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VIVER EM PORTUGUÊS

UFCD 6653 - Portugal e a sua História


Índice

Introdução……………………………………………………….……………………………
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Resultados da aprendizagem………………………………………………….
…………3

1.A civilização industrial no século XIX e


XX………………………………………...4
1.1.O mundo industrializado no século
XIX…………………………………………………..4
VIVER EM PORTUGUÊS
1.2.As alterações urbanas e sociais da
industrialização………………………………….7
1.3.Os novos modelos culturais do mundo
UNIDADE 6653 – PORTUGAL E A SUA HISTÓRIA
industrializado…………………………...12

1.4.Portugal entre os séculos XIX e


XX……………………………………………………...14

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2.A Europa e o mundo no século XX……………………………………………….
….21
2.1.As transformações económicas do pós-
guerra……………………………………...21
2.2.Mutações na estrutura social, na cultura e nos
costumes.........................27
2.3.Ruptura e inovação na arte e na
literatura…………………………………………...32

3.Portugal no século
XX………………………………………………………………….41
3.1.Portugal: da I República à ditadura
militar…………………………………………...41
3.2.Portugal: o autoritarismo e a luta contra o
regime…………………………….….44
3.3.Portugal democrático: a Revolução do 25 de Abril e a instauração
do Estado
Democrático……………………………………………………………………………
……………...53

Propostas de
atividade………………………………………………………………….62

Bibliografia…………………………………………………………………………….……
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Introdução

Durante quase meio século, estruturou-se e perpetuou-se um regime


autoritário em Portugal. Que conceções e que mecanismos explicam tal
longevidade ?

A agonia e queda do Estado Novo na resultante de um vasto conjunto de


fatores, internos e externos, abriu caminho a um intenso processo de
transição democrática, que se institucionalizou com a Constituição de 1976.

A construção do Portugal democrático alicerça-se assim sobre a rutura de


uma velha ditadura e um período de fortes e contraditórias pulsões que o
edifício constitucional não deixaria, inevitavelmente, de refletir.

Neste sentido, torna-se relevante que o desenvolvimento temático proposto


tome como horizonte, mais do que um processo histórico próximo, a
possibilidade dos formandos reforçarem o conhecimento das instituições e
mecanismos que gerem a sociedade portuguesa e percecionarem-se como
cidadãos de pleno direito, avaliando princípios e práticas sociais.

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Resultados da Aprendizagem

• Situar, cronologicamente, os momentos mais importantes da história


de Portugal contemporâneo.
• Identificar, em diferentes períodos de tempo, as influências
estrangeiras na cultura e nos diversos sectores de atividade
económica portugueses.
• Reconhecer o protagonismo de Portugal em determinados momentos
históricos.
• Relacionar as diferentes correntes de pensamento com a produção
artística e literária que lhes está associada.
• Caracterizar, genericamente, a evolução da estrutura social, da
cultura e dos costumes.
• Compreender as causas que conduziram a um processo de transição
democrática em Portugal.

1.A civilização industrial no século XIX e XX

1.1.O mundo industrializado no século XIX

Iniciada no século XVIII, na Inglaterra, a Revolução Industrial traduziu-se, em


"sentido lato", num processo de modificações estruturais profundas na

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economia, na sociedade e na mentalidade do mundo ocidental ao longo do
século XIX.

Em "sentido estrito", as transformações tecnológicas e económicas foram,


porém, a imagem de marca da revolução industrial. Grandes descobertas
técnicas, amparadas em novas fontes de energia, motivaram a passagem
da manufatura à maquinofatura.

A palavra "indústria" passou a ser utilizada para designar o fabrico, em


grande escala, oriundo do maquinismo e um país industrializado definiu-se
pela percentagem de mão-de-obra e pela riqueza obtidas através do sector
secundário de atividades.

Obviamente, a revolução industrial não constou de uma única operação, tal


como os diferentes países foram afetados em épocas e a ritmos também
diferentes.

Assim, de 1780 a 1840-50, distinguimos uma primeira revolução industrial,


liderada pela Inglaterra: foi a revolução do carvão, do ferro, do algodão e da
máquina a vapor, que determinou o desenvolvimento do Capitalismo
Industrial.

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Por volta de meados do século XIX, a revolução industrial está em expansão.
É a segunda revolução industrial, do aço, do petróleo, do motor de explosão
e da eletricidade, que se espalha pela Europa e atinge a América do Norte e
o Japão, entre 1850 e 1914. O Capitalismo Financeiro atinge, então, um
ponto alto.

