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1.1.

– Os diferentes ritmos da industrialização europeia e norte-americana e a emergência da


economia capitalista moderna no século XIX – Rondo Cameron pg. 351

No final so séc XIX, os Estados Unidos eram a potência industrial mais relevante
A Grã-Bretanha foi a primeira potência industrial e comercial do mundo, devido à sua grande
rede marítima que permitia as trocas comerciais pelo mundo. Manteve a sua hegemonia ao
longo do séc XIX, no entanto a partir de 1870 foi perdendo a sua liderança para outros países
que aceleraram o processo de industrialização como os Estados Unidos da América, e a
Alemanha.
“os têxteis, o carvão, o ferro e a engenharia” (pg. 354), mantiveram se como os principais
produtos produzidos pela Grã-Bretanha.

2.2 - Crise e estagnação económica e social, 1890-1914

Colapso de 1891
Nos últimos anos da década de 1890, assistiu-se a uma interrupção do crescimento
económico que se verificou nas décadas anteriores.
Entre 1888 e 1891 a comunidade brasileira passou por uma fase política e económica
complicada devido ao términus da escravatura, e da revolução republicana que provocou a
queda da monarquia, que levou a uma incerteza política que perdurou até 1891. A crise
económica mais conhecida como crise Baring, causou problemas económicos não só no
Brasil, mas internacionalmente. O banco Baring Brothers, era um dos credores de maior
relevo do governo português, mas durante a crise ficou sem meios de prestar auxílio. Devido
à crise no Brasil, as remessas dos emigrantes portugueses foram durante algum tempo
reduzidas.
Ainda no ano de 1891, os problemas políticos internos agravaram-se principalmente devido
à cedência do ultimato britânico para que Portugal desocupasse parte do território africano.
A 31 de janeiro no Porto, os republicanos tentaram uma revolta, que não foi bem-sucedida,
mas que contribuiu para aumentar a insegurança política e financeira. Também o
arrendamento do negócio do tabaco a uma entidade privada com o objetivo de solicitar um
empréstimo no mercado londrino e parisiense por forma a atenuar a divida e a perda de
liquidez, não correu como o esperado.
Assim devido à perda de rendimentos do mercado do tabaco e sem hipótese de recorrer ao
banco Baring Brothers, Portugal teve de recorrer à banca portuguesa para assegurar a
continuidade dos pagamentos. Esta ação levou à criação de uma moratória “e a uma
suspensão provisória da convertibilidade das notas de banco” (pg. 164), como consequência
os bancos do Norte faliram, passando o banco de Portugal a ser o único emissor, também a
moeda ouro portuguesa foi maioritariamente substituída pelas notas. Para além de recorrer
ao auxílio do banco de Portugal também foi criado um imposto de 30% sobre os juros da
divida pública, no entanto passado um ano destes impostos o governo cancelou o
pagamento da divida pública externa, o que provocou um descontentamento dos titulares
da divida pública, deixado Portugal incapacitado de pedir ajuda aos mercados internacionais.
O projeto regeneração foi de extrema importância para o desenvolvimento do país, no
entanto o crescimento económico resultante deste desenvolvimento não foi suficiente para
equilibrar a balança das contas públicas e fazer face à divida pública necessária para a
realização das obras efetuadas no plano da regeneração. A solução encontrada pelos
partidos e governo monárquico foi o protecionismo, enquanto o partido republicano sugeria
apostar na educação e nas colónias para reforçar a economia portuguesa.
Em 1889, foram tomadas as ações iniciais do protecionismo aplicadas apenas à produção de
cereais. No ano de 1892 foi aplicado um novo reforço de medidas protecionistas com o
aumento de direitos na maioria dos produtos. No ano de 1899 as medidas aplicadas à
produção de cereais foram fortalecidas. No que diz respeito à educação os partidos e
governo monárquico viram-se obrigados a apresentar medidas, uma vez que as ideias do
partido republicano de priorizar a educação primária, e depois a educação técnica como
desenvolvimento do capital humano, começavam a ganhar vários apoiantes públicos.
