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História Contemporânea de Portugal

1º AULA

Pombalismo- Despotismo esclarecido (1750-1777)

Análise do quadro do Marquês, de Louis-Michel and Claude-Joseph Veneret

O braço estendido para o Tejo- representa o mercantilismo português que o marquês


estava a promover, e a dinâmica económica que estava a imprimir no reino, com
criação da Real Companhia das Vinhas do Porto. Acima de tudo a capacidade de fazer
reformas, cria a uma rede de escolas laicas, reformula o currículo de ensino da
Universidade de Coimbra e cria também o Colégio dos Nobres.

Um dos seus mais importantes legados foi a reforma urbanística da cidade de Lisboa
após o terramoto de 1755, com a cidade projetada agora com uma simetria perfeita ao
estilo francês e com uma construção antissísmica, e uma forma prédios em gaiola. O
grande urbanista que executou o plano foi Eugénio dos Santos.

Estátua de D. José I (autor é Joaquim Machado de Castro) - é construída com resquícios


dos materiais dos sinos das igrejas destruídas por causa do terramoto.

Acontecimentos que marcam a vigência de Pombal como ministro são: a conjura


contra si em 1756; Tentativa de regicídio e posterior pena de morte aplicada aos
Távoras e Duque de Aveiro.

A rivalidade de este com os Jesuítas é muito clara, devido à influência deste no Brasil,
onde disputavam a hegemonia com um dos irmãos de Pombal, depois detinham um
papel central na educação do país e influenciavam muito a corte. Então pombal disse
expulsar os mesmo do país.

Neste período é cria a Intendência da Polícia com Pina Manique, a inquisição passa a
chamar-se a Real mesa censória e sobre a tutela do rei.

Após a morte deste, o nome do marquês caiu em desgraça, com a Viradeira, que foi o
processo de regressão das políticas do anterior ministro. - Reinado de D. Maria I
(1779/80)

3ª AULA

Organização do Estado Contemporâneo -

Rei – Secretarias de Estado: Assuntos de Estado, Forças Armadas, Marinha.


Tribunais Supremos – Casa da Suplicação (tribunal da Relação de Lisboa); Casa do
Desembargo do Paço (resolvia questões relacionadas com as mercês concedidas pelo
rei, concessões de privilégios e de direitos).

Tribunal da Relação do Porto – tinha muita relevância em assuntos ultramarinos,


nomeadamente no Brasil.

Mesa da Consciência – tribunal eclesiástico

Órgãos consultivos do Rei:

Conselho de Estado-constituído pelos aristocratas do reino.

Conselho de Guerra- onde se discutia a Guerra ou a Paz.

Conselho Ultramarino-onde se ouviam os enviados dos governadores das colónias.

Junta dos três estados-onde se reunião representantes dos três estados.

Inquisição

Fazenda ou Erário régio com D. Maria II passará a ter o nome de finanças.

Pena de Morte à época estava reservada apenas para casos de lesa-Majestade.

Invasões Francesas - 1807- O Conselho de Estado Reúne para aconselhar o rei a cerca
do Bloqueio Continental, exigido por Napoleão Bonaparte a Portugal, onde o mesmo
dizia que Portugal tinha de fechar todos os portos aos seus aliados históricos os
ingleses sobre pena se não o fizesse, o exército francês ocuparia Portugal. Com isto, e
no meio de muita ambiguidade na acção do Príncipe Regente Dom João, discute-se a
transferência da coroa para o Brasil, e a deslocação da família real para o Brasil.

Nesta Reunião, D. Rodrigo de Sousa Coutinho (Diplomata em Turim, Enviado


extraordinário na Sardenha, Presidente do Erário Régio e Ministro da Rainha), vai se
opor frontalmente contra a partida da Família real para o Brasil.

Na terceira reunião de Conselho de Estado, Dom João torna-se o Condestável do Brasil,


o que indicia já o caminho que príncipe ia tomar posteriormente.

A 20 de Outubro, Príncipe Regente envia uma carta a Napoleão a dizer que vai cumprir
o Bloqueio, na prático o mesmo não sucede, e os ingleses ocupam a madeira por
precaução e fazem avançar suas frotas para impedir uma eventual aproximação dos
Franceses ao Atlântico.

Em Espanha, os castelhanos sabendo do rumor que dizia que o regente português ia


para o Brasil, o que significaria uma ameaça para as suas colonias sul americanas,
forjam com os Franceses um tratado conhecido como Tratado de Fontaineblau, onde
os novos aliados previam a conquista conquista conjunta de Portugal e a divisão o
território em três em que uma parte ia para França, outra para a Espanha e outra para
a Sardenha.

A 29 de Novembro de 1807, a família real portuguesa parte para o Brasil percebendo


que não haveria outra solução, e temendo o terror de Napoleão que andava pela
europa a depor monarcas.

A trasferância da coroa portuguesa não era uma novidade, pois já em 1640 Dona Luísa
de Gusmão mulher de D.João IV, defendia essa mesma transferência para o Brasil, pois
acreditava ser um local mais seguro para cuidar dos seus filhos.

A 30 de Novembro os Franceses entram em Lisboa.

Em 1808, ocorre o motim do Porto, e depois disso é criada uma junta para organizar o
poder local na cidade(no país existiam 73)

O Duque de Welligton entra em Portugal pela Figueira da Foz e depois vence os


francês e toam conta de Portugal, anteriormente os franceses governavam em
colaboração com um conselho da regência que o príncipe regente tinha deixado.

