das
suas exportações constituíndo assim um estímulo decisivo para todas as suas actividades
produtivas de exportação e para as actividades comerciais coloniais e metropolitana.
Foram traçadas as medidas de reorientação do comércio interno das principais colónias
com as seguintes características fundamentais:
Acentuado reforços das relações comerciais com a metrópole apesar das dificuldades do
bloqueio dos transportes.
Intensificação das relações com os beligerantes (Inglaterra e Estados Unidos da América)
em prejuízo de outros parceiros estrangeiros tradicionais das economias coloniais
designadamente os países vizinhos.
Quanto a neutralidade de Portugal na Segunda Guerra Mundial é importante referir que este país
não usou a sua política de neutralidade durante todo período de conflito, pois, já na fase final da
guerra Portugal assinou com a etente, no qual Portugal entrava na guerra ao lado de etente com a
função de abastecer com seus produto alimentares à etente. No âmbito do mesmo assistiu-se a
instalação de uma base militar dos Estados Unidos da América na Ilha dos Açores, e, com
instalação da mesma os EUA passaram a pagar uma determinada renda em dinheiro ao Estado
Português.
Como já se referiu anteriormente que a valorização dos produtos coloniais originou um aumento
global das transações das principais colónias (Angola e Moçambique) como também das suas
exportações, estes países durante a guerra exportavam diversos produtos tais como: Angola:
diamantes – principal produto de exportação, milho, açúcar, café, algodão, feijão, sisal e óleo de
palma. Fenómeno idêntico verificou-se em Moçambique que exportou os seguintes produtos:
algodão – principal produto de exportação, oleaginosa, açúcar, sisal, etc; ver as tabelas abaixo.
O período que vai desde 1939 – 1945, pode-se considerar com prioridade a existência de uma
política económica colonial do estado novo, pois, é a partir de 1939 que as colónias entram numa
nova fase de acção colonial do regime nas condições do conflito.
Segundo Rosas (1995, p.260) “na realidade, as novas circustâncias criadas pelo conflito mundial
empurava o governo, como recurso imprescindível para uma viragem em força para as
economias coloniais”.
Portanto, com essa citação compreende-se que as colónias durante a segunda guerra serviram de
pólo de desenvolvimento da metrópole, pois, é lá (colónias) onde portugal havia que ir buscar
com redobrada intensidade os bens alimentares e as matérias primas que o fecho de outros
mercados fornecedores, ou seja, o bloqueio impedia agora a metrópole de comprar alguns
produtos como: milho, feijão, carne, açúcar, café, algodão, oleaginosas, sisal, borracha, etc.
Neste caso, tudo indica que as colónias se tornavam uma fonte de abastecimento absolutamente
vital para a metrópole. As referidas colónias não só podiam exportar, como também podiam e
deviam importar artigos da indústria portuguesa ou os vinhos não colocados no mercado
português, atraídos pela diminuição da concorrência dos países limítrofes das colónias
mobilizados para o seu próprio esforço.
É exactamente neste contexto que se compreende a nova política económica de portugal para o
seu império colonial que se pode resumir em seguintes linhas gerais:
Este objectivo vai desdobrar-se em vários tipos de acções na política económica portuguesa para
as colónias como:
Expirado os prazos das companhias estrangeiras que operavam nas colónias, os territórios
passaram a ser directamente controlados pela metrópole, isto é, pelos portugueses que passaram
a povoar em massa as principais colónias (Moçambique e Angola) e o investimento das mesmas
era garantido pelo capital português através do Banco Espírito Santo. Não quer dizer no entanto
que o Banco Espírito é que controlava directamente os territórios, mas sim, garantia a exploração
e modernização das colónias investindo o seu capital nesses territórios.
Tabela 1: Principais interesses estrangeiros com actividades nas colónias durante a segunda
guerra mundial.
Interesses Sectores
Societé general de Belgique Diamanq (Angola) Diamantes
Cotanang (Angola) Algodão
Societé miniére du Zambeze (Belga) em Carvão
Moçambique.