O governo também foi obrigado a apresentar medidas para o projeto colonial apresentado
pelos republicanos, que tinha como objetivo desviar o fluxo de emigrantes do Brasil para as
colónias portuguesas. No entanto a aplicação das medidas foi, mas difícil do que o esperado,
para dominar o território e os seus habitantes só era possível através de pequenas guerras.
Também criar uma rede que pudesse administrar as colónias revelou-se dispendioso, assim a
administração de uma parte do território foi cedida a companhias privadas: “a Companhia
do Niassa, a Companhia de Moçambique e a Companhia da Zambézia” (pg. 167). No que diz
respeito ao método de governação, as colónias possuíam um governo colonial pleno, o
governador era designado pelo governo central, bem como “as mais altas autoridades
administrativas” (pg.167). A população das colónias era composta por Europeus e nativos
assimilados que possuíam os mesmos direitos e deveres que a população de Portugal, e os
nativos que tinham condições especiais. Já ao nível económico, cada colónia detinha a sua
própria economia, as suas próprias leis económicas, fiscais e aduaneiras. (falta info sobre os
produtos das colónicas ver pg 168)
A população continental nesta época continuou a crescer, verificou-se um crescimento
urbano em Lisboa e no Porto.
(falta info)
A evolução política entre 1891 e 1920
Entre os anos 1893 e 1906 os partidos Regenerador e Progressista alternaram no poder,
após estes anos, estes partidos dividiram-se, o que levou o Rei D. Carlos I a proclamar uma
ditadura com o partido Regeneradores-Liberais, a consequência foi um regicídio e o
assassinato do príncipe herdeiro por radicais republicanos. O Rei D. Manuel II apenas reinou
de 1908 a 1910 sob uma grande fragilidade politica.
Os republicanos no poder:
A revolução republicana iniciou-se em Lisboa no dia 3 de outubro de 1910. A 5 de outubro
foi proclamada a Républica Portuguesa.
Em 1911 o governo provisório criou uma nova Constituição que estabelecia a organização
parlamentar, assim apenas existia um “Congresso com duas câmaras” (pg.176), elegidas
pelos eleitores masculinos, um Presidente da Républica nomeado pelo congresso, e um
governo nomeado pelo Presidente, mas dirigido pelo Congresso. Em 1912 o partido
republicano dividiu-se em Partido Democrático mais à esquerda, o Partido Unionista e o
Partido Evolucionista.
O governo republicano provisório criou várias novas leis incluindo a que separou o Estado da
Igreja, onde nacionalizou as propriedades que pertenciam à igreja com exceção das igrejas,
para incorporar várias repartições do Estado, também as funções de registo civil e a lei do
divorcio sofreram severas alterações. Foram também criados o Ministério das Colónias e o
Ministério da Instrução Pública como resposta ao projeto apresentado ao antigo governo
monárquico, no campo da Educação foram abertas duas novas universidades no Porto e em
Lisboa, e ao nível colonial foi alterada a metodologia administrativa por forma a conceder
uma maior liberdade à gestão local.
Ao nível fiscal o governo provisório tornou os impostos temporários aplicados durante o
governo monárquico, definitivos. Também efetuou uma revisão às taxas prediais,
aumentando os impostos principalmente no setor rustico. Os impostos indiretos também
sofreram uma alteração com a “abolição da contribuição de rendas de casa e a redução das
taxas dos impostos de consumo” (pg.177). O objetivo destas alterações foi de aumentar as
tributações das classes mais altas e rurais supostamente apoiantes do antigo governo
monárquico, e beneficiar as classes médias urbanas, apoiantes do novo regime. Estas
alterações contribuíram para o equilíbrio das contas públicas e para saldos positivos.

2.3. – A época das guerras e das crises, 1914-1947 Capítulo X


A primeira Guerra Mundial:
Portugal não participou no processo que deu origem à primeira guerra mundial, assim entre
1914 e 1916, Portugal permaneceu neutro no conflito. A política interna neste período de
neutralidade manteve-se divida entre os que consideravam que Portugal deveria participar
de forma ativa na guerra, e os que consideravam que Portugal deveria permanecer neutro.
No início de 1916, a Grã-Bretanha pediu a Portugal para requisitar os navios alemães que se
encontravam em Portos Portugueses, por forma a suprimir a escassez de abastecimento.