Após a vitória inglesa em solo português sobre os franceses, as duas partes acordam a
paz com a Convenção de Sintra, sem contar com os portugueses (o representante
inglês é o General Murray e o francês é Kellerman. Nessa mesma convecção é
acordada a retirada das tropas de Junot, com a condição que estas poderiam levar
todo o espólio roubado ao portugueses, o conselho da regência é também perdoado
pela sua colaboração com Junot. Portugal passará de um protectorado francês para
um inglês.

5ª AULA

Revolução Liberal

O projeto liberal vai nascer no porto, cidade de grande dinâmica comercial, logo com
fortíssimas relações com personalidades estrangeiras que transmitiam os ideais
liberais.

Manuel Fernandes Tomaz, José Ferreira Borges, José da Silva Carvalho (personalidades
centrais na revolução liberal)

O Sinédrio- é o grupo secreto que vai levar a cabo a revolução de 1820, este grupo
reunia-se na Foz e foi criado a 24 de Agosto de 1820.

Manhã de 24 de Agosto de 1820, reúnem-se os regimentos e forma-se um conselho


militar (em São Ovídio), e depois fazem uma série de proclamações. –O regresso do
Rei; -A Salvação da Pátria e uma Reforma com base na razão e na justiça. É criada uma
Junta Provisória por um militar. A 26 de Agosto a informação chega a Lisboa, e o
Conselho de Regência acusou os promotores da revolução de crime de rebelião. Mas o
movimento começado a norte rapidamente tem uma adesão do exército e da
população, e a 15 de Setembro Lisboa junta-se ao movimento. A 16 forma-se um
governo supremo do reino.

Junta Provisória do Reino- a do porto

Junta Provisória do Governo Supremo do Reino- a de lisboa e porto.(acabar com a


censura, e pensar como é que vai realizar as eleições)

Junta Preparatória das cortes

O Rei com a queda do conselho de regência, o poder do rei em Portugal fica numa
situação do Papa.

No Brasil, no Pára e em Belém os brasileiros vão jurar fidelidade ao Papa e às cortes de


Lisboa.

Os soldados de portugueses no brasil vão obrigar o Rei a reconhecer o governo de


Lisboa, como Legítimo.

Existe uma facção que defende o retorno do rei, deixado o seu filho varão no brasil;
existe outra que defende que o rei deve ficar e não reconhecer o governo de Lisboa e
enviar o seu filho D.Pedro.

Bibliografia  “Coroa, Império e Nação”, Miriam Pereira IN. O Gosto pela História
 antes de 1807 – os novos ideais iluministas apenas tinham exercido uma influência
ténue na elite iluminista;
 Revolução francesa vai despoletar na Europa uma espécie de guerra Antigo Regime
Vs. Projetos liberais – Foi intensificada pelas guerras napoleónicas que, pretendiam
uma nova estrutura política e social = luta contra as monarquias absolutas;

Portugal
 Encontra-se numa conjuntura difícil: Dividido entre a fidelidade a Inglaterra e o
medo do avassalador poder militar de Napoleão;
 Portugal assume neutralidade quase até final, mas era já tarde de mais, “a invasão
napoleónica já tinha sido decidida.” (PEREIRA, Miriam, O Gosto pela História)
 Portugal entra então num dos períodos mais complexos das sua história: às
invasões francesas (curta duração, mas muito destrutivas) sucederam-se doze anos de
ocupação informal britânica;

 O Na+++++++++

tigo Regime em Portugal demonstrou uma notável capacidade de adaptação aos novos
tempos – Príncipe Regente D. João introduziu mudanças significativas em diversos
setores, da administração à economia, à educação e à cultura;
 Início do séc. XIX, o Estado tinha controlado, e parcialmente integrado na
administração, as ordens privilegiadas;
 O poder Real, embora mantendo-se absoluto, foi sendo delegado de forma
condicional – o liberalismo económico fora sendo moderadamente introduzido;
 Rodrigo de Sousa Coutinho – viria mais tarde a partir com o Regente para o Brasil –
um período de prosperidade económica caracterizou todo o último quartel do século
XVIII, aproximadamente até 1806;
 Na viragem do século, as medidas tomadas por Rodrigo de Sousa Coutinho tinham
criado uma situação política relativamente estável;
 A estabilização do Brasil tornou-se vital para a Casa de Bragança quando teve de
mudar a sua capital para o Rio de Janeiro, em 1808;
 novembro de 1807 – A Corte Real portuguesa empreendeu uma viagem
transatlântica e deslocou a sua sede para o Rio, substituindo temporariamente Lisboa;
 Antes das invasões francesas, os fundamentos absolutistas não tinham sido
claramente debatidos em Portugal;
 Desde o final do séc. XVIII, existem vários indícios de empatia com o Liberalismo
político sobretudo das profissões académicas e liberais;
 Primeiro projeto de monarquia constitucional apenas surgiu em 1808 – grupo
minoritário dirige-se a Junot – Junot recusa este projeto constitucional;
 Surgem revoltas por todo o país, em nome da Coroa e solicitando o regresso da
Casa de Bragança – começa a haver uma reforma estatal no Brasil centrada no Rio;
 Esta duplicação dos aparelhos político e administrativo tornou-se fonte de conflitos
entre a Regência sediada em Portugal e a Corte Real residente no Rio – tudo decorria
no Brasil, o que naturalmente desagradava aos Regentes – os assuntos ultramarinos
estavam agora centralizados no Rio;
 Durante a ocupação francesa, Junot suspendeu a Regência;
 Após a retirada do Exército francês e, deparando-se com uma situação instável em
Portugal, o general britânico Dalrymple não esperou por uma ordem da Coroa e
decidiu por si próprio restabelecer o Conselho de Regentes (excluindo os suspeitos de
colaborarem com os franceses) - 1808;
 A Regência foi confirmada em janeiro pela Coroa, pois temia perder o seu poder – a
Regência rejeitou a execução destas ordens régias – a Coroa acabaria por ceder
alargando a esfera de jurisdição da Regência – os Regentes queixavam-se de serem
remetidos a estatuto colonial quando estavam habituados a serem o centro do Reino –
começa a ser ouvida a opinião pública;
 A presença militar inglesa introduziu um outro nível de poder – veio sobrepor-se ao
Conselho de Regentes; O auxílio do exército inglês havia sido de início bem acolhido,
tendo sido até solicitada a colaboração de um general para reorganizar o exército
português;
 A situação de Portugal era tão frágil que teve de aceitar a humilhante Convenção de
Sintra, na qual o governo português nem participou;
CONVENÇÃO DE SINTRA
 Acordo entre governos inglês e francês, definiu as condições de retirada dos
franceses e legitimou a intervenção em todos os assuntos financeiros ou
administrativos, relacionados com a guerra;

