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FORMAÇÃO SOCIAL,

ECÔNIMIA E
POLÍTICA DO BRASIL
Classe trabalhadora
brasileira
Ana Carolina Machado de Souza

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

>> Identificar os principais grupos étnicos que foram inseridos no território


nacional brasileiro por meio de incentivos governamentais e por acordos
diplomáticos entre os países envolvidos.
>> Avaliar os efeitos da diversidade imigratória na formação da política, da
economia e da sociedade brasileira.
>> Relacionar os efeitos da imigração de exploração com a relação de trabalho
que foi constituída pelos brasileiros ao longo da sua história.

Introdução
O processo imigratório brasileiro como política de Estado teve início no século
XIX. Desde a chegada da Família Real, em 1808, foram tomadas medidas no intuito
de modernizar a colônia, na qual a escravidão era a principal, mas não única,
forma de trabalho para a manutenção da economia agroexportadora. Também
existiam trabalhadores livres e serviços públicos, mas eles não movimentavam
as contas públicas.
No próprio século XIX, mudanças profundas surgiram como consequência
dos movimentos revolucionários do final do século XVIII — e no Brasil não foi
diferente. O questionamento sobre a viabilidade, a longo prazo, da escravidão
mobilizou a criação dos primeiros projetos imigratórios visando à inserção da
mão de obra livre no País.
Neste capítulo, você poderá aprender a respeito da história da imigração no
Brasil, com foco sobre a formação de uma nova classe trabalhadora e a importância
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disso para a nossa formação política, social e econômica. Ademais, você poderá
compreender o impacto que a imigração teve sobre o movimento abolicionista, as
mudanças legislativas e o desenvolvimento do pensamento eugenista no Brasil.

Os projetos de imigração
Antes de o governo sancionar a vinda de imigrantes para trabalharem nas
lavouras, grupos de estrangeiros chegavam ao Brasil desde o início do sé-
culo XIX. Quando a corte se estabeleceu no Rio de Janeiro, em 1808, missões
científicas foram autorizadas para dar seguimento a estudos sobre a fauna,
a flora e as sociedades brasileiras.

As missões artísticas e científicas tinham como objetivo a coleta de


informações sobre a natureza e o passado colonial. Em 1816, ocorreu
a Missão Artística Francesa, muito conhecida pelas imagens feitas pelo francês
Jean-Baptiste Debret (1768–1848). Em 1817, teve início a Missão Austríaca, cujos
cientistas faziam parte da comitiva da arquiduquesa Leopoldina (1797–1826),
que vinha ao Brasil para se casar com D. Pedro I (1798–1834).
A viagem de Jean-Baptiste Debret ao Brasil é retratada no livro J.-B. Debret,
historiador e pintor. A viagem pitoresca e histórica ao Brasil (1816–1839), de
Valéria Lima.

Em 1818, D. João VI (1767–1826) assinou uma Carta Régia, na qual aceitava


a vinda de um grupo de suíços para o estado do Rio de Janeiro. Eles se esta-
beleceram na atual região de Friburgo, assim nomeada em homenagem ao
cantão de onde vieram. No documento, o rei atestava a boa relação diplomática
com a Confederação Suíça e garantia às famílias que aqui se instalariam o
recebimento de terras doadas pelo Estado para cultivarem e se estabele-
cerem. Esse foi um núcleo voltado totalmente para a ocupação territorial e
para a diplomacia. Tal medida não se sustentou nem foi repetida, e a própria
instabilidade política do Brasil auxiliou para que esse fosse o resultado.
O século XIX foi muito tumultuoso no Brasil. Além das questões políticas,
como a Independência, a Regência e os reinados de D. Pedro I e D. Pedro II,
vários conflitos aconteceram em todas as regiões. Essas instabilidades cau-
saram uma profunda crise política e econômica, que teve como uma de suas
consequências diretas a dificuldade de se definir uma identidade nacional.
O Primeiro Reinado (1822–1831) manteve o que havia sido feito anterior-
mente, visando ao povoamento de locais estratégicos para o governo. Um bom
exemplo é o Sul do País, onde as disputas territoriais com os países vizinhos
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— alguns em processo de emancipação — eram um problema crescente. Em


