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TOPOGRAFIA E

GEOPROCESSAMENTO

Ronei Stein
Instrumentos e acessórios
topográficos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Explicar a importância do teodolito na obtenção de medidas angulares. 


 Identificar o uso, em topografia, da estação total, para obtenção de
medidas angulares, e do GPS, para coordenadas UTM. 
 Descrever os principais acessórios utilizados na topografia e as ferra-
mentas para obtenção de medidas diretas.

Introdução
A topografia é uma área que requer precisão e, para isso, é fundamental
estar munido de bons instrumentos e acessórios para o dimensionamento
correto de determinada área. Inicialmente, as medições ocorriam com o
auxílio da diopra (instrumento colocado num plano horizontal e adotado
para a medição de ângulos). Com o avanço tecnológico, após inúmeras
adaptações e a criação de novos instrumentos, surge, então, o teodolito.
O teodolito é um instrumento de precisão óptico que mensura ângulos
verticais e horizontais, aplicado em diversos setores como o da navegação,
da construção civil, da agricultura, da meteorologia e da topografia. Mas
foi nos anos de 1980, que surgiu o instrumento estação total, responsável
por revolucionar a topografia. 
Neste capítulo, você estudará sobre a importância dos instrumentos
topográficos e quais os principais acessórios usados para obter medidas
diretas, compreendendo de que forma o teodolito e a estação total,
principais instrumentos utilizados na topografia, revolucionaram esta área.

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Instrumentos topográficos – generalidades


Silva e Segantine (2015), descrevem que em relação aos instrumentos topo-
gráficos, estes variam desde simples aparelhos de medição a instrumentos
sofisticados de alta tecnologia. Desta forma, é fundamental conhecer as espe-
cificidades de cada um, para que os profissionais desta área possam escolher
o instrumento mais adequado para atender às necessidades impostas por
um determinado projeto/trabalho. Logo, é fundamental saber identificar os
aspectos dos instrumentos, visando a escolha mais adequada, sendo que estes
instrumentos devem:

 Garantir que a acurácia dos valores medidos esteja totalmente de acordo


com as necessidades do projeto.
 Proporcionar a estabilidade dos resultados medidos, sem que seja ne-
cessário realizar manutenção ou calibrações frequentes.
 Ser de simples manuseio, além de fornecer todos os recursos que o
engenheiro necessita para o desenvolvimento de seu trabalho.
 Suportar o uso em diferentes situações adversas das condições ambien-
tais do trabalho de campo.
 Garantir confiabilidade de armazenamento dos dados coletados e trans-
ferências para outras mídias.
 Apresentar rapidez, eficiência e facilidade para coletar dados estru-
turados, em campo, de forma a diminuir ao máximo as edições dos
dados no escritório.

Dá-se o nome de instrumentos topográficos aos instrumentos e acessórios usados


em campo para efetuar o levantamento topográfico. Desta forma, um levantamento
topográfico é um processo de medição, que além dos instrumentos e acessórios, inclui
uma metodologia de trabalho, as técnicas de medições, o operador e seus auxiliares.
Ou seja, é de suma importância que todos estes parâmetros estejam em equilíbrio
para garantir o sucesso do levantamento (SILVA; SEGANTINE, 2015).

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Teodolito eletrônico
O teodolito é posicionado em um determinado ponto de forma que esteja
nivelado com o eixo de gravidade do local, onde mira-se com a luneta para um
outro ponto e, então, toma-se sua medida angular. É necessário, no mínimo,
medidas de três pontos diferentes. Para o cálculo de tais medidas, aplicam-se
sistemas de triangulação (método de levantamento baseado na trigonometria).
Através desses dados, podem ser confeccionadas cartas ou plantas topográficas
e mapas.
Estes equipamentos são utilizados em topografia e geodésia (subdivisão da
geofísica que se ocupa da determinação das dimensões e forma da Terra, seu
campo gravitacional, locação de pontos fixos e sistemas de coordenadas, ou
de uma parte de sua superfície), para medição de ângulos verticais e ângulos
azimutais (Figura 1). Sendo que o mesmo é constituído por:

1. uma parte fixa, denominada de base, a qual permite fixar o teodolito


com um dispositivo de estacionamento sobre o terreno: tripé ou pilar
de estacionamento;
2. parte móvel, designada por alidade, que roda em torno de um eixo, o
eixo principal, perpendicular à base (CASACA; MATOS; BAIO, 2007).