Portugal concordou uma vez que também estava a sofrer com falta de produtos. Assim os
navios foram divididos entre a marinha mercante portuguesa e britânica contra a vontade
alemã, o que fez com que a Alemanha declarasse guerra a Portugal em março de 1916. A
guerra entre Portugal e a Alemanha deu-se principalmente em Moçambique, onde a
Alemanha conseguiu ocupar a zona norte de Moçambique.
Durante o período de beligerância, a política interna em Portugal tinha sofrido algumas
alterações, no inicio da declaração de guerra o partido democrático e o partido Evolucionista
fizeram uma coligação que durou pouco mais de um ano, de seguida o partido democrático
assumiu o poder, onde teve de lidar com várias manifestações em Lisboa contra a escassez
de produtos, e caiu devido a um golpe militar no final de 1917. Foi também criado o
Ministério do Trabalho e da Segurança Social, o Ministério da Agricultura e o Ministério dos
Transportes e do Abastecimento (pg.181).
A primeira Guerra Mundial não teve grande impacto no crescimento populacional do país,
no entanto entre 1918 e 1919, duas epidemias uma de tifo e outra de gripe contribuíram
para o aumento da mortalidade, e para o primeiro saldo negativo desde o séc. XIX.
Os principais constrangimentos para Portugal durante a primeira guerra foram no setor
económico devido à escassez de produtos e do aumento da inflação. Antes do eclodir da
guerra, Portugal estava dependente do comércio externo na importação de produtos
essenciais como os cereais e o carvão, provenientes principalmente dos navios comerciais
britânicos que alteraram as suas rotas para suprimir as suas próprias necessidades e de
outros países participantes na guerra. Assim a escassez destes produtos levou a que o
fornecimento ligado aos combustíveis e à indústria sofresse uma quebra, bem como o
abastecimento alimentar das grandes cidades. O setor da agricultura foi pouco afetado.
Devido à escassez e ao “aumento da oferta monetária” (pg. 182), a inflação aumentou. As
perdas económicas e militares resultantes da guerra aumentou a despesa publica, não sendo
possível aumentar os impostos nem recorrer a créditos internos e externos, o governo
voltou-se para o Banco de Portugal aumentando a oferta monetária. O aumento da inflação
também resultou na falta da moeda metálica, uma vez que o seu valor material era superior
ao valor da moeda portuguesa, o que levou a administrações locais a utilizarem como
moeda subsidiária cédulas consideradas ilegais. A resposta do Estado para estes problemas
foi o de tentar controlar o mercado de câmbios e o mercado de serviços essenciais como os
transportes e os cereais com o objetivo de racionar. Esta medida abriu caminho para a
criação de um mercado negro para compra e venda de produtos.
Após a entrada de Portugal na Guerra, a inflação e a escassez continuaram a aumentar,
apesar do governo britânico ter pagado pelos navios alemães, esse dinheiro só serviu para
liquidar despesas externas do governo português e para financiar o exercito português. O
governo português tentou implementar novos impostos temporários, mas sem sucesso,
também o aumento das taxas dos impostos que já existiam não foram suficientes para
suprimir a divida publica e a inflação dos preços. No ano de 1917, o governo desistiu de
tentar substituir a moeda metálica por uma com menor valor material, e substituiu as
cédulas ilegais por cédulas legais.
No final da guerra, e apesar de ter sido pouco participativo na guerra, Portugal teve direito a
receber 0.75% das reparações pagas pelos países vencidos, e ao território de Quionga, mas
também com o dever de pagar à Grã-Bretanha 19 milhões de libras esterlinas.
Nos seguintes anos pós-guerra, Portugal continuou instável ao nível social e político, em
muito devido à crise económica que durou até 1924. A falta de produtos terminou com o
final da guerra, também os mecanismos aplicados pelo governo para racionar os produtos
foram levantados, acabando com o mercado negro. No entanto a inflação manteve-se, em
muito devido a falhas dos pagamentos externos e à divida contraída junto do Banco de
Portugal. Por forma a combater a inflação, o governo tentou atuar junto do mercado de
produtos comprando para depois vender a um preço inferior, esta medida não foi eficaz e
até contribuiu para o aumento da divida pública.
