Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
antecedentes e revolução
Vintismo
O liberalismo em Portugal: antecedentes
Nos princípios do século XIX, a revolução chegou também a Portugal. Não que o país tivesse
amadurecido intelectual e politicamente para as formas de consciência e ação coletivas
inauguradas em França, em 1789. No começo de Oitocentos, a sociedade portuguesa seguia
repetindo rotinas ancestrais em praticamente todos os domínios da sua existência. (…) o país era
esmagadoramente rural, muito pobre e, claro está, analfabeto. (…) Por cá, o grosso da aristocracia
(…) manteve-se alheio ao movimento intelectual europeu e incapacitado, pela sua larga ignorância
e pelo seu insuperável egoísmo, de pensar num mundo diferente daquele que, estruturado pelo
privilégio, lhe conferia uma supremacia social indisputada e que a quase todos parecia natural. (…)
Deste modo, foi a força das circunstâncias internas, aliadas ao contágio internacional e
peninsular, que conduziu, em 1820, ao derrube da monarquia de Antigo Regime (…).
Maria de Fátima Bonifácio, O Século XIX Português, Lisboa, ICS, 2005 (adaptado).
As invasões francesas
(1807-1810)
O liberalismo em Portugal: conjuntura
Antecedentes
• Napoleão impõe o Bloqueio Continental
• Portugal não aceita as condições pela
sua aliança diplomática e económica com
a Inglaterra (1806)
Consequências
• Ida do rei e da família real para o Brasil
• Nomeação de um Conselho
de Regência
• Fragilidade política: domínio inglês
• Abertura dos portos brasileiros ao
comércio internacional (1808)
O liberalismo em Portugal: conjuntura
Manuel Fernandes Tomás José Ferreira Borges (1786-1838), José da Silva Carvalho
(1771-1822), juiz-desembargador. jurisconsulto e secretário da (1782-1856), bacharel em Direito, juiz
Teve um papel de destaque na Companhia das Vinhas do Alto dos órfãos do Porto. Membro fundador
Revolução de 1820 e foi o redator Douro. Membro da Junta Provisional do Sinédrio, com Manuel Fernandes
do Manifesto aos Portugueses. do Governo de 1820. Tomás e José Ferreira Borges.
Uma administração inconsiderada, cheia de erros e de vícios havia acarretado sobre nós toda a casta de
males (…). Assim, vimos nós desaparecer, desgraçadamente, o nosso comércio, definhar-se a nossa indústria,
esmorecer a agricultura e apodrecer a nossa marinha. Poucos dias mais bastavam para perdermos até ao
último vaso mercante e para acabar de todo a navegação pela qual fomos tão poderosos no tempo da nossa
passada glória. (…) E para cúmulo de desventura, deixou de viver entre nós o nosso adorável soberano.
Tenhamos pois essa Constituição e tornaremos a ser venturosos. (…) Imitando nossos maiores, convoquemos
as Cortes e esperemos da sua sabedoria e firmeza as medidas que só podem salvar-nos da perdição e
segurar nossa existência política. (…)
Portugueses! O passo que acabais de dar para a vossa felicidade futura era necessário e até indispensável
(…). A mudança que fazemos não ataca as partes estáveis da monarquia. A religião santa dos nossos pais
ganhará mais brilhante esplendor e a melhoria dos costumes, fruto também de uma iluminada instrução
pública, até hoje por desgraça abandonada, fará a nossa felicidade e a das idades futuras. As leis do Reino,
observadas religiosamente, segurarão a propriedade individual e a Nação sustentará cada um no pacífico gozo
dos seus direitos porque ela não quer destruir, quer conservar.
Fim do domínio inglês. Expulsão dos generais britânicos e proibindo o desembarque do marechal
Beresford, após o regresso do Brasil.
Constituição de 1822
valorização da Nação e da monarquia;
liberdade, igualdade, segurança e propriedade; Vintismo: movimento do
separação tripartida dos poderes: legislativo cabia liberalismo português
às Cortes; executivo cabia ao rei e judicial aos tribunais consagrada com a Constituição
com juízes de nomeação régia; de 1822.
construção de um aparelho de Estado forte e eficaz.
A Constituição de 1822
Constituição de 1822
Título I – Valorização dos direitos e deveres dos
Portugueses, segurança e propriedade; igualdade para todos
os grupos sociais
Título II – Soberania da Nação; Monarquia Constitucional
hereditária; separação tripartida do poder (legislativo;
executivo; judicial)
Título III – Direito de voto (mas nem todos eram
considerados cidadãos)
Título IV – Autoridade do rei (poder executivo, poder militar)
A precariedade da legislação vintista de carácter
socioeconómico
Objetivos
• Eliminar as estruturas arcaicas do
Antigo Regime
• Modernizar as redes públicas e do
Estado
Medidas das Cortes Constituintes (1821 e 1822)
Reformas
• Fim da Inquisição e censura prévia
• Liberdade de imprensa e ensino
• Transformação dos bens da Coroa
em públicos
• Extinção da dízima
• Reforma dos forais
• Eliminação dos direitos banais
Dificuldades
Colheita tradicional (pormenor da pintura As Ceifeiras, • Conflito de interesses dos deputados
de Silva Porto, 1893). que perdiam rentabilidade das
propriedades
• Falta de apoio aos camponeses
(injustiças sociais)
O Património no Horizonte…
@ Linhas de Wellington
@ Constituição de 1822
O liberalismo em Portugal
• Bloqueio Continental
Invasões francesas • Embarque da família real para o Brasil
• Abertura dos portos brasileiros ao
(1807, 1809 e 1810) • Domínio inglês em Portugal
estrangeiro
• Tratado comercial com a Inglaterra