1825, por exemplo, teve início a Guerra Cisplatina (1825–1827), uma disputa
contra a Argentina por causa da região uruguaia, chamada Cisplatina. Núcleos
coloniais como o de São Leopoldo, o de Três Forquilhas e o de São Pedro de
Alcântara de Torres, todos no Rio Grande do Sul, não tinham o objetivo de
contribuir para os latifúndios cafeeiros e eram financiados com verba federal.
Esse direcionamento foi questionado pelos fazendeiros paulistas e cariocas,
que queriam maior auxílio por parte do governo (HOLANDA, 2004).
Da década de 1830 em diante, o cultivo de café começou a crescer no Su-
deste. A elite agrária, por um lado, reivindicava auxílios econômicos, enquanto,
por outro, criticava o processo imigratório, que não havia atingido resultados
expressivos até então. Emília Viotti da Costa (1999) relata como o Império
decidiu, em 1827, encaminhar alguns estrangeiros para São Paulo, na tentativa
de expandir o programa; porém, essa medida também não rendeu frutos.
Em 1830, foi aprovada uma nova Lei do Orçamento, que reformulou as
despesas do Império. Um dos gastos que foram cortados se relacionava
à imigração outorgada na Carta de 1818. Apesar das mudanças políticas e
orçamentárias, nessa época o trabalho ainda se mantinha majoritariamente
escravo. Foi apenas na década de 1840 que as políticas imigratórias foram
postas em prática.

Colônia de Parceria
Em 1847, teve início o modelo de Colônia de Parceria, criado a partir do in-
centivo estatal e da iniciativa privada. Nele, eram prometidas terras para
os estrangeiros, que poderiam quitar o financiamento a partir da venda
dos produtos cultivados. Essa “parceria” entre latifundiários e imigrantes
seria o primeiro passo para a expansão do trabalho em massa. Porém, na
prática, havia muitas exigências para poucos benefícios. Toque de recolher,
restrição de mobilidade, não acesso à terra própria, além dos custos abusivos
do deslocamento suscitaram o descontentamento dos europeus. Como diz
Souza (2012, p. 87):

Embora o sistema de parceria tenha sofrido alterações significativas em seus


mecanismos ao longo do tempo pode-se dizer que seu cerne permaneceu prati-
camente o mesmo ao longo das mais de três décadas em que foi empregado. Seus
principais componentes referiam-se ao: (i) endividamento do imigrante por meio de
pagamento de passagens e de adiantamentos para sua manutenção nos primeiros
anos; (ii) divisão (meação) dos resultados econômicos entre o fazendeiro e o colono.
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Nesse caso, observa-se um choque cultural entre diferentes formas de


se entender e praticar o trabalho. Os fazendeiros tratavam os estrangeiros
com desconfiança e rigor, causando problemas para a efetividade de todo
o sistema. Até que, em 1856, ocorreu um motim na propriedade do senador
Nicolau Campos Vergueiro (1778–1859), que, segundo Boris Fausto (2002), foi
fundamental para o fim do processo de parceria.
Foi somente nos anos 1870 que a imigração se estabeleceu como uma polí-
tica de estado para a substituição da mão de obra escravizada. As mudanças,
nesse caso, eram profundas. As discussões acerca da abolição se tornaram
frequentes, e a pressão externa para que o tráfico acabasse aumentava.
Nesse sentido, aprovou-se em 1831 uma lei proibitiva, mas ela nunca foi
aplicada de fato.
Os maiores interessados nessa mudança eram os ingleses, que pressio-
navam. No entanto, o número de negros sequestrados e deslocados para
o Brasil continuava crescendo, acompanhando o ritmo de surgimento das
fazendas de café. Então, em 1845, o Parlamento Britânico assinou o Slave Trade
Suppression Act — que conhecemos como Lei Bill Aberdeen —, que autorizava
a interferência direta em navios negreiros não apenas em mar aberto, mas
também em águas brasileiras. A medida dos ingleses impactou diretamente
o Brasil, que, mesmo contestando tal decisão, mudou a própria legislação.
Em 1850, foram assinadas a Lei de Terras e a Lei Eusébio de Queirós, que
atingiram a política trabalhista brasileira. A última regulava o fim do tráfico,
e, dessa vez, com um sistema punitivo que ajudou na queda vertiginosa do
número de africanos trazidos compulsoriamente. Já a primeira regimentava
a questão da posse de terras, dificultando o acesso da população brasileira
à terra, o que provocou uma maior concentração fundiária. Esse cenário
impulsionou a decisão dos fazendeiros de aprovarem a vinda de mão de
obra estrangeira livre.