Balança de pagamentos e taxa de cambio (falta info pg.185)
A reforma fiscal de 1922
Por forma a estabilizar o setor económico, o governo procedeu a uma reforma fiscal em
1922. As taxas referentes ao imposto predial rustico, urbano e industrial foram e
aumentadas. A forma de calculo do rendimento tributável foi alterada para ir de encontro ao
rendimento efetivo. Foi também criado um novo imposto de aplicação de capitais que
incorporava o imposto sobre os juros e o imposto sobre os juros de títulos. Deixou de existir
o imposto sobre o rendimento individual passando a ser tributado o rendimento do
agregado familiar. A maioria dos impostos sobre o consumo foram eliminados, passado a
existir um único imposto sobre todas as transações. As taxas de imposto de selo e as “taxas
da contribuição de registo sobre as vendas de propriedades e as doações e as heranças” (pg.
186) foram aumentadas.
No ano 1923, como complemento à reforma fiscal de 1922, os direitos aduaneiros foram
revistos, aumentando os direitos e acabando com a base de calculo em ouro nas transações.
Estas duas reformas permitiram reduzir a divida pública e ainda investir no setor da
educação.
A inflação terminou no ano de 1924, entre os anos de 1922 e 1924 o governo decidiu
substituir os empréstimos do banco de Portugal que davam origem à emissão monetária por
empréstimos no mercado para financiar a divida pública. O final da inflação permitiu ainda
que o governo substituísse de novo as cédulas por moeda metálica. O fato da economia
internacional ter crescido nestes anos também contribuiu para o crescimento económico
português, também o pagamento da divida alemã a Portugal e a renegociação de Portugal
com a Grã-Bretanha para pagamento da divida restituiu a confiança internacional no país.
A revolução de 1926
Apesar da situação económica ter estabilizado, o mesmo não aconteceu no setor político. O
Partido Democrático caiu no final do ano 1923, dando origem a vários governos e coligações
que ficavam pouco tempo no poder. Toda está instabilidade política levou a uma intervenção
militar em 1926 em Braga e em Évora. Óscar Carmona declarou-se Presidente e manteve-se
no poder até 1951. Nasceu assim o Estado-Novo em 1933.
Este novo regime alugou a maioria das empresas públicas, ficando apenas com a Caixa
Geral de Depósitos, “a administração dos correios e telégrafos e o Instituto de Seguros
Sociais Obrigatórios e Previdência Geral” (pg.188).
A principal preocupação desta ditadura militar era a estabilidade económica e financeira, e
aumentar as reservas de ouro no Banco de Portugal, para isso tentou negociar com a
Sociedade das Nações, mas não avançou devido às imposições de controlo propostas. A
outra via para aumentar as contas públicas era reduzir os gastos públicos, ou conseguir
aumentar as receitas. Foi assim criada uma nova reforma fiscal.
A reforma fiscal de 1928 e 1929
A reforma fiscal de 1928 atuou principalmente no aumento dos impostos que já existiam. O
imposto pessoal de rendimento foi substituído pelo imposto complementar que incidia em
todos os impostos diretos, foi criado o imposto de salvação pública que incidia sobre os
rendimentos dos funcionários públicos. O complemento da reforma fiscal em 1929 trouxe
alterações mais significativas, a taxa de calculo do imposto sobre a propriedade rustica,
urbana, e industrial foi novamente alterada, mas desta vez para que ficasse mais próxima do
rendimento normal. Foi criado um “imposto profissional sobre os rendimentos do trabalho”
( pg.189). Os impostos indiretos também sofreram alterações, o antigo imposto de
transações foi substituído pela taxa de salvação nacional, que consistia na tributação de
alguns produtos de consumo como o açúcar. O imposto de selo aumento e o imposto das
transmissões onerosas e gratuitas de propriedade foi separado em dois, a sisa aplicado
diretamente a transações de propriedade, e o imposto de sucessões e doações aplicado às
doações e às heranças. Neste ano também se procedeu a uma reforma aduaneira, o que
aumentou novamente as taxas sobre os direitos aduaneiros.
A tomada de poder de oliveira salazar e a constituição de 1933
António de Oliveira Salazar que tinha sido chamado para participar na elaboração da
reforma fiscal de 1929, tornou-se Ministro das Finanças e depois Ministro das Colónias.