 O fim das guerras napoleónicas não trouxe de volta a Família Real; Seguiu-se a
coroação de D. João VI no Rio (nunca a coroação de um monarca tinha sido nas
américas); - Estes acontecimentos trouxeram profunda deceção a população de
Portugal – não havia também sinal de retirada dos ingleses ou da sua vontade de
abdicar do poder;
 Beresford sentiu a necessidade de ver o seu papel em Portugal redefinido por parte
do Rei – a Coroa Portuguesa ainda tinha uma palavra a dizer em Portugal durante a
ocupação britânica – foi apanhado de surpresa quando regressava do Rio para solicitar
o reforço do seu poder, pela Revolução Liberal de 1820;
 Surge um novo poder na cena política: a Nação – os Regentes informaram o Rei
acerca do seu reconhecimento das Cortes, não esperando pela sua autorização;
 A Coroa, em 1807, em troca da garantia concedida pelo governo britânico à Casa de
Bragança de que a Coroa portuguesa permaneceria nas suas mãos,
independentemente da evolução dos acontecimentos, duas condições essenciais
tinham sido exigidas:
– Imposição de abertura de um porto no Brasil, na ilha de Santa Catarina
– Futura assinatura de um tratado de comércio e navegação – futuro tratado de 1810,
assinado em nome do comércio livre;
 Estas medidas puseram fim ao monopólio português do comércio brasileiro – salvar
os direitos da casa de Bragança e conservar o Brasil sob o seu domínio conduziu,
contudo, a prazo, ao enfraquecimento político da Coroa e igualmente à rutura do
Império Luso-Brasileiro;

IMPÉRIO
 O Brasil tornou-se a parte essencial do Império Português – isto porque todo o
sistema asiático de comércio e navegação se desagregou, passando para a mão de
outros países europeus durante o século XVII;
 Luís da Cunha reputado diplomata, sugeriu ao rei de Portugal deveria estabelecer a
sua corte no Brasil e tornar-se Imperador do Oeste – anos antes de Napoleão e das
guerras;
 Na construção do Império Luso-Brasileiro, Kenneth Maxwell faz remontar a Pombal
– pela integração dos luso-brasileiros no aparelho estatal, concedendo-lhes cargos de
relevo; - Rodrigo de Sousa Coutinho continuaria a orientação definida por Pombal,
enviando estudantes do Brasil primeiro para Coimbra, donde seguiam para
Montpellier prosseguir os estudos – assim é construída uma nova elite luso-brasileira;
 Sousa Coutinho delineou a sua política geral para o Império em 1798 – estava
consciente da necessidade de adaptar a administração do Brasil e dos outros domínios
aos novos tempos, de forma a mantê-los sob o poder da Coroa – reformar para evitar a
revolução era um objetivo central da sua intervenção política – propunha que o
Império fosse concebido como um conjunto de «províncias da monarquia, todas
possuidoras dos mesmos privilégios e honras, todas reunidas sob a mesma
administração»; - Propôs medidas fiscais e financeiras – abolição de taxas no
comércio interno do Brasil e a redução do quinto Régio (apenas conseguiu a abolição
do monopólio do sal e a autorização para a instalação da extração e manufatura do
ferro)
 Quando irrompeu a guerra na Europa nos primeiros anos do século XIX, aconselha o
Príncipe Regente a estabelecer a sede de monarquia no Brasil – “Portugal não era a
melhor e a parte mais essencial da monarquia» - este projeto vai ter viva oposição em
Portugal;
 A administração do Brasil, esboçado por Sousa Coutinho, revelou-se essencial para
o sucesso dos primeiros anos da monarquia no Brasil – Portugal não beneficiou desta
nova estrutura imperial, bem pelo contrário;
 Com a abertura dos portos a todas as nações no Brasil e o tratado de comércio e
navegação de 1810, Portugal os proprietários de fábricas e comerciantes foram
gravemente prejudicados pelas privilegiadas condições proporcionadas aos ingleses –
os interesses económicos de Portugal foram inteiramente sacrificados pela Regência;
 As consequências do fim do comércio exclusivo colonial e a alteração das relações
entre Portugal e Inglaterra foram imediatas e catastróficas – a balança comercial, que
tinha sido positiva até 1810, sofreu um profundo desequilíbrio;
 O restabelecimento da paz na Europa não qualquer alteração;

