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CÓDIGO: 31050
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TRABALHO / RESOLUÇÃO: Perante o tema A Regeneração, 1851-1890,
apresentarei reflexões sobre este, que complementarei com o texto de Fernando Tavares
Pimenta, A Regeneração, 1851-1890. Breve retrospetiva, e com a obra de Eugénia Mata
e de Nuno Valério, História Económica de Portugal. Uma Perspetiva Global.
Apresentarei as principais caraterísticas e realizações da Regeneração; a estabilização
do sistema político-partidário monárquico liberal, por via da afirmação do rotativismo e
da promulgação do Ato Adicional de 1852; as reformas fiscais, monetárias, o sistema
bancário, métrico, e a legislação económica e a política das obras públicas.
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se numa nova formação política, que tomou a designação de Partido Progressista.
(Pimenta, 2022, p.2) A segunda fase do rotativismo inicia-se com a alternação no poder
nas décadas de 1870 e 1880, entre Regeneradores e Progressistas, que entre si não
tinham grandes diferenças ideológicas. Verifica-se que a Regeneração representou uma
fase de consolidação e de expansão do poder de uma burguesia unificada, que dominou
e administrou o aparelho do Estado para contentamento dos seus interesses económicos.
Embora existisse expansão do sufrágio universal, a maior parte da população nunca
adquiriu o direito de voto e permaneceu afastada de todo o processo político. (Pimenta,
2022, p.3) Os resultados eleitorais eram controlados pelas pessoas mais importantes da
região. Era praticado o caciquismo, em que se deliberavam os resultados eleitorais e se
impunham aos eleitores a votarem em dado partido político. A corrupção política era
frequente e os resultados eleitorais não eram o que a população manifestava, mas sim os
que revelavam os interesses dos partidos. As mudanças no governo existiam porque os
ministérios se arruinavam, pelas crises dos partidos ou pela dissolução da Câmara dos
Deputados feita pelo rei. Verifica-se que a Regeneração equivaleu à fase de expansão da
burguesia liberal unificada. O homem que proporcionou a Portugal crescimento
económico foi Fontes Pereira de Melo (Ministro das Finanças em 1851/52, Ministro das
Obras Públicas em 1851/56 e chefe do Governo nas décadas de 1870 e 1880). Podemos
assim notar que a reorganização da cena política portuguesa foi um sucesso, (Mata;
Valério, 2003, p.145) houve estabilidade política, reformas institucionais, investimento
público nos transportes e comunicações. Foi executado um projeto liberal e a economia
portuguesa revelava crescimento económico. Com o Fontismo, Portugal desenvolve-se
nas redes de transportes e comunicações, e moderniza-se através de infraestruturas que
desenvolvem as atividades económicas, o comércio, a indústria e a agricultura.
No período de 1852 a 1882, Portugal assiste a reformas fiscais, em que a antiga
décima militar é trocada por novos impostos. Em 1852, aplicam a contribuição predial
sobre os bens imobiliários, em 1860 aplicam uma contribuição industrial sobre os lucros
ligados à indústria, ao comércio e aos vencimentos das profissões liberais. Em 1870
aplicam a contribuição de juros sobre os juros, e fazem mudanças na tributação indireta
que incluíram a abolição do subsídio literário em 1857 e a fusão da contribuição de
rendas de casa e do imposto de criados e cavalgaduras numa contribuição fiscal.
(Mata; Valério; 2003, p.146) Ocorreu uma reforma dos direitos aduaneiros com a
redução dos direitos de importação, sobretudo na importação de cereais. Tal como se
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assistiu a reformas monetárias, uma vez que as medidas tomadas antes de 1851
colocaram o sistema monetário português no caos. Assim, as moedas de ouro
estrangeiras, menos as britânicas, foram recunhadas em moedas portuguesas, e em 1854
é adotado o modelo padrão-ouro, que veio regularizar o sistema monetário. O sistema
bancário também muda, e entre 1850 e 1870 fundam-se novos bancos emissores no
Norte do país, e bancos comerciais entre 1860 e 1870. Com destaque para o Banco
Nacional Ultramarino que se tornou o banco emissor para as colónias portuguesas.
(Mata; Valério; 2003, p.148) Surgem os bancos de poupança, o principal foi a Caixa
Económica de Lisboa, e os bancos hipotecários, como a Companhia Geral do Crédito
Predial Português. Contudo, com a crise bancária de 1876, a expansão do sistema
bancário foi bloqueada. O sistema métrico foi outra reforma institucional, convertendo-
se a base dessa unificação em todo o país. Com a legislação económica em Portugal,
promulgaram-se medidas nos direitos de propriedade. Em 1863 aboliu-se a instituição
de vínculos e é decretada uma nova lei sobre as sociedades anónimas. Em 1867, as
antigas Ordenações Filipinas são trocadas pelo primeiro Código Civil português,
introduzindo muitas restrições a todos os esquemas de divisão dos direitos de
propriedade sobre um mesmo bem, (Mata; Valério; 2003, p.149) e em 1888 é
promulgado um novo Código Comercial. A grande inovação da época foi a construção
de obras públicas em Portugal e constitui-se o Ministério das Obras Públicas para
coordenar todos os projetos. Os caminhos-de-ferro foram as obras mais significativas
para o país, e em 1853 criaram-se vários quilómetros de linhas férreas que ligaram a
cidade de Lisboa a Santarém, a Coimbra e ao Porto, e mais tarde a Madrid. Em 1854
faz-se a ligação do Barreiro até ao sul do país, nas décadas de 1870 e 1880 a ligação
entre a Figueira da Foz e Vilar Formoso, e com ligação à rede espanhola. Construíram-
se as linhas da Beira Baixa, do Oeste, do Minho e do Douro. Cerca de 1890, a rede de
caminhos-de-ferro tinha uma extensão total superior a 2000km. (Mata; Valério; 2003,
p.150) No aspeto rodoviário, entre 1850 e 1890, construíram-se cerca de 10000 km de
estradas, edificaram-se pontes (Ponte D. Luís no Porto), e vários portos de mar
(Leixões) que foram a ligação entre a economia portuguesa e a internacional. Os
serviços dos correios ficam mais eficazes e introduzem o selo postal. Surge o telégrafo,
com o cabo submarino realizam ligações internacionais e transatlânticas, e em 1882 os
telefones começam-se a operar. Em suma, as obras públicas foram dispendiosas e
tiveram financiamento do governo e de subsídios governamentais. Originaram tensão
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nas contas públicas, os impostos aumentaram, ocorreram a empréstimos públicos, a
situação económica dos portugueses piorou e a dívida pública do país aumentou.
BIBLIOGRAFIA:
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