Devido ao sucesso da implementação da reforma fiscal e do Acto Colonial, em 1932
conseguiu tornar-se Chefe do Governo. Como chefe do Governo substituiu a ditadura militar
por um regime Presidencial com a Constituição de 1933.
Na Constituição de 1933, o Presidente da Républica era eleito em eleições diretas detinha a
capacidade de eleger o seu próprio governo, tinha poder legislativo e não era controlado
pelo parlamento. O parlamento denominado Assembleia Nacional, também era eleito por
eleições diretas, mas o seu poder legislativo estava condicionado pela Constituição e pelo
governo. A população que podia votar estava limitada a homens adultos alfabetizados, ou
que pagassem impostos diretos de valor avultado, e pela primeira vez as mulheres podiam
votar, mas não todas, apenas as que possuíssem elevados estudos ou que pagassem
impostos avultados.
A União Nacional tornou-se o único partido político permitido, criado especialmente como
apoio ao governo autoritário.
O impacte da grande depressão:
A grande depressão teve um impacto na economia portuguesa principalmente no que diz
respeito aos pagamentos externos. Houve uma diminuição no volume de exportações e nas
remessas recebidas dos emigrantes principalmente do Brasil, que foi bastante impactado
pela grande depressão. No caso de Portugal devido a uma redução do volume de
importações e o retorno de capitais portugueses evitaram um impacto maior da grande
depressão. Também o final das dividas de guerra em 1933, foi importante para Portugal uma
vez que conseguiu receber 5 milhões de libras e pagar apenas 3 milhões de libras à Grã-
Bretanha.
Como forma de combater a grande depressão, o governo tinha como finalidade para a
política económica diminuir o consumo, encorajar a produção e o investimento e fomentar o
crescimento económico.
Com o objetivo de controlar a atividade económica, foi criada uma medida denominada
condicionamento industrial, que tinha como objetivo a autorização administrativa sobre
grandes projetos de investimento no setor industrial, que posteriormente foi aplicado à
maioria dos setores com exceção do setor agrícola.
Foi também criado o plano de colonização interna, como medida de combate à dependência
externa de Portugal no consumo de cereais. Esta campanha resolveu o problema durante
um breve período, no entanto como consequência da exploração abusiva dos solos.
Para melhor controlar a atividade económica o Estado criou o Ministério do Comércio e da
Indústria e de uma Secretaria de Estado das Corporações.
Contas públicas:
A melhoria das contas públicas foram aproveitadas para continuar a reprimir os gatos
públicos, e controlar os gastos da população através dos impostos. A reforma fiscal
implementada em 1929, manteve-se em vigor até ao final dos anos 30, substituindo apenas
o imposto complementar pelo anterior imposto pessoal de rendimento, e a eliminação do
imposto de salvação pública. Também houve investimentos públicos no que diz respeito ao
setor rodoviário e portuário. No ano de 1936 foi traçado os primeiros passos para a criação
de um plano económico denominado lei da reconstituição económica.
Falta impacto da depressão nas colónias portuguesas (pg. 193)
A segunda Guerra Mundial
Portugal permaneceu neutro durante a segunda guerra mundial, no entanto participou em
dois momentos de forma indireta, o primeiro momento decorreu entre 1942 e 1945 quando
a colónia de Timor foi invadida por tropas austrálias e neerlandesas por forma a prevenir
uma ocupação japonesa. O segundo momento ocorreu em 1943 com a cedência de
utilização das bases militares açorianas à Grã-Bretanha, utilizadas maioritariamente pela
força aérea americana. A Alemanha não gostou muito desta cedência, no entanto como a
Espanha não mostrou intenções de invadir Portugal, a Alemanha não declarou guerra a
Portugal, mantendo Portugal como associado comercial e provisor de volfrâmio.
Consequências económicas da segunda guerra
As consequências económicas para Portugal durante a segunda guerra mundial, foram
idênticas às da primeira guerra, ou seja, a escassez de produtos. A economia interna não
sofreu um grande impacto devido à entrada de capitais e remessas provenientes da entrada
de refugiados no país, e à exportação de volfrâmio. A maioria do volfrâmio era vendido no
mercado livre aos países que propunham o maior valor, assim a maioria do produto era
vendido á Grã-Bretanha e aos Estados Unidos da América. A venda de volfrâmio levou a um
aumento positivo considerável das contas públicas, que junto com o problema de escassez
fizeram aumentar a inflação e à criação de um novo mercado negro.