O alargamento das vias de comunicação


O alargamento das vias de comunicação foi um fator e um mecanismo da
industrialização, na medida em que constituiu um investimento de base. Um
investimento de tal modo poderoso, a partir de meados do século XIX, que
os historiadores não hesitam em falar numa revolução dos transportes
dentro da Revolução Industrial.

A revolução dos transportes caracteriza-se, antes de mais, pela aplicação da


máquina a vapor à navegação e aos transportes ferroviários.

Os caminhos de ferro
Os caminhos de ferro nasceram do encontro de duas técnicas: o ferro e a
máquina a vapor. Os carris eram já utilizados no século XVIII para a tração
de vagonetas puxadas por cavalos, nas minas e nas pedreiras.

Mas a grande revolução consistiu na aplicação da «locomotiva» à tração


dessas vagonetas.

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Os caminhos de ferro provocaram profundas implicações económicas,


sociais e até culturais:
• A agricultura encontrou novos mercados e pôde vender géneros de
pequena duração em zonas distanciadas, assim como especializar as
suas produções.
• Os centros urbanos foram abastecidos com regularidade, evitando-se
crises de fornecimento.
• Quantidades crescentes de ferro, carvão e madeira foram absorvidas,
para o apetrechamento e consumo do novo meio de transporte.
• Impulsionou-se a siderurgia, facilitada pela invenção do conversor
Bessemer. Assim se obteve o aço, muito mais resistente que o ferro e
simultaneamente maleável.
• Favoreceram-se as operações financeiras, mediante o lançamento de
ações e empréstimos por obrigações; construiu-se o aparelho
bancário moderno; criaram-se sociedades por ações, o tipo mais
aperfeiçoado de empresa capitalista no período da segunda revolução
industrial.
• Facilitou-se o povoamento de vastas regiões, nos E.U.A. e na Rússia,
por exemplo.
• Reduziram-se as tarifas e os custos dos transportes; estimulou-se o
consumo de massas.

Em suma, pôs-se fim ao isolamento de vastas regiões, integradas, desde


então, numa teia de ligações. Com efeito, a dinamização das trocas criou
um mercado unificado, o verdadeiro mercado interno com a dimensão de
um mercado nacional. Ora, um mercado unificado e nacional é uma
condição imprescindível à modernidade e ao desenvolvimento dos Estados.

Absorveu-se, também, mão-de-obra disponível, através de novas profissões,


como ferroviários, carregadores...Facilitou-se a correspondência, reduziu-se

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a metade o custo das deslocações dos viajantes; justificou-se a produção
mais frequente de publicações periódicas.

Concluindo, as distâncias encurtaram-se, circularam ideias novas, o


Capitalismo triunfou.

A violência das crises cíclicas e as calamidades sociais que as


acompanharam mostraram, porém, os excessos do liberalismo económico.
As adaptações e os reajustes tiveram forçosamente de se verificar e os
mecanismos de resposta às crises passaram pela adoção de medidas
protecionistas e por uma maior intervenção dos Estados na vida económica,
submetida doravante a critérios de planificação.

1.2.As alterações urbanas e sociais da industrialização

O século XIX registou, por todo o Mundo, um extraordinário aumento


demográfico, pelo qual a população da Terra, com exceção feita à africana
mais do que duplicou no lapso de tempo que decorreu entre os anos de
1800 e 1913-14.

Foi para designar este fenómeno, único na História até aí vivida, que
demógrafos e historiadores utilizaram a expressão "explosão demográfica",
significando o intenso e rápido crescimento populacional do nosso planeta
no século XIX.

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O século XIX foi também um século de surto urbano. Como consequência da


industrialização, as cidades cresceram a um ritmo muito acelerado (em
número, em extensão e em quantidade de população). O rápido
crescimento urbano do século XIX é atribuído aos seguintes fatores:
• Ao crescimento demográfico;
• Às alterações económicas provocadas pelas transformações nos
campos e pela industrialização (a mecanização dos campos e as
alterações no tipo de propriedade contribuem para o desemprego
rural. As cidades, centros industriais e comerciais que oferecem
maiores possibilidades de emprego, absorvem a mão-de-obra que o
campo liberta – êxodo rural);
• Ao incremento e desenvolvimento dos transportes, nomeadamente os
caminhos de ferro;
• Ao fascínio que as modernidades e as comodidades que a vida
citadina parecia oferecer, pela novidade das realizações culturais e
recreativas, correspondendo ao ideal de promoção social.

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