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A publicação do Código Comercial, em 1833, de José Ferreira Borges, para estimular o liberalismo no
domínio económico em geral e do comércio, em particular;
A abolição das corporações de ofícios mecânicos em 1834, organismos que, remontando à Idade Média,
controlavam o exercício de atividades ligadas ao artesanato ao nível dos preços e dos produtos, limitando a
inovação e a concorrência, o que era contrário aos princípios liberais;
A extinção das ordens religiosas, em 1834, e a venda de bens eclesiásticos, tornados bens nacionais, em hasta
pública, numa reforma implementada por Joaquim António de Aguiar, que permitiu a compra de propriedades
pela burguesia e aristocracia endinheiradas ou a sua nacionalização, passando para a propriedade do Estado.
As reformas de Mouzinho da Silveira foram fundamentais no panorama legislativo português e visaram corresponder
aos princípios liberais manifestados a partir de 1820.
VINTISMO CARTISMO
O projeto cartista esteve no poder em Portugal, entre 1834 e 1836, ligado a cinco governos cartistas, o que revelou a
instabilidade governativa deste período. O resultado da atuação dos governos cartistas:
Os governos cartistas foram acusados de favorecer a alta burguesia, beneficiária da venda dos bens nacionais e que
enriqueceu e aumentou as suas propriedades. Foram incapazes de promover uma dinamização eficaz da atividade
produtiva. Esta ação precipitou a agitação revolucionária.
Na eleição para as Cortes (1836), os deputados adeptos do vintismo venceram no Porto e nas Beiras. Quando
chegaram a Lisboa, 9 setembro 1836, foram recebidos pela população entusiasmada com vivas à Constituição de 1822.
A rainha D. Maria II nomeou a 10 de setembro, um novo governo, o primeiro período setembrista, onde se destacam
Manuel da Silva Passos e o marquês Sá da Bandeira.
Este movimento mobilizou o apoio da burguesia industrial e urbana. A Revolução de Setembro foi apoiada
pelos militares e levou ao afastamento dos cartistas do poder. — Iniciava-se o Setembrismo, período do liberalismo que
fez regressar ao poder a tendência vintista, defensora da Constituição de 1822.
Constituição de 1822 foi reposta, mas ocorreram tentativas de restauração da Carta e insurreições (Belenzada,
em novembro de 1836);
Compromisso para apaziguar o ambiente político passou por conciliar a tendência vintista e cartista, através da
elaboração de uma nova Constituição (1838).
Costa Cabral assume a Pasta do Reino e o duque de Terceira conciliou a presidência do Governo com a Pasta da
Guerra.
Em termos políticos, este período ficou associado à restauração da Carta Constitucional de 1826 e à influência
do Cartismo;
Concretizou-se a abolição da Constituição de 1838 e assentou na ação política e governativa de Costa Cabral.
CARACTERÍSTICAS POLÍTICAS DO CABRALISMO:
Restauração da Carta Constitucional de 1826;
Defesa da prevalência do poder do rei sobre os outros poderes políticos;
Exercício de poder, muitas vezes referido como sendo autoritário e excedendo os limites constitucionais;
Reforço do poder administrativo e centralização do Estado;
Interferiu nas eleições e promoveu parentes próximos (pai e irmão) que foram eleitos e nomeados para altos
cargos (deputados, pares do reino), pelo que foi acusado do nepotismo.
Costa Cabral controlou as Cortes e as eleições, e o seu autoritarismo gerou descontentamento em vários setores político-
sociais - agitação social.
Em termos sociais, a ação dos governos cartistas teve consequências significativas: se, por um lado, procurou
modernizar o país, por outro, confrontou-se com as resistências de uma sociedade profundamente rural e conservadora,
com uma mentalidade arreigada às tradições e à religiosidade, que, associadas ao elevado analfabetismo, fizeram
despoletar revoltas populares contra as mudanças.
Medidas cartistas - vistas com desconfiança e geraram profundo descontentamento
Governo cabralista reagiu à revolta com o envio de tropas para as zonas sublevadas, para impor a ordem. O Governo
demitiu-se e Costa Cabral exilou-se em Espanha.