Figura 1. Exemplo de um teodolito.


Fonte: base de Heavypong/shutterstock.com; alidade deNavinTar/shutterstock.com.

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A alidade de um teodolito é composta por:

1. círculo graduado, que fica no centro do teodolito quando ele está esta-
cionado, que é possível fixar à base após a orientação da origem (zero);
2. círculo graduado, cuja origem (zero) é orientada segundo a direção da
vertical, geralmente para zênite;
3. luneta, dotada de retícula para pontaria óptica, que gira em torno do
eixo principal e de um eixo horizontal, o qual é designado de eixo
secundário ou eixo de báscula;
4. associado ao eixo secundário, encontra-se um nível tórico, de precisão,
o qual melhora a verticalização do eixo principal em cada pontaria;
5. parafusos de pequenos movimentos horizontais e verticais (CASACA;
MATOS; BAIO , 2007).

O Teodolito e Estação total possuem funções muito parecidas, sendo que ambos
podem fazer medições, tanto horizontal quanto vertical. Porém, o teodolito registra
apenas os ângulos de uma área, sendo necessário anotar todos os dados que serão
calculados manualmente. Esse equipamento, apesar de não ser muito prático, é ex-
tremamente preciso, e muitos profissionais ainda o preferem. A precisão dele pode
chegar a 3 segundos por quilômetro, isto é, uma falha de no máximo 0.0008 graus
no ângulo por quilômetro.

Os teodolitos ópticos-mecânicos utilizados antigamente eram designados


de taqueômetros. Uma classe especial de teodolitos é constituída pelos giro-
teodolitos, que são teodolitos com um giroscópio integrado. O giroscópio é
usado para materializar a direção norte-sul natural e permite orientar a origem
(zero) do círculo azimutal do teodolito para norte e, desta forma, a mediação
direta de azimutes naturais. Os giroteodolitos são muito utilizados em obras
subterrâneas, por exemplo, na perfuração de um túnel. Geralmente, junto do
teodolito é usada uma bússola para medir os ângulos formados pela posição
no terreno em que está sendo realizado o levantamento topográfico/geodésico,
com a direção do meridiano magnético.

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Para saber como construir um teodolito em casa, com


materiais simples e baratos, assista o vídeo no link.
Obviamente que não é indicado o uso deste teo-
dolito para trabalho em campo, os quais requerem
elevada precisão, porém, este vídeo serve como
forma de exemplificar o funcionamento do teodolito.

https://goo.gl/W4o35U

Estação total
Durante muitos anos, os instrumentos mais usados na área da topografia
foram os teodolitos. Com isto, era possível a medição de ângulos, e caso fosse
necessário medir distancias, era necessário o uso de trenas. As anotações eram
feitas em cadernetas em campo, e quando o profissional chegava ao escritório,
ele passava estas anotações para uma planilha de cálculo ou para um programa
de computador. Porém, a partir do advento de instrumentos com a capacidade
para a medição eletrônica de distâncias, denominados distanciômetros ou EDM
(Electronic Distance Meter), esta situação começou a mudar. Inicialmente, estes
equipamentos eram acoplados na luneta do teodolito, permitindo desta forma,
que as medições angulares e as medições de distâncias fossem feitas quase
que simultaneamente. Na década de 80, os distanciômetros foram inseridos no
interior da luneta do teodolito, formando um conjunto único para as medições
angulares e de distâncias (SILVA; SEGANTINE, 2015).
Com o passar do tempo, este novo instrumento passou também a gravar
os dados medidos em campo numa memória interna do instrumento, sendo
finalmente denominado de estação total. Neste ponto em diante, as medições de
campo passaram a ser mais estruturadas e muito mais rápidas, comparadas aos
métodos anteriores. Nesta mesma época, os programas de computador também
foram aprimoradas e passaram a receber os dados em campo descarregados
diretamente da estação total (SILVA; SEGANTINE, 2015).