No ano de 1940 o Ministério da Agricultura e o Ministério do Comércio e da Industria foram
eliminados dando origem ao Ministério da Economia, por forma a melhor controlar a politica
económica.
Contas públicas:
Apesar da exportação de volfrâmio ter contribuído para equilibrar a balança das contas
públicas, os encargos com o exército necessário para reforçar as bases militares dos Açores e
de Cabo Verde, o que provocou saldos negativos durante este período. Por forma a tentar
fazer face a estas despesas o governo implemento mais impostos como o imposto de
salvação pública que tinha sido abolido, um imposto sobre rendimentos superiores e um
imposto sobre lucros elevados de guerra. Estes impostos foram abolidos assim que terminou
a guerra.
Para combater a inflação o governo financiou os saldos negativos através da emissão de
divida pública, e limitou a circulação da moeda.
Pós-Guerra:
Nos seguintes anos pós guerra a escassez e a inflação terminaram, a produção e o comércio
externo normalizaram e as contas públicas voltaram a encontrar um equilíbrio.
Falta pessoas, cidades, mudanças estruturais e económicas pg.197 e 198
2.4 – A segunda época de crescimento económico, 1947-1973 in
Com o final de várias ditaduras após a segunda guerra mundial, o Movimento de Unidade
Democrática composto por republicanos e democráticos, tentou desafiar o governo e
convocar eleições livres, mas sem sucesso.
No final dos anos 40, a situação política em Portugal encontro estabilidade sem alteração do
governo. Portugal também começou a estabelecer parcerias internacionais, sendo um dos
países membros da NATO em 1949, e da ONU em 1955.
Os problemas coloniais:
Portugal foi bastante pressionado para iniciar o processo de descolonização, no entanto para
evitar as perdas colónias, o governo alterou o nome de colónias para territórios
ultramarinos. Esta medida não foi suficiente para salvaguardar a posse das colónias, nos
anos 50 surgiram vários movimentos independentistas em áfrica e as colónias da India,
Macau e Timor foram assimiladas pelos países vizinhos.
No ano de 1961, começaram a surgir revoltas nas outras colónias portuguesas, primeiro em
Angola, depois na Guiné e por fim em Moçambique. Portugal deparou-se com uma guerrilha
em três locais diferentes, que as tropas portuguesas não eram capazes de vencer, no
entanto a situação perdurou até 1974. As despesas de sustento das tropas portuguesas
eram bastante elevadas, correspondendo a cerca de um quinto das despesas públicas, como
consequência as contas públicas estavam mais uma vez desequilibradas.
No ano de 1973, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde, declarou a
independência da Guiné de Portugal, com o nome Guiné-Bissau.
Novos Problemas Internos:
Os problemas derivados das colónias provaram uma nova instabilidade política no final dos
anos 50 e princípio dos anos 60. Nas eleições presidenciais de 1958 o General Humberto
Delgado desafiou o candidato, conseguindo 25% dos votos, houve também várias tentativas
de golpes militares, no entanto Salazar conseguiu permanecer no poder até ao ano de 1968.
Como resposta às eleições presidenciais de 1958, o governo procedeu a uma reforma
constitucional em 1959, em que o Presidente da Républica já não seria eleito por sufrágio
direto, mas por votação indireta da “Assembleia Nacional e da Câmara Corporativa e por
representantes dos municípios e das províncias ultramarinas” (pg. 203).
Marcelo Caetano:
Marcelo Caetano substituiu Salazar em 1968, após uma incapacidade física que o afastou do
poder. Este novo chefe de governo, procedeu a algumas alterações que apontavam para
uma maior liberalização do regime, tais como a extensão da possibilidade de voto a todos os
homens e mulheres alfabetizados, a substituição da União Nacional pela Ação Nacional
Popular que capacitou as forças da oposição de mais meios para atuar. Foi também criado o
Movimento Democrático Português, composto por comunistas, socialistas e liberais, com o
objetivo de aproveitar as tensões políticas resultantes da guerra colonial.