Nação
 Diversas medidas tomadas pelos franceses feriram os sentimentos religiosos dos
portugueses;
 Foi principalmente após o fim da guerra que o descontentamento em Portugal
adquiriu um conteúdo político novo;
 Uma situação aceite a título temporário, justificada pelo perigo de uma nova
invasão estrangeira, surgia agora com tendo-se tornado permanente e desprovida de
fundamento em tempos de paz – não havia sinais de regresso do Rei, a coroação de D.
João fora um acontecimento dececionante em Portugal, e tão-pouco havia sinal de os
ingleses quererem partir;
 O tratado de paz de 1815, assinado em Viena, também não permitiria a revisão do
tratado anglo-português de 1810, que fora encartado com sendo de curto prazo;
 A imprensa do exílio teve um papel relevante na expressão do nacionalismo e do
liberalismo, a partir daí estreitamente relacionados – Em nome da Nação, criticava-se
tanto a Coroa com a Grã-Bretanha;
 Surge um movimento peticionário, que representa o amplo despontar do sentido
de cidadania – estas petições e memórias, dirigidas às diferentes às diferentes
comissões parlamentares, dão-nos um quadro muito completo da crise do Antigo
Regime;
 A primeira revolução liberal em 1820 pode ser definida como nacionalista e
colonialista;

 Família Real foi para o Brasil;


 Viagem dura cerca de 4 meses – família real ia em vários barcos – a rainha enjoou
muito – não morreu assim alguém importante;
 Conflitos, tensões a bordo dos navios – psicologicamente era dura, mas nesta
viagem foi tranquilo;
 A biblioteca Real ficou toda por embarcar, pratas que se perderam,
O que é que se passou no Brasil neste momento?
 Território subjugado à metrópole;
 Produtos manufaturados vinham todos do Brasil;
 Situação dos barcos – portos fechados, barcos carregados de mercadoria;
 Recebem todos os comerciantes afetados pela situação;
 IMEDIATAMENTE que se abram os portos a todos os países não hostis – abrir os
portos a todos os países amigos de Portugal significa Economia;
 1810 – Tratado de Comércio e Navegação – entre Inglaterra e Portugal –
 Gravura – Brasil fortemente subordinado à metrópole – Os monarcas de Portugal e
Inglaterra pisam a representada Gália, segurando uma senhora que representa a paz –
Barcos: abertura do comércio e dos portos; Mesmo uma Gália derrotada tem um
bastão de mão; A face de D. João VI é igual em todas as gravuras;
Rodrigo de Sousa Coutinho
 Diplomata em Turim;
 Enviado extraordinário na Sardenha;
 1796: Secretário de Estado da Marinha e Domínios Ultramarinos;
 1801: Presidente do Erário Régio;
 Posição no governo do Brasil (1808-1812)
Memória sobre o melhoramento dos domínios de Sua Majestade na América (1797-98)
 Leitor de Adam Smith
 Tentar equilibrar a balança – é preciso tentar recuperar os tributos – grandes
problemas;
 Propõe medidas para remediar isso;
 Vigiar de perto as receitas alfandegárias;
 Melhorar a situação económica de Portugal
 Metrópole tem sempre o estatuto dominante;
 Outorga produtos manufaturados ingleses que vinham de Inglaterra;
 ver Memória sobre o melhoramento dos domínios de Sua Majestade na América
(1797-98)
 1810 – é dos mais fervorosos adeptos da economia mercantilista;
Lei da Separação dos Poderes (1801): Sousa Coutinho buscou fortalecer a
monarquia e equilibrar os poderes legislativo, executivo e judiciário.
 Reforma Administrativa (1801): Promoveu mudanças na administração pública
para torná-la mais eficiente, reduzindo a burocracia e melhorando a gestão.
 Criação do Banco de Portugal (1808): Fundou o Banco de Portugal com o objetivo
de centralizar a emissão de moeda e regular o sistema financeiro.
 Código Comercial (1833): Embora tenha sido promulgado após sua morte, foi
influenciado por suas ideias. O Código Comercial estabeleceu normas para o comércio
e a atividade empresarial.
 Reforma do Sistema de Ensino (1801): Introduziu alterações no sistema
educacional, buscando melhorar a qualidade do ensino e ampliar o acesso à educação.
 Lei da Nacionalidade (1801): Definiu critérios claros para a concessão da
nacionalidade portuguesa, visando fortalecer a identidade nacional.
 Abertura dos Portos (1808): Diante da iminente invasão napoleônica, Dom João VI
emitiu o Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas, rompendo o monopólio
comercial com a metrópole e permitindo o comércio com nações estrangeiras. Essa
medida teve um impacto considerável nas colônias, facilitando o comércio.
 Elevação do Brasil a Reino Unido (1815): Sob o governo de Dom João VI, o Brasil foi
elevado à condição de Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, reconhecendo sua
importância e autonomia.
 Permanência da Família Real no Brasil (1808-1821): A permanência prolongada da
família real no Brasil teve implicações significativas na administração colonial. Isso
contribuiu para a centralização administrativa e para o fortalecimento do papel do
Brasil dentro do Império Português.

Invasões francesas
 1ª invasão: novembro de 1807
 2ª invasão: março de 1809
 3ª invasão: junho de 1810
 10-13 Setembrizada 1810 – acusados de terem colaborado com os Franceses, foram
deportados para os Açores – motivou oposição de lord Wellington, desencadeou
protestos veementes dos que se viriam presos sem culpa formada e esteve na base de
uma viva campanha de opinião, organizada a partir de Inglaterra, por meio do jornal
português em Londres O Investigador Portuguez em Inglaterra, influentes órgãos da
imprensa liberal, afeta aos círculos dos emigrados políticos – trabalharam
afincadamente para desacreditar em Portugal e na Europa o governo de Lisboa e a
corte do Rio de Janeiro – contagem decrescente do Antigo Regime em Portugal;
 Domenico Vandelli – primeiro dono do Jardim Botânico de Coimbra, primeiro jardim
botânico de Portugal – Jácome Ratton – salinas de Alcochete, plantações de Eucaliptos;
 Durante as guerras peninsulares há então um crescendo do panfletismo e caricatura
política – intensa atividade editorial;
 Napoleão constantemente associado a forças do male a uma escatologia infernal e
diabólica;
 A exaltação do espírito patriota respeita a tradição de fidelidade à realeza e ao
altar e impõe o reconhecimento de uma independência resgatada pela força das
armas britânicas – esta experiência de submissão constituirá um dos grandes eixos de
reflexão do nacionalismo moderno em Portugal;
 Tratado de Paris (1814) – capitulação de Napoleão na Europa;
 Cidade de Cádiz – livre da influência de França;
 Surgem os primeiros Rumores de que a Família Real vai voltar;

 Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1815) – significa que o Brasil se eleva e
agora faz parte do Reino;
 Mudança de estatuto do Brasil – transforma-se, então, em metrópole em vez de
colónia;
 Antigo pacto colonial é também alterado – com a abertura dos portos brasileiros e
com os tratados celebrados com a Inglaterra em 1810 – isto permitiu um crescimento
económico à antiga colónia, ao contrário de Portugal – mal-estar económico-social que
invertia os termos da balança do Poder;
 Miséria económica em Portugal – fábricas em declínio, a agricultura em decadência
– entre 1808 e 1820 causam um colapso nas rendas públicas, que leva a desemprego e
os atrasos nos pagamentos ao funcionalismo e aos militares;
 Descontentamento – que se sentiam humilhados, sozinhos sem o Rei;
 Londres também descontente – publicações periódicas;
 Queixas – paralisação das fábricas, colapso das rendas públicas, …
 Era realmente assim? – Declíneo
 Primeiras mudanças – plano de derrubar a presença inglesa (Beresford), que
controlava os exércitos, Gomes Freire de Andrade – conspiração foi descoberta, foram
presos e fuzilados – Largo dos Mártires da Pátria;
 A consciência liberal e constitucional em Portugal construía-se essencialmente de
fora para dentro no anos anteriores a 1820
 Ventos de mudança
Estes conceitos dependem muito da época em que se inserem – conceitos vão
mudando de significado ao longo dos anos – séc. XVII:
 Liberal
 Liberalismo
Nuno G. Monteiro – Ler História 55
O processo de formação do primeiro movimento liberal: a Revolução de 1820
 Associações secretas eram punidas com pena de morte e expropriação de bens –
não só aquele sujeito, mas também a família;
 Sinédrio –24 de agosto de 1820;
 O início da crise do Antigo Regime em Portugal foi induzido por uma causa externa
primordial – o conflito entre a França e a Inglaterra;

O exército inglês e a convenção de Sintra


 Intervenção militar inglesa, ansiada desde o início da ocupação, só ocorre numa
fase adiantada da campanha restauracionista;
 Reforma passava por uma mudança política que dotasse o regime monárquico com
instituições liberais e representativas;
As sociedades secretas
 Ganham novos contornos em 1817 e em 1818 – não só, porque vemos aumentarem
as medidas de repressão à sua volta, como porque, é fundamentalmente nestas
sociedades que os descontentes se vão congeminar um importante movimento de
operacionalidade revolucionária – efetiva tomada de consciência liberal por parte de
setores da sociedade portuguesa;
 A conspiração de Gomes Freire foi descoberta e este foi condenado à morte, junto
com outros; Atual Campo Mártires da Pátria dedicado àqueles que lutaram pelo
liberalismo na altura em Portugal – Terminava então tristemente este primeiro ensaio
de mudança política que ocorreu em 1820;
 Mas com ele emergia definitivamente uma nítida tomada de consciência liberal –
que alertava para um nacionalismo independentista e conservador;
 1818 – É fundado o Sinédrio, associação secreta fundada no Porto a 22 de janeiro
de 1818, pela ação conjunta dos juristas Manuel Fernandes Tomás e José da Silva
Carvalho;
 Não tinham um projeto revolucionário definido, mas “tinham uma cúpula solitária
[civil] preparada para a intervenção quando a revolta popular eclodisse” (Silva Dias,
1980);
 Sinédrio – levará à revolução de 24 de agosto de 1820 – vai pôr em causa as
estruturas de uma Estado de Antigo Regime;
 Junta Provisional do governo – procede à nomeação de diversas comissões de
reforma na administração – preocupa-se com as questões relativas à censura e à
liberdade de imprensa e prepara as primeiras eleições em Portugal – a 31 de outubro
apresenta-se a ideia de cortes;
A «Martinhada»
 Em 1820, situações semelhantes a esta são sinais evidentes da discórdia que
alastrava em alguns, não só pela moderação com que o Governo tratava os problemas,
mas também pelo modo como o Governo afastara de si antigos membros da Junta
Provisional;
 11 de novembro de 1820 – “dia de S. Martinho” – os militares promovem uma
concentração dos vários corpos militares no Rossio, juntamente com a Casa dos Vinte
e Quatro, decidem adotar as bases da Constituição espanhola;
As cortes Vintistas
 Com a instalação do primeiro parlamento liberal em Portugal – as Cortes Gerais
Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa – a 26 de janeiro de 1821, estava
firmado o primeiro objetivo do movimento revolucionário de 1820;
 Constituição escrita – tarefa fundamental das Cortes Constituintes de 1821 e 1822;
 Os deputados apressaram-se a nomear um novo governo – a Regência – que esteve
em funções até ao regresso do Rei D. João VI;
 4 de julho de 1821 – Rei chega a Lisboa e jura as bases da Constituição; nomeava
também um novo ministério que substituía a Regência – o rei é chamado a
desempenhar um novo papel e os cidadãos passam a poder intervir mais ativamente,
através dos seus representantes nas cortes;