Imigração subvencionada
Em 1871, foi aprovada a Lei do Ventre Livre, que promulgava a liberdade a
todos os filhos de escravos nascidos depois do dia 28 de setembro. Houve
uma generosa indenização aos proprietários escravistas que alforriaram as
crianças, os quais, além disso, poderiam, por lei, utilizá-las como mão de obra
até os seus 21 anos. Dessa forma, havia dinheiro para que os latifundiários
pudessem financiar parcialmente os imigrantes.
No mesmo ano, São Paulo aprovou a vinda de estrangeiros com verba
provincial e federal. O estado providenciava o deslocamento até as fazendas
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de café, e os contratantes eram responsáveis pela burocracia e por qualquer


treinamento necessário. Ainda em 1871, foi criada em São Paulo a Associação
Auxiliadora da Colonização, um órgão que mediava a relação entre os fazen-
deiros e o Governo. Tendo sido uma das primeiras, essa associação abriu
espaço para muitas outras do tipo. No caso paulista, hospedarias foram
criadas para receber os europeus, que passavam por exames e, se preciso,
eram encaminhados para algum tipo de quarentena. Em 1884, o valor dos
escravos subiu — pois havia diminuído a quantidade de mão de obra disponível
—, causando mais interesse por parte da elite. Desse momento em diante, a
política imigratória se estabeleceu (LIMA, 2017).
É importante destacar que, assim como outras medidas implementadas
no Brasil, não houve homogeneidade na imigração. A esse respeito, Sílvia
Lara (1998, p. 28–29), recorrendo a citações de Almada (1984), diz:

Tão importante quanto a cristalização dos termos constituintes da “teoria da


substituição” foi o fato de que os estudos empíricos a este respeito incidiram
quase sempre sobre São Paulo, acarretando que a assim entendida “experiência
paulista das fazendas de café” se configurasse como um paradigma explicativo
de todo o processo, em todo o Brasil. vários estudos regionais já demonstraram
claramente como, em outras regiões, a questão se colocava de modo diverso, com
o aproveitamento do “elemento nacional”. [...] na Zona da Mata mineira, por exem-
plo, os fazendeiros preferiram realizar contratos de parceria com trabalhadores
residentes, recorrendo ao assalariamento temporário de migrantes sazonais vindos
de outras regiões do Estado. No Espírito Santo, somente os fazendeiros mais ricos
recorreram à imigração. A maioria acabou optando por “‘contratados’ por um ano,
por ‘camaradas’ pagos por mês, ou, mais ainda, por ‘jornaleiros’, pagos por dia”.

Ou seja, não se pode perder de vista que a experiência imigratória foi


diversa, assim como o processo de abolição. É por isso que se tornam im-
portantes estudos regionais que agreguem mais informações acerca dos
eventos localizados.

Grupos imigratórios
O Brasil recebeu pessoas de muitas nacionalidades desde a colonização.
Espanhóis, portugueses, holandeses, franceses circulavam pela colônia muito
antes da chegada da Família Real. Mesmo com as políticas de imigração, esses
grupos mantiveram o deslocamento para a América; porém, eles deixaram de
ser os únicos. No século XIX, o maior contingente de imigrantes era da Itália;
depois, da Alemanha; e, depois, da Síria e do Líbano. Foram esses os princi-
pais beneficiados com o programa de busca de trabalhadores assalariados e
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livres. Já no período republicano, em 1908, os japoneses aportaram no Brasil,


