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ATUAÇÃO DO GOVERNO SETEMBRISTA

Neste novo governo sobressaíram as figuras do Visconde Sá da Bandeira, um


dos heróis do Cerco do Porto, e do Parlamentar Manuel da Sila Passos. Este era
mais democrático, onde eram valorizadas a soberania da Nação.
Preparou-se um novo diploma Constitucional, a constituição de 1838. Era com
um elemento de ligação entre espírito monárquico e o radicalismo
democrático. O monarca perdeu assim o poder de moderador.
Com esta nova Constituição destacou-se os direitos individuais, soberania da
Nação, o bicameralismo do voto censitário. A orientação económica do
setembrismo estava essencialmente virada para a pequena e média burguesia,
que estavam decididas a libertar os pais da tutela estrangeira, Inglaterra.
A pauta protecionista, de 10 de Janeiro de 1837, marcou o arranque da
industrialização portuguesa, esta obrigada ao pagamento de direitos a todos
os produtos que entrassem nas alfândegas da metrópole e ilhas adjacentes. Os
artigos industriais faziam concorrência com os nacionais.
Formou-se o associativismo empresarial com a criação de associações de
agricultura, comércio e indústria. A perda do mercado brasileiro levou a que os
dirigentes setembristas á busca de alternativas económicas.
As atenções viraram-se essencialmente para a exploração colonial em África.
Para atrair o investimento de capitais proibiu-se o tráfico de escravos nas
colónias abaixo do Equador.
A política económica setembrista é caracterizada por um certo fracasso,
essencialmente nos domínios fiscal e operário. Devido á falta de capitais e vias
de comunicação, bem com a perante instabilidade política.
CABRALISMO E O REGRESSO DA CARTA CONSTITUCIONAL
Foi António Bernardo da Costa Cabral, ministro da justiça, que em Fevereiro de
1842, num golpe de Estado pacífico, pôs termo à constituição de 1838
identificando-se, assim, como período do Cartismo (1834-1836). Tal como
aconteceu com o Cartismo, as medidas tomadas durante o período do
Cabralismo favoreceram, em primeiro lugar, a alta burguesia.
Costa Cabral apostou no incentivo industrial, nas obras públicas, na reforma
administrativa e fiscal, difundiu-se a energia a vapor; surgiu a Companhia das
Obras Públicas de Portugal (1844), tendo como objetivo a construção e
reparação de estradas, levantaram-se algumas pontes, publicou-se o Código
Administrativo, criou-se o Tribunal de Contas, reformou-se a Saúde proibindo
os enterros nas igrejas a 1846.
Estas inovações e exigências de Costa Cabral originaram uma série de motins
populares, basicamente camponeses. Entre 1846-47 viveu-se um clima de
guerra civil entre setembristas e cabralistas. As primeiras movimentações
sucederam-se no Minho, em Abril e Maio de 1846 e ficaram conhecidas pelo
nome de revolta da Maria da Fonte. Estas foram uma “resposta” popular às
Leis da Saúde, às Leis das Estradas e aos procedimentos burocráticos que
passaram a envolver a cobrança de impostos.
A 2ª fase da guerra civil, chamada a “Patuleia” decorreu de Outubro de 1846 a
Junho de 1847. Esta foi iniciada no Porto, mas rapidamente se estendeu a todo
o país, devido à falta de cumprimento das promessas feitas pela rainha, D.
Maria II, como a realização de eleições por sufrágio direto para a câmara de
Deputados. Tal situação levou o Governo de Lisboa a solicitar a intervenção de
Espanha e da Inglaterra, ao abrigo da Quádrupla Aliança de 1834.
Estas duas fases acabaram por conduzir a queda de Costa Cabral, em 1847. Este
regressaria ao poder em 1849, sendo afastado definitivamente em 1851.

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