Instala-se a instabilidade governativa e um clima de insurreição. O país volta a entrar em guerra civil, designada
Patuleia.
As principais potências redesenharam o mapa da Europa para eliminar o perigo revolucionário e assegurar a derrota de
Napoleão, substituindo o regime vigente em França pela restauração da monarquia com o regresso ao trono de um rei
Bourbon.
O Congresso de Viena, para além de promover ações no sentido de fazer vigorar a legitimidade dinástica, em oposição
aos princípios liberais, teve consequências:
A redefinição de fronteiras:
• Os grandes Estados, Prússia, Áustria, Reino Unido e Rússia alargaram os seus territórios;
• As fronteiras foram alteradas sem ter em conta os desejos das populações.
Apesar do Congresso de Viena ter representado a vitória da ideologia contra revolucionária, não foi possível
conter o avanço do liberalismo que, nas vagas revolucionárias de 1820 e 1830, deixou marcas no sistema político
e nas sociedades.
O Congresso de Viena adiou as aspirações nacionais dos povos que não conseguiram ver reconhecida a sua
independência, porque não teve em conta o princípio das nacionalidades (Uma Nação, um Estado).
Realidade: As nacionalidades correspondentes a um Estado eram raras; os Estados supranacionais, que englobavam
várias nacionalidades, dominavam o panorama europeu; as
várias nacionalidades estavam fragmentadas entre diferentes autoridades políticas.
Após o Congresso de Viena prevaleceu a ideia de que o poder pertencia legitimamente à dinastia reinante de um país e
não ao povo soberano.
Com o fim da sociedade de ordens, o súbdito deu lugar aos cidadão politicamente ativo, que participa em cargos
públicos e na eleição dos representantes da Nação (burguesia tinha
responsabilidade política, apenas aos que dispunham de maior rendimento e nível de instrução e cultura.)
O direito de voto era privilégio e educação tornou-se fundamental nas sociedades liberais como meio de promoção
social e acesso aos direitos políticos.
1º revolta dos escravos - ocorreu na colónia francesa de São Domingos, em 1791 (levou à sua independência e à formação da
República de Haiti, em 1804).
A consagração do liberalismo económico: princípios e papel do Estado
O liberalismo, para além da liberdade política, consagrou a vitória da burguesia e os seus princípios. Assim, também no
campo económico a influência dos interesses da
burguesia foi notória.
Liberalismo económico - doutrina que defende a livre iniciativa, liberdade de comércio e prosperidade privada.
Considera que existe uma ordem natural assente na livre
iniciativa (mão invisível) que conduz o sistema económico para o equilíbrio, através da lei da oferta e da procura.
Adam Smith era o “pai” do liberalismo económico. Os seus princípios eram:
OAfuncionamento do mercado
livre iniciativa, considerada ajustava-se
fundamental para oautomaticamente porque das
desenvolvimento económico dispunha de mecanismos
nações através autorreguladores.
da livre gestão Desta
dos negócios e propriedade;
forma, as crisesoueconómicas,
Livre-cambismo devido sem
liberdade de comércio, ao desequilíbrio entre adeoferta
obstáculos à circulação e procura, resolviam-se por si, sem intervenção do
mercadorias;
Estado. Crises são encaradas como um processo natural da evolução do capitalismo e necessárias para garantir o
Lei da oferta e da procura, que equilibra o sistema económico através da livre iniciativa;
equilíbrio do mercado.
Intervenção mínima do Estado na economia;
AFim
importância das revoluções
das políticas protecionistas liberais para os regimes democráticos contemporâneos
do mercantilismo;
As transformações políticas, económicas e sociaissenhoriais;
Propriedade privada, incluindo a terra, livre de encargos puseram fim ao Antigo Regime e inauguraram a Época
Contemporânea - período da história das sociedades
Livre concorrência, com o fim das instituições e organismos comoocidentais
as guildas,que se seguiu
corporações à Época Moderna e se iniciou a partir de
e monopólios.
1789, com a Revolução Francesa.