formando a maior comunidade nipônica fora do Japão. Outros grupos, como
chineses, sul-americanos (bolivianos e venezuelanos) e haitianos também
se estabeleceram no País, mas em condições diferentes das dos citados
anteriormente.
Em 1930, após a tomada de poder por parte da Aliança Liberal, Getúlio
Vargas (1882–1854) assinou o Decreto nº 19.482, que limitava indiretamente
a entrada de estrangeiros no País. Segundo Endrica Geraldo (2009), a medida
restringia também a contratação de mão de obra estrangeira por parte dos
empregadores, que eram obrigados a ter pelo menos 2/3 das vagas preen-
chidas por brasileiros. É a partir desse momento que ocorre uma mudança
significativa na formação da classe trabalhadora do Brasil, que passa a ob-
servar e enfatizar os domiciliados e natos no País, devido ao fim da entrada
incessante de imigrantes.

Alemães e italianos
Tanto a Alemanha quanto a Itália só se tornaram países em 1871. Até então,
havia disputas de poder entre o Império Austro-Húngaro e a Prússia, no caso
dos alemães, e entre diversos governos que ocupavam a Península Itálica.
Isso demonstra que ambos passaram por profunda instabilidade política e
econômica, inclusive após a unificação.
No caso da imigração alemã, os primeiros grupos rumaram para o Brasil
ainda na década de 1820. Nessa época, a expansão napoleônica e o cresci-
mento da influência comercial e industrial inglesa pressionavam sobretudo
a Prússia, maior reino da região. Os alemães buscavam, além disso, o desen-
volvimento econômico e a modernização do estado, sendo que a participação
na colonização da África e da Ásia era uma meta dentro desse processo. A
maioria dos imigrantes alemães que vieram para o Brasil se estabeleceu
no Sul, que manteve os incentivos mesmo com a Lei do Orçamento de 1830.
Segundo Magalhães (1993, p. 14):

Para contornar a oposição que lhe faziam as elites brasileiras, o governo imperial
transferiu, por meio de um Ato Adicional em 1824, aos poderes provinciais a inicia-
tiva de fomentar a imigração por conta própria. Nas décadas que se sucederiam,
Santa Catarina e Rio Grande do Sul passariam a contar com um conjunto de leis
que favoreciam a vinda de trabalhadores estrangeiros para seus territórios, em
caráter oficial.
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A maioria das colônias dos 119.300 alemães que chegaram ao Brasil de 1820
a 1909 foi construída no atual Rio Grande do Sul (MAGALHÃES, 1993). Desse
modo, a identidade sulista está intimamente conectada à chegada desses
grupos, que tinham o objetivo de ocupar o espaço e consolidar a fronteira
brasileira. Os índios e os brasileiros nativos não eram reconhecidos, assim,
como parte do projeto de povoamento. Dentro dessa mentalidade cresce a
ideia de uma política eugenista, que teve seu início marcado pela tentativa
de “branqueamento” da população brasileira (SANTOS, 2017, p. 236).
Os italianos, por sua vez, chegaram massivamente após 1870. Apesar de
muitos terem partido para os Estados Unidos, a propaganda promovida pelo
Império brasileiro, com a ajuda dos fazendeiros de café, chamou a atenção
principalmente da população camponesa. Entre 1884 e 1923, cerca de 1.331.158
de italianos migraram para o Brasil, sendo Rio Grande do Sul, Santa Catarina
e São Paulo os estados que mais os receberam (IBGE, 2000). Na província
paulista, o crescimento do número de italianos foi exponencial. A maioria
deles se destinou à lavoura, mas as condições de trabalho não haviam mu-
dado tanto em relação às primeiras experiências. Outros se instalaram em
cidades maiores, como São Paulo, as quais ainda não tinham se modernizado
e estruturado, causando, por exemplo, o surgimento de moradias precárias
(COSTA, 1999).
Em 1889, o governo italiano promoveu sanções temporárias para o projeto
de imigração brasileiro por causa dos problemas nos trabalhos disponibi-
lizados. A repreensão se tornou medida legislativa com o Decreto Prinetti,
assinado em 1902, que proibia a imigração subsidiada. Segundo Hutter (1987,
p. 63):

O Decreto Prinetti, contrariamente ao que se diz, não foi uma medida tomada contra
o Brasil, nem mesmo contra a emigração italiana para cá. Apenas proibia a vinda
de emigrantes italianos com passagens gratuitas. Era livre a vinda de cidadãos
que tivessem meios e se dispusessem a emigrar para o Brasil. O decreto não fazia
mais do que determinar a suspensão de uma licença especial concedida a algumas
companhias de navegação para transportar, gratuitamente, emigrantes italianos
para o Brasil. Proibia, também, que gentes recrutassem, na Itália, emigrantes,
destinando-os ao Brasil.