Aula 04/10
Vida quotidiana no século XIX
 Evolui – melhores condições de vida, aparecimento das vacinas;
 Mas abaixo da média europeia – invasões francesas, guerra civil;
 Poucos os que se vacinavam – desconfiança
 Cólera, febre amarela, febre tifoide, varíola;
 Distritos mais povoados – Lisboa, Porto, Coimbra, Viseu, …

Burguesia
 Vai-se desenvolver muito a burguesia
 Vê as suas condições de vida aprofundar
Sociabilidade
 Academias
 Salões
 Assembleias
 Cafés
 Associações
 Clubes
 Convidavam-se gente para vir assistir, membros da nobreza, …
 Estes salões replicam muito os salões franceses – não há burguesia;

 Marquesa de Alorna
 Teatro das Laranjeiras
 O que é que se ouvia? Modinhas sobre saudade, amor;
 Nas cerimónias da corte, há um decreto, vestido branco cauda azul – cor dos
liberais

Aula 6/10
A Guerra Civil (1828-1834)
Da revolução à contrarrevolução: vintismo, cartismo, absolutismo; o exílio político
Antes da Vila-Francada
 D. Carlota Joaquina não jura a Constituição de 1822 – teve um papel fundamental
na história ibérica do século XIX – tornou-se figura central da contrarrevolução em
Portugal, na qual, D. Miguel, seria a figura operacional;
A Vila-Francada
 A oposição ao governo liberal tem uma campanha decisiva na conhecida sublevação
que o infante D. Miguel encabeçou a 27 de maio, com o apoio de militares;
 A Vila-Francada foi sobretudo uma demonstração militar de forças políticas
contrárias ao liberalismo, ocorrida em Vila Franca – conspiração do infante, com o
apoio de D. Carlota Joaquina para destronar o rei, de quem se dizia que esse era
coagido pelo governo liberal;

Abrilada
 Mais significativo movimento contrarrevolucionário ocorrido em 1824, devido às
suas consequências – cercou o Palácio da Bemposta, prendeu liberais moderados e
prendeu conselheiros do Estado – resultou no Exílio de D. Miguel para Viena;

Monarquia constitucional ou Monarquia tradicional?


 Entre 1823 e 1826 -marcados por tensos debates políticos entre uma inicial defesa
de um projeto de governo liberal e constitucional moderado e a existência de uma
significativa oposição;
 D. João VI apagava todos os movimentos contrarrevolucionários até 1826, ano da
sua morte – Recusava a Regência a Carlota Joaquina, delegando-a à Infanta D. Isabel
Maria;
 A morte de D. João VI acabaria por lançar o país para uma série de combates
políticos;

A Regência de D. Isabel Maria e a Carta Constitucional


 Constituem a segunda experiência liberal – com a outorga de uma carta
constitucional e a existência de uma nova vivência parlamentar, com o funcionamento
de duas câmaras distintas;
 Até à chegada da Carta, remetida do Brasil em abril de 1826 por D. Pedro, a
contestação dos realistas à sucessão da coroa portuguesa não se fez notar;

As câmaras
 A carta determinava o funcionamento de duas câmaras legislativas distintas, a dos
deputados, eleita, e a dos Pares, nomeada pelo Rei;
 A 30 de outubro de 1826, a Infanta anunciou a salvaguarda das instituições liberais;

Crise Política
 A carta e a questão da sucessão à coroa portuguesa desencadearam uma situação
de crise, que é vivida em 1826 e 1827;
 Nos fins do ano de 1827, D. Miguel saía de Viena para Portugal, tendo jurado aí a
Carta Constitucional e aceitado as determinações de D. Pedro sobre o seu papel
político em Portugal;

O Reinado de D. Miguel
 Regressado a 22 de fevereiro de 1828 – governo de regência e o casamento com a
futura rainha D. Maria II;
 A partir de março, os atos do seu governo vão imprimir uma nova mudança ao
processo político em Portugal – regresso a uma conceção e prática de poder absoluto;

O «terror» miguelista
 Exercia-se sobre os liberais que ficaram em Portugal – traduziu-se em prisões,
condenações à morte por fuzilamento ou enforcamento;
 Medidas de combate ao Liberalismo;
 Exílio dos liberais – pois a principal motivação era o restabelecimento da liberdade
em Portugal;

A união política da Europa Liberal


 Liberais europeus – união política

Guerra Civil
 D. Pedro abdicara da coroa brasileira a 7 de abril de 1831, em favor do seu filho D.
Pedro de Alcântara;
 Volta a Portugal – surgia a possibilidade de assumir o trono português, ou a movê-lo
simplesmente a intenção mais modesta de restaurar, na sua qualidade de pai, a
legitimidade do poder da rainha sua filha, D. Maria II e empreender a causa da Carta
Constitucional como regente;
 Ao chegar à Terceira, a 3 de março de 1832, D. Pedro proclama-se regente, com
mandato a confirmar pelas Cortes Constitucionais – nomeou também o primeiro
governo liberal, composto por Palmela, nas pastas dos Estrangeiros e do Reino, e de
Agostinho José Freire, na Guerra e na Marinha. A Fazenda e a Justiça foram confiadas a
Mouzinho da Silveira;
 Mouzinho da Silveira empreendeu um vasto plano de reformas legislativas de
grande importância: extinguiu alguns conventos, restringiu os morgadios, reduziu os
dízimos, direitos senhoriais, portagens e alcavalas; reestruturou a organização
administrativa e o sistema tributário;

