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introdução
A Regeneração em Portugal foi um período de modernização e reformas políticas, sociais e
econômicas, que ocorreu entre 1851 e finais do século XIX. Este movimento foi marcado
pela chegada ao poder de um grupo de liberais reformistas, que procuravam modernizar o
país, desenvolver a economia e melhorar as condições de vida dos portugueses. As
reformas foram implementadas na educação, na administração, na economia, na saúde, na
justiça e nas finanças. A abolição da escravatura, a criação de novas leis trabalhistas e a
construção de infraestruturas foram algumas das principais realizações deste período.
o fontismo
O caso português a regeneração.
Em 1851 iniciou-se, em Portugal, um período conhecido por regeneração, esse que ficou
também ficou conhecido como Fontismo do nome Fontes Pereira de Melo, Ministro das
Obras Públicas.
A regeneração foi um período de estabilidade política que era garantida pela rotatividade no
poder dos dois principais partidos políticos, o regenerador e o progressista.
● Desenvolvimento das infraestruturas: transportes e comunicações;
Fontes Pereira de Melo procurava impulsionar a economia nacional, facilitando e
promovendo a circulação de pessoas, bens e capitais, para conseguir um alargamento do
mercado interno e das comunicações com o exterior.
As principais medidas dos governos na regeneração foram a construção de:
● novas estradas e pontes, que passaram rapidamente de 218km para 678km de
extensão nos anos de 1852 e 1856, ultrapassando os 9000km apenas em 1884.
Esta mudança facilitou as deslocações.
● redes de caminho de ferro, que se iniciaram em 1856 por D.Pedro V, começando de
Lisboa para Carregado com 36km. Apenas em 1869 criou-se a ligação a Baixo
Alentejo e Vila Nova de Gaia, mas no final do século já existiam ligações por todo o
país. A criação destas linhas de comunicação submeteu o país a mudanças de
paisagens e criação de algumas obras como a ponte Maria Pia, que em 1877,
permitiu a chegada do comboio ao porto, e em menos de uma década Portugal
ligava se à Galiza;
a criação destas redes de comunicação terrestres, facilitou, a Portugal, o comércio com as
colônias ou mesmo com os mercados internacionais.
● o alargamento dos serviços postais veio com a modernização dos transportes,
sofrendo assim umas restaurações, em que o uso do selo simplificou as
correspondências que eram feitas pelos caminhos de ferro.
● a instalação da primeira linha de telégrafo inaugurou-se em 1856, com 25km, que
fazia a ligação entre o Terreiro do Paço e as Cortes e entre o Palácio das
Necessidades e Sintra. Este permitia a transmissão de mensagens codificadas
através de fios elétricos, o que revolucionou a comunicação, permitindo que as
pessoas enviassem mensagens rapidamente para lugares distantes.
● a instalação dos primeiros telefones foi a 24 de novembro de 1877 com o objetivo de
realizar a ligação de Carcavelos à Central do Cabo em Lisboa, mas só em 1882 foi
inaugurada a primeira rede telefónica pública. Esta inovação ajudou a revolucionar a
comunicação no país, com a possibilidade de as pessoas comunicarem rapidamente
com outras pessoas em lugares distantes. Isso teve um impacto significativo na vida
da população e nos negócios, permitindo uma comunicação mais rápida e eficiente.
● arranque das primeiras carreiras regulares de barco a vapor foi em 1858 entre
portugal e espanha. Essas carreiras regulares de barcos a vapor permitiram uma
maior facilidade de transporte entre os dois países.
Esta modernização é conhecida como a revolução dos transportes e das comunicações,
isto porque, se considerava que era preciso criar condições para a circulação de
mercadorias e para o desenvolvimento da indústria.
● Criação do mercado nacional e o desenvolvimento das atividades produtivas
Fontes Pereira de Melo achou necessário assentar o livre-cambismo, nova pauta
alfandegária, que entrou em vigor no ano de 1852, pois achou que os impostos excessivos
sobre as matérias primas importadas acabavam por bloquear o desenvolvimento econômico
e o impulso dos transportes.
Mercado unificado
Também em 1852 o governo introduziu no país a prática das medidas de comprimento,
superfície, volume e capacidade do sistema métrico decimal, o que uniformizou o sistema
de peso e medidas. Com a uniformização das medidas e pesos e com o desenvolvimento
dos transportes e comunicações tornou-se muito mais fácil a conexão e circulação entre
vários espaços do país, de norte a sul, tanto como, do interior para litoral. Tendo uma livre
circulação de mercadorias, aumentava o consumo de várias populações, criando assim um
mercado nacional.
A pauta de livre-cambismo juntamente com o mercado unificado estimularam a mudança da
agricultura e indústria. Já a melhoria dos transportes e comunicações e a redução das
tarifas alfandegárias pretendiam o alargamento das relações internacionais e o impulso do
comércio externo.
Expansão da agricultura
No mesmo ano, houve então igualmente um desenvolvimento da agricultura em que houve
a libertação das terras dos vínculos feudais, divulgou-se as associações agrícolas e
promoveu-se a organização de exposições e concursos. Para o alargamento das áreas para
cultivar e um melhor aproveitamento dos solos tiveram de se tomar medidas como a
abolição dos terrenos baldios e dos pastos comuns.
Para facilitar a agricultura, lentamente passaram-se a usar-se novas formas de exploração
da terra,como a preparação do solo, passando pelo combate às pragas da lavoura usando
adubos químicos e máquinas para realizar cada uma dessas etapas com o objetivo de obter
maior rendimento.
Fontes Pereira de Melo decidiu instituir o ensino agrário pois achou que com esse ensino
haveria pessoas mais instruídas, criando técnicos do setor agrícola, industrial e comercial.
Com todas essas novas mudanças Portugal começou a fornecer para França e Inglaterra:
vinho, gado vivo, casulos seda, cortiças, laranjas e frutos secos.
Progressos na industrialização
Até aos finais do século XIX houve um aumento na mecanização, não só na agricultura mas
também na indústria. Para isso criou-se o ensino industrial, primeiramente em Lisboa e no
Porto que tinha como objetivo atrair operários de diversos conhecimentos e fazer deles
pessoas instruídas e profissionais.
As sociedades industriais decidiram divulgar novos processos e outros mecanismos de
fabrico, como por exemplo a organização de um número significativo de eventos para
exporem produtos e serviços industriais e agrícolas, contribuindo para uma renovação na
tecnologia e um favorecimento de contactos e negócios.
Desde então começaram-se a ver resultados, especialmente a partir de 1870, com o
aperfeiçoamento tecnológico aumentando o número de máquinas industriais e o número de
invenções começando a usar-se o vapor como energia motriz. Formaram-se em Portugal
fábricas de cimento, produtos químicos, tabaco, moagens, têxteis, e de conservas de
peixes.
O objetivo de todas estas medidas era aproximar Portugal dos países industrializados.
Estas medidas foram possíveis devido aos empréstimos de outros países, especialmente
de Inglaterra e França, o que aumentou a dívida pública portuguesa. A regeneração teve
aspectos positivos mas também aspetos negativos, em que, muitas pessoas tiveram de
emigrar para conseguirem melhores condições de vida e os operários viviam em más
condições ao contrário da burguesia o que gerava uma grande desigualdade social.