Entre 1886 e 1888, o Brasil recebeu mais de 80 mil italianos, que esta-
beleceram aqui suas identidades e particularidades sociais e, desse modo,
exerceram influência sobre o desenvolvimento cultural tanto da região Sul
quanto de São Paulo. É importante destacar que muitos dos imigrantes re-
tornaram à sua terra natal: dos 1.895.000 que aportaram em Santos entre
1892 e 1930, cerca de 1.017.000 deixaram o Brasil. Contudo, o impacto desse
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deslocamento foi fundamental para se entender a construção da ideia de


classe trabalhadora, que será discutida mais à frente.

Japoneses e outros grupos


Em 18 de junho de 1908, aportou em Santos o navio Kasato Maru, transpor-
tando cerca de 781 japoneses, que se destinaram às lavouras de café paulistas
(Figura 1). Porém, essa não foi a primeira vez que japoneses vieram para o
Brasil. Desde meados do século XIX, um grande número de pessoas emigrou
do Japão com a intenção de se estabelecer em locais como os Estados Unidos
— principalmente no Havaí — e em outros países latino-americanos (SILVA,
2017). Essas iniciativas migrantes eram apoiadas pelo governo japonês, que,
com isso, objetivava contornar os problemas econômicos enfrentados pelo
país e o superpovoamento das ilhas. Foi, então, a partir de 1880 que políticos
japoneses começaram a viajar ao Brasil para inspecionar as condições de
trabalho oferecidas pelo País. Após concordarem com as medidas estabele-
cidas aqui, a imigração foi liberada. De início, as tentativas individuais foram
incentivadas, mas tiveram pouco impacto no cenário brasileiro. Apenas em
1908, com a revalorização do preço do café e a necessidade de suprir a falta
de mão de obra italiana — decrescente desde o Decreto Prinetti —, a vinda
dos japoneses se tornou parte da política subvencionada (SUZUKI, 1995).
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Figura 1. Primeira página da lista de passageiros do Kasato Maru.


Fonte: Pacific Steam Navigation Company (1908, documento on-line).
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A imigração subvencionada foi a realidade brasileira até 1924, mas há


um fator interessante nesse processo. O privilégio estava, sempre, com os
europeus, isto é, enquanto italianos, alemães, suíços, etc. decidissem migrar
para o Brasil, o subsídio iria para eles. No entanto, embora fosse reparável a
xenofobia contra os orientais, a vinda de japoneses para o Brasil continuou.
Entre a Primeira Guerra Mundial (1914–1918) e a Segunda Guerra Mundial
(1939–1945), cerca de 130 mil japoneses se instalaram no País (IBGE, 2000),
sobretudo no interior de São Paulo e no Paraná.

No século XIX, a questão da eugenia se tornou parte da discussão — e


da prática — intelectual brasileira e europeia. O “darwinismo social” e
as intenções civilizatórias embasaram a vinda dos europeus, que foi justificada
como parte da necessidade de “branquear a população”. Porém, os discursos
nacionalistas também exerceram influência sobre as políticas proibitivas. Um
exemplo disso foi Oliveira Vianna (1883–1951), jurista e sociólogo fluminense
que influenciou diretamente na construção da legislação trabalhista, inclusive
nos decretos e nas leis que barraram paulatinamente a imigração por motivos
nacionalistas e xenofóbicos.
Você pode encontrar mais detalhes sobre esse assunto na obra O charme da
ciência e a sedução da objetividade: Oliveira Vianna entre intérpretes do Brasil
(2005), de Maria Stella Martins Bresciani.