O cerco do Porto e os êxitos miguelistas


 A expedição liberal partia então para o norte do país – desembarque no Mindelo
sem qualquer resistência;
 As tropas liberais seguiram então em direção ao Porto, tendo-se dado entrada na
cidade no dia seguinte de manhã, mas por medo ou suspeição, o duque de Bragança
não teve receção apoteótica;
 D. Pedro IV leu uma proclamação prometendo devolver a paz e pôr termo à tirania,
respeitar vidas e os bens dos particulares, impedir vinganças e dar recompensas pela
lealdade e patriotismo da população;
 O visconde de Santa Marta ordena então um cerco ao Porto: eram 8 500 liberais Vs.
80 000 absolutistas; sabendo disto D. Pedro ordena a que as suas tropas se mobilizem
para Guimarães e Braga, onde se vão travar batalhas;
 Apesar de algumas vitórias liberais, o resultado destas operações resultou numa
derrotas para as forças de D. Pedro, que retiraram em debandada para o Porto;
 O Porto funcionava assim como centro da resistência;
 D. Pedro IV manda então 2500 homens para o Algarve comandadas pelo Duque da
Terceira, a fim de aliviar a pressão sobre a cidade;

A ocupação de Lisboa e as vitórias liberais


 Conquistado o Algarve, Terceira decidiu fazer a travessia do Alentejo rumo a Lisboa;
um mês depois de ter desembarcado no Algarve, o duque entrava vitoriosamente na
capital abandonada, depois de ter destroçado a divisão comandada pelo general Teles
Jordão; O regente parte então do Norte em direção a Lisboa, com o seu governo; o rei
desce também para sul onde se tenta reorganizar em Santarém;
 Face a sucessivas derrotas, D. Miguel viu-se forçado a mudar mais uma vez o seu
quartel-general, retirando-se para Évora, onde ou resistia ou refugiar-se na vizinha
Espanha;
 Rende-se, então, em Évora, depois de um conselho de generais miguelistas ter
optado por larga maioria a rendição;
 Convenção de Évora-Monte – 26 de maio é assinado um documento para a
suspensão do conflito;
 Depois da Guerra Civil, D. Pedro IV apressa-se então para reunir eleições para reunir
as cortes – abriram solenemente em 1834

Aula 11/10
A Constituição de 1822 e a Carta Constitucional de 1826
“Ninguém a queria, ninguém a pedira”
Esquerda liberal (vintismo)  “admissão de um poder monárquico pré-constitucional
anteposto ou sobreposto ao poder democrático da nação”
Direita absolutista  “uma capitulação do trono perante as heranças civis e políticas
da revolução”
Instruções de 31 de outubro
• Modelo de eleições indiretas em 2 fases:
1) Eleição de eleitores–1 eleitor por cada 600 fogos
2) Eleição de deputados
• Direito de voto: chefes de família residentes nos concelhos ou distritos
• Excepção: ordens monásticas, mendicantes, estrangeiros não naturalizados,
incapacidade natural, criados de servir não chefes de família.
• Elegíveis: “qualidades essenciais, virtudes e inteligência”, “deve reunir a maior soma
possível de conhecimentos científicos”, “firmeza de caráter, religião, amor da pátria”
(art.26);
Novas instruções pós-Martinhada, 22 de novembro
• 100 deputados no total, 1 para cada 30 mil habitantes
• 3juntaseleitorais:
• Cidadãos elegem compromissários
• Compromissários elegem eleitores de comarca
• Eleitores da comarca elegem deputados
• Direito de eleger compromissários: idade mínima 25 anos e residência.
• Condição para ser deputado: nascer na província ou residir lá há pelo menos 7 anos.
• Elegíveis: diminuição das exigências de comprovativos de qualidades intelectuais.
Estavam excluídos, porém, conselheiros de Estado e pessoas empregadas pela Casa
Real.
 Participação de magistrados e elementos do clero (párocos)

Bases da Constituição (9 de março 1821)


 Conjunto sintético de 37 artigos em duas secções:
1. Direitos individuais dos cidadãos: prerrogativas básicas da defesa da
liberdade, segurança e propriedade.
2. Nação portuguesa, sua religião, governo e dinastia.
 Inovador conceito de soberania: “reside essencialmente em a nação” que “é livre e
independente e não pode ser património de ninguém”.
 “Somente à nação pertence fazer a sua constituição ou lei fundamental, por meio
de seus representantes legitimamente eleitos” (ou seja, divisão de poderes)
 Ampla difusão

Constituição 1822
 240 artigos
 Aprovação final –23 setembro 1822
 Vigência:
1) 23 setembro 1822 –2 junho 1823
2) 10 setembro 1836 –4 abril 1838.
Influência: Constituição Política Francesa (1791), Constituição de Cádis (1812);

Carta Constitucional de 1826


•145 artigos
•Vigência:
1) abril 1826 –maio 1828
2) agosto 1834 –setembro 1836
3) janeiro 1842 –outubro 1910
Influências: Constituição brasileira de 1824 Carta constitucional francesa de 1814
Constituição de 1822

Setembro 1822 –2 junho 1823 –Constituição de 1822


<1823-1826>
Abril 1826 –maio 1828 –Carta Constitucional
<1828-1834>
Agosto 1834 –setembro 1836 –Carta Constitucional
Setembro 1836 –4 abril 1838 –Constituição de 1822
Abril 1838 –Janeiro 1842 –Constituição de 1838
Janeiro 1842 –outubro 1910 –Carta Constitucional

Início Constituição de 1822


 EM NOME DA SANTÍSSIMA E INDIVISÍVEL TRINDADE
Início Carta Constitucional 1826
 DOM PEDRO POR GRAÇA DE DEUS, Rei de Portugal e dos Algarves, etc. Faço Saber a
todos os Meus Súbditos Portugueses, que Sou Servido Decretar Dar e Mandar jurar
imediatamente pelas Três Ordens do Estado a Carta Constitucional abaixo transcrita, a
qual de ora em diante regerá esses Meus Reinos e Domínios, e que é do teor seguinte:

1822
CAPÍTULO IV DAS ATRIBUIÇÕES DAS CORTES.
102
Pertence às Cortes:
I. Fazer as leis, interpretá-las e revogá-las:
14 As Cortes compõem-se de duas Câmaras: Câmara de Pares e Câmara de
Deputados.
112
Não dependem da sanção Real:
I.A presente Constituição, e as alterações que nela se fizerem para o futuro (art. 28º):
II.Todas as leis, ou quaisquer outras disposições das presentes Cortes extraordinárias e
constituintes:
III.As decisões concernentes aos objectos de que trata o art. 103º

1826
CAPÍTULO I – DOS RAMOS DO PODER LEGISLATIVO, E SUAS ATRIBUIÇÕES.
ARTIGO 13.
 O Poder Legislativo compete às Cortes com a Sanção do Rei.
14.
 As Cortes compõem-se de duas Câmaras: Câmara de Pares e Câmara de Deputados.

 Constituição 1822 – o poder do Rei provém da Nação – “O Rei não pode, sem o
consentimento das cortes (…)”;
 Carta Constitucional 1826 – Poder Moderador - O Poder Moderador é a chave de
toda a organização política, e compete privativamente ao Rei, como Chefe Supremo da
Nação, para que incessantemente vele sobre a manutenção da independência,
equilíbrio e harmonia dos mais Poderes Políticos;

A reter:
 Soberania
 Princípio da separação de poderes
 Direitos e deveres dos indivíduos
 Monarquia Constitucional e Hereditária
 Liberdade religiosa
 Cortes (Câmara única/ bicameralismo)

Opiniões pró-constituição
 Cortes já não eram convocadas há muito tempo – a nação teve quem a
representasse;
Anti Constituição
 “Um escravo coroado de uma democracia soberana”;

 Antes de ter uma constituição temos de ter instruções;


Houve instruções que foram vistas como muito radicais – e que depois foram
corrigidas (Martinhada, Setembristas, …);

Bases da Constituição
 Orientou o reino enquanto não se aprovava a constituição;
 Não se põe em causa a Religião;
 A nação não é património do Rei (é da Nação);
 22 de setembro de 1822
 Teve influência na Constituição Política Francesa (1791) e na Constituição/Cortes de
Cádis (1812);

Carta Constitucional (1826)


 Teve influência na Constituição brasileira de 1824, Carta constitucional francesa de
1814 e a Constituição de 1822;

Adesão ao regime liberal (1822)


•44.7% das câmaras municipais.
•Algarve (87%) •Alentejo (59,5%)
•Estremadura (67.2%) •Beira (37.7%)
•Trás-os-Montes (41.3%) •Minho (29.4%)
Queixas

 Descontentamento 1823
 Revolta de Vila Real (Fev. 1823), Vilafrancada (Maio 1823), queda da Const. (Junho
1823)
 “Vida constitucional subterrânea” (1823-1826)
 Abrilada (abril 1824)
 Morte de D. João VI (10 março 1826)

Setembrismo
 Setembrismo – restauração da Constituição de 1822
 O governo conservador do Duque da Terceira apesentou a sua demissão e foi
obrigada a aceitar, por força das circunstâncias, a lei orgânica vintista, que vigoraria
até que as futuras Cortes Constituintes aprovassem um novo texto constitucional – Foi
a “Revolução de Setembro”;
 Personalidade da ala radical do liberalismo, todos membros da oposição anti
cartista;
 Passos Manuel – ministro do Reino e verdadeiro chefe civil da revolta;
 Restabelecimento da Constituição de 1822, a obrigatoriedade para todos os
funcionários públicos de jurarem o texto vintista, a redução das despesas públicas e a
moralização da vida administrativa;
 Preocupante situação financeira: preferiam-se empréstimos internos e modificou-se
o modo de venda dos bens nacionais – meio ano após ter entrado em funções, o défice
orçamental tinha sido já sido reduzido para cerca de metade;
 Plano cultura e educacional: criação e a reestruturação de estabelecimentos de
ensino, cultura, arte, ciência – o setembrismo revelar-se-ia sendo o defensor
entusiasta do património cultural;
 Passos Manuel abandona o governo em 1837 por falta de apoio das cortes;
 Os cartistas desencadearam, afastado Passos, e com apoio de Leopoldo I da Bélgica,
um insurreição militar (12de julho de 1837) comandada pelos marechais duque de
Saldanha e da Terceira – com o fim de restabelecer o documento Constitucional
outorgado por D. Pedro; não resultou – exílio dos dois marechais;
 1842 – Costa Cabral proclamou no Porto a Carta de 1826 e tomava posse como
ministro do Reino de um longo governo de direita de mais quatro anos – Início do
Cabralismo;

A restauração da Carta Constitucional: Cabralismo e Anti cabralismo


 1842 – Para os cartistas, marca um período de conciliação, de ordem e de
progresso;
 Os setembristas e os miguelistas tentam derrubar o governo de Costa Cabral,
exigindo uma reforma da Carta Constitucional;
 s protestos violentos, os motins e uma acentuada agitação social agudizam-se, e na
Primavera de 1846 alastram-se, mobilizando setores rurais e urbanos contra a
administração de Costa Cabral;
 Política económico-financeira que não contemplava os seus interesses mais
ele/mentares e uma política legislativa que não respeitava crenças religiosas e práticas
de séculos, colheria o apoio de outros estratos sociais da burguesia rural, comercial e
industrial, bem como de membros da oposição, cujos objetivos políticos –
fundamentalmente o derrube de Costa Cabral
 Movimento popular da Maria da Fonte – participação ativa de mulheres – levara
ao exílio de Costa Cabral;

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