The Manica Trust Lta (Grã-Bretanha) em Prospecção de petróleo
Moçambique.
Sena Sugar States (Grã-Bretanha) em Açúcar, Chá e Sisal.
Moçambique.
Companhias de Boror, Madal Zambézia, Copra, Sisal e Açúcar
Angoche (Grã-Bretanha) em Moçambique
Anglo-American Corporation of South Africa Diamantes
(Oppenheimer – A. do Sul) participação na Plantações várias
diamanq (Angola). Participação na companhia
de Moçambique
British South Africa Company (Moçambique) Seguros, Minas e Importações
Banco Standard e Barclays (Grã-Bretanha) em Banca e seguros
Moçambique
Fonte: Rosas, Fernando. Portugal entre a paz e a guerra (1939 - 1945), Lisboa, 1995.
Como pode-se observar na tabela e na base do que já foi referido anteriormente Portugal ao
nacionalizar a economia e ao acabar com o investimento estrangeiro, vai portanto, continuar
admitir a instalação e exploração das colónias por outras companhias estrangeiras principalmente
na exploração mineira. A tabela acima é o exemplo concreto de algumas companhias
estrangeiras que continuaram a explorar as colónias.
Aqui é importante referir que nas duas colónias em referência em particular em Angola
estava já instalada uma rede significativa de pequenas e médias indústrias.
Assim sendo, no fundo autorizava-se a criação da indústria mas dava-se preferência total nessa
exploração aos empresários metropolitanos. Na prática, a industrialização colonial é contida ou é
oferecida à esmonia dos capitais metropolitanos em todos sectores sensíveis às empresas
portuguesas especialmente na área de produação de consumo, abastecedores dos mercados rurais
indígenas ou dos mercados urbanos das classes baixas negras ou brancas.
Foi exactamente este cenário que marca início de uma política de claro investimento nas colónias
sob esmonia do capital português ao qual se vão associar frequentemente os interesses dos
colonos capitalistas.
Assim sendo, em Angola de 1939 à 1945 foram instaladas as seguintes novas indústrias
transformadoras: cobertores de algodão, óleo alimentar, calçado, tecido de algodão,
metalomecânica, pasta de papel, borracha e cimento; igualmente em Moçambique foram
instaladas as indústrias transformadoras de artigos de borracha, mobiliário, verniz e cimento
como pode ver a tabela abaixo.
Tabela 2: Principais novas indústrias transformadoras autorizadas em Angola e Moçambique
durante a segunda guerra mundial.
Durante o período que vai desde 1939 até 1974 foi marcado por uma grande prosperidade
económica de Portugal, prosperidade esta que esteve alheia as suas colónias africanas. A não
participação na guerra, ou seja, a neutralidade portuguesa na segunda guerra mundial visava tirar
o proveito da guerra de modo a recuperar a sua economia intensificando mais a exploração
colonial e revender os produtos às potências beligerantes. É exactamente durante a segunda
guerra mundial que se lançou todas as bases para o desenvolvimento económico da metrópole
tendo como linha a política económica traçada para as colónias. Desta maneira, as colónias
durante a guerra serviram de fontes de obtenção de matéria-prima e de importação dos produtos
industriais não colocados no mercado metropolitano.
Bibliografia
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CUHE, D. (1999). A Noção de Cultura nas Ciências Sociais. Lisboa: Fim de Século Edições.
DUARTE, R. T. (1999). A Noção de Cultura nas Ciências Sociais. Lisboa: Fim do seculo
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Sithole, D. M., & Cessár, S. (2013). Manual de Curso de licenciatura em Ensino de História:
HO178 - HISTÓRIA DAS SOCIEDADES IV - A Sociedade Africana e Moçambicana
aquando das Independências. Beira-Moçambique: Universidade Católica de Moçambique:
Centro de Ensino à Distância-CED.