Durante a Era Vargas, como visto, a subvenção foi cortada, tornando a


imigração uma iniciativa individual e privada. Porém, a influência japonesa
se manteve, sobretudo na questão tecnológica. Mesmo com a derrota sofrida
na Segunda Guerra Mundial e os ataques nucleares às cidades de Hiroshima e
Nagasaki, o Japão conseguiu se reorganizar economicamente e criou empresas
de ponta, como a Panasonic, a Toyota, a Honda e a Nissan, que construíram
sedes no Brasil a partir da década de 1950 (GÓES, ASSUMPÇÃO; SANCHEZ,
2020). Vale destacar que, a partir do período Vargas, notoriamente naciona-
lista, as primeiras indústrias eletroeletrônicas e automobilísticas passaram
a se instalar por aqui, mas foi apenas nos anos 1960 que as multinacionais
receberam incentivos do Estado para escolherem o Brasil.
Outros grupos, como os sírio-libaneses, imigraram para o Brasil na in-
tenção de escapar da instabilidade política, que é contínua na região do
Oriente Médio. A maioria desses grupos se manteve nas grandes cidades
brasileiras, dando início a comércios locais, ou, com a mesma finalidade,
viajaram como mascates para o interior. Embora São Paulo tenha recebido a
maior parte desse contingente, estudos recentes tentam mapear e rastrear
a sua interiorização, estabelecendo a sua importância cultural, social e po-
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lítica em distintos locais. Diferentemente dos grupos anteriores a eles, os


sírio-libaneses não foram subsidiados, pois outros tipos de relações foram
instaurados. De acordo com Truzzi (2019, p. 3):

O papel das redes migratórias formadas tanto por parentes quanto por conterrâneos
foi muito importante. [...] Aos poucos, na terra de origem formou-se de certo modo
uma cultura migratória, pelo menos em parte responsável por mobilizar contin-
gentes expressivos em direção à “América”, onde quer que fosse compreendida.
De fato, a acolhida por redes foi muito comum e bastante importante, pois, desse
modo, o grosso dos imigrantes não chegava aqui sem nenhuma referência.

Apesar da forte influência cultural no Brasil, a população sírio-libanesa


imigrou de forma particular, sem incentivo estatal. Isso corrobora a ideia de
predileção por imigrantes brancos e europeus para ocupar o território bra-
sileiro. O negro, apesar de livre no século XX, sofria sanções sociais só pelo
fato de ser descendente de escravos. A partir do momento em que o sistema
escravista foi destituído formalmente, não houve um programa governa-
mental que visasse à inserção dessas pessoas no mercado de trabalho mais
qualificado. Eles continuaram a exercer funções mal remuneradas e tinham o
acesso à educação dificultado pelas necessidades de sobrevivência. As taxas
de analfabetismo eram altas e as condições de moradia não eram as ideais,
causando um efeito bola de neve na constituição das classes econômicas
brasileiras. Além disso, o próprio brasileiro nativo foi preterido pelo Estado
quando se buscaram imigrantes para ocupar territórios com alto risco de
invasão estrangeira.
Esses pontos de vista foram desenvolvidos durante décadas pela his-
toriografia, que só começou a discutir o papel dos pobres, dos negros e de
outras minorias a partir da década de 1970. Até então, os grandes modelos
explicativos privilegiavam as análises macro, silenciando as memórias de
grupos inteiros. E isso não foi diferente com a análise da classe trabalhadora.

As questões da classe trabalhadora


A formação da classe trabalhadora é um dos temas mais debatidos na histo-
riografia nacional. Uma das características apontadas por esta é que, durante
muito tempo, se considerou “classe trabalhadora” aqueles que imigraram
para o Brasil. Brasileiros, índios, negros escravizados (ou libertos) não eram
conhecidos como parte da mão de obra que havia auxiliado na construção do
País. Isso se dá porque se estabeleceu que o estudo sobre o trabalho estava
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relacionado ao operariado, e pouco se discutia as relações construídas na


lavoura, por exemplo. Como diz Cláudio Batalha (2000, p. 7):

A imagem mais corrente do operariado na Primeira República é a do italiano


anarquista. Caricata, ela reúne dois componentes fundamentais: por um lado, a
associação automática entre trabalhador e imigrante — este, por sua vez, reduzi-
do ao italiano; por outro, a atribuição de um ideário único, o anarquismo, àquele
movimento histórico.