A queda do Regime:
O facto de Portugal ter cedido as suas bases militares aos Estados Unidos da América como
apoio na guerra de Yom Kippur, fez com que os países árabes retaliassem contra Portugal
não vendendo petróleo. A escassez deste produto deu lugar a uma insatisfação popular que
abriu caminho para os golpes militares de 1974, o primeiro em março e o segundo em abril,
onde foi obtida com sucesso a queda do regime.
No que diz respeito às alterações administrativas, o novo governo criou o Ministério da
Saúde, o Ministério das Corporações e da Previdência Social e o Ministério da Defesa.
As ligações económicas com a Europa e o resto do mundo
Nova ordem económica no pós-guerra
Na década de 1940, Portugal manteve-se de fora da Conferência de Bretton Woods, não se
tornando membro nem do BIRD nem do FMI.
No entanto Portugal foi um dos países que aceitou a ajuda do plano marshall, mas como
tinha sido pouco afetada pela guerra o montante recebido foi baixo. Foi também membro
fundador da OECE e integrou a UEP.
Nos anos 50 a OECE foi dividida e deu lugar às Comunidades Europeias e à Associação
Europeia de Comércio Livre. Portugal decidiu juntar-se à EFTA, uma vez que esta permitia a
participação em outras zonas de comércio livre, a preferência imperial, (falta info)
No ano de 1958 a UEP deu origem ao Acordo Monetário Europeu, e no ano de 1981 a OECE
passou a ser OCDE, e deixou ser exclusivamente europeia, permitido a entrada dos EUA e do
Canada.
Em 1961 Portugal também aderiu ao FMI e ao Banco Mundial, e em 1962 ao GATT. Portugal
recorreu no início dos anos 7º ao Banco Mundial para solicitar pequenos empréstimos para
a construção de centrais termoelétricas.
Política Económica
No decorrer dos anos 50, as contas públicas detiveram um saldo positivo, no entanto entre
os anos 60 e 70 devido aos elevados custos da guerra colonial, o equilíbrio foi perdido e os
saldos passaram a ser negativos. Também o facto dos investimentos na educação, na saúde
e na segurança social contribuiu para o aumento do saldo negativo.
A reforma fiscal de 1958-1966
Esta reforma foi uma reformulação da reforma fiscal de 1922. Relativamente aos impostos
diretos o cálculo do rendimento coletável foi alterado novamente para que fosse compatível
com o rendimento efetivo, foi também aplicado um novo imposto sobre os lucros gerados
por indústrias agrícolas. Relativamente aos impostos indiretos, os impostos de consumo e de
produção foram eliminados dando origem a um único imposto sobre as transações.
Planos de fomento:
A lei da reconstituição económica terminou em 1950, por forma a tentar controlar os planos
de investimento público, o governo traçou planos de fomento

(Falta info)
2.5. – Do 25 de Abril à entrada em circulação do Euro, 1974-2002
O período de transição de 1974 a 1976
No seguimento do golpe militar de 25 de abril, o Movimento das forças armadas substituiu o
anterior governo pela Junta de Salvação Nacional Militar, liderada pelo novo presidente da
républica António Spinola. Também todas as restrições aplicadas à liberdade dos governos
da oposição aos sindicatos foram levantadas.
Os sindicatos foram organizados em forma de setores e foi criada a CGTP. No que diz
respeito aos partidos governamentais foram criados vários novos partidos, sendo os de
maior relevância o PCP, o PS, o PPD que mais tarde se viria a denominar PSD e o CDS. Em
maio de 74 foi criado um governo provisório de curta duração, foi criado um segundo
governo como tentativa de controlo do atual Presidente António Spinola, mas que também
acabou por cair. Em setembro o General Costa Gomes assumiu o poder tornando-se
Presidente da Republica. Este governo aposto na nacionalização da banca, da maioria das
empresas industriais do setor dos transportes e das comunicações.
A descolonização
A caminho das Comunidades Europeias ( 1976 – 1985)
Após o processo de descolonização estar concluído o governo português tentou contruir
noval relações internacionais. Em 1986 Portugal tornou-se membro das Comunidades
Europeias.
Evolução política:

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