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Os instrumentos mais importantes para um levantamento topográfico são os Níveis


(ou níveis de luneta) e as Estações Totais, os quais são destinados aos trabalhos de
rotina da engenharia. Um Nível é essencialmente constituído por uma luneta que
pode ser rotacionada ao redor de um eixo vertical; ele é usado para criar uma linha
de visada horizontal de maneira a permitir a determinação de diferenças de altitudes
e a realização de locações de pontos (ZEISKE, 2000).
O nível topográfico, também chamado de nível óptico ou equialtímetro é um ins-
trumento que visa medir as lacunas entre os pontos que estão em diferentes alturas
ou movendo dimensões de um ponto conhecido para outro desconhecido.

Para fazer a medição com auxílio de uma estação total, é necessário posi-
cionar a estação num local livre de obstáculos e mirar até o prisma. O prisma
(ou refletor) fica sobre uma “vara” metálica e deve ser colocado sobre o ponto
onde se quer medir. A estação total então emite um feixe de laser que reflete
no prisma e retorna ao equipamento. Pelo tempo de resposta e o ângulo de
rotação da luneta da estação o computador interno calcula os ângulos e dis-
tâncias armazenando os pontos em sua memória interna. Após pegar todos os
pontos necessários para a medição, basta baixar os dados em um computador e
desenhar o terreno ou construção aferida. A Figura 2 apresenta uma ilustração
de uma estação total, de um prisma e de um nível.

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A) B)

C)

Figura 2. Exemplo de uma estação total (A); de um prisma (B) e de uma nível (C).
Fonte: PAKULA PIOTR/Shutterstock.com, vasanty/Shutterstock.com e Neramit Buakaew/Shutterstock.
com.

De acordo com Silva e Segantine (2015), as estações totais podem ser


classificadas em:

 Estações totais para obras de construção civil: as estações totais para


obras de construção civil possuem alcance e precisão inferiores às
demais estações, porém, são mais robustas e resistentes à água e à
poeira. Além disso, elas possuem programas internos dedicados para
a implantação de obras de construção civil.
 Estações totais para levantamentos topográficos gerais: estas estações
medem distâncias de cerca de 3.000 a 3.500 metros e devem possuir
precisões angulares entre 3” e 5” e lineares de 2mm + 2ppm.
 Estações totais para levantamentos topográficos de precisão: estas
estações são fabricadas para medições de distâncias de até 3.500 metros
com um prisma, embora, nos trabalhos de precisão, raríssimas vezes,
seja necessário medir distancias superiores a 2.500 metros. A precisão
máxima de uma estação total desta classe é de 0,5” e a precisão linear
é igual a 0,6 mm + 1 ppm.

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 Estações totais robóticas: este equipamento gira automaticamente em


torno do seu eixo vertical e a luneta em torno do eixo secundário,
além disso, apresentam capacidade de reconhecimento e seguimento
automático de prismas.

Um instrumento de fundamental importância para as estações totais são as


miras graduadas, ou miras falantes (Figura 3). Estas geralmente são fabricadas
em madeira ou alumínio e com um comprimento de 3 a 4 metros, sendo que
uma das faces é pintada com uma graduação centímetrica invertida a cada
5 centímetros, visando facilitar as leituras em campo. Normalmente, estas
miras são fabricadas em duas partes dobráveis ou em várias partes, as quais se
encaixam umas nas outras. Porém, para trabalhos que exigem elevada precisão,
é recomendado evitar-se este tipo de mira (SILVA; SEGANTINE, 2015).

Figura 3. Exemplo de uma mira graduada.


Fonte: Zvone/Shutterstock.com.

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As miras graduadas são réguas colocadas verticalmente nos pontos a nivelar e nas
quais se mede a intersecção do plano horizontal traçado pelo nível. Sua menor célula
gráfica é o cm, porém, são numeradas de decímetro em decímetro, sendo que os
metros são indicados por pontos ou números romanos. Um nível de cantoneira ou
um nível de bolha junto à mesma facilita sua verticalidade. Podem ser extensíveis ou
dobráveis. Sempre se lê 4 dígitos: metro, decímetro, centímetro e milímetro (SILVA, 2003).

Coordenadas UTM e GPS


O Sistema de coordenadas UTM, tem como base o plano cartesiano (eixo
x, y) e sua unidade de medida de distância é o metro, determinando assim a
posição de qualquer objeto. Dessa forma, os sistemas de navegação por satélite
são capazes de estabelecer o posicionamento geoespacial de um objeto na
superfície da Terra através do uso de satélites artificiais que orbitam ao redor
do planeta. Atualmente, o Sistema Global de Navegação por Satélite mais
conhecido mundialmente é o GPS.
Com auxílio do GPS – Global Positioning System (Sistema Global de
Posicionamento), é possível obter em tempo real a posição de alguma entidade,
seja ela uma pessoa ou veículo. A partir do recebimento do sinal de quatro
ou mais satélites, o receptor instalado no equipamento começará a calcular
a posição através de uma triangulação. Quando o equipamento estiver rece-
bendo sinal de mais de quatro satélites, normalmente entre cinco e doze, o
mesmo selecionará continuamente os melhores para a determinação do seu
posicionamento (ROCHA, 2004).

Acessórios topográficos
A qualidade dos acessórios é de fundamental importância para alcançar
alto rendimento e precisão nos trabalhos topográficos. Não adiante utilizar
instrumentos de altíssima qualidade e precisão se os acessórios não forem
correspondentes. Neste contexto, serão apresentados a seguir os principais
acessórios topográficos, sendo estes: tripé, refletor e bastão.

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Em relação aos tripés, Silva e Segantine (2015) descrevem que são fabri-
cados em madeira, fibra de vidro ou alumínio, e que podem ser divididos em:

 Leve: fabricados na grande maioria dos casos com alumínio e indicados


para equipamentos que pesam menos de 5 kg.
 Pesado: quando seu peso for superior a 5,5 kg, e pode suportar um
instrumento topográfico de até 15 kg. Normalmente, estes tripés são
fabricados com madeira ou fibra de vidro.

É comum, muitas vezes, os operadores preferirem utilizar tripés leves, pois


são mais fáceis de manusear e transportar. Porém, em trabalhos de precisão,
a estabilidade do conjunto instrumento/tripé é essencial, Logo, a rigidez e a
robustez do tripé é um fator importante que deve ser considerado.

É comum com passar do tempo, os tripés perderem rigidez de seus componentes,


pois as conexões acabam se soltando. Desta forma, é aconselhável que o operador
realize constantes monitoramentos, pois este é um fator fundamental na qualidade
de precisão topográfica.

O refletor é outro acessório de suma importância na topografia. Ele con-


siste em refletir o raio eletromagnético emitido pelo distanciômetro eletrônico
durante a medição de uma distância. É muito comum estes equipamentos
serem preços na extremidade de um bastão, conhecido como offset, entre o
centro de reflexão do raio eletromagnético e o eixo do bastão. Existem vários
tipos de refletores, sendo que para cada um, os fabricantes indicam diferentes
aplicações.
O bastão de prisma é um acessório usado em conjunto com o prisma e que
tem a função de suportar o prisma mantendo-o alinhado com a linha vertical
que passa pelo ponto cuja distância deve ser medida. Ele é fabricado em metal
ou em fibra de vidro e possui comprimento variável, dependendo do fabricante.
A manutenção da verticalidade do seu eixo é feita por intermédio de um nível
de bolha circular preso na lateral do corpo do bastão. Considerando que ele
é o prolongamento do eixo do prisma até o ponto no terreno, logicamente, é

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imprescindível que seu eixo seja retilíneo e coincidente com o centro das suas
duas extremidades (SILVA; SEGANTINE, 2015).

Instrumentos topográficos para obter medidas diretas


Antes de começarmos a falar dos principais instrumentos usados na topografia,
é fundamental entender o que são medidas diretas e indiretas. Quando se
obtém o valor da distância com auxílio do cálculo trigonométrico, através de
teodolitos/estação total, dá-se o nome de medida indireta. Porém, quando o
instrumento de medida é aplicado diretamente sobre o terreno, este recebe
o nome de medida direta. Desta forma, os instrumentos mais usados para
medição direta são os diastímetros e os piquetes.

Os diastímetros são todo e qualquer instrumento destinados a medição direta de


distâncias. Os mais usuais na área da topografia são: trenas e corrente do agrimensor.

As trenas podem ser confeccionadas com diferentes tipos de materiais,


apresentando vários tamanhos e diferentes fabricantes. Além disso, elas po-
dem ser graduadas em metros, centímetros ou milímetros, sendo encontradas
normalmente nos tamanhos de 5, 10, 15, 30, 60, 100 e 150 metros. Entre os
materiais mais usuais para fabricação destes instrumentos, destacam-se a fibra
de vidro e de aço (Figura 4). As trenas de fibras de vidro apresentam como
vantagens a durabilidade, custo baixo e flexibilidade, além de não alterar seu
comprimento com a mudança de temperatura e umidade. Em relação as trenas
de aço, estas são mais fortes caso sejam mantidas esticadas, mas se forem
dobradas, acabam quebrando com facilidade.

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A)

B)

Figura 4. Exemplo de uma trena de aço (A) e de uma trena de fibra de vidro (B).
Fonte: Seregam/Shutterstock.com e vseb/Shutterstock.com

Em relação à corrente de agrimensor, ela encontra-se em desuso devido


à pouca precisão e praticidade. Este aparelho consistia em barras de ferro
ligadas por elos, dois em cada extremidade, para facilitar a articulação. Cada
barra, com um elo de cada lado, mede 20 cm e a corrente toda é de 20 m. A
cada metro, encontra-se presa uma medalha onde está gravado o número de
metros desde o início da corrente. Nas extremidades, existem manoplas que
permitem a extensão, visando eliminar a catenária (curvatura que o peso da
própria corrente ocasiona).
Durante a medição de uma distância utilizando uma trena, é comum o uso
de alguns acessórios, como: piquetes, estacas testemunhas, balizas e níveis
de cantoneira. Os piquetes, de acordo com Veiga, Zanetti e Faggion (2012),
são utilizados para marcar convenientemente os extremos do alinhamento a
ser medido. Entre as principais características, destacam-se:

 São fabricados de madeira roliça ou de seção quadrada com a superfície


no topo plana;
 Na parte superior são marcados com tachinhas de cobre, pregos ou
outras formas de marcações que sejam permanentes;
 Apresentam comprimento variável de 15 a 30 cm (depende do tipo de
terreno em que será realizada a medição);
 O diâmetro varia de 3 a 5 cm;

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 São cravados no solo, porém, parte dele (cerca de 3 a 5cm) deve per-
manecer visível, sendo que sua principal função é a materialização de
um ponto topográfico no terreno.

As estacas testemunhas são utilizadas para facilitar a localização dos


piquetes, indicando ua posição aproximada. Já as balizas, são utilizadas para
manter o alinhamento, na medição entre pontos, quando há necessidade de se
executar vários lances. Os níveis de cantoneira, são equipamento em forma de
cantoneira e dotado de bolha circular que permite ao auxiliar segurar a baliza
na posição vertical sobre o piquete ou sobre o alinhamento a medir (VEIGA;
ZANETTI; FAGGION, 2012).

1. Entre as alternativas a seguir, assinale recolhidos e executar alguns


a correta em relação ao Medidor cálculos mesmo em campo.
Eletrônico de Distâncias (MED): 2. Na figura abaixo, está representado
a) É um instrumento que qual instrumento topográfico?
dispõe de uma escala de
valores para conhecer o
comprimento de algo.
b) É um acessório usado em
conjunto com o prisma, visando
suportar o mesmo e mantendo-o
alinhado com a linha vertical,
o qual passa pelo ponto cuja
distância deve ser medida.
c) É um instrumento ótico utilizado a) Nível de luneta.
para medir ângulos, tanto b) Distanciômetro.
horizontais como verticais. c) Teodolito.
d) Determinar com precisão d) Refletor.
as distâncias entre dois e) Estação total.
pontos, através de um forma 3. Entre as alternativas a seguir,
cômoda, rápida e precisa. qual é considerado um acessório
e) É um instrumento eletrônico topográfico em desuso?
utilizado na medida de ângulos a) Mira graduada.
e distâncias, sendo capaz de b) Piquetes.
inclusive armazenar os dados c) Trena de aço.

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d) Umbrella. é correto afirmar:


e) Corrente de agrimensor. a) É usado apenas em trabalhos
4. Em relação ao teodolito e à estação de georreferenciamento.
total, qual a alternativa correta? b) Com o GPS, não é mais
a) Os teodolitos estão caindo em necessário ir até o local, pois o
desuso, principalmente por não levantamento pode ser feito
apresentarem uma exatidão via imagens de satélite, o que
nas medições angulares. garante a mesma precisão.
b) Os teodolitos são mais caros em c) A ferramenta GPS possibilita
comparação às estações totais. facilidades no levantamento de
c) A estação total é um informações de campo, porém,
equipamento óptico e ainda não é possível combinar
eletrônico com a qual são feitas o GPS com a praticidade no
as medições topográficas. uso de outros equipamentos.
d) Muitos profissionais preferem d) Com auxílio do GPS, é possível
utilizar os teodolitos, pois obter em tempo real, a posição
estes não necessitam de de alguma entidade, seja ela
pontos de referências, ou uma pessoa, veículo ou mesmo
seja, marcos topográficos. algum recurso natural, como
e) Em áreas mais fechadas, como um rio ou uma nascente.
matos, não é aconselhável e) O GPS é muito utilizado na
utilizar a estação total. topografia, pois seu sinal é
5. O GPS (Sistema de Posicionamento excelente, sendo que o mesmo é
Global) é utilizado amplamente captado em qualquer ambiente.
na topografia. Sobre ele,

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CASACA, J.; MATOS, J.; BAIO, M. Topografia geral. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007.
ROCHA, J. A. M. R. O ABC do GPS. 2. ed. Recife: Bagaço, 2004.
SILVA, J. L. B. Nivelamento geométrico. jun. 2003. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/
igeo/departamentos/geodesia/trabalhosdidaticos/Topografia_I/Nivelamento_Geo-
metrico/Nivelamento_Geometrico.pdf>. Acesso em: 11 set. 2017.
SILVA, I.; SEGANTINE, P. C. L. Topografia para engenharia: teoria e prática de geomática.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
VEIGA, L. A. K.; ZANETTI, M. A. Z.; FAGGION, P. L. Fundamentos de topografia. Paraná:
UFPR, 2012. Disponível em: <http://www.cartografica.ufpr.br/docs/topo2/apos_topo.
pdf>. Acesso em: 28 set. 2017.
ZEISKE, K. Simplificando o levantamento topográfico. 2000. Disponível em: <http://
w3.leica-geosystems.com/downloads123/zz/general/general/brochures/Surveying_
pt.pdf>. Acesso em: 11 set. 2017.

Leituras recomendadas
BORGES, A. de C. Topografia. São Paulo: Edgard Blucher, 2013.
COMASTRI, J. A.; TULER, J. C. Topografia: altimetria. 3. ed. Viçosa: UFV, 2005.
LOCH, C.; CORDINI, J. Topografia contemporânea: planimetria. 2. ed. rev. Florianópolis:
Ed. da UFSC, 2000.
MCCORMAC, J. C. Topografia. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007.
TULER, M.; SARAIVA, S. Fundamentos de topografia. Porto Alegre: Bookman, 2014.
(Série Tchne).

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Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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