A experiência dos trabalhadores brasileiros é plural, e essa abordagem


restritiva já foi contestada pelos historiadores. Ela surgiu a partir de ideali-
zações acerca do que era o trabalhador, o imigrante e o cidadão.

A história da historiografia brasileira analisa, entre várias temáticas,


o surgimento da área de História Social do Trabalho, que aborda a
macro perspectiva sobre o contexto das políticas relacionadas ao trabalho,
assim como o ponto de vista micro, de trabalhadores que fizeram parte dessa
construção.
Para melhor compreender a complexidade desse campo de estudos, leia A
Justiça do Trabalho e sua história (2013), livro organizado por Ângela de Castro
Gomes e Fernando Teixeira da Silva, e A história do trabalho: um olhar sobre os
anos 1990 (2002), de autoria de Claudio H. M. Batalha.

Correntes ideológicas como o Anarquismo, o Socialismo e o Comunismo


surgiram na Europa, durante o século XIX, a partir da crítica ao Capitalismo. Era
um momento de crise social intensa, sobretudo por conta das modificações
causadas pela Revolução Industrial, em 1760, e pelos seus desdobramen-
tos no século seguinte. Pessoas como Saint-Simon (1760–1825) e Proudhon
(1804–1865) discutiam a exploração do trabalho e criavam suas próprias
respostas, teóricas e/ou práticas, para que a situação mudasse (BATALHA,
2000). Porém, o filósofo mais conhecido e influente desse período foi Karl
Marx (1818–1883), que se aprofundou na análise sobre o Capitalismo e apre-
sentou soluções para superá-lo. Essa tendência, que embasou movimentos
revolucionários e trabalhistas na Europa, também viajou para o Brasil com os
europeus. Segundo Batalha (2000, p. 37–38), a organização dos trabalhadores,
independentemente da ideologia, estava relacionada aos maus tratos e à
pouca regulamentação das atividades:
Classe trabalhadora brasileira 13

A República trouxe inicialmente esperança, que logo deu lugar à decepção, àqueles
que buscavam obter a regulamentação do trabalho e a garantia de direitos políticos
e sociais através da organização dos trabalhadores. Mesmo a parca legislação
aprovada visando à melhoria das condições de trabalho — como o decreto 1.313
de 1891 regulamentando o trabalho de menores nas fábricas do Distrito Federal —
ficou só no papel, pela falta de vontade política e de uma estrutura de fiscalização
para seu cumprimento.

O que a historiografia fez foi marginalizar os trabalhadores brasileiros


ao transformar as associações de imigrantes em protagonistas nas ações
afirmativas e contestatórias sobre a realidade trabalhista. Autores da pri-
meira metade do século XX pouco analisavam os eventos do seu presente,
e um exemplo disso foi a greve geral de 1917, que só ganhou destaque após
os anos 1970.

A greve geral de 1917 aconteceu na cidade de São Paulo e é conhecida


como uma das principais mobilizações sociais da Primeira República,
tendo ocorrido no governo de Venceslau Brás (1914–1918). Nessa época, o trabalho
no Brasil não era regulamentado, ou seja, eram os contratantes que estipulavam
as regras. Então, devido à insalubridade e à falta de direitos básicos, operários
do setor têxtil, entre os quais havia muitas mulheres e crianças, decidiram se
organizar.
O motim teve início no Cotonifício Crespi, no bairro da Mooca, após os em-
presários terem se recusado a melhorar as condições de trabalho, imposto um
terceiro turno de produção e não terem aumentado os salários. Em seguida,
outras indústrias aderiram à greve — que havia começado com 400 pessoas se
recusando a trabalhar —, causando um dos maiores movimentos organizados
no Brasil até então.
Para expandir o assunto, você pode ler o artigo “A greve geral de 1917 em
São Paulo e a imigração italiana: novas perspectivas” (2009), de Luigi Biondi.

Devido à falta de atenção aos movimentos dos trabalhadores, quem contou


essa história, de início, foram os próprios militantes, que produziam análises
e interpretações acerca das ações realizadas naquela época. Dessa forma,
levantaram a sua voz face a uma produção historiográfica que privilegiava
outras perspectivas. Contudo, foi apenas a partir da década de 1970 que
ganharam espaço novas abordagens — que incluíram as minorias históricas.
A população negra, por exemplo, era pouco citada até os anos 1930, quando
estudos clássicos como os de Gilberto Freyre (1900–1987), Sérgio Buarque de
Holanda (1902–1982) e Caio Prado Júnior (1907–1990) começaram a discutir
a importância dessa população para a formação da sociedade brasileira.
Mesmo assim, esses estudos tinham um viés macro, não apontando as par-
14 Classe trabalhadora brasileira

ticularidades do processo de escravidão e das suas consequências para o


presente. Freyre, aliás, ajudou a cunhar o conceito de democracia racial, que
até hoje traz problemas para a compreensão do racismo estrutural brasileiro.
A década de 1970 é um marco na historiografia, visto que muitas trans-
formações importantes ocorreram na época. Enquanto a História Cultural
era delineada a partir do desenvolvimento da Escola dos Annales, surgida
em 1927, e da inserção de disciplinas como Antropologia e Linguística, a
História do Trabalho sofria influência dos estudos sociais, da micro-história
e do questionamento sobre o marxismo ortodoxo. Nos anos 1960, surgiu
na Inglaterra a New Left Review, revista acadêmica que deu espaço a novas
formas de pensamento para além da estrutura fixa criada a partir da teoria
de Marx. Um dos principais representantes dessa mudança foi E. P. Thomp-
son (1924–1993), que ajudou no estabelecimento da ideia “a história vista de
baixo”, a qual destacava a memória do operário e da cultura de classe a que
ele pertencia. O foco analítico mudou, e o autor consolidou esse campo de
estudo em 1963 com a publicação de A formação da classe operária inglesa,
que marcou os estudos do trabalho no Brasil.
Por meio da leitura de processos judiciais e das memórias passadas, além
da busca por evidências nos mais variados arquivos, os historiadores passaram
a escrever sobre os trabalhadores e analisar as suas experiências. Foi a partir
disso que se instituiu e compreendeu a amplitude da classe trabalhadora
brasileira, que ia muito além da história imigrante.
É importante apontar que trabalhadores e operários, apesar de serem usa-
dos como sinônimos, conceitualmente são diferentes. Esse paradoxo reside no
fato de que os operários são os trabalhadores que surgiram com a Revolução
Industrial, tendo, portanto, qualificações e necessidades específicas. No caso
do Brasil, essa mudança ocorreu no final do século XIX, pois, embora seja
um país agrário-exportador por essência — e assim tenha permanecido por
muito tempo ao longo do século XX —, houve a necessidade de diversificar
a economia. A centralização econômica ocorreu no Sudeste, principalmente
em São Paulo e Minas Gerais, região que, com o dinheiro do café, passou a
se modernizar e industrializar. Alinhada a esse cenário, a classe operária se
desenvolvia. Muitos imigrantes vieram nas décadas de 1910 e 1920 para suprir
a necessidade de mão de obra. Contudo, houve muita migração interna, com
a saída de brasileiros de várias regiões com destino a São Paulo, o que em 10
anos mudou a situação dos operários, com os europeus se tornando minorias.
Ao longo de toda a sua história, o Brasil experienciou conflitos motivados
pelos abusos no trabalho. Assim, outra ideia que se coloca é expandir o con-
ceito de trabalhadores para o período colonial, pois boa parte da produção
Classe trabalhadora brasileira 15

historiográfica enfatizava os acontecimentos da Primeira República e da Era


Vargas. As revoltas nativistas nos séculos XVII e XVIII, por exemplo, reivindica-
vam melhores condições de trabalho para os colonos, que eram explorados
e não possuíam poder ou representatividade política. Isso também ocorreu
com as revoltas separatistas do século XVIII, que visavam à emancipação. Já
no período independente, as revoltas regenciais buscavam a separação de
algumas regiões, ou contestavam as políticas restritivas em relação ao uso
de mão de obra, como na Cabanagem. Tanto a escravidão quanto o trabalho
livre eram políticas de trabalho que se baseavam na exploração, e, até a
aprovação da Legislação Trabalhista, em 1943, a situação